doenças infecciosas e parasitárias em município alagoano

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G.7.10 - Ensino de Ciências
Doenças infecciosas e parasitárias em município alagoano: Comparação entre dados
epidemiológicos e a percepção de estudantes do ensino fundamental II
Táyse dos Santos1, Maria Lusia de Morais Belo Bezerra2, Solma Lúcia Souto Maior de Araújo Baltar2, Bárbara
Maria Ferreira Canuto Amorim3.
1. Graduanda de Ciências Biológicas (Licenciatura)- Bolsista PIBID- Biologia/ UFAL, Campus de Arapiraca; *[email protected]
2. Docente do Curso de Ciências Biológicas (Licenciatura)- Coord. do subprojeto PIBID- Biologia/ UFAL, Campus de Arapiraca;
3. Professora da educação básica- Supervisora do PIBID- Biologia/ UFAL, Campus de Arapiraca.
Palavras Chave: Epidemiologia, Educação em saúde, Contextualização.
Introdução
A contextualização, através do conhecimento da realidade
das doenças presentes no meio social dos indivíduos,
pauta-se como forte mecanismo para diminuir a
vulnerabilidade das pessoas que se expõem ao risco de
contrair certas doenças. Desta forma, a educação e a
saúde devem estar interligadas, articulando aprendizagem
e conhecimento para as pessoas. Veloso et al. (2011, p.
545) destacam que “as ações de educação em saúde
devem ser desenvolvidas visando a responsabilização dos
usuários por sua própria saúde”. Partindo desse
pressuposto, o objetivo do presente trabalho foi investigar
as doenças infecciosas e parasitárias de maior frequência
no município de Taquarana, Alagoas e comparar esses
dados com a percepção dos estudantes de duas turmas
de 7° ano de uma escola pública vinculada ao PIBIDBiologia.
Resultados e Discussão
Com base no banco de dados do Sistema de Informação
de Agravos e Notificação – SINAN que é alimentado pelo
setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde
do município de Taquarana-AL, foram diagnosticados no
período de 2010 a junho de 2014, que os agravos mais
frequentes na população foram o atendimento antirrábico,
dengue e hepatite, como demonstra a tabela 1.
Tabela 1. Número de casos confirmados de agravos no
município de Taquarana-AL (Jan/2010 a Jun/2014).
AGRAVOS 2010 2011 2012 2013 2014 TOTAL
Atendimento
antirrábico
47
75
74
93
30
319
Dengue
39
15
04
03
61
Hepatites
01
01
02
Fonte: Secretaria de Saúde do município de Taquarana, Alagoas.
Em contrapartida, no mesmo mês de outubro de 2014
durante uma aula de ciências, foi realizado o diagnóstico
das três doenças mais frequentes no referido município,
com base na opinião de 66 alunos de 7° ano de uma
escola pública municipal de Taquarana-AL. Ao analisar a
percepção dos alunos (tabela 2), 50% relataram ser a
Gripe a doença mais frequente no município, seguida pela
Dengue com 30,3% das opiniões. As verminoses foram
consideradas por 10,6% dos alunos e a Aids por 9,1%.
Para a segunda doença mais frequente, 36,37% relataram
ser a Dengue, seguido pelas verminoses (33,33%), a gripe
(16,66%) e a Aids (13,64%). Para a terceira manifestação
clínica mais frequente, 39,39% dos estudantes
destacaram as verminoses, seguida da Dengue, gripe e
Aids, com 33,33%, 18,18% e 9,10% das opiniões,
respectivamente
Tabela 2. Percepção dos estudantes sobre frequência das
doenças infecciosas e parasitárias em Taquarana-AL.
Doenças
Aids
Dengue
Gripe
Verminoses
Ordem de frequência
2ª
3ª
%
n
%
n
%
9,10 09
13,64 06
9,10
30,30 24
36,37 22
33,33
50,00 11
16,66 12
18,18
10,60 22
33,33 26
39,39
1ª
n
06
20
33
07
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Os dados revelaram a falta de conhecimento dos alunos
sobre o grande número de casos de atendimento
antirrábico no município. A Raiva, segundo Ferraz et al.
(2011) trata-se de uma zoonose viral que tem uma alta
taxa de letalidade, exigindo profilaxias pós-exposição
extremas. Sendo necessário para essa doença, assim
como para as demais, informações sobre a gravidade,
para que agravos ou mortes humanas não venham a
existir por falta de informação. De acordo com Kato e
Kawasaki (2011), é importante contextualizar a realidade
do aluno, para que o mesmo leve em consideração o seu
cotidiano. A dengue, apesar de ter sido considerada a
segunda doença mais frequente, na percepção de 36,37%
dos alunos, em concordância com os dados do SINAN, foi
notório um conhecimento errôneo dos alunos sobre o
conceito de doenças infecciosas e parasitárias, os agentes
causadores das doenças relatadas e o seu ciclo biológico.
Conclusões
Os estudantes investigados desconhecem a raiva como a
infecção de maior frequência no município além de
aspectos importantes sobre as doenças que acometem a
sua comunidade, demonstrando falta de aproximação com
a realidade na qual estão inseridos. Logo, destaca-se a
necessidade de ações de saúde educativa, como veículo
de informação e profilaxia no ambiente escolar.
Agradecimentos
Agradecemos a CAPES pelo apoio financeiro e a
Secretaria Municipal de Saúde de Taquarana – AL pelo
apoio a esta pesquisa.
____________________
FERRAZ, Lucimare. et al. Notificações dos atendimentos antirrábico humano:
perfil das vítimas e dos acidentes. Hygeia, v.9, n.16, p.182 - 189, 2013.
KATO, Danilo Seithi; KAWASAKI, Clarice Sumi. As concepções de
contextualização do ensino em documentos curriculares oficiais e de professores
de ciências. Ciência & Educação, v. 17, n. 1, p. 35-50, 2011.
VELOSO, Rejane Dias. et al. Motivos de abandono do tratamento antirrábico
humano pós-exposição em Porto Alegre (RS, Brasil). Ciência e saúde coletiva,
Rio de Janeiro, v.16, n.2, p. 537-546, 2011.
67ª Reunião Anual da SBPC
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