PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS LGN 5799 – Seminários em Genética e Melhoramento de Plantas Departamento de Genética Avenida Pádua Dias, 11 - Caixa Postal 83, CEP: 13400-970 - Piracicaba - SP http://www.genetica.esalq.usp.br/semina.php Controle genético e epigenético da expressão nucleolar Mestranda: Maria Cecília Perantoni Fuchs Orientador: Dr. Mateus Mondin O nucléolo é um compartimento nuclear, não delimitado por membrana, responsável pela biogênese das subunidades ribossomais. A organização espacial das estruturas nucleolares, semelhantes a uma linha de produção, permite que a síntese ribossomal ocorra numa cascata de eventos a partir do centro fibrilar em direção ao componente fibrilar denso e, finalmente, terminando no componente granular. O nucléolo é dissociado durante a mitose, sendo reorganizado a partir da anáfase ou telófase. A parada no processo de transcrição dos genes de rRNA e da síntese ribossomal marca o início da fase de dissociação. Nessa etapa ocorre a dispersão dos componentes nucleolares, tais como proteínas nucleolares e prérRNAs, pelo citoplasma , exceto a maquinaria de transcrição que permanece ancorada à região organizadora do nucléolo (RON). Na nucleologênese ocorre o redirecionamento dos componentes nucleolares e a ativação da transcrição dos genes de rRNA. Acredita-se que a ativação da transcrição dos genes de rRNA (18S-5.8S-26S) seja o principal responsável pelo início dos processos de nucleogênese e manutenção do nucléolo. A transcrição dos genes ribossomais, realizada pela RNA polimerase I, é controlada geneticamente e/ou epigeneticamente. O principal mecanismo de controle genético envolve o ajuste no número de genes ativos e da sua taxa de transcrição. Apenas uma fração de aproximadamente 50% dos milhares de genes de rRNAs 18s-5.8S-25 ou 26S, dispostos em tandem, serão transcritos. A quantidade de genes ativos é diretamente proporcional à demanda de proteínas nos diferentes tipos celulares e uma vez estabelecido o número de genes de rRNA ativos, a célula eucariota regulará os níveis de rRNAs por alterações nas taxas de transcrição. Essas alterações são estimuladas, principalmente, por estresses e crescimento celular. O controle epigenético da expressão gênica ocorre sem que haja modificações nas seqüências do DNA. Modificações covalentes reversíveis podem ocorrer nos nucleotídeos e nas extremidades N-terminais das histonas, levando ao remodelamento da cromatina. As principais modificações covalentes são as metilações e acetilações das histonas e metilações de citosinas do DNA. As modificações das lisinas e/ou argininas da extremidade N-terminal das histonas H3 e H4, estão envolvidas diretamente no controle da atividade gênica por remodelamento da cromatina. Cada um destes aminoácidos pode receber um, dois ou três grupos metil através da enzima histona metiltransferase (HMTase). O efeito na cromatina é dependente do tipo de metilação (mono, di ou tri) e de qual aminoácido sofreu a modificação. A metilação pode tanto compactar a cromatina, impedindo a transcrição, quanto pode descompactá-la, permitindo a atividade gênica. Lawrence et al. (2004) demonstraram em Arabidopsis, que a trimetilação da lisina 4 da histona H3 está correlacionada com a transcrição gênica, enquanto a dimetilação da lisina 9 da histona H3 está correlacionada com o silenciamento gênico. A descompactação da cromatina e conseqüente atividade gênica dependem da acetilação das histonas através da enzima histona acetiltransferase (HAT), enquanto o estado compactado (heterocromático), e conseqüente inativação gênica, ocorre com a remoção dos grupos acetil pela enzima histona desacetilase (HDAC). A metilação de citosinas é catalizada pelas enzimas metiltransferases que transferem um grupo metil para a posição 5 do anel pirimidínico da citosina do DNA. A metilação em sítios específicos do DNA sinaliza para a ligação de proteínas específicas e estas impedem a ligação dos fatores de transcrição às seqüências de DNA metilado, ou interagem com os complexos protéicos com atividade HDAC, promovendo a compactação da cromatina. A dominância nucleolar é um fenômeno no qual a expressão gênica de uma RON é totalmente, ou parcialmente, suprimida pela expressão gênica de outra RON. Este silenciamento em larga escala, através de modificações genéticas e epigenéticas, permite uma regulação na dosagem dos genes de rRNA que serão transcritos. Portanto, o entendimento da dominância nucleolar é importante para a compreensão de como o remodelamento da cromatina está envolvida na expressão geral dos genes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Fuchs, J.; Demidov, D.; Houben, A.; Schubert, I. 2006. 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