Capítulo 2

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Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
Capítulo 2 - Meio físico
9
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
10
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2 .1 Meio físico e seus processos
“Entende-se por meio físico o conjunto do ambiente definido pela interação
de componentes predominantemente abióticos, quais sejam, materiais terrestres
(solos, rochas, água e ar) e tipos naturais
de energia (gravitacional, solar, energia
interna da Terra e outras), incluindo suas
modificações decorrentes da ação biológica e humana“ (Fornasari Filho et al,
1992).
Em decorrência dessa interação
entre os diversos componentes, o meio
físico, da mesma forma que os meios biótico e antrópico, é dinâmico, isto é, encontra-se em constante alteração que é expressa pelos processos do meio físico
(Quadro 2.1-1).
A alteração em processos do meio
físico, particularmente pela ação humana,
pode engendrar situações de risco geológico (Quadro 2.1-1).
Os processos do meio físico dependem, basicamente, das rochas que constituem uma determinada região, do relevo
que essas rochas sustentam e suas declividades, dos solos que evoluem nesse
contexto geológico-geomorfológico, dos
recursos hídricos superficiais e subterrâneos e do clima.
Assim, são apresentados, nos tópicos a seguir, dados do município de Itanhaém sobre: recursos hídricos, clima,
geologia, geomorfologia, declividades,
solos e, finalizando o Capítulo referente
ao meio físico, a carta geotécnica e o mapa de erosão.
Destaca-se que, a carta geotécnica
apresenta a distribuição espacial dos principais processos do meio físico atuantes
no município de Itanhaém e o mapa de
erosão consiste no detalhamento de um
desses processos.
Quadro 2.1-1 - Principais processos do meio físico. Fonte: Fornasari Filho et al (1992).
Tipo de processo do meio físico
Processo
Descrição
Observação
Corresponde à dinâmica da água na atmosfera por meio da evaporação, condensação e precipitação.
A evaporação não pode ser vista, mas é percebida na umidade do ar. As nuvens,
facilmente observáveis, resultam da condensação e a chuva resulta da precipitação
da água que se encontra na atmosfera.
e
Corresponde à circulação de partículas sólidas e gases na atmosfera por meio de fenômenos
meteorológicos.
A alteração nesse processo é visível, principalmente, em cidades com excessiva
poluição atmosférica, quando se destaca no horizonte uma camada de cor marrom.
em
Consiste no movimento das águas precipitadas da atmosfera ou aflorantes no solo, e que escoam na superfície de um terreno.
A água aflorante no solo constitui os cursos d'água.
Inundação
Corresponde ao extravasamento das águas de um curso d'água para suas áreas marginais,
quando a vazão a ser escoada é superior à capacidade de descarga da calha.
A ocorrência de inundação está associada a enchente/cheia de um curso d'água.
Inundações podem causar sérios problemas, particularmente em áreas urbanizadas.
Movimentação das águas em
subsuperfície
Corresponde a todo deslocamento de água no solo ou em fraturas de rochas, como infiltração
(movimento da água que penetra no subsolo a partir da superfície), escoamento (movimento sob
efeito da gravidade ou de gradiente de pressão hidráulica) e capilaridade (movimento associado
às tensões em subsolo, quando a água intersticial alcança pontos acima do nível freático).
A água no subsolo (água subterrânea) é um importante recurso hídrico e tem sido
aproveitada a partir de bombeamento em poços. Bombeamentos realizados de forma
inadequada, com volumes superiores à disponibilidade hídrica, causam o rebaixamento do nível d’água subterrâneo.
Potencialização e desencadeamento de sismos
Processo de geração de condições litológicas e estruturais com acúmulo de energia passível de
ser liberada e transmitida por ondas mecânicas ou por deslocamento de blocos ao longo de
descontinuidades rochosos, gerando tremores súbitos (sismos).
No Brasil os tremores de origem tectônica são raros. Entretanto, podem ocorrer
tremores de origem tecnológica, como nos casos de enchimento de reservatórios de
acumulação de água e de detonações, que podem causar rachaduras e trincas em
edificações.
Carstificação
Consiste na dissolução de rochas pelas águas subterrâneas e superficiais, com formação de rios
subterrâneos (sumidouros e resurgências), cavernas, dolinas, paredões calcários, torre de pedra,
lapiás, úvulas, arco ou ponte de pedra, caneluras, entre outras feições.
Esse processo é comum em terrenos compostos por rochas calcárias ou carbonáticas (calcário, dolomito e mármore). Em área urbanizada pode acarretar sérios problemas, como o ocorrido no município de Cajamar em 1987.
Expansão de solo ou rocha
Consiste no aumento de volume de um solo ou uma rocha, ricos em argilo-minerais, em presença de água.
O aumento de volume de uma rocha pode causar a desagregação do material, sendo
um problema observado, principalmente, em taludes de rodovias e ferrovias, podendo causar entupimento contínuo de sistemas de drenagem, descalçamento de horizontes superiores de talude com consequente desmoronamento.
Interações físico-químicas na
água, no solo e na rocha
Conjunto de reações entre substâncias e elementos (íons) provenientes ou concentrados nas
águas, no solo e/ou rocha.
Essas reações podem ser alteradas, por exemplo, no caso de infiltração de produtos
químicos, em decorrência de vazamentos ou disposição inadequada de resíduos,
como, por exemplo, a contaminação por organoclorados, atualmente chamados de
POPs –Produtos Orgânicos Persistentes, por descarte inadequado na Baixada Santista.
Corrida de massa
Escoamento rápido de uma massa de solo ou de solo e rocha, onde sua forma de deslocamento
lembra a de um líquido viscoso, com deformações internas e inúmeros planos de cisalhamento.
As corridas de massa podem ser classificadas como: corrida de lama (mud flow) ,
consistindo de solo com alto teor de água; corrida de terra (erth flow), onde o material
predominante, também, é solo, mas com menor teor de água; e corrida de detritos
(debris flow), onde o material predominante é grosseiro, envolvendo fragmentos de
rocha de vários tamanhos. A ocorrência desses processos em áreas urbanizadas
pode causar sérios problemas, que podem variar de prejuízos materiais até óbitos.
Deposição de sedimentos ou
partículas
Consiste na acumulação ou concentração de partículas sólidas em meio aquoso ou aéreo, iniciando-se quando a força do agente transportador natural (curso d'água ou vento) é sobrepujada
pela força da gravidade, ou quando a supersaturação das águas ou ar permite a deposição de
partículas sólidas.
Erosão eólica
Consiste na desagregação e remoção de fragmentos e partículas de solo sem proteção superficial pela ação combinada do vento e da gravidade.
Erosão pela água
Consiste na desagregação e remoção de solo sem proteção superficial pela ação combinada da
gravidade e da água precipitada e de escoamento. Manifesta-se na forma de erosão laminar,
sulcos, ravinas, boçorocas e piping (erosão interna). Pode-se considerar, nesse processo, as
ações de fluxos de água em margens de rios, de embate de ondas em áreas costeiras e oscilações de nível d'água em lagos.
Escorregamento
Movimento rápido de massas de solo ou rocha, geralmente bem definidas quanto ao seu volume,
cujo centro de gravidade se desloca para baixo e para fora de um talude (natural, de corte ou
aterro).
A ocupação desordenada de encostas tem acarretado a ocorrência desse processo,
cujas consequências vão depender das formas de uso e ocupação existentes no
topo e no pé da encosta.
Movimento de bloco
Consiste no deslocamento, por gravidade, de blocos de rocha, podendo ser de três tipos: queda
de bloco, que pode ocorrer em taludes íngremes, correspondendo à queda livre de rocha, com
ausência de superfície de movimentação; rolamento ou deslizamento de bloco, quando o bloco
de rocha desloca-se por perda de apoio, ao longo de uma superfície; e desplacamento de rocha,
que consiste no desprendimento de lascas ou placas de rocha de um maciço rochoso, podendo
a movimentação se dar em queda livre ou por deslizamento ao longo de uma superfície.
Esse tipo de processo ocorre com mais frequência em áreas serranas.
Rastejo de solo
Movimento descendente, lento e contínuo, de massa de solo de uma encosta.
Esse processo é visível, principalmente, quando se observam árvores e postes inclinados, mas a evolução do rastejo pode, inclusive, destruir edificações.
Subsidência
Consiste na deformação ou deslocamento de direção essencialmente vertical descendente,
geralmente verificada por meio de afundamento de terrenos.
Esse processo é comum em áreas ribeirinhas e praias, podendo causar danos a
pavimentos de vias de acesso, infraestrutura subterrânea (tubulações e galerias) e
edificações.
Circulação da água no ar
Processo da atmosfera
Circulação de partículas
gases na atmosfera
Escoamento
superfície
das
águas
Processos da hidrosfera
Endógenos
Intempéricos
Processos
da litosfera
Exógenos
Movimentos
de massa
11
A deposição de sedimentos ou partículas em meio aquoso pode acarretar o assoreamento de corpos d'água, como pode ser observado em Itanhaém (Fotos 2.1-1 e 2.12), contribuindo com a ocorrência de inundações. Em meio aéreo, partículas sólidas
podem se depositar, por exemplo, sobre a vegetação, causando danos por dificultar
o processo de fotossíntese.
A grande quantidade de partículas sólidas na atmosfera pode dificultar a visibilidade
e a respiração.
A erosão pela água tem configurado um sério problema pela perda de solo, contribuição para o assoreamento de corpos d'água e danos a edificações e mesmo a quarteirões inteiros. Em Itanhaém, a erosão costeira tem provocado até o desaparecimento de praias, além de causar danos a edificações (Fotos 2.1-3 a 2.1-7); e a
erosão fluvial tem causado desbarrancamento de margens de cursos d’água (Fotos
2.1-8 e 2.1-11).
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2 .1 Meio físico e seus processos (continuação)
Erosão costeira
Deposição de sedimentos ou partículas
Foto 2.1-1 - Vista do rio Itanhaém, onde se observa um
banco de assoreamento, decorrente da deposição de
sedimentos. Fonte: PMI.
Foto 2.1-2 - Vista de outro curso d’água onde se observa um banco de assoreamento, decorrente da deposição de sedimentos. Fonte: PMI.
Foto 2.1-3 - Vista de trecho da orla onde se observa a
ação do embate das ondas afetando a estrutura do quiosque. Fonte: PMI.
Foto 2.1-4 - Vista de outro trecho da orla onde se observa a evolução do processo de erosão costeira. Fonte:
PMI.
Foto 2.1-5 - Vista de outro trecho da orla onde se observa a erosão costeira destruindo o calçamento. Fonte:
PMI.
Foto 2.1-6 - Detalhe de um trecho da orla onde se observa a ação da erosão marinha. Fonte: PMI.
Erosão fluvial
Foto 2.1-8 - Vista de trecho de curso d’água onde se
observa a instabilização da margem em decorrência da
erosão fluvial. Fonte: PMI.
Foto 2.1-9 - Vista de trecho de curso d’água onde se
observa a instabilização da margem, em decorrência da
erosão fluvial, afetando a cobertura vegetal. Fonte: IPT.
Foto 2.1-10 - Vista de outro trecho de curso d’água onde se observa a instabilização da margem, em decorrência da erosão fluvial. Fonte: IPT.
Foto 2.1-11 - Vista de mais um outro trecho de curso
d’água onde se observa a instabilização da margem, em
decorrência da erosão fluvial. Fonte: IPT.
Foto 2.1-7 - Vista do mesmo trecho da orla da Foto 2.1-6, onde se observa, a direita na foto, a proximidade das edificações. Fonte: PMI.
12
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.2 Recursos hídricos
2.2.1 Origem da água no planeta Terra
Geleira: massa de gelo, grande e espessa, formada em camadas sucessivas derivadas, em grande parte, da
compactação e recristalização de neve
de várias épocas.
O conhecimento atual que se tem sobre o sistema solar indica
que, entre os planetas (Figura 2.2-1), a Terra é o único com grande
quantidade de água no estado líquido. Há evidências da presença de
água em Marte, Vênus e nos pólos da Lua e de Mercúrio, entretanto pou-
Aquífero: Massa rochosa com altas
porosidade e permeabilidade, contida
entre pacotes de rochas impermeáveis,
que acumula água subterrânea.
co se sabe sobre sua ocorrência nesses corpos celestes (Drake; Campins, 2006 apud Torres, 2008, p.37). Algumas informações sobre a água
em Marte indicam que ela ocorre em pequena quantidade e, em geral,
na forma de gelo1. Assim, pode-se admitir que a formação das matérias
componentes da Terra, as condições de sua origem e sua posição no
sistema solar tenham sido extremamente favoráveis à preservação de
grande volume de água (Sugio, 2006 p.15).
2.2.2 Ciclo hidrológico
Figura 2.2-1 - Planetas do sistema solar. Fonte: Jocelyne Rodrigues.
Essa alteração contínua do estado da água, que evidencia a dinâmica da circulação da água
em nosso planeta, é chamada de ciclo hidrológico (Figura 2.2-2).
Estima-se que a água total do planeta, esteja armazenada nos “reservatórios naturais”, atualmente, nas seguintes proporções: 97% tratam-se de água salgada dos oceanos; 0,74% referem-se
às águas doce subterrâneas; 0,0001% às águas existentes na atmosfera; 0,0099% às águas doces
A água ocorre na Terra em diferentes estados: sólido (gelo), liquido (água) e gasoso (vapor de água).
No estado sólido, a água é encontrada nas geleiras. As geleiras
que ocorrem em grandes altitudes, são chamadas de geleiras de monta-
superficiais; e 2,25% à água das geleiras , no estado sólido (Tabela 2.2-1).
Quanto aos volumes de transferência de estado da água, 84% da água que evapora para a
atmosfera é proveniente dos oceanos e apenas 16% dos continentes. Cerca de 77% de toda a chuva cai nos oceanos e somente 23% nos continentes (Tabela 2.2-2).
nha e as geleiras que situam-se em grandes latitudes, isto é, nas regiões
polares, são chamadas de geleiras continentais (Foto 2.2-1). O derreti-
Foto 2.2-1 - Geleira continental. Antártica. Fonte: Luiz
Antônio Pereira de Souza.
Encontro de águas
mento das geleiras continentais, em decorrência das mudanças climáticas globais provocadas pelo desequilíbrio no efeito estufa, tem aumentado o nível d’água dos oceanos acarretando o avanço paulatino do mar
nas áreas costeiras.
A água no estado líquido (doce, salgada ou salobra) é encontrada
nos oceanos (salgada); cursos d’água, lagos e aquíferos (doce); e estuários, lagunas e na interface entre aquíferos litorâneos e o oceano
(salobra).
No estado gasoso, a água é encontrada na atmosfera (unidade do
ar) e, quando ela se condensa, pode-se ver a água em estado gasoso
em forma de nuvens.
Entretanto, esses estados são transitórios, isto é, a água em estado líquido dos oceanos, cursos d’água, lagos, solo e plantas evapora em
decorrência do calor solar atingindo a atmosfera no estado gasoso. A
água no estado gasoso se condensa na atmosfera formando nuvens, de
onde a água pode precipitar como chuva ou neve, que alimentam cursos
d’água, aquíferos subterrâneos e geleiras.
1
http://www.cienciamao.if.usp.br/dados/t2k/_ciencias_15cie.arquivo.pdf
Encontro das águas dos rios Branco e Preto, no município de Itanhaém. Fonte: PMI.
13
Na foto superior observa-se uma vista do encontro das
águas dos rios Aguapeú e Branco, no município de
Itanhaém, e, na foto inferior, um detalhe do mesmo
local. Fonte: PMI.
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.2 Recursos hídricos (continuação)
Legenda
a – vapor d’água
b – nuvem de chuva
c – superfície livre do lençol
d – aquífero freático
e – camada impermeável superior
f – aquífero artesiano
g – camada impermeável inferior
h – rocha consolidada
i – aquífero cristalino
j – cunha salina
1 – radiação solar / ondas longas
2 – evaporação do oceano
3 – evaporação do solo
4 – evaporação de rios e lagos
5 – evapotranspiração
6 – sublimação de calotas
7 – sublimação de geleira
8 – evaporação de chuva
9 – condensação
10 – precipitação em todo o sistema
11 – derretimento e escoamento de geleira
12 – escoamento superficial – solos e rios
13 – escoamento em aquífero freático
14 – infiltração e armazenamento em aquífero artesiano (confinado)
15 – descarga do aquífero freático – nascente
16 – infiltração e armazenamento em aquífero fraturado
17 – derretimento de calota
18 – congelamento e armazenamento
19 – precipitação nival e armazenamento – geleira
20 – precipitação nival e armazenamento – calota
Figura 2.2-2 - Ciclo hidrológico. Fonte: Tom Adamenas e Pires.
Tabela 2.2-1 - Proporção de água nos “reservatórios naturais”. Fonte: Suguio (2006).
Meio em que se encontra a água
Atmosfera (água no estado gasoso)
Cursos d'água e lagos (águas superficiais)
Continentes
Proporção (%)
0,0001
0,0099
Aquíferos livre e confinado (água subterrânea)
0,74
Geleiras (água no estado sólido)
2,25
Oceanos (água salgada)
Tabela 2.2-2 - Volumes de transferência. Fonte: Suguio (2006).
Dinâmica
Proporção (%)
Evaporação de água dos oceanos
84
Evaporação e evapotranspiração nos continentes
16
Precipitação (chuva) sobre os oceanos
77
Precipitação (chuva) sobre os continentes
23
97
14
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.2.3 Águas superficiais no município de Itanhaém
O município de Itanhaém possui 912,68 km de extensão de cursos d’água, sendo os principais os
46°55'
46°50'
46°45'
46°40'
rios: Itanhaém, Preto, Branco, Aguapeú, Piaçaguera, Ipanema, do Poço, Taquaru, Tambotica, Camburi,
Mambu, Macacos e do Crasto, esse último faz a divisa de Itanhaém com o município de Peruíbe. Além
disso, o Município possui 22 km de costa em contato com o Oceano Atlântico. (Figura 2.2-3).
São Paulo
Mamb
u
Juquitiba
24°00'
panhia Ambiental do Estado de São Paulo, por meio de dois pontos de amostragem, um no rio Branco
do
s
24°00'
A qualidade das águas superficiais é monitorada, no município de Itanhaém, pela Cetesb - Com-
Ri
o
2.2.3.1 Qualidade das águas doces superficiais
Ma
ca
co
s
co
an
Br
e outro no rio Itanhaém (Figura 2.2-3 e Tabela 2.2-3). Nesses pontos são monitorados parâmetros que
Rio
compõem os seguintes índices: IQA - Índice de Qualidade da Água e IET - Índice de Estado Trófico. No pon-
o
Ri
to BACO 02950 começou a ser monitorado, em 2010, o IAP - Índice de Qualidade das Águas para fins de Abastecimento Público e o IVA - Índice de Qualidade das Águas para Proteção da Vida Aquática.
2009
Rio Branco
Ponte próxima à captação da Sabesp
24 04 56
no rio Mambu
46 48 05
NAEM 02900
2007
Rio Itanhaém
Avenida Demerval Pereira Leite, altura do no 214, na margem oposta ao 24 11 16
Iate Clube
46 47 36
Pedro
de
Toledo
ú
ape
Agu
Rio
Rio
BACO 02950
o
Branc
Latitude Longitude
Mongaguá
BACO
BACO 02950
02950
Rio
Local de amostragem
24°05'
Ano de entrada
Código Cetesb
Corpo hídrico
em operação
24°05'
Tabela 2.2-3 - Pontos de amostragem, da Cetesb, em cursos d’água no município de Itanhaém. Fonte: Cetesb
(2010).
Preto
Preto
Rio
O IQA — desenvolvido pela Cetesb com base em estudo realizado, em 1970, pela National Sani24°10'
mento público. Tais parâmetros são: coliformes fecais, pH, demanda bioquímica de oxigênio (DBO),
NAEM
NAEM 02900
02900
nitrogênio total, fósforo total, temperatura, turbidez, resíduo total e oxigênio dissolvido (OD). O IQA é
calculado pelo produtório ponderado das qualidades de água correspondentes aos parâmetros que in-
Peruíbe
tegram o índice, variando de 0 a 100 (Tabela 2.2-4) (Cetesb, 2010).
difusas (Cetesb, 2010). Os intervalos de classificação do Estado Trófico para cursos d’água, de acordo
0
24°15'
tam as propriedades organolépticas (cor, odor e sabor) da água, provenientes, principalmente de fontes
2 km
Ilha das
Cabras
ic
ânt
l
t
A
o
Laje da
Conceição
1:200 000
com o IET, podem ser vistos na Tabela 2.2-4.
46°55'
46°50'
46°45'
24°14'
o
ean
c
O
O IAP avalia, além de todas as variáveis do IQA, as substâncias tóxicas e as variáveis que afe-
24°10'
avaliação da qualidade das águas, tendo como determinante principal a sua utilização para abasteci-
ém
ha
Rio Itan
tation Foundation dos Estados Unidos — incorpora nove parâmetros considerados relevantes para a
46°40'
O IVA avalia a qualidade das águas para fins de proteção da fauna e flora em geral, diferenciado,
portanto, de um índice para avaliação da água para o consumo humano e recreação de contato primá-
Cursos d'água (cursos d'água, canais e lagos)
Município de Itanhaém
rio. No seu cálculo considera-se a presença e concentração de contaminantes químicos tóxicos, seu
Área urbanizada
Municípios vizinhos
Ponto de amostragem
efeito sobre os organismos aquáticos (toxicidade) e duas das variáveis consideradas essenciais para a
biota, quais sejam, o pH e oxigênio dissolvido (Cetesb, 2010). A Tabela 2.2-4 apresenta os intervalos
de classificação do IVA.
Figura 2.2-3 – Mapa dos principais cursos d’água e de localização dos pontos de amostragem (BACO 02950 e NAEM 02900) - município
de Itanhaém. Escala original: 1:10.000. Fonte: PMI.
15
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.2 Recursos hídricos (continuação)
Tabela 2.2-6 - IQA - Índice de Qualidade da Água em pontos de monitoramento situados no município de Itanhaém. Período: 2007-2010. Fonte: Cetesb (2008, 2009, 2010 e 2011).
Tabela 2.2-4 – Classificação do IQA, IAP e IVA. Fonte: Cetesb (2010)
Categoria de qualidade da água
IQA
IAP
Ótima
79 < IQA ≤ 100
79 < IAP ≤ 100
IVA ≤ 2,5
Boa
51 < IQA ≤79
51 < IAP ≤79
2,6 ≤ IVA ≤ 3,3
Regular
36 < IQA ≤ 51
36 < IAP ≤ 51
3,4 ≤ IAP ≤ 4,5
Ruim
19 < IQA ≤ 36
19 < IAP ≤ 36
Péssima
IQA ≤ 19
IAP ≤ 19
IVA
Código Cetesb
Ano
BACO 02950
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
63
69
71
56
71
66
72
73
59
70
63
4,6 ≤ IAP ≤ 6,7
2011
61
72
75
74
77
57
69
6,8 ≤ IVA
2007
34
62
48
66
62
61
59
Tabela 2.2-5 - Classificação do Estado Trófico para cursos d’água - IET. Fonte: Cetesb (2010).
Ponderação
nado ao crescimento excessivo das algas ou ao aumento da
Ultraoligotrófico
IET ≤ 47
infestação de macrófitas aquáticas (Cetesb, 2010). São dois
Oligotrófico
47 < IET ≤ 52
Mesotrófico
52 < IET ≤ 59
Eutrófico
59 < IET ≤ 63
Supereutrófico
63 < IET ≤ 67
Hipereutrófico
IET> 67
Trófico para cursos d’água, de acordo com o IET, podem ser
Mai
35
Categoria (Estado trófico)
rofila e fósforo total. Os intervalos de classificação do Estado
Abr
67
água quanto a quantidade de nutrientes e seu efeito relacio-
os parâmetros utilizados no cálculo do IET, quais sejam: clo-
Mar
2010
NAEM 02900
em diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da
Fev
2009
2008
O IET tem por finalidade classificar os corpos d’água
Jan
47
48
2009
48
62
58
52
60
56
2010
54
50
51
60
57
63
56
2011
57
60
64
64
65
60
62
IET - Índice de Estado Trófico
Em 2009 e 2010, no ponto BACO 02950 a média do IET classifica o estado trófico como Mesotrófico,
isto é, o rio Branco, nesse ponto, apresentou moderado enriquecimento com nutrientes; moderado crescimento
planctônico; alguma acumulação de sedimentos na maior parte do fundo e, em geral, suporta espécies de peixes de águas mais quentes. Destaca-se que, no mês de janeiro de 2009, o IET foi de 70,31, no ponto BACO
vistos na Tabela 2.2-5.
Além desses índices, entre os nove parâmetros considerados pela Cetesb, é importante destacar e acompanhar a evolução dos dados de OD - oxigênio dissolvido. O OD é a quantidade, em mg/L, de oxigênio dissolvido na
água, sendo um parâmetro importante para se avaliar a capacidade de um corpo hídrico em suportar atividade biológica de organismos aquáticos. Nas águas naturais de superfície o OD varia de 0 a 19 mg/L, sendo os teores que
permitem a existência de uma população variada de peixe superiores a 5 mg/L.
02950, classificando, assim, o estado como Hipereutrófico, isto é, o rio Branco apresentou enriquecimento máximo de nutrientes, podendo ter ocorrido número excessivo de algas e plantas aquáticas a ponto de exigir intervenção do homem. Já, em 2011, a média do IET apresentou expressiva melhora, passando para 39
(Ultraoligotrófico), isto é, o corpo d’água é limpo, a produtividade é muito baixa e as concentrações de nutrientes são insignificantes não acarretando prejuízos aos usos da água (Tabela 2.2-7).
No ponto NAEM 02900 há dados de IET para os anos de 2008, 2009 e 2010. Em 2008, a média do IET
Os dados de IQA, IET, IAP, IVA e OD disponíveis para o município de Itanhaém são apresentados a seguir.
foi de 46,73 (Ultraoligotrófico). Em 2009 e 2010, a média foi, respectivamente, 48,85 e 49 (Oligotrófico), isto é,
o corpo d’água é limpo, apresenta baixa produtividade e não ocorrem interferências indesejáveis sobre os usos
IQA - Índice de Qualidade da Água
Os dados disponíveis mostram que no ponto BACO 02950, em 2009, o valor médio do IQA foi de 66, isto é, a
categoria de qualidade da água enquadrou-se como Boa. Ao longo de 2009, o IQA com valor mais baixo ocorreu no
mês de setembro e o mais alto nos meses de julho e novembro. Em 2010, embora mantendo-se na categoria de
qualidade da água Boa, o valor médio caiu para 63, principalmente em decorrência do IQA registrado no mês de
da água, decorrentes da presença de nutrientes (Tabela 2.2-7).
Tabela 2.2-7 - IET - Índice de Estado Trófico em pontos de monitoramento situados no município de Itanhaém. Período:
2008-2011. Fonte: Cetesb (2009, 2010, 2011 e 2012).
Código Cetesb
BACO 02950
No ponto NAEM 02900 há dados de IQA para os anos de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011. Em 2007, a média
do IQA foi de 48, o que classifica a qualidade da água como Regular. Em 2008 , a média do IQA foi de 59; em 2009
e 2010 foi e 56; e em 2011, 62, o que classifica a água, nesses quatro anos, como de qualidade Boa. Destaca-se
NAEM 02900
2010
55
2011
49
16
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
54,26
54,26
54,26
54,26
54,26
56,93
60
49
49
57
46
53
41
27
39
39
2008 54,32
48,29
40,43
49,27
42,79
45,25
46,73
2009 49,84
53,45
53,00
52,18
45,44
39,21
48,85
49
48
61
51
44
49
2010
que, em 2011, a classificação Boa foi mantida em todos os meses monitorados (Tabela 2.2-6).
Jan
2009 70,31
março ter sido de apenas 35; já, em 2011, o IQA médio voltou a subir, atingindo 69, tendo mantido a classificação
Boa em todos os meses monitorados (Tabela 2.2-6).
Ano
41
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
A balneabilidade é monitorada, pela Cetesb, em 10 praias de Itanhaém. Dados do período 2000-2011, indicam
IAP - Índice de Qualidade das Águas para fins de Abastecimento Público e IVA - Índice de Qualidade das Águas para Proteção da Vida Aquática
que entre 2000 e 2005 predominou a classificação Regular, seguida da classificação Boa; entre 2006 e 2010 também
Os dados disponíveis para o ponto BACO 02950 mostram que, em 2010, o valor médio do IAP foi
ocorreu o predomínio da classificação Regular, mas seguida da classificação Ruim. Em 2011, em todas as praias a
de 71, enquadrando a água nesse ponto na categoria Boa. O menor valor de IAP, nesse ano foi 70, no
classificação foi Regular (Tabela 2.2-10).
mês de novembro, e o maior foi 72, em julho. Em 2011, o IAP caiu para 51 (Regular), sendo novembro o
mês monitorado com menor valor (Tabela 2.2-8).
Tabela 2.2-10 - Qualificação anual das praias de Itanhaém. Período: 2000-2010. Fonte: Cetesb (2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005,
2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012)
Tabela 2.2-8 - IAP - Índice de Qualidade das Águas para fins de Abastecimento Público. Período: 2010 - 2011. Fonte: Cetesb (2011 e 2012).
Índice
IAP
Ano
Jan
Fev
Mar
Abr
2010
2011
56
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
IVA
2010
3,2
2011
3,4
Abr
R
R
R
R
R
RU
RU
R
B
R
Suarão, defronte ao reservatório da Sabesp
R
B
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
Parque Balneário, defronte à rua Ernesto Zwarg
R
R
B
R
R
R
RU
R
R
R
R
R
75
74
1
51
Centro, defronte à rua João Mariano
R
R
R
R
R
R
RU
R
RU
RU
RU
R
Pescadores. defronte ao no 147 da rua Padre Anchieta
R
R
R
R
R
R
RU
B
R
R
R
R
Sonho, defronte ao posto de salvamento
R
R
B
B
R
B
R
R
R
R
R
R
B
B
R
B
R
R
R
R
R
R
R
R
Estância Balneária, defronte à avenida José de Anchieta
R
R
B
R
R
R
R
R
R
R
R
R
Jardim São Fernando, avenida Valmor de Araújo com avenida Europa
R
R
R
B
R
B
R
R
R
R
R
R
Balneário Gaivota, defronte à avenida Flacides Ferreira
B
R
B
R
R
R
RU
B
R
R
R
R
RU
Ruim
B
Boa
Tabela 2.2-9 - IVA - Índice de Qualidade das Águas para Proteção da Vida Aquática, no ponto BACO 02950. Período: 2010 - 2011. Fonte: Cetesb (2011 e 2012).
Mar
R
71
2.2-9).
Fev
R
70
valor médio do IVA foi apenas regular, sendo o pior valor apresentado no mês de março de 2009 (Tabela
Jan
Campos Elíseos, defronte à alameda Campos Elíseos
72
Os dados disponíveis para o ponto BACO 02950 mostram que, tanto em 2010 quanto em 2011, o
Ano
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
71
IVA - Índice de Qualidade das Águas para Proteção da Vida Aquática
Índice
Praia e local
Mai
6,6
Jun
Jul
2,2
1,7
1,7
Ago
Set
4,4
Out
Nov
Dez
Jardim Cibratel, defronte à avenida Desembargador
nheiro
Legenda:
Média
2,9
3,9
2,9
2,4
Justino M. Pi-
R
Regular
OD - Oxigênio dissolvido
Quanto ao OD, os dados disponíveis mostram que, em 2009, no ponto BACO 02950, a média do
OD foi de 6,8 mg/L, pouco acima do limite necessário para manutenção da vida aquática que é de 5 mg/
L. Já, em 2010, a média do OD foi de 8,4, indicando melhoria na água pelo aumento da quantidade de
oxigênio dissolvido.
No ponto NAEM 02900 os dados de OD referem-se aos anos de 2007, 2008, 2009 e 2010, sendo,
respectivamente 4,5 mg/L (abaixo do limite de manutenção da vida aquática), 6,3 mg/L, 6,1 mg/L e 6,0
Uso da praia para banhos. Fonte: PMI.
mg/L (os três resultados com tendência de queda e pouco acima do limite de manutenção da vida aquática).
2.2.3.2 Qualidade das águas de praias
A qualidade da água para fins de recreação de contato primário constitui a balneabilidade. Entende
-se como contato primário o contato direto e prolongado com a água (natação, mergulho, esqui-aquático,
entre outros esportes aquáticos), no qual a possibilidade de o banhista ingerir quantidades apreciáveis de
água é elevada (Cetesb, 2004).
Uso da praia pela fauna. Fonte: PMI.
17
Uso da praia para pesca e esportes aquáticos. Fonte: PMI.
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.2 Recursos hídricos (continuação)
2.2.4 Águas subterrâneas no município de Itanhaém
46°55'
Água subterrânea é a água que se acumula em subsuperfície, ocupando espaços vazios de
46°45'
46°50'
46°40'
uma formação geológica, formando aquíferos.
Os aquíferos podem ser porosos ou fraturados. Quando porosos, a água ocupa os espaços
São Paulo
vazios em camadas de rochas sedimentares; e, quando fraturado, a água ocupa as fraturas existentes em rochas cristalinas.
Mamb
u
24°00'
entre duas camadas impermeáveis (Figura 2.2-2).
Juquitiba
do
s
24°00'
dos cursos d’água, ou confinados, quando a camada permeável onde a água se acumula situa-se
Ri
o
Os aquíferos porosos podem ser livres, quando a água tem comunicação direta com a água
Ma
ca
co
s
Os aquíferos constituem importante manancial, pois 0,74% de água da Terra encontram-se
co
an
Br
Rio
Rio
nesse reservatório natural, enquanto as águas dos cursos d’água perfazem, apenas, 0,0099%
(Tabela 2.2-1).
O mapa utilizado para representação das águas subterrâneas do município de Itanhaém foi
elaborado pela parceria DAEE/IG/IPT/CPRM (Departamento de Águas e Energia Elétrica, Instituto
Mongaguá
o
Branc
24°05'
Pedro
de
Toledo
Há dois sistemas aquíferos, um associado às rochas pré-cambrianas, denominado Sistema
ú
ape
Agu
Rio
Aquífero Cristalino, que abrange 54,06% da área do Município, e outro relacionado aos sedimen-
Rio
(Figura 2.2-4).
Rio
Brasil), em 2005, na escala de 1:1.000.000, e adaptado, para este Atlas, para a escala 1:200.000
24°05'
Geológico, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo e Serviço Geológico do
Preto
Preto
tos cenozóicos litorâneos, o Sistema Aquífero Sedimentar Litorâneo, que ocupa 45,94% da área
Rio
de Itanhaém (Figura 2.2-4).
24°10'
24°10'
Caracteriza-se como aquífero heterogêneo, descontínuo e eventual; ocorrendo e ao longo de line-
ém
ha
Rio Itan
O Sistema Aquífero Cristalino é constituído por rochas pré-cambrianas do embasamento.
amentos geológicos correspondentes às estruturas, como falhas, fraturas e zonas de contato entre
Ilha das
Cabras
rochas distintas (VM - Engenharia e Recursos Hídricos, 2008).
o
Peruíbe
O Sistema Aquífero Sedimentar Litorâneo é formado por camadas de areia fina conglomeradas, interdigitadas com material lamítico, argilas e siltes. Varia de maneira significativa tanto lateralmente como em profundidade, formando sub-bacias distintas, e é fortemente influenciado pela
24°15'
Aquífero tem extensão limitada, é heterogêneo e descontínuo; e a espessura total varia desde al-
O
2 km
A
Laje da
Conceição
1:200 000
46°55'
guns poucos metros próximo ao contato com o cristalino aflorante, até cerca de 200 m junto à linha da costa (VM - Engenharia e Recursos Hídricos, 2008).
46°50'
Aquífero pré-cambriano
46°45'
24°14'
cercania do mar, podendo ocorrer intrusões localizadas de água salobra e salina. Esse Sistema
0
no
cea
tic
tlân
46°40'
Aquífero litorâneo
Não há dados quanto à qualidade e a quantidade das águas subterrâneas, pois não há pontos de monitoramento da Cetesb no município de Itanhaém.
Figura 2.2-4 – Mapa de águas subterrâneas do Estado de São Paulo: recorte do município de Itanhaém. Escala original: 1:1.000.000. Fonte:
DAEE/IG/IPT/CPRM (2005).
18
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.3 Clima
O município de Itanhaém, assim como a quase totalidade da baixada santista, está em zona
46°55'
climática classificada, segundo as atualizações propostas por Kottek (2006) na carta Köppen-Geiger,
46°50'
46°45'
46°40'
como “Cfa”, sendo definida quente, úmida e com verão quente.
No entanto, apesar desta classificação “fixa”, o clima local sofre fortes influências dos sistemas
0
1.80 0
1.90
Atlântico Polar e Tropical, com características de suas massas de ar acentuadas pelas especificidades
0
2.00
0
0
1
.
2
geográficas regionais.
Ma
ca
co
s
0
2.20
00
2.3
00
2.4
00
2.5
Mamb
u
Juquitiba
24°00'
atuando no continente em sentido Leste-Oeste, mantendo a temperatura média anual local na casa dos
do
s
São Paulo
24°00'
Itanhaém. Por se originar em alto mar e em latitudes mais baixas, é uma massa de ar quente e úmida,
Ri
o
Durante a maior parte do ano é a massa Tropical Atlântica que define o padrão climático de
00
2.6 Rio
50
2.6
24°C, com picos entre os meses de dezembro e janeiro. As quedas de temperatura estão relacionadas
0
95
2.
00
3.0
co
an
Br
Rio
2.9
00
à entrada da massa Polar, estacionando a média das temperaturas mínimas de julho em torno dos 16°
0
2.80
0
2.850
clima: o ar úmido mantém as temperaturas em médias estáveis, com pequena amplitude térmica.
pite, originando a conhecida frente fria. Durante o restante do ano, os índices pluviométricos são incre-
2.600
Rio
Preto
2.550
2.500
zadas à base da Serra do Mar. O ar quente e úmido encontra no relevo um entrave para sua entrada no
continente e, ao elevar-se para transpô-lo, resfria, precipitando principalmente nas escarpas e encostas
Preto
Rio 2.450
2.400
50
2.2
00
2.2
0
5
2.1
00
1
.
2 0
5
0
2.
0
0
0
2.
(Figura 2.3-1).
Peruíbe
24°15'
O
2 km
oA
n
a
ce
Ilha das
Cabras
o
tic
tlân
Laje da
Conceição
1:200 000
46°55'
46°50'
46°45'
Área urbanizada
Corpos d'água (cursos d'água, canais e lagos)
Município de Itanhaém
Isoieta
24°14'
0
50
1.9
24°10'
24°10'
2.350
0
2.30
ém
ha
Rio Itan
O mapa de isoietas apresenta a distribuição espacial das chuvas no município de Itanhaém
ú
ape
Agu
Rio
2.65
0
mentados principalmente pela ocorrência de chuvas orográficas, típicas nas planícies litorâneas locali-
da serra.
Mongaguá
o
Branc
24°05'
pondo-se sob a massa Tropical – quente e úmida –, fazendo com que esta se resfrie, condense e preci-
00
2.7
24°05'
Pedro
de
Toledo
inverno as chuvas predominantes são as frontais, causadas pela entrada da massa Polar - fria e seca -,
50
2.7
0
70
2.
índices anuais que se mantém em torno dos 2.120 mm (para toda a baixada a média é 2.200 mm). No
50
2.7
00
2.8
O regime pluviométrico do município equilibra-se com a média da baixada santista, possuindo
Rio
É notável em Itanhaém a influência da maritimidade (proximidade de uma localidade ao mar) no
2.850
C.
46°40'
Municípios vizinhos
Figura 2.3-1 - Mapa de isoietas. Fonte: a partir de dados dos bancos de dados pluviográficos e pluviométricos do DAEE (http://www.sigrh.
sp.gov.br/cgi-bin/bdhm.exe/plu?lig=podfp).
19
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.4 Geologia
Pode-se definir geologia como a ciência que estuda a Terra em todos os seus as-
46°55'
46°50'
46°45'
46°40'
pectos, isto é, a constituição e estrutura do globo terrestre; as diferentes forças que agem
sobre as rochas, modificando assim as formas de relevo e a composição química original
dos diversos elementos; e a ocorrência e evolução da vida por meio das diferentes etapas
São Paulo
da história física da Terra, isto é, o estudo dos seres antigos (Guerra, 1980).
Mapas geológicos apresentam a distribuição espacial dos tipos litológicos (rochas)
Mamb
u
24°00'
Observando-se o mapa geológico da Figura 2.4-1, verifica-se, na região central do
Juquitiba
do
s
24°00'
chas ostentam, cartografadas de forma geral como lineamentos.
Ri
o
que ocorrem em uma área, bem como as grandes estruturas (fraturas e falhas) que as ro-
Ma
ca
co
s
co
an
Br
Rio
Município, uma faixa bem definida de rochas correspondente a xistos, evidenciando uma
Rio
grande estrutura de direção NE-SW. Quanto aos demais tipos de rochas, ao norte da faixa
de xistos, o mapa indica o predomínio de migmatitos e ao sul dessa faixa a presença notável de sedimentos atuais/subatuais e areias marinhas. Além disso, tem-se: uma pequena
área na região nordeste do Município onde ocorre rochas calcossilicatadas; quatro áreas
o
Branc
24°05'
Pedro
de
Toledo
na Figura 2.4-1 e a razão de ocorrência na Tabela 2.4-1.
Rio
Preto
Preto
Tabela 2.4-1 – Razão de ocorrência dos tipos litológicos no município
de Itanhaém. Fonte: IPT (1981a).
Rio
Área do Município (%)
0,08
Xistos
10,74
Granodiorito a granitos
1,07
Areias marinhas
17,15
Depósitos continentais
6,91
Sedimentos atuais e subatuais
21,04
24°10'
43,01
Calcossilicatadas
24°10'
Migmatito
ém
ha
Rio Itan
Tipo litológico
ú
ape
Agu
Rio
A distribuição espacial dos tipos de rocha que ocorrem em Itanhaém pode ser vista
Rio
ção central do Município, áreas com predomínio de depósitos continentais.
Mongaguá
24°05'
na porção central de Itanhaém, compostas por granodioritos e granitos; e, também na por-
Ilha das
Cabras
o
Peruíbe
24°15'
O
2 km
A
Laje da
Conceição
1:200 000
46°55'
46°50'
Migmatitos
Granodioritos a granitos
Calciossilicatadas
Areias marinhas
Xistos
Depósitos continentais
46°45'
46°40'
Sedimentos atuais e subatuais
Lineamentos
Figura 2.4-1 – Mapa geológico do Estado de São Paulo – 1:500.000: recorte do município de Itanhaém. Fonte: IPT (1981a).
Afloramento de rocha no litoral de Itanhaém. Fonte: PMI.
20
24°14'
0
no
cea
tic
tlân
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.5 Geomorfologia
A geomorfologia é o estudo das formas de relevo. Por meio dela é
46°50'
46°55'
possível saber quais as modificações que ocorreram na paisagem e des-
46°45'
46°40'
vendar os processos pretéritos ocorridos no local, permitindo que se estime
sua provável evolução futura.
São Paulo
do
s
Ma
ca
c
Mambu
Ri
24°00'
resultam em relevo mais íngreme; enquanto rochas mais moles ou mesmo
Juquitiba
24°00'
Assim, rochas mais duras, isto é, mais resistentes à ação do intemperismo,
o
O relevo é produto da ação dos fatores climáticos sobre as rochas.
os
an
Br
Rio
inconsolidadas geram relevos planos.
Ri
co
o
O relevo município de Itanhaém (Figura 2.5-1) encontra-se em uma
Ilha das Cabras
área de transição de terrenos com rochas cristalinas, mais duras, para áMongaguá
Pedro
de
Toledo
Nos terrenos onde as rochas são mais duras e geraram relevo mais
íngreme, observa-se alta densidade de drenagem; e nos terrenos planos,
Rio
ú
Preto
compostos por rochas moles, a densidade de drenagem é mais baixa e os
Rio
Preto
24°10'
ém
ha
24°10'
Rio Itan
cursos d’água são meandrantes.
Destaca-se, ainda em Itanhaém, a presença de ilhas oceânicas, sen-
ape
A gu
Rio
Rio Branco
24°05'
Serra do Mar.
24°05'
reas de planície costeira. Intermediando essa transição tem-se a escarpa da
do as principais: a Ilha das Cabras, a Laje da Conceição, a Ilha Queimada
Ilha das
Cabras
Pequena e a Ilha Queimada Grande.
Peruíbe
A distribuição espacial das formas de relevo pode ser vista na Figura
24°15'
tico
t lân
A
o
Laje da
Conceição
24°14'
ean
Oc
2.5-1 e a razão de ocorrência na Tabela 2.5-1.
Laje da Conceição. Fonte: PMI.
Tabela 2.5-1 – Razão de ocorrência das formas de
relevo no município de Itanhaém. Fonte: IPT
(1981b).
Área do Município (%)
13,15
Morrotes baixos
18,07
Legenda
24°20'
37,91
Terraços marinhos
24°20'
Planície costeira
Ilha Queimada Pequena. Fonte: PMI.
Morrotes em meia laranja
1,83
Planícies Costeiras
Morros com serras restritas
3,96
Terraços Marinhos
Serra alongadas
4,06
Escarpas festonadas
21,02
Ilha da
Queimada
Pequena
Morrotes em Meia Laranja
24°25'
Morrotes Baixos
24°25'
Forma de relevo
Morros com Serras Restritas
Serras Alongadas
Escarpas Festonadas
Figura 2.5-1 – Mapa geomorfológico do Estado de
São Paulo - 1:1.000.000: recorte do município de
Itanhaém. Fonte: IPT (1981b).
0
2.5 km
1:250 000
Ilha da
Queimada
Grande
46°55'
46°50'
46°45'
46°40'
Ilha Queimada Grande. Fonte: PMI.
21
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.6 Pedologia
Pedologia é o estudo dos solos. Formados por meio
do intemperismo e erosão das rochas, os solos são impor-
46°55'
46°50'
46°45'
46°40'
AU
tante recurso natural, principalmente por sustentarem a
de solo que ocorrem em Itanhaém sejam conhecidos para
São Paulo
permitir sua conservação e o seu uso adequado.
CX1 Cambissolos Háplicos Tb (argila de atividade baixa)
Distróficos A moderado textura argilosa e média,
relevo forte ondulado, montanhoso e escarpado
atividade agropecuária. Assim, é fundamental que os tipos
CX2 Cambissolos Háplicos Tb (argila de atividade baixa)
Distróficos A moderado e proeminente textura
argilosa e média fase não rochosa e rochosa +
Cambissolos Háplicos Tb Distróficos A moderado
textura indiscriminada, bem a imperfeitamente drenados
+ Latossolos Vermelho-Amarelos Distróficos textura
argilosa A moderado, todos relevo montanhoso e forte
ondulado + grupamento indiscriminado de Neossolos
Flúvicos e Gleissolos Háplicos, todos relevo de
várzea
Mamb
u
24°00'
Juquitiba
do
s
24°00'
por técnicos do Instituto Agronômico de Campinas (IAC),
Ri
o
O mapa utilizado para representação dos tipos de
solos encontrados no município de Itanhaém foi elaborado
Ma
ca
co
s
co
an
Br
em 1999, na escala de 1:1.000.000 e adaptado neste traRio
balho para a escala de 1:200.000 (Figura 2.6-1).
Rio
ES2 Associação complexa de Espodossolos Ferrocárbicos
Órticos A moderado + Espodossolos Ferrocárbicos
hidromórficos hísticos ambos textura arenosa +
Organossolos endotiomórficos + Solos de Mangue
indiscriminados + Gleissolos indiscriminados, todos
os solos de relevo de várzea
Analisando o mapa nota-se que no município de
Itanhaém encontram-se os seguintes solos: neossolos,
cambissolos, latossolos, gleissolos, espodossolos, organossolos e argissolos.
o
Branc
24°05'
Pedro
de
Toledo
Neossolo - Solo pouco evoluído, com ausência de horizon-
Rio
te B. Predominam as características herdadas do material
LVA41 Latossolos Vermelho-Amarelos Distróficos câmbicos,
pouco profundos A moderado textura argilosa, relevo
forte ondulado + grupo indiscriminado de Gleissolos
Distróficos textura argilosa relevo de várzea
Rio
ária, esses solos possuem as seguintes características:
GZ2 Organossolos Sálicos Órticos + Gleissolos Tiomóficos
indiscriminados + Espodossolos Ferrocárbicos
hidromórficos A proeminente e moderado textura
arenosa, todos relevo plano
ú
ape
Agu
Rio
pela Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu-
Mongaguá
24°05'
De acordo com a classificação de solos utilizada
Preto
PVA2 Argissolos Vermelho-Amarelos Eutróficos abrúpticos
ou não, A moderado textura arenosa/média e média,
relevo suave ondulado e ondulado
Preto
Rio
original. É um solo em início de formação; Cambissolo Solo pouco desenvolvido, com horizonte B incipiente. É um
24°10'
24°10'
Solo altamente evoluído, laterizado, rico em argilominerais
ém
ha
Rio Itan
solo em estágio intermediário de formação; Latossolo -
Área urbanizada
Tabela 2.6-1– Razão de ocorrência das associações litológicas no município de Itanhaém. Fonte: IAC (1999).
1:1 e oxihidroxidos de ferro e alumínio; Gleissolo - Solo
apresentando intensa redução dos compostos de ferro;
Peruíbe
Espodossolo - Solo evidenciando a atuação do processo
de podzolização; forte eluviação de compostos alumino-
constitui o próprio solo; e Argissolo - Solo cuja principal
24°15'
nossolo - Solo essencialmente orgânico; material original
0
Oc
2 km
oA
n
a
e
tl
ico
t
n
â
Laje da
Conceição
1:200 000
46°55'
46°50'
46°45'
24°14'
sos, com ou sem ferro; presença de humus ácido; Orga-
Associação pedológica
Ilha das
Cabras
hidromórfico (saturado em água), rico em matéria orgânica,
46°40'
característica é o grande aumento de argila em profundidade. Na superfície do solo o teor de argila é muito baixo,
mas em subsuperfície é médio a alto. A distribuição espacial desses tipos de solos pode ser vista na Figura 2.6-1 e
Figura 2.6-1– Mapa pedológico do Estado de São Paulo: recorte do município de Itanhaém. Escala original: 1:500.000. Fonte: Oliveira (1999).
a razão de ocorrência na Tabela 2.6-1.
22
Área do Município (%)
CX2
50,95
PVA2
1,16
LVA41
9,93
ES2
20,38
CX1
9,70
AU
6,80
GZ2
1,08
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.7 Declividades e altitude
46°55'
2.7.1 Declividades
46°50'
46°45'
46°40'
Declividade é a relação entre a diferença de altura e a distância horizontal entre dois pontos.
Expressa em porcentagem (%), indica, basicamente, o aumento de altitude em relação ao desloca-
São Paulo
mento horizontal. Tem-se a seguinte equação:
Declividade
Diferença de altitude, em metros, entre dois pontos
X 100
Mamb
u
Juquitiba
24°00'
Por exemplo, considerando-se uma distância horizontal de 100 metros, uma declividade de 2%
24°00'
Distância horizontal, em metros, entre dois pontos
significa que há um aumento de altitude de 2 metros para um deslocamento horizontal de 100 metros,
co
an
Br
Rio
o
Ri
logo, o terreno é suave. Já uma declividade de 100% significa que ocorre um aumento de altitude de
100 metros para o mesmo deslocamento horizontal de 100 metros, indicando que o terreno é íngreme
(Figura 2.7-1).
Não se deve confundir declividade com inclinação, essa, expressa em graus, indica a inclinação
da superfície do terreno (Figura 2.7-2).
das ocorrem em porções isoladas na
Declividade = 100%
Rio
região central do Município e em sua
ú
ape
Agu
Rio
(0 a 7%). As declividades mais eleva-
Rio
Pedro
de
Toledo
predomínio das baixas declividades
Diferença de altitude = 100 metros
o
Branc
24°05'
100 metros
Mongaguá
24°05'
Em Itanhaém observa-se o
Preto
Rio
região norte (Figura 2.7-3 e Dese-
Preto
nho 02 - Anexo).
Diferença de altitude = 2 metros
Figura 2.7-1 - Representação esquemática das declividades 100%
e 2%, considerando distância horizontal de 100 metros e diferença
de altitude de 100 e 2 metros, respectivamente.
24°10'
declividade, em Itanhaém.
Ilha das
Cabras
Tabela 2.7-1 - Razão de ocorrência
das classes de declividade em Itanhaém. Fonte: IPT.
Intervalo de declividade (%)
100 metros
Inclinação = 45
o
Figura 2.7-2 - Representação esquemática da declividade 100%
associada à inclinação de 45o, considerando distância horizontal e
diferença de altitude de 100 metros.
ic
ânt
l
t
A
o
Área ocupada no
Município (%)
33,27
2a7
17,94
7 a 15
8,94
15 a 30
14,66
30 a 45
12,20
45 a 100
12,93
>100
0,06
24°15'
0a2
Laje da
Conceição
2 km
1:200 000
46°55'
46°50'
46°45'
0 a 2%
15 a 30%
45 a 100%
2 a 7%
30 a 45%
> 100%
7 a 15%
Figura 2.7-3 - Mapa de declividades do município de Itanhaém. Elaborado na escala 1:10.000. Fonte: IPT.
23
46°40'
24°14'
Declividade = 100%
o
ean
c
O
Peruíbe
0
Diferença de altitude = 100 metros
24°10'
razão de ocorrência das classes de
Declividade = 2%
ém
ha
Rio Itan
A Tabela 2.7-1 apresenta a
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.7 Declividades e altitude (continuação)
2.7.2 Altitude
A altitude, chamada de terceira coordenada geográfica, é um dos elementos que permite a caracterização do relevo. Corresponde à distância, em metros, medida na vertical, desde o nível de base (nível médio das águas do mar) até um dado lugar. Em Itanhaém as altitude variam de 0 a 870 metros (Figura 2.7-4
e Desenho 03 - Anexo).
Elevações com baixas altitudes situadas na planície costeira. Fonte: Luciano Netto.
Trecho da planície costeira e, ao fundo, as altitudes elevadas da Serra do Mar. Fonte: PMI.
Figura 2.7-4 - Mapa de altitudes do município de Itanhaém.
24
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.8 Carta geotécnica de planejamento e gestão
Cartas Geotécnicas de Planejamento e
46°55'
Gestão — elaboradas a partir da integração
46°50'
46°45'
46°40'
de informações sobre geologia, geomorfologi-
a, declividades, pedologia e uso e ocupação
do solo — apresentam unidades homogêneas
São Paulo
quanto às potencialidades e restrições à ocu-
Alta suscetibilidade à inundação
0,63
M uita alta suscetibilidade a recalque
1,07
2,96
Alta suscetibilidade a escorregamento
Mamb
u
Juquitiba
24°00'
sentação das unidades homogêneas que o-
M édia suscetibilidade a recalque
do
s
24°00'
A carta geotécnica utilizada para repre-
Ri
o
pação.
Ma
ca
co
s
correm no município de Itanhaém foi elabora-
co
an
Br
Rio
Alta suscetibilidade à erosão
18,79
Alta suscetibilidade a recalque
18,80
Rio
da pelo IPT - Instituto de Pesquisas Tecnoló-
Baixa suscetibilidade a recalque
gicas do Estado de São Paulo, em 1994, para
o
Branc
24°05'
dação e dinâmica costeira (erosão e acumula-
Rio
25
30
35
Figura 2.8-2 - Razão de ocorrência, em área, das unidades
geotécnicas.
Rio
Preto
24°10'
pam quase 30% da área de Itanhaém e ocor-
24°10'
ém
ha
Rio Itan
A unidade geotécnica com maior exten-
do Município. Na região da área urbanizada
Peruíbe
predominam terrenos com Baixa Suscetibilida-
24°15'
0
2 km
Erosão
tico
n
â
tl
Recalque
Laje da
Conceição
1:200 000
24°14'
Oc
de à Recalque, destacando-se nas proximida-
oA
n
a
e
Processo
predominante
Escorregamento
Ilha das
Cabras
rem, de forma predominante, na região norte
Inundação
46°55'
46°45'
46°50'
46°40'
As áreas com Muito Alta e Alta Suscetibilidade — quer seja a escorregamento, recalque, erosão ou inundação — devem ter ocu-
20
Rio
nidas 8 unidades geotécnicas (Figura 2.8-1).
1 e Figura 2.8-2).
15
Preto
ção de sedimentos na costa), tendo sido defi-
Alta Suscetibilidade a Recalque ( Figuras 2.8-
10
ú
ape
Agu
Rio
são: erosão, escorregamento, recalque, inun-
24°05'
Mongaguá
Pedro
de
Toledo
rem de forma mais expressiva em Itanhaém
des do rio Itanhaém terrenos com Muito Alta e
5
Proporção
do M unicípio
Áreada
doárea
Município
(%) (%)
a escala 1:200.000 (Figura 2.8-1).
Suscetibilidade a Escorregamento, que ocu-
29,72
0
la 1:250.000, e adaptada para esse Atlas para
são é composta por terrenos com Muito Alta
21,18
M uita alta suscetibilidade a
escorregamento
todo a área do Estado de São Paulo, na esca-
Os processos do meio físico que ocor-
6,85
Figura 2.8-1 – Carta Geotécnica do Estado de São Paulo, na escala 1:250.000: recorte do município de Itanhaém. Fonte: IPT (1994).
pação restrita, sendo o ideal o predomínio da
cobertura vegetal nativa.
25
Unidade
geotécnica
Descrição
1
Alta suscetibilidade à erosão
2
Muito alta suscetibilidade a escorregamento
3
Alta suscetibilidade a escorregamento
4
Muito alta suscetibilidade a recalque
5
Alta suscetibilidade a recalque
6
Média suscetibilidade a recalque
7
Baixa suscetibilidade a recalque
8
Alta suscetibilidade a inundação
Atlas ambiental do município de Itanhaém – 2012
2.9 Erosão
O processo erosão consiste na remoção de solo, tanto pela ação das águas quanto pela
ação do vento sobre superfícies desprotegidas. Dependendo de suas características, principalmente
46°55'
46°50'
46°45'
46°40'
quanto a tipo de solo, declividade do terreno e forma de uso e ocupação predominante, um terreno
pode ser classificado como de Muito Alta, Alta, Média, Baixa ou Muito Baixa Suscetibilidade à Erosão. Essa classificação permite a elaboração do mapa de erosão.
São Paulo
O mapa de erosão utilizado para representação das unidades homogêneas, quanto à ero-
Mamb
u
Juquitiba
24°00'
1:1.000.000, e adaptado para esse Atlas para a escala 1:200.000 (Figura 2.9-1).
do
s
24°00'
gicas do Estado de São Paulo, em 1997, para todo a área do Estado de São Paulo, na escala
Ri
o
são, que ocorrem no município de Itanhaém foi elaborada pelo IPT - Instituto de Pesquisas TecnolóMa
ca
co
s
co
an
Br
Observando-se o mapa da Figura 2.9-1, verifica-se a predominância dos terrenos classificaRio
Rio
dos como de Muito Baixa Suscetibilidade à Erosão. Terrenos com Alta Suscetibilidade à Erosão ocorrem na porção central do Município.
A Tabela 2.9-1 apresenta a razão de ocorrência das classes de suscetibilidade à erosão na
área do município de Itanhaém.
Classe de suscetibilidade à
erosão
o
Branc
24°05'
ú
ape
Agu
Rio
Área do Município (%)
Rio
Rio
Pedro
de
Toledo
24°05'
Tabela 2.9-1 – Razão de ocorrência das classes de suscetibilidade à erosão no município de Itanhaém. Fonte: IPT/DAEE
(1997).
Mongaguá
Preto
Preto
37,31
Muito baixa
45,88
24°10'
Baixa
Rio
24°10'
16,81
ém
ha
Rio Itan
Alta
Ilha das
Cabras
Salienta-se que, merecem destaque, a erosão decorrente da dinâmica costeira e a erosão
fluvial que ocorrem no município de Itanhaém, porém as feições erosivas associadas a esses proces-
o
Peruíbe
sos foram apenas observadas, mas não foram mapeadas, não sendo possível, assim, a indicação no
mapa.
24°15'
O
2 km
Ilha do
Farol
24°14'
0
oA
n
a
ce
tic
tlân
1:200 000
46°55'
Alta suscetibilidade à erosão
46°50'
Baixa suscetibilidade à erosão
46°45'
Muito Baixa suscetibilidade à erosão
Figura 2.9-1 – Mapa de erosão do Estado de São Paulo, na escala 1:1.000.000. Fonte: IPT/DAEE (1997).
26
46°40'
Download