Nota Botulismo - Estado do Paraná

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BOTULISMO ALIMENTAR
REGIONAL DE UMUARAMA
CENTRO DE INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS E RESPOSTAS DE VIGILÂNCIA
EM SAÚDE – CIEVS
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA E CONTROLE DE AGRAVOS ESTRATÉGICOS
SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Botulismo - doença não contagiosa resultante da ação de poderosa
neurotoxina.
Tem alta letalidade
Três formas: o alimentar, o botulismo por ferimentos e o botulismo
intestinal.
Um único caso é considerado surto e emergência em saúde
pública
Pela gravidade da doença e a possibilidade de ocorrência de outros
casos resultantes da ingestão da mesma fonte de alimentos
contaminados.
Exige notificação e intervenção imediatas.
Pagina 102 Guia de bolso Doenças Infecciosas/Ms 2010
Botulismo - doença não contagiosa resultante da ação de poderosa
neurotoxina caracterizada por uma neuroparalisia progressiva aguda
descendente.
Tem alta letalidade
Três formas: o botulismo alimentar, o botulismo por ferimentos e o
botulismo intestinal.
Um único caso é considerado surto e emergência em saúde
pública
Pela gravidade da doença e a possibilidade de ocorrência de outros
casos resultantes da ingestão da mesma fonte de alimentos
contaminados.
Exige notificação e intervenção imediatas.
Página 102 Guia de bolso Doenças Infecciosas/Ministério da Saúde 2010
BOTULISMO ALIMENTAR
Doença grave se caracteriza por instalação súbita e progressiva.
Pode SER FATAL se o paciente não é imediatamente internado,
tratado em Unidade de terapia intensiva
e
receber o soro específico -antibotulinico
Os sinais e sintomas iniciais podem ser gastrointestinais e/ou
neurológicos.
Tem início súbito.
São pessoas saudáveis que adoecem rapidamente.
NÃO apresentam febre.
Caso suspeito de botulismo alimentar
Individuo que apresente paralisia flácida aguda, simétrica,
descendente, com preservação do nível de consciência,
caracterizado por um ou mais dos seguintes sinais e sintomas:
Visão turva, diplopia, ptose palpebral, boca seca, disartria, disfagia
ou dispnéia.
A exposição a alimentos potencialmente suspeitos para presença da
toxina botulínica, nos últimos dez dias reforça a suspeita.
Fonte: Pagina 47, Manual de Botulismo,Ministério da Saúde,2006
Critérios de encerramento
Os casos podem ser encerrados pelos seguintes critérios:
Critério clinico-epidemiológico
- Quando o caso não for encerrado pelo critério laboratorial e
quando houver presença de vínculo epidemiológico, com o caso
confirmado
e/ou história de consumo de alimento com risco para a presença
da toxina botulínica, dez dias antes dos sintomas
e/ou eletroneuromiografia compatível com botulismo
• Óbito: Individuo que foi a óbito com quadro clinico compatível com botulismo
com confirmação clinico-epidemiológica e/ou clinico - laboratorial.
Fonte:pagina 47 e 48, Manual de Botulismo/Ministério da Saúde,2006
CRONOLOGIA
30/01/2012 – REGIONAL recebe a solicitação a notificação de suspeita de botulismo e informa ao Cievs.
Cievs faz contato com regional e Hospital de Umuarama onde se encontra caso suspeito e
Cievs orienta a necessidade do soro
31/01/2012 – Cievs em contato commedico do Hospital recebe e recebe a informação de outro caso
suspeito que evoluiu a óbito em 25 de janeiro de 2012.
02 casos de Alto Piquiri ,sexo masculino
01/02/2012 – equipe do Cievs se desloca a regional de Umuarama para investigar os casos conjuntamente
com a equipe de Vigilância Epidemiológica do Estado.
Na avaliação clínica – casos com características clínicas de botulismo
VE Umuarama – informações levantadas – 02 casos de vínculos com estabelecimento de
Alto Piquiri – hipótese de alimentos envolvidos – carne de porco de lata e embutidos
(possíveis alimentos consumidos) – carne de lata 32 comensais
Equipe do Cievs e da VE e VS da Regional se deslocam a Alto Piquiri e por medida
cautelar
apreendem alimentos de risco para botulismo no Estabelecimento
( carne de porco na lata, salsichão piquiri, salame, mortadela,queijos, salsicha, enlatados e
outros).
-Equipe Cievs e VE da 12ªRS Divulgado alerta aos Serviços de Saúde para identificação
e identificação – reunião com profissionais de saúde dos serviços para
identificação de novos casos e orientação a conduta de óbitos)
- Equipe Cievs - Disponibilização na regional de maior quantitativo de Soro antibotulinico
para atender a possível demanda.
de novos casos
CRONOLOGIA
02 a 05/02/2012 – equipe Cievs, VE da 12ª RS e Município de Alto Piquiri - investigação de
campo,entrevistados familiares,amigos e proprietários dos locais frequentados pelos dois
botulismo. Alimento apontado como suspeito –salsichão alto Piquiri
Produzido pela Indústria e Comércio de Carnes e Frios Richter Ltda de Alto Piquiri .
casos de
06/02/2012 - técnico do Cievs e da VS da 12ª RS e do SIP - Visita ao Frigorífico com finalidade de investigação epidemiológica para
acompanhamento do processo de produção e verificação
de pontos críticos – identificados vários pontos críticos
apontando a possibilidade de
contaminação – homogeinização e manipulação no envase, falta de pontos fixos dos profissionais
das produção dentre outros (filmado com autorização da empresa e do SIP).
07/02/2012 - Emissão de Nota para Medida Cautelar visando interdição de lotes do Salsichão Piquiri de
Nylon
produzido pela Indústria e Comércio de Carnes e Frios Richter Ltda de Alto Piquiri
produzidos em 29/12/2011 e
13/01/2012 – divulgado às regionais
08 a 10/02/2012 – Equipe Cievs contata com demais regionais para alerta a novos caso onde o produto
suspeito é
distribuído.
Cievs e VE da 12ª RS –reunião em
Cianorte
11/02/2012- Equipe Cievs retorna
16/02/2012 – Novo caso de botulismo envolvendo o salsichão piquiri de Nylon produzido pela Indústria e
Comércio de Carnes e Frios Richter Ltda de Alto Piquiri .
CRONOLOGIA
07/02/2012 - Emissão de Nota para Medida Cautelar visando interdição de
lotes do Salsichão Piquiri de Nylon produzido pela Indústria e Comércio de
Carnes e Frios Richter Ltda de Alto Piquiri produzidos em 29/12/2011 e
13/01/2012
–
divulgado
às
regionais
08 a 10/02/2012 – Equipe Cievs contata com demais regionais para alerta a novos
caso onde o produto suspeito é distribuido.
Cievs e VE da 12ª RS – reunião em Cianorte
11/02/2012- Equipe Cievs retorna
16/02/2012 – Novo caso de botulismo envolvendo o salsichão Piquiri de Nylon
produzido pela Indústria e Comércio de Carnes e Frios Richter Ltda de Alto Piquiri .
VE da Regional Investiga o caso e coleta amostra de salsichão na
residência do 3º caso
CRONOLOGIA
17/02/2012 – Interdição cautelar do salsichão piquiri de Nylon produzido pela
Indústria e
Comércio de
Carnes e
Frios Richter Ltda de Alto
Piquiri .
Equipe Cievs se desloca a 12ªRS
18/02/2012 – Reunião com as Secretarias Municipais de Saude dos Municipios da
12ªRS.
Divulgação de Nota Técnica sobre Botulismo Alimentar a todos
Serviços de Saúde Investigação do 3º caso
Busca ativa no comércio e residências para recolhimento do
Salsichão – 934 kg recolhidos pela Regional de Saúde (de 18 a 24/02)
20/02/2012 – Óbito do 3º caso
21/02/2012 – 4º caso no Município de Iporã – internado e recebeu soro
consumo do salsichão Piquiri de Nylon produzido pela
Indústria
e Comércio de Carnes e Frios Richter Ltda de Alto
Piquiri
em 20/02/2012.
22/01/2012 – Ampla divulgação na mídia
* PROBLEMA REUMATICO,RENAL,ANEMIA
Quadro resumo dos casos de Botulismo,Regional de Umuarama,janeiro e
fevereiro de 2012
SEXO
IDADE
ATIVIDADES
LABORATIVA
MUNICIPIO RESIDENCIA
CONDIÇÃO DE
SAUDE PRÉVIA
DATA INGESTÃO
salsichão piquiri
DATA INICIO
SINTOMAS
DATA DE
INTERNAMENTO
MASCULINO
41
LANTERNEIRO
ALTO PIQUIRI/URBANA
HÍGIDO
?
14/01
20/01
MASCULINO
39
ALTO PIQUIRI/URBANA
HÍGIDO
23/01
25/01
27/01
MASCULINO
54
MOTORISTA/
ELETRICISTA
PINTOR
ALTO PIQUIRI/SALTINHO
09/02
12/02
15/02
MASCULINO
23
AGRICULTOR
IPORÃ
PATOLOGIAS
PREVIA*
HIGIDO
20/02
21/02
21/02
DATA SORO
EVOLUÇÃO CONFIRMAÇÃO
CASO NÃO
ÓBITO EM
Clinico
DIAGNOSTICAD
25/01
epidemiologico
O E NÃO
TRATADO
31/01
ALTA
Clinico
epidemiologico
16/02
OBITO
laboratorial
20/02
21/02
internado
laboratorial
JANEIRO DE 2012
9 10
INGESTÃO CASO 4
11 12 13 14 15 16 17 18 19
FEVEREIRO DE 2012
INICIO SINTOMAS CASO 4 SORO
6 7 8
OBITO CASO 3
5
SORO CASO 3
31 1 2 3 4
SINTOMAS CASO 3
26 27 28 29 30
INGESTÃO CASO 3
SORO CASO 2
23 24 25
SINTOMAS CASO 2
4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
OBITO CASO 1
INGESTÃO CASO 2
SINTOMAS CASO 1
EVIDÊNCIAS CLINICO-EPIDEMIOLÓGICAS PARA
O BOTULISMO DE TRANSMISSÃO ALIMENTAR/
UMURAMA - 2012
20
21 22 23 24
Figura1: Casos de botulismo na 12 R.S.
e suas conexões epidemiológicas
Caso 1
Alto Piquiri
Bar do Gaúcho
T
Alto Piquiri
alimento x ?
d.i.s. 14/01/12
zona urbana
Frigorífico Richter
alimento x
alimento x Salsichão Piquiri
Caso 2
Alto Piquiri
alimento x 23/01/12
d.i.s. 25/01/12
Perobal
Vizinhos do caso 3
Mercado
Umuarama
Alto Piquiri/Saltinho
zona urbana
alimento x
Caso 3
Alto Piquiri / Saltinho
zona rural
alimento x
alimento x 09/02/12
d.i.s. 12/02/12
Palotina
Mercado
zona rural
alimento x
Caso 4
Iporã
alimento x 20/02/12
d.i.s. 21//02/12
EVIDÊNCIAS CLINICO-EPIDEMIOLÓGICAS PARA
O BOTULISMO DE TRANSMISSÃO ALIMENTAR/
UMURAMA - 2012
1.
2.
3.
4.
5.
O quadro clinico de todos os pacientes é característico para o botulismo
transmitido por alimentos.
Considerando a baixa incidência da doença, os quatro casos até o momento
identificados, ocorridos em um período de 39 dias, caracterizam uma
frequência de casos compatível com surtos de botulismo por transmissão
alimentar. Outras modalidades de botulismo são ainda mais raras.
Não há evidencia clinico-epidemiológica para nenhum diagnóstico
diferencial descrito pela literatura entre os pacientes diagnosticados.
Prova terapêutica : todos os pacientes que fizeram soroterapia específica
tiveram sua evolução clinica estabilizada.
A evolução para o óbito no caso nº 1 se deveu ao não diagnóstico da doença
( o botulismo é uma doença rara) com a consequente impossibilidade de
tratamento específico oportuno(situação típica em surtos de botulismo) e o
manejo clinico adequado (entubação orotraqueal e manejo de UTI).
EVIDÊNCIAS CLINICO-EPIDEMIOLÓGICAS PARA
O BOTULISMO DE TRANSMISSÃO ALIMENTAR/
UMURAMA - 2012
6.
A evolução para o óbito no caso nº3 foi influenciada pela condição de saúde do
paciente, portador de doenças de base.
7.
Entre os três pacientes onde foi possível obter informações, não há outro vínculo
epidemiológico conhecido, exceto o alimento “Salsichão Piquiri de Nylon” do
frigorífico Richter.
8. Distribuição geográfica dos casos e do alimento suspeito é compatível com uma fonte
de infecção de ampla distribuição geográfica (Alto Piquiri, Palotina e Perobal).
Alimentos artesanais normalmente produzem conglomerados de casos limitados a
grupos familiares.
10. Experimento natural : Cão do caso n• 2 apresentou período de incubação e quadro
de doença ( dispnéia, disfonia e doença alto limitada) compatíveis com botulismo
em cães após consumir restos do alimento suspeito.
EVIDÊNCIAS CLINICO-EPIDEMIOLÓGICAS PARA
O BOTULISMO DE TRANSMISSÃO ALIMENTAR/
UMURAMA - 2012
10. Experimento natural : Casos só ocorreram após o consumo do alimento suspeito sem
tratamento térmico, situação compatível com a termolabilidade da toxina botulínica.
Pessoas do grupo familiar dos casos que consumiram o alimento suspeito após
tratamento térmico não adoeceram.
11. Nos três casos onde foi possível obter informação, o período de incubação após o
consumo do alimento suspeito foi típico para o botulismo por alimentos (entre 12 e
72h).
12. O resultado laboratorial negativo do paciente n• 2 pode se dever às limitações do
método laboratorial com reconhecida baixa sensibilidade e/ou ao fato de que a
amostra utilizada foi obtida após soroterapia, nesse caso e também ao fato do
paciente estar no sexto dia de evolução clinica período onde os níveis de toxina no
sangue habitualmente são mais dificilmente detectáveis.
14. O caso nº 4 foi positivo para toxina botulínica tipo A.
15. No alimento consumido pelo caso nº 3 foi detectada a presença da toxina botulínica
tipo A .
EVIDÊNCIAS CLINICO-EPIDEMIOLÓGICAS PARA
O BOTULISMO DE TRANSMISSÃO ALIMENTAR/
UMURAMA - 2012
JMJ.
EVIDÊNCIAS CLINICO-EPIDEMIOLÓGICAS PARA O BOTULISMO
DE TRANSMISSÃO ALIMENTAR/ UMURAMA - 2012
RECOMENDAÇÕES:CIEVS
a) Manter e aprimorar a vigilância epidemiológica do botulismo com busca ativa de casos e óbitos em
todo o Estado do Paraná.
b) Realizada a apreensão cautelar do produto Salsichão produzido pela empresa Frigorichter (documento
ANEXO).
c) Desencadear ação emergencial e abrangente em estabelecimentos de alimentos visando a correta
estocagem e manipulação de produtos de origem animal, por meio de grupo técnico
interinstitucional,com proposta de capacitar produtores,estabelecimentos de venda e consumidores.
d) Solicitar ao Ministério da Saúde o incremento do estoque estratégico de soro antibotulínico.
e) Fortalecer as ações de vigilância epidemiológica e sanitária das doenças veiculadas por alimentos
mediante capacitações e atualizações cientificas permanente.
f) Produção de material educativo para a população,profissioanis de saude, produtores,estabelecimentos
de venda e consumidores.
Participaram da Investigação: Equipe Cievs: Angela Maron de Mello,
Lineu Roberto da Silva
Ricardo Matsuo
Regional de Umuarama: Alethéia Patricia Busch
LOCAIS DE OCORRENCIA DE CASOS DE BOTULISMO
CASO 3
CASO 2
CASO 1
CASO 4
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