VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG AVALIAÇÃO DOS VALORES DE TEMPERATURA E UMIDADE POR MEIO DE TRANSECTO FIXO RURAL/URBANO/RURAL NO MUNICÍPIO DE IPORÁ /GOIÁS THIAGO ROCHA1 VALDIR SPECIAN2 RESUMO: A presente pesquisa teve como objetivo caracterizar os valores de temperatura e umidade relativa do ar por meio de transecto fixo (rural/urbano/rural) no município de Iporá – GO. A metodologia utilizada neste trabalho foi de estabelecer um transecto fixo com seis pontos de medição. Os aparelhos utilizados para a coleta dos dados foram termohigrômetros KlimalogPro. Na escolha dos pontos buscou-se contemplar diferentes características geográficas da área de estudo. As coletas foram realizadas no mês maio de 2015 (período seco e frio), em três horários: 7h, 15h e 21h. Durante o episódio escolhido para o estudo atuaram duas Zonas de Convergência de Umidade associadas a frente fria que provocaram mudanças na dinâmica do tempo/clima de Iporá. Às 7h na área urbana P1(17,3°C), umidade de (87%), nas áreas rurais a temperatura chegou aos (17°C), umidade (89%). Palavras-chave: Clima Urbano. Transecto Fixo. Temperatura. Umidade. Iporá ABSTRACT: This research had as objective to characterize air temperature and relative humidity through fixed transects (rural/urban/rural) in the municipality of Iporá- GO. We established a fixed transect with six measuring points. Data sampling was conducted using thermohygrometers (Klimalog Pro). Point locations were selected in order to sample distinct geographical characteristics in the study area. Sampling was conducted through May 2015 (dry and cold period) in three times: 7h, 15h and 21h. During the sampling period, two Humidity Convergence Zones associated with a cold front caused changes in the weather/climate dynamics in Iporá. At 7h in the urban area the temperature reached 17,3 °C and 87% humidity at P1, and in the rural areas temperature reached 17°C and 89% humidity. Key words: Climate Urban. Fixed Transects. Temperature. Humidity. Iporá. Graduado e Mestrando em Geografia – Universidade Federal de Goiás – Regional de Jataí - GO – [email protected] 2 Professor Orientador – Curso de Geografia – UEG/Câmpus de Iporá – [email protected] 1 2201 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG 1 – Introdução A atmosfera e os climas terrestres são resultados de forças que agem no globo, principalmente sob a influência da radiação solar. Apesar do clima ser regido pela ação da radiação solar e os fatores naturais de superfície, a ação do homem, através das formas de uso e ocupação do espaço vem provocando alterações no clima, sobretudo em escalas locais. O clima apresenta um caráter dinâmico, envolvendo uma série de elementos, como temperatura, umidade e pluviosidade. Os fatores espaço e tempo (cronológico) são fundamentais na definição dos climas. Para Sant’Anna Neto e Zavattini (2000) é necessário avaliar se as variações do clima são condicionadas por fatores de mudança climática ou se são ciclos periódicos que tendem a se repetir de tempos em tempos, tratando-se apenas de variabilidade do clima. Com base na gênese e na dinâmica, podem ser desvendadas diversas relações de causa e efeito no conjunto formado pela atmosfera e a superfície. Esse entendimento e fundamental para a compreensão da dinâmica espaço-temporal dos elementos climáticos, principalmente da temperatura e umidade relativa do ar. De acordo com Lima e Amorin (2011), permite-se concluir que há uma relação da variação climática com a presença de cobertura vegetal que contribui de forma significativa ao estabelecimento do microclimas. O próprio processo de fotossíntese auxilia na umidificação do ar através do vapor d’água que libera, em geral, a vegetação tende a estabilizar os efeitos do clima sobre seus arredores imediatos, reduzindo os extremos ambientais. A dinâmica atmosférica e fundamental para a definição do estado do tempo sobre um dado lugar, assim como os fatores climáticos locais, que são, aqueles que condicionam, determinam e dão origem ao microclima, ou ao clima que se verifica num ponto restrito (rural/cidade/rural), como a altitude, a cobertura vegetal e a superfície do solo natural ou construído passam a serem instrumentos fundamentais nos estudos do clima em escala local ou mesoclimática. Da análise do aspecto do solo construído ou modificado por ação do homem destaca-se o processo de urbanização que ao substituir por construções e ruas pavimentadas a cobertura vegetal natural, altera o equilíbrio do microambiente. Isto produz distúrbios no ciclo térmico diário, devido às diferenças existentes entre a radiação solar recebida pelas superfícies construídas e a capacidade de armazenar calor da matéria de 2202 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG construção. O tecido urbano absorve calor durante o dia e libera para atmosfera durante a noite. Amorim (2010) declarou que além das diferenças de temperatura e umidade existentes entre a cidade e o campo é de fundamental importância para compreender os mecanismos que promovem as diferenças existentes no interior das áreas rural/urbano/rural, que interferem negativamente na qualidade de vida das pessoas. Este estudo foi realizado no município de Iporá/GO, que se localiza na região de planejamento do Oeste Goiano e microrregião de Iporá/GO, nesse sentido, o objetivo geral desse trabalho foi caracterizar os valores de temperatura e a umidade relativa do ar por meio de transcecto fixo (rural/urbano/rural) em Iporá-GO. Esta pesquisa foi baseada em alguns autores como Alves e Specian (2009), que trabalhou possíveis formações de ilhas de calor na malha urbana de Iporá, e Alves (2014) observou-se que a variação da temperatura e da umidade relativa do ar máxima e mínima absoluta na cidade de Iporá foi influenciada pelas características físicas do ambiente por meio da hipsometria, exposição de vertentes, vegetação, densidade de construção e uso e ocupação do solo do sítio urbano e da área rural. 1.2 Caracterização climática de Goiás Conforme Nimer (1989, p. 394), o clima da região Centro-Oeste brasileira é influenciado pelos fatores físico-geográficos (posicionamento continental, extensão latitudinal e relevo) e dinâmicos (circulação atmosférica). Segundo Mariano (2005), baseado em Nimer (1989, p. 394), a região do Estado de Goiás está sujeita a dois sistemas de circulação atmosférica: “Sistema de Correntes perturbadas de Oeste: entre o final da Primavera e o início do Outono. Esta região é constantemente invadida por ventos de W e NW trazidos pelas linhas de instabilidade tropicais (IT), acarretando chuvas e trovoadas. Sistema de Correntes perturbadas do Sul: é representada pela invasão do anticiclone polar. Durante o Verão provoca chuvas frontais e pré-frontais. No Inverno, o anticiclone polar invade com mais força e frequência esta região, deixando o céu limpo, e a atmosfera mais seca, com declínio da temperatura (Nimer,1989, p. 394)”. O posicionamento geográfico da região determina o clima tropical, com pequenas invasões de ar frio de origem polar, durante a primavera-verão, acarretando temperaturas elevadas, sobretudo na primavera, ocasião em que o Sol passa pelos paralelos da região, dirigindo-se para o Sul, época em que a estação chuvosa ainda não se iniciou. Portanto, na 2203 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG primavera-verão é muito frequente a temperatura máxima diária acima de 30,0ºC (NIMER, 1989). Nascimento (2011) ressalta que a região Centro-Oeste sofre influência do sistema atmosférico da zona de convergência do atlântico sul (ZCAS) baseado em Nimer (1989) que considera como sendo as linhas de instabilidades tropicais (IT’s). Esse sistema atmosférico resulta da intensificação do calor e da umidade provenientes do encontro das massas de ar quente e úmida da Amazônia e do Atlântico Sul. De acordo com Scopel e Mariano (2002), a região apresenta um clima tropical, mesotérmico e térmico com estações definidas pelo regime sazonal de chuvas. Climaticamente caracteriza-se por apresentar uma estação chuvosa de outubro a abril e maio, com cerca de 1650 mm de precipitação e outra estação seca nos restantes dos meses, a temperatura na maioria dos meses varia entre 20 e 30ºC. De acordo com Mariano (2005), baseado em Lobato (2002), o Estado de Goiás apresenta temperatura média anual de 20,0 a 21,0ºC na parte Sul, de 21 a 22ºC na parte central e, no Norte, de 22,0 a 23,0ºC. Na maior parte da região, a precipitação pluviométrica anual oscila entre 1400 e 1600 mm. Para Alves e Specian (2009), as temperaturas mais elevadas em Iporá/GO ocorrem durante a primavera e o verão, com médias de temperatura máxima acima de 33°C ao norte e a 26°C ao sul; no entanto, no inverno são registrados os menores índices de temperatura, que variam em média entre 20°C e 25°C. E precipitação média para Iporá/GO e de 1628 mm/ano, de acordo com os dados de precipitação fornecidos pela Agência Nacional de Águas (ANA) e de temperatura fornecidos pela Estação Climatológica da UEG-Campus Iporá/GO (Figura 01). Figura 01- Gráfico de Iporá/GO (chuvas 1974/2014) (temp. 2013/2015). Fonte: Estação Climatológica da UEG-Campus Iporá/GO e pela Agência Nacional de Águas (ANA). Elaboração: Rocha (2016). 2204 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG Alves (2014) que analisou a variação dos valores máximos e mínimos absolutos de temperatura e da umidade relativa do ar, que foram influenciados pelos fatores exposição de vertente, vegetação, densidade de construção e uso e ocupação do solo da área urbana e rural próxima. 2. Materiais e Métodos 2.1 Caracterização da área de estudo O estudo foi realizado no município de Iporá/GO, que se localiza na região de planejamneto do Oeste Goiano e microrregião de Iporá. Sua área total de 1.030 km², e está localizado entre os paralelos 16º16'00" e 16º39'20" de latitude sul e os meridianos de 50º56'45" e 51º2'30" de longitude Oeste do eixo de Greenwich (Figura 02). Figura - 02: Mapa localização do município de Iporá/GO. Fonte: SIEG (2014) e Prefeitura de Iporá (2014). Organizador: ALVES, Washington Silva (2014). 2.2 Caracterização dos pontos de coleta Foram escolhidos três pontos, conforme as características geoecológicas estão ligadas diretamente com o fator: Hipsometria, Exposição de Vertentes, Declividade, Vegetação, Hidrografia e Geourbanas estão ligadas diretamente com a Densidade de construções, de pavimentação, Uso e ocupação do solo, a estrutura urbana e densidade do movimento de pessoas e veículos. Para a instalação dos equipamentos e obtenção dos 2205 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG dados, foi instalado sendo dois na área urbana e quatro na área rural, próximos da cidade de Iporá/GO. Portanto para este estudo foram analisados os fatores geoambientais tais como (altitude e cobertura vegetal) e os fatores geourbanos (uso e ocupação do solo e a densidade das construções urbanas e também o movimento de pessoas e veículos). Em relação à geomorfologia, Iporá apresenta um relevo suave ondulado onde nas porções, central (área urbana), sul, oeste e norte do município predominam planaltos e chapadas da bacia sedimentar do Paraná. Na porção oeste do município o relevo é constituído pelo planalto central goiano, a depressão do Araguaia e pelo planalto Guimarães alcantilados (SOUSA 2013). Utilizando um GPS (Sistema de Posicionamento Geográfico), no trabalho de campo, cada ponto de coleta foi georreferenciado (Quadro 01). As escolhas dos pontos se deram em virtude dos fatores geoambientais e geourbanos e da necessidade de ter um lugar seguro para a instalação dos mesmos Quadro 01- Localização dos pontos de coleta na área rural/urbano/rural de Iporá/GO. P1 Coordenadas Lat. (sul) Log. (oeste) 16º26′36″ 51°07′22″ P2 16°25′25″ 51°03′56″ 534 Set / 2014 P3 16°25′22″ 51°02′30″ 874 Set / 2014 Pontos Altitude (m) Mês de Instalação 575 Set / 2014 Fonte: Rocha (2016). Os pontos foram distribuídos e delimitados como ponto 1 (P1), ponto 2 (P2), ponto 3 (P3). Sendo que os pontos 1 e 2 estão dentro da faixa de altitude entre 500 mt á 600 mt, o ponto 3 (P3) em cota acima dos 800 mt de altitude. A O ponto 1 (P1) está localizado na área central da cidade, todos os loteamentos estão construídos, ocupados por residências e prédios comerciais, as ruas nesta área são todas pavimentadas e os pontos comerciais estão distribuídos por vários seguimentos como lojas de tecidos, calçados, farmácias, agência bancaria, entre outros, devido a esses motivos nessa área concentra o maior fluxo de pessoas e veículos (Figura 03). O ponto 2 (P2) está localizado na zona rural, ao Sudoeste da área urbana de Iporá a 4 km, neste ponto e composto por alguns fragmentos de cerrado que restou da grande devastação causada pela ação antrópica transformando toda área em pastagem (Figura 03). 2206 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG O ponto 3 (P3) está localizado na zona rural á uma distância de aproximadamente de 16km ao Sudoeste da área urbana. O Morro do Macaco, como é chamado na região, constitui numa elevação cerca de 874m de altitude, e com um desnível de 300 m em relação ao seu entorno. O Morro do Macaco foi designado como Unidade de Conservação de Uso Sustentável e Área de Proteção Ambiental pela lei municipal número 1147/2004, tornandose área de interesse para visitantes e para o turismo pelo potencial cênico e valor ecológico (Figura 03). Figura – 03: Localização dos pontos. Fonte: Google Earth-pro (2016). Organização: Rocha (2016). 2.3 Metodologia para a coleta e tratamento dos dados Para a coleta dos dados foi escolhido os pontos para instalação dos equipamentos, levando em conta as considerações e as caraterísticas da altitude, vegetação e o uso e ocupação do solo. Essa metodologia já havia sido adotada por Mendonça (1995), Viana (2006) e Amorin (2005). Para obtenção de imagem da área de estudo foi utilizado o Google Earth Pro, para diagnosticar as características da atmosfera (atuação de massas de ar) foi utilizado imagens do satélite GOES, para o tratamento dos dados e a elaboração dos gráficos foi utilizado o Software Excel 2010. Os aparelhos utilizados na coleta dos dados climáticos foram o termo higrômetro Klimalogg-Pro (modelo 30303.39.00 – Figura 3A), testados e calibrados (coletas em intervalos de 10 minutos) no laboratório de climatologia da UEG-Câmpus Iporá/GO. A instalação ocorreu em 13 de setembro de 2014. 2207 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG Foi escolhido o intervalo de 10 a 16 de maio/2015 como episódio de estudo. Nesse período a área de estudo estava sob a influência da atuação duas Zonas de Convergência de Umidade, Alta Pressão Atmosférica (bloqueio atmosférico) e uma Frente Fria. Para os dois períodos de coletas foram escolhidos três horários de análise (7h, 15h e 21h). Os termohigrômetros foram instalados em mini abrigos confeccionados artesanalmente, utilizando 20 cm de cano p.v.c. (poli cloreto de polivinila) de 100mm, perfurados em intervalos de 5cm para que o ar circulasse dentro do abrigo, na parte superior do abrigo utilizamos 25cm² de pvc como modelo para proteger das chuvas e dos raios solares, impedindo que o atingisse diretamente (3B e 3C). Para fazer o levantamento cartográfico e a legalização de cada ponto foi utilizado um GPs (modelo Etrex Garmin Figura 3D). Nos pontos P1 e P2,os termohigrômetros foram instalados a 1,5 metros de altura da superfície, seguindo o padrão exigido pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM). No ponto P3, o termohigrômetro foi instalado em uma altura de 3,5 metros da superfície, por ser uma área de interesse para visitantes e para o turismo devido ao potencial cênico que a paisagem oferece (Figura 04). A B C D Figura 04- (A) Klimalogg-Pro, modelo 30303.39.00; (B) Abrigo com cano pvc 100mm; (C) Suporte do Abrigo de Madeira. (D) GPS- Etrex Garmin. Fonte: Rocha, (2016). 3 – Resultados e Discussão Os resultados foram analisados por meio das coletas de dados e os mesmos foram tratados e discutidos, através da representação de imagem do satélite Goes-13 e de gráficos, correlacionando os P1, (área urbana) e os P2 e P3 (área rural). 2208 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG 3.1- Análise dos sistemas atmosféricos no período dos dias 10 ao dia 16 de Maio de 2015, em Goiás. Segundo dados apresentados pelo CPTEC/INPE (2015), associadas às imagens do Satélite GOES 13, durante o mês de maio de 2015, esse mês corresponde ao período de transição entre o período chuvoso e seco. De acordo com INMET (2015), as condições de tempo foram influenciadas pela atuação de áreas de instabilidade, duas Zonas de Convergência de Umidade, Alta Pressão Atmosférica (bloqueio atmosférico) e uma Frente Fria no período e análise de Maio (2015). Áreas de instabilidade associadas a um centro de baixa pressão ocasionaram chuvas em toda a região centro oeste. Foi observada também a atuação de um sistema de Alta Pressão (Alta de Bloqueio) provocando baixas temperaturas (Temperaturas máximas, diária no dia 11/05) nos dias 12-16/05 as temperaturas aumentaram pelo fato do enfraquecimento da massa de ar. A Figura 05 mostra a evolução desses sistemas atmosféricos durante o período analise dos dias 10/11/12/13/14/15/16 de Maio de 2015, em Goiás. 10/05 11/05 12/05 13/05 14/05 15/05 16/05 Figura 05 - Imagem do satélite Goes 13 dos dias 10/11/12/13/14/15/16/ maio/2015, em Goiás. Fonte: CPTEC/INPE. Organização: Rocha (2016). 3.2 - Variação da Temperatura e Umidade do ar para o período 10-16 de maio (2015). O episódio de análise (10 – 16/05) é marcado pelo avanço da massa polar sobre a Região Centro Oeste. Os pontos de análise responderam em conformidade com as características geoambientais. As temperaturas mais baixas foram registradas 11/05 (figura 06). Destaca-se a variação a resposta do ponto 2 que na sequência (transição do sistema atmosférico) registrou as temperaturas mais elevadas (>3,0ºC diferença) em relação aos demais pontos. O ponto 2 está localizado na área mais baixa, a base do Morro do Macaco (ponto 3) e sua tendência é de apresentar menores temperaturas nas primeiras horas do dia em relação aos demais pontos de estudo. 2209 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG A resposta térmica (ponto 1) é de registrar as menores temperaturas sobre a influência da massa polar (efeito do ambiente construído). A umidade do ar na região apresenta e responderam a presença do sistema atmosférico de alta pressão – na fase domínio os valores chegaram a 90% (dia 11/05), mesmo nas horas de maior insolação/temperatura. Na fase de transição do sistema polar, ao contrário a umidade registrou valores próximos a 40%. Destaque-se os registros do ponto 3 (morro do macaco), baixa variação. Nesse ponto as condições geoambientais - morro testemunho permite a uniformidade de valores de umidade registrados. Figura. 06 – Variações dos valores de Umidade do ar para os pontos: P1, P2 e P3 para o período de 10–16/05/2015, para Iporá/GO. Fonte: Rocha (2016). 4 – Considerações Finais Este estudo conclui que num ponto de restrito (rural/cidade/rural), como a altitude, a cobertura vegetal e a superfície do solo natural ou construído passam a serem instrumentos fundamentais nos estudos do clima em escala local ou mesoclimática. A maior frequência de temperaturas ocorreu no P1(área Urbana), e P2 (área Rural), onde o P1 se caracteriza pelos fatores geoubanos e uso ocupação do solo, desse modo às temperaturas são mais altas. O P2 se caracteriza por estar em fundo de vale, devido esse fator registraram altos valores de temperaturas no dia 14/05 chegou a 35ºC. O P3 (área Rural) se caracteriza por ser o ponto, mas elevado com altitude de 874 m e os valores de temperatura registraram menores valores em relação aos demais pontos. As umidades apresentam para os P1 e P2 menores valores em consequência as altas temperaturas, para o P3 a umidade manteve durante o período de análise 80%, não havendo altas oscilações como ocorreram nos demais pontos. 2210 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG 5 – Referências ALVES, E. D. L.; SPECIAN, V. Contribuição aos estudos do clima urbano: variação térmica e higrométrica em espaços intra-urbanos. Revista Mercator. 2009, v. 8, n. 17, p. 181-191. ALVES, W. S. As interações espaciais e clima: o clima urbano de Iporá-GO. 2014. Dissertação (Mestrado em Geografia), 124 p. Programa de Pós-graduação em Geografia da UFG, Regional de Jatai-GO. 2014. AMORIM, M. C. de C. T. Ilhas de calor em Birigui/SP. Revista Brasileira de Climatologia. 2005, v. 1, n. 1, p. 121-130. BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia CPTEC/INPE. – Imagens de Satélite, Cachoeira Paulista. 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