Edição 66 | Ano XII | março/abril 2016 PRIMEIROS PASSOS ENVELHECER SAUDÁVEL Alimentos e exercícios podem contribuir para diminuir os sintomas da menopausa Brincadeiras de infância desenvolvem habilidades motoras e socializam VIDA SAUDÁVEL Ter um jardim em casa e cuidar das plantas pode fazer muito bem à saúde EQUILÍBRIO Transtorno do pânico causa medos irracionais e atinge principalmente os jovens NOVO NÚCLEO REÚNE TERAPIAS INTEGRATIVAS EDITORIAL Coordenação geral Diretor-presidente Fernando Fornias Diretor vice-presidente Ronaldo Kalaf Edição e coordenação Adenilde Bringel (Mtb 16.649) Reportagem Elessandra Asevedo Fotos Ilton Barbosa e Pager Tecnologia Editoração Eletrônica Companhia de Imprensa Estagiário Vitor Gitti Projeto gráfico e Produção editorial Companhia de Imprensa Divisão Publicações - (11-4432-4000) Central de Agendamento Consultas e exames (Exceto exames especiais) (11) 4336-9777 ou pelo site www.santahelenasaude.com.br SAC 24 Horas Informações, dúvidas, reclamações, orientações sobre suspensão ou cancelamento – 0800-191817 Ouvidoria e Fale Conosco www.santahelenasaude.com.br Para garantir uma saúde integral A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como ‘o completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de enfermidade’. Este conceito deixa claro que, além de ter um corpo saudável e acesso a um bom atendimento médicohospitalar­,­­cada um de nós precisa estar com a mente saudavel, ter bons momentos de lazer e procurar conviver de forma harmoniosa com familiares, colegas de trabalho, amigos, vizinhos e toda a sociedade. Quando pensamos em uma situação de saúde ideal, portanto, temos de dar atenção ao indivíduo como um todo. E este é exatamente o princípio do mais novo setor criado na Santa Helena, que é destaque nesta edição. O Núcleo de Terapias Integrativas reúne médicos, enfermeiras, fisioterapeutas, massoterapeuta, nutricionista, acupunturistas, osteopata e assistente social em um trabalho que tem por objetivo assistir o paciente integralmente e, principalmente, ajudá-lo a perceber que a sua saúde depende essencialmente de atitudes saudáveis e estilo de vida. Esta iniciativa da Santa Helena vai ao encontro daquilo que sempre acreditamos: o ambiente colabora para o bem-estar e para diminuir as angústias de quem está enfrentando dores no corpo e na alma. Por esse motivo, há muitos anos temos procurado criar ambientes agradáveis nas unidades de atendimento e hospitais, de forma a oferecer conforto a pacientes e familiares e, assim, minimizar o seu desconforto físico e emocional. Fernando Fornias Diretor-presidente ÍNDICE 4 Em Pauta 6 Choque elétrico 6 Primeiros Passos Saudável 7 Envelhecer 7 Equilíbrio 8 Vida Saudável Santa Helena cria Núcleo de Terapias Integrativas Acidentes com eletricidade tiram vidas de crianças Brincadeiras colaboram para o desenvolvimento Exercícios ajudam nos sintomas da menopausa Cuidar de plantas faz bem à saúde em qualquer idade 2 Santa Helena Saúde Transtorno do pânico atinge mais os jovens março/abril de 2016 EMPRESA EMPRESA Terceirizar para melhorar Empresa de São Bernardo do Campo oferece serviços com qualidade e profissionalismo A terceirização é uma realidade mundial que tem como objetivo ganhos de qualidade, eficiência, produtividade e competitividade. Localizada em São Bernardo do Campo, a Fernandes & Fernandes oferece ao mercado um portfólio­de serviços terceirizados que inclui limpeza e conservação, portaria e recepção, limpeza hospitalar, manutenção e zeladoria. A empresa dispõe, ainda, de frota de veículos personalizada e equipamentos de primeira linha e, para garantir qualidade e eficiência nos serviços, a equipe de colaboradores passa por cursos de qualificação e treinamentos operacionais e comportamentais. A equipe é formada por supervisores, gestores e coordenadores, que acompanham pessoalmente todos os postos de serviços, além de enfermeira técnica e administradores. “Como o trabalho depende dos colaboradores, a captação de recursos humanos é feita por meio de uma seleção criteriosa, com en- Paulo Tarso e Vanessa Pina colaboram para oferecer o melhor em terceirização trevista pessoal, testes e avaliações com psicólogos e gestores operacionais”, afirma o diretor comercial da empresa, Paulo Tarso. Na lista de clientes da Fernandes & Fernandes estão hospitais, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA), condomínios e indústrias lo­ calizados em diferentes cidades do Estado de São Paulo. “Como é um mercado extremamente compe­ ti­­ tivo, buscamos cada vez mais evoluir, agregando valores aos nossos serviços”,­acentua o diretor.­O esforço­da equipe­garantiu­a abertura e expansão­de uma nova uni- dade, na cidade de Embu das Artes, em 2013. BEM-ESTAR COLETIVO A sede e a filial da empresa somam aproximadamente 400 funcio­ nários e, desses, os 210 da unidade São Bernardo do Campo são beneficiários da Santa Helena. “A parceria existe desde agosto de 2012 e temos cobertura para 280 vidas, entre cola­bo­radores e dependentes. Sempre recebemos informações positivas dos beneficiários em relação ao atendimento da Santa Helena”, acrescenta a analista de RH da empresa, Vanessa Pina. BENEFICIÁRIOS Atenção com uma pequena paciente Q uando a filha da assistente ad­ ministrativa Elisangela Braz nas­ ceu, em maio de 2013, foi diag­ nosticada com Persistência do Canal­ Arterial (PCA), cardiopatia congênita que ocorre quando um vaso sanguíneo temporário, chamado de canal arterial, não se fecha logo após o nascimento. Para acompanhar a saúde da pequena Fernanda Sophia, a mãe fez o convênio da Santa Helena e, durante dois anos, a menina realizou exames periódicos de acompanhamento. No entanto, recen­ temente foi constatado que o coração ha­via crescido e a pressão pulmonar au­ mentado e, por isso, a médica cardiope­ diatra Halide Casaca Nobre indicou uma cirurgia de fechamento do canal arterial. O procedimento cirúrgico ocorreu dia 12 de janeiro e, no total, foram 11 dias­de internação, sendo três na unida­de­de te­ rapia intensiva (UTI). A mãe de Fer­nanda Sophia conta que foi um período muito desgastante e difícil. “Ver mi­­nha filha en­ tubada e com drenos abalou muito toda a família. No­entanto, a atenção que ela recebeu no­Hospital e Maternidade San­ ta Helena foi­­importante para amenizar o episódio. Nos­­trataram bem e acredito que sejam as­sim com todos os pacien­ tes e familiares”, assegura.­ A pequena paciente ainda está rece­ bendo cuidados­pós­-operatórios, por par­te da Santa He­le­­na,­­­­ e o suporte para ter uma ótima re­cu­­peração, o que­faz com­que a mãe se sinta amparada e reco­men­de o convênio.­“Não tenho pla­ no de saú­­de porque estou­sem em­prego fixo, mas­­também que­ro­fazer par­te da Santa He­lena”, acentua.­ Elisangela Braz e sua filha Fernanda Sophia EM PAUTA Terapias integrativas para uma saúd Novo núcleo oferece atividades que ajudam pacientes a entender que o ambiente e o estilo de vida ajudam na cura de doenças nesses três núcleos é que fazem o encami­ nhamento dos pacientes para o novo espaço. “O público­ alvo­são aqueles beneficiários que costumam­passar por vários especialistas nos ambulatórios e que desejam um acompanhamento contínuo por uma equipe que possa assisti-los como um todo, além de Medicina Integrativa é uma pacientes que recorrem ao pronto abordagem médica orienta­ atendimento com queixas de do­ da pela cura, cujo foco é res, problemas gastro­ intestinais, o cuidado do paciente como um bre­ peso, dor crônica, insônia e todo, englobando corpo, mente,­ so­ crises de ansiedade”, explica o méespírito e estilo de vida. Entre as dico Fernando Campos Barbosa, suas diretrizes estão a prática de gestor dos Núcleos e Terapias da atividade física, terapias corporais, Santa Helena. redução do estresse e mudanças Ao chegar ao novo núcleo, o bena alimentação. Com essa visão, a neficiário passará pelo ambulatório Santa Helena iniciou, em março, as de Clínica Geral – que contempla a atividades do Núcleo de Terapias Medicina da Família –, cujo atendiIntegrativas, que oferece serviços mento inicial é feito por duas enferque ajudarão os pacientes a atuar meiras que apresentam o programa, na base dos seus problemas e enverificam prontuário e avaliam o pacontrar respostas pa­ra o que estão ciente sob o diagnóstico clínico de sentindo. Enfermagem. Nesta etapa, os paO Núcleo de Terapias Integraticientes passarão por exame físico vas agrega os núcleos da Dor, de completo, com controle da pressão Ortopedia Geral e de Clínica Médi­ arterial e aferição abdominal, além ca, e os médicos que atendem A A fisioterapia, aplicada por Rodrigo Martins Tadine, faz parte do novo serviço da Santa Helena 4 Santa Helena Saúde jul/ago de 2015 O médico Fernando C. Barbosa é o gestor de acolhimento com perguntas sobre estilo de vida, história, cultura e hábitos, queixas e sintomas. “Essa anamnese inicial objetiva definir se o paciente está dentro do perfil atendido pelo Núcleo de Terapias Integrativas. A consulta é finalizada pelo médico para orientações, receitas, exames laboratoriais, se necessário, e os devidos encaminhamentos”, acrescenta o gestor. de integral Esses encaminhamentos são referenciados pelo médico segundo a necessidade clínica de cada beneficiário. Para atender os pacientes, o núcleo é composto por médicos, enfermeiras, fisioterapeutas,­ massoterapeuta, nutricionista, acupunturistas, osteopata e assistente social. Para tirar as mais diversas dúvidas dos beneficiários, como re­ sultados de exames, procedimentos adotados e orientações de saúde, em breve será iniciado o Ambulatório de Enfermagem Clínica, com consultas agendadas pós­ monitoramento. NOVA VISÃO No Núcleo de Terapias Integrativas, o beneficiário terá atendimento personalizado e será orientado para entender que ter saúde não significa apenas estar livre de doenças. O médico Fernando Campos Barbosa­acentua que há um universo de fatores que desencadeiam sinais e sintomas de enfermidades, como má nutrição, má postura, falta­de exercício, poucas horas de sono e de relaxamento e estresse emocional. Essa orientação será promo­vida por meio da orientação da equipe multidisciplinar e das atividades que integram o espaço. “Com fisioterapia, massagens e reequilíbrio somatoemocional, por exemplo, percebe-se a importância do movimento corporal e da postura”, acrescenta. O médico Fabio Gonzales, responsável pelo Núcleo de Clínica Geral/Medicina da Família, ressalta a importância da participação do pa­ ciente no sucesso da terapia. “Para o paciente melhorar, algumas atitudes devem ser mudadas. Por isso, oferecemos grupos de psico­ logia, ioga e meditação. E, nos casos em que há desequilíbrio, conflitos familiares e questões sociais que podem contribuir para o adoecimento e dificultar o processo de melhora clínica, encaminharemos ao atendimento do serviço social. O manejo do estresse, o ajuste dos ritmos biológicos e a nutrição também­criam um ambiente propício para a cura”, enfatiza. Atividades disponíveis Fisioterapia – Por meio de exercícios­ terapêuticos e agentes físicos (eletro­ termofototerapia), trata, previne e re­ cu­­pera a funcionalidade de pacientes. Ioga – Combinando exercícios físicos e técnicas de respiração, trabalha­os músculos e a mente.­ Acupuntura – A terapia milenar de origem chinesa consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo, que correspondem ao local que deve ser tratado, ou no meridia­ no correspondente à doença. Meditação – Visa o aumento de consciência dos pensamentos, pala­ vras, atos, emoções e sentimentos, melhorando a atenção, a concentra­ ção, a ansiedade e o estresse. Massoterapia – Aplica técnicas de massagem com finalidade terapêuti­ ca e de relaxamento, aliviando sinto­ mas de estresse e ansiedade, e ge­ rando bem-estar. Terapias manuais (automassagem) – Melhora a percepção da consciência corporal, ativa as ques­ tões sensoriais, promovendo o alívio de tensões e dores, e melhora a cir­ culação sanguínea. Reequilíbrio somatoemocional­ – Método de fisioterapia com capaci­ dade de tratar alterações e distúrbios sensoriais, bem como perda da cons­ ciência corporal do paciente. Colabo­ ra com a diminuição da depressão, da fibromialgia, das dores crônicas e das alterações da imagem corporal. Grupos de Psicologia – Espaço no qual os pacientes expõem dilemas e questionamentos sobre o sentido da vida e onde são acolhidos, trazendo ao grupo assistido sempre a temáti­ ca da saúde. A troca de informações se faz necessária entre os beneficiá­ rios envolvidos para o autoprocesso pessoal, auxiliando o bem-estar indi­ vidual e coletivo. Todo o processo é acompanhado pelo psicólogo. O médico Fabio Gonzales tem ajuda de enfermeiras para o atendimento dos pacientes março/abril de 2016 5 CURTAS PRIMEIROS PASSOS Criança tem de brincar Muito mais que entretenimento, as brincadeiras infantis ajudam no desenvolvimento intelectual e físico da garotada A lém de socializar e movimentar a criançada, as brincadeiras típicas da infância, como esconde-esconde, amareli­ nha e pega-pega, pular corda e andar de bicicleta, assim como os jogos de tabuleiro, são fundamentais para o desenvolvimento, pois estimulam­o sistema neurológico e motor, aju­dam a manter a saúde física e preparam os pequenos para situações que terão de enfrentar ao longo da vida, como planejamento e liderança. O ato de brincar também estimula a intelectualidade, uma vez­que possibilita testar, de forma segura, situações e hipóteses que serão usadas em outras fases da vida; e ajuda na criação de novas conexões cerebrais e, consequente­mente, no desenvolvimento neurológico. O pediatra Valmir Martins, coordenador da Pediatria da Santa Helena, afirma que quanto mais a criança é estimulada, mais a inteligência será desenvolvida, pois cerca de 30% das aptidões nascem com o indivíduo e até 70% são adquiri­das. “As brincadeiras e estímulos devem começar com os bebês por meio de móbiles, música clássica e pequenos brinquedos”, orienta. Os jogos coletivos são importan­ jul/ago de 2015 O pediatra Valmir Martins dá orientações tes para que a criança saia do seu universo particular e melhore a interação social. E, como as brincadeiras têm regras, quem participa aprende sobre hierarquia, como atingir objetivos, cooperar e trabalhar com o sucesso e a perda. Já os jogos de tabuleiro auxiliam na estimulação cognitiva, no raciocínio, no planejamento, na coordenação de ideias e até mesmo na paciência. As brincadeiras de criança auxiliam, ainda, na manutenção ou perda de peso de forma divertida, fator importante para manter a qualidade de vida e a saúde. Perigo em casa A Associação Brasileira de Cons­cientização para os Pe­ ri­gos da Eletricidade (Abraco­ pel) informa que os acidentes com eletricidade vitimaram 32 crianças de até 5 anos no ano passado, um au­ mento de mais de 50% em relação ao registrado em 2014. Do total, quatro óbitos ocorreram fora de casa, com fio partido na rua e contato com poste ou grade metálica. As outras 28 ocor­ rências aconteceram dentro de casa, o que aumenta a necessidade de os pais e responsáveis pelas crianças es­ tarem ainda mais atentos em relação a tomadas sem proteção, fios desen­ capados, benjamins e eletrodomésti­ cos, como ventiladores, geladeiras e máquinas de lavar, devido à fuga de corrente desses aparelhos. Siga as di­ cas abaixo para manter a casa segura. Em caso de tempestade, desligue e retire ele­­tro­­­­eletrônicos da tomada; Utilize protetores de tomadas para evitar choques elétricos; Utilize o novo padrão de tomada que fica embutida; Antes de trocar as lâmpadas, desli­ gue o disjuntor; Instale tomadas a uma distância mí­ nima de 60cm de boxe ou banheira; Nunca use aparelhos elétricos perto da pia, banheira ou lugares úmidos; Desligue o chuveiro antes de trocar a chave da temperatura; Evite o uso de muitos benjamins. Se necessário, instale novas tomadas, redimensionando a rede, para evitar sobrecarga; Use tomadas com proteção contra­ água nas áreas exter­nas­;­ Renove as instalações elétricas a cada 10 anos. ENVELHECER SAUDÁVEL Aliados da menopausa Atividade física e alimentação ajudam a amenizar os sintomas A menopausa surge, normalmente, após os 50 anos de idade na vida das mulheres e é caracterizada por diferentes sintomas, como fogachos, fadiga, alte­ ração no sono e no humor, dores pelo corpo, alteração urogenital e até mesmo depressão. O tratamento envolve o uso de terapia hormonal, medicamentos não hormonais ou fitoterápicos, de acordo com a indicação médica e com o perfil da pacien- A médica Renata Weltman: alternativas te. No entanto, também é importante ter um estilo de vida saudável para diminuir os desconfortos e melhorar a qualidade de vida neste período. Segundo a médica ginecologista Renata Weltman, da Santa Helena, os exercícios físicos constantes colaboram para afastar algumas sensa­ ções causadas pela menopausa. Entre as atividades indicadas estão exercícios aeróbicos, como caminhada e corrida, ioga e até meditação. “A prática regular dessas atividades colabora para o aumento dos neurotransmissores que atuam no centro termorregulador do hipotálamo, melhorando as ondas de calor. Os efeitos benéficos são sentidos em médio e longo prazo, por isso, é importante manter a prática como rotina”, explica. Alguns estudos também indicam que a acupuntura ajuda a minimizar os sintomas típicos da menopausa. Outro aliado neste período é a dieta, que deve ter aumento no consumo de soja, porque o grão contém isoflavonas, composto semelhante­ ao estrogênio ovariano. “Grãos e ce- reais como lentilha, feijão e linhaça­ também são indicados, pois têm estrutura semelhante ao estrogênio 17 betaestradiol. Também sugiro ingerir diariamente chá de folhas de amora e evitar os alimentos quentes e apimentados, que aumentam o calor corporal”, orienta a ginecologista. Para diminuir a sensação de calor, o ideal é vestir roupas leves, consumir bebidas frias, manter o ambiente sempre arejado e evitar o excesso de peso. EQUILÍBRIO Transtorno do pânico tem tratamento E m situações que remetem ao peri­ go, o organismo tem uma descar­ ga momentânea de adrenalina que não traz maiores consequências para a saúde. No entanto, no caso do transtorno do pânico, a liberação exces­ siva de adrenalina causa sintomas co­ mo mal-estar, sudorese, tremores, fal­ A psiquiatra Renata Camacho informa sobre o problema 7 ta de ar, dor no peito, palpitações, náuseas, tonturas, formigamentos e calafrios, com crises que duram em média 15 minutos. A enfermidade­ acomete jovens entre 20 e 40 anos e atinge de 2% a 4% da população – as mulheres são de duas a três ve­ zes mais propensas a desenvolver o problema que os homens. No casos mais graves, o transtorno pode levar­ a um sério comprometimento da vida social e profissional. “Os sintomas fazem o indivíduo acreditar que está tendo um ataque cardíaco, mas, ao procurar atendi­ mento médico, os exames não com­ provam esse diagnóstico. Na consul­ ta com o psiquiatra, o médico pode identificar os sinais e os sintomas du­ rante a consulta e propor o tratamento indicado”, acentua a psiquiatra Rena­ ta Camacho, coordenadora do setor de Saúde Mental da Santa Hele­ na. A médica explica que é uma doença crônica e que o paciente precisa ter um cuidado perma­ nente para não desencadear as crises. Embora o tratamento seja indivi­dualizado, em geral consiste de uso de medica­ mentos e sessões de psico­ terapia. Estudos compro­ vam que ativida­des físicas, alimentação equilibrada e momentos de lazer e relaxamento colaboram para a diminuição da ansiedade e depressão e, consequentemente,­ di­ mi­ nuem o risco de desenvolver trans­ torno do pânico. VIDA SAUDÁVEL Plantas como auxiliar na saúde Horticultura terapêutica também colabora com idosos e indivíduos com problemas cognitivos Q uem cuida de uma horta com diferentes alimentos ou de um jardim repleto de plantas e flores já sabe que o hobby proporciona bem-estar e deixa o ambiente da casa muito mais agradável. No entanto, o contato direto com a natureza e a atenção diária necessária com a horta e o jardim também contribuem para a saúde mental. Além de ser excelente para qualquer indivíduo, a prática é indicada como terapia ou complemento ao tratamento de pacientes com diagnóstico de doenças cognitivas. O uso da jardinagem por pacientes é chamado de horticultura terapêutica, pois o cultivo de plantas é utilizado para promover melhoras na saúde por meio da mente, do estado de espírito, do tato e até do olfato, quando se trata de horta de ervas aromáticas, como salsinha e hortelã. “Ao cuidar de um jardim ou de uma horta, as pessoas ganham uma nova ocupação e tiram o foco 8 Santa Helena Saúde de seus problemas. Além disso, o contato com as plantas colabora para que saiam de dentro de casa, da frente da televisão ou da cama e tenham contato com a luz solar e o ar fresco”, destaca a terapeuta ocupacional Gláucia Fernandes Scalice, da Santa Helena. A técnica terapêutica era usada,­ muitos anos atrás, apenas em hospitais psiquiátricos, como forma de ocupar o tempo dos pacientes. Entretanto, os benefícios gerados fizeram com que o cuidado com as plantas também se tornasse um complemento ao tratamento de pacientes com comprometimento cognitivo, bem como uma forma de terapia para indivíduos de todas as idades. Atualmente, a horticultura terapêutica é usada em clínicas de reabilitação física, prisões e como auxiliar no tratamento mental de pessoas com deficiências e dependentes químicos. A atividade terapêutica também­ jul/ago de 2015 Gláucia F. Scalice confirma os benefícios faz parte da Santa Helena e é indicada como complemento ao tratamento médico para pacientes do setor de Geriatria ou com comprometimento cognitivo, como depressão, doença de Parkinson e Alzheimer. A terapeuta ressalta que a horticultura terapêutica pode ser feita por pessoas de todas as idades. “Os responsáveis são orientados a deixar os pacientes realizarem o trabalho de jardinagem sozinhos, apenas com supervisão para que não ocorram acidentes. A independência é importante para o trabalho fazer efeito”, acentua. Gláucia Fernandes Scalice explica que os pacientes que precisam permanecer sentados aprendem a colocar o vaso de planta ou da horta em cima de uma mesa para facilitar o trabalho manual. Ao acompanhar diariamente­a evolução ou o florescimen­to da planta pela qual é responsável, o paciente percebe que a sua atuação é importante. “E, quando a terapia é feita em grupos, o trabalho em equipe colabora para a interação e convivência entre os participantes, que aprendem a dividir o espaço e o trabalho disponíveis”, complementa.