Modelos de teias tróficas e seleção de modelos Mathias M. Pires • Objetivos: 1. Familiarizem-se com os modelos e seus usos potenciais 2. Percebam o potencial de métodos de seleção de modelos no contexto do estudo de redes ecológicas • Modelos de teias alimentares • Testando o desempenho • Usos e perspectivas • Modelos de teias alimentares • Testando o desempenho • Usos e perspectivas • Grande desafio em ecologia - Entender os mecanismos responsáveis pela organização de comunidades Mathias M. Pires Modelos Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 • Modelos de teias tróficas surgiram como uma ferramenta útil para entender os mecanismos básicos de organização Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 • Modelos de teias tróficas surgiram como uma ferramenta útil para entender os mecanismos básicos de organização Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 • Baseados nos modelos de grafos aleatórios p p Mathias M. Pires p p p p Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 • Baseados nos modelos de grafos aleatórios p p • p p p p Simples conjuntos de regras de montagem Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 • Um modelo capaz de reproduzir a topologia real deve incorporar mecanismos básicos de organização • Um modelo totalmente aleatório tem um desempenho ruim em reproduzir padrões reais Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 • Série de modelos propostos na década de 90 • Destaque para o modelo de cascata capaz de reproduzir vários aspectos da topologia de redes reais Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de cascata (“Cascade model”) Hierarquia trófica Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de cascata (“Cascade model”) i = 2º na hierarquia i ni n - distribuição uniforme Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de cascata (“Cascade model”) p i ni Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de cascata (“Cascade model”) p i ni n Interações impossíveis Interações possíveis espécies nas linhas consomem espécies nas colunas Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de cascata (“Cascade model”) p i ni n espécies nas linhas consomem espécies nas colunas Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de cascata (“Cascade model”) • Hierarquia alimentar Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de cascata (“Cascade model”) • Hierarquia alimentar Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 • Prós: Simples conjunto de regras capaz de reproduzir diversos padrões • Limitações: Não permite reproduzir certos padrões: C A B Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Motivação para o desenvolvimento de outros modelos Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de nicho (“Niche Model”) • Um grande atrativo do modelo de nicho é integrar teoria de nicho com teoria de teias alimentares Williams & Martinez 2000 - Nature Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de nicho (“Niche Model”) • Eixo representando dimensão do nicho i ni n - distribuição uniforme Williams & Martinez 2000 - Nature Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de nicho (“Niche Model”) ri i ci ni n - distribuição uniforme c - distribuição uniforme r - f(n) Williams & Martinez 2000 - Nature Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de nicho (“Niche Model”) ri i ci ni i consome todas as spp. contidas no intervalo [ci - ri/2, ci + ri/2] Williams & Martinez 2000 - Nature Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de nicho (“Niche Model”) i ci n p espécies nas linhas consomem espécies nas colunas Mathias M. Pires ni Williams & Martinez 2000 - Nature Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de nicho (“Niche Model”) i ci n p espécies nas linhas consomem espécies nas colunas Mathias M. Pires ni Williams & Martinez 2000 - Nature Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de nicho (“Niche Model”) • Redes geradas bastante similares as redes reais • Capaz de reproduzir diversos aspectos de redes reais Estrutura de níveis tróficos variância no nº de predadores variância no nº de presas Williams & Martinez 2000 - Nature Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de nicho (“Niche Model”) • O bom desempenho do modelo de nicho deu força a uma idéia não tão recente • Poucas dimensões são realmente importantes para determinar padrões de interação Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de nicho (“Niche Model”) • Limitações: Redes intervalares - Uma espécie i consome todas as espécies contidas no intervalo definido por r • Para a grande maioria das teias tróficas isso não ocorre, há interações “proibidas”. n espécies nas linhas consomem espécies nas colunas Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 O modelo de nicho (“Niche Model”) • Limitações: Redes intervalares - Uma espécie i consome todas as espécies contidas no intervalo definido por r • Quando olhamos redes reais isso raramente ocorre - há interações “proibidas”. n n espécies nas linhas consomem espécies nas colunas Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Modelos derivados • Limitação abriu espaço para outros tipos de modelos Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Modelos derivados • Modelo bi-dimensional Allesina et al. 2008 - Science Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Modelos derivados • Modelo bi-dimensional Allesina et al. 2008 - Science Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Modelos derivados Modelo bi-dimensional intervalo no eixo 2 • intervalo no eixo 1 Allesina et al. 2008 - Science Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Modelos derivados • Modelo de nicho probabilístico ,. % n $ c (+ 0. d, j d ,i P(i, j | " ) = # 3 exp $' * 1! ./ & rd ,i /2 ) .2 d =1 D ! Williams et al. 2010 - PLoS ONE Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Como determinar o desempenho do modelo? Nenhuma???? • Modelos de teias alimentares • Testando o desempenho • Usos e perspectivas Quantificando o desempenho dos modelos • Teste mais simples para avaliar desempenho é comparar a estrutura das redes geradas e redes reais • Um problema não trivial - Não há uma medida geral de estrutura Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Quantificando o desempenho dos modelos • Foco em descritores estruturais: 1.Variância no número de presas e predadores 2. número de interações canibalísticas 3. Proporção de onívoros Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Quantificando o desempenho dos modelos • Medidas de distância ou erro Tendencia central 10 0 5 Frequencia 15 Valor real −1 0 1 2 3 4 Métrica Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Quantificando o desempenho dos modelos 15 • Medidas de distância ou erro 10 0 Se Erro é grande modelo falha em reproduzir padrão Erro 5 Frequencia Erro = (real-central)/ dispersão −1 0 1 2 3 4 Métrica Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 0 10 5 15 10 20 15 E1 −1 0 −1 0 −1 0 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 2 3 4 0 5 Frequencia Frequencia • Comparando modelos 20 Quantificando o desempenho dos modelos E2 5 15 10 20 15 0 10 Métrica 0 5 Frequencia Frequencia 20 Comparação direta entre valores de erro −1 Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares 0 1 Métrica Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Quantificando o desempenho dos modelos • Comparando modelos Abordagem da verossimilhança - Comparação entre modelos Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Quantificando o desempenho dos modelos • Comparando modelos Abordagem da verossimilhança - Comparação entre modelos Suponha que há dois modelos concorrentes (M1 e M2) para explicar um evento y Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Quantificando o desempenho dos modelos • Comparando modelos Abordagem da verossimilhança - Comparação entre modelos Suponha que há dois modelos concorrentes (M1 e M2) para explicar um evento y M1 atribui probabilidade p1 de obter y M2 atribui probabilidade p2 de obter y se p1 > p2, M1 é o modelo mais plausível Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Quantificando o desempenho dos modelos • Modelos probabilísticos - verossimilhança do modelo - Qual a probabilidade que o modelo atribui a cada interação real? - Verossimilhança = produto das probabilidades ,. % n $ c (+ 0. d, j d ,i P(i, j | " ) = # 3 exp- $' * 1! ./ & rd ,i /2 ) .2 d =1 D ! Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Quantificando o desempenho dos modelos • Modelos probabilísticos - verossimilhança do modelo Vantagem - cada interação é levada em conta Desvantagem - somente para modelos com função explícita ,. % n $ c (+ 0. d, j d ,i P(i, j | " ) = # 3 exp- $' * 1! ./ & rd ,i /2 ) .2 d =1 D Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Quantificando o desempenho dos modelos • Modelos sem função explícita - verossimilhança para 0.4 0.1 0.0 0 −2 −1 0 1 2 3 Métrica Mathias M. Pires 0.2 Densidade 0.3 30 20 10 Frequencia Passos: 1. Gerar uma distribuição da métrica 2. Estimar a probabilidade de obter valor real 40 cada métrica Modelos de teias alimentares 4 −2 0 2 4 Métrica Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Quantificando o desempenho dos modelos • Modelos sem função explícita - verossimilhança para cada métrica 0.3 0.1 0.0 −2 0 2 4 Métrica Mathias M. Pires 0.2 Densidade 0.2 0.0 0.1 Densidade 0.3 0.4 M1 - maior probabilidade de obter valor real M2 0.4 M1 Modelos de teias alimentares 6 −2 0 2 4 6 Métrica Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Quantificando o desempenho dos modelos • Modelos sem função explícita - verossimilhança para cada métrica 0.4 M2 0.4 M1 0.3 0.1 0.0 −2 0 2 4 Métrica Mathias M. Pires 0.2 Densidade 0.2 0.0 0.1 Densidade 0.3 Vantagem - Comparar modelos quanto a capacidade de reproduzir aspectos específicos das redes Modelos de teias alimentares 6 −2 0 2 4 6 Métrica Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Miúdo Mas afinal qual a utilidade desses modelos? Nenhuma???? • Modelos de teias alimentares • Testando o desempenho • Usos e perspectivas Uso dos modelos 1. Inferências sobre os mecanismos - Um bom ajuste significa que o modelo captura algum processo fundamental - Testes outros tipos de redes Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Uso dos modelos 1. Inferências sobre os mecanismos - Um bom ajuste significa que o modelo captura algum processo fundamental - Testes outros tipos de redes Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Uso dos modelos 1. Inferências sobre os mecanismos - Correlatos biológicos dos parâmetros Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Uso dos modelos 2. Ferramenta para gerar redes realistas - Réplicas são um grande problema para o estudo de propriedades das comunidades - Gerar conjuntos de redes similares com estruturas realistas - investigar questões sobre funcionamento de comunidades Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Uso dos modelos - Objetivo: Investigar o papel de características das comunidades na persistência de espécies 1.Geram redes com modelo de nicho 2. Simulam a dinâmica com modelos 3. Registram a frequencia de extinções - Relações de tamanho corpóreo = principal determinante de robustez Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Uso dos modelos - Objetivo: Definir critérios de estabilidade em ecossistemas 1.Geram redes com diferentes modelos 2. Demonstram analiticamente as condições para estabilidade em ecosistemas com diferentes características Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Perspectivas 1. Quais as interações que os modelos em geral falham em prever? Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Perspectivas 1. Quais as interações que os modelos em geral falham em prever? 2. Diferentes redes precisam de modelos com diferentes características? Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Perspectivas 1. Quais as interações que os modelos em geral falham em prever? 2. Diferentes redes precisam de modelos com diferentes características? 3. Desenvolvimento de modelos similares para redes de outras áreas. Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Sumário 1. Diversos modelos foram desenvolvidos para reproduzir estrutura de redes Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Sumário 1. Diversos modelos foram desenvolvidos para reproduzir estrutura de redes 0.4 0.3 −2 0 2 Métrica Mathias M. Pires 0.2 Densidade 0.0 0.1 0.2 0.0 0.1 Densidade 0.3 0.4 2. Há diferentes métodos para testar o desempenho dos modelos cada um com suas vantagens e desvantagens 4 6 −2 0 2 4 6 Métrica Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012 Sumário 1. Diversos modelos foram desenvolvidos para reproduzir estrutura de redes 2. Há diferentes métodos para testar o desempenho dos modelos cada um com suas vantagens e desvantagens 3. Modelos podem ajudar-nos a entender melhor os mecanismos responsáveis pela estrutura e as consequencias da estrutura para a dinâmica de redes. Mathias M. Pires Modelos de teias alimentares Estrutura e dinâmica de redes ecológicas - USP - 2012