SIM_KERLEN CASTILHO SAAB_199_69118

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KERLEN CASTILHO SAAB
PREVENCAO DO CANCER DE COLO DO UTERO NA ESTRATEGIA SAUDE DA
FAMILIA II EM PORTO MURTINHO/MS: ANALISE DE CONHECIMENTO DAS
MULHERES COM IDADE DE 25 A 59 ANOS SOBRE A PREVENCAO DO CANCER
DE COLO UTERINO E TRATAMENTO DO HPV
PORTO MURTINHO – MS
2011
KERLEN CASTILHO SAAB
PREVENCAO DO CANCER DE COLO DO UTERO NA ESTRATEGIA SAUDE DA
FAMILIA II EM PORTO MURTINHO/MS: ANALISE DE CONHECIMENTO DAS
MULHERES COM IDADE DE 25 A 59 ANOS SOBRE A PREVENCAO DO CANCER
DE COLO UTERINO E TRATAMENTO DO HPV
Projeto de pesquisa apresentado à Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul, como requisito para conclusão
do curso de Pós Graduação à nível de especialização em
Atenção Básica em Saúde da Família.
Orientador (a): Prof. Michele Batiston Borsoi.
PORTO MURTINHO – MS
2011
FOLHA DE APROVAÇÃO
KERLEN CASTILHO SAAB
PREVENCAO DO CANCER DE COLO DO UTERO NA ESTRATEGIA SAUDE DA
FAMILIA II EM PORTO MURTINHO/MS: ANALISE DE CONHECIMENTO DAS
MULHERES COM IDADE DE 25 A 59 ANOS SOBRE A PREVENCAO DO CANCER
DE COLO UTERINO E TRATAMENTO DO HPV
Trabalho de conclusão de curso apresentada ao Curso de
Pós Graduação em Atenção Básica em Saúde da Família,
da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, para a
obtenção do título de Especialista em Saúde da Família.
Orientador: Tutora Michele Batiston Borsoi
Aprovada em _____ de _____________ de ____, pela Comissão Examinadora.
_________________________________________
Prof.
_________________________________________
Prof.
___________________________________________
Prof.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho as mulheres da zona rural que contribuíram com a pesquisa e ao Daniel
Baggio por permitir que sua mãe, me ajudasse no processo de construção dessa pesquisa,
contribuído assim para o desenvolvimento de ações na atenção básica do município de Porto
Murtinho.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis
ESF – Estratégia de Saúde da Família
HPV – Papiloma Vírus Humano
INCA – Instituto Nacional do Câncer
NIC – Neoplasia Intraepitelial Cervical
PAISM - Programa Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher
ÍNDICE
Introdução .................................................................................................................03
O câncer do colo do útero.........................................................................................04
O vírus do HPV.........................................................................................................05
Diagnóstico e tratamento..........................................................................................06
Materiais e métodos..................................................................................................08
Resultados e discussões.............................................................................................10
Considerações finais..................................................................................................11
Referências Bibliográficas:........................................................................................11
Anexo I........................................................................................................................12
RESUMO
Introdução: Em Porto Murtinho, na Estratégia de Saúde da Família II, existem cadastrada 617 mulheres com
idade entre 25 e 59 anos e 142 mulheres estão residindo na área de abrangência da microárea rural. idade ideal
para realizar o rastreamento do câncer do colo do útero. Objetivo: Analisar o conhecimento das mulheres
residentes na microárea rural sobre a prevenção do câncer de colo do útero. Materiais e métodos: Estudo
quantitativo em que foram entrevistada 142 mulheres de 25 a 59 anos, na micro área rural da Estratégia Saúde da
Família II em Porto Murtinho/ MS no período de julho a agosto de 2011. Utilizou a pesquisa descritiva, com a
técnica de questionários com questões fechadas. Resultado e discussões: a maioria das mulheres da zona rural
tem baixo índice de escolaridade o que acarreta falta de conhecimento e conscientização. A maioria delas sabe
da importância de realizar anualmente o preventivo cerca de 85,21%,mas somente 33,69% fazem. Em relação ao
HPV 72,9% já ouviram falar. Dessas mulheres 67,7% sabem como ele é transmitido. As mulheres também foram
questionadas se os profissionais de saúde tinham orientado sobre a prevenção do câncer do colo do útero,
somente 45,07% disseram que foram orientadas a realizar o preventivo anualmente. Considerações finais: o
baixo índice de escolaridade, a falta de informações transmitida por profissionais de saúde favorecem o baixo
índice de realização de coletas de exames de Papanicolau no município de Porto Murtinho.
PALAVRAS CHAVES: câncer do colo do útero, rastreamento, prevenção.
ABSTRACT
Introduction: In Porto Murtinho, the Family Health Strategy II, there are 617 registered women aged between 25
and 59 years and 142 women are living in the catchment area of rural micro area.ideal age to perform
the screening of cervical cancer. Objective: To assess the knowledge of rural women living in the micro areaon
the
prevention
of cervical cancer. Materials
and methods:quantitative
study in
which 142 women were interviewed 25 to 59years in the rural area of micro Family Health Strategy II in
PortoMurtinho / MS in the period from July to August 2011. We useddescriptive research, with the technique
of questionnaires with closed questions. Results and discussion: the majority of rural women have a low level of
education which leads to lack of knowledge and awareness. Most of them know the importance of holding the
annual preventive approximately 85.21%, but only33.69% do. In relation to HPV 72.9% have heard. 67.7% of
these women know how it is transmitted. Women were also asked whether health professionals were targeted on
the prevention of cancer of the cervix, only 45.07% said they were told to performpreventive annually. Final
considerations: the low level of education, lack of information provided by health professionalsfavor the low rate
of implementation of the Pap tests samples in the municipality of Porto Murtinho.
.
KEY-WORDS: cervical cancer, screening, prevention
1. Introdução
A prevenção do câncer do colo do útero já era um dos objetivos do Programa Nacional
de Atenção Integral a Saúde da Mulher (PAISM), desde 1984. A meta é a mulher realizar a
coleta de material citopatológico anualmente e depois de 2 resultados negativos fará o exame
a cada 3 anos, segundo o Ministério da Saúde (2010). Sendo que até hoje o índice de
mortalidade pelo câncer de colo do útero ainda é alto. Muitas são as dificuldades para a
prevenção do câncer de colo do útero: dificuldade de acesso das mulheres ao exame de
Papanicolau, falta de políticas públicas de saúde nos municípios entre outros.
Em Porto Murtinho na Estratégia de Saúde da Família II existem cadastradas 617
mulheres com idade de 25 a 59 anos, sendo que no período de janeiro a junho somente 125
mulheres realizaram o exame, um total de 20 %. Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), para se obter um impacto significativo na mortalidade por câncer do colo útero a
cobertura de rastreamento deve atingir 80% ou mais da população-alvo. Um dos grandes
problemas é a dificuldade de acesso dessas mulheres ao serviço de saúde. Porto Murtinho tem
uma grande área 17.744,452 Km², uma população de 15.372 pessoas e a maioria morando na
Zona Rural, mais de 5000 pessoas.
Devido a esse grande contingente morando na zona rural foi elaborada a pesquisa de
análise de conhecimento das mulheres entre 25 e 59 anos moradoras da micro área rural do
ESF II, que representam 142 mulheres cadastradas. O objetivo dessa pesquisa é: saber o grau
de conhecimento das mulheres sobre o câncer de colo do útero e forma de contaminação do
HPV; escolaridade; realização do exame de Papanicolau anualmente; se recebem orientação
do profissional de saúde sobre o câncer de colo do útero. Para assim entender a baixa captação
de mulheres da zona rural pelo serviço de saúde local para posteriormente desenvolver um
plano de ação para promover a saúde dessa população.
2. O câncer de colo do útero
2.1 O câncer do colo do útero
O desenvolvimento do câncer do colo do útero é um processo lento. Segundo o Ministério
da Saúde (2002) o câncer de colo do útero uma vez identificadas as lesões precursoras e
tratadas reduz em 100% as chances de mortalidade. A maior incidência se dá na faixa etária
de 40 a 60 anos e apenas uma pequena porcentagem na faixa dos 30 anos. Dessa forma,
estabelece como meta de rastreamento do câncer de colo do útero aquelas mulheres que estão
na faixa de 25 a 59 anos. As lesões precursoras do câncer evoluem de forma lenta e silenciosa,
por anos sem que nenhum sintoma apareça. Então, o objetivo do controle do câncer do colo
do útero e identificar as lesões precursoras antes da instalação do diagnóstico de câncer. Essa
detecção se dá com um exame muito simples: o exame de Papanicolau que pode ser feito por
médicos ou enfermeiros treinados em qualquer Unidade Básica de Saúde.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) o câncer de colo do útero é o segundo
tumor mais freqüente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama, e a quarta
causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Por ano, faz 4.800 vítimas fatais e apresenta
18.430 novos casos. Prova de que o país avançou na sua capacidade de realizar diagnóstico
precoce é que na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram da doença invasiva. Ou
seja: o estágio mais agressivo da doença. Atualmente 44% dos casos são de lesão precursora
do câncer, chamada in situ. Esse tipo de lesão é localizada. Mulheres diagnosticadas
precocemente, se tratadas adequadamente, têm praticamente 100% de chance de cura.
2.2 O vírus do HPV – Papiloma Vírus Humano e o câncer de colo do útero
Os HPV são vírus da família Papilomaviridae, capazes de provocar lesões de pele ou
mucosa. Na maior parte dos casos, as lesões têm crescimento limitado e habitualmente
regridem espontaneamente. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV. Eles são
classificados em de baixo risco de câncer e alto risco de câncer. Somente os de alto risco de
câncer
estão
relacionados
a
tumores
malignos.
Os vírus de alto risco, com maior probabilidade de provocar lesões persistentes e estar
associados a lesões pré-cancerosas são os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros. Já os HPV de
tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais (ou condilomas genitais) e
papilomas laríngeos, parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade,
apesar de serem encontrados em pequena proporção em tumores malignos.
2.3 Diagnóstico e tratamento
O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolaou) é a principal estratégia
para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença. O exame pode ser feito em
postos ou unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados,
enfermeiros ou médicos. Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações
sexuais (mesmo com camisinha) nos dois dias anteriores ao exame; evitar também o uso de
duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à realização
do exame. É importante também que não esteja menstruada, porque a presença de sangue
pode alterar o resultado. Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem
prejuízo para sua saúde ou a do bebê.
A modalidade de tratamento adotada varia com o resultado do exame. As lesões no caso
de NIC I, geralmente regridem sozinhas e são orientadas a repetir o exame após 6 meses. Em
caso negativo regressão da doença, nos NIC II e III diversas técnicas podem ser adotadas:
crioterapia, biópsia com laser, histerectomia e, também, radioterapia.
3. Materiais e métodos
Trata-se de um estudo quantitativo que envolve 142 mulheres de 25 a 59 anos,
residentes na microárea rural da Estratégia Saúde da Família II em Porto Murtinho/ MS. O
período realização das entrevistas compreendeu o período de julho a agosto de 2011, para a
coleta de dados foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assinado pela
pesquisada após leitura e esclarecimento, mas não constam nomes que possam identificá-las.
A metodologia utilizada foi a de pesquisa descritiva, com a técnica de questionários com
questões fechadas, contendo nove perguntas. As questões tratavam da realização do
conhecimento sobre o câncer de colo e tratamento relacionado com a infecção pelo HPV,
procurou abordar em uma das perguntas se já haviam sido orientadas pelo profissional de
saúde sobre o que deve ser feito quando ocorrem alterações no resultado do exame
papanicolau, ou seja, o tratamento a ser realizado do HPV; e também se realizam o
papanicolau (exame) somente quando sente sintomas de dores pélvicas, corrimentos vaginais,
sangramentos vaginais; e o grau de escolaridade.
4. Resultados e discussões
Segundo o Ministério da Saúde (2002) uma característica importante é a
associação, em todas as regiões do mundo, com o baixo nível socioeconômico, advindas de
dificuldade econômicas e geográficas, insuficiência de serviços e questões culturais, como
medo e preconceito de seus parceiros. A população rural de Porto Murtinho se torna dessa
forma vulnerável, além de morarem longe dos serviços de saúde e terem uma baixa renda, a
escolaridade dessas mulheres é muito baixa. O índice de analfabetismo nas mulheres da zona
rural com idade de 25 a 59 anos é de 14,08%, aquelas que possuem o 1º grau incompleto são a
maioria com 60,56%, 1º grau completo com 9,15%, 2º grau completo 14% e 3º grau completo
2,11% (gráfico 1). Sabemos que a informação, a consciência da importância da prevenção e a
escolaridade estão fortemente atreladas. A ausência de estudo acarreta pouco conhecimento
que culmina na negligência com sua própria saúde.
Gráfico 1: Escolaridade das mulheres
Quando perguntadas se sabem a importância de realizar o exame 85,21% disseram que
sabiam a importância de realizar o exame e 14,7% responderam que não (gráfico 2).
Gráfico 2: Importância de realizar o Papanicolau
As mulheres foram indagas se realizam anualmente preventivo, 31,69% não fazem
anualmente o exame, 33,69 realizam 1 vez por ano o preventivo, 30,28% realizam 2 vezes por
anos e 4,92% realizam mais de 2 vezes por ano ( gráfico 3). Vários pontos aqui são
observados que 31,69 % não tem consciência da importância de realizar o exame e que mais
de 35% delas realizam 2 ou mais vezes. Ambas as porcentagem decorrem de falta de
informação fidedigna, ou seja, no primeiro grupo não existe a conscientização da importância
de fazer o exame e no outro grupo é feito além do preconizado. Esse grupo que faz além do
preconizado, busca realizar o exame de forma inapropriada porque relaciona a coleta de
exame com outras queixas, como leucorréia (corrimento), dor em baixo ventre, e outros
sintomas. 24,6% das mulheres realizam o exame sempre que tem uma queixa (leucorréia),
6,33% nunca fizeram o exame e 71% fazem o exame mesmo sem ter queixas álgicas
(gráfico3). Aqui a falta de orientação faz com que mulheres procurem o serviço de saúde de
forma equivocada e sem solução para o seu problema. Pois se a mulher que tem uma queixa
faz o preventivo e o mesmo vem sem alteração, não é necessário repeti-lo e sim o médico
direcioná-la a realizar outros exames ou mesmo através da clínica médica para outros
problemas ginecológicos ou mesmo descartá-los e identificar outras causas: intestinais por
exemplo.
Percentual de mulheres que realizaram Papanicolau, ESFII, Porto Murtinho, 2011.
Gráfico 3: Realização do Papanicolau.
Segundo o Ministério da Saúde (2006), mulheres com DST apresentam lesões
precursoras do câncer de colo do útero cinco vezes mais frequentemente do que aquelas que
procuram outros serviços médicos. Portanto, essas mulheres que adentram o serviço de saúde
referindo leucorréia ou outras queixas sugestivas de DST devem ter como meta o
rastreamento do câncer de colo do útero, porém segundo o mesmo autor citado anteriormente,
o exame preventivo não tem o objetivo de identificar uma DST. O que acontece é que as
vezes o agente etiológico da DST ocasiona alterações citológicas identificadas pelo
preventivo. O exame apropriado para identificar o agente causador é uma cultura de secreção
vaginal, muito mais específico ao se comparar com o Papanicolau.
Um outro ponto a ser levado em consideração que muitas mulheres somente fazem
exame ginecológico quando desejam engravidar ou que já tenham engravidado, sendo
somente parte da rotina do acompanhamento pré-natal. Um sub aproveitamento da unidade de
saúde e da política instituída.
As mulheres foram perguntadas sobre o vírus do HPV. Papiloma vírus humano,
relacionado com o câncer de colo do útero, que está dividido em três grupos de acordo com o
potencial oncogênico; grupo de baixo risco: subtipos 6, 11, 42, 43, e 44; grupo de risco
intermediário: 31, 33, 35, 51, 52 e 58; e grupo de risco elevado: 16 e os subtipos 18, 45 e 56
com o carcinoma invasor (Ministério da Saúde, 1999). Desde 1992, a Organização Mundial
de Saúde considera que a persistência da infecção pelo Vírus do Papiloma Humana (HPV) em
altas cargas virais representa o maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer do colo
uterino. A contaminação é essencial, mas não suficiente para a evolução do câncer. Sabe-se
que existem outros fatores de risco, como: Baixo nível sócio-econômico, multiplicidade de
parceiros, início precoce da atividade sexual, fumo, multiparidade, uso de contraceptivo oral,
baixa ingestão de vitaminas A e C. A maioria delas já ouviram falar do HPV 72,1% e 27,9%
nunca ouviram falar do vírus HPV (gráfico 4). Dessas mulheres 67,7% sabem como ele é
transmitido e 32,3% não sabe como a transmissão acontece (gráfico 5).
Das mulheres da micro área rural que realizaram o exame 89% não tiveram alteração de seus
resultados para NICI, II ou III ( NIC – neoplasia intra-epitelial cervical; NIC I displasia leve;
NIC II displasia moderada e NIC III displasia severa ou carcinoma in situ), 1,4% tiveram
alteração de seus resultados e para esse grupo o tratamento instituído foi a cirurgia de alta
freqüência (CAF); 9,1% não souberam responder a pergunta e nem se teve tratamento.
As mulheres também foram questionadas se os profissionais de saúde haviam
realizado algum tipo de orientação sobre prevenção do câncer do colo do útero. 45,07%
disseram que foram orientadas a realizar o preventivo anualmente, 42,95 disseram que nunca
receberam esse tipo de orientação e 11,97% não responderam ou não souberam responder. Na
Estratégia de Saúde da Família (ESF) médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e
agentes comunitários de saúde estão todos envolvidos no processo de prevenção relacionado
ao câncer de colo do útero. A prevenção pode acontecer durante consultas por outros motivos,
durante visitas domiciliares e palestras de orientações. Dessa forma, observa-se que existe um
número muito grande de mulheres que não receberam orientações adequadas. A omissão
cometida pelos profissionais de saúde decorre muitas vezes devido a distância geográfica,
falta de capacitação dos profissionais ou mesmo negligência.
5. Considerações finais
Há uma grande quantidade de mulheres com baixo nível de escolaridade, implicando
em baixa conscientização da necessidade de fazer a prevenção ao câncer do colo do útero.
Quanto mais escolaridade as mulheres possuírem mais elas se preocuparão com sua saúde. O
Ministério da Saúde (2002) em seu Manual Técnico para a Prevenção do Câncer do Colo do
útero apud Ministério da Saúde (1997) define como uma das barreiras para a coleta de exame
a baixa escolaridade das mulheres. Segundo o Ministério da Educação (2001) são abordados
nas escolas diversos assuntos desde discussões sobre cidadania até assuntos relacionados com
a saúde. Além das aulas de Biologia que naturalmente abordam esses assuntos. O papel da
escola é fundamental na consciência do cidadão.
Outro ponto a ser considerado é a capacitação introdutória para os profissionais de
saúde quando admitidos na Estratégia de Saúde da Família. Segundo o Ministério da Saúde
(2007) – Política Nacional de Atenção Básica - a capacitação deve acontecer em até 3 meses
após a admissão na Estratégia de Saúde da Família, como um curso introdutório aos
profissionais de saúde. O INCA (2010) reforça a qualificação profissional como forma de
elemento essencial para o rastreamento do câncer do colo do útero.
O
esclarecimento
aos profissionais propicia uma comunidade bem informada e apta a cuidar de sua própria
saúde. Cuidados mínimos de higiene favorecem uma boa saúde e melhoram a qualidade de
vida da população. Esse cuidado não necessita de remédio e sim de orientação – é a
prevenção: a melhor forma de tratar qualquer doença.
Com isso as mulheres procurarão de forma adequada o serviço de saúde, realizando
anualmente seu preventivo. Repetirão mais que uma vez por ano o exame se for necessário.
Como no caso de alguma alteração. Quando tiverem uma queixa primeiro procurarão o
profissional para esclarecê-la e assim otimizar os exames. Pois, às vezes se faz muitos exames
nas mesmas mulheres, enquanto se deve fazer mais exames em mais mulheres.
Em relação ao HPV existe ainda um grande número de mulheres que não sabem como
é transmitido o vírus. O uso do anticoncepcional oral pode levar a um aumento da
contaminação pelo HPV, pois as pessoas utilizam-se menos do preservativo, pois as pessoas
se preocupam com a gravidez e menos com o risco de contaminação com uma DST ( doenças
sexualmente transmissíveis). Assim, os contraceptivos favorecem a contaminação com o
vírus, pois favorecem a prática sexual desprotegida, ou seja, sem o uso de preservativos. As
campanhas de prevenção de DSTs devem ser reforçadas também nesse aspecto, pois se sabe
que as lesões advindas de uma DST favorecem o aparecimento do câncer do colo do útero
conforme foi citado anteriormente.
Nessa pesquisa fica claro que a orientação é parte integrante da Estratégia de Saúde da
Família. Deve-se investir nos profissionais de saúde, em termos de capacitação e qualificação.
Somente existe uma contradição nas pesquisadas, se elas sabem da importância e
realização do preventivo, por quê motivo não o fazem. Aqui vale ressaltar dois pontos: será
que responderam que sabiam somente por vergonha ou realmente a conscientização da
importância não foi traduzida em atitude.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBUQUERQUE, Et all. Cobertura do teste de Papanicolaou e fatores associados à nãorealização: um olhar sobre o Programa de Prevenção do Câncer do Colo do Útero em
Pernambuco, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25 Sup 2:S301-S309, 2009.
Disponível
em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2009001400012. Acesso em: 10/10/2011.
BARBIERI, Márcia; SCHIRMEN, Janine; NAWAGAWA, Janete T. T.. Vírus HPV e câncer
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http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672010000200021&script=sci_arttext.
Acesso
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10/10/2011.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Coordenação Geral de Ações Estratégicas.
Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica. Plano de ação para redução da
incidência e mortalidade por câncer do colo do útero: sumário executivo, programa
nacional de controle do câncer do colo do útero / Instituto Nacional de Câncer. Coordenação
Geral de Ações Estratégicas. Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica. – Rio de
Janeiro: INCA, 2010.
Janete Tamani Tomiyoshi NakagawaI, Janine SchirmerI, Márcia BarbieriI
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Parâmetros curriculares nacionais:
terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais / Secretaria de Educação
Fundamental. – Brasília: MEC/SEF,2001. 436P.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção À Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 4. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2007.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Coordenação Nacional de DST/AIDS. Manual de Controle das
Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST. 3ª Ed. Brasília: Ministério da Saúde, 1999.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de
Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev) Falando sobre câncer do colo do
útero. – Rio de Janeiro: MS/INCA, 2002 .59 págs.
MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher:
princípios e diretrizes / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento
de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
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2006.
REIS, Ângela Adamski da Silva. Papilomavírus humano e saúde pública: prevenção ao
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em: http://www.scielo.br/pdf/paideia/v15n32/10.pdf. Acesso em 10/10/2011.
ANEXO I
Prevenção do Câncer de Colo de Útero- SISCOLO
Questionário para mulheres de 25 a 59 anos – Estratégia Saúde da Família II
1) Tem conhecimento ou já ouviu falar do vírus Papiloma Vírus (HPV)?
( ) SIM
( ) Não
2) Sabe como é transmitido?
( ) SIM
( ) Não
3) Realiza o Papanicolau anualmente?
( ) Não
( ) nenhuma
( ) uma vez
( ) duas vezes
( ) mais
4) Conhece o objetivo da realização do Papanicolau, para que serve ?
( ) Sim
( ) Não
5) Faz Preventivo apenas quando sente sintomas de dores pélvicas, corrimentos vaginais,
sangramentos vaginais?
( ) Sim
( ) Não
6) Após ter realizado o Preventivo (papanicolau), teve alguma alteração no resultado para
HPV?
( ) Sim
(
) Não
( ) NIC I
( ) NIC II
( ) NIC III Carcinoma invasor
7) Fez algum tipo de tratamento médico ou procedimento? ( ) Sim ( ) Não
( ) medicamento
( ) CAF
( ) Histerectomia
( ) Cononização
8) Foi orientada pelo profissional de saúde sobre o que deve ser feito quando ocorre
alterações no resultado do exame papanicolau, ou seja, o tratamento a ser realizado
HPV?
( ) Sim
( ) Não
9) Escolaridade ( ) analfabeta ( ) 1º grau Incompleto ( ) 1º Grau Completo
( ) 2º Grau Completo ( ) 3ª Grau Completo
ANEXO II
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa, intitulada: Prevenção do câncer
do colo do útero na Estratégia da Família II em Porto Murtinho/MS:análise de conhecimento
das mulheres com idade de 25 a 59 anos sobre a prevenção do câncer de colo uterino e
tratamento do HPV. Você precisa decidir se quer participar ou não. Por favor, não se apresse
em tomar a decisão. Leia cuidadosamente o que se segue e pergunte ao responsável pelo
estudo qualquer dúvida que você tiver.
Este estudo está sendo conduzido pela acadêmica do curso de Especialização em
Saúde da Família.
Se você concordar em participar do estudo, seu nome e identidade serão mantidos em
sigilo.
Sua participação é voluntária. Você pode escolher não fazer parte do estudo ou pode
desistir a qualquer momento. Você receberá uma via assinada deste termo de consentimento.
Por participar da pesquisa você não obterá qualquer benefício direto, mas espera-se
que a partir dos achados da pesquisa, esta possa melhorar a qualidade de vida do adolescente.
Conto com a sua colaboração.
Declaro que li e entendi este formulário de consentimento, todas as minhas duvidas
foram esclarecidas e concordo em tomar parte neste estudo
Local: ---------------------------------------------Data: ----/-----/----
-------------------------------------Assinatura da voluntária
--------------------------------Assinatura da pesquisadora
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