Aprendendo Ga ta João Tiago Foá Binsztajn Pág. Introdução Tudo começou em Presidente Altino, local onde dizem que eu e meu irmão fomos concebidos. Minha vida começa a partir daqui, apesar de não ter a mínima consciência de que um dia estaria num mundo onde exista a Midialogia. Estudei no FITO (Fundação Instituto Tecnológico de Osasco) e logo após me transferi ao Colégio 8 de Maio (situado em Itapecerica da Serra). Por motivos educacionais, me transferi à Escola da Vila. Local onde estudei da 7ª ao 3º colegial. Após 5 anos me integrei aos alunos que fizeram Vestibular para depois ingressar em uma Universidade pública.. A Midialogia se tornou minha vida. Hoje, acordo e me alimento de comunicação. Tudo começou quando meu irmão me informou sobre o novo curso a ser ministrado na Unicamp (Midialogia), curso, segundo ele, tudo a ver comigo. Meu pai, na época, trabalhava na Tve Jundiaí, local de trabalho que conheci e me entusiasmei. A partir de então, comecei a pensar em Comunicação, prestei vestibular e por uma simples ironia do destino, passei e hoje faço a mesma Universidade com a qual sonhei desde que meu irmão me deu a notícia da inauguração da mesma. Cheguei a pensar em prestar Engenharia, porém desisti a tempo de prestar comunicação. Hoje estou cursando o segundo ano de Midialogia (Comunicação Social) na Universidade de Campinas, local onde estarei até o ano de 2009. É através de uma matéria desse curso que venho escrever esse artigo. Essa disciplina, “Educação e Tecnologia”, nos lançou um desafio: planejar e desenvolver um processo de aprendizado por meio das TICs. E é através desse projeto que pretendo aprender a tocar gaita, ou melhor, aprender a tocar a música “Yesterday”, dos Beatles. Minha curiosidade pelo instrumento se deu, de início, vendo meu pai tocando. Ele tem alguns conhecimentos do instrumento e, o fato de já ter o instrumento em casa, facilita meu processo de aprendizagem. De acordo com o observado sobre meu modo de aprender, geralmente inicio com uma certa curiosidade para dar início a qualquer tipo de aprendizagem que me venha a causar admiração. Em seguida procuro praticar e seguir passos teóricos para aperfeiçoar a minha prática. Não foi só a influência de meu pai que me fez optar pela gaita. Muitas das músicas que costumo ouvir são acompanhadas pelo instrumento e sempre admirei a beleza de seu som, que é ao mesmo tempo marcante e sutil. Considero um instrumento de muita personalidade e espero atingir com sucesso o objetivo desse projeto para que, assim, possa, posteriormente, me aprofundar e tocar muitas outras músicas de que gosto. Pág. Objetivo O Objetivo deste projeto é conseguir tocar a música “Asa Branca” na gaita. Objetivos específicos Tenho como objetivo inicial nesse projeto conhecer a gaita, procurar cifras desse instrumento para estar capacitado a tocar uma música, no caso “Asa Branca”. Documentarei minhas experiências e a prática de meu minhas preferências e métodos de aprendizagem. Pág. Metodologia Para o aprendizado, utilizei como material de apoio, basicamente, exemplos de internet sobre o funcionamento do instrumento, livros que tratam do assunto, retirar cifras da internet (um bom exemplo de site é www.cifraclub.com.br – possui uma boa gama de cifras para muitos instrumentos – fig.1). Procurei também alguns vídeos de bandas que tem como parte dos instrumentos, a gaita. Procurei também comunidades no orkut que estejam relacionados à gaita. Com as possíveis dificuldades encontradas, pretendo recorrer ao meu pai (que já tem contato com esse instrumento, e apesar de não saber teoria musical, consegue “tocar de ouvido”). A minha aprendizagem se baseou, basicamente, no que tenho constatado Fig. 1 – cifraclub (site de cifras) sobre a minha própria aprendizagem: Sempre tendo a começar testando, acertando e errando o que será aprendido, com o intuito de ter um breve contato com aquilo que pretendo fazer (meios práticos). Depois disso, pretendo me basear em algo teórico (o que geralmente faço quando não consigo realizar com êxito aquilo que pretendo). Posteriormente, busquei contatos com pessoas que já tinham certa afinidade com o instrumento (sempre faço isso para me aperfeiçoar no que faço, buscando cursos ou mesmo pessoas que estejam em estágios de aprendizagem mais avançados do que eu). Como documentação, gravei algumas tentativas de tocar a música, assim podia ter uma noção da minha evolução durante o período de aprendizagem. Pág. Resultados Depois de definido o projeto, dei início à fase de pesquisa. Encontrei sites relacionados à gaita em comunidades do orkut. Nessas comunidades (fig.2), encontram-se facilmente tablaturas, vendas de gaitas, etc. Os integrantes da comunidade costumam tirar dúvidas, indicando sites que falam sobre o assunto. Através do Google, encontrei Fig.2 – comunidade do orkut diversos sites que ensinam a “Poesia de gaita” tocar gaita. Tive que selecionar, dentre eles, aqueles que eu achava que mais me ajudariam, ou seja, aqueles que tinham explicações de fácil entendimento. Procurei por livros também, mas achei que esses não me serviriam para esse projeto. Os que pude folhear, tinham uma base teórica muito grande, incompatível com o tempo que tenho para desenvolver esse projeto, que consiste em pouco mais de dois meses. Assim, a base de minha pesquisa ficou sendo, principalmente, a internet. Nessa primeira fase, encontrei um grande obstáculo: não achei na internet a cifra da música escolhida, “Yesterday”. Sendo assim, todo meu projeto teve que ser repensado. Uma das opções era a “Hotel California”, opção essa que foi descartada quando tentei iniciar minha aprendizagem: achei a música complexa para uma primeira tentativa. Decidi, então, pela música “Asa Branca”. Essa escolha foi feita devido ao fato de gostar muito da música e de já saber tocá-la no violão, o que, segundo o que acreditava, facilitaria o processo de meu aprendizado, o que realmente aconteceu. A música: Asa Branca (Luiz Gonzaga) 4 -4 5 6 6 5 -5 -5 -5 4 -4 5 6 6 - 5 5 5 5 4 4 -4 5 6 6 -5 5 4 -5 -5 5 5 -4 -4 5 5 -4 -4 4 4 4 -4 4 -7 6 -6 -5 6 5 -5 -4 5 4 -4 4 -3 4 4 -7 6 -6 -5 6 5 4 Pág. Resolvida a música, minha primeira dificuldade geral foi entender a cifra. Pra um leigo como eu, esses números e sinais não diziam nada. Tive que pesquisar isso também. Aprendi no site “cifraclub” que os números indicavam as casas, que deviam ser assopradas ou aspiradas, dependendo do sinal que os acompanham (o sinal negativo significa que deve aspirar, o positivo é para soprar). Achava que estava na hora de praticar. Já considerava sólida a carga teórica que havia conseguido na internet. Fui em busca do meu primeiro contato com o instrumento (fig.3) Outra grande dificuldade foi a de conseguir apenas uma nota só (quando você assopra o instrumento, saem mais de uma nota, para resolver essa dificuldade, descobri que a língua tem um importante papel, direcionando o sopro e tapando o restante dos buracos – Fig.3 – Primeiro contato descobri isso sozinho). Após um bom com o instrumento tempo de prática, consegui, finalmente, as tão desejadas notas isoladas. Minhas primeiras tentativas foram um verdadeiro fiasco. Por já conhecer a música, tentava seguir as notas de acordo com o ritmo que tinha na cabeça. O resultado disso foi um monte de barulhos indecifráveis e altamente irritantes. Pensei, então, em mudar o método: esquecer, por enquanto, o ritmo e me concentrar apenas nas notas. Só depois que conseguisse tocar razoavelmente todas as notas, é que tentaria colocar algum ritmo. Essa mudança de planos foi essencial para que o meu aprendizado começasse a tomar um caminho. De início foi difícil, pelo fato de achar que nunca conseguiria fazer com que aquele monte de nota sem sentido virasse a música que eu gostaria de aprender. Mas, por fim, pude perceber que foi o melhor a fazer: aos poucos fui pegando a prática da seqüência de notas e, com isso, tocando mais rápido e com mais facilidade. Continuei treinando e pedindo conselhos a amigos. Pedia para que tentassem adivinhar que música era, mas quase nunca acertavam. Depois de muito tempo de prática (fig.4), alguns já conseguiam decifrar e até acompanhar cantando a letra. Nessa fase, minha motivação para treinar era ainda maior, porque sabia que só o treino me daria a habilidade necessária para tocar a música perfeitamente. Muitos e muitos dias de treinos Fig.4 – tempos de prática depois, já achava que estava me saindo razoavelmente bem, o que não queria dizer que meu aprendizado tinha acabado. Tinha outro obstáculo pela frente: além de tocar a música habilmente e de forma que fosse identificada, tinha que abandonar a cifra e tocá-la Pág. “de cor”. Nas primeiras tentativas, tentei tocar a música inteira sem olhar para a cifra. Foi então que percebi que isso não adiantaria. Deveria usar o mesmo método que usei na fase inicial do processo, ou seja, aos poucos. Com a cifra no meu campo de visão, tocava “de cor” a seqüência que já tinha memorizado, e olhava a cifra quando não tinha certeza das próximas notas. Esse foi mais um processo longo e difícil, mas como já percebia minha evolução, não desanimei e continuei treinando. A fase final do processo foi quando já consegui tocar a música sem olhar a cifra. Continuei treinando para que as seqüências de notas fossem memorizadas perfeitamente e para que essa seqüência estivesse de perfeito acordo com o ritmo da música. Mais alguns dias de treino se passaram, até que dei por concluído minha aprendizagem da música “Asa Branca”. Conclusão Consegui atingir meu objetivo nesse projeto. Hoje sou capaz de tocar a música a que me propus. Mas isso não quer dizer que dou por concluído meu aprendizado do instrumento. Sabendo agora das noções básicas da gaita, e vendo que posso aprender muita coisa na internet, vou continuar aperfeiçoando minhas técnicas até que possa tocar, senão todas, mas muitas das músicas de que gosto. Além de dar o “pontapé inicial” para o aprendizado de um instrumento que sempre admirei, esse projeto foi muito útil para mim no que diz respeito a me ensinar como assimilo e processo melhor as informações que recebo. No processo de pesquisa, pude perceber que a internet pode ser uma grande aliada em qualquer processo de aprendizado. Toco um pouco de violão e sempre quis aprender mais. Pude perceber que, através da internet, posso dar continuidade ao meu aprendizado de violão também. Vejo, assim, que esse projeto me deu uma grande visão de futuro: posso aperfeiçoar meus conhecimentos da gaita e tenho a bagagem necessária para aprender qualquer outra coisa que queira através da tecnologia, seja no mundo acadêmico ou em qualquer outra situação da vida. Descobri maneiras e atitudes que devo levar à minha vida sobre minha forma de aprendizagem. Sei como devo basear minha aprendizagem para conseguir, com maior êxito, o objetivo vislumbrado. Tenho facilidades em aprender assuntos práticos na base do “errando e aprendendo”, sempre praticando anteriormente à fase teórica (para criar maior contato com o que venha a ser aprendido) para, assim, ter base para o aperfeiçoamento técnico. Pág. Bibliografia VALENTE, José Armando. Concepções de aprendizagem. Valente, J.A. (2004). Educação em uma comunidade saudável: criando oportunidades de aprendizagem para a vida. Em J.P.S. Martins & H.A. Rangel (org) Campinas no rumo das saudáveis (pp. (209-218). Campinas, SP: IPÊS Editorial. Valente, J.A. (2003). O papel do computador no processo ensinoaprendizagem. Boletim o Salto para o Futuro. TV escola. Brasília: Secretaria de Educação a Distância – SEED. Ministério da Educação. CifraClub <www.cifraclub.com.br > Acesso em 25 out.2006 Orkut – Poesia de gaita <www.orkut.com.br > Acesso em 30 out.2006 Pág.