O Darwinismo Social

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O século XIX foi marcado pelo desenvolvimento do conhecimento científico.
A busca por novas tecnologias, alavancada pela Revolução Industrial, fez com
que os estudiosos se multiplicassem nas mais variadas áreas do
conhecimento. Nessa época, várias academias e associações voltadas para o
“progresso da ciência” reconheciam a figura dos cientistas e colocavam os
mesmos como importantes agentes de transformação social.
No ano de 1859, um estudioso chamado Charles Darwin transformou uma
longa caminhada de viagens, anotações e análises no livro “A origem das
espécies”. Nas páginas daquela obra revolucionária nascia a teoria evolutiva, o
mais novo progresso galgado pela ciência da época. Negando as justificativas
religiosas vigentes, Darwin apontou que a constituição dos seres vivos é fruto
de um longo e ininterrupto processo de transformação e adaptação ao
ambiente.
O darwinismo social tem origem na teoria da seleção natural de Charles
Darwin, que explica a diversidade de espécies de seres vivos através do
processo evolução. O sucesso da teoria da evolução motivou o surgimento de
correntes nas ciências sociais baseadas na tese da sobrevivência do mais
adaptado, da importância de um controle sobre a demografia humana.
De acordo com esse pensamento existiriam características biológicas e sociais
que determinariam que uma pessoa é superior à outra e que as pessoas que
se enquadrassem nesses critérios seriam as mais aptas. Geralmente, alguns
padrões determinados como indícios de superioridade em um ser humano
seriam o maior poder aquisitivo e a habilidade nas ciências
humanas e exatas em detrimento das outras ciências, como a arte, por
exemplo, e a raça da qual ela faz parte.
Um conjunto de pensadores atribui a fonte do darwinismo social ao próprio
Darwin, que na sua obra A Origem do Homem havia aplicado a sua teoria ao
mundo social. Nesta obra, Darwin ocupa-se da evolução humana e, ao fazê-lo,
aplica os mesmos critérios que utiliza em A Origem das Espécies. Entretanto,
foi Herbert Spencer o autor que popularizou a idéia de que grupos
e sociedades evoluem através do conflito e da competição. A teoria de Darwin
diz também que no mundo sobrevive o mais adaptado, por isso há a evolução;
que os seres vivos evoluem para continuarem vivos, e exemplo disso seria
o homem.
Polêmicas à parte, Darwin expôs que as espécies se transformavam a partir de
uma seleção em que características mais adaptadas a um ambiente se
tornavam predominantes. Com isso, os organismos que melhor se adaptavam
a um meio poderiam sobreviver através do repasse de tais mudanças aos seus
descendentes. Em contrapartida, os seres vivos que não apresentavam as
mesmas capacidades acabavam fadados à extinção.
O Darwinismo Social foi empregado para tentar explicar a pobreza pósrevolução industrial, sugerindo que os que estavam pobres eram os menos
aptos (segundo interpretação da época da teoria de Darwin) e os mais ricos
que evoluíram economicamente seriam os mais aptos a sobreviver por isso os
mais evoluídos. Durante o século XIX as potências europeias também usaram
o Darwinismo Social como justificativa para o Imperialismo capitalista.
Com o passar do tempo, observamos que as noções trabalhadas por Darwin
acabaram não se restringindo ao campo das ciências biológicas. Pensadores
sociais começaram a transferir os conceitos de evolução e adaptação para a
compreensão das civilizações e demais práticas sociais. A partir de então o
chamado “darwinismo social” nasceu desenvolvendo a ideia de que algumas
sociedades e civilizações eram dotadas de valores que as colocavam em
condição superior às demais.
Evolucionismo social - refere-se às teorias antropológicas de
desenvolvimento social segundo as quais se acredita que as sociedades têm
início num estado primitivo e gradualmente tornam-se mais civilizadas com o
passar do tempo. Nesse contexto, o primitivo é associado
com comportamento animalístico; enquanto civilização é associada com
acultura europeia do século XIX. O Evolucionismo Social tem relação com
o darwinismo social e representa a primeira teoria de evolução cultural.
Na prática, essa afirmativa acaba sugerindo que a cultura e a tecnologia dos
europeus eram provas vivas de que seus integrantes ocupavam o topo da
civilização e da evolução humana. Em contrapartida, povos de outras regiões
(como África e Ásia) não compartilhavam das mesmas capacidades e, por tal
razão, estariam em uma situação inferior ou mais próxima das sociedades
primitivas.
A divulgação dessas teorias serviu como base de sustentação para que as
grandes potências capitalistas promovessem o neocolonialismo no espaço
afro-asiático. Em suma, a ocupação desses lugares era colocada como uma
benfeitoria, uma oportunidade de tirar aquelas sociedades de seu estado
“primitivo”. Por outro, observamos que o darwinismo social acabou inspirando
os movimentos nacionalistas, que elaboravam toda uma justificativa capaz de
conferir a superioridade de um povo ou nação.
De fato, o darwinismo social criou métodos de compreensão da cultura
impregnados de equívocos e preconceitos. Na verdade, ao falar de evolução,
Darwin não trabalhava com uma teoria vinculada ao choque binário entre
superioridade e inferioridade. Sendo uma experiência dinâmica, a evolução
darwiniana acreditava que as características que determinavam a
“superioridade” de uma espécie poderiam não ter serventia alguma em outros
ambientes prováveis.
Com isso, podemos concluir que as sociedades africanas e asiáticas nunca
precisaram necessariamente dos valores e invenções oferecidas pelo mundo
ocidental. Isso, claro, não significa dizer que o contato entre essas culturas fora
desastroso ou marcado apenas por desdobramentos negativos. Entretanto, as
imposições da Europa “superior” a esses povos “inferiores” acabaram trilhando
uma série de graves problemas de ordem, política, social e econômica.
Evolucionismo social, resultante de uma aplicação do evolucionismo
biológico ao nível de estruturação das sociedades humanas, é uma teoria onde
as sociedades são julgadas pelo seu nível de progresso, de desenvolvimento.
Fazendo assim com que a sociedade mais “evoluída” se torne a sociedade do
“eu” e a outra, exatamente como eu estou dizendo, a do “outro”. E, portanto, a
mais importante, a de mais valor para ser estudada é a mais avançada.
O problema é: quais fatores são avaliados para que vejamos quais das
sociedades é mais evoluída? Foi citado no livro, inclusive, que: se o mediador
fosse o futebol, por exemplo, os brasileiros seriam a sociedade do “eu”. E, ao
analisarmos os fatores que “definiam a cultura” como mediadora, vemos que
teríamos que levarmos em consideração coisas como a arte, as leis e a moral.
A dificuldade nisso é que nem todas as culturas precisam ter uma lei definida,
uma arte definida ou ainda uma moral para que existam. Esses conceitos são
muito relativos. Ou seja, só em partir desse ponto para a análise comparativa
das sociedades, já é visível o etnocentrismo. A tomada dos nossos valores
culturais como os melhores. E, segundo o evolucionismo, todas as culturas dos
“outros” necessitavam nada mais do que aquilo que era importante para a
sociedade do “eu” e por isso a investigação ou conhecimento maior dessas
outras culturas não levava a nada, tal que elas que deveriam se encaixar ao
modo em que as coisas eram na sociedade do “eu”.
Vai muito além, quando acreditamos em evolucionismo, formamos ai uma visão
etnocêntrica, o etnocentrismo está diretamente associado ao evolucionismo
principalmente por não acreditar que o "outro" pode ser importante também. Há
outros valores embutidos neste contexto como a xenofobia, por exemplo. A
partir do momento que eu não aceito a cultura do "outro" eu passo a discriminalo, despreza-lo e menosprezá-lo.(Baseado no livro "O que é o etnocentrismo?"
de Everardo Rocha)
O Evolucionismo oficial, e é associada a acadêmicos como Edward Burnett
Tylor, Lewis Henry Morgan e Herbert Spencer. O evolucionismo social
representou uma tentativa de formalizar o pensamento social com linhas
científicas modeladas conforme a teoria biológica da evolução. Se organismos
podem se desenvolver com o passar do tempo de acordo com leis
compreensíveis e deterministas, parece então razoável que sociedades
também o podem. Isso marca o início da antropologia como disciplina científica
e uma despedida das tradicionais visões religiosas de culturas "primitivas".
Além de influenciado pela biologia, o evolucionismo social tinha raízes
na filosofia iluminista e pós-iluminista. Hegel, por exemplo, argumentou que o
desenvolvimento social era um processo inevitável e determinado, similar a
uma bolota que não tem escolha a não ser tornar-se um carvalho. Da mesma
forma, assumia-se que as sociedades começavam primitivas, talvez num
estado Hobbesiano de natureza, e naturalmente progredindo a algo parecido
com a Europa industrial.
Embora a idéia de que as sociedades desenvolvem-se com o passar do tempo
não tenha desaparecido, outras teorias modernas são muito mais sensíveis
culturalmente, e geralmente incorporadas a entendimentos mais progressivos
de teoria evolucionária.
A teoria evolucionista é fruto de um conjunto de pesquisas, ainda em
desenvolvimento, iniciadas pelo legado deixado pelo cientista inglês Charles
Darwin. Em suas pesquisas, ocorridas no século XIX, Darwin procurou
estabelecer um estudo comparativo entre espécies aparentadas que viviam em
diferentes regiões. Além disso, ele percebeu a existência de semelhanças entre
os animais vivos e em extinção.
A partir daí ele concluiu que as características biológicas dos seres vivos
passam por um processo dinâmico onde fatores de ordem natural seriam
responsáveis por modificar os organismos vivos. Ao mesmo tempo, ele
levantou a idéia de que os organismos vivos estão em constante concorrência
e, a partir dela, somente os seres melhores preparados às condições
ambientais impostas poderiam sobreviver.
Contando com tais premissas, ele afirmou que o homem e o macaco teriam
uma mesma ascendência a partir da qual as duas espécies se desenvolveram.
Contudo, isso não quer dizer, conforme muitos afirmam que Darwin supôs que
o homem é um descendente do macaco. Em sua obra, A Origem das Espécies,
ele sugere que o homem e o macaco, devido suas semelhanças biológicas,
teriam um mesmo ascendente em comum.
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