Jaqueline Soares de Brito e Marceane Lima Pereira de

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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Enfermagem
Trabalho de Conclusão de Curso
ESTUDO
ESTUDO DE
DE CASO:
CASO: FATORES
FATORES QUE
QUE INFLUENCIAM
INFLUENCIAM NA
NA
LONGEVIDADE
LONGEVIDADE DE
DE UMA
UMA IDOSA
IDOSA PORTADORA
PORTADORA DE
DE DEMÊNCIA
DEMÊNCIA
EM
EM FASE
FASE AVANÇADA
AVANÇADA NA
NA VISÃO
VISÃO DA
DA CUIDADORA.
CUIDADORA.
Autoras:
Autoras: Jaqueline
Jaqueline S.
S. de
de Brito
Brito e
e Marceane
Marceane L.
L. P.
P. de
de Medeiros
Medeiros
Orientadora:
Orientadora: Profª
Profª MSc.
MSc. Neuza
Neuza Moreira
Moreira de
de Matos
Matos
Brasília
Brasília -- DF
DF
2010
2010
JAQUELINE SOARES DE BRITO E MARCEANE LIMA PEREIRA DE MEDEIROS
ESTUDO DE CASO: FATORES QUE INFLUENCIAM NA LONGEVIDADE DE
UMA IDOSA PORTADORA DE DEMÊNCIA EM FASE AVANÇADA NA VISÃO DA
CUIDADORA.
Monografia apresentada no curso de
graduação em Enfermagem da Universidade
Católica de Brasília, como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem.
Orientadora: Profª MSc. Neuza Moreira de
Matos
Brasília
2010
AGRADECIMENTO
Agradecemos a Deus, infinitamente, pelas oportunidades de realizar os nossos sonhos. Às
nossas mães, a quem rendemos todas as nossas homenagens. A nossa orientadora Profª MSc.
Neuza Moreira de Matos, pela orientação experiente e competente, adoradora de seu trabalho
que tanto nos incentivou na realização deste, os nossos sinceros agradecimentos e gratidão.
Estendemos os mesmos sentimentos a todos os professores do Curso de Enfermagem que
contribuíram na nossa formação pessoal e no nosso crescimento profissional. E mais do que
tudo, a cuidadora Rosilda, pois foi a base do desenvolvimento deste trabalho.
RESUMO
A demência afeta a maioria dos idosos do mundo. A importância do cuidador notado pela
literatura foi confirmada no presente estudo de caso, mostrando que a relação entre o cuidador
familiar e o idoso dependente influencia na qualidade do cuidado, gerando benefícios ou
grandes dificuldades. Para a realização desta pesquisa, adotou-se o estudo qualitativo e
exploratório, do tipo estudo de caso, com uma idosa portadora de demência em fase avançada.
O objetivo geral foi verificar quais os fatores que influenciam na longevidade de uma idosa
com demência em fase avançada na visão da cuidadora, levantar o histórico de enfermagem,
potenciais problemas, possíveis diagnósticos de enfermagem baseado no NANDA (20092011) e elaborar uma proposta de Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE). O
instrumento utilizado foi um roteiro de entrevista com questões estruturadas para a cuidadora
responder. O estudo de caso tratou de uma idosa de 92 anos, dependente e acamada há 7 anos
e com histórico prévio de 2 acidentes vasculares encefálicos e hipertensão arterial, tendo
diagnóstico de possível demência vascular. A idosa é cuidada por sua filha (cuidadora
principal familiar). Este estudo possibilitou o levantamento de 20 potenciais problemas, 59
possíveis Diagnósticos de Enfermagem e 20 Planos de Cuidados de Enfermagem, com
diversas propostas de intervenções para a fase avançada da demência em idoso, sendo,
portanto, uma ferramenta no suporte para a enfermeira, no auxílio ao cuidador ou ao grupo de
apoio, através da educação em saúde e de consultas de enfermagem, a fim de melhor cuidar
das condições atuais, prevenir complicações futuras e favorecer maior longevidade ao idoso,
com qualidade, competência técnica e científica. A dedicação e o carinho da cuidadora na
realização do cuidado, ou seja, a qualidade e excelência dessa assistência prestada foram as
condições que mais influenciaram na longevidade da idosa com demência na fase avançada,
além da história de longevidade da família e a participação da cuidadora em grupo de apoio a
cuidadores de idosos com demência de uma Unidade de Saúde do Distrito Federal.
Palavras-chave: Idoso. Demência. Sistematização da Assistência de Enfermagem.
ABSTRACT
Dementia affects the most of the elderly people in the world. The importance of the caregiver
noticed by the literature was confirmed in this case study, showing that the relation between
the familiar caregiver and the dependent elderly influences on quality of care, generating
benefits or difficulties. To accomplish this research was adopted a qualitative and exploratory
study, a case study type, with an elderly woman suffering from dementia in advanced stage.
The general goals were: to check the facts that influence the longevity of the elderly woman
with dementia in advanced stage in the vision of the caregiver, to collect facts from the
Nursing Historical, potential problems possible diagnosis of based on NANDA (2009-2011),
and to prepare a proposal for the Systematization of Nursing Care (SNC). The tool used was a
guide of interviews with structured questions for the caregiver. The case study analize the
conditions of an elderly woman of 92 years, dependent and bedridden for 7 years and with a
prior historical of 2 Cerebrovascular Accident and Hypertension. Having possible diagnosis
of vascular dementia. The elderly woman is cared by her daughter (the principal familiar
caregiver.). This study enabled the assessment of 20 potential problems, 59 possibles Nursing
Diagnosis and 20 Nursing Care Plans, with various proposals interventions for the advanced
stage of dementia in elderly people, and therefore, a tool in support for the nurse in assistance
to the caregiver or to the support group, through health education and nursing consulting, in
order to care, in a better way of current conditions, to prevent future complications and
promote a major longevity to the elder with quality and technical-scientific competence. The
dedication and care given by the caregiver, the quality and the excellence of this assistance
were the conditions that most influenced the longevity of the elderly woman with dementia in
advanced stage, beyond the longevity history of the elderly woman family and the
involvement of the caregiver in support group for caregivers of elderly patients with dementia
of a Health Unit of the Federal District.
Keywords: Elderly. Dementia. Nursing Care Systematization.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 08
1.1 – OBJETIVOS .......................................................................................................... 10
1.1.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 10
1.1.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 10
1.2 – JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11
1.3 – METODOLOGIA .................................................................................................. 12
1.3.1 – Classificação da pesquisa ................................................................................ 12
1.3.2 – Sujeito da pesquisa ........................................................................................... 13
1.3.3 – Local................................................................................................................... 13
1.3.4 – Coleta de dados ................................................................................................. 13
1.3.5 – Aspectos éticos .................................................................................................. 13
1.3.6 – Análise dos dados .............................................................................................. 14
2 REFERCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 15
2.1 – ASPECTOS GERAIS DA DEMÊNCIA ............................................................... 15
2.1.1 – Demência de Creutzfeldt-Jacob ...................................................................... 17
2.1.2 – Demências Fronto-temporais (incluindo doença de Pick) ............................ 17
2.1.3 – Demência de Huntington ................................................................................. 17
2.1.4 – Doença de Parkinson ........................................................................................ 18
2.1.5 – Hidrocefalia de pressão normal....................................................................... 18
2.1.6 – Doença de Wilson ............................................................................................. 18
2.2 – DOENÇA DE ALZHEIMER ................................................................................ 19
2.3 – DEMÊNCIA VASCULAR ................................................................................... 23
2.4 – VISÃO GERAL DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM
DEMÊNCIA ................................................................................................................... 26
2.5 – LONGEVIDADE.................................................................................................. 30
3 PROBLEMA DA PESQUISA .................................................................................. 33
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................... 34
4.1 – HISTÓRICO DE ENFERMAGEM ...................................................................... 34
4.1.1 – Identificação ...................................................................................................... 34
4.1.2 – Queixa Principal ............................................................................................... 34
4.1.3 – História da doença atual .................................................................................. 34
4.1.4 – Histórico de Saúde ............................................................................................ 35
4.1.5 – Histórico familiar .............................................................................................. 33
4.1.6 – Histórico de medicamentos .............................................................................. 36
4.1.7 – Histórico de álcool, fumo e drogas .................................................................. 36
4.1.8 – Histórico Social ................................................................................................. 37
4.1.9 – Padrão de vida cotidiana.................................................................................. 37
4.1.10 – Dados Laboratoriais ....................................................................................... 38
4.1.11 – Exame físico .................................................................................................... 39
5 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM E PLANOS DE CUIDADOS PARA
IDOSOS.COM. DEMÊNCIA. EM FASE. AVANÇADA ......................................... 40
6 DISCUSSÃO .............................................................................................................. 95
7 CONCLUSÃO............................................................................................................ 100
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 101
APÊNDICE
Apêndice A – Estudo das Medicações
Apêndice B – Lista de Problemas
Apêndice C – Diagnósticos de Enfermagem segundo o NANDA (2009 - 2011)
ANEXOS
Anexo A – Roteiro de Entrevista (Histórico de Enfermagem e Exame Físico)
Anexo B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Anexo C – Carta de aprovação do Comitê de Ética da Fundação de Ensino e Pesquisa em
Ciências da Saúde (FEPECS)
8
1 INTRODUÇÃO
A expectativa de vida significa, além de ganho na qualidade de vida, também o risco
do indivíduo conviver com doenças crônico-degenerativas, incapacidades e dependência, que
se vão instalando na fase avançada do processo de envelhecimento. As pessoas idosas estão
mais sujeitas a adquirir problemas de saúde, entre os quais, as síndromes demenciais que
fazem parte do grupo de afecções que causam grande impacto na vida familiar e no convívio
social (ARRUDA; ALVAREZ; GONÇALVEZ, 2008; MORALEJO ALONSO; FUERTES
MARTIN, 2004).
Segundo os autores Sá et al. (2005 e 2006, p. 63) e Schafirovits-Morillo e Suemoto
(2010, p. 158), a demência é uma síndrome relacionada a perdas neuronais e danos à estrutura
cerebral. Esse conjunto de sinais e sintomas pode incluir: falha para identificar objetos,
incapacidade de realizar atividades diárias, prejuízo na linguagem; ou seja, prejuízos no
funcionamento das capacidades funcionais e sociais.
Nessa perspectiva, a pessoa com demência vai perdendo sua independência e
autonomia, necessitando assim de um cuidador, que pode ser um membro da família
(cuidador informal ou familiar), ou um cuidador pago ou profissional (cuidador formal);
enfim, alguém que possa intervir para realizar as atividades de vida diária que, antes da
demência, a pessoa realizava por si mesma.
Conforme Martins et al. (2007, p. 255), para fornecer subsídios sobre o cuidar do
idoso e de seu cuidador familiar, é necessário que o profissional de saúde possua
conhecimento sobre as necessidades humanas básicas, bem como os meios para a adaptação e
mudanças que ocorrem ao longo da vida, incluindo fatores sociais, culturais e psicológicos.
Acrescenta-se, ainda, que, no processo do cuidar, não se deve focar apenas a demência, mas
também priorizar a promoção, manutenção e recuperação da saúde integral, respeitando a
limitação do idoso e incentivando a participação do cuidador na assistência, oportunizando
cuidado de qualidade.
A pesquisa realizada neste estudo de caso foi de cunho qualitativo e exploratório. O
objetivo geral foi verificar quais os fatores que influenciam na longevidade de uma idosa com
demência em fase avançada na visão da cuidadora, tendo como objetivos específicos: levantar
o histórico de enfermagem (história de enfermagem e exame físico), a fim de identificar
potenciais problemas apresentados pela idosa na fase avançada da demência; selecionar
possíveis diagnósticos de enfermagem baseado no NANDA (2009-2011), de acordo com os
9
potenciais problemas apresentados pela idosa e cuidadora; e elaborar uma proposta de
Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE) construindo um plano de cuidados de
enfermagem para idosos com demência em fase avançada.
A idosa participante é paciente da Unidade Mista de Taguatinga (UMT-DF). A coleta
de dados foi realizada na própria residência da idosa, sendo utilizado um roteiro de entrevista
que abordava o histórico familiar e de saúde da paciente, além de orientações básicas para
realizar o exame físico. A cuidadora assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
sendo informada dos objetivos da pesquisa e da liberdade que teria de participar ou desistir,
de responder ou não a qualquer dos questionamentos.
A Unidade Mista de Taguatinga é um centro de referência em Atenção à Saúde do
Idoso. Atualmente, o Programa da Geriatria reúne 1500 pacientes com idade acima dos 60
anos. A Unidade é formada por uma equipe multiprofissional composta de clínicos,
enfermeiros, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social, fonoaudiólogo, terapeuta
ocupacional e técnicos de enfermagem onde desenvolvem atividades, que ajudam a melhorar
a qualidade de vida dos idosos. Cerca de 70 idosos participam de atividades como:
automassagem, ginástica, alongamento, dança sênior, capoterapia, oficinas de estimulação da
memória, oficinas de atividades manuais, grupos de educação em saúde para idosos e
cuidadores, grupo de terapia comunitária para idoso com depressão, ambulatórios de
prevenção de quedas e enfermeiros para feridas e sondagens (DUARTE, 2009).
10
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
Verificar quais os fatores que influenciam na longevidade de uma idosa com demência
em fase avançada na visão da cuidadora.
1.1.2 Objetivos específicos
- Levantar o histórico de enfermagem (história de enfermagem e exame físico), para
identificar potenciais problemas apresentados pela idosa na fase avançada da
demência.
- Selecionar possíveis diagnósticos de enfermagem baseado no NANDA (2009-2011),
de acordo com os potenciais problemas apresentados pela idosa e pela cuidadora.
- Elaborar uma proposta de Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE),
construindo um plano de cuidados de enfermagem para idosos com demência em fase
avançada.
11
1.2 JUSTIFICATIVA
As síndromes demenciais são identificadas com a presença do declínio progressivo na
função cognitiva, principalmente, a perda de memória e interferência nas atividades diárias
(MANFRIM e SCHMIDT, 2006; MARMORATO et al., 2002).
Ao aceitar o conceito de demência como declínio progressivo da função cognitiva e
intelectual em relação à redução da capacidade funcional global de uma pessoa surge a
questão de como avaliar a qualidade de vida do idoso de forma detalhada, através, não
somente, da capacidade de cuidar de si de modo dependente ou independente, mas sim através
da disponibilidade mental de desenvolver tais atividades e entender o sentido das mesmas,
conforme as situações que ocorrem no dia-a-dia e o interesse próprio (ABREU; FORLENZA;
BARROS, 2005).
Sendo assim, verifica-se a importância do papel do cuidador, que desempenha sua
tarefa a partir das situações e dificuldades cotidianas, exigindo que tenha capacitação
adequada para a tomada de decisões e realização de atividades que são de sua
responsabilidade (LUZARDO; GORINI; SILVA, 2006; MAYOR; RIBEIRO; PAÚL, 2009).
Conforme Arruda et al. (2008, p. 340) e Diaz e Banos (2007, p.15), o auxílio da
família é de extremo valor para o desenvolvimento do tratamento e cuidado adequado ao
idoso. Contudo, pelos relatos mencionados por cuidadores, observa-se que há dificuldades na
execução das tarefas do cuidado para os idosos, tanto pelos desgastes físicos, quanto
emocionais a que o cuidador está propenso a adquirir. Por essa razão, os grupos de apoio têm
adquirido um papel essencial de auxílio para esses cuidadores, especialmente, como forma de
acolhimento aos que precisam de ajuda e orientações para enfrentar os problemas originados
pela natureza da atividade de cuidar.
Justifica-se, portanto, a pesquisa com base em um estudo de caso que relata a
sobrevida de uma idosa portadora de demência e que se encontra em fase avançada. O intuito
é analisar os fatores que contribuíram para a longevidade da idosa e os possíveis diagnósticos
de Enfermagem, através do NANDA (2009-2011), que, no futuro, podem auxiliar na
intervenção dos cuidados de outros idosos com quadro semelhante de demência em fase
avançada.
12
1.3 METODOLOGIA
1.3.1 Classificação da pesquisa
Para a realização desta pesquisa, adotou-se o estudo qualitativo e exploratório, do tipo
estudo de caso.
Os estudos qualitativos envolvem a coleta de dados, utilizando técnicas que não
empregam medições através de números, mas envolvem observação não-estruturada,
entrevistas estruturadas, revisão de materiais, discussão em grupo, avaliação de experiências
pessoais, inspeção de histórias de vida, análise semântica e de discursos cotidianos, interação
com grupos ou comunidades e introspecção (SAMPIERI, R.H et al., 2006, p. 10).
A pesquisa exploratória, na qualidade de parte integrante da pesquisa principal, é o
estudo preliminar realizado com a finalidade de melhor adequar o instrumento de medida à
realidade que se pretende conhecer. Uma das características da pesquisa exploratória refere-se
à especificidade das perguntas, o que é feito desde o começo da pesquisa, como única maneira
de abordagem (PIOVESAN e TEMPORINI, 1995, p. 319-321).
De acordo com Pereira (1995, p. 270), o estudo de caso trata de observar um ou
poucos indivíduos com uma mesma doença, a partir da descrição dos respectivos casos, traçar
um perfil das suas principais características. Constitui-se em um verdadeiro inventário do que
acontece genericamente, sob a observação de poucos indivíduos. O relato pode ser apenas
uma simples descrição ou algo mais detalhado, de modo a sugerir explicações sobre aspectos
pouco conhecidos, tais como os fatores que influenciam na etiologia ou no processo de uma
doença, com base em estudo ou não de terapêutica. É, pois, um enfoque qualitativo e
exploratório.
1.3.2 Sujeito da pesquisa
A participante da pesquisa é uma idosa portadora de demência na fase avançada da
doença e sua cuidadora familiar.
13
1.3.3 Local
A coleta de dados foi realizada durante a ida à Unidade Mista de Taguatinga - DF para
consulta médica e de enfermagem, e, quando necessário, na própria residência da idosa.
1.3.4 Coleta de dados
Os dados foram obtidos através de uma entrevista com a cuidadora. A entrevista semiestruturada com questões fechadas e abertas é utilizada na produção de dados relativos às
características individuais: identificação; queixa principal; história da doença atual; histórico
de saúde; histórico familiar (Quais os fatores que influenciam na longevidade da paciente?);
histórico de medicamentos; histórico de álcool, fumo e drogas; histórico social; padrão de
vida cotidiana, dados laboratoriais; exame físico; conhecimento sobre demência; sobre as
orientações recebidas; local onde recebeu as orientações; e se as orientações recebidas sobre
demência ajudaram a cuidar melhor do seu familiar (Anexo A).
1.3.5 Aspectos éticos
A pesquisa baseou-se nos aspectos éticos e seguiu todas as recomendações da
Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, que trata de pesquisas envolvendo seres
humanos. Foram garantidos aos cidadãos envolvidos na pesquisa todos os direitos citados no
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo B). A pesquisa foi, também, aprovada
pelo Comitê de Ética da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS)
mediante Parecer nº 147/10, de 15 de junho de 2010 (Anexo C).
14
1.3.6 Análise dos dados
Serão mostrados os dados coletados em forma de estudo de caso, com apresentação
fidedigna de cada dado coletado e cuidado proposto. Também serão listados os possíveis
diagnósticos de enfermagem, de acordo com a coleta de dados, seguindo o NANDA e
formulado, ainda, um plano de cuidados de enfermagem para idosos com demência em fase
avançada.
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ASPECTOS GERAIS DA DEMÊNCIA
A prevalência das síndromes demenciais aumenta, particularmente, após os 65-75
anos. Como a população de idosos vem crescendo, especialmente na faixa etária acima de 80
anos, tanto nos países desenvolvidos como em países emergentes, a prevalência no mundo
tende aumentar no futuro (PITTELLA, 2006, p. 224).
Atualmente, há no mundo 18 milhões de idosos com algum tipo de demência, sendo
61% deles em países do Terceiro Mundo. No Brasil, existem, aproximadamente, 1,2 milhões
de idosos com esse tipo de doença (ARGIMON et al., 2005, p.29).
Conforme Machado (2002, p.137), a demência é uma síndrome caracterizada pelo
declínio de múltiplas funções cognitivas. Os distúrbios cognitivos incluem alteração da
memória, linguagem, orientação, compreensão, capacidade de aprendizagem, pensamento
abstrato e do julgamento. A deterioração não ocorre rapidamente, mas sim aos poucos, tanto
que alguns domínios cognitivos são afetados e outros, ao contrário, mantêm-se preservados.
O comprometimento cognitivo do indivíduo, geralmente, vem acompanhado por transtornos
comportamentais.
As demências podem ser classificadas como corticais ou subcorticais, dependendo da
região cerebral comprometida. Nas demências corticais fazem parte: doença de Alzheimer,
demência de Creutzfeldt-Jacob e a demência de Fronto-temporal (Pick), manifestadas
principalmente por deterioração da função da linguagem, perda da capacidade de reconhecer
objetos e perda da habilidade para executar movimentos e gestos precisos. Nas demências
subcorticais fazem parte: demência de Huntington, doença de Parkinson, a hidrocefalia de
pressão normal e doença de Wilson, associadas aos distúrbios do movimento, apraxia da
marcha, retardo psicomotor, apatia e alterações na fluência verbal (CANINEU, 2001, p.5).
O diagnóstico da demência baseia-se na presença de declínio cognitivo persistente,
independente de alterações do nível de consciência e que interfere com as atividades sociais
ou profissionais do indivíduo (NITRINI, 2006, p.103).
Os sinais de alerta mais comuns são déficit de memória, dificuldades de executar
tarefas domésticas, problema com o vocabulário, desorientação no tempo e espaço,
incapacidade de julgar situações, problemas com raciocínio abstrato, colocar objetos em
16
lugares equivocados, alterações de humor e personalidade, e perda da iniciativa
(SAGIORATO, 2009, p.69).
Segundo Argimon et al. (2005, p.29-34), existem vários tipos de exames no mundo
para avaliar as condições neuropsicológicas dos pacientes. Um dos instrumentos mais
utilizados é o Mini-Exame do Estado Mental (MMEM), que avalia funções cognitivas
específicas, como orientação, memória, atenção, linguagem e capacidade construtiva visual. A
Escala de Demência (DRS) e o Questionário de Qualidade de Vida são instrumentos que
possuem validação, conforme a cultura do país, e que também podem ser utilizados.
Como afirma Nitrini (2006, p. 105), o diagnóstico de demência não deve ser baseado
apenas em resultados de avaliações neuropsicológicas, mas depende de um conjunto de dados
coletados pela anamnese e avaliação. Assim, o mau desempenho nos testes serve como
indício que é necessário relacionar os resultados dos testes com a anamnese, a escolaridade e
a condição social do indivíduo.
Ainda não há medicamentos capazes de interromper ou modificar o progresso da
doença ou qualquer outro tipo de prevenção. Assim, o tratamento eficaz, geralmente, requer a
colaboração do indivíduo, dos familiares e dos cuidadores. Entretanto, o objetivo principal do
tratamento é realizar intervenções sobre as alterações de comportamento, cognitivas e
psicológicas. O tratamento pode ser farmacológico e não-farmacológico (MACHADO, 2002,
p. 143).
O tratamento não envolve apenas o uso de medicamentos. O bom relacionamento do
profissional de saúde com o idoso, familiares e outras pessoas envolvidas no tratamento, é
fundamental para melhora do indivíduo. Assim, é necessário que a equipe multidisciplinar
forneça assistência em tempo integral ao idoso, avaliando os sinais e sintomas para uma
melhor abordagem terapêutica, preservando ao máximo a qualidade de vida do paciente
(SAGIORATO, 2009, p.72).
A seguir serão apresentados outros tipos de demência e outras patologias que cruzam
com a demência. Porém, no decorrer da pesquisa, serão destinados dois capítulos específicos
para as demências mais comuns e de maior importância para este estudo, sendo: demência de
Alzheimer e demência vascular.
17
2.1.1 Demência de Creutzfeldt-Jacob
Trata-se de uma enfermidade infecciosa causada por partículas infectantes
denominadas príons possuindo uma rápida progressão, que dura entre semanas a meses. O
tempo médio de vida do indivíduo com a doença, desde o início das manifestações clínicas até
a morte, é de quatro a cinco meses. No quadro clínico desta demência ocorre, com mais
freqüência, depressão e instabilidade afetiva. As mioclonias1 surgem mais tardiamente na
maioria dos indivíduos em resposta aos estímulos. A coordenação motora e a visão também
podem ser afetadas (RIBEIRA; RAMOS; SÁ, 2004, p. 575).
2.1.2 Demências Fronto-temporais (incluindo doença de Pick)
Os sintomas precoces das demências fronto-temporais estão relacionadas às alterações
de comportamento, como isolamento social, depressão, alucinação, perda de julgamento,
irritabilidade e desinibição. Essas alterações podem permanecer por anos e incluir novas
manifestações clínicas como alterações de linguagem e perda da capacidade de aprendizado e
raciocínio (OKAMOTO; BERTOLUCCI, 1998, p. 122).
2.1.3 Demência de Huntington
A doença de Huntington (DH) é uma doença neurodegenerativa autossômica
dominante, que apresenta movimentos anormais, demência e alterações psiquiátricas. O
quadro clínico da demência tem características psiquiátricas predominantes, incluindo delírios
e depressão. As manifestações clínicas que não são vistas com frequência são: alteração da
linguagem, perda da habilidade para executar movimentos e perda da capacidade de
reconhecer objetos, apesar de haver envolvimento cortical (OKAMOTO; BERTOLUCCI,
1998, p. 122).
1
Mioclonias - contração muscular brusca, involuntária e de brevíssima duração.
18
2.1.4 Doença de Parkinson
A doença de Parkinson é uma síndrome da função motora que se caracteriza por
movimentos lentos, rigidez muscular, tremor e desequilíbrio postural. A demência é um
diagnóstico secundário, ocorrendo em cerca de 40% dos indivíduos parkinsonianos. O
distúrbio cognitivo surge cerca de um ano após o início do aparecimento de alterações
motoras e déficits de memória, sem alteração na linguagem. Os déficits cognitivos se
desenvolvem junto com o parksionismo, ou seja, quanto mais avançada estiver doença, maior
o grau dos sintomas (RIBEIRA; RAMOS; SÁ, 2004, p. 575).
2.1.5 Hidrocefalia de pressão normal
É comum nessa síndrome apresentar uma evolução gradual (ao longo de semanas ou
meses), com alterações na marcha, relacionada a graus variáveis de declínio intelectual, que
progride insidiosamente para níveis mais avançados de demência e incontinência urinária. A
tríade é utilizada de forma clássica como o marcador clínico dessa doença, embora não esteja
presente em todos os casos, nem seja específica. Indivíduos, geralmente, não apresentam
cefaléia ou outros sinais de hipertensão intracraniana. Punções liquóricas, usualmente,
demonstram pressão inicial normal (MELATO; BIGAL; SPECIALI, 2000, p. 499).
2.1.6 Doença de Wilson
A doença de Wilson (DW) caracteriza-se por acúmulo excessivo de cobre no fígado,
devido à excreção deficiente do metal na bile. Em casos não diagnosticados, a doença pode
ser fatal por evoluir gradativamente. Suas manifestações clínicas ocorrem, geralmente, aos 20
e 30 anos de vida. No quadro clínico do DW podem surgir tremores, distúrbios da macha,
rigidez, incapacidade motora, dificuldade de deglutição, alteração da articulação da fala e
movimento involuntário dos músculos (MACHADO, 2008, p.5).
19
2.2 DOENÇA DE ALZHEIMER
A doença de Alzheimer (DA) representa a principal causa de demência em idosos. Sua
prevalência é de 1% a pouco mais de 6% da população a partir dos 65 anos e aumenta para
50% a prevalência em indivíduos com 95 anos ou mais (VILELA; CARAMELLI, 2006, p.
148).
A DA é caracterizada por um declínio progressivo da memória e outras funções
cognitivas, afetando as habilidades ocupacionais e sociais, os processos de aprendizado e
recordações dos acontecimentos recentes. A perda da memória é global no processo da DA,
embora haja certa preservação dos fatos mais antigos e solidificados. Porém, o idoso não
consegue recordar de novas informações e com a piora progressiva da doença, ocorre ainda
mais a diminuição de novas aquisições até não haver a possibilidade de aprendizado novo.
Assim, o indivíduo vai perdendo sua independência por perder a capacidade de realizar
tarefas da vida diária (lazer, trabalho) e cuidado pessoal, tornando-se dependente do cuidador
(FORLENZA, 2005, p. 138).
Segundo Caramelli e Barbosa (2002, p.8), a doença afeta, inicialmente, a formação
hipocampal, o centro de memória de curto prazo e, em seguida, compromete as áreas corticais
associativas, com preservação dos córtices primários. Por essa razão, há alterações cognitivas
e comportamentais, preservando o funcionamento sensorial e motor.
Os principais sinais encontrados na neuropatologia da DA são a perda neuronal e a
degeneração sináptica intensa, com acúmulo e deposição no córtex cerebral de duas principais
lesões: placas senis ou neuríticas e emaranhados neurofibrilares (MACHADO, 2006, p. 263).
Uma vez que na DA ocorre alterações degenerativas que afetam as regiões corticais e
subcorticais, limitando as funções cognitivas e afetivas, é comum que haja alterações na
percepção da dor nos pacientes idosos. Inicialmente, na doença de Alzheimer ocorre uma
desordem do neocórtex, embora o córtex somatossensorial esteja relativamente preservado.
Por outro lado, não há muita probabilidade que os núcleos talâmicos estejam
significativamente afetados no portador dessa doença. Sendo assim, é de se esperar que o
sensório-discriminativo da percepção da dor esteja preservado em casos da doença, embora
possam ocorrer algumas distorções das sensações associadas com a disfunção parietal. Porém,
emoções relacionadas com a experiência da dor podem ser influenciadas pelas alterações no
cérebro referente à DA. Com a perda neuronal no córtex pré-frontal e nas estruturas límbicas,
20
surgem implicações claras para as reações motivacionais, sensoriais e afetivas que estão
associadas à dor. Assim, a indiferença à dor, desinibição e preservação das respostas
emocionais são resultados da desordem cognitiva global. Tanto a duração da dor, seja aguda
ou crônica, quanto à intensidade da dor variam de acordo com a evolução da doença
(AUGUSTO et al., 2004, p. 93).
A DA, de acordo com o nível de comprometimento cognitivo e o grau de
dependência do indivíduo, pode ser dividida em três fases: leve, moderada e grave. Na fase
leve da doença, o idoso mostra queda significativa no desempenho de tarefas cotidianas, mas
ainda é capaz de executar as atividades diárias básicas, mantendo-se independente. Na fase
moderada, o comprometimento intelectual é maior e o paciente passa a necessitar de
assistência para realizar tanto as atividades instrumentais e básicas do dia-a-dia. Na fase
grave, o idoso geralmente fica acamado, necessitando de assistência integral (BOTTINO et
al., 2002, p. 70-71).
Machado (2006, p. 264) reforça que o processo dos sintomas no curso típico da
doença pode sofrer variações, ou seja, os domínios cognitivos e não-cognitivos podem ser
afetados de forma diferente em cada indivíduo, assim a resposta ao tratamento também será
distinto para cada pessoa. Identificar o início preciso da doença não é uma tarefa fácil, porém,
é possível verificar a progressão da demência com a piora dos sintomas que ocorre de forma
gradual em um período de 8 a 12 anos. Não há um tempo certo que define o aumento dos
sintomas da doença, por haver grande variabilidade da velocidade do quadro clínico, por isso,
os períodos dos quadros de evolução da DA podem ser tanto curtos - dois anos - quanto
longos - 25 anos. Os fatores que afetam a sobrevida do indivíduo com Alzheimer são: gênero,
idade e gravidade da demência.
De acordo com Nitrini et al. (2005, p. 725-726), para diagnosticar a doença de
Alzheimer é necessário que haja, pelo menos, um comprometimento da função cognitiva,
além do déficit de memória. Geralmente, a capacidade de raciocínio ou de linguagem são as
próximas acometidas depois da memória. Logo, quando há a comprovação que duas ou mais
funções cognitivas foram afetadas, poder-se-á avaliar a intensidade da demência e verificar
outras áreas de comprometimento. Assim, feita a avaliação, poderão ser realizadas orientações
com o objetivo de buscar a reabilitação. Para esta última finalidade, é fundamental que seja
feita uma avaliação neuropsicológica abrangente, aplicada por profissional habilitado. A
avaliação diagnóstica também é indicada nos casos em que a avaliação realizada pelo médico
não tenha sido suficiente para o diagnóstico, em decorrência da intensidade das manifestações
clínicas que podem ser ainda leves ou porque algum distúrbio tenha interferido na
21
interpretação dos resultados da avaliação das funções cognitivas. Nas fases moderada ou
avançada, a indicação de avaliação neuropsicológica abrangente é mais limitada.
Com o comprometimento cognitivo na fase avançada, a confiança nos relatos verbais
do indivíduo diminui consideravelmente e há falta de instrumentos adequados para a
avaliação da dor. As escalas numéricas e qualitativas e o termômetro da dor, geralmente
utilizados em idosos, tornam-se pouco confiáveis e não são aplicados nessa fase da demência.
Assim, a observação das alterações de comportamento do idoso frente à dor se torna mais
confiável. Os sujeitos que prestam cuidado ao idoso, tais como familiares, cuidadores e
profissionais de saúde, que adquirem conhecimentos sobre o comportamento natural do idoso,
ou seja, sem dor, conseguem compreender com mais facilidade as formas não-verbais por ele
apresentadas. A aquisição de informações através de outras fontes, que não seja as
informações prestadas pelos próprios indivíduos, torna-se um procedimento necessário. As
manifestações clínicas mais comuns em pessoas nos estágios finais de demência e que
possuem desconforto físico ou emocional são: agitação intensa, inquietação, movimentos e
verbalizações repetitivos, músculos tensos, distúrbio do sono, quedas e aumento da freqüência
cardíaca, sudorese e da pressão arterial (AUGUSTO et al., 2004, p. 104).
O tratamento farmacológico da DA é constituído por quatro níveis: terapêutica
específica, que age nos processos patofisiológicos reversíveis que conduzem à demência e à
morte neuronal; abordagem profilática, que tem como objetivo atrasar o início da demência
ou prevenir um novo distúrbio cognitivo, uma vez já começado o processo da doença;
tratamento sintomático, que tenta restaurar as capacidades cognitivas afetadas, habilidades
funcionais e as alterações de comportamento do indivíduo com demência, mesmo sendo de
forma parcial ou temporária; e terapêutica complementar, que visa amenizar as manifestações
não-cognitivas da demência, como depressão, alucinação, irritabilidade e distúrbio do sono.
Tanto as etapas farmacológicas quanto as intervenções psicossociais para o idoso e a família
são utilizadas no tratamento da DA. Há inúmeras substâncias psicoativas que auxiliam na
preservação ou restabilização da cognição do indivíduo, porém, os efeitos das drogas são
limitados, dado que não agem no curso natural da doença, mas sim em uma melhora do estado
funcional do idoso e, ainda sim, provisoriamente (FORLENZA, 2005, p. 139).
Conforme Forlenza (2005, p. 139), os inibidores das colinesterases (I-ChE) são as
principais drogas para o tratamento específico da DA. A utilização dessa droga é devido ao
pressuposto déficit colinérgico que ocorre na demência e tem como objetivo aumentar a
disponibilidade sináptica de acetilcolina, através da inibição das suas principais enzimas
catalíticas, a acetilcolinesterase e a butirilcolinesterase. Os I-ChE possuem efeito sintomático
22
discreto sobre a função cognitiva, ocorrendo casos de, algumas vezes, beneficiar certas
alterações não-cognitivas da doença.
Para complementar o tratamento farmacológico na DA, há o tratamento
multidisciplinar, que constitui vários métodos de intervenção para amenizar ou manter o
desempenho cognitivo na DA. Entre as principais técnicas que abrange o tratamento
multidisciplinar destacam-se: treinamento cognitivo, maneiras para melhorar a estruturação
do ambiente, orientação nutricional, programas de atividades físicas, orientação e auxílio
psicológico aos familiares e cuidadores (BOTTINO et al. 2002, p.71).
No momento em que é diagnosticada a doença de Alzheimer, há um conflito para os
familiares, pois surgem diferentes reações com uma mistura de sentimentos: esperança da
cura; a escolha do cuidador; o alto custo dos medicamentos; e a busca por autoajuda para
conseguir lidar com o acontecimento (COELHO; ALVIM, 2004, p.543).
A enfermagem pode auxiliar e desempenhar papéis fundamentais, por meio de suas
atribuições e competências profissionais, na área da gerontologia, buscando oferecer
qualidade de vida para o portador de Alzheimer e ao cuidador, realizando grupos de
autoajuda, consultas de enfermagem, visitas domiciliares, tudo com base em instrumentos que
visem à condição cognitiva e funcional do idoso. Assim, este profissional de saúde estará apto
para desenvolver programas que poderão ajudar o cuidador a lidar com o processo da
demência (LUZARDO; GORINI; SILVA, 2006, p. 594).
23
2.3 DEMÊNCIA VASCULAR
O envelhecimento cerebral fisiológico ocorre quando há perda ponderal do cérebro,
diminuição do número de neurônios em certas áreas, ateromatose de vasos cerebrais,
formação de placas neuríticas e a diminuição de neurotransmissores/enzimas como a
acetilcolina, serotonina e catecolaminas, resultando mudanças morfofuncionais, bioquímicas e
nos próprios neurotransmissores (PESTANA; CALDAS, 2009, p. 584).
A demência vascular (DVa) refere-se à qualquer demência causada por doença
cerebrovascular. Geralmente, a DVa descreve os efeitos de grandes lesões tromboembólicas
(demência por múltiplos infartos), os estados lacunares, os quadros causados por lesões únicas
em territórios estratégicos (tálamo ou giro angular), demências associadas a alterações
crônicas da circulação cerebral, lesões extensas da substância branca (doença de Binswanger
ou leucoaraiose associada à demência), angiopatia amilóide e demências por acidente vascular
encefálico (AVE) hemorrágicos. Atualmente, faz-se necessário dar ênfase aos aspectos de
neuroimagem, avaliação neuropsicológica extensa e achados de necropsia, com o objetivo de
definir melhor os mecanismos vasculares de comprometimento da função cognitiva (ANDRÉ,
1998, p. 499).
Do
ponto
de
vista
neuropsicológico,
os
idosos
com
DVa
possuem
predominantemente padrão subcortical de demência, caracterizado por declínio de funções
executivas, como: planejamento de atos e pensamentos, autorrregulação e flexibilidade
mental (TEIXEIRA JR; SALGADO, 2006, p.72).
A caracterização clínica da DVa depende da etiologia e da localização do infarto
cerebral. Doença de grandes vasos resulta de vários infartos corticais como síndrome
demencial cortical; já doença de pequenos vasos resulta de hipertensão arterial sistêmica
(HAS) e diabetes mellito (DM), resultando isquemia da substância branca preventricular e
infartos lacunares, que podem causar demência subcortical, alterações frontais, disfunção
executiva, comprometimento de memória, prejuízo da atenção, alterações depressivas,
lentificação motora, sintomas parkinsonianos, distúrbios urinários e paralisia pseudobulbar
(NETO; TAMELINI; FORLENZA, 2005, p. 121).
Existem fatores que predispõem o aparecimento de demência pós-acidente vascular
encefálico, como: idade mais avançada, declínio cognitivo pré-acidente vascular cerebral,
recorrência do AVE, lesões cerebrais hipóxico-isquêmicas, infartos no hemisfério cerebral
24
esquerdo, infartos em áreas estratégicas e sinais de hiperintensidade da substância branca
cerebral (PITTELLA, 2006, p.231).
Assim sendo, é importante ressaltar que pacientes portadores de hipertensão arterial
podem apresentar instalação insidiosa e um progresso lento, evocando o padrão evolutivo da
doença de Alzheimer (DA). Nesses casos, a DVa é usualmente secundária a infartos
lacunares, acometendo substância branca periventricular e núcleos da base. Os principais
discriminantes no diagnóstico, entre DA e DVa, são: história de AVE prévio, sintomas
neurológicos
focais
(hemiparesia2,
ataxia3,
hemianopsia4)
ou
também
alterações
neuropsicológicas focais (afasia5, heminegligência6), curso flutuante com piora em degraus e
início abrupto (CARAMELLI; BARBOSA, 2002, p. 9).
Para o diagnóstico da demência vascular é utilizado como instrumento o Alzheimer’s
Disease Diagnostic and Treatment Centers (ADDTC) e o critério do National Institute of
Neurological Disorders and Stroke and Association Internationale pour La Recherche et Le
Enseignemant em Neurosciences (NINDS-AIREN), que aborda três aspectos: síndrome
demencial, doença cerebrovascular e o tempo de relação entre essas duas manifestações. O
critério que define a presença de demência é o comprometimento da memória que interfere
em, pelo menos, dois domínios, são suficientes para interferir nas atividades diárias. A doença
cerebrovascular é determinada por exames neurológicos que a sinalizam, sendo mais
evidenciada na tomografia computadorizada e ressonância magnética. Nos critérios do
NINDS-AIREN, exige-se que haja deterioração abrupta ou em escada e que o início da
demência tenha ocorrido dentro de três meses depois do AVE (PIMENTEL, 2009, p. 216217).
O tratamento do paciente com DVa abrange vários níveis de cuidado como:
prevenção de novas lesões cerebrovasculares (prevenção secundária); intervenções
farmacológicas, neuroproteção, ativação cerebral, atenção às manifestações psiquiátricas,
retirada de drogas; estruturação do ambiente, déficits específicos e cuidados da família. A
prevenção secundária em pacientes com risco de desenvolver DVa deve incluir não só o
controle adequado dos fatores de risco presentes, especialmente, hipertensão arterial, mas
2
Hemiparesia- paralisia parcial de um lado do corpo.
Ataxia- perda de coordenação dos movimentos musculares voluntários.
4
Hemianopsia- perda da visão do objeto abrangendo a metade dos campos visuais ou apenas de um só
quadrante.
5
Afasia- perda da capacidade e das habilidades de linguagem falada e escrita.
6
Heminegligência- perda da visão na metade esquerda do corpo e do campo visual sendo, comum em lesões de
hemisfério direito.
3
25
também é necessário o uso de medicações antitrombóticas e, dependendo do caso, indicação
cirúrgica (endarterectomia carotídea). Ainda que não seja uma prática constante dos médicos
indicarem a cirurgia nos casos avançados da doença, não há motivos sólidos que justifiquem
evitar o acesso dos idosos com DVa a esse tipo de procedimento, exceção feita, quando há
grande risco de redução da sobrevida cardiovascular (ANDRÉ, 1998, p. 501).
A DVa, quando comparada a doença de Alzheimer, leva o idoso a menor sobrevida,
oscilando de 3,9 anos a 7,1 anos, respectivamente. A principal causa de morte na DVa é
geralmente decorrente do próprio AVE ou de suas complicações (PITTELLA, 2006, p.235).
26
2.4 VISÃO GERAL DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA IDOSOS COM
DEMÊNCIA
O aumento da expectativa de vida trouxe consigo algumas complicações, dentre elas, a
demência, que afeta não apenas o doente, mas a família e a sociedade. Os idosos acometidos
por uma demência necessitam de assistência apropriada, que, normalmente é desempenhada
pela família e/ou enfatizada na figura do cuidador formal (LIMA-COSTA; VERAS, 2003, p.
700).
Visando a importância de oferecer serviços para assistência ao idoso portador de
demência, existem no país centros de referência que oferecem auxílio ao paciente dependente
e a família, bem como ao cuidador. Em Brasília, encontra-se o Centro de Medicina do Idoso
do Hospital Universitário de Brasília (HUB), onde os idosos são acompanhados por uma
equipe de geriatras, neurologistas, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e
nutricionistas, que tentam retardar o agravamento da doença. Há também, o ambulatório de
Geriatria e Gerontologia do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN - DF), ambulatório de
Geriatria no Hospital Regional do Guará (HRG - DF) e a Unidade Mista de Taguatinga
(UMT - DF).
Dependência é definida como auxílio imprescindível para o cumprimento de atos
primordiais à vida, destacando que não é apenas conseqüência da incapacidade, mas aliada à
necessidade. Pode ser temporária, modificada, prevenida, reduzida, se houver empenho da
família, do Estado e da sociedade, objetivando proporcionar ambiente favorável e assistência
adequada (SILVA, 2005, p. 41).
Pelzer (2002, p. 105) afirma que, ao tratar do idoso com demência que permanece no
domicílio ou que retornou recentemente do hospital e que pode estar em regime de internação
domiciliar, a enfermeira lida com o familiar que escolheu para si a tarefa de cuidador. Tendo
em vista esta relação, entre o profissional e o familiar, percebe-se a complexidade e a
singularidade do atendimento domiciliário, que fica sob a responsabilidade de um cuidador
principal, que pode ser leigo, informal ou não profissional.
Cuidador é a pessoa que chama a si a incumbência de realizar as tarefas para as quais o
doente lesado pelo episódio mórbido não tem mais possibilidade de realizá-las, tarefas essas
que vão desde a higiene pessoal até administração financeira da família (KARSCH, 2003, p.
863).
27
A enfermagem é a profissão mais requisitada durante a progressão da doença,
orientando a adaptação dos cuidados de acordo com a progressiva dependência do idoso, além
de instruir os familiares para o cuidado, estimulando o autocuidado do idoso e a preservação
da boa relação entre o idoso e a família. Portanto, é necessário que os cuidados de
enfermagem sejam sistematizados, valorizando as atividades de vida diária e a prevenção de
incapacidades e complicações, juntamente com o apoio da família, com auxílio do diálogo
para evitar conflitos entre o idoso e seus familiares (SANTANA; SANTOS; CALDAS, 2005,
p. 44).
Conforme Arruda et al. (2008, p. 340), é fundamental a participação familiar no
tratamento e nos cuidados do paciente, para que os resultados sejam favoráveis. Porém, o
cuidador sofre dificuldades no processo do cuidar, gerando estresse e podendo comprometer
suas tarefas cotidianas que ajudam no tratamento do idoso. Assim, são adotados, nos serviços
sócio-educativos e de saúde, grupos de apoio ou de ajuda mútua que auxiliam os cuidadores
que enfrentam os mesmos problemas.
Considera Papaléo-Netto et al. (2007, p. 340) que, no ambiente familiar de um
portador de síndrome demencial e com o evoluir do quadro, os familiares também passam a
ser doentes. É a família, especificamente, o cuidador principal, que, ao enfrentar a demência,
precisa estabelecer nova rotina para sua vida, principalmente, ao se deparar com a perda de
independência e autonomia.
Para ser um cuidador, é necessário que o responsável por essa ação aprenda
diariamente a forma de cuidar para gerar novas habilidades de cuidado ao idoso com
demência, pois a cada dia pode aparecer um novo sintoma, quer pela progressão da doença
quer pelas flutuações comportamentais do idoso. No caso da enfermagem, o cuidado da
demência exige da enfermeira habilidades e competências no cuidar em reabilitação
cognitiva, tanto diretamente como em orientações, seja instruindo o cuidador e os familiares
de como potencializar a cognição do idoso em domicílio, seja em oficinas de memória
(SANTANA; SANTOS; CALDAS, 2005, p. 47).
Karsch (2003, p. 863) expõe que o cuidado domiciliar do idoso no ambiente familiar
deve ser estimulado e preservado, mas cita que prestar cuidado integral, sem revezamento ou
apoio do serviço de saúde, a um idoso dependente é muito desgastante, principalmente,
porque os serviços ou instituições não desenvolvem amparo às necessidades dos cuidados.
Alguns países desenvolvidos, em que o envelhecimento foi gradual e houve programação e
preparo para esse tipo acontecimento, investiu-se no suporte familiar, especialmente, na figura
do cuidador. Foram criados serviços para auxiliar e estimular o cuidado domiciliar,
28
desempenhado pela família por meio do community care, cuja função alivia algumas tarefas
desempenhadas pelos cuidadores. Dentre os serviços oferecidos, está o revezamento do
cuidado que consiste em encaminhar um profissional para substituir o cuidador e, ainda, outro
programa, a “comida sobre rodas” que prepara e distribui refeições diárias para doentes e
inválidos, com intuito de oferecer alimentação de qualidade e preservar o cuidador de mais
esta tarefa.
Sá et al. (2006, p. 69) reforçam que os familiares sentem-se impotentes e os
sentimentos de incapacidade, fúria, frustração, angústia, alternam-se com o de não estar
fazendo o suficiente pelo seu familiar. O cuidador, principalmente o informal, deveria receber
atenção especial, através de apoio e espaço para discutir questões que interferem na sua
qualidade de vida e na do idoso, até por que, às vezes, o acompanhamento feito por um
profissional habilitado (cuidador formal) não obtém êxito com o idoso por não fazer parte da
sua história de vida e nem ter vínculo afetivo, sendo apenas um estranho compartilhando o
mesmo espaço físico.
Papaléo-Netto (2007, p. 345) reforça que, diante da atitude nobre de cuidar do idoso
debilitado, destaca-se o desgaste físico e emocional do cuidador, o qual deverá receber de sua
família apoio e disponibilidade para continuar a desempenhar esse papel. Além disso, não
pode ser desprezado pela equipe multidisciplinar que ampara o doente, inclusive, deve
reservar a ele momentos para falar de si e compartilhar suas experiências e, quando
necessário, oferecer amparo psicológico. O autor cita, ainda, ser preciso considerar a
influência e o papel que esse idoso representou para o cuidador familiar, pois há idosos que
foram pais ausentes e não cumpriram bem seu papel, e agora que necessitam de amparo,
podem existir barreiras e mágoas a serem vencidas pelo filho cuidador.
Segundo Fernandes (2008, p. 69), a fase avançada da demência está inserida no
contexto das doenças terminais. Portanto, para aumentar a qualidade de vida na fase avançada
da demência é fundamental desenvolver atividades que possam obter resultados significativos,
com auxílio do tratamento médico e reconhecimento dos sintomas psiquiátricos.
Dessa forma, faz-se necessária a inclusão e adoção dos cuidados paliativos que, ao
contrário do que se pensa, não significa a retirada de tratamentos e cuidados específicos, mas
sim, possui uma filosofia baseada na prestação de cuidados. Cuidados estes que avaliam o
indivíduo de forma integral, bem como os cuidados que podem ser atribuídos de modo a lhe
oferecer o conforto e o alívio necessário, procurando atenuar ou diminuir os efeitos
decorrentes de uma situação de saúde desfavorável originada por um quadro patológico que
29
não responde mais a intervenções terapêuticas curativas (OLIVEIRA; SÁ; SILVA, 2007, p.
287).
No contexto dos cuidados paliativos, a vivência do processo do morrer tende a ser
temida, por ser a causa de sofrimento psíquico e físico, pois tende a acentuar a fragilidade
emocional. A morte é encarada através da dor, angústia e solidão, assim, a religiosidade pode
induzir o indivíduo ao controle emocional através da motivação da fé, de modo a atingir uma
força pessoal maior que o estimule a amenizar a situação que não consegue controlar
(BARBOSA; FREITAS, 2009, p. 121).
Os diagnósticos de enfermagem alerta sobre o complexo eixo de cuidados de
enfermagem que o idoso com demência apresenta, que abrange aspectos psicossociais,
familiares e fisiológicos, exigindo da enfermeira uma ampla habilidade e competência para
lidar tanto com os problemas de esquecimento e comportamento quanto com os de cuidado
pessoal, devendo também ficar atenta às dúvidas e desabafos do cuidador (SANTANA;
SANTOS; CALDAS, 2005, p. 48).
Saber intervir diante de diagnósticos de enfermagem requer do enfermeiro
conhecimentos e habilidades específicas sobre do processo de envelhecimento, sobre o
cuidado ao idoso, incluindo a sua família e sobre as dificuldades enfrentadas durante a fase da
velhice, além das habilidades que caracterizam a especialidade de gerontologia, como
compreender o sentimento do outro, envolvimento emocional e, sobretudo, respeito pelo ser
humano idoso (LOPES et al., 2007, p. 65).
Como afirmam Santana et al. (2005, p. 48), a enfermagem é essencial para um cuidado
integral ao idoso com demência, devido à sua habilidade de lidar com a saúde do paciente, do
cuidador e família, visando sempre à promoção de uma vida mais digna e de qualidade.
O profissional deve avaliar integralmente o paciente idoso, adequando o tipo de
tratamento ao sintoma, aos sinais e a suas limitações. É importante que o enfermeiro valorize
a qualidade de vida do paciente e preserve seu estado funcional (SAGIORATO, 2009, p. 72).
A enfermeira, através do cuidado de enfermagem, busca inserir-se no âmbito
multidimensional do ser humano, em uma determinada situação de sua vida, quando é
necessária uma atenção específica para cuidar e/ou ser cuidado, em seu processo de ser
saudável. Esse cuidado pode correr em relação à saúde do indivíduo, à saúde da família e à
saúde comunitária, acolhendo, assim, todas as dimensões na própria humanidade do ser
humano (PELZER, 2002, p. 108).
30
2.5 LONGEVIDADE
O crescimento acelerado da população idosa, que se observa nos países em
desenvolvimento, inclusive no Brasil, é o resultado do aumento da expectativa de vida que
vem ocorrendo em todas as regiões do mundo, tanto em países desenvolvidos, quanto em
países em desenvolvimento. (NETTO; YUASO; KITADAI, 2005, p. 595).
A qualidade do processo de envelhecimento depende da qualidade de saúde que o
indivíduo obteve durante sua sobrevivência e o estilo de vida que ele adquiriu nessa trajetória
(CELICH; SPADARI, 2008, p. 253).
A velhice é afetada de diversos modos, que podem ser: pela herança biológica e
genética, fatores sociais, ambientais, culturais e políticos. Ainda há uma série de influências
adquiridas na infância, adolescência, começo e meio da vida adulta, porém a atual condição
de vida do idoso, também influencia no bem estar do envelhecimento (LEHR, 1999, p. 3233).
Celich e Spadari (2008, p. 256) afirmam que as modificações na velhice são
decorrentes de hábitos alimentares, da rotina de atividade física diária e de alguns
comportamentos individuais como a tendência a obesidade ou a hábitos que aumentam o risco
do aparecimento de doenças e disfunções, como: o consumo de álcool e o tabagismo, tendo
um forte impacto sobre a qualidade de sobrevida.
As doenças que podem acometer o idoso e a velhice geram uma relação muito
próxima entre os dois acontecimentos, de tal forma que as alterações exclusivas da velhice são
confundidas com enfermidades e criam uma crença de que ser velho significa doença. No
entanto, envelhecer não significa adoecer, o envelhecer ocorre ao se viver, mesmo com as
limitações que acometem a vida do idoso, pelo avançar da idade e pelo aparecimento de
doenças crônico degenerativas (MENDES; CÔRTE, 2009, p. 200).
Longevidade é o maior tempo de vida atingido pelas pessoas, referindo-se tanto ao
número de anos vividos por um indivíduo quanto ao número de anos que, em média, viverão
as pessoas de uma mesma geração. A maior ou menor longevidade é consequência de
mudanças no ambiente em que o indivíduo vive, incluindo melhores condições de moradia,
alimentação, atividades sociais e avanços no conhecimento científico dos profissionais de
saúde, como: vacinas, antibióticos, medicina preventiva, que auxiliam o idoso para obter uma
vida saudável (ARANTES; CÔRTE, 2009, p. 109).
31
Apesar da atuação da medicina preventiva, ainda há uma alta prevalência de doenças
crônicas na velhice, que compromete o estilo de vida dos idosos acometidos pelas
complicações das patologias e pelas diversas limitações decorrentes do tratamento, como
diminuição na realização de atividades diárias e na função cognitiva. Dessa forma, a
qualidade de vida vai depender do controle desses quadros patológicos com o tratamento
adequado (VITORELI; PESSINI; SILVA, 2005, p.112).
Conforme Perls et al. (2002, p. 8446) sugerem que a longevidade em idades mais
avançadas é relacionado a característica familiar. Porém, não se pode dar ênfase, apenas, a
influência genética, pois a ação de fatores ambientais semelhantes para os membros de uma
mesma família, como o estilo de vida, alimentação e até atividades profissionais parecidas,
podem influenciar na sobrevida do idoso.
Na maioria dos países do mundo, há um número maior de mulheres idosas, em
comparação a homens idosos. Essa realidade se deve aos fatores diversos, como: a proteção
contra doenças cardiovasculares resultado das ações dos hormônios femininos, o estrógeno;
menor ocorrência de mulheres que sofrem acidente de trabalho e de trânsito, a homicídios e
outros; o menor consumo, por elas, de álcool e tabaco; e menor exposição ao câncer
(ARANTES; CÔRTE, 2009, p. 109).
Vale ressaltar que o gênero feminino possui uma melhor adaptação às perdas físicas,
emocionais e sociais ocorridas durante a velhice, o que mostra ser mais resistente e solidária,
buscando orientações essenciais sobre o autocuidado, além de adquirir hábitos mais saudáveis
que possibilitem o envelhecimento com qualidade de vida (FIGUEIREDO et al., 2007, p.
426-427).
Pavarini et al. (2005, p. 399), apontam que a longevidade humana deve-se ao aumento
da esperança de vida que tem coincidido com uma concentração da longevidade média e a
sobrevida, que está se tornando cada vez mais estabilizada. Na prevalência de doenças
crônicas existem dois fatores que são determinantes no aumento da expectativa de vida: as
taxas de reabilitação e os índices de mortalidade. Assim, a relação com as intervenções no
estado de saúde, que permitem retardar o surgimento de patologias e complicações, sobretudo
aquelas que afetam as capacidades funcionais, são os determinantes para produzir
aproximações entre a morbidade, a esperança de vida e a mortalidade.
O envelhecimento saudável é consequência da interação de diversos fatores que
influenciam na longevidade do idoso, por isso é necessário que haja uma intervenção nos
principais fatores que interferem na saúde dos idosos, através das políticas públicas de saúde,
32
de forma a contribuir para a promoção da saúde e do bem estar dos idosos (CAMARGOS;
RODRIGUES; MACHADO, 2009, p. 1907).
A promoção do envelhecimento saudável e a manutenção da capacidade cognitiva do
idoso significam a valorização da autonomia e da preservação da independência física e
mental do indivíduo que envelhece. A dependência física e mental constitui fatores de risco
para o aumento da taxa de mortalidade (NETTO; YUASO; KITADAI, 2005, p. 606).
Diante do crescimento da população idosa no Brasil e do desafio para uma assistência
eficiente à saúde do idoso, cabe à Enfermagem considerar os fatores biológicos, psicológicos,
sociais e espirituais vivenciados pelo idoso e pelos membros de sua família para um
planejamento adequado do processo de cuidado individual e da promoção da saúde coletiva, o
que irá contribuir para um envelhecimento saudável (VITORELI; PESSINI; SILVA, 2005,
p.112).
33
3 PROBLEMA DA PESQUISA
Existem fatores que possibilitam ao idoso com demência chegar à fase avançada da
doença e permanecer assim por longo período de tempo. As atitudes do cuidador familiar ou
formal diante do cuidado com o idoso com demência na fase avançada é o que faz a diferença
quanto ao tempo de sua sobrevida.
34
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1 HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
Data da Coleta: 15 de setembro de 2010
4.1.1 Identificação
Z.L.C., 92 anos, sexo feminino, branca, viúva, aposentada, pensionista, analfabeta,
acamada há 7 anos, dependente, com seqüelas de Acidente Vascular Encefálico (AVE),
católica, procedente do Ceará, residente em Taguatinga Norte.
4.1.2 Queixa Principal
Tontura e enxaqueca como queixas iniciais.
4.1.3 História da doença atual
Com o aparecimento das crises de enxaqueca, a idosa passava semanas deitada para
amenizar a dor. No dia 05/04/2002, aos 84 anos, sofreu o primeiro AVE, enquanto realizava
suas atividades diárias, e fora encontrada, por seus familiares, desmaiada, na cozinha. O
quadro veio acompanhado de pneumonia, tosse, febre e agressividade.
No dia 9 de dezembro de 2003, aos 85 anos, apresentou outro AVE, deixando sequelas
mais graves como perda da fala, perda da atividade motora e sem resposta aos estímulos
verbais, tornando-se totalmente dependente de sua filha que, por força da situação, passou a
ser sua cuidadora familiar principal. Na época, a paciente fez acompanhamento na Unidade
Mista de Taguatinga (UMT-DF), no Centro de Saúde de Ceilândia nº 3 (CSC 3) e no
35
Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde ficou internada por dez dias após o primeiro
AVE. Conforme a cuidadora, a UMT-DF foi o principal lugar de acompanhamento da idosa,
que recebeu o tratamento adequado, e para a cuidadora, que recebeu as orientações
necessárias para o cuidado domiciliar.
A cuidadora diz ter começado os cuidados domiciliares com a idosa há sete anos e,
pela experiência de convívio com a mãe durante todo esse tempo - mesmo esta estando
acamada - consegue identificar os incômodos sentidos por ela como dor de cabeça, dor na
hérnia, gases, pelos gestos não-verbais que apresenta como gemidos de dor e olhos
lacrimejando.
4.1.4 Histórico de Saúde
Segundo a filha, antes do AVE, a idosa já havia realizado cinco tipos de cirurgia:
oftamológica, herniorrafia abdominal, períneo, ligadura tubária e curetagem uterina. Possuía
problemas ginecológicos como sangramentos transvaginais durante a menopausa. Teve onze
gestações, sendo oito partos normais e três abortos. Entretanto, a filha não soube informar
sobre as seguintes questões relativas à idosa: menarca, ciclos menstruais, primeira relação
sexual e patologias da infância. Disse que teve febre amarela e negou presença de Diabete
Mellitus (DM). Atualmente, possui Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).
4.1.5 Histórico familiar
A paciente teve doze irmãos, porém, apenas uma irmã continua viva, sendo que
atualmente se encontra acamada, cega e com afasia. Foi mãe de onze filhos, sendo que sete já
morreram e quatro ainda estão vivos. Ficou viúva há seis anos. Sua filha, a cuidadora, não
possui conhecimento sobre a causa da morte dos pais de sua mãe, apenas relata que a mãe
dizia que sua avó havia perdido a fala, antes de morrer. Nega antecedentes familiares de
doença neurodegenerativa, HAS e DM.
36
Na visão da cuidadora, os fatores que influenciaram na longevidade da idosa, na fase
avançada da demência, foi o cuidado dedicado e carinhoso, a história de longevidade familiar,
além do suporte técnico e científico oferecido durante o curso de apoio ao cuidador da
Unidade Mista de Saúde de Taguatinga.
4.1.6 Histórico de medicamentos
Segue no Apêndice A um estudo detalhado de cada medicamento utilizado pela idosa,
baseado no AME: dicionário de Administração de Medicamentos na Enfermagem
(2009/2010).
- Domperidona 10 mg/ 1cp – 3x ao dia.
- Luftal 75 mg/ml – 40 gotas, quando apresentar flatulência.
- Buscopan 20ml/gotas – 40 gotas, uso sintomático.
- Lactulose solução 667 mg/ml, aplica-se 30 ml pela sonda nasoenteral, 3x ao dia, durante 7
dias. Suspender a medicação caso ocorra diarréia ou melhora do funcionamento do intestino.
- Losartana potássica 50 mg – 1 comprimido/dia.
- Ácido Acetilsalicílico (AAS) 100 mg – 1 comprimido/dia.
- Maxsitrol 5 ml – 2 gotas em cada olho de 4/4 h, por 7 dias. Depois pingar 2 gotas em cada
olho, de 6/6h, por mais 7 dias e concluir o tratamento com mais 2 gotas em cada olho, de
8/8h, também, por 7 dias.
- Metronidazol creme – Uso tópico.
- Izoconazol creme – Uso tópico.
Aplicar na pele para a hidratação,
após o banho.
- Ampolas de vitamina A e E e óleo mineral.
- Faz uso de chá senan e camomila para amenizar a constipação – após 8 dias com
constipação.
- Nega uso de medicamentos controlados.
4.1.7 Histórico de álcool, fumo e drogas
Nega tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas.
37
4.1.8 Histórico Social
Dona de casa, aposentada e pensionista, recebe dois salários mínimos, trabalhou na
roça, cozinhou muito tempo em fogão à lenha e mexia com curtume de couro. Como lazer
costurava, não gostava de sair de casa e visitava os filhos raramente. Freqüentava a igreja uma
vez por semana.
A cuidadora principal relata que a idosa começou recebendo seus cuidados após o
aparecimento do segundo AVE, tornando-se totalmente dependente. Durante quatro anos se
deslocou de seu domicílio até a casa da mãe, que morava com uma outra filha. Entretanto,
houve um acordo entre os irmãos para que a cuidadora principal fosse a responsável legal,
sendo orientada a obter a curatela. Dessa forma, a justiça permitiu-lhe o direito legal de ser a
cuidadora principal. Assim, sendo a responsável legal pela mãe, resolveu levá-la para sua
residência. Porém, a sua irmã discordou dessa decisão, gerando um conflito familiar que até o
momento não foi resolvido. Tanto que essa irmã moveu uma ação na justiça, alegando que a
mãe não estava sendo bem cuidada, que a curatela deveria ser transferida para o seu nome e
que a cuidadora principal, no caso a sua irmã, tem a obrigação de apresentar aos irmãos a
prestação de conta do dinheiro que recebe para manter a idosa.
4.1.9 Padrão de vida cotidiana
Idosa acamada, com seqüelas de AVE, geralmente tem insônia e de dia permanece
sonolenta. Não se comunica e não responde a estímulos verbais. A higiene corporal é
realizada pela cuidadora que faz a hidratação da pele com óleo de girassol, creme e utiliza
vitamina A e E. Faz uso de sonda nasoenteral (SNE) com a alimentação exclusiva, prescrita
pela nutricionista. A cuidadora realiza cuidados com a SNE, como limpeza, administração e
fixação. Aparecimento de fezes ressecadas e diurese espontânea nas fraldas. Tem problema de
constipação e freqüente presença de gases. A filha relatou que a idosa já tinha problemas
intestinais antes do AVE.
38
4.1.10 Dados Laboratoriais
De acordo com a filha da idosa, os únicos exames que possuía eram antigos, a partir
do ano 2000, pois os outros realizados posteriormente encontravam-se na antiga residência da
idosa, que se encontrava fechada por problemas familiares. Além disso, após a idosa ficar
acamada, houve diminuição da realização de exames complementares.
Foram encontrados alguns exames de radiografia do pulmão com a cuidadora, porém
sem o os devidos laudos, a cuidadora não soube informar onde poderiam ser localizados.
Conforme o prontuário de consulta da UMT-DF, encontraram-se os seguintes exames
com as respectivas datas de realização:
Hemograma
05/03/2003 – EAS
17/03/2008 – Hemograma
pH: 6,5
Uréia: 28mg/dL
Leuco: 20 p/c
Creatinina: 98mg/dL
Células: 20 p/c
Glicemia: 102mg/dL
Hemácias: negativo
Cálcio: 8,7mg/dL
TGO/AST: 10U/L
17/01/2006
TGP/ALT: 7U/L
Leucócitos: 6,4 mm³
Glicemia: 85mg/dL
Hemácias: 4,76%
Sódio: 128 mEq/L
Hemoglobina: 11,2
Potássio: 4,3 mEq/L
Hematócrito: 35,7
Cloreto: 96 mEq/L
VCM: 75,0 bcm
HCM: 23,6
CHCM: 31,4
Plaquetas: 300
Linfócitos: 28,0% ;1,810³
Segmentados: 62%
Monócitos: 05%
Eosinófilos: 04%
39
4.1.11 Exame físico (15/09/2010)
Ao exame físico: idosa inconsciente, sonolenta, acamada. Apresenta pele íntegra,
muito bem cuidada, turgor e elasticidade reduzidos, anictérica, sem alterações quanto à
coloração, umidade, sensibilidade e temperatura, ausência de lesão, presença de cicatriz
mediana infra-umbilical. Em uso de sonda nasoenteral (SNE), bem posicionada e
desobstruída. Afebril (T: 36ºC), normocárdica (P: 60bpm), eupnéica (20rpm), hipertensa
(PAS: 152 x 98 mmHg). Olhos simétricos, esclera normocorada, conjuntiva seca, pupilas
isocóricas e fotoreagentes. Pavilhão auditivo íntegro, sem sujidades. Nariz íntegro, simétrico,
mucosas nasais e orais normocoradas. Mucosa labial, simétrica, normocorada, ausência de
fissuras. Ausência de nódulos e massas palpáveis na região do pescoço.
7
AR: tórax simétrico, ausência de abaulamentos ou depressões, ausência de nódulos e
secreções, mamas simétricas, flácidas e sem nódulos palpáveis; à palpação,
expansibilidade e mobilidade preservadas; à ausculta, presença de murmúrios vesiculares e
sem ruídos adventícios.
8
ACV: RCR em 2 T, BNF, sem sopros.
9
ABD: pele normocorada, presença de cicatriz mediana infra-umbilical; à palpação, hérnia
umbilical palpável, sem visceromegalias; à percussão, flácido, timpânico e globoso; à
ausculta, ruídos hidroaéreos presentes.
RIM: eliminação presente, urina de coloração amarelada, em uso de fralda.
10
GEN: pele normocorada sem assaduras, mesmo em uso de fralda.
RETO: filha informa não haver alterações.
11
EXT: assimétrica, rígido, sem presença de força, tônus e mobilidade, pulsos periféricos
palpáveis e boa perfusão, sem edema em MMII. Ausência de varizes, trauma e lesões.
7
AR - aparelho respiratório
ACV - aparelho cardiovascular
9
ABD - abdome
10
GEN - genitália
11
EXT - extremidades
8
40
5 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM E PLANOS DE CUIDADOS PARA IDOSOS
COM DEMÊNCIA EM FASE AVANÇADA
Os Diagnósticos de Enfermagem do NANDA (2009 – 2011) e o Plano de Cuidados de
Enfermagem para idosos com demência em fase avançada foram selecionados a partir da lista
de problemas (Apêndice B) retirada da história de Enfermagem e exame físico. Portanto, com
base no Histórico de Enfermagem e a observação da realidade da idosa Z.L.C., bem como as
informações fornecidas pela cuidadora familiar, elaborou-se os possíveis diagnósticos de
enfermagem e planos de cuidados de enfermagem para idosos com demência em fase
avançada.
Os diagnósticos aqui listados, bem como o Plano de Cuidados de Enfermagem, mesmo
tendo como base o caso específico da idosa Z.L.C., foram redigidos a fim de abranger a
doença de uma forma geral, contemplando a fase avançada das demências.
Segue o resumo retirado do NANDA (2009-2011) com os principais Diagnósticos de
Enfermagem, Domínio e Classe, com respectivas características definidoras e fatores
relacionados específicos para os quadros de demência em fase avançada (Apêndice C). Na
apresentação do Diagnóstico de Enfermagem, serão citados apenas alguns exemplos de
fatores relacionados e características definidoras, porém é possível pesquisar no Apêndice C
os demais selecionados.
Ressalta-se que os resultados ou metas esperadas foram elaborados pelas
pesquisadoras, porém, devem ser utilizados apenas quando forem apropriados para o caso.
Deve-se também especificar o tempo previsto para o resultado ser alcançado, quando
possível. Sugere-se na confecção do resultado ou meta esperada a utilização da Classificação
dos Resultados de Enfermagem - NOC (GARCEZ, 2004).
O Plano de Cuidados de Enfermagem para Idosos com Demência em Fase Avançada
deve ter o seu uso apropriado conforme a situação real encontrada. Vale lembrar que nem
todos os cuidados poderão ser aplicados ao mesmo tempo, pelo simples fato de o idoso estar
na fase avançada, não apresentar todos os problemas ao mesmo tempo e da mesma forma,
podendo ter apenas algumas características do início da fase avançada ou trazer ainda
características de fases anteriores. As pesquisadoras buscaram o Plano de Cuidados de
Enfermagem em diversas literaturas, como: Classificação das Intervenções de Enfermagem
(NIC), 2008; Introdução à Enfermagem Gerontológica, 2003; Diagnósticos de Enfermagem:
41
Intervenções, Prioridades, Fundamentos, 2009; e Tratado de Geriatria e Gerontologia, 2006.
Porém, os cuidados foram enriquecidos com a apresentação de exemplos práticos.
Abaixo serão apresentados os vinte problemas encontrados, com os 59 diagnósticos de
enfermagem, que foram agrupados, tendo sido encontrado para alguns mais de um possível
diagnóstico. Os vinte resultados esperados foram colocados de uma forma geral (para
exemplificar) devendo ser construído um resultado esperado para cada Diagnóstico de
Enfermagem. Os vinte Planos de Cuidados de Enfermagem foram feitos para cada problema.
Problema 1: Alteração na Comunicação
1 Diagnóstico de Enfermagem: Comunicação verbal prejudicada relacionada à alteração do
SNC e diminuição da circulação cerebral, caracterizado por desorientação no tempo e espaço
e a falta de comunicação.
Resultado esperado (Metas): Manter o nível atual de comunicação, o maior tempo possível.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Usar recursos alternativos para estabelecer comunicação com o idoso:
- Usar expressões faciais, gestos e posturas corporais congruente com a mensagem desejada
que pretende passar (cuidadora). Enquanto houver entendimento pode-se pedir para o idoso
apertar a mão ou piscar os olhos em caso afirmativo (quando deseja responder “sim”).
- Instruir a cuidadora e os familiares quanto à interpretação adequada sobre os sinais de
comunicação da idosa, como: emoções e sentimentos que conseguem ser expressados através
da linguagem corporal e da expressão facial. Como gemidos, lágrimas, franzir a testa e
aumento da abertura ocular.
- Falar pausadamente em voz alta em pé, próximo do ouvido, evitando baixar a voz no final
da frase. Informar a cuidadora a falar devagar, mas de forma normal, com a melodia e ritmo
de frase normal.
- Falar olhando para o idoso, observando suas reações. Sorrir para o idoso.
42
- Permitir que ouça frequentemente a linguagem falada. Ou seja, conversar com o idoso,
mesmo que esse não responda ou não entenda. Atitudes simples como: “Bom dia!” “Hora do
almoço!” “Seu neto chegou” “Tá chovendo” “Vamos tomar o remédio da pressão” “Hoje é
domingo”, dando sempre a noção de tempo e espaço.
- Usar palavras simples e frases curtas.
- Usar quadro de desenhos, ou mesmo computador.
- Evitar gritar com quem apresenta disfunção da fala.
- Chamar sempre a idosa pelo seu nome ou pelo apelido ou forma carinhosa que o idoso
estava acostumado. Cuidado para não infantilizar.
- Fazer terapias prescritas de linguagem especial (fonoaudióloga) durante as interações
informais com o idoso.
43
Problema 2: Alteração da Mobilidade
2 Diagnóstico de Enfermagem: Mobilidade no leito prejudicada relacionada à prejuízo
cognitivo e prejuízo neuromuscular, caracterizado por capacidade prejudicada de “esquivarse” ou reposicionar-se na cama e capacidade prejudicada de mover-se de uma posição para
outra (prona para supina, sentada para supina, etc.).
3 Diagnóstico de Enfermagem: Mobilidade física prejudicada relacionada à instabilidade
física postural e dispnéia ao esforço, caracterizado por desuso e enrijecimento das
articulações.
4 Diagnóstico de Enfermagem: Deambulação prejudicada relacionada ao prejuízo cognitivo,
força muscular insuficiente e prejuízo neuromuscular, caracterizado por capacidade
prejudicada de andar sobre superfícies irregulares, capacidade prejudicada de subir e descer
calçadas e capacidade de percorrer as distâncias necessárias.
5 Diagnóstico de Enfermagem: Risco de Síndrome do desuso relacionado à imobilidade
mecânica, nível de consciência alterado e paralisia.
6 Diagnóstico de enfermagem: Risco de disfunção neurovascular periférica relacionado à
imobilização e obstrução vascular.
7 Diagnóstico de enfermagem: Proteção ineficaz relacionado aos extremos de idade e
nutrição inadequada, caracterizado por alteração neurosensorial, desorientação e imobilidade.
Resultado esperado (Metas): Prevenir úlceras por pressão. Prevenir acidentes, como quedas.
Evitar complicações de imobilidade fisiológica. Prevenir risco de redução da perfusão
tecidual periférica.
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Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Proporcionar os cuidados da pele (veja os cuidados apresentados no Problema 3 - Alteração
da Pele).
b) Realizar mudança de decúbito frequentemente, recolocar o idoso no alinhamento corporal
adequado utilizando apoios apropriados (travesseiros e coxins).
- Programar um esquema regular de mudanças de decúbito.
c) Garantir utilização adequada de talas para apoiar as articulações e evitar
deformidade.
d) Orientar a utilização de colchão articulado ou cama terapêutica com grade lateral.
e) Determinar os fatores de risco pessoais e a situação atual, como, por exemplo, tração,
idade, fraqueza, debilitação, imobilidade progressiva e demência.
f) Em colaboração com a fisioterapia/terapia ocupacional, desenvolver um programa
individualizado de mobilidade e selecionar os dispositivos auxiliares apropriados, como
realizar exercício isométrico (contração e relaxamento de grandes grupos musculares), que
ajuda a manter o tônus muscular e reposicionar a idosa, a cada 1 a 2 horas, mantendo o
alinhamento adequado do corpo.
g) Orientar o cuidador os métodos para movimentar o idoso em relação às situações
específicas, estimulando a continuação dos exercícios ativos ou passivos e/ou de amplitude de
movimento para manter/aumentar os ganhos de força/controle muscular.
h) Avaliar o posicionamento:
- Realizar mobilização no leito de 2/2 horas, se possível, a cada 1/1 hora.
- Monitorar, levando em conta o alinhamento correto do corpo. Atenção especial
para os pés, mantendo em posição anatômica, com apoio plantar e calcâneo.
- Monitorar a melhora da postura/mecânica corporal do idoso.
- Programar atividades para alternar com períodos de descanso, como: sentar e sair
da cama.
45
- Auxiliar a família a identificar exercícios de postura apropriados, observando a
frequência e a quantidade de repetições.
- Identificar a condição clínica que contribuem para a dificuldade de andar.
- Monitorar a família para monitorar a posição das partes do corpo enquanto toma banho,
senta-se, deita-se ou troca de posição.
- Colocar o idoso em ambiente menos restrito possível, mas que permita o nível de
observação necessário.
- Identificar perigos potenciais no ambiente do idoso e removê-los.
i) Instruir o cuidador sobre o posicionamento correto no leito:
Posição supina, barriga para cima:
 O calcanhar deve ficar livre sem nada para comprimir.
 As pernas são postas em posição neutra com os dedos apontados para o teto, evitando
assim a rotação dos tornozelos; um rolo de pano ou travesseiro pode ser colocado
sobre a articulação do quadril e coxa, para evitar que a perna rode lateralmente.
 O joelho é posicionado em extensão, para evitar que fique dobrado e depois seja difícil
de esticar o joelho.
 O cotovelo pode ficar esticado ou em posição neutra.
 O antebraço é posicionado com a palma da mão para cima ou para baixo.
 Mão e pulso estendidos e dedos parcialmente dobrados sempre com o polegar aberto.
Posição decúbito lateral, de lado:
 A perna que fica em cima deve ser levemente dobrada com apoio do travesseiro
embaixo para que fique mais confortável e não haja uma rotação indevida.
 O braço deve ficar leve e confortavelmente estendido sem que o peso recaia muito
sobre o ombro.
 Sempre que possível o uso de travesseiro para dar maior conforto e apoio ao paciente
deve ser usado.
 Essa posição, como as outras, deve ser usada de acordo com a tolerância de cada
idoso.
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j) A transferência de um idoso dependente da cama para qualquer outro local deve ser feita
com técnica correta de acordo com o instrumento de suporte ou transferência, como: bengalas,
muletas, cadeira de rodas e sofá, devem ser usadas, de acordo com as necessidades.
h) Envolver o cuidador nos cuidados prestados:
- Ajudando-os a aprender modos de compensar os déficits para aumentar a segurança da
idoso, da família e do cuidador.
- Avaliar a compreensão do cuidador e sua capacidade de prestar cuidados por períodos
longos.
- Reforçar com o cuidador as orientações acerca das necessidades dietéticas.
- Determinar as limitações do movimento articular e o efeito sobre o funcionamento.
- Proteger o paciente de traumas durante o exercício.
- Lavar as mãos antes e após cada atividade de cuidado com o idoso.
- Limpar a pele do idoso com agente antibacteriano.
- Assegurar emprego de técnica adequada no cuidado de feridas.
- Orientar o cuidador sobre sinais e sintomas de infecção e como evitá-la.
- Promover a conservação e o preparo seguro dos alimentos.
- Identificar recursos institucionais para auxiliar a reduzir os fatores de risco.
- Monitorar o idoso quanto a alterações no funcionamento físico ou cognitivo capazes de
conduzir a comportamentos de risco.
- Colocar o idoso em ambiente menos restrito possível, mas que permita o nível de
observação necessário.
- Identificar perigos potenciais no ambiente do idoso e removê-los.
i) Implementar programas consistentes de controle intestinal/treinamento vesical, conforme a
necessidade.
l) Quanto às vias áreas:
47
- Monitorar os sons respiratórios e as características das secreções para detectar complicações
precocemente.
- Estimular os exercícios de tossir e respirar profundamente para facilitar a eliminação das
secreções/evitar atelectasia.
- Orientar o cuidador a aspirar, quando necessário, para desobstruir as vias respiratórias.
- Demonstrar a técnica e ajudar a fazer drenagem postural.
m) Aferir as temperaturas cutânea e central. Investigar o desenvolvimento de cianose ou
alterações do estado mental para detectar alterações da oxigenação.
n) Avaliar a influência da dor no distúrbio da mobilidade.
o) Evitar verificar a pressão sanguínea na extremidade afetada e usar torniquete na
extremidade afetada.
48
Problema 3: Alteração da pele
8.Diagnóstico de Enfermagem: Integridade da pele prejudicada relacionada à extremos da
idade, imobilização física, circulação prejudicada, proeminências ósseas, fatores mecânicos,
hipertermia e hipotermia, caracterizado por destruição de camadas da pele, rompimento da
superfície da pele e invasão de estruturas do corpo.
9.Diagnóstico de Enfermagem: Risco de integridade da pele prejudicada relacionada à
extremos de idade, imobilização física, circulação prejudicada e excreções.
Resultado esperado (Metas): Evitar complicações de lesão e escaras.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Observando a pele, os pontos de hiperemia e edema.
- Evitar massagem em proeminência óssea.
- Detectar área de atrito e cisalhamento.
- Cuidar diariamente da pele e, quando necessário, secar bem e aplicar massagens suaves e
loção para estimular a circulação. Manter limpeza da pele.
- Avaliar rotineiramente a circulação/função nervosa das partes afetadas do corpo. Detectar
alterações da temperatura, cor, sensibilidade e dos movimentos.
- Instituir medidas de suporte à circulação periférica como meias elásticas, para aumentar o
retorno venoso.
- Evitar o uso de roupas apertadas/contenções para não provocar congestão vascular.
- Evitar ou monitorar com cuidado o uso de calor ou frio, como compressas de calor, bolsas
de água quente e compressas de gelo e usar termômetros para testar a temperatura da água.
- Discutir ou identificar as causas de sensações anormais ou das mudanças nas sensações.
- Avaliar a localização e a extensão de edema, se houver.
49
- Realizar uma avaliação completa da circulação periférica, como, avaliar pulsos e edema
periférico.
- Examinar a pele em busca de úlceras por estase e ruptura tissular.
- Administrar medicamentos antiagregantes ou anticoagulantes.
- Manter hidratação oral adequada para reduzir a viscosidade sanguínea.
- Examinar entre os dedos pés em busca de maceração, fissuras ou lesões e monitorar a
adequação das meias.
- Monitorar ressecamento e umidade excessivos da pele.
- Manter a higiene cuidadosa da pele utilizando sabonete neutro, secar cuidadosa e
suavemente a pele e lubrificar com loção ou emoliente, conforme a prescrição.
- Massagear suavemente as proeminências ósseas, caso não haja sinais como hiperemia e
edema, e evitar atrito ao movimentar o idoso e o efeito de cisalhamento.
- Virar o idoso imobilizado pelo menos a cada duas horas, seguindo um horário específico.
- Manter as roupas de cama secas, utilizando materiais de textura mais grossa que não causem
irritação e conservar os lençóis sem rugas.
- Proteger a pele com a utilização de almofadas, travesseiros, colchões de espuma ou água,
para aumentar a circulação e alterar/eliminar a pressão excessiva aplicada aos tecidos.
- Verificar rotineiramente as superfícies cutâneas/pontos de pressão, se há áreas
hiperemiadas/pálidas. Isso reduz a possibilidade de progressão para lesões cutâneas.
- Vestir o paciente com roupas mais confortáveis e colocar fraldas de forma menos restritiva.
- Aplicar lubrificante para umedecer os lábios e as mucosas orais, conforme necessário.
- Oferecer bastante líquido.
- Ser delicada na hora das transferências, protegendo também as partes duras das cadeira de
rodas com travesseiros,coxins ou lençóis.
- Aplicar protetores para os calcanhares e proeminências ósseas, em geral.
50
- Apoiar o pé na hora de deitar, em posição anatômica, evitando a queda do pé.
51
Problema 4: Déficit do autocuidado
10.Diagnóstico de Enfermagem: Déficit no autocuidado para banho relacionado à
incapacidade de perceber a relação espacial e prejuízo cognitivo, caracterizado por
incapacidade de acessar o banheiro, incapacidade de lavar o corpo e incapacidade de obter a
fonte de água.
11.Diagnóstico de Enfermagem: Déficit no autocuidado para alimentação relacionada ao
prejuízo cognitivo e prejuízo neuromuscular, caracterizado pela incapacidade de engolir
alimentos, incapacidade de levar os alimentos de um recipiente à boca e incapacidade de
mastigar alimentos.
12.Diagnóstico de Enfermagem: Déficit no autocuidado para vestir-se relacionado à dor,
fraqueza ou desconforto, prejuízo cognitivo e prejuízo musculoesquelético ou neuromuscular,
caracterizado pela capacidade prejudicada de calçar ou tirar meias ou sapatos, de colocar ou
tirar itens do vestuário, incapacidade de usar zíperes ou fechar uma roupa e incapacidade de
escolher as roupas.
13.Diagnóstico de enfermagem: Dentição prejudicada relacionada à barreiras ao
autocuidado e higiene oral ineficaz, caracterizado por ausência de dentes e perda de dentes.
Resultado esperado (Metas): Manter o idoso higienizado, prevenindo infecções. Prevenir
risco de desnutrição. Melhorar o autocuidado ao vestir-se. Manter a saúde oral.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Cuidados quanto ao banho:
- Separar todo o material necessário para a realização do banho.
- Mesmo acamado deve ser levado ao banheiro para que seja realizado o banho de chuveiro,
sendo que é uma ótima oportunidade de mobilização.
- Providenciar um ambiente sem corrente de ar, fechando janelas e portas.
52
- Recomendar o cuidador que durante o banho no leito vá despindo o idoso de acordo com a
parte do corpo que será higienizada, nunca deixando a idosa totalmente despida.
- Realizar medidas de higiene e conforto com o idoso no banho, como: cuidado com períneo,
genitália, ocular, oral e cabelo, mantendo a água em temperatura confortável.
- Auxiliar no banho do idoso em cadeira de banho, na banheira, no leito ou em banho de
assento.
- Na hora do banho o cuidador deve ser tolerante, avaliando a frequência necessária e escolher
uma hora tranquila, sem interrupções.
- Monitorar a condição da pele durante o banho.
- Auxiliar com medidas de higiene, com uso desodorante ou perfume e aplicar creme em áreas
ressecadas da pele.
- Instruir o cuidador para aproveitar o momento do banho para realizar a limpeza através de
movimentos e massagem, para estimular a circulação sanguínea e evitar atrofias dos
músculos.
- Determinar as condições existentes que geram a necessidade de supervisão do banho, como:
extremos etários, nível de desenvolvimento que afetam a capacidade do indivíduo de atender
ás suas próprias necessidades: AVE, Doença de Alzheimer e o grau de limitação física.
- Avaliar outras condições clínicas que possam influir no autocuidado, como: pressão arterial
elevada ou muito baixa, doença cardíaca, desnutrição, dor e /ou fármacos utilizados,
memória/função intelectual, ficando atento ao nível de desenvolvimento ao qual o idoso
regrediu.
b) Cuidados quanto à escovação e a prótese dentária:
- Aplicar lubrificante para hidratar os lábios e as mucosas orais.
- Orientar quanto à necessidade de uma rotina diária de cuidado oral e sobre a escovação da
gengiva e língua.
- Informar ao idoso e o cuidador que a saúde bucal, envolve não só o dente, mas todo o
conjunto formado pelas gengivas, papilas interdentárias, palato duro e língua.
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- Informar que o uso de creme dental deve ser evitado por conter agentes abrasivos e causar
desgaste à resina da prótese.
- Recomendar mergulhar a prótese durante 15 minutos em solução contendo 220 ml de água e
uma colher (chá) de hipocloreto de sódio, uma ou duas vezes por semana.
- Observar quanto aos aspectos psicológicos, pois a perda dos dentes compromete a autoestima do idoso.
- Retirar a prótese da cavidade bucal por, no mínimo, 8 horas diárias, buscando a recuperação
e possibilidade da realização de higienização dos tecidos bucal.
- Ensinar ao idoso e cuidador que a limpeza da prótese deve ser feita após cada refeição, com
a utilização de escova e sabão neutro.
- Ficar atento quando o idoso queixar-se de “ardência”, “queimação” ou mesmo de dores na
mucosa bucal, pode estar ligado diretamente à diminuição do fluxo salivar, uso de
medicamentos e ainda pode estar sendo provocado por prótese total ou parcial, dentes
fraturados e ingestão de alimentos arestas cortante.
- Levar em conta o estado de limpeza de cada boca separadamente, e não, apurar esta ou
aquela técnica de higienização bucal, quando se trata especialmente de pessoas idosas, pois
quanto mais simples a higienização, mais eficaz.
- Explicar que o fio dental deve ser usado entre todos os dentes, deslizando suavemente.
c) Fornecer dispositivos auxiliares/métodos de alimentação e realizar visita domiciliar para
avaliar as necessidades ambientais.
d) Recomendar o cuidador a vestir no idoso: roupas largas, sem botões, fáceis de serem
vestidas, com fechos na frente e de preferência de velcro.
e) Assegurar privacidade durante as atividades de cuidados pessoais e conceder bastante
tempo para a realização de atividades de autocuidado.
f) Apresentar as tarefas em pequenas etapas viáveis para o idoso, como: “Vamos vestir a
blusa”, “Agora vamos colocar a calça”.
g) Rever/modificar o programa periodicamente para ajustar ás alterações das capacidades do
idoso, caso apresente alguma alteração.
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h) Determinar as potencialidades e as habilidades do idoso. Deixar que o idoso faça por si só
o que for possível, estimulando sua independência nas atividades de vida diária.
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Problema 5: Fezes endurecidas
14.Diagnóstico de Enfermagem: Constipação relacionada à motilidade do trato
gastrintestinal diminuída e lesão neurológica, caracterizado por sinais/sintomas atípicos em
adultos idosos: mudança no estado mental e incontinência urinária.
15.Diagnóstico de enfermagem: Risco de constipação relacionada à motilidade diminuída do
trato gastrintestinal, lesão neurológica e confusão mental.
Resultado esperado (Metas): Melhorar o funcionamento do intestino. Prevenir o risco de
constipação.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Instruir/estimular a ingestão equilibrada de fibras e alimentos formadores de bolo fecal com
dieta para melhorar a consistência das fezes e facilitar sua passagem pelo intestino grosso.
- Orientar o cuidador para os horários de refeição que devem ser regulares.
b) Orientar a restauração ou manutenção de um padrão regular de eliminação e prevenir
complicações:
- Avaliar a ingestão atual de alimentos e líquidos e suas implicações na função intestinal.
- Garantir a ingestão adequada de líquidos, inclusive água, sucos de frutas e alimentos ricos
em fibras, a menos que contra-indicado. Sugerir a ingestão de água morna e líquidos
estimulantes como o chá, para aumentar a umidade/maciez das fezes.
- Avaliar a utilização de laxantes/enema e administrar sob prescrição médica.
- Monitorar sinais e sintomas de constipação através da palpação do abdome à procura de
distensão ou massas e registrar a coloração, o odor, a consistência, a quantidade e a frequência
das evacuações.
- Auscultar o abdome para determinar a presença, a localização e as características dos ruídos
peristálticos e hidroaéreos, que refletem a atividade intestinal, ficando alerta na ausência de
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tais ruídos. Consultar um médico sobre a diminuição/o aumento da frequência dos ruídos
hidroaéreos.
- Estimular a prática de exercícios dentro dos limites de tolerância do idoso para estimular o
peristaltismo ou mesmo através de pequenas caminhadas diárias dentro da própria casa ou
quarto.
- Pesar regularmente o idoso.
- Ensinar e informar o cuidador sobre o procedimento de remoção manual de fezes, se
necessário.
- Mesmo o idoso acamado, instruir o cuidador para auxiliar na mobilização, como estimular a
ida ao banheiro, porque a evacuação contínua em fraldas favorece a constipação, sendo mais
difícil evacuar na posição deitada que sentada.
- Conversar com o cuidador sobre o padrão de eliminação habitual e o uso de laxantes.
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Problema 6: Presença de secreções
16.Diagnóstico de Enfermagem: Risco de aspiração relacionado à alimentação por sonda,
deglutição prejudicada, motilidade gastrintestinal diminuída e nível de consciência reduzido
Resultado esperado (Metas): Prevenir a ocorrência de aspiração.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Avaliar e determinar o nível de consciência.
b) Avaliar o volume e a consistência das secreções respiratórias e a força do reflexo de
tosse/engasgo.
c) Manter o equipamento de aspiração à beira do leito ou perto da cabeceira, caso necessário.
d) Aspirar cavidade oral e nariz, quando necessário para remover secreções. Evitar a ativação
do mecanismo de engasgo durante a sucção ou a limpeza da cavidade oral.
e) Ajudar a realizar a drenagem postural para mobilizar as secreções espessadas que podem
interferir na deglutição.
f) Auscultar frequentemente os sons respiratórios para determinar a existência de secreções ou
aspiração silenciosa.
g) Elevar o idoso para uma posição mais alta, durante a administração da alimentação por
sonda.
h) Administrar fármacos orais em forma de xarope ou comprimidos triturados.
i) Cuidados com a sonda nasoenteral:
- Checar o posicionamento da sonda nasoenteral e se há resíduos, antes de alimentar o idoso.
- Lavar a sonda após a administração de medicações e alimentos.
- Revezar os pontos de fixação da sonda na pele diariamente, utilizando preferencialmente
fixadores para pele sensível, tipo micropore.
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- Evitar o gotejamento muito rápido do alimento pela pele a fim de prevenir diarréias e
desconfortos abdominais.
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Problema 7: Alteração da Memória ou da Percepção
17.Diagnóstico de Enfermagem: Memória prejudicada relacionada ao débito cardíaco
diminuído ou hipóxia e distúrbios neurológicos, caracterizado por esquecimento de efetuar
uma ação em horário planejado, experiências de esquecimento e incapacidade de aprender,
reter ou recordar coisas novas (habilidades, eventos e/ou informações).
18.Diagnóstico de enfermagem: Síndrome da interpretação ambiental prejudicada
relacionada à demência, caracterizada por estados crônicos de confusão, incapacidade de
concentrar-se e incapacidade de raciocinar.
19.Diagnóstico de enfermagem: Percepção sensorial perturbada: visual, auditiva,
cinestésica, gustativa, tátil, olfativa, relacionada à integração sensorial alterada e transmissão
sensorial alterada, caracterizada por comunicação prejudicada, desorientação e mudança no
padrão de comportamento.
Resultado esperado (Metas): Melhorar ou manter a memória e a função cognitiva atual.
Melhorar o comportamento para compensar a audição e a visão; amenizar o pensamento
distorcido.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Orientar o cuidador a ler livros ou revistas para o idoso, colocar músicas com sons
agradáveis, ou músicas que eram da preferência do idoso, fazendo com que a pessoa idosa se
mantenha tranquila.
b) Procurar socializá-lo:
- Leve-o, sempre que puder, para passear, ir aos lugares onde gostava de ir e conhecer novas
pessoas.
- Em caso de acamados, promover a socialização em casa, permitindo visitas de parentes e
amigos.
- Limitar o número de visitas com as quais o idoso interage em cada ocasião e promover e
estruturar as atividades e os períodos de repouso.
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- Fornecer meios de comunicação, conforme a necessidade, evitando o isolamento físico ou
emocional do idoso para evitar privação sensorial ou atenuar a confusão mental.
- Reorientar o idoso quanto ao tempo, ao lugar, à equipe e aos acontecimentos.
- Explicar os procedimentos, as sensações esperadas e os resultados.
- Estimular a família a trazer objetos familiares, conversar e tocar frequentemente no idoso.
- Proporcionar atividades recreativas na medida da capacidade do idoso.
c) Estruturar os métodos de ensino de acordo com a organização de informações:
- Recordar experiências passadas com o idoso sobre a cidade onde ele mora, como era
antigamente, fatos da infância, adolescência e juventude.
- Realizar uma atividade de cada vez e se identificar cada vez que houver uma interação com
o idoso.
- Explicar tudo o que está acontecendo, mesmo se o idoso não parecer entender, como: “Hora
de tomar banho”, “Vamos jantar agora”.
- Manter a comunicação simples. Utilizar termos concretos.
- Conversar com o idoso que não consegue responder enquanto lhe presta cuidados, para
fornecer estimulação auditiva e evitar o reflexo de sobressalto.
- Proporcionar estimulação sensorial, inclusive odores/sons familiares, estímulos táteis com
diferentes objetos e alterações da intensidade da iluminação.
- Envolver outros membros da equipe de saúde com a exposição a outras modalidades de
estimulação, como musicoterapia, treinamento sensorial, terapia de remotivação.
- Quando necessário, limitar as atividades que possam aumentar a pressão intra-ocular: evitar
movimentos repentinos com a cabeça, inclinar-se.
d) Manter o mesmo cuidador, se possível e incluir a família no processo de planejamento.
e) Manter a rotina do idoso, quanto aos horários das atividades de vida diária, determinando
os padrões pregressos/habituais de atividades como dormir, comer, autocuidado, etc.
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f) Distrair/redirecionar a atenção ao idoso, quando o comportamento estiver agitado ou
perigoso.
g) Observar as respostas comportamentais como: retração, choro, confusão/desorientação e
determinar o grau de acometimento de um ou mais sentidos.
- Limitar/monitorar cuidadosamente a utilização de sedação.
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Problema 8: Dor
20.Diagnóstico de Enfermagem: Dor crônica relacionado à incapacidade física crônica,
caracterizado por expressão facial.
Resultado esperado (Metas): Minimizar a dor.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Avaliar o comportamento gerado pela dor, observando indicadores não-verbais de
desconforto, especialmente em idosos incapazes de se comunicar de forma efetiva, como
postura corporal e expressão facial e estar atento as alterações da dor, pois pode indicar outro
problema físico.
b) Determinar o limiar e duração da dor. Sugestão: pedir para quantificar de 0 (zero) a 10
(dez), sendo zero a ausência de dor e dez a pior dor que já sentiu.
c) Observar indicadores não-verbais de desconforto, especialmente em pacientes incapazes de
se comunicar de forma efetiva.
d) Identificar quais os fármacos e tratamentos foram utilizados e administrar analgésicos
conforme prescrição médica.
e) Investigar com o cuidador os fatores que aliviam e pioram a dor, e reduzir ou eliminar os
fatores que precipitem ou aumentem a experiência de dor.
- Informações gerais sobre a dor: suas causas, tempo de duração e desconfortos decorrentes de
procedimentos.
f) Ensinar para o cuidador o uso de técnicas não-farmacológicas, como: musicoterapia,
mudanças de posição, aplicação de calor/frio (cuidado para não gerar queimaduras, pois a pele
do idoso é sensível) e massagem, antes, após e, se possível, durante atividades dolorosas;
antes que a dor ocorra ou aumente; e junto com outras medidas de alívio de dor. Notifique o
médico se as técnicas de controle da dor não forem bem-sucedidas.
g) Avaliar a eficácia das medidas de controle da dor por meio de uma avaliação constante da
experiência de dor e modificar as medidas com base na resposta do idoso.
63
h) Promover o repouso/sono adequado para facilitar o alívio da dor. Ressalta-se que o repouso
não retira a dor, devendo ser proporcionado, após analgésicos, com prescrição.
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Problema 9: Confusão
21.Diagnóstico de Enfermagem: Confusão crônica relacionado à Acidente Vascular
Cerebral, Demência por multi infarto e Doença de Alzheimer, caracterizado por memória
antiga prejudicada, memória recente prejudicada e prejuízo cognitivo progressivo.
22.Diagnóstico de Enfermagem: Autonegligência relacionado ao prejuízo cognitivo
(demência), caracterizado por higiene pessoal ou ambiental inadequada.
23.Diagnóstico de Enfermagem: Manutenção ineficaz da saúde relacionado ao prejuízo
cognitivo e prejuízo perceptivo, caracterizado pela falta demonstrada de comportamentos
adaptativos a mudanças ambientais.
24.Diagnóstico de enfermagem: Síndrome do estresse por mudança relacionado à mudança
de um ambiente para outro e saúde psicossocial prejudicada, caracterizado por alienação,
depressão, frustração, insegurança, isolamento, solidão e/ou medo, dependência, aumento da
doença ou dos sintomas físicos e perda da identidade.
Resultado esperado (Metas): Melhorar a orientação de tempo e espaço. Prevenir risco de
acidentes. Melhorar a promoção da saúde, para o cuidador adquirir informações, tornando
eficaz a manutenção da saúde. Melhorar a adaptação psicossocial com a mudança de vida.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Manter um ambiente calmo, desenvolvendo uma relação de confiança.
b) Estimular a família/pessoas significativas a proporcionar orientação/estimulação contínua,
inclusive notícias recentes e acontecimentos familiares. Exemplo: “Hoje é domingo,
receberemos a visita da sua neta”.
c) Determinar os recursos apropriados existentes na comunidade para idosos com Alzheimer
ou lesões cerebrais, grupo de apoio aos cuidadores, afastamento temporário para descanso,
para proporcionar apoio e facilitar a solução de problemas.
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d) Determinar o nível de dependência/independência, comportamento, conhecimento, o
tipo/presença de limitações, habilidades adaptativas quanto à manutenção da saúde, ao
ambiente e a segurança.
e) Instruir o cuidador a ficar atenta e checar a todo o momento que o ambiente esteja livre de
obstáculos e perigos que possam causar acidentes.
- Identificar as formas pelas quais a idosa pode adaptar-se quando há doença
progressiva/problemas de saúde de longa duração, como: andadores, bengalas ou cadeira de
rodas.
f) Ensinar o uso adequado de dispositivos auxiliares, como: utilizar esponjas com extensores
de mão para auxiliar no banho.
- Encaminhar ao fisioterapeuta ou ao terapeuta ocupacional para auxiliar no treinamento do
uso de equipamentos de ajuda para aumentar a capacidade funcional do idoso.
g) Explicar tudo o que esteja acontecendo, mesmo se o idoso não parecer entender.
h) Orientar o cuidador para estimular os sentidos do idoso, estimulando a capacidade mental,
ouvindo músicas de preferência da idosa e barulhos diferentes da rotina, deixando que prove
diferentes sabores, que toque diferente texturas, que sinta o cheiro de perfumes, shampoo,
temperos, etc. Esses estímulos não devem ser oferecidos quando o idoso estiver agitado.
i) Monitorar a adesão ao regime terapêutico prescrito para modificar o plano de cuidados.
j) Estimular a livre expressão dos sentimentos do idoso.
- Monitorar o comportamento e ficar atento para a ocorrência de irritabilidade, atitude
defensiva e agitação. Abordar de uma maneira pouco apressada e reorientar de um modo não
crítico positivo, observando as causas físicas da mudança de comportamento, como:
constipação, desidratação, infecções, queda, introdução ou interrupção de medicamento,
dentre outras.
- Detectar sinais de estresse aumentado, queixas recentes de desconforto físico/dor ou
presença de fadiga. Ter equilíbrio entre atividade e repouso.
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- Lidar com o comportamento agressivo impondo limites firmes de forma tranquila e controlar
o ambiente, protegendo as outras pessoas do comportamento perturbador do idoso e dele
mesmo, escondendo objetos perfuro cortante na hora da agitação.
- Observar se a agitação é diária e relacionada ao horário específico (síndrome do pôr do sol).
O cuidador pode se antecipar e oferecer atividades que acalmam ou distraiam o idoso.
Exemplos: acender as luzes da casa (aumentar a iluminação), fazer companhia e pequenas
caminhadas, oferecer um lanche, ouvir música, etc.
k) Estimular o cuidador a personalizar a área com quadros, pertences pessoais e coisas
semelhantes do idoso e identificar tudo o que está sendo usado com o idoso, por exemplo:
água, banho, sabonete, pente.
l) Determinar os horários habituais das atividades do idoso e incorporar esses horários na
rotina da nova residência, caso seja possível.
- Fornecer orientação antecipada para manter e regular as práticas eficazes de saúde durante
os períodos de bem-estar. Exemplo: “Hoje vamos ao médico”, “Está na hora de tomar o
remédio.”
- Colocar o idoso em um quarto particular e incluir a família nas atividades de autocuidado,
nos horários das refeições, nas atividades de socialização, exercícios ou lazer, dentre outras.
- Envolver o idoso nas atividades para atenuar o estresse e a ansiedade, na medida de suas
capacidades, estimulando a participação em interações sociais.
m) Reportar qualquer confusão súbita. A confusão que aparece subitamente não é normal e
precisa ser reportada ao médico imediatamente.
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Problema 10: Queda
25.Diagnóstico de Enfermagem: Risco de quedas relacionado à imobilização, doença
vascular, idade acima de 65 anos e medicamentos.
26.Diagnóstico de enfermagem: Risco de trauma relacionado aos mecanismos de chamada
inadequados para clientes acamados, cama alta, coordenação muscular reduzida e dificuldade
cognitiva.
Resultado esperado (Metas): Prevenir risco de acidentes com queda, evitando complicações
como lesão e trauma.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Identificar as intervenções e os dispositivos de segurança necessários para promover um
ambiente seguro e a segurança pessoal do idoso:
- Explicar o cuidador sobre a doença/condição do idoso, que podem aumentar o risco de
quedas.
- Orientar o cuidador a não ter pressa nas mudanças de posição de sentado para em pé,
esperando de 5 a 10 minutos na posição sentada, antes de levantar o idoso, afim de
restabelecer os níveis pressóricos e prevenir a hipotensão postural (queda abrupta da pressão
arterial), que leva ao desmaio ou queda.
- Orientar o cuidador sobre a importância de monitorar as condições que contribuem para a
ocorrência de acidentes, conhecendo a capacidade de mobilidade do idoso, como: déficit
auditivo ou de visão, déficit na marcha (pés arrastados), alteração da pressão arterial e corpo
fletido para frente.
- Modificar o ambiente para minimizar perigos e riscos, buscando mudanças nas condições de
segurança, identificando as características do ambiente capazes de aumentar o potencial de
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quedas, para que possam ser realizadas adaptações que resolvam os seus problemas
específicos.
- Recomendar que em caso de queda, o idoso deve ser encaminhado para avaliação médica.
- Identificar déficits cognitivos ou físicos do idoso que podem aumentar o potencial para
quedas em determinado ambiente identificando as necessidades de segurança do idoso, com
base no nível de capacidade física, cognitiva e na história comportamental anterior.
- Usar técnica adequada nas transferências do idoso que envolva cadeira de rodas, uso do vaso
sanitário, deslocamentos da cama ou para a cama, bem como outras situações.
- Usar laterais da cama com comprimento e altura adequados para prevenir quedas, quando o
cuidador estiver ausente.
b) Registrar a data da queda, a situação ocorrida e a parte do corpo acometida ou lesionada,
observando durante os próximos 3 meses (90 dias) alterações possíveis de comportamento
neste idoso.
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Problema 11: Alteração da temperatura
27.Diagnóstico de enfermagem: Risco de desequilíbrio na temperatura corporal relacionado
à exposição a extremos de temperatura ambiental e extremos de idade.
28.Diagnóstico de enfermagem: Termorregulação ineficaz relacionado à doença e
envelhecimento, caracterizado por flutuação na temperatura corporal acima e abaixo dos
parâmetros normais, hipertensão e palidez moderada.
Resultado esperado (Metas): Prevenir o risco de hipertemia ou hipotermia, mantendo o
controle da temperatura.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Monitorar a ventilação do ambiente e impedir as correntes fortes de ar e providenciar
dispositivos de aquecimento ou resfriamento, dependendo da idade do idoso, isso pode afetar
diretamente a capacidade de manter/regular a temperatura corporal e responder às alterações
ambientais.
b) Orientar medidas de proteção para os fatores de risco identificados, que podem ser:
ambiente muito quente ou muito frio; regime terapêutico inadequado; roupas/proteção
inadequada; e estado nutricional precário.
c) Rever as formas de evitar alterações acidentais, como, por exemplo, hipotermia induzida
pelo resfriamento excessivo para reduzir a febre.
d) Monitorar a temperatura pelo menos a cada duas horas, quando adequado.
e) Monitorar os sinais e os sintomas de hipotermia e hipertermia e relatá-los, encaminhando
ao serviço de saúde ou administrando medicação para hipertemia com prescrição médica.
f) Ensinar o cuidador a forma de evitar perda e aumento de calor, adaptando a temperatura do
ambiente, às necessidades do idoso, usando compressas de água fria e banhos mornos ou
bolsas de água morna para adaptar a temperatura corporal alterada e evitar exposição a
correntes de ar, calor excessivo ou frio desnecessários.
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g) Discutir com o cuidador a importância da termorregulação e os possíveis efeitos negativos
da sensação excessiva de frio, quando adequado.
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Problema 12: Alteração na ingesta (alimentar e hidratação)
29.Diagnóstico de Enfermagem: Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades
corporais relacionado à capacidade prejudicada de ingerir os alimentos ou fatores biológicos,
econômicos e psicológicos, caracterizado por fraqueza dos músculos necessários à deglutição
ou a mastigação, incapacidade percebida de ingerir comida e peso corporal 20% ou mais
abaixo do ideal.
30.Diagnóstico de enfermagem: Volume de líquido deficiente relacionado à diminuição do
turgor da pele e mudança no estado mental, caracterizado por falha dos mecanismos
reguladores e perda ativa de volume de líquido.
31.Diagnóstico de Enfermagem: Risco de volume de líquidos deficiente relacionado à
desvios que afetam o acesso de líquidos, extremos de idade e perdas excessivas por vias
normais.
32.Diagnóstico de Enfermagem: Deglutição prejudicada relacionada à história de
alimentação por sonda e lesão neuromuscular, caracterizada por evidência observada de
dificuldade para deglutir, baba ou sialorréia e falta de mastigação.
Resultado esperado (Metas): Melhorar o estado nutricional e a hidratação. Manter o
equilíbrio de líquidos. Melhorar a função da deglutição.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Avaliar as capacidades de mastigar, engolir e sentir sabores.
- Observar a adaptação com a existência de obstáculos mecânicos (sonda) e próteses dentárias
mal ajustadas.
- Prender a sonda a parte do corpo apropriada, considerando o conforto do idoso e a
integridade da pele.
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b) Avaliar interações farmacológicas, efeitos das doenças, alergias, uso de laxantes ou
diuréticos. Esses fatores podem estar alterando a absorção dos nutrientes. Consulte o médico
nestes casos.
- Detectar os possíveis diagnósticos médicos que podem gerar déficit de volume de líquidos,
como o nível de consciência deprimido.
c) Assinalar a ingestão diária total. Manter um diário da ingestão calórica, dos padrões e dos
horários das refeições para determinar as alterações que devem ser realizadas na ingestão
dietética do idoso.
d) Medir/calcular a gordura subcutânea e a massa muscular com base na dobra cutânea
tricipital e na medida da circunferência da musculatura do terço médio do braço, ou em outras
medidas antropométricas, para obter parâmetros basais.
e) Consultar a nutricionista para elaborar um plano dietético ideal, realizando as modificações
dietéticas indicadas, para cada caso, como fórmulas de alimentação por sonda e espersantes,
pesar e avaliar semanalmente, registrando os resultados para monitorar a eficácia do plano
dietético.
f) Detectar sinais físicos de desidratação, como: urina concentrada, secura das mucosas (oral e
ocular), turgor cutâneo diminuído, enchimento capilar lento e confusão mental.
g) Estabelecer as necessidades individuais de líquidos e montar um esquema de reposição,
distribuindo os líquidos ao longo das 24 h. Isso evita o excesso/déficit do volume de líquidos.
- Orientar o cuidador a deixar líquidos de fácil acesso para o idoso e em temperatura
agradável.
h) Monitorar a ingestão/perdas, lembrando de levar em conta as perdas insensíveis, como a
perda de água pela pele (3 a 5 litros por dia) e assegurar a avaliação precisa do estado de
hidratação.
i) Proporcionar cuidados orais e oculares frequentes, para evitar lesão por ressecamento e
identificar as ações que o cuidador pode adotar para corrigir as complicações.
j) Orientar o cuidador a inspecionar a cavidade orofaríngea para detectar edema, inflamação,
anormalidades da integridade da mucosa oral e adequação da higiene oral. Supervisionar
também, após a administração de medicamentos e alimentos, para evitar que guarda na boca.
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- Usar cotonetes ou chumaços de algodão descartáveis para estimular as gengivas e limpar a
cavidade oral e monitorar os lábios, as mucosas, as fossas das tonsilares e as gengivas quanto
a hidratação, cor, textura e presença de resíduos e infecção, utilizando uma lanterna e um
abaixador de língua.
e) Avaliar a função sensoriperceptiva, como percepção sensorial, orientação, concentração e
coordenação motora, como: a força e a amplitude de movimento dos músculos envolvidos na
mastigação e na deglutição.
m) Elevar à cabeceira a 90º com a cabeça em alinhamento anatômico e ligeiramente
flexionado para frente durante as refeições, o idoso não deve se alimentar quando sonolento.
Manter a cabeceira da cama elevada a 30º a 45º depois das refeições, se possível e faça com
que a idosa permaneça em posição sentada por pelo menos 45 minutos após se alimentar.
n) Considerar a alimentação por sondas para pacientes que não conseguem manter uma
ingestão nutricional adequada ou não consegue mais deglutir.
o) Quanto à alimentação:
- Não utilize canudos para os líquidos, pois pode aumentar o risco de aspiração.
- Sirva o alimento na temperatura ambiente ou morno.
- Ofereça os alimentos sólidos e líquidos em horários diferentes.
- Mantenha o idoso em um ambiente tranquilo e sem distrações na hora da alimentação.
- Evitar que o idoso faça suas refeições isolado da família.
- Evitar alimentos que provoquem intolerâncias/aumentem a motilidade gástrica: alimentos
que produzem gases, quentes/frios, de acordo com as necessidades pessoais.
- Orientar o cuidador sobre como passar alimentos no liquidificador e/ou administrar
alimentação por sonda e encaminhar para recursos de saúde domiciliar, para supervisionar a
terapia de nutrição domiciliar.
- Permanecer com o idoso durante a refeição, para reduzir a ansiedade e manter por perto os
equipamentos de sucção, em caso de aspiração.
74
p) Orientar o cuidador quanto ás medidas de emergência para a eventualidade de asfixia,
realizando a Manobra Heimlich:
- Fique de pé, atrás, com seus braços ao redor da cintura do idoso;
- Coloque a sua mão fechada com o polegar para dentro, contra o abdome do idoso,
ligeiramente acima do umbigo e abaixo do limite das costelas; agarre firmemente seu pulso
com a outra mão;
- Exerça pressão contra o abdome rapidamente para trás e para cima;
- Repita até que o objeto seja expelido.
75
Problema 13: Doenças imuno previníveis - imunização
33.Diagnóstico de Enfermagem: Disposição para estado de imunização melhorado,
caracterizado por expressar desejo de reforçar o comportamento para prevenir doenças
infecciosas.
Resultado esperado (Metas): Prevenir contra doenças transmissíveis.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Informar o cuidador sobre a proteção das imunizações contra as doenças imunopreveníveis
comuns na velhice, como a vacina contra Influenza (gripe) que deve ser dada anualmente, a
vacina contra pneumonia, que deve ter reforço após 5 anos e a vacina contra a gripe H1N1,
que não são, atualmente, exigidas por lei, orientando também sobre as vacinas disponíveis em
caso de incidência especial e/ou exposição, como a anti-tetânica.
- Seguir as orientações do protocolo da instituição no que se refere à administração de
imunizações.
b) Oferecer e atualizar um diário de registro da data e do tipo da imunização.
c).Identificar as recomendações mais recentes e contra-indicações quanto ao uso de
imunizações.
d) Respeitar os “cinco certos” da administração de medicamentos e observar a história médica
e de alergias do idoso.
e) Esclarecer ao cuidador, os mitos quanto a imunização. Exemplo: a vacina contra Influenza
(gripe) não causa gripe, pois a imunoproteção só ocorre de 2 a 4 semanas após a vacina, assim
só gripa as pessoas que já estavam com o vírus, antes de vacinar. A vacina não impede que a
pessoa tenha gripe, mas reduz as complicações da gripe (pneumonia), reduz o número de
internação e diminui o número de óbitos.
f) Determinar a situação das imunizações a cada visita ao setor de saúde, garantir o
consentimento informado e administrar as vacinas no domicílio, em caso de idosos
dependentes e acamados ou com dificuldade de locomoção.
76
g) Ensinar o cuidador e a família, que não deve friccionar o local da vacina e caso haja
reações adversas locais ou sistêmicas, deve comunicar a unidade de saúde.
77
Problema 14: Cansaço
34.Diagnóstico de Enfermagem: Fadiga relacionada à condição física debilitada e estados de
doença, caracterizado pelo aumento das necessidades de repouso, concentração comprometida
e incapacidade de manter as rotinas habituais.
35.Diagnóstico de Enfermagem: Intolerância à atividade relacionada à fraqueza
generalizada e imobilidade, caracterizado por desconforto aos esforços e dispneia aos
esforços.
36.Diagnóstico de enfermagem: Conforto prejudicado caracterizado por incapacidade de
relaxar, medo, lamentação e padrão de sono prejudicado.
Resultado esperado (Metas): Manter o repouso do idoso. Melhorar a tolerância à atividade.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Promover medidas gerais de manutenção da saúde:
- Avaliar a existência/gravidade dos distúrbios do sono, assegurarando que o idoso tenha
períodos adequados de repouso para garantir um sono reparador (verificar cuidados com o
sono no Problema 15 – Alteração do padrão de sono).
- Orientar o cuidador sobre as mudanças/limitações no estilo de vida impostas pela fadiga e
estabelecer metas realistas de atividade com a idosa.
- Avaliar a resposta fisiológica à atividade, como: alterações da pressão arterial ou da
frequência cardíaca e respiratória.
- Avaliar as queixas de fadiga do idoso e não subestimar seu efeito na qualidade de vida desse
idoso.
- Planejar a assistência para assegurar que o idoso tenha períodos adequados de repouso.
- Proporcionar um ambiente que promova a diminuição da fadiga. A temperatura e o nível de
umidade são fatores que afetam o grau de exaustão.
78
- Encaminhar para fisioterapia com a finalidade de realizar os exercícios para manter o tônus
muscular e melhorar a sensação de bem-estar.
- Informar sobre o regime terapêutico relativo aos fatores causadores específicos, como
doenças físicas e/ou psicológicas, e ajudar a família entender a relação entre a doença e a
fadiga.
- Observar sinais físicos de fadiga e proporcionar um ambiente tranquilo e implementar
medidas de conforto, como: adequado posicionamento na cama, aquecimento adequado,
travesseiros de apoio, dentre outros.
79
Problema 15: Alteração do padrão de sono
37.Diagnóstico de enfermagem: Privação do sono relacionado à demência, enurese
relacionada ao sono e mudanças de estágios de sono relacionadas ao envelhecimento,
caracterizado por apatia, capacidade funcional diminuída, confusão aguda e sonolência
durante o dia.
Resultado esperado (Metas): Melhorar o padrão do sono.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Aconselhar o cuidador para evitar que o idoso tenha cochilos diurnos. Evitar o uso de
sedativos, hipnóticos ou adjuvantes para dormir sem prescrição médica.
b) Limitar a ingestão de líquidos ao anoitecer, caso haja noctúria, para reduzir a necessidade
de ocorrer eliminação à noite e proporcionar um ambiente calmo e tranquilo e eliminar os
fatores controláveis que interferem no sono, como: barulho, iluminação e temperatura
ambiente.
c) Programar os horários dos medicamentos, para que atinjam seu efeito e duração máxima
para reduzir a necessidade de administrar outras doses durante as primeiras horas de sono.
d) Rever a possibilidade de sonolência/insônia de “rebote” no dia seguinte e a perda
temporária de memória, que podem estar associadas aos agentes prescritos para induzir o
sono.
e)Orientar sobre a utilização/conveniência dos fármacos vendidos sem prescrição/suplementes
fitoterápicos e determinar sobre os possíveis efeitos colaterais e as interações com outros
fármacos que podem alterar o sono do idoso.
f) Sempre que possível, revezar com alguém, principalmente entre os membros da família e
amigos, para que conversem com o idoso, com carinho e ternura.
g) Recomendar limitação da ingestão de chocolate e bebidas cafeinadas, principalmente antes
de deitar-se.
80
h) Ouvir queixas subjacentes referentes à qualidade do sono, identificando as circunstâncias
que interrompem o sono e a frequência com que ocorrem.
i) Planejar a assistência de modo a assegurar os períodos interruptos do sono, principalmente
com visitas a permitir períodos mais longos de sono durante a noite, quando possível.
j) Recomendar o cuidador a inclusão de um lanche à hora de deitar-se no programa dietético
para reduzir a interferência da fome com o sono.
l) Indicar atividade física (ativa ou passiva) e a diminuição de peso (para quem está acima do
peso) colaboram significantemente no controle dos roncos e da apnéia.
m) Identificar e informar ao profissional de saúde se o idoso apresenta síndrome das pernas
inquietas, pois é muito frequente entre as pessoas idosas e pode atrapalhar o sono noturno.
n) Informar ao cuidador que o quarto de dormir não deve ser utilizado para trabalhar, estudar,
comer e ver televisão no quarto do idoso.
81
Problema 16: Déficit de eliminação
38.Diagnóstico de enfermagem: Incontinência urinária funcional relacionada à cognição
prejudicada e limitações neuromusculares, caracterizada pelo tempo necessário para alcançar
o banheiro excede a sensação de urgência para urinar, o esvaziamento involuntário da bexiga
e perda de urina antes de alcançar o banheiro.
Resultado esperado (Metas): Adaptar à realidade da continência urinária. Manter a pele
íntegra em área perineal.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Verificar com frequência a umidade e vermelhidão ou descamação na área perineal.
b) Limpar a pele na área perineal completamente após cada crise de incontinência.
c) Manter um registro de ingestão e eliminação. Não limite os líquidos, mas orientar a
consumir a maior parte do líquido diário antes do anoitecer, para minimizar a nictúria.
d) Monitorar e relatar quaisquer sinais de infecção urinária, como desconforto no ato de
urinar, urina escassa ou turva, ou temperatura elevada.
e) Avaliar a função cognitiva.
f) Administrar os diuréticos prescritos de manhã para reduzir as micções durante a noite.
g) Rever e estimular a utilização/ingestão de alimentos, líquidos e suplementos que
contenham potássio, pois a deficiência de potássio pode afetar negativamente o tônus da
bexiga.
h) Cuidados com o uso de fraldas:
- Explicar que não se deve colocar fraldas na pessoa idosa, simplesmente para ter menos
trabalho com o seu cuidado.
- Informar que se o idoso tem controle das suas eliminações, procure levá-lo, em intervalos
regulares, ao banheiro, durante o dia. Caso o idoso não consiga controlar suas eliminações e ir
até o banheiro, o uso da fralda geriátrica é indispensável, durante todo o dia e noite.
82
- Realizar a troca das fraldas, em intervalos regulares. Todas as vezes que o idoso urinar ou
defecar, a fralda deve ser trocada. Nunca deixe fraldas molhadas no corpo por muito tempo,
evitando assaduras e feridas na pele.
- Orientar que é necessário realizar uma boa higiene íntima (dos genitais e região anal), em
todas as trocas de fraldas.
- Lembrar ao cuidador que a higienização da área genital na mulher idosa é sempre da frente
para trás, isto é, da vagina para o ânus, evitando levar fezes para o canal da urina, que pode
provocar infecção urinária.
- Observar a fralda na hora de fechá-la para que a mesma não fique apertada, pois quando o
idoso está deitado, sua cintura está mais fina e ao sentar-se ou levantar, a pressão na barriga
aumenta e pode ser desconfortável se a fralda estiver apertada.
83
Problema 17: Estresse do cuidador
39.Diagnóstico de enfermagem: Risco de sentimento de impotência relacionada à doença e
envelhecimento.
40.Diagnóstico de enfermagem: Sentimento de impotência relacionado ao regime da doença,
caracterizado por culpa e ressentimento.
41.Diagnóstico de enfermagem: Tensão do papel de cuidador relacionado aos anos de
cuidado e responsabilidades de cuidado 24 horas por dia, caracterizado por apreensão em
relação ao futuro no que diz respeito à saúde do receptor de cuidados e apreensão quanto aos
cuidados que o receptor deve ter caso o cuidador seja incapaz de oferecê-los.
42.Diagnóstico de enfermagem: Risco de tensão do papel de cuidador relacionado á
complexidade das tarefas de cuidado e falta de descanso do cuidador.
43.Diagnóstico de enfermagem: Ansiedade relacionada ao estresse e mudança na função do
papel, caracterizada por incerteza, preocupado e observação atenta.
44.Diagnóstico de enfermagem: Sobrecarga de estresse relacionado aos estressores intensos
e repetidos, caracterizado por expressar sensação de tensão.
45.Diagnóstico de enfermagem: Medo relacionado à separação do sistema de apoio em
situação potencialmente estressante, caracterizado por relato de auto segurança diminuída,
relato de tensão aumentada e estado de alerta aumentado.
46.Diagnóstico de enfermagem: Tristeza crônica relacionado à experiência de doença
crônica e oportunidades perdidas, caracterizado por expressar sentimentos de tristeza.
Resultado esperado (Metas): Melhorar o enfrentamento do cuidador frente à doença, no
papel de cuidador. Melhorar o autocontrole do medo.
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Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Reduzir situações que possam aumentar o estresse e ansiedade ou que possam provocar
medo.
- Determinar a confiança que o cuidador tem no próprio julgamento, ajudando a identificar
seus pontos positivos e respostas positivas de outras pessoas, investigando os sucessos
anteriores.
- Detectar sinais de estresse aumentado, buscando compreender a perspectiva que o cuidador
tem de uma situação estressante e descorajando a tomada de decisão quando o cuidador está
sob grave estresse.
- Demonstrar calma e passar algum tempo com o cuidador, escutando seus temores.
- Buscar no cuidador indícios de tristeza, como suspiros, olhar distante, aspecto descuidado,
etc.
b) Discutir as mudanças que estão por vir, antes que ocorram, evitando situações emocionais
intensas.
- Propiciar experiências que aumentem a autonomia do cuidador, auxiliando no
estabelecimento de metas realistas para alcançar uma auto-estima maior.
- Auxiliar o cuidador a identificar metas apropriadas a curto e a longos prazos, fragmentando
metas complexas em etapas menores e fáceis de vencer.
- Orientar os familiares ou pessoas mais próximas ao cuidador, a evitar críticas negativas e
provocações.
- Transmitir confiança na capacidade do cuidador para lidar com as situações.
- Enfatizar a importância da alto-satisfação para melhorar e manter a qualidade de vida do
cuidador.
- Encorajar o cuidador a aceitar novos desafios e construir metas com clareza, evitando uso de
alternativas improvisadas. Encorajar o domínio gradativo da nova situação.
- Auxiliar o cuidador a priorizar as metas identificadas e identificar a melhor forma de
alcançá-los desenvolvendo.
85
- Encorajar o cuidador a aceitação da satisfação parcial de uma meta.
- Reconhecer o sistema de crenças e valores do cuidador ao estabelecer as metas.
- Discutir com o cuidador experiência(s) emocional(is) e o que desencadeia as emoções,
auxiliando o cuidador no reconhecimento de sentimentos de ansiedade, raiva e tristeza.
- Facilitar a identificação, por parte do cuidador, do padrão usual de resposta no
enfrentamento dos medos, da culpa ou da vergonha.
- Encorajar o diálogo ou o choro como meios de reduzir a resposta emocional, oferecendo ao
cuidador segurança e proteção durante períodos de ansiedade.
- Encorajar uma atitude de esperança realista como uma forma de lidar com sentimentos de
desamparo.
- Conversar sobre maneiras saudáveis de lidar com situações difíceis e estimular a realização
das atividades, exercícios, lazer e socialização habituais dentro dos limites físicos e
psicológicos do cuidador.
c) Analisar os aspectos éticos e legais da livre escolha, considerando a situação em questão,
antes de iniciar a intervenção.
d) Identificar as habilidades de enfrentamento ineficaz que o cuidador está utilizando no
momento. Exemplo: desvaneios, esquecimento e incapacidade de resolver problemas.
e) Encorajar o cuidador a fazer uma lista do que é e do que não é importante na vida e o
tempo gasto em cada uma, ajudando cuidador a definir alternativas e suas vantagens e
desvantagens.
f) Encorajar a análise das questões e das consequências dos comportamentos e dos valores do
cuidador, verificando se estão de acordo ou em conflito com o esperado pelos familiares,
outros membros da família, ou pessoas responsáveis pelo idoso.
g) Discutir com o cuidador a extensão da responsabilidade pelo estado de saúde atual do idoso
e se possui conhecimento adequado sobre a condição de cuidados de saúde.
h) Ajudar a identificar direitos, responsabilidades, normas conflitantes individuais e esclarecer
áreas problemáticas nas relações interpessoais.
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i) Determinar qual a visão que o cuidador tem da própria condição de saúde.
j) Orientar o cuidador da importância legal da obtenção da curatela do idoso, para obter o
direito de administrar os interesses da pessoa que se encontra incapaz de fazê-lo.
k) Orientar o cuidador a ter consigo um parecer médico do estado mental (alterações do
comportamento) e o quadro patológico do idoso, para se resguardar de denúncias de vizinhos
ou mesmo familiares.
l) Encaminhar o cuidador aos centros comunitários ou grupos de apoio ao cuidador em
unidades de saúde.
m) Promover jogos ativos, estruturados e não competitivos em grupos de cuidadores.
n) Auxiliar o cuidador a identificar o papel usual na família e os períodos de transição de
papéis ao longo do ciclo da vida, de modo a compensar as mudanças de papel dos membros
doentes.
o) Conversar sobre as estratégias para compatibilizar a assistência ao idoso com as outras
responsabilidades, como cuidados com os filhos e atividades de manutenção do lar.
p) Orientar a família, se possível, a ter um cuidador formal (remunerado) para o idoso e que o
mesmo não se ocupe de atividades domésticas.
q) Promover uma reunião de família quando necessário para compartilhar informações e
desenvolver um plano de participação nas atividades de cuidado, identificando outros
recursos, inclusive assistência financeira e jurídica e folgas das atividades de cuidador.
r) Identificar as necessidades de equipamentos/recursos e dispositivos auxiliares para ampliar
a independência e a segurança do idoso que recebe os cuidados.
s) Avaliar o impacto da situação de vida do cuidador sobre papéis e relacionamentos.
t) Enfatizar ao cuidador e familiares a importância do descanso semanal do cuidador (folga) e
férias.
87
Problema 18: Déficit de conhecimento e de Planejamento do cuidador familiar
(informal) ou formal (remunerado).
47.Diagnóstico de enfermagem: Conhecimento deficiente relacionado à falta da
familiaridade com os recursos de informação, interpretação errônea de informação e falta de
interesse em aprender, caracterizado por verbalização do problema e seguimento inadequado
de instruções.
48.Diagnóstico de enfermagem: Controle familiar ineficaz do regime terapêutico
relacionado à complexidade do regime terapêutico, conflito familiar ou de decisão e
dificuldades econômicas, caracterizado por aceleração dos sintomas da doença de um membro
da família, atividades familiares inadequadas para atingir os objetivos de saúde e verbalização
de desejo de controlar a doença.
49.Diagnóstico de enfermagem: Manutenção do lar prejudicada relacionado à doença e
organização familiar insuficiente, caracterizado pela falta de equipamentos necessários,
membros da família sobrecarregados e membros da família descrevendo crises financeiras.
50.Diagnóstico de enfermagem: Processos familiares disfuncionais relacionado às
habilidades
de
enfrentamentos
inadequados,
caracterizado
por
deterioração
nos
relacionamentos familiares, problemas familiares crônicos e sistema de comunicação
fechados.
51.Diagnóstico de enfermagem: Processos familiares interrompidos relacionado à alteração
do estado de saúde de um membro da família e alteração do poder de membros da família,
caracterizado por mudanças em expressões de conflito na família, mudanças em padrões na
satisfação com a família.
52.Diagnóstico de enfermagem: Enfrentamento familiar comprometido relacionado à crise
situacional que a pessoa significativa pode estar enfrentando e doença prolongada que exaure
a capacidade de apoio da pessoa significativa, caracterizado por pessoa significativa que entra
em comunicação pessoal limitada com o idoso no momento de necessidade e o cuidador
descreve preocupação com a reação pessoal à necessidade do idoso.
88
53.Diagnóstico de enfermagem: Enfrentamento familiar incapacitado relacionado à estilos
de enfrentamento dissonantes entre as pessoas significativas e relacionamentos familiares
altamente ambivalentes, caracterizado por comportamentos familiares prejudiciais ao bemestar e preocupação excessiva prolongada com o idoso.
Resultado esperado (Metas): Melhorar o conhecimento e a forma de planejamento do
cuidado. Melhorar e manter o convívio familiar. Facilitar o controle do regime terapêutico.
Identificar o enfrentamento e tentar resolvê-lo.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Identificar os obstáculos à aprendizagem: barreiras linguísticas; fatores físicos; estabilidade
física; e conteúdo do material é difícil de ser aprendido.
b) Determinar o ritmo e a duração das sessões e das atividades de aprendizagem de acordo
com as necessidades individuais, reavaliando junto com o cuidador.
c) Fornecer informações para ajudar a família a entender a importância do programa
terapêutico e orientá-los a reconhecer as atividades inadequadas da família, elaborando um
plano conjunto para lidar com a complexidade do sistema terapêutico (doses, horários,
freqüência de exercícios, rotinas do cuidado, entre outros), auxiliando a identificação da
interdependência familiar, as necessidades e os comportamentos individuais, de modo que as
interações eficazes possam ser estimuladas e preservadas.
d) Providenciar o contato com o cuidador para assegurar assistência individualizada, quando
necessário, para coordenar os cuidados prestados, oferecer apoio, ajudar a solucionar
problemas, entre outros.
e) Solicitar o cuidador que identifique o que consegue e não consegue fazer sobre o que está
ocorrendo e auxiliá-lo o paciente a listar e priorizar todas as possíveis alternativas ao
problema, encorajando o desenvolvimento de novas habilidades.
f) Determinar a forma como o comportamento familiar ou do cuidador afeta o idoso.
89
g) Descrever ao cuidador as causas, os sinais e sintomas comuns da doença do idoso e
antecipar situações de futuras perdas e dependência, para que possa planejar melhor o
cuidado.
h) Discutir mudanças no estilo de vida que podem ser necessárias para prevenir complicações
futuras e/ou controlar o processo da doença.
i) Descrever as razões que fundamentam as recomendações sobre controle/terapia e
tratamento do idoso.
j) Investigar recursos e apoio possíveis para oferecer ao cuidador e familiares do idoso, como
os tramites para adquirir medicações de médio e alto custo, fraldas geriátricas ou sondas, pelo
serviço público de saúde.
k) Promover reunião familiar com a equipe de saúde, especialmente enfermeiro e assistente
social:
- Identificar os efeitos das mudanças de papel nos processos familiares e a ruptura nos
processos familiares típicos, determinando a presença e a qualidade do apoio familiar ao
idoso.
- Promover reunião familiar para mediação do conflito, quando o apoio não for satisfatório,
para discutir estratégias para normalização da vida familiar com os membros da família.
- Promover uma mútua tomada de decisões com os membros da família em relação ao plano
de cuidados do idoso.
- Identificar a percepção dos membros da família quanto à situação, aos eventos
precipitadores, aos sentimentos e aos comportamentos do idoso.
- Identificar os sintomas físicos de estresse de cada um dos membros da família.
- Apresentar a família a outras famílias que passam por experiências semelhantes, se
apropriado.
- Auxiliar os membros da família a desenvolver expectativas realistas sobre si mesmos no
desempenho de seus papéis.
- Oferecer soluções para dificuldades financeiras e ajudar a família a utilizar a rede de apoio
social.
90
- Reconhecer as dificuldades do papel de cuidador.
- Monitorar os problemas de interação familiar relacionados ao cuidado do idoso.
- Ensinar ao cuidador estratégias de manutenção dos cuidados de saúde, de modo a manter a
própria saúde física e mental.
- Aceitar os valores da família de maneira isenta de julgamentos e respeitar e apoiar os
mecanismos adaptativos de enfrentamento usados pela família.
- Encorajar o processo decisório familiar no planejamento dos cuidados ao longo prazo que
afetem sua estrutura e seus recursos financeiros.
- Conversar sobre os métodos de enfrentamento atuais e passados.
- Determinar a extensão dos comportamentos predisponentes evidenciados pelos membros da
família e as potencialidades da família, as áreas de crescimento e os sucessos
individuais/familiares.
- Conversar sobre a importância de reestruturar as atividades da vida diária e os
relacionamentos no trabalho e lazer.
- Ouvir as expressões de desespero e desesperança, para avaliar o grau de sofrimento.
- Determinar os fatores culturais e/ou religiosos que possam afetar as percepções/expectativas
dos membros da família.
- Enfatizar a importância do diálogo franco e contínuo entre os membros da família, para
facilitar a solução dos problemas existentes.
-
Providenciar/estimular
a
participação
da
família
nas
reuniões
da
equipe
multiprofissional/terapia em grupo, conforme a necessidade.
- Identificar o papel do idoso na família e como a doença alterou a organização familiar.
- Estimular os familiares a verbalizarem abertamente/sinceramente seus sentimentos.
- Estimular a família a desenvolverem habilidades para solucionar problemas a fim de lidarem
com a situação.
91
- Ajudar a família a reconhecer as habilidades de enfrentamento que estão sendo utilizadas e
como essas habilidades estão ou não ajudando as pessoas a lidarem com a situação.
- Responder com paciência e franqueza às perguntas dos familiares. Reforçar as informações
fornecidas por outros profissionais.
- Estimular a família a lidar com a situação progressivamente, em vez de apresentar quadro
completo de uma só vez.
l) Orientar o cuidador e familiares quanto o Estatuto do idoso, esclarecendo questões sobre
direitos e deveres.
m) Manter oportunidades de visitação flexíveis, de acordo a atender às necessidades dos
familiares e do idoso.
n) Encarar os membros da família como especialistas potenciais no cuidado do idoso,
estabelecendo uma relação de confiança com os mesmos e identificando os pontos fortes e os
recursos da família.
o) Oferecer informações sobre a necessidade de repouso do cuidador (folga semanal e férias).
p) Ouvir as preocupações, os sentimentos e as perguntas da família e responder a todas as
perguntas dos familiares ou ajudá-los a obter as respostas.
q) Avaliar a capacidade da família de cuidar continuamente do idoso em domicílio, levando
em consideração as responsabilidades individuais e a disponibilidade das pessoas.
r) Conversar com o cuidador sobre a importância de reservar um tempo para estar afastado do
idoso.
s) Promover/planejar a continuidade da assistência, conforme a necessidade. Identificar os
recursos necessários para permitir o afastamento temporário dos cuidadores para descansar.
t) Encaminhar o cuidador aos recursos externos apropriados, como grupos de apoio.
u) Ouvir a descrição da percepção do cuidador quanto à incapacidade em adaptar-se às
situações que estão ocorrendo no momento.
v) Utilizar as habilidades de comunicação terapêutica com o cuidador, como escuta atenta e
sensível, reconhecimento, silêncio e afirmações.
92
Problema 19: Morte
54.Diagnóstico de enfermagem: Ansiedade relacionada à morte, relacionado à experiência
do processo de morrer e percepção da proximidade da morte, caracterizado por relatos de
medo da dor relacionada ao morrer e relatos de preocupações com sobrecarga de trabalho do
cuidador.
55.Diagnóstico de enfermagem: Pesar relacionado à antecipação da perda de pessoa
significativa, caracterizado por culpa, sofrimento e sofrimento psicológico.
Resultado esperado (Metas): Melhorar o enfrentamento frente à morte.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Observar os padrões de comunicação em família e a resposta da família e das pessoas
significativas às condições e preocupações do cuidador.
b) Avaliar o impacto dos relatos do cuidador sobre suas experiências subjetivas e pregressas
com a morte.
c) Identificar os fatores/expectativas culturais e o impacto sobre a situação e sentimentos
atuais.
d) Perceber os mecanismos de defesa utilizados pelo cuidador no momento, em relação a
possibilidade de morte do idoso.
e) Identificar a orientação religiosa do cuidador, sua participação em tais atividades e a
existência de conflitos com as crenças espirituais.
f) Verificar se há sensação de inutilidade, sentimentos de desesperança, desamparo, falta de
motivação consigo próprio.
g) Ouvir atentamente os comentários sobre o sentimento de isolamento, respeitar o
desejo/solicitação do cuidador de não conversar, estimulando as expressões dos sentimentos.
h) Estabelecer diálogos imparciais sobre questões/aspectos filosóficos relativos ao impacto
espiritual.
93
i) Tratar com respeito às decisões e os desejos expressos e transmiti-los a outras pessoas,
quando for apropriado.
j)Utilizar habilidades de comunicação terapêutica como escuta sensível, silêncio e
reconhecimento, em assuntos relacionados a morte do idoso.
l) Fornecer informações quanto à normalidade dos sentimentos e da reação de pesar expressa
pelo cuidador.
m) Conversar sobre os problemas de controle, como, por exemplo, qual a capacidade do
cuidador de modificar alguma coisa e o que está fora do seu controle.
n) Determinar o status da idosa e seu papel na família e analisar a perda do papel do membro
da família.
o) Encaminhar o cuidador a terapeutas, orientadores espirituais (padres, pastor e outros) e
conselheiros para facilitar o trabalho com o sentimento de pesar e luto.
94
Problema 20: Espiritualidade
56.Diagnóstico de enfermagem: Disposição para bem-estar espiritual aumentado
caracterizado por demonstrar energia criativa, lê literatura espiritual, participa de atividades
religiosas e reza.
57.Diagnóstico de enfermagem: Risco de sofrimento espiritual relacionado à mudança na
vida, doença crônica, perda e relacionamentos não satisfatórios.
58.Diagnóstico de enfermagem: Disposição para religiosidade aumentada caracterizado por
expressar desejo de reforçar costumes religiosos que proporcionaram conforto no passado e
expressar desejo de reforçar costumes religiosos que proporcionaram religiosidade no
passado.
59.Diagnóstico de enfermagem: Risco de religiosidade prejudicada relacionada à barreiras
para praticar a religião e a doença.
Resultado esperado (Metas): Facilitar a manifestação da religiosidade e crescimento
espiritual. Favorecer e manter o amparo espiritual.
Plano de Cuidados de Enfermagem:
a) Identificar a história espiritual/religiosa, as atividades/rituais e a frequência de participação,
bem como a existência de conflitos nessa área e crenças culturais da família de origem.
b) Explorar significado/interpretação e as relações entre espiritualidade, vida/morte e doença
com a jornada existencial.
- Esclarecer o significado das crenças espirituais/práticas religiosas do indivíduo e dos rituais
na vida diária.
c) Explorar como a espiritualidade/práticas religiosas influem na vida do indivíduo e dão
significado e valor à vida cotidiana. Além dos benefícios, considerar também as
consequências.
95
d) Esclarecer a realidade/conveniência da auto percepção e das expectativas do cuidador.
e) Estimular o cuidador a reservar algum tempo para a introspecção em busca de paz e
harmonia, sugerindo a participação em grupos de espiritualidade para desenvolver/facilitar a
aprendizagem das características de percepção espiritual e facilitar o crescimento pessoal.
- Estimular a participação nas atividades religiosas desejadas e o contato com o
sacerdote/conselheiro espiritual.
f) Verificar se há uso de substâncias psicoativas relacionadas a rituais religiosos que podem
causar interação com os medicamentos utilizados pelo idoso.
g) Conversar sobre a diferença de mágoa e culpa e ajudar o cuidador a identificar e a lidar
com esses dois sentimentos, assumindo a responsabilidade por suas próprias ações e
demonstrando que entende as consequências de agir motivado por falsa culpa.
h) Rezar ou orar com o cuidador, se esse, requerer e o profissional se sentir à vontade de
fazer-lo.
i) Determinar os conceitos atuais do cuidador sobre o desejo de aprender mais sobre as
crenças e atitudes religiosas.
- Identificar modos de desenvolver a espiritualidade diariamente, sugerindo livros sobre
espiritualidade para leitura e crescimento pessoais.
j) Orientar o cuidador a realizar meditação, imaginação dirigida e consciência plena, vivendo
o momento e aproveitá-lo, enquanto o idoso se encontra vivo.
96
6 DISCUSSÃO
Para realização deste estudo, foi necessário adquirir um conhecimento prévio
(fundamentação teórica) sobre o processo da demência e o papel do cuidador domiciliar. A
observação da prática do cuidado com a idosa, neste estudo, permitiu associar a importância
da relação interpessoal no convívio da cuidadora/idosa com a excelência na prestação dos
cuidados.
A coleta de dados da pesquisa foi realizada durante seis visitas à residência da
cuidadora principal familiar. Nesse caso, a opção por visita domiciliar mostrou-se como mais
adequada porque a idosa encontrava-se acamada e por conta da dificuldade de transportá-la à
Unidade de Saúde.
Do relato da cuidadora principal e da coleta do Histórico de Enfermagem, foram
listados vinte potenciais problemas. A partir desses problemas, foram levantados 74
diagnósticos de enfermagem baseado no NANDA (2009 – 2011) e desse universo, foram
selecionados 59 diagnósticos de enfermagem, com fatores relacionados e características
definidoras específicas para idosos com demência em fase avançada. Dos diagnósticos
selecionados, foram pesquisadas intervenções gerais e específicas de Enfermagem, em
bibliografias sobre cuidados no envelhecimento.
Os vinte Planos de Cuidados de Enfermagem foram elaborados com base nos vinte
potencias problemas levantados, de acordo com o estado de saúde apresentado pela idosa com
demência em fase avançada e da cuidadora. Além dos problemas apresentados pela paciente,
também foram considerados os problemas da cuidadora e da relação com o cuidado, no
momento da elaboração da lista de problemas, diagnóstico e intervenções, a fim de destacar a
importância do cuidado em relação aos fatores físicos, emocionais e sociais que afetam a
cuidadora, e que influenciam na qualidade do cuidado prestado.
Embora toda a sistematização da assistência de enfermagem tenha sido baseada no
estudo de caso da idosa Z.L.C. com demência na fase avançada, boa parte desses problemas e
diagnósticos não acometiam a idosa ou já haviam sido resolvidos de forma satisfatória e
eficiente pela cuidadora. A exemplo do Diagnóstico de Enfermagem de Integridade da Pele
Prejudicada, que é comum na fase avançada da demência, a idosa, embora acamada, não
apresenta esse diagnóstico. Reforça-se aqui que, segundo a cuidadora, a idosa não apresentou
nenhuma alteração na pele.
97
Ainda, de acordo com a cuidadora familiar, não foram utilizados nenhum teste ou
exame na idosa que pudesse favorecer o diagnóstico de Demência Vascular (DVa), Alzheimer
ou qualquer outro tipo de demência. No entanto, a história de enfermagem apontou para um
possível diagnóstico médico de demência vascular. A idosa tinha como fatores de risco para
demência, a história de sua mãe que perdera fala e atualmente possui uma irmã acamada, cega
e sem fala; apresenta hipertensão arterial e história prévia de dois Acidentes Vascular
Encefálico (AVE), gerando graves seqüelas e deixando-a acamada e totalmente dependente.
Pimentel (2009, p. 216-217) aponta que a doença cerebrovascular é determinada por
exames neurológicos que dão sinais da doença, sendo mais evidenciada na tomografia
computadorizada e na ressonância magnética. Esses exames foram realizados na idosa desse
estudo de caso.
Smid et al. (2001, p. 391) consideram que os principais fatores de risco associados à
demência vascular são: hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabete mellito (DM),
tabagismo, alcoolismo, doença cardíaca, arterosclerose, dislipidemia e obesidade.
A demência vascular constitui a terceira maior causa de demência no idoso, com
freqüência entre 15-25% dos casos. Cerca de 50-70% dos idosos apresenta apenas a demência
vascular, enquanto outros 50-30% possuem demência mista, ou seja, demência vascular
associada à doença de Alzheimer (PITTELLA, 2006, p.230).
O fato de ser demência vascular ou qualquer outra demência não interfere no plano de
cuidados, visto a fase avançada ser muito semelhante em todas as demências.
A experiência de cuidar de alguém acometido por AVE em casa tem se tornado
prevalente no cotidiano das famílias. Assim, o preparo do idoso e da família para
reorganizarem suas vidas em seus lares, de modo que possa atender as necessidades do idoso,
assumindo os devidos cuidados, prevenindo e controlando as situações que possam ocorrer,
geram um desafio contínuo para a enfermagem (PERLINI; FARO, 2005, p.155).
Nesse contexto, verificou-se que os principais cuidados apresentados no plano de
cuidados de enfermagem para a demência em fase avançada já haviam sido implementados
pela cuidadora. A título de exemplificação, pode-se citar: a mudança de decúbito realizada
com frequência, inclusive colocando a idosa na rede, seguindo costume que a mesma já tinha
quando independente; a hidratação da pele feita com a mistura de creme, óleo mineral e
pomada antifúngica, recomendado por médico de confiança da cuidadora; a proteção das
mãos da idosa feita com coxins confeccionados (costurados) pela própria cuidadora com
tecido (a cuidadora pregou no coxim uma medalhinha com a imagem de Nossa Senhora da
Aparecida, representando a religiosidade da paciente).
98
Os depoimentos da cuidadora evidenciam a importância do afeto na relação
interpessoal entre ambas, como o simples fato de fazer coisas que a idosa gostava antes da
demência. Um dos relatos mostra o cuidado que a cuidadora tem de preparar o alimento
batido no liquidificador para a mãe se alimentar através da Sonda nasoenteral (SNE) e, ao dar
a comida, falar ao seu ouvido o que ela ia comer, como registra neste trecho: “Mãe, você está
comendo frango com quiabo, que você tanto gostava.”
Outra característica do afeto da cuidadora familiar para com a paciente é a decoração
do quarto com os pertences da idosa, que deixa o ambiente mais confortável, tranquilo e
seguro, como relatado nesse discurso: “Eu coloco imagens de Jesus Cristo e Nossa Senhora,
pra ficar perto dela, porque ela é muito religiosa e sempre gostou.” Pelo fato de a idosa estar
acamada, a maioria dos cuidados pessoais são realizados no leito, mesmo assim a cuidadora a
leva uma vez por semana para tomar banho na forma de aspersão: “Como ela fica sem ar
debaixo do chuveiro, eu jogo água nela com ajuda do copo..”
Dentre os cuidados oferecidos, a maior queixa da cuidadora foi relacionada à falta de
fisioterapia domiciliar ou institucional. Há também o conflito familiar entre a cuidadora
principal e sua irmã, que busca conseguir a o direito de curatela sob a mãe, com o intuito de
assumir os cuidados. A posição da cuidadora foi evidente no discurso que segue: “A
quantidade de vezes que vocês me visitaram foi muita em relação às visitas da minha irmã a
minha mãe.” Tal contradição faz com que os cuidados de enfermagem relacionados ao
Diagnóstico de Enfermagem Processos familiares interrompidos, não sejam efetivos, pela
falta de acordo entre ambas, afetando o emocional da cuidadora principal e que pode
influenciar na qualidade do cuidado prestado, em razão de a cuidadora ter que sair de casa
para responder processos judiciais aberto pela irmã, por negligência no cuidado, prestação de
contas quanto à renda da idosa e transferência da curatela.
Nessa perspectiva, é necessário que o cuidador obtenha uma atenção individualizada
por parte da enfermeira, tendo possibilidade de aprender e adquirir novos meios de
intervenção para fornecer cuidados específicos e eficientes, prolongando a vida do idoso,
mesmo com a doença muito avançada. A equipe de saúde deve dar suporte do ponto de vista
da assistência ambulatorial, da internação ou do atendimento domiciliar, focando problemas
das diversas áreas, como fisioterapia, assistência social, terapia ocupacional, dentre outras.
Cabe reforçar aqui que, além dos cuidados realizados pela cuidadora através das
informações que obteve nas reuniões que freqüentou durante um ano e seis meses, a idosa
recebe uma equipe de profissionais de saúde que realiza visitas trimestrais em sua própria
residência. As visitas fazem parte do programa da atenção domiciliar do Núcleo Regional de
99
Internação Domiciliar (NRAD), sendo a equipe formada por médico, enfermeiro, técnicos de
enfermagem, nutricionista, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, com exceção da
fisioterapia. De acordo com a cuidadora, no começo das visitas, a idosa recebia fisioterapeuta,
mas depois de três visitas não recebeu mais a ajuda desse profissional. O NRAD presta
assistência para os cuidados mais complexos, que necessita de um conhecimento técnico,
como a troca da sonda nasoenteral que a idosa, no caso, utiliza para a alimentação.
Conforme Pelzer (2002, p.105) e Martins et al. (2007, p.256), ao lidar com o cuidado
do idoso com demência que permanece no domicílio ou que está em regime de internação
domiciliar, a enfermeira deve saber lidar com o membro da família que se tornou cuidador.
Sendo assim, o cuidado no domicílio requer a reorganização dos serviços de saúde para o
planejamento de ações que ofereçam promoção e educação de saúde, permitindo que os
cuidadores manifestem suas necessidades, dialogando e questionando os profissionais para a
construção de uma ação partilhada.
Para Cattani, Girardon-Perlini (2004, p. 270) e Sá et al. (2006, p.70), a enfermeira e os
demais membros da equipe de enfermagem devem agir como transformadores no campo da
saúde, estando atentos e comprometidos com a assistência domiciliária como deve ser feita ao
cuidador e ao idoso doente, e não somente com visitas “rápidas” aos domicílios, pois na visita
domiciliar pode ser descobertas outras situações, que não são reveladas nas reuniões e no
atendimento individual. Devem, ainda, através de uma assistência adequada e eficiente,
visando de forma mais ampla o processo da doença, avaliar os fatores psicossociais de cada
pessoa envolvida no cuidado do idoso, além de reconhecer os motivos que tornou o membro
da família como cuidador, respeitando seus sentimentos e necessidades. De tudo isso, o
resultado será uma melhor qualidade de vida para o idoso e para os seus familiares.
As visitas à idosa foram feitas em diferentes horários e circunstâncias, em duas ou três
vezes, sem aviso prévio, por consentimento da própria cuidadora. Durante as seis visitas,
observou-se uma intensa dedicação da cuidadora ao processo de cuidar. A comunicação entre
ambas (cuidadora e idosa) era feita de forma unilateral, porém com muita sensibilidade. A
cuidadora conversava com a idosa como se a mesma estivesse entendendo tudo que se
passava em sua volta.
A Unidade Mista de Saúde de Taguatinga realmente oferece um curso de apoio ao
cuidador de idosos com demência, com duração de um ano, sendo ministradas aulas uma vez
por mês naquela época (2007). No entanto, a cuidadora fez um ano e seis meses de curso, o
que reforça a importância da sua dedicação.
100
A longevidade familiar é divulgada na mídia e em diversos estudos como fator
relevante na expectativa de vida das pessoas. A cuidadora reforça essa idéia, visto ter uma
família que vive muitos anos. Entretanto, existem casos familiares em que os seus membros
possuem maior sobrevida historicamente, porém os cuidados com o idoso dementado é
deficiente, causando morte precoce por complicações comuns na fase avançada, como
pneumonia, síndrome de imobilidade e septicemia, problemas todos que podem ser
prevenidos por meio do cuidado constante e de qualidade. Nesse sentido, estudos relatam a
importância do afeto no tratamento, não só de idosos, mas em qualquer fase da vida, podendo
influenciar, inclusive, positivamente na cura da doença.
Para Rizzo e Schall (2008, p. 46), a boa relação entre o idoso e o cuidador, seu estado
afetivo e a sua forma de cuidar com carinho e paciência, irão influenciar na eficiência do
cuidado.
No caso estudado, a dedicação e o carinho da cuidadora na realização do cuidado, a
história de longevidade familiar da idosa, o curso de apoio oferecido ao cuidador da Unidade
Mista de Saúde de Taguatinga, somada à qualidade e excelência da assistência prestada à
paciente, mesmo que com demência avançada, foram as condições que mais influenciaram na
sua longevidade.
101
7 CONCLUSÃO
A importância do cuidador notado pela literatura foi confirmada no presente estudo de
caso, mostrando que a relação entre o cuidador familiar e o idoso dependente influencia na
qualidade do cuidado, gerando benefícios ou grandes dificuldades.
No caso em questão, a coleta de dados foi realizada nas visitas domiciliares à idosa e à
cuidadora, devido à dificuldade de transporte da primeira até a Unidade de Saúde. O estudo de
caso permitiu a elaboração de potenciais problemas, possíveis diagnósticos de enfermagem
baseado no NANDA (2009-2011) e elaboração dos planos de cuidados de enfermagem
específicos para idosos portadores de demência em fase avançada.
A qualidade do cuidado prestado pela cuidadora à idosa foi evidenciada durante as
visitas e, principalmente, pelo exame físico, mostrando que, quando as intervenções são bem
realizadas, o idoso pode ter mais tempo de vida, independentemente do grau da doença.
O conhecimento de cada diagnóstico de enfermagem específico para demência em
idosos na fase avançada e seus respectivos planos de cuidados é uma ferramenta no suporte
para a sistematização da assistência de enfermagem para enfermeira, no auxílio ao cuidador
ou a grupos de apoio, através da educação em saúde e de consultas de enfermagem. Todas
essas ações visam melhorar o cuidado nas condições atuais, prevenir complicações futuras e
favorecer uma maior longevidade desse idoso com demência, mesmo em fase avançada, com
qualidade, competência técnica e científica.
Sugere-se a realização de estudos que permitam avaliar a efetividade dessa
sistematização da assistência de enfermagem específica para idosos com demência em fase
avançada, avaliando a redução do nível de estresse no cuidador ou a efetividade desses
cuidados de forma individual ou em grupos de apoio.
A dedicação e o carinho da cuidadora na realização do cuidado, mais a qualidade e
excelência dessa assistência prestada, foram as condições que mais influenciaram na
longevidade da idosa com demência na fase avançada. Também contribuem a história de
longevidade da família da idosa e a participação da cuidadora em grupo de apoio a cuidadores
de idosos com demência de uma Unidade de Saúde.
102
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108
APÊNDICE A - Estudo das Medicações
Domperidona 10 mg/ 1cp – 3x ao dia.
 Propriedade: antiemético e gastrocinético.
 Indicação: doença do refluxo gastroesofágico, incluindo esofagite (adultos,
neonatos e lactentes), tratamento dos sintomas, da cicatrização das lesões e de
manutenção. Síndrome dispéptica (sensação de saciedade precoce, náuseas, azia,
pirose, vômito, dificuldade para digestão, empachamento pós-prandial, distensão
epigástrica, epigastralgia, úlcera gástrica) associada ou não ao retardo do
esvasiamento gástrico: tratamento dos sintomas. Outros distúrbios da motilidade
gastrintestinal: gastroparesia documentada e pseudo-obstrução intestinal crônica.
 Contra-indicação: Em casos de hipersensibilidade à domperidona ou a qualquer
componente da fórmula. A domperidona não deve ser utilizada quando a
estimulação da motilidade gastrintestinal representar um risco (obstrução
mecânica, perfuração digestiva, hemorragias gastrintestinais). Por apresentarem
níveis elevados de prolactina, não é recomendado o uso da domperidona por
pacientes com prolactinoma.
 Reações adversas: é um fármaco bem tolerado, apresentando baixa incidência de
efeitos colaterais. Geralmente, os efeitos adversos são leves e transitórios não
causando a suspensão da terapia. Pode ocorrer cefaléia , sonolência, diarréia . Se
ocorrerem estes efeitos a dose diária deve ser diminuída. Pacientes anteriormente
tratados com neurolépticos (clorpromazina, haloperidol, levomepromazina,
pimozida, pipotiazina, reserpina, sulpirida) ou hipersensíveis à domperidona
podem apresentar espasmos musculares localizados ou generalizados, os quais são
reversíveis com a interrupção do tratamento. Raros casos de efeitos
extrapiramidais foram relatados quando a domperidona foi administrada em doses
superiores à recomendada ou por pacientes com hipersensibilidade ao fármaco. A
domperidona pode aumentar a concentração plasmática de prolactina. A
hiperprolactinemia pode causar ginecomastia e galactorréia. Raros casos de
reações alérgicas, como erupções cutânea e urticária.
 Interação medicamentosa: Atropina e derivados - os efeitos procinéticos da
domperidona podem ser antagonizados por fármacos anticolinérgicos de uso oral,
como a atropina e hioscina. Antiácidos e supressores da secreção ácida
109
(bloqueadores dos receptores H2, inibidores da bomba de prótons): podem
interferir com a absorção da domperidona. Quando for necessária a utilização
concomitante com domperidona, devem ser administrados em horários diferentes,
aguardando-se um período de, no mínimo, 30 minutos entre a administração dos
medicamentos. Neurolépticos (clorpromazina, haloperidol, levomepromazina,
pimozida, pipotiazina, reserpina, sulpirida), inibidores da monoamina oxidase
(IMAO - moclobemida, selegilina, tranilcipromina), antidepressivos tricíclicos
(amineptina, amitriptilina, clomipramina, imipramina, nortriptilina) e antihipertensivos - a administração concomitante com a domperidona pode
potencializar os efeitos adversos. Depressores do sistema nervoso central
(diazepam, terfenadina, carbamazepina, haloperidol, fenobarbital) e bebidas
alcoólicas: a domperidona pode potencializar os efeitos antidepressores dos
fármacos e do álcool. Digoxina e outros digitálicos - a administração
concomintante com a domperidona pode diminuir a concentração plasmática dos
cardiotônicos. A aceleração do esvaziamento gástrico proporcionada pela
domperidona pode influenciar a velocidade de absorção de outros medicamentos.
Fármacos de absorção gástrica podem ser menos absorvidos, enquanto fármacos
de absorção intestinal podem ter a velocidade de absorção aumentada (como
benzodiazepínicos, anticoagulantes, paracetamol, bloqueadores dos receptores
H2). Pacientes que utilizam anticoagulantes, o tempo de coagulação pode se
mostrar aumentado; recomenda-se, nesses casos, monitorização nos primeiros dias
após o início do tratamento com a domperidona e uma semana depois do término.
Se necessário, a dose do anticoagulante deve ser ajustada. Fármacos que requerem
monitorização individual para determinação da dose terapêutica, recomenda-se
determinar os níveis plasmáticos destes, antes e após o início do tratamento com a
domperidona. A principal via metabólica da domperidona é através do citocromo
P450 3A4. A administração concomitante, por via oral ou parenteral, com
medicamentos que significativamente inibem estas enzimas, como antifúngicos
azólicos, como o cetoconazol, fluconazol, itraconazol e miconazol; antibióticos
macrolídeos, como eritromicina, claritromicina e troleandomicina; inibidores da
protease (estudos in vitro sugerem que o ritonavir e o indinavir são inibidores
potentes do citocromo P450 3A4, enquanto o saquinavir é apenas um inibidor
fraco) e nefazodona, podem resultar em aumento dos níveis plasmáticos da
domperidona.
110
 Cuidados de Enfermagem: Instruir o idoso a tomar a medicação exatamente
conforme recomendado e a não interromper o tratamento, sem o conhecimento do
médico, ainda que alcance a melhora. Informe ao idoso as reações adversas mais
freqüentemente relacionadas a uso da medicação e que, diante da ocorrência de
qualquer uma delas, o médico devera ser comunicado imediatamente. Recomende
que o idoso mude lentamente de posição para minimizar a hipotensão
Dimeticona (Luftal) 75 mg/ml – 40 gotas.
 Propriedade: silicone antiespumante, que apresenta ação antiflatulenta.
 Indicação: excesso de gases no aparelho gastrintestinal constituindo incômodo,
motivo de dores ou cólicas intestinais, tais como: meteorismo pós- operatório e
convalescença, eructação, distúrbios fermentativos intestinais, borborigmo. É
indicado ainda no preparo intestinal dos pacientes para radiografia do abdômen
aerofagia.
 Contra - indicação: não apresenta contra-indicações relativa a faixas etárias. Este
medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica.
 Reações adversas: é fisiologicamente inerte e desprovido de toxicidade. Após
administração oral é eliminado de forma inalterada pelas fezes.
 Interação medicamentosa: não são conhecidas interações de luftal com outros
medicamentos ou alimentos.
 Cuidados de Enfermagem: administrar conforme prescrição médica, respeitando
os horários, as doses e a duração do tratamento. Informar ao paciente as principais
reações adversas relacionadas ao uso do medicamento. Pode-se administrar
diretamente na boca ou diluir em um pouco de água ou outro alimento. Deve-se
agitar o frasco do medicamento antes de usar.
111
Dipirona (Buscopan) 20ml/gotas – 40 gotas.
 Propriedade: analgésico, antipirético e antiinflamatório
 Indicação: antitérmico, inclusive em convulsões febris em crianças e até em
doenças malignas, quando a febre não puder ser controlada por nenhum outro
meio. Também é usada como analgésico.
 Contra-indicação: hipersensibilidade, glaucoma, nefrite crônica, discrasias
sanguíneas, certas doenças metabólicas, como porfiria hepática ou deficiência
congênita de glicose-6-fosfato-desidrogenase. Asma e infecções respiratórias
crônicas. Grave comprometimento cardiocirculatório, gestação e lactação.
Alteração na contagem sanguínea ou sinal de agranulocitose.
 Reações adversas: erupções cutâneas, náuseas, vômitos, hemorragia GI,
agranulocitose, outras discrasias sanguíneas (anemia aplásica, púrpura trombocitopênica), tremo, anúria, edema, reações alérgicas (asma, edema angioneurótico,
agravamento da hipotrombinemia, queda na PA.
 Interação medicamentosa: o álcool potencializa o efeito da droga, anticoagulantes
diminuem o tempo de ação, os barbitúricos reduzem os efeitos da droga, a
cloropromazina pode desencadear hipertermia grave e os nefrotóxicos aumentam
a toxicidade.
 Cuidados de Enfermagem: administrar conforme prescrição médica, respeitando
os horários, as doses e a duração do tratamento. Informar ao paciente as principais
reações adversas relacionadas ao uso do medicamento. Documentar indicações
para a terapia, início e duração dos sintomas antes da administração; avaliar
reações de hipersensibilidade; avaliar SSVV, função cardíaca, função renal,
função respiratória; administrar endovenosamente (em pacientes diabéticos, pois
contém açúcar) de forma lenta.
112
Lactulose solução 667 mg/ml.
 Propriedade: laxante
 Indicação: indicado na profilaxia e tratamento sintomático da constipação
intestinal crônica.
 Contra-indicação: em casos de intolerância à lactulose, galactose, lactose, frutose.
Em pacientes com apendicite, hemorragia retal não diagnosticada ou com
obstrução intestinal.
 Reações adversas: apresenta baixa incidência de efeitos colaterais. Geralmente, os
efeitos adversos são leves e transitórios não causando a suspensão da terapia.
Ocasionalmente, podem ocorrer flatulência, meteorismo e cólicas gastrintestinais.
 Interação medicamentosa: diuréticos poupadores de potássio ou suplementos
alimentares contendo potássio: a lactulose pode provocar o aumento da
eliminação de potássio, reduzindo os níveis séricos deste mineral.
 Cuidados de Enfermagem: administrar conforme prescrição médica, respeitando
os horários, as doses e a duração do tratamento. Informar ao paciente as principais
reações adversas relacionadas ao uso do medicamento. Pode causar a formação de
gases intestinais, cólicas e diarréia. Se esses sintomas forem intensos, interrompa
o uso do medicamento e informe ao médico.
Losartana Potássica 50 mg – 1cp/dia.
 Propriedades: antihipertensivo
 Indicação: indicado para o tratamento de hipertensão arterial.
 Contra-indicação: para pessoas com hipersensibilidade a qualquer outro
componente da fórmula. Não deve ser utilizado durante a gravidez e a lactação.
 Reações adversas: os efeitos colaterais têm sido de natureza leve ou transitória e
não têm requerido a descontinuação da terapia. A incidência global dos efeitos
colaterais de losartana foi comparada à do placebo. Em estudos clínicos
controlados em pacientes com hipertensão essencial, tontura foi o único efeito
colateral relatado como relacionado à losartana, que ocorreu com incidência
superior à do placebo em 1% ou mais dos pacientes tratados. Efeitos ortostáticos
relacionados à dose foram observados em menos de 1% dos pacientes. Raramente
foi relatada erupção cutânea, embora a incidência em estudos clínicos controlados
tenha sido inferior à do placebo. Foram ocasionalmete relatados os seguintes
113
efeitos colaterais: hipersensibilidade, angioedema envolvendo edema da face, dos
lábios, faringe e/ou de língua, diarreia, mialgia e cefaleia nos pacientes tratados
com losartana. Hipercalemia (potássio sérico > 5,5 mEq/l) ocorreu em 1,5% dos
pacientes. Elevações nos valores de ALT raramente ocorreram e voltaram aos
valores iniciais com a descontinuação da terapia.
 Interação medicamentosa: pode ser administrado com outro agente antihipertensivo. Os efeitos anti-hipertensivos de losartana potássica podem ser
aumentados por drogas hipotensoras que aumentam a liberação de renina. Tem-se
descrito efeitos natriuréticos e caliuréticos para a losartana. Portanto, recomendase controle periódico dos níveis de potássio em pacientes em tratamentos com
diuréticos. Toxicidade ao lítio em pacientes em tratamento com drogas que
aumentam a eliminação de sódio tem sido relatada. Quando administrado
juntamente com diuréticos tiazídicos, antagonistas de cálcio e betabloqueadores
não foram observadas interações adversas clinicamente significativas. O
cetoconazol e o sulfafenazol são potentes inibidores do sistema P450 de
metabolização. Não se sabe se o uso concomitante destas drogas com a losartana
pode
influenciar
o
efeito
desta.
Não
foram
identificadas
interações
medicamentosas de significado clínico. Os compostos que foram avaliados nos
estudos clínicos de farmacocinética incluem: hidroclorotiazida, digoxina,
varfarina, cimetidina e fenobarbital.
 Cuidados de Enfermagem: a medicação deve ser administrada, exatamente
conforme recomendado (todos os dias sempre no mesmo horário), e o tratamento
não deve ser interrompido, sem o conhecimento do médico, ainda que o paciente
alcance a melhora. Se 1 dose for esquecida, ela deverá ser administrada tão logo
possível, exceto quando no mesmo horário da próxima dose. As doses esquecidas
não devem ser dobradas. O uso da medicação não deve ser suspenso subitamente
ou sem o conhecimento do médico. Informe ao paciente os sintomas relacionados
à suspensão súbita do seu uso. Após terapias prolongadas, as doses devem ser
reduzidas lenta e gradualmente. Informe ao paciente o objetivo da medicação para
facilitar tanto a compreensão do seu diagnóstico como também a sua colaboração
no tratamento. A medicação controla, mas não cura a hipertensão. Recomende que
o paciente mantenha sempre disponível a medicação necessária durante fins de
semana, feriados e períodos de férias, como também uma receita do médico, no
caso de emergência. A medicação não deve ser usada em crianças nem durante a
114
gestação ou lactação. No caso de gravidez (confirmada ou suspeita) ou, ainda, se o
paciente estiver amamentando, o médico deverá ser comunicado imediatamente.
Recomende à paciente o emprego de um método contraceptivo seguro e
adequado, durante a terapia. Recomenda-se cautela também nos casos de
disfunção renal ou hepática, hipovolemia, hiponatremia, terapia diurética
concomitante (recomenda-se reduzir a dose inicial, se CCr < 30ml/min.), estenose
aórtica, insuficiência cardíaca ou cérebro-vascular, cirurgia/anestesia (possível
aumento da hipotensão), história familiar de angioedema (extrema cautela) e em
pacientes idosos. Informe ao paciente as reações adversas mais freqüentemente
relacionadas ao uso da medicação e que, diante a ocorrência de qualquer uma
delas, principalmente rash, estomatite, febre, batimentos cardíacos irregulares, dor
toráxica, edema entre outros. Instruir o paciente sobre a técnica correta de
monitoração da PA. Recomende ao paciente que evite o uso de qualquer outra
droga ou medicação, sem o conhecimento do médico, durante a terapia.
Ácido AcetilSalicílico (AAS) 100 mg – 1cp/dia.
 Propriedades: antiinflamatórios não - esteróides, com propriedades analgésica,
antipirética e antiinflamatória.
 Indicação: para o alívio sintomático da cefaléia, odontalgia, dor de garganta,
dismenorréia, mialgia ou artralgia, lombalgia e dor artrítica de pequena
intensidade. No resfriado comum ou na gripe, para o alívio sintomático da dor e
da febre.
 Contra-indicação: AAS está contra- indicado em todos os pacientes com
hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico e a outros antiinflamatórios não esteróides. AAS não deve ser empregado em pacientes predispostos a dispepsias
ou sabidamente portadores de alguma lesão da mucosa gástrica. Seu emprego
deve ser evitado nos pacientes portadores de lesão hepática grave, em hemofílicos
e naqueles que estejam fazendo uso de anticoagulantes. A administração deve ser
cautelosa nos pacientes com função renal comprometida, particularmente nas
crianças, e sempre que o paciente estiver desidratado. O AAS somente deverá ser
empregado durante a gravidez sob orientação médica.
 Reações adversas: o ácido acetilsalicílico pode provocar irritação da mucosa
gástrica e sangramento digestivo, sobretudo em dose alta e tratamento prolongado.
115
Embora pouco comuns, podem ocorrer casos de hipersensibilidade manifestada
por broncoespasmo, asma, rinite, urticária e outras manifestações cutâneas. O uso
prolongado do ácido acetilsalicílico em altas doses tem sido associado com
diminuição da função renal.
 Interação medicamentosa: alguns efeitos do ácido acetilsalicílico no trato
gastrintestinal podem ser potencializados pelo álcool. Pode ser aumentada a
atividade dos anticoagulantes cumarínicos e a atividade hipoglicemiante das
sulfoniluréias. Os anticoagulantes podem acentuar o efeito hemorrágico do ácido
acetilsalicílico sobre a mucosa gástrica. O ácido acetilsalicílico diminui o efeito de
agentes uricosúricos como a probenecida e a sulfinpirazona. Barbitúricos e outros
sedativos podem mascarar os sintomas espiratórios da superdosagem com ácido
acetilsalicílico e tem sido relatado aumento da toxicidade daqueles. A atividade do
metotrexato pode estar marcadamente acentuada e sua toxicidade aumentada.
 Cuidados de Enfermagem: administrar conforme prescrição médica, respeitando os
horários, as doses e a duração do tratamento. Informar ao paciente as principais
reações adversas relacionadas ao uso do medicamento.
Maxsitrol 5 ml – 2 gotas em cada olho de 4/4hs, 7 dias.
 Propriedades: antiinflamatório.
 Indicação: Nas condições inflamatórias oculares que respondam aos esteróides e
onde exista infecção bacteriana ocular ou risco de infecção. Os esteróides oculares
são indicados nas condições inflamatórias das pálpebras e conjuntiva bulbar,
córnea e segmento anterior do globo, onde se aceita o risco inerente ao uso de
esteróides em certas conjuntivites infectadas para se obter diminuição do edema e
inflamação. Maxsitrol é também indicado na uveíte anterior crônica e traumas
corneanos causados por queimaduras químicas, por radiação ou térmicas, e
também em casos de corpo estranho. O uso da combinação com antiinfeccioso é
indicado onde o risco de infecção é grande ou quando se suspeita que um número
de bactérias potencialmente perigoso estará presente no olho. Maxsitrol é ativo
contra Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Haemophilus influenzae,
Klebsiella / Enterobacter sp, Neisseria sp e Pseudomonas aeruginosa. Este produto
não dá cobertura adequada contra Serratia marcescens e Streptococci, inclusive
Streptococcus pneumoniae.
116
 Contra-indicação: ceratite epitelial por herpes simples (ceratite dendrítica),
varicela e outras doenças virais da córnea e conjuntiva. lnfecções oculares por
micobactérias. Doenças micóticas oculares. Hipersensibilidade aos componentes
da fórmula (a hipersensibilidade aos componentes antibióticos é mais comum que
aos outros componentes). O uso dessas associações é sempre contra- indicado após
remoção não complicada de corpo estranho da córnea.
 Reações adversas: reações adversas têm ocorrido com a associação de agentes
esteróides/antiinfecciosos que podem ser atribuídas ao componente esteróide, ao
componente antiinfeccioso, ou à associação. A reação mais comum aos
antiinfecciosos é a sensibilização. As reações devidas ao componente esteróide
são: elevação da pressão intra- ocular com possível desenvolvimento de glaucoma
e dano ao nervo óptico. Formação de catarata subcapsular posterior e retarde na
cicatrização. Infecção secundária: Infecção secundária tem ocorrido após o uso de
associações de esteróides e antimicrobianos. Como existe uma certa predisposição
para o desenvolvimento de infecções corneanas micóticas concomitantemente ao
tratamento prolongado com esteróide tópico, deve- se considerar a possibilidade de
invasão fúngica em qualquer ulceração corneana persistente onde se tenha usado
medicação esteróide. Pode também ocorrer infecção bacteriana ocular secundária
após supressão da resposta do hospedeiro.
 Cuidados de Enfermagem: administrar conforme prescrição médica, respeitando os
horários, as doses e a duração do tratamento. Informar ao paciente as principais
reações adversas relacionadas ao uso do medicamento. Agite bem o frasco antes de
usar. Em casos graves, as gotas podem ser administradas de hora em hora,
diminuindo-se gradativamente a dosagem até a interrupção quando se notar
melhora da inflamação. Quando se observar uma resposta clínica satisfatória, a
dose deve ser reduzida gradativamente até uma aplicação diária por vários dias.
117
Metronidazol creme – Uso tópico.
 Propriedades: antiinfeccioso.
 Indicação: tratamento de tricomoníase.
 Contra-indicação: Não deve ser usado em pacientes com alergia anterior ao
metronidazol ou outro derivado imidazólico e aos demais componentes do
produto. Este medicamento é contra-indicado para crianças.
 Reações adversas: caso o tratamento com metronidazol, por razões especiais,
necessite de uma duração maior do que a geralmente recomendada, as pacientes
deverão realizar regularmente testes hematológicos, principalmente contagem
leucocitária. As pacientes deverão também ser monitorizadas quanto ao
aparecimento de reações adversas como neuropatia central ou periférica, por
exemplo: parestesia, ataxia, tontura e crises convulsivas. As pacientes devem ser
alertadas que metronidazol pode provocar escurecimento da urina devido aos
metabólitos de metronidazol. As pacientes devem ser alertadas sobre a
possibilidade de confusão, tontura, alucinações, convulsões ou alterações visuais
transitórias e aconselhadas a não dirigir veículos ou operar máquinas caso estes
sintomas ocorram. Durante a menstruação, o tratamento com metronidazol não é
afetado. Se houver previsão de início do próximo ciclo menstrual antes do término
do tratamento prescrito pelo médico, recomenda-se, quando possível, transferir o
inicio do tratamento para o dia seguinte ao término do ciclo menstrual. Caso o
tratamento não esteja no início, complete-o até o seu término. As pacientes não
devem ingerir bebidas alcoólicas ou medicamentos que contenham álcool em sua
formulação durante e no mínimo 1 dia após o tratamento com metronidazol,
devido à possibilidade de efeito antabuse (aparecimento de rubor, vômito e
taquicardia).
 Interação medicamentosa: Dissulfiram: foram relatadas reações psicóticas em
pacientes utilizando concomitantemente metronidazol e dissulfiram. Álcool:
bebidas alcoólicas e medicamentos contendo álcool não devem ser ingeridos
durante o tratamento com metronidazol e nomínimo 1 dia após o mesmo, devido à
possibilidade de reação do tipo dissulfiram (efeito antabuse), com aparecimento de
rubor, vômito e taquicardia. Terapia com anticoagulante oral (tipo varfarina):
potencialização do efeito anticoagulante e aumento do risco hemorrágico, causado
pela diminuição do catabolismo hepático. Em caso de administração concomitante,
deve-se monitorizar o tempo de protrombina com maior freqüência e realizar
118
ajuste posológico da terapia anticoagulante durante o tratamento com
metronidazol. Lítio: os níveis plasmáticos de lítio podem ser aumentados pelo
metronidazol Ciclosporina: risco de aumento dos níveis plasmáticos de
ciclosporina. Os níveis plasmáticos de ciclosporina e creatinina devem ser
rigorosamente monitorizados quando a administração concomitante é necessária.
Fenitoína ou fenobarbital: aumento da eliminação de metronidazol, resultando em
níveis plasmáticos reduzidos. 5-fluorouracil: diminuição do 5-fluorouracil,
resultando em aumento da toxicidade do mesmo.
Bussulfano: os níveis
plasmáticos de bussulfano podem ser aumentados pelo metronidazol, o que pode
levar a uma severa toxicidade do bussulfano.
 Cuidados de Enfermagem: administrar conforme prescrição médica, respeitando os
horários, as doses e a duração do tratamento. Monitorar o aparecimento das
reações adversas.
Izoconazol creme – Uso tópico.
 Propriedades: antimicótico.
 Indicação: tratamento de micoses vulvovaginais causadas por Candida,
dermatófitos, Malassezia furfur e outras leveduras e fungos leveduriformes (como
Torulopsis glabrata), balanite micótica e nas infecções mistas com bactérias
grampositivas.
 Contra-indicação: hipersensibilidade ao nitrato de Isoconazol ou a qualquer outro
componente da fórmula é contra-indicado para crianças.
 Reações adversas: em casos raros, podem ocorrer irritações ou reações alérgicas
cutâneas.
 Interação medicamentosa: Não há relatos na literatura consultada.
 Cuidados de Enfermagem: administrar conforme prescrição médica, respeitando os
horários, as doses e a duração do tratamento. Informar ao paciente as principais
reações adversas relacionadas ao uso do medicamento.
119
Chá Senan
 Propriedades: extrato seco padronizado da planta Cassia senna L.
 Indicação: como regulador da função intestinal
 Contra-indicação: em casos de hipersensibilidade a quaisquer componentes da
fórmula.
Pacientes
que
apresentam
inflamatórios, não devem usar
Senan
obstrução
intestinal
ou
processos
devido a possíveis irritações na mucosa
intestinal. O medicamento deve ser administrado de modo correto. Não
desaparecendo os sintomas, procure orientação médica. Informe seu médico sobre
qualquer medicamento que esteja usando, antes do início, ou durante o tratamento.
 Reações adversas: Os quadros de reações adversas com o uso de
Senan
foram
raros, e estes quando presentes foram leves, não havendo a necessidade de
interrupção do tratamento. Entre as reações adversas pôde-se observar cólicas
abdominais, vômitos e diarréia. Devido à queda de potássio sérico, podem ocorrer
câimbras musculares. Informe seu médico o aparecimento de reações
desagradáveis.
 Cuidados de Enfermagem: monitorar as reações adversas.
120
APÊNDICE B – Lista de Problemas
1. Alteração na Comunicação
2. Alteração da Mobilidade
3. Alteração da pele
4. Déficit do autocuidado e higiene oral
5. Fezes endurecidas
6. Presença de secreções
7. Alteração da Memória ou da Percepção
8. Dor
9. Confusão
10. Queda
11. Alteração da temperatura
12. Alteração na ingesta (alimentar e hidratação)
13. Doenças imuno previníveis - imunização
14. Cansaço
15. Alteração do padrão de sono
16. Déficit de eliminação
17. Estresse do cuidador
18. Déficit de conhecimento e de Planejamento do cuidador familiar (informal) ou formal
(remunerado)
19. Morte
20. Espiritualidade
121
APÊNDICE C – Diagnósticos de Enfermagem segundo o NANDA (2009-2011)
A seleção dos 59 Diagnósticos de Enfermagem, baseado no NANDA (2009 – 2011)
teve como base a lista de problemas, levantada após a coleta de dados subjetivos (Histórico de
Enfermagem) e objetivos (Exame Físico) do estudo de caso dessa pesquisa.
Nos quadros abaixo foi feito o levantamento e selecionado as características
definidoras e fatores relacionados que mais se adequavam a patologia de Demência em
estágio avançado.
1 Diagnóstico de Enfermagem: Comunicação verbal prejudicada (00051) – p.201
Domínio 5: Percepção/cognição
Classe 5: Comunicação
Definição: habilidade diminuída, retardada ou ausente para receber, processar, transmitir e
usar um sistema de símbolos.
Características definidoras:
- Desorientação no tempo.
- Desorientação no espaço.
- Não fala.
Fatores relacionados:
- Alteração do sistema nervoso central (SNC).
- Diminuição da circulação cerebral.
2 Diagnóstico de enfermagem: Mobilidade no leito prejudicada (00091) – p.151
Domínio 4: Atividade/repouso
Classe 2: Atividade/exercício
Definição: limitação para movimentar-se de forma independente de uma posição para outra
no leito.
Características definidoras:
- Capacidade prejudicada de “esquivar-se” ou reposicionar-se na cama.
- Capacidade prejudicada de mover-se de uma posição para outra (prona para supina,
sentada para supina, etc.).
122
Fatores relacionados:
- Conhecimento deficiente.
- Descondicionamento.
- Dor.
- Força muscular insuficiente.
- Limitações ambientais (tamanho e tipo de cama, imobilizadores, equipamentos para
tratamento).
- Medicamentos sedativos.
- Prejuízo cognitivo.
- Prejuízo musculoesquelético.
- Prejuízo neuromuscular.
3 Diagnóstico de enfermagem: Mobilidade física prejudicada (00085) – p.149
Domínio 4: Atividade/repouso
Classe 2: Atividade/exercício
Definição: limitação no movimento físico independente e voluntário do corpo ou de uma ou
mais extremidades.
Características definidoras:
- Instabilidade postural.
- Dispnéia ao esforço.
Fatores relacionados:
- Desuso.
- Enrijecimento das articulações.
- Prejuízos neuromusculares.
- Prejuízo cognitivo.
123
4 Diagnóstico de enfermagem: Deambulação prejudicada (00088) – p.144
Domínio 4 : Atividade/repouso
Classe 2: Atividade/exercício
Definição: limitação à movimentação independente, a pé, pelo ambiente.
Características definidoras:
- Capacidade prejudicada de andar sobre superfícies irregulares.
- Capacidade prejudicada de subir e descer calçadas.
- Capacidade prejudicada de subir escadas.
- Capacidade de percorrer as distâncias necessárias.
Fatores relacionados:
- Capacidade de resistência limitada.
- Equilíbrio prejudicado.
- Força muscular insuficiente.
- Humor depressivo.
- Limitações ambientais.
- Prejuízo cognitivo.
- Prejuízo musculoesquelético.
- Prejuízo neuromuscular.
- Visão prejudicada.
5 Diagnóstico de enfermagem: Risco de Síndrome do desuso (00040) – p.145
Domínio 4 : Atividade/repouso
Classe 2: Atividade/exercício
Definição: risco de deterioração de sistemas do corpo como resultado de inatividade
musculoesquelética prescrita ou inevitável.
Fatores de risco:
- Imobilidade mecânica.
- Nível de consciência alterado.
- Paralisia.
124
6 Diagnóstico de enfermagem: Risco de disfunção neurovascular periférica (00086) – p.341
Domínio 11: Segurança/proteção
Classe 2: Lesão física
Definição: risco de distúrbio na circulação, na sensibilidade ou no movimento de uma
extremidade.
Fatores de risco:
- Imobilização.
- Obstrução vascular.
7 Diagnóstico de enfermagem: Proteção ineficaz (00043) – p.342
Domínio 11: Segurança/proteção
Classe 2: Lesão física
Definição: diminuição na capacidade de proteger-se de ameaças internas ou externas, como
doenças ou lesões.
Características definidoras:
- Alteração da coagulação.
- Fadiga.
- Alteração neurosensorial.
- Fraqueza.
- Desorientação.
- Imobilidade.
- Dispneia.
Fatores relacionados:
- Extremos de idade.
- Nutrição inadequada.
- Perfis sanguíneos anormais.
- Terapia com medicamentos.
125
8 Diagnóstico de enfermagem: Integridade da pele prejudicada. (00046) – p.333
Domínio 11: Segurança/proteção
Classe 2: Lesão física
Definição: Epiderme e/ou derme alteradas.
Características definidoras:
- Destruição de camadas da pele.
- Invasão de estruturas do corpo.
- Rompimento da superfície da pele.
Fatores relacionados:
- Extremos de idade.
- Fatores mecânicos
- Hipertermia.
- Hipotermia.
- Imobilização física.
- Circulação prejudicada.
- Mudanças no estado hídrico.
- Proeminências ósseas.
9 Diagnóstico de enfermagem: Risco de integridade da pele prejudicada (00047) – p.334
Domínio 11: Segurança /proteção
Classe 2: Lesão física
Definição: Risco de a pele ser alterada de forma adversa.
Fatores relacionados:
- Excreções.
- Secreções.
- Extremos de idade.
- Circulação prejudicada.
- Fatores mecânicos.
- Estado nutricional desequilibrado.
- Imobilização física.
126
10 Diagnóstico de enfermagem: Déficit no autocuidado para banho (00108) – p.176
Domínio 4: Atividade/repouso
Classe 5: Autocuidado
Definição: Capacidade prejudicada de realizar ou completar as atividades de banho/higiene
por si mesmo.
Características definidoras:
- Incapacidade de acessar o banheiro.
- Incapacidade de lavar o corpo.
- Incapacidade de obter a fonte de água.
- Incapacidade de pegar os artigos para o banho.
- Incapacidade de regular a água do banho.
- Incapacidade de secar o corpo.
Fatores relacionados:
- Incapacidade de perceber a relação espacial.
- Prejuízo cognitivo.
- Prejuízo musculoesquelético.
- Prejuízo neuromuscular.
- Prejuízo perceptivo.
11 Diagnóstico de enfermagem: Déficit no autocuidado para alimentação (00102) – p.175
Domínio 4 : Atividade/repouso
Classe 5: Autocuidado
Definição: capacidade prejudicada de desempenhar ou completar atividades de alimentação.
Características definidoras:
- Incapacidade de engolir alimentos.
- Incapacidade de levar os alimentos de um recipiente à boca.
- Incapacidade de manusear utensílios.
- Incapacidade de mastigar alimentos.
- Incapacidade de preparar alimentos para ingestão.
127
Fatores relacionados:
- Diminuição da motivação.
- Fraqueza.
- Prejuízo cognitivo.
- Prejuízo musculoesquelético.
- Prejuízo neuromuscular.
- Prejuízo perceptivo.
12 Diagnóstico de enfermagem: Déficit no autocuidado para vestir-se (00109) –
p. 178
Domínio 4 : Atividade/repouso
Classe 5: Autocuidado
Definição: capacidade prejudicada de realizar ou completar atividades de vestir-se e
arrumar-se por si mesmo.
Características definidoras:
- Capacidade prejudicada de calçar ou tirar meias ou sapatos, de colocar ou tirar itens do
vestuário.
- Incapacidade de usar zíperes ou fechar uma roupa.
- Incapacidade de manter aparência em um nível satisfatório.
- Incapacidade de escolher as roupas.
Fatores relacionados:
- Barreiras ambientais.
- Diminuição da motivação.
- Dor, fraqueza ou desconforto.
- Prejuízo cognitivo.
- Prejuízo musculoesquelético ou neuromuscular.
- Prejuízo perceptivo.
128
13 Diagnóstico de enfermagem: Dentição prejudicada (00048) – p.331
Domínio 11: Segurança/proteção
Classe 2: Lesão física
Definição: distúrbio nos padrões de desenvolvimento/erupção dentária ou na integridade
estrutural dos dentes de um indivíduo.
Características definidoras:
- Ausência de dentes.
- Perda de dentes
Fatores relacionados:
- Barreiras ao autocuidado.
- Barreiras econômicas ao cuidado profissional.
- Déficits nutricionais.
- Higiene oral ineficaz.
14 Diagnóstico de enfermagem: Constipação (00011) – p.125
Domínio 3: Eliminação e troca
Classe 2: Função gastrintestinal
Definição: diminuição na freqüência normal de evacuação, acompanhada por passagem de
fezes difícil ou incompleta e/ou eliminação de fezes excessivamente duras e secas.
Características definidoras:
- Sinais/sintomas atípicos em adultos idosos: mudança no estado mental e incontinência
urinária.
Fatores relacionados:
- Bloqueadores de canal de cálcio.
- Mudanças nos padrões alimentares.
- Diuréticos.
- Motilidade do trato gastrintestinal diminuída.
- Hábitos alimentares deficientes.
- Lesão neurológica.
129
15 Diagnóstico de enfermagem: Risco de constipação (00015) – p.127
Domínio 3: Eliminação e troca
Classe 2: Função gastrintestinal
Definição: risco de diminuição na freqüência normal da evacuação, acompanhada de
eliminação de fezes difícil ou incompleta e/ou eliminação de fezes excessivamente duras e
secas.
Fatores relacionados:
- Bloqueadores de canal de cálcio.
- Uso excessivo de laxantes.
- Mudança nos padrões habituais de alimentação.
- Hábitos alimentares deficientes.
- Ingestão insuficiente de fibras.
- Ingestão insuficiente de líquidos.
- Motilidade diminuída do trato gastrintestinal.
- Mudança nos alimentos ingeridos.
- Fraqueza dos músculos abdominais.
- Hábitos irregulares de evacuação.
- Higiene íntima inadequada.
- Lesão neurológica.
- Confusão mental.
16 Diagnóstico de enfermagem: Risco de aspiração (00039) – p.330
Domínio 11: Segurança /proteção
Classe 2: Lesão física
Definição: risco de entrada de secreções gastrintestinais, secreções orofaríngeas, sólidos ou
fluídos nas vias traqueobrônquicas.
Fatores relacionados:
- Administração de medicação.
- Nível de consciência reduzido.
- Alimentação por sonda.
- Reflexos de tosse diminuídos.
130
- Deglutição prejudicada.
- Resíduos gástricos aumentados.
- Esfíncter esofágico inferior incompetente.
- Situações que impedem a elevação
- Motilidade gastrintestinal diminuída.
da parte superior do corpo.
17 Diagnóstico de enfermagem: Memória prejudicada (00131) – p.199
Domínio 5: Percepção/cognição
Classe 4: Cognição
Definição: incapacidade de lembrar ou recordar partes de informação ou habilidades
comportamentais.
Características definidoras:
- Esquecimento de efetuar uma ação em horário planejado.
- Experiências de esquecimento.
- Incapacidade de aprender, reter ou recordar coisas novas (habilidades, eventos e/ou
informações).
Fatores relacionados:
- Alterações ambientais excessivas.
- Débito cardíaco diminuído ou hipóxia.
- Anemia.
- Distúrbios neurológicos.
- Desequilíbrio hídrico e eletrolítico.
- Distúrbios neurológicos.
18 Diagnóstico de enfermagem: Síndrome da interpretação ambiental prejudicada (00127)
– p.185
Domínio 5 : Percepção/Cognição
Classe 2: Orientação
Definição: consistente falta de orientação quanto a pessoa, lugar, tempo ou circunstâncias
por mais de 3 a 6 meses, necessitando de um ambiente protetor.
Características definidoras:
- Estados crônicos de confusão.
- Incapacidade de concentrar-se.
131
- Incapacidade de raciocinar.
- Perda da função social.
Fator relacionado:
- Demência.
19 Diagnóstico de enfermagem: Percepção sensorial perturbada (especificar: visual,
auditiva, cinestésica, gustativa, tátil, olfativa) (00122) – p.187
Domínio 5 : percepção/cognição
Classe 3: Sensação/percepção
Definição: mudança na quantidade ou no padrão dos estímulos que estão sendo recebidos,
acompanhada por resposta diminuída, exagerada, distorcida ou prejudicada a tais estímulos.
Características definidoras:
- Comunicação prejudicada.
- Concentração insatisfatória.
- Desorientação.
- Mudança na capacidade de resolução de problemas.
- Mudança no padrão de comportamento.
Fatores relacionados:
- Desequilíbrio eletrolítico
- Transmissão sensorial alterada
- Integração sensorial alterada.
- Recepção sensorial alterada.
132
20 Diagnóstico de enfermagem: Dor crônica (00133) – p.376
Domínio 12: Conforto
Classe 1: Conforto físico
Definição: experiência sensorial e emocional desagradável que surge de lesão tissular real ou
potencial ou descrita em termos de tal lesão (Associação Internacional para o Estudo da
Dor); início súbito ou lento, de intensidade leve a intensa, constante ou recorrente, sem um
término antecipado ou previsível e com uma duração de mais de seis meses.
Características definidoras:
- Expressão facial.
Fatores relacionados:
- Incapacidade física crônica.
21 Diagnóstico de enfermagem: Confusão crônica (00129) – p.196
Domínio 5: Percepção/cognição
Classe 4: Cognição
Definição: uma deterioração irreversível, prolongada e/ou progressiva do intelecto e da
personalidade, caracterizada por capacidade diminuída para a interpretação dos estímulos
ambientais e para processos de pensamento intelectual, e manifestada por distúrbios da
memória, da orientação e do comportamento.
Características definidoras:
- Evidência clínica de prejuízo orgânico.
- Prejuízo cognitivo progressivo.
- Interpretação alterada.
- Resposta alterada a estímulos
- Memória antiga prejudicada.
- Socialização prejudicada.
- Memória recente prejudicada.
- Personalidade alterada.
Fatores relacionados:
- Acidente Vascular Cerebral.
- Demência por multi infarto.
- Doença de Alzheimer.
133
22 Diagnóstico de enfermagem: Autonegligência (00193) – p.81
Domínio 1: Promoção da saúde
Classe 2: Controle da saúde
Definição: conjunto de comportamentos culturalmente estruturados que envolvem uma ou
mais atividades de autocuidado, em que há falha em manter um padrão de saúde e bem-estar
socialmente aceito.
Características definidoras:
- Higiene pessoal ou ambiental inadequada.
Fatores relacionados:
- Depressão.
- Prejuízo cognitivo (demência).
- Incapacidade para aprender.
23 Diagnóstico de enfermagem: Manutenção ineficaz da saúde (00099) – p.94
Domínio 1: Promoção da saúde
Classe 2: Controle da saúde
Definição: incapacidade de identificar, controlar e/ou buscar ajuda para manter a saúde.
Características definidoras:
- Falta demonstrada de comportamentos adaptativos a mudanças ambientais.
- Falta demonstrada de conhecimentos com relação a práticas de saúde.
- Incapacidade de assumir a responsabilidade de atender a práticas básicas de saúde.
- Prejuízo dos sistemas de apoio pessoais.
Fatores relacionados:
- Enfrentamento familiar ou individual ineficaz.
- Falta de habilidade e motricidade fina ou grossa.
- Incapacidade de realizar julgamentos adequados.
- Prejuízo cognitivo.
- Prejuízo perceptivo.
- Sofrimento espiritual.
134
24 Diagnóstico de enfermagem: Síndrome do estresse por mudança (00114) – p.259
Domínio 9 : Enfrentamento/tolerância ao estresse
Classe 1: Reações pós-trauma
Definição: Distúrbio fisiológico e/ou psicossocial decorrente de mudança de um ambiente
para outro.
Características definidoras:
- Alienação, depressão, frustração, insegurança, isolamento, solidão e/ou medo.
- Distúrbio do sono.
- Dependência.
- Aumento da doença ou dos sintomas físicos.
- Perda da identidade.
- Preocupação, ansiedade e/ou raiva.
- Verbalização de necessidades aumentadas.
Fatores relacionados:
- Falta de aconselhamento anterior à partida.
- Imprevisibilidade da experiência.
- Mudança de um ambiente para outro.
- Saúde psicossocial prejudicada.
25 Diagnóstico de enfermagem: Risco de quedas (00155) – p.343
Domínio 11: Segurança/proteção
Classe 2: Lesão física
Definição: suscetibilidade aumentada para quedas que podem causar dano físico.
Fatores relacionados:
- Imobilização.
- Doença vascular.
- Idade acima de 65 anos.
- Medicamentos.
135
26 Diagnóstico de enfermagem: Risco de trauma (00038) – p.346
Domínio 11: Segurança/proteção
Classe 2: Lesão física
Definição: risco acentuado de lesão tecidual acidental.
Fatores de risco:
- Camas altas.
- Mecanismos de chamada inadequados para clientes acamados.
- Coordenação muscular reduzida.
- Dificuldade cognitiva.
- Dificuldade de equilíbrio.
- Dificuldades emocionais.
- Fraqueza.
- Visão insatisfatória.
27.Diagnóstico de enfermagem: Risco de desequilíbrio na temperatura corporal (00005) p.369
Domínio 11: Segurança/proteção
Classe 6: Termorregulação
Definição: risco de não conseguir manter a temperatura corporal dentro dos parâmetros
normais.
Fatores relacionados:
- Desidratação.
- Exposição a extremos de temperatura ambiental.
- Extremos de idade.
- Inatividade.
- Medicamentos que causam vasodilatação.
136
28 Diagnóstico de enfermagem: Termorregulação ineficaz (00008) – p.370
Domínio 11: Segurança/proteção
Classe 6: Termorregulação
Definição: flutuação da temperatura entre hipotermia e hipertemia.
Características definidoras:
- Aumento na temperatura corporal acima dos parâmetros normais.
- Flutuação na temperatura corporal acima e abaixo dos parâmetros normais.
- Hipertensão.
- Palidez moderada.
- Pele fria.
Fatores relacionados:
- Doença.
- Envelhecimento.
- Flutuação da temperatura ambiental.
29.Diagnóstico de enfermagem: Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades
corporais (00002) – p.101
Domínio 2: Nutrição
Classe 1: Ingestão
Definição: ingestão insuficiente de nutrientes para satisfazer as necessidades metabólicas.
Características definidoras:
- Cavidade bucal ferida.
- Fraqueza dos músculos necessários à deglutição ou a mastigação.
- Incapacidade percebida de ingerir comida.
- Informações incorretas.
- Perda de peso com ingestão adequada de comida.
- Peso corporal 20% ou mais abaixo do ideal.
- Relato de ingestão inadequada de alimentos, menor que a PDR (porção diária
recomendada).
- Relato de sensação de sabor alterada, e tônus muscular insatisfatório.
137
Fatores relacionados:
- Capacidade prejudicada de ingerir os alimentos.
- Fatores biológicos.
- Fatores econômicos.
- Fatores psicológicos.
30 Diagnóstico de enfermagem: Volume de líquido deficiente (00027) – p.108
Domínio 2: Nutrição
Classe 5: Hidratação
Definição: diminuição do líquido intracelular, intersticial e/ou intracelular. Refere-se á
desidratação, perda de água apenas, sem mudança no sódio.
Características definidoras:
- Falha dos mecanismos reguladores.
- Perda ativa de volume de liquido.
Fatores relacionados:
- Aumento da frequência de pulso.
- Elevação do hematócrito.
- Aumento na concentração urinária.
- Mudança no estado mental.
- Diminuição do débito urinário.
- Pele seca.
- Diminuição do turgor da pele.
- Sede.
31 Diagnóstico de enfermagem: Risco de volume de líquidos deficiente (00028) - p.111
Domínio 2: Nutrição
Classe 5: Hidratação
Definição: risco de desidratação vascular, celular ou intracelular.
Fatores de risco:
- Deficiência de conhecimento.
- Medicação.
- Desvios que afetam o acesso de líquidos.
- Perdas excessivas por vias normais.
- Extremos de idade.
138
32 Diagnóstico de enfermagem: Deglutição prejudicada (00103) – p.98
Domínio 2: Nutrição
Classe 1: Ingestão
Definição: funcionamento anormal do mecanismo de deglutição associado a déficit na
estrutura ou função oral, faríngea ou esofágica.
Características definidoras:
- Anormalidade na fase esofágica (segundo estudo de deglutição).
- Azia.
- Despertar durante o sono.
- Dor epigástrica.
- Evidência observada de dificuldade para deglutir.
- Limitação do volume de alimentos.
- Baba ou sialorreia.
- Falta de ação da língua para formar o bolo.
- Falta de mastigação.
- Incapacidade para esvaziar a cavidade oral.
- Deglutição retardada.
Fatores relacionados:
- Estados com hipotonia significativa.
- História de alimentação por sonda.
- Lesão neuromuscular.
- Problemas de alimentação relacionados ao comportamento.
- Doença do refluxo gastresofágico.
139
33 Diagnóstico de enfermagem: Disposição para estado de imunização melhorado (00186)
– p.87
Domínio 1: Promoção da saúde
Classe 2: Controle da saúde
Definição: padrão de conformidade com protocolos de imunização locais, nacionais e/ou
internacionais para prevenção de doença(s) infecciosa(s) que é suficiente para proteger uma
pessoa, uma família ou uma comunidade e que pode ser reforçado.
Características definidoras:
- Expressa desejo de reforçar o comportamento para prevenir doenças infecciosas.
34 Diagnóstico de enfermagem: Fadiga (00093) – p.158
Domínio 4: Atividade/repouso
Classe 3: Equilíbrio de energia
Definição: uma sensação opressiva e sustentada de exaustão e de capacidade diminuída para
realizar trabalho físico e mental no nível habitual.
Características definidoras:
- Aumento das necessidades de repouso.
- Aumento das queixas físicas.
- Cansaço.
- Concentração comprometida.
- Desatento.
- Incapacidade de manter as rotinas habituais.
- Incapacidade de manter o nível habitual de atividade física.
- Incapacidade de restaurar energias mesmo após o sono.
- Letárgico.
- Sonolento.
- Verbalização de uma constante falta de energia.
Fatores relacionados:
- Má nutrição.
- Anemia.
- Privação de sono.
- Condição física debilitada.
- Depressão.
- Estados de doença.
- Estresse.
140
35 Diagnóstico de enfermagem: Intolerância à atividade (00092) – p.159
Domínio 4: Atividade/repouso
Classe 4: Respostas cardiovasculares pulmonares
Definição: energia fisiológica ou psicológica insuficiente para suportar ou completar as
atividades diárias requeridas ou desejadas.
Características definidoras:
- Desconforto aos esforços.
- Dispnéia aos esforços.
- Relato verbal de fadiga.
- Relato verbal de fraqueza.
Fatores relacionados:
- Fraqueza generalizada.
- Imobilidade.
- Repouso no leito.
36 Diagnóstico de enfermagem: Conforto prejudicado (00214) - p.374
Domínio 12: Conforto
Classe 1: Conforto físico
Classe 2: Conforto ambiental
Classe 3: Conforto social
Definição: falta percebida de sensação de conforto, alívio e transcendência nas dimensões
física, psicoespiritual, ambiental e social.
Características definidoras:
- Ansiedade.
- Lamentação.
- Falta de privacidade.
- Medo.
- Incapacidade de relaxar.
- Padrão de sono prejudicado.
141
37 Diagnóstico de enfermagem: Privação do sono (00096) - p. 143
Domínio 4: Atividade/repouso
Classe 1: Sono/repouso
Definição: períodos prolongado de tempo sem sono (suspensão sustentada natural e
periódica do estado de consciência relativa).
Características definidoras:
- Agitação.
- Confusão aguda.
- Alucinações.
- Incapacidade de concentrar-se.
- Ansiedade.
- Irritabilidade.
- Apatia.
- Sonolência durante o dia.
- Cansaço.
- Transtornos perceptivos.
- Capacidade funcional diminuída.
- Tremores nas mãos.
Fatores relacionados:
- Atividade diurna inadequada.
- Demência.
- Desconforto prolongado (p. ex., físico, psicológico).
- Enurese relacionada ao sono.
- Estimulação ambiental por tempo prolongado.
- Higiene do sono inadequada por tempo prolongado.
- Movimentos periódicos dos membros.
- Mudanças de estágios de sono relacionadas ao envelhecimento.
- Pesadelos.
- Síndrome do pôr do sol.
142
38 Diagnóstico de enfermagem: Incontinência urinária funcional (00020) – p.121
Domínio 3 : Eliminação e troca
Classe 1: Função urinária
Definição: incapacidade da pessoa que é usualmente continente de alcançar o banheiro a
tempo de evitar perda da urina.
Características definidoras:
- O tempo necessário para alcançar o banheiro excede a sensação de urgência para urinar e
o esvaziamento involuntário da bexiga.
- Perda de urina antes de alcançar o banheiro.
Fatores relacionados:
- Alteração dos fatores ambientais.
- Cognição prejudicada.
- Enfraquecimento das estruturas de suporte pélvico.
- Fatores psicológicos.
- Limitações neuromusculares
- Visão prejudicada.
39 Diagnóstico de enfermagem: Risco de sentimento de impotência (00152) – p.211
Domínio 6: Autopercepção.
Classe 1: Autoconceito.
Definição: risco de falta de controle percebida sobre uma situação e/ou sobre a capacidade
de uma pessoa de afetar significativamente um resultado.
Fatores de risco:
- Doença.
- Envelhecimento.
- Ausência de integralidade.
- Baixa autoestima situacional.
- Imagem corporal perturbada.
143
40 Diagnóstico de enfermagem: Sentimento de impotência (00125) – p.210
Domínio 6: Autopercepção
Classe 1: Autoconceito
Definição: percepção de que uma ação própria não afetará significativamente um resultado;
falta de controle percebida sobre uma situação atual ou um acontecimento imediato.
Características definidoras:
- Culpa.
- Ressentimento.
Fatores relacionados:
- Regime relacionado à doença.
41 Diagnóstico de enfermagem: Tensão do papel de cuidador (00061) – p. 223
Domínio 7: Papéis nos relacionamentos
Classe 1: Papéis do cuidador
Definição: dificuldade para desempenhar o papel de cuidador da família.
Características definidoras:
- Apreensão em relação ao futuro no que diz respeito à saúde do receptor de cuidados.
- Apreensão quanto aos cuidados que o receptor deve ter caso o cuidador seja incapaz de
oferecê-los.
- Preocupação com a rotina de cuidados.
- Falta de tempo para satisfazer às necessidades pessoais.
- Frustração.
- Labilidade emocional aumentada.
- Sono perturbado.
- Afastamento da vida social.
- Baixa produtividade no trabalho.
- Mudanças nas atividades de lazer.
- Conflito familiar.
- Preocupações com relação aos membros da família.
144
Fatores relacionados:
- Anos de cuidado.
- Quantidade de atividades.
- Responsabilidades de cuidado 24 horas por dia.
- Incapacidade de atender às expectativas de outros.
- Cronicidade da doença.
- Aumento da necessidade de cuidado.
- Dependência.
- Imprevisibilidade do curso da doença.
- Problemas cognitivos.
- História de disfunção familiar.
- Equipamentos inadequados para oferecimento de cuidados.
- Falta de apoio.
- Falta de privacidade do cuidador.
- Força emocional prejudicada.
- Recursos da comunidade inadequados.
- Recursos financeiros insuficientes.
- Estado mental do idoso que inibe a conversa.
- Isolamento em relação a outras pessoas.
- Recreação insuficiente.
42 Diagnóstico de enfermagem: Risco de tensão do papel de cuidador (00062) – p. 226
Domínio 7: Papéis nos relacionamentos
Classe 1: Papéis do cuidador
Definição: cuidador está vulnerável por sentir dificuldade em desempenhar o papel de
cuidador na família.
Fatores relacionados:
- Complexidade das tarefas de cuidado.
- Compromissos relacionados ao papel do cuidador que competem entre si.
145
- Curso imprevisível da doença.
- Disfunção da família anterior à situação de prestação de cuidados.
- Duração dos cuidados necessários.
- Falta de atividade de recreação para o cuidador.
- Falta de descanso do cuidador.
- Gravidade da doença do receptor de cuidados.
- Inexperiência com oferecimento de cuidados.
- Instabilidade na saúde do receptor de cuidados.
- Isolamento familiar.
- Prejuízo na saúde do cuidador.
- Problemas cognitivos do receptor de cuidados.
- Problemas psicológicos do receptor de cuidados.
- Quantidade de tarefa de cuidado.
- Retardo do receptor de cuidados.
43 Diagnóstico de enfermagem: Ansiedade (00146) – p. 264
Domínio 9: Enfretamento/Intolerância ao estresse
Classe 2: Reações de enfrentamento
Definição: vago e incômodo sentimento de desconforto ou temor, acompanhado por resposta
autonômica (a fonte é frequentemente não específica ou desconhecida para o indivíduo);
sentimento de apreensão causada pela antecipação de perigo. É um sinal de alerta que chama
a atenção para um perigo iminente e permite ao indivíduo tomar medidas para lidar com a
ameaça.
Características definidoras:
- Aflito.
- Medo de consequências inespecíficas.
- Ansioso.
- Insônia.
- Apreensivo.
- Observação atenta.
- Cautela aumentada.
- Produtividade diminuída.
- Incerteza.
- Vigilância.
- Preocupado.
- Aumento da tensão.
- Receoso.
- Perturbações do sono.
146
- Sofrimento.
Fatores relacionados:
- Ameaça ao estado de saúde.
- Mudança no ambiente.
- Ameaça ao status do papel.
- Mudança no estado de saúde.
- Associação familiar.
- Mudança no status do papel.
- Crises situacionais.
- Mudança nos padrões de interação.
- Estresse.
- Necessidades não satisfeitas.
- Mudança na função do papel.
44 Diagnóstico de enfermagem: Sobrecarga de estresse (00177) – p.281
Domínio 9: Enfrentamento/tolerância ao estresse
Classe 2: Reações de enfrentamento
Definição: excessivas quantidades e tipos de demandas que requerem ação.
Características definidoras:
- Expressa dificuldade de funcionamento.
- Expressa problemas com a tomada de decisões.
- Expressa sensação de tensão.
- Relata impacto negativo em decorrência do estresse.
Fatores relacionados:
- Estressores intensos.
- Estressores repetidos.
- Múltiplos estressores concomitantes.
- Recursos inadequados.
147
45 Diagnóstico de enfermagem: Medo (00148) – p.284
Domínio 9: Enfrentamento/tolerância ao estresse
Classe 2: Reações de enfrentamento
Definição: reação à ameaça percebida que é conscientemente reconhecida como um perigo.
Características definidoras:
- Relato de apreensão.
- Comportamentos de prevenção.
- Relato de auto segurança diminuída.
- Estado de alerta aumentado.
- Relato de tensão aumentada.
- Palidez.
- Identifica objeto do medo.
Fatores relacionados:
- Separação do sistema de apoio em situação potencialmente estressante.
46 Diagnóstico de enfermagem: Tristeza crônica (00137) – p.300
Domínio 9: Enfrentamento/tolerância ao estresse
Classe 2: Reações de enfrentamento
Definição: padrão cíclico, recorrente e potencialmente progressivo de tristeza disseminada
que é experimentada (por pai/mãe, cuidador ou indivíduo com doença crônica ou deficiente)
em resposta á perda contínua ao longo da trajetória de uma doença ou deficiência.
Características definidoras:
- Expressa sentimentos negativos.
- Expressa sentimentos de tristeza.
Fatores relacionados:
- Crises relativas aos estágios do desenvolvimento.
- Experiência de doença crônica.
- Oportunidades perdidas.
148
47 Diagnóstico de enfermagem: Conhecimento deficiente (00126) – p.198
Domínio 5: Percepção/Cognição
Classe 4: Cognição
Definição: ausência ou deficiência de informação cognitiva relacionada a um tópico
específico.
Características definidoras:
- Comportamentos exagerados ou impróprios (histérico, agitado, apático).
- Desempenho inadequado em um teste.
- Seguimento inadequado de instruções.
- Verbalização do problema.
Fatores relacionados:
- Falta de capacidade de recordar.
- Limitação cognitiva.
- Falta de exposição ou familiaridade com os recursos de informação.
- Falta de interesse em aprender.
- Interpretação errônea de informações.
48.Diagnóstico de enfermagem: Controle familiar ineficaz do regime terapêutico (00080) –
p.84
Domínio 1: Promoção da saúde
Classe 2: Controle da saúde
Definição: padrão de regulação e interpretação aos processos familiares de um programa de
tratamento de doenças e suas sequelas que é insatisfatório para atingir objetivos específicos
de saúde.
Características definidoras:
- Aceleração dos sintomas da doença de um membro da família.
- Atividades familiares inadequadas para atingir os objetivos de saúde.
- Falta de atenção para com a doença.
- Verbaliza desejo de controlar a doença.
- Verbaliza dificuldade com o regime terapêutico.
Fatores relacionados:
- Complexidade do regime terapêutico.
149
- Complexidade do sistema de assistência à saúde.
- Conflito familiar ou de decisão.
- Dificuldades econômicas.
- Exigências excessivas.
49 Diagnóstico de enfermagem: Manutenção do lar prejudicada (00098) - p.89
Domínio 1: Promoção da saúde
Classe 2: Controle da saúde
Definição: incapacidade de manter de forma independente um ambiente imediato seguro e
que promova o crescimento.
Características definidoras:
- Falta de equipamentos necessários.
- Membros da família sobrecarregados.
- Membros da família descrevem crises financeiras.
Fatores relacionados:
- Doença.
- Organização familiar insuficiente.
- Finanças insuficientes.
- Planejamento familiar insuficiente.
- Funções prejudicadas.
- Sistema de apoio inadequado.
50 Diagnóstico de enfermagem: Processos familiares disfuncionais (00063) – p.233
Domínio 7: Papéis nos relacionamentos
Classe 2: Relações familiares
Definição: as funções psicossociais, espirituais e fisiológicas da unidade familiar estão
cronicamente desorganizadas, levando ao conflito à negação de problemas, à resistência a
mudanças, à resolução ineficaz de problemas e uma série de crises autoperpetuadas.
Características definidoras:
- Agitação.
- Autocrítica muito rígida.
- Busca de aprovação.
- Contato físico diminuído.
150
- Críticas.
- Dificuldade com relacionamentos íntimos.
- Dificuldade para divertir-se.
- Dificuldade com as transições dos ciclos da vida.
- Distúrbio de concentração.
- Incapacidade de aceitar uma vasta gama de sentimentos.
- Incapacidade de suprir as necessidades espirituais de seus membros.
- A família não demonstra respeito pela autonomia de seus membros.
- A família não demonstra respeito pela individualidade de seus membros.
- Capacidade reduzida dos membros da família de se relacionarem entre si visando ao
crescimento e ao amadurecimento mútuos.
- Dinâmicas familiares perturbadas.
- Disfunção da intimidade.
- Falta de habilidades necessárias para relacionamento.
- Negação da família.
- Padrão de rejeição.
- Perturbação nos papéis familiares.
- Problemas familiares crônicos.
- Rituais familiares perturbados.
- Sistema de comunicação fechados.
- Amor e piedade confusos.
- Confusão, desesperança, desvalorização, frustração, incompreensão, insatisfação, medo,
perda, rejeição, sofrimento, solidão, tensão ou emoções reprimidas.
- Ressentimento que permanece.
Fatores relacionados:
- Habilidades de enfrentamentos inadequados.
151
51 Diagnóstico de enfermagem: Processos familiares interrompidos (00060) – p.236
Domínio 7: Papéis nos relacionamentos
Classe 2: Relações familiares
Definição: mudança nos relacionamentos e/ou no funcionamento da família.
Características definidoras:
- Mudanças em expressões de conflito na família.
- Mudanças em padrões.
- Mudanças em rituais.
- Mudanças na disponibilidade para apoio emocional.
- Mudanças na disponibilidade para resposta afetiva.
- Mudanças na intimidade.
- Mudanças na participação na resolução de problemas.
- Mudanças na satisfação com a família.
- Mudanças nas alianças de poder.
Fatores relacionados:
- Alteração do estado de saúde de um membro da família.
- Alteração do poder de membros da família.
- Troca de papéis na família.
- Crises situacionais.
- Modificação nas financias da família.
- Transição situacional.
52 Diagnóstico de enfermagem: Enfrentamento familiar comprometido (00074) – p.277
Domínio 9: Enfrentamento/tolerância ao estresse
Classe 2: Reações de enfrentamento
Definição: uma pessoa fundamental, usualmente apoiadora (membro da família ou amigo
íntimo), oferece apoio, conforto, assistência ou encorajamento insuficientes, ineficazes ou
comprometidos, que podem ser necessários ao cliente para administrar ou controlar as tarefas
adaptativas relacionadas ao seu desafio de saúde.
Características definidoras:
- Pessoa significativa demonstra comportamento protetor desproporcional à necessidade
de autonomia do cliente.
152
- Pessoa significativa entra em comunicação pessoal limitada com o cliente no momento
de necessidade.
- Pessoa significativa descreve preocupação com a reação pessoal (p. ex., medo, pesar,
culpa, ansiedade) à necessidade do cliente.
Fatores relacionados:
- Crise situacional que a pessoa significativa pode estar enfrentando.
- Desorganização familiar temporária.
- Doença prolongada que exaure a capacidade de apoio da pessoa significativa.
- Exaustão da capacidade de apoio de pessoas significativas.
- Mudança de papéis temporária na família.
- Situações coexistentes que afetam a pessoa significativa.
53 Diagnóstico de enfermagem: Enfrentamento familiar incapacitado (00073) – p.279
Domínio 9: Enfrentamento/tolerância ao estresse
Classe 2: Reações de enfrentamento
Definição: comportamento de pessoa significativa (membro da família ou outra pessoa
fundamental) que inabilita suas próprias capacidades e as capacidades do cliente para realizar
eficazmente tarefas essenciais para adaptação de qualquer uma dessas pessoas ao desafio da
doença.
Características definidoras:
- Assumir sinais da doença do cliente.
- Comportamentos familiares prejudiciais ao bem-estar.
- Desenvolvimento de dependência por parte do cliente.
- Hostilidade.
- Individualização prejudicada.
- Preocupação excessiva prolongada com o cliente.
- Reestruturação prejudicada de uma vida significativa para si mesmo.
- Relacionamentos negligentes com outros membros da família.
Fatores relacionados:
- Estilos de enfrentamento dissonantes entre as pessoas significativas.
- Relacionamentos familiares altamente ambivalentes.
153
54 Diagnóstico de enfermagem: Ansiedade relacionada à morte (00147) – p. 266
Domínio 9: Enfrentamento/tolerância ao estresse
Classe 2: Reações de enfrentamento
Definição: sensação desagradável e vaga de desconforto ou receio gerado por percepções de
uma ameaça real ou imaginária à própria existência.
Características definidoras:
- Relatos de medo da dor relacionada ao morrer.
- Relato de medo de um processo de morrer prolongado.
- Relatos de preocupações com sobrecarga de trabalho do cuidador.
- Relatos de sofrimento de impotência quanto ao processo de morrer.
Fatores relacionados:
- Discussões sobre o assunto “morte”.
- Experiência do processo de morrer.
- Percepção da proximidade da morte.
55 Diagnóstico de enfermagem: Pesar (00136) – p.288
Domínio 9: Enfrentamento/tolerância ao estresse
Classe 2: Reações de enfrentamento
Definição: um processo normal complexo que inclui respostas e comportamentos físicos,
espirituais, sociais e intelectuais, por meio dos quais os indivíduos, famílias e comunidades
incorporam uma perda real, antecipada ou percebida ás suas vidas diárias.
Características definidoras:
- Afastamento.
- Culpa.
- Alterações no nível de atividade.
- Sofrimento.
- Alterações nos padrões de sonho.
- Sofrimento psicológico.
- Alterações nos padrões de sono.
Fatores relacionados:
- Antecipação da perda de pessoa significativa.
154
56 Diagnóstico de enfermagem: Disposição para bem-estar espiritual aumentado (00068) –
p.312
Domínio 10: Princípios da vida
Classe 2: Crenças
Definição: capacidade de experienciar e integrar significado e objetivo à vida por meio de
uma conexão consigo mesmo, com outros, arte, música, literatura, natureza e/ou com o ser
maior que pode ser aumentada.
Características definidoras:
- Demonstra energia criativa.
- Desejo aumentar a alegria.
- Lê literatura espiritual.
- Desejo de aumentar o auto perdão.
- Ouve música.
- Desejo de aumentar o enfrentamento.
- Pede para integrar-se com
- Desejo de aumentar o significado da vida.
pessoas significativas.
- Desejo de aumentar uma filosofia de vida
- Presta serviços a outros.
satisfatória.
- Participa de atividades religiosas.
- Expressa falta de serenidade.
- Reza.
57 Diagnóstico de enfermagem: Risco de sofrimento espiritual (00067) – p.319
Domínio 10: Princípios da vida
Classe 3: Coerência entre valores/crenças/atos
Definição: risco de apresentar prejuízo em sua capacidade de experimentar e integrar
significado e objetivo á vida por meio de uma conexão consigo mesmo, com outros, arte,
música, literatura, natureza e/ou um ser maior.
Fatores de risco:
- Mudança na vida.
- Estresse.
- Doença crônica.
- Perda.
- Doença física.
- Relacionamentos não satisfatórios.
- Ansiedade.
- Separação dos sistemas de apoio.
- Baixa autoestima.
155
58 Diagnóstico de enfermagem: Disposição para religiosidade aumentada (00171) – p.324
Domínio 10: Princípios da vida
Classe 3: Coerência entre valores/crenças/atos
Definição: capacidade de aumentar a confiança em crenças religiosas e/ou participar de ritos
de uma fé religiosa em particular.
Características definidoras:
- Expressa desejo de reforçar costumes religiosos que proporcionaram conforto no
passado.
- Expressa desejo de reforçar costumes religiosos que proporcionaram religiosidade no passado.
- Expressa desejo de reforçar modelos de crença religiosas que proporcionaram
religiosidade no passado.
- Expressa desejo de reforçar modelos de crença religiosas que proporcionaram conforto
no passado.
- Solicita ajuda para aumentar a participação nas crenças religiosas por meio de
comportamentos religiosos privados/leitura de material religioso/mídia.
59 Diagnóstico de enfermagem: Risco de religiosidade prejudicada (00170) – p.326
Domínio 10: Princípios da vida
Classe 3: Coerência entre valores/crenças/atos
Definição: risco de ter uma capacidade prejudicada de confiar em crenças religiosas e/ou
participar de ritos de alguma fé religiosa.
Fatores de risco:
- Barreiras para praticar a religião.
- Transições da vida.
- Doença.
156
ANEXO A – Histórico de Enfermagem
I – IDENTIFICAÇÃO
Nome:___________________________________________ Registro: _____________
Endereço:______________________________________________________________
D. Nas.: ____/___/_____Idade:______Sexo:_____________Cor:__________________
Profissão/ Ocupação: _____________________________ Escolaridade: ____________
Naturalidade:______ Est. Civil: ______ Procedência:____________________________
Tipo de Residência (características, tipo, tempo de ocupação) _____________________
II- QUEIXA PRINCIPAL
Declaração do idoso sobre a razão que o levou a procurar assistência. Expressão utilizado pelo
idoso preferencialmente.
III- HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL
Descrição dos sintomas do cliente, incluindo o surgimento, a localização, a duração, a
quantidade, a intensidade, o agravamento, o alívio e fatores associados, curso da doença,
conhecimento da demência.
IV- HISTÓRICO DE SAÚDE (História pregressa)
Resumo da saúde pregressa do cliente, incluindo doenças principais e secundárias como
adulto, doenças comuns da infância, hospitalizações e cirurgias anteriores, ferimentos,
acidentes principais, alergia a remédios ou alimentos, reação usual a doenças.
V- HISTÓRICO FAMILIAR
Identificação dos membros da família e tendências de saúde, que inclui idade, sexo e estado
de saúde de membros vivos da família, história familiar de câncer, doenças cardíacas, renais,
hipertensão, diabetes, derrames, epilepsia, artrite, tuberculose, etc. Quais os fatores que
influenciam na longevidade da doença.
VI- HISTÓRICO DE MEDICAMENTOS
Relação de medicamentos, incluindo o nome, dosagem, freqüência de administração, duração
da terapêutica horário da última dose (deve haver inclusão de medicamentos não receitados,
tais como os sintomáticos e de uso contínuo, como aspirina, laxantes, anti-histamínicos, etc.).
Pode-se incluir o uso ou não de chás.
VII- HISTÓRICO DE ÁLCOOL, FUMO E DROGAS
Descrição dos padrões normais de uso, incluindo tipo de álcool, média de consumo, o tipo de
fumo, quantidade diária, idade de início, parada, tipo de droga, freqüência de uso.
VIII- HISTÓRICO SOCIAL
Resumo de empregos, ocupações, educação, hobbies, ambiente onde vive, lazer, religião,
benefícios, aposentadoria, outros.
IX- PADRÃO DE VIDA COTIDIANA (Hábitos de vida)
Identificação dos padrões normais do idoso, incluindo o sono/descanso, a higiene, a atividade
física, a eliminação, a dieta (nutrição), os líquidos, as práticas de saúde, etc.
157
X- DADOS LABORATORIAIS
Resultados mais recentes de exames de laboratório e específicos de interesse.
Opção: Outros Dados ou Dados clínicos acrescentar dados da prescrição /internação, outros
dados clínicos relevantes do prontuário ou de equipe multiprofissional.
XI- ORIENTAÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE
Identificação das orientações recebidas sobre a demência, local onde recebeu as orientações e
o grau de influência das orientações sobre o cuidado com o idoso.
EXAME FÍSICO
Inspeção (Visão)
– Dismorfias, distúrbios no desenvolvimento, lesões cutâneas.
– Presença de cateteres e tubos ou outros dispositivos.
Palpação
Identificação de modificações: textura, espessura, consistência, sensibilidade, volume,
frêmito, flutuação, elasticidade e edema.
Percussão
Vibrações possuem características próprias (Intensidade, Tonalidade, Timbre)
Impressões quanto à resistência que a região golpeada oferece.
Ausculta
Pulmonar (passagem do ar); Coração (Bulhas); Vasos sangüíneos (sopros); e Abdômen
(Ruídos hidroaéreos).
ASPECTO GERAL
Observações: Idade, raça, estado geral, estado nutricional, desenvolvimento.
Nível de consciência: consciente, orientado, confuso, agitado, torporoso, inconsciente,
sedado.
Cor: rosado, pálido, ictérico, descorado, cianótico, rubor, etc.
Pele: pigmentação, vascularização, temperatura, textura, turgor, lesões (tipo, cor, tamanho,
forma, distribuição), contusões, sangramento, cicatrizes, edemas.
SINAIS VITAIS
Temperatura, pulso (radial, pedioso, femural,...), freqüência respiratória e cardíaca, pressão
arterial (sentado, em pé, deitado).
OLHOS
Acuidade: perda visual, óculos, lentes de contato, prótese, diplopia, fotofobia, visão de cor,
dor, ardência.
Pálpebras: cor, ptose, edema, terçol, exoftalmia.
Movimentos extraoculares: posição e alinhamento dos olhos, estrabismo, nistagmo.
Conjuntiva: cor, supuração, mudanças vasculares.
Esclerótica: cor, vascularização, deformação.
Pupilas: tamanho, forma, uniformidade, reação luz (isocóricas, anisocóricas, fotorreagentes).
158
OUVIDOS
Acuidade: perda auditiva, aparelho, dor, zumbido, sensibilidade ao som, rolha ceruminosa.
NARIZ
Olfato, tamanho do nariz, simetria, alagamento das narinas, espirros, deformidades, secreções,
epistaxe.
Mucosas: cor, edema, exsudação, sangramento, furúnculos, dor, sensibilidade.
PESCOÇO
Simetria, movimento, amplitude de movimento, grânulos, manchas, dor, rigidez.
Traquéia: desvio, cicatrizes.
Tireóide: tamanho, forma, simetria, sensibilidade, aumento, nódulos, cicatrizes (pedi para
engolir e palpação por trás).
Vasos (carótida, jugular): qualidade, força e simetria das pulsações, distensão das veias.
Nódulos linfáticos: tamanho, forma, mobilidade, sensibilidade, aumento.
TÓRAX
Tamanho, forma, simetria, deformidades, dor, sensibilidade.
Pele: cor, exantemas, cicatrizes, distribuição de pelos, turgor, temperatura, edemas,
creptações, sons cardíacos e respiratórios.
Mamas: contorno, simetria, cor, tamanho, forma, inflamação, cicatriz, grânulos (localização,
tamanho, forma, mobilidade, sensibilidade), dor, depressão, intumescimento.
Mamilos: cor, supuração, ulceração, sangramento, inversão, dor.
Axilas: Nódulos, aumento, sensibilidade, exantema, inflamação.
ABDÔMEM
Tamanho, cor, contorno, simetria, adiposidade, tônus muscular, turgor, distribuição de pêlos,
cicatrizes, umbigo, estrias, feto, exantemas, distensão, pulsações anormais.
Sons: ausência, hipoativo, hiperativo ou ruídos hidroáreos (RHA) presentes.
Palpação: Borda do fígado, vesícula, esplênico, espasmos musculares, gânglios, rigidez,
proteção, sensibilidade, dor, distensão da bexiga.
RIM
Eliminação urinária (quantidade, cor, odor, resíduos), freqüência, urgência, hesitação,
ardência, dor, gotejamento, incontinência, hematúria, nictúria, oligúria, poliúria (quantidade),
polaciúria (frequência).
GENITÁLIAS
Feminina: grandes e pequenos lábios, orifício uretral e vaginal, corrimento, intumescimento,
ulceração, nódulos, grânulos, sensibilidade, dor.
Masculina: secreção, ulceração, dor, testículos (tamanho, forma, intumescimento,
sensibilidade, grânulos, ausência).
RETO
Pigmentação, hemorróidas, escoriação, exantemas, abscesso, cisto, grânulos, lesões,
sensibilidade, dor, prurido, ardência.
EXTREMIDADES
Simetria, tônus muscular, mobilidade e força, perfusão, pulsos (pedioso), trauma, lesões,
varizes, outros.
159
ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
O(a) Senhor(a) está sendo convidada a participar do projeto: Estudo de caso: fatores
que influenciam na longevidade de uma idosa portadora de demência em fase avançada. O
nosso objetivo geral é analisar os fatores que auxiliam no prolongamento da vida do idoso
com demência em fase avançada, e os objetivos específicos são: verificar as condições
propostas do cuidado para o idoso para a durabilidade de sobrevida desse idoso com
Demência; levantar diagnósticos de enfermagem para pacientes com Demência na fase
avançada; e elaborar uma proposta de plano de cuidados para idosos com Demência em fase
avançada.
O(a) senhor(a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da
pesquisa e lhe asseguramos que seu nome não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo
através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo(a).
A sua participação será feita através de uma entrevista durante a ida para a consulta
médica e de enfermagem e se necessário na sua própria residência com um tempo estimado
para seu preenchimento de: 30 minutos. Não existe obrigatoriamente, um tempo prédeterminado, para responder o questionário. Sendo respeitado o tempo de cada um para
respondê-lo. Informamos que a Senhor (a) pode se recusar a responder qualquer questão que
lhe traga constrangimento, podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento
sem nenhum prejuízo para a senhor(a) no seu entendimento.
Os resultados da pesquisa serão divulgados na Unidade Mista de Saúde de Taguatinga
Centro/DF podendo inclusive ser publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados
na pesquisa ficarão sobre a guarda do Programa de Atenção Integral Saúde do Idoso (PAISI).
Se o Senhor (a) tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor, telefone para:
Dr.(a) Neuza Moreira de Matos 3357-2921 ou 9933-5853, em qualquer horário. Ou para as
acadêmicas de enfermagem Jaqueline Soares de Brito 3036-8879 ou 8577-5102, em qualquer
horário e Marceane Lima Pereira de Medeiros 3356-5968 ou 9935-7718, em qualquer horário.
Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da SES/DF. Qualquer dúvida
com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da pesquisa podem ser obtidos
através do telefone: (61) 3325-4955.
Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador
responsável e a outra com o sujeito da pesquisa.
______________________________________________
Cuidador ou Responsável legal pelo idoso
Assinatura
____________________________________________
Pesquisador Responsável – Neuza Moreira de Matos
Nome e assinatura
____________________________________________
Marceane Lima Pereira de Medeiros e Jaqueline Soares de Brito
Nome e assinatura
Brasília, ___ de __________de _________
160
ANEXO C – Carta de aprovação do Comitê de Ética da Fundação de Ensino e Pesquisa
em Ciências da Saúde (FEPECS)
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