VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG A GÊNESE, O REGIME E A DISTRIBUIÇÃO DAS CHUVAS NA UNIDADE DE PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO IVINHEMA (MS) NO PERÍODO DE 19802010: OS PRIMEIROS RESULTADOS DA PESQUISA MAISA COFANI AMADOR1 CHARLEI APARECIDO DA SILVA² RESUMO: O presente estudo visa analisar a gênese, o ritmo e a distribuição têmporoespacial das chuvas na Unidade de Planejamento e Gerenciamento Ivinhema, localizada no Mato Grosso do Sul, tendo como base de analise o período de 1980 a 2010. A área de pesquisa possui um padrão climático subtropical úmido, com índices pluviométricos anuais entre 1.500 e 1.700mm, podendo chegar até 2.000mm em certos anos, sendo uma área de grande importância socioeconômica para o Estado. O regime pluviométrico da região centrosul do Estado de Mato Grosso do Sul é muito bem marcado, sabe-se da importância das passagens frontais para ocorrência de chuva, assim como o controle exercido pelas mTa (Massa Tropical Atlântica) e a mTc (Massa Tropical Continental) na ocorrência de chuvas convectivas, mas ainda não se tem clareza da distribuição espacial da chuva e os mecanismos genético, principalmente aqueles que atuam na escala sazonal. Palavras-chave: Climatologia Geográfica, Regime das chuvas; Unidade de Planejamento e Gerenciamento Ivinhema. ABSTRACT: This study aims to analyze the genesis, the rate and temporo-spatial distribution of rainfall in Unit Planning and Ivinhema Management, located in Mato Grosso do Sul, based on analysis of the period from 1980 to 2010. The survey area has a humid subtropical weather pattern, with annual rainfall between 1,500 and 1,700mm, can reach up to 2,000 mm in some years, with an area of great socio-economic importance to the state. The rainfall of the south-central region of Mato Grosso do Sul is well marked, it is known the importance of frontal passages for the occurrence of rain, as well as the control exercised by the MTA (Mass Tropical Atlantic) and Tc (Massa tropical Continental) in the occurrence of convective rainfall, but not yet fully cleared the spatial distribution of rain and genetic mechanisms, especially those who work in seasonal scale. Key words: Climatology Geographic, Board of rains; Unit Planning and Management. Ivinhema. 1 – Introdução, a gênese das chuvas A compreensão da gênese das chuvas é essencial para o entendimento do regime, da variabilidade e de seu comportamento têmporo-espacial. As chuvas assim são classificadas em orográficas, convectivas e frontais. De maneira geral a orografia pouco 1 - Acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Grande Dourados. E-mail de contato: [email protected] 2 - Docente do Programa de Pós-Graduação em Geografia - PPGG da Universidade Federal da Grande Dourados. E-mail de contato: [email protected] 1761 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG contribui para a ocorrência de chuvas no Estado do Mato Grosso do Sul, isso em função das características do relevo, essas são em sua grande maioria convectiva ou frontal. O processo de formação de chuvas convectivas ocorre por meio do movimento do ar quente que se eleva e condensa, ocorrendo principalmente devido à diferença de temperatura nas camadas próximas da atmosfera terrestre, vide a figura 1: Figura 1: Processo de formação de chuvas convectivas. Fonte: http://www.infoescola.com/meteorologia/tipos-de-chuvas/ Acesso: agosto de 2015. Além disso, as chuvas convectivas têm como característica marcante ser de curta duração e alta intensidade, abrangendo grandes áreas. As chuvas frontais, por sua vez, ocorrem quando há o encontro de duas massas de ar com características diferentes (massa de ar quente e massa de ar fria), onde o jato de ar frio é mais denso e por isso consegue empurrar o ar quente, que é menos denso, gerando um centro de baixa pressão; assim os ventos passam a se convergir ocasionando uma circulação ciclônica, conforme a figura 2: Figura 02: Elementos da formação de um sistema frontal. Fonte: http://www.master.iag.usp.br/ensino/Sinotica/AULA09/ciclone.JPGAcesso: setembro de 2014 As chuvas ocasionadas por sistemas frontais se caracterizam por serem contínuas, com intensidade baixa a moderada e por abranger uma grande área. 1762 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG Dessa forma, Zavatini (1992), ressalta que o Estado de Mato Grosso do Sul se localiza em uma área de confluência entre os principais sistemas atmosféricos da América do Sul, com áreas de regime pluviométrico do tipo “Brasil Central” e “Brasil Meridional”, o que justifica a importância da realização de estudos sobre a distribuição das chuvas, pois os mesmos evidenciam seu mosaico climático. No caso específico da área da pesquisa a UPG Ivinhema essa condição demonstra-se de forma evidente, a área demarca a faixa transacional climática do Estado. 2 – Características da área de pesquisa: a Unidade de Planejamento e Gerenciamento Ivinhema – UPG Ivinhema A escolha do recorte espacial da Unidade de Planejamento e Gerenciamento Ivinhema (UPG-Ivinhema) como área de pesquisa, motiva-se pelo fato da mesma ser uma região de grande importância socioeconômica do Estado do Mato Grosso do Sul, abarcando uma área correspondente a 12,5 % do território sul mato-grossense, onde estão inseridos total ou parcialmente 25 municípios, ultrapassando 500 mil habitantes (SILVA 2010). Vide a figura 03: Figura 03: Localização dos municípios UPG-Ivinhema (MS) Fonte: SOARES (2013) Não obstante a Unidade de Planejamento e Gerenciamento Ivinhema, possui características interessantes quanto à organização de seu geossistema, uma vez que essas 1763 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG características se associam aos aspectos geológicos, pedológicos e geomorfológicos da margem direita do Rio Paraná o que lhe dá uma peculiaridade quando comparada com outros setores do Mato Grosso do Sul. Outro fator importante foi à criação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Ivinhema, visando um melhor gerenciamento dos recursos hídricos, atendendo as determinações da Lei nº 2.406 de 26 de janeiro de 2002, que institui a Política Estadual dos Recursos Hídricos e a criação do Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos. (SOUZA, 2012). Sob o ponto de vista climático a área está situada em uma faixa de limite zonal, equilibrando a atuação de fluxos extratropicais e intertropicais, com forte influência das massas de ar tropical atlântica e polar atlântica, dando-lhe característica de padrão-climático subtropical úmido, com índices pluviométricos anuais entre 1.500 e 1.700 mm, e, em certos anos podendo chegar até 2.000 mm. Outra característica importante da área de pesquisa é o seu regime pluvial, pois o mesmo é muito bem marcado, sabe-se da importância das passagens frontais para ocorrência de chuva, assim como o controle exercido pela mTa (Massa Tropical Atlântica) e a mTc (Massa Tropical Continental) na ocorrência de chuvas convectivas. Zavattini (1992 e 2009) aponta que a área também se encontra sobre influência de sistemas polares e frontais durante todo o ano, o que se constitui como elemento marcante da dinâmica atmosférica. Essa condição, principalmente no inverno, faz com que haja queda circunstancial da temperatura quando comparada aos períodos de verão e primavera. Segundo Amador (2014), na Unidade de Planejamento e Gerenciamento Ivinhema (UPG-Ivinhema) no ano de 2012, no que tange a ocorrência das chuvas, os sistemas frontais exerceram maior influência no inverno, sendo responsável por 85,16% do total precipitado, seguido pelo outono, 36,13%. Cabe frisar que tais resultados são decorrentes das passagens de sistemas frontais estarem associadas à dinâmica climática regional da área de pesquisa, vide a tabela 01: Tabela 01: Análise sazonal da passagem de sistemas frontais na UPG-Ivinhema em 2012. Estação do ano Total de Dias Dias com Chuvas Verão Outono 91 dias 91 dias 37 dias 31 dias Inverno Primavera 92 dias 92 dias 11 dias 26 dias Dias com Chuvas de Sistema Frontal 1 dia 8 dias Total de Chuvas (mm) 387,6 mm 487,6 mm 5 dias 67,4 mm 1 dia 350,2 mm Fonte: AMADOR (2014). Organização: AMADOR (2015). Total de Chuvas de Sistemas Frontal (mm) 61,2 mm 176,2 mm Percentual de Passagens de Sistema Frontal 15,78 % 36,13 % 57,4 mm 19,4 mm 85,16 % 5,53 % 1764 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG Além disso, Amador (2014) destaca que as estações do ano que sofrem menor influência de sistemas frontais na UPG-Ivinhema são o verão (5,53%) e a primavera (15,78%), entretanto conforme a tabela 01 é possível constatar que em todas as estações do ano houve passagem de sistemas frontais, sendo uma característica marcante da dinâmica climática da área de pesquisa, condição já comprovada por ZAVATTINI 1992 e 2009 – vide figura 04. Figura 04: Unidades climáticas do Mato Grosso do Sul, segundo Zavattini (2009) Fonte: SOUZA (2013). Deste modo, é importante frisar que se optou em estudar o período de 1980 a 2010 pelo fato do mesmo corresponder a grandes mudanças na UPG-Ivinhema, principalmente no que se refere ao uso e ocupação das terras. Essa região tem apresentado nos últimos anos uma grande dinâmica territorial, decorrente de diversas transformações sócio espacial e da inserção de novas formas produtivas, em especial, aquelas ligadas ao setor sucroenergético, sendo considerada uma região agroindustrial pelos órgãos oficiais, entre eles o IBGE. 3 – Aspectos da metodologia da pesquisa: uma primeira aproximação O presente estudo se desenvolve em nível de mestrado e tem como objetivo averiguar os estudos realizados em bacias hidrográficas cuja temática central foi o elemento 1765 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG chuva, e, concomitantemente especializar as chuvas que ocorrem na UPG-Ivinhema. A compreensão do regime e da gênese dessas chuvas é um ponto norteador e central. Para que o estudo possa ser realizado tem se optado em realizar um levantamento das dissertações e teses produzidas nos programas de Pós Graduação da Geografia brasileira, isso a fim de averiguar os métodos e as técnicas utilizadas. O intuito principal é conhecer os métodos e as técnicas estatísticas utilizadas para o tratamento de dados pluviais. O trabalho realizado até a presente data indica que o tema, estudos sobre o regime e o comportamento das chuvas em bacias hidrográficas, na atualidade, não tem sido o foco das pesquisas, isso quando comparado a outros, como por exemplo, os estudos de clima urbano. Nessa primeira fase adotou-se como procedimento a consulta aos sites dos Programas de Pós-Graduação e as obras de ELY (2006) e ZAVATTINI (2004). A essas informações acrescentaram-se os dados do “Inventário de teses e dissertações defendidas nos Programas de Pós-Graduação em Geografia: a produção em climatologia geográfica de 1972 a 2014”, pesquisa realizada no âmbito do LGF (Laboratório de Geografia Física) da UFGD, e, também informações nos currículos lattes dos pesquisadores que orientam e pesquisam no campo da Climatologia Geográfica. Os resultados parciais estão presentes nas tabelas 02 e 03 apresentadas a seguir. Tabela 02: Dissertações de 1972 a 2015 com foco no estudo de chuvas em bacias hidrográficas Título da dissertação Ano IES Estado Importância da variação do ritmo pluviométrico para a produção 1976 USP SP canavieira na região de Piracicaba (SP). Estudo de variabilidade pluviométrica de Mossoró (RN) e região 1982 UNESP SP (contribuição ao estudo da organização climática de porção do espaço norte-riograndense). Critérios relacionados a compartimentação climática de bacias 1993 USP SP hidrográficas: a bacia do rio Ribeira de Iguape. Variabilidade da precipitação pluviométrica na bacia hidrográfica do Ivaí- 2003 UEM PR Paraná. Variabilidade das chuvas em Salvador e suas possíveis tendências 2010 UFBA BA espaços-temporais. Considerações sobre a Pluviosidade em Áreas de Encostas de Clima 2012 UERJ RJ Tropical no Estado do Rio de Janeiro e suas Interações com os Movimentos de Massa: O caso de sub-bacias do Alto do Rio São João. Distribuição espacial e variabilidade da precipitação pluviométrica na 2013 USP SP bacia do Piquiri/PR. Pluviosidade, impactos naturais, percepção humana e as inundações em 2013 UFMS MT Cáceres/MT- 1971 a 2010. Regime pluviométrico na bacia hidrográfica do rio Ivinhema (MS)- 2013 UFGD MS Período de 1977 a 2006. A geografia do clima da microrregião de Dourados (MS): regime e 2014 UFGD MS excepcionalidade pluviais no período de 1980 a 2012. Fontes: Ely (2006); Zavattini (2004); site dos PPG em Geografia; Plataforma Lattes Organização: AMADOR e SILVA (2016). 1766 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG Tabela 03: Teses de 1972 a 2015 com foco no estudo de chuvas em bacias hidrográficas Título da tese Ano IES Estado Contribuição à definição climática da bacia do Corumbataí e adjacências 1973 UNESP (SP), dando ênfase à caracterização dos tipos de tempo. A dinâmica atmosférica e a distribuição das chuvas no Mato Grosso do 1990 USP Sul. Espaço, tempo e escalas em climatologia. 1995 USP Regime e ritmo das chuvas na bacia do rio Piracicaba: variações e 2000 UNESP impactos. Modelagem em climatologia geográfica: um ensaio metodológico aplicado 2001 UNESP ao Oeste Paulista. Tendências e variabilidade do fenômeno pluvial na Região Metropolitana 2002 USP de São Paulo. Imbricações entre o ritmo climático, ritmo social, riscos e vulnerabilidades 2010 UFPR a deslizamentos de terra em Ubatuba-SP. Variabilidade climática e sua influência na produtividade da cultura da 2010 USP cana-de-açúcar (Saccharum spp) na região norte e noroeste do Paraná. Os climas do Rio Grande do Sul: variabilidade, tendências e tipologia. 2011 UFPR As chuvas na bacia hidrográfica do rio Paraná, Brasil: um estudo do ritmo 2013 UNESP climático e algumas considerações sobre a vazão hídrica. Fontes: Ely (2006); Zavattini (2004); site dos PPG em Geografia; Plataforma Lattes Organização: AMADOR e SILVA (2016) SP SP SP SP SP SP PR SP PR SP A realização desse levantamento de dissertações e teses é extremamente importante pelo fato de apresentar um panorama geral das pesquisas desenvolvidas na climatologia brasileira, tendo como propósito ser futuramente uma base nacional para preencher lacunas nos estudos de variabilidade pluvial e bacias hidrográficas no Brasil. Após a criação do banco de referências bibliográficas e aprofundamento teórico das obras referentes ao estudo, tem-se procurado criar um banco de dados pluviométrico da série histórica de 1980 a 2010, isso a partir da proposta de Zavattini e Boin (2013), tendo como base os dados meteorológicos do INMET, da Embrapa Centro Oeste e o estudo de Souza (2012), conforme é demonstrado na figura 04. 1767 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG Figura 05: Banco de dados de chuva dos municípios da bacia do rio Ivinhema e de seu entorno. Fonte: INMET, Embrapa Centro-Oeste, Souza (2012) Organização: AMADOR e SILVA (2016). A criação desse banco de dados de chuva no software Excel tem se demonstrado como essencial para se compreender o regime pluviométrico da UPG- Ivinhema, principalmente por permitir a realização do tratamento estatístico com rapidez e eficiência. Os dados pluviais foram coletados de 40 postos pluviométricos, entre eles, 22, correspondem à área da Unidade de Planejamento e Gerenciamento Ivinhema e 18 do entorno da área de pesquisa. Optou-se por coletar dados dos municípios que correspondem à área de estudo e de seu entorno para que haja uma maior cobertura espacial em detrimento de algumas falhas nos dados, como destacado na figura 4 em vermelho. As falhas foram preenchidas por meio de técnicas já consagradas em pesquisas de Climatologia Geográfica, cita-se a título de exemplo, ZAVATTINI (1990), SILVA (2001); MENARDI JUNIOR (2000); BOIN (2000). A fim de se compreender o regime das chuvas temporalmente os dados foram tabulados em escala mensal, sazonal e anual no software Excel conforme demonstrado na figura 4. Com isso efetuou-se a primeira fase do tratamento estatístico dos dados no qual se calculou a média e desvio padrão das chuvas nas escalas anual e sazonal. Importante frisar que se optou por não apresentar os resultados encontrados nesse momento haja vista o enfoque desse texto, cujo teor envolve basicamente demonstrar a estruturação teóricametodológica da pesquisa e seus resultados preliminares. 1768 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG Ao mesmo tempo para se compreender a distribuição das chuvas na UPG Ivinhema será utilizado o software Surfer e se fará uso da proposta de SILVA (2001). Os anos-padrão serão identificados a partir da técnica de Box Plot conforme indicado por GALVANI e LUCHIARI (2012); SCHNEIDER e SILVA (2014). O intuito é espacializar a ocorrência das chuvas na UPG Ivinhema nas escalas anual e sazonal, isso tomando como base os anospadrão, distribuídos em muito seco, seco, habitual, chuvoso e muito chuvoso. Para esses anos-padrão pretende-se fazer um estudo rítmico e com isso evidenciar-se a gênese das chuvas na UPG-Ivinhema. 4 – Os primeiros resultados Os estudos pluviométricos são de extrema importância para a compreensão da dinâmica climática de determinada região, pois segundo SILVA (2010) esse tipo de estudo demonstra a maneira em que as ações antrópicas têm influenciado principalmente em mudanças no comportamento pluviométrico e na temperatura. Os estudos que visam compreender o comportamento do ritmo climático são de extrema importância pelo fato de nos fornecer subsídios que levem ao entendimento da maneira em que essas mudanças têm influenciado nos sistemas naturais, sociais e políticos econômicos. É importante ressaltar também que especificamente no Mato Grosso do Sul os estudos relacionados aos regimes pluviais sob a ótica da Climatologia Geográfica são escassos e em algumas áreas do Estado são inexistentes. Além disso, esse levantamento de dissertações e teses ao qual o estudo se propõe é extremamente importante pela possibilidade de ser futuramente um referencial nacional para preencher lacunas nos estudos de climatologia relacionados a bacias hidrográficas e variabilidade pluvial, haja vista que ainda não há estudos que demonstrem um panorama geral dos estudos que estão sendo desenvolvidos sobre essa temática, pois até o momento há estudos que fazem esse panorama somente sobre análise rítmica como o estudo de Zavattini e Boin (2004) e Ely (2006) sobre clima urbano. Deste modo, este estudo pretende ser futuramente um alicerce para os estudos relacionados a bacias hidrográficas e variabilidade pluvial em nível nacional, e também uma referência para os estudos em âmbito regional pelo fato de permitir compreender a distribuição espacial e temporal das chuvas e a produção espacial inserida na Unidade de Planejamento e Gerenciamento Ivinhema, que por sua vez é uma região de grande importância socioeconômica para o Estado do Mato Grosso do Sul. 1769 VARIABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE CLIMÁTICA: Implicações Ecossistêmicas e Sociais de 25 a 29 de outubro de 2016 Goiânia (GO)/UFG 5 – Referências AMADOR, Maisa Cofani. A influência de sistemas frontais nas chuvas da bacia do rio Ivinhema no ano de 2012. 2014. 54f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) Geografia-Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados. AMADOR, Maisa Cofani.; SILVA, Charlei Aparecido. 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