23 – aula basico ii – livro espíritos

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23ª AULA
TEMA
VISÃO GERAL
DO LIVRO DOS ESPÍRITOS
Trata a conclusão de O Livro dos Espíritos, muito e enfaticamente,
dos adversários do Espiritismo, iniciando como apelo e a súplica a todos que
se puderem considerar "adversários de boa fé": que se deem ao trabalho de
estudar o que criticam mesmo porque em boa lógica, a crítica somente
comporta algum valor, quando quem a expõe conhece o assunto.
Se o Espiritismo devesse crédito ao cérebro humano, como obra
desse, talvez fosse menos combatido e merecido as honras do exame
daqueles que pretendem opinar-lhe respeito, por parte dos que o criticam.
Muitos dos adversários do Espiritismo são exatamente os
materialistas, já que é gritante o antagonismo entre ambos: Espiritismo e
Materialismo. Os materialistas sequer aceitam assim ser chamados visto
que apontados pelas próprias consciências demonstram-se fracos, ao que
lançam mão então da ciência, da razão e, até mesmo da Religião.
Almejam o maravilhoso e o sobrenatural que não aceitam como no
que diz respeito aos milagres e as comunicações com o "além";
esquecendo-se que todos os autores sagrados comprovam esses fatos. Vêse daí que a rejeição ao maravilhoso como são os milagres ao sobrenatural
como exemplificam tais comunicações, estão esses adversários a rejeitar as
próprias bases da Religião.
O Espiritismo prova esses fenômenos que são em verdade naturais
aos nossos olhos. Sobrenaturais são os fenômenos científicos que em outras
épocas pareciam maravilhosos.
Os fenômenos espíritas são consequências das leis gerais que
revelam-nos as forças ainda incompreendidas por agora, mas que estão no
prelo da observação.
"Se a vossa ciência, que nos ensinou tantas coisas, não vos revelou
que o domínio da natureza é infinito sois apenas meio sábios" (L.E.
Conclusão, item II)
A incredulidade provoca o relaxamento dos laços familiares e a
maioria das desordens que minam a sociedade. O Espiritismo reaviva a fé
no futuro por crer na imortalidade do Espírito, fazendo suportar com
resignação as vicissitudes da vida; assim consola e descortina o futuro.
Podem os críticos fazer a apologia da fraternidade e do progresso,
mas a primeira supõe o desinteresse e a própria abnegação que não condiz
com o orgulho que barra essa fraternidade. O Progresso deve advir da lei de
justiça, amor e caridade, da qual advém todas as demais a que está
condicionada a felicidade humana. Em sendo essa lei melhor compreendida
e praticada, os povos melhoram sua condição como está para ocorrer neste
terceiro milênio.
A sociedade vai se destituindo de velhos preconceitos e faz o
progresso ter por objetivo a busca e aumento da felicidade.
Na verdade, os que combatem o Espiritismo estão a proclamar a sua
força, porque possui fundamento lógico. Com ele a Humanidade entra na
fase do progresso moral. As ideias espíritas se propagam com rapidez e
satisfazem os que nelas se aprofundam.
O desenvolvimento dessas ideias apresenta três períodos diferentes:
1) Da curiosidade: provocada pelos fenômenos - já passou
2) Do raciocínio e da Filosofia: já começou. A filosofia explica pelo
raciocínio o que interessa ao homem no mais alto grau, quanto ao seu
futuro (a calma, a segurança e a confiança que livra o tormento da
incerteza) deixando a matéria em segundo plano.
3) Da aplicação e das consequências: seguirá naturalmente, pois
o progresso está ligado à compreensão da sua essência. Aí está a causa da
propagação da Doutrina Espírita.
O Espiritismo é forte porque se apóia nas próprias bases da Religião:
Deus, alma, penas e recompensas.
A força do Espiritismo não decorre das manifestações, mas da
filosofia, no apelo que faz à razão e ao bom senso.
Os preceitos espíritas são contemporâneos à criação humana e
encontra-se em todas as religiões, mais ainda no catolicismo, onde se
encontram os princípios das manifestações: relações com Espíritos, anjos
guardiões, reencarnação, dupla vista, visões, aparições tangíveis, etc. A
moderna ciência espírita cancela a superstição e a ignorância, deixando
somente o que é real.
As ideias espíritas surgem concomitantemente com os abusos
nascidos do orgulho e do egoísmo e só terá por adversários os interessados
na manutenção desse mal. Essas ideias já tem tornado os homens
melhores, menos ávidos dos interesses materiais e mais resignados ante os
decretos de Deus.
O Espiritismo se apresenta sob três aspectos:
1) Manifestações
2) Princípios da Filosofia e Moral
3) Aplicação deste princípios
Quantos aos Adeptos:
1) Os que creem nas manifestações e se limitam a constatá-la, como
se fosse uma ciência de experimentação.
2) Os que compreendem as suas consequências morais.
3) Os que praticam ou se esforçam por praticar essa moral.
Quanto aos adversários:
1) Os que negam a tudo e nada admitem fora do testemunho dos
sentidos: estes não querem se aprofundar por medo de terem de convir que
não têm razão, são os incrédulos de posição fixada. São orgulhosos e
presunçosos.
2) Os que mesmo sabendo o que devem pensar, combatem as ideias
espíritas por interesse pessoais, ou seja, acreditam que o Espiritismo existe
mas temem suas consequências para consigo mesmo e o atacam como um
inimigo. São dotados da ambição.
3) Os que encontram na moral espírita uma censura demasiado
severa para os seus atos ou tendências, não o rejeitando nem o aprovando,
mas fechando os olhos. São egoístas.
Entre os que compreendem o Espiritismo filosófico, enxergando além
de fenômenos curiosos há três efeitos:
1) Desenvolvimento do sentimento religioso até indiferentes às coisas
espirituais (aceitação da morte inevitável como algo antes feliz do que
terrível, ciente do que sobrevém ao depois).
2) Resignação em face das vicissitudes da vida (o homem não se
perturba diante das tribulações, tem coragem na aflições, moderação nos
desejos, afastamento do pensamento suicida, etc.).
3) Desperta a indulgência para os defeitos alheios, porém o mais
potente dos sinais do progresso é a abnegação de si mesmo (no que
concerne ao dinheiro a ao supérfluo cujo desprendimento é muito difícil
ainda).
O Espiritismo não encera moral diversa da de Jesus e por
consequência Ele também assim não o fazia com a contida na Lei de Deus
revelado a Moisés. Não se pode negar a utilidade da moral espírita
denominada caridade universal.
Os Espíritos veem somente confirmá-la e mostrar sua utilidade
prática, tornando inteligíveis às verdades que haviam sido ensinadas de
forma alegórica, "portanto não se deve usar do mesmo raciocínio do califa
Omar sobre a Biblioteca de Alexandria" (L.E, item da Conclusão).
O Espiritismo matando o materialismo através dos fatos,
comprovadas as comunicações com o "além", fazendo compreender a vida
futura iniciando os homens nos princípios das penas e dos gozos que os
esperam segundo seus méritos, faz a humanidade se curvar diante da
evidência e mostra os inevitáveis efeitos do mal e, por conseguinte, a
necessidade do bem.
Os Espíritos ensinam a não nos inquietarmos com os adversários, as
divergências de opiniões, os contraditórios, pois que já fez unidade
(unanimidade) sobre a maioria das questões
Devemos saber distinguir os Espíritos pela linguagem, pelo conjunto
do que dizem, pelo encadeamento lógico das idéias e, se nada denunciar
ignorância, orgulho ou malevolência este poderá revelar sua superioridade.
Assim estamos aprendendo a distinguir o erro da verdade e nos adiantar
pela experiência. As dissidências são mais de forma que o definido.
Assim, o alvo final: fazer o bem, pouco importando a rota desde que
conduza ao alvo, razão e moderação, triunfam sobre a inveja e o ciúme
dos que são contraditórios às idéias citadas.
Sob que influência espiritual estão então as diversas seitas que se
repartem o mundo?
Diz Santo Agostinho que basta verificar suas obras e seus princípios,
pois os bons Espíritos não instigam o mal, não aconselham a violência, não
excitam o ódio, a sede de riquezas e poder e muito menos dos bens
terrenos.
Somente os bons para com todos são preferidos de Jesus por
seguirem a rota indicada para levar ao Pai.
Não devemos nos inquietar com a oposição, pois tudo o que fazem
contra, se tornará favorável e os maiores adversários servirão à causa sem
o querer, pois contra a vontade de Deus, a má vontade dos homens não
pode prevalecer.
COM JESUS E POR JESUS
Na introdução de "O Livro dos Espíritos", recolhemos de Allan Kardec
esta afirmação expressiva:
"As comunicações entre o mundo espiritual e o mundo corpóreo estão
na ordem natural das coisas e não constituem fato sobrenatural, tanto que
de tais comunicações se acham vestígios entre todos os povos e em todas
as épocas. Hoje se generalizaram e tornaram patentes a todos."
No item VIII das páginas de conclusão do mesmo livro, o Codificador
assevera com segurança:
"Jesus veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro bem. Por
que, tendo-o enviado para fazer lembrar sua lei que estava esquecida, não
havia Deus de enviar hoje os Espíritos, a fim de a lembrarem novamente
aos homens, e com maior precisão, quando eles a olvidam para tudo
sacrificar ao orgulho e à cobiça?"
E sabemos que, de permeio, o grande livro que lançou os
fundamentos do Espiritismo trata, dentre valiosos assuntos, das leis de
adoração, trabalho, sociedade, progresso, igualdade, liberdade, justiça,
amor, caridade e perfeição moral, bem como das esperanças e das
consolações.
Reportamo-nos a tais referências para recordar que o fenômeno
espírita sempre esteve presente no mundo, em todos os lances evolutivos
da Humanidade, e que Allan Kardec, desde o inicio do ministério a que se
consagrou, imprimiu à sua obra o carisma religioso de que não podia ela
ausentar-se, tendo até acentuado que o Espiritismo é forte porque assenta
sobre os fundamentos mesmos da Religião: Deus, a alma, as penas e as
recompensas futuras.
Aceitamos, perfeitamente, as bases científicas e filosóficas em que
repousa a Doutrina Espírita, as quais nos ensejam adquirir a “fé raciocinada
capaz de encarar a razão face a face”, contudo, sobre semelhantes
alicerces, vemo-la, ainda e sempre, em sua condição de Cristianismo
restaurado, aperfeiçoando almas e renovando a vida na Terra, para a vitória
do Infinito Bem, sob a égide do Cristo, nosso Divino Mestre e Senhor.
O apóstolo da Codificação não desconhecia o elevado mandato
relativamente aos princípios que compilava, e, por isso mesmo, desde a
primeira hora, preocupou-se com os impositivos morais de que a Nova
Revelação se reveste, tendo salientado que as conseqüências do Espiritismo
se resumem em melhorar o homem e, por conseguinte torná-lo menos
infeliz, pela prática da mais pura moral evangélica.
Sabemos que a retorta não sublima o caráter e que a discussão
filosófica nada tem que ver com caridade e justiça. Com todo o nosso
respeito, pois, pela filosofia que indaga e pela ciência que esclarece,
reconheceremos sempre no Espiritismo o Evangelho do Senhor redivivo e
atuante, para instalar com Jesus a Religião Cósmica do Amor Universal e da
Divina Sabedoria sobre a Terra.
Espíritos desencarnados aos milhões e em todos os graus de
inteligência enxameiam o mundo, requisitando, tanto quanto os
encarnados, o concurso da educação.
Por isso, não podemos acompanhar os que fazem de nossa Redentora
Doutrina mera tribuna discutidora ou simples caçada a demonstrações de
sobrevivência, apenas para a realização de torneios literários ou para longos
cavacos de gabinete e anedotas de salão, sem qualquer consequência
espiritual para o caminho que lhes é próprio.
Estudemos, assim, as lições do Divino Mestre e aprendamo-las na
prática de cada dia.
A morte a todos nos reunirá para a compreensão da verdadeira
vida... E, sabendo que a justiça definir-nos-á segundo as nossa obras,
abracemos a codificação Kardequiana, prosseguindo para a frente com
Jesus e por Jesus.
Emmanuel
Pedro Leopoldo, 11 de fevereiro de 1956.
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan, “O Livro dos Espíritos”, Conclusão.
EMMANUEL (Espírito) – “Fonte Viva”, Introdução, pelo Médium
Francisco Candido Xavier.
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