3 1 INTRODUÇÃO O presente relatório, tem por finalidade analisar como a História da Antiguidade Oriental está sendo tratada nos livros didáticos do ensino fundamental e qual a importância desse estudo para o mundo atual. Os livros escolhidos para devida pesquisa, foram dois livros didáticos de História do 6º ano, o primeiro (BARBOSA, MOTOOKA, 2012) que foi disponibilizado pelo MEC para os anos 2014/2015/2016, e o segundo (MARTINS, 1997) sendo disponibilizado no ano 2000; e para comparação utilizamos o livro As primeiras civilizações (PINSKY, 2011). Escolhemos os livros do 6º ano do ensino fundamental, porque é onde temos o primeiro contato com a História da Antiguidade Oriental, o que veio a nos proporcionar fazer uma análise de como essa história vem sendo abordada nesse período da vida escolar. Com essa pesquisa podemos fazer uma comparação do que é passado no ensino fundamental com o que estamos estudando atualmente no curso de Ciências Humanas. Através desse estudo, podemos ver as grandes influências que a Antiguidade Oriental trouxe para o mundo atual. 4 2 PONTOS RELEVANTES SOBRE AS CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE ORIENTAL NOS LIVROS DIDÁTICOS DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL À princípio de análise, o livro didático pesquisado, inicia o capítulo fazendo um apanhado geral sobre as civilizações da antiguidade oriental, como podemos perceber no trecho seguinte: As primeiras civilizações desenvolveram-se no Crescente Fértil. Elas se caracterizam pela organização de um Estado fortemente influenciado pela religião, pela criação de sistemas escritos de registro e controle de informações e pela formação de uma sociedade complexa, marcada por desigualdades sociais e econômicas. (BARBOSA, MOTOOKA, 2012, p. 44) Achamos o livro didático Para Viver Juntos: História (BARBOSA, MOTOOKA, 2012) bastante relevante, pois, apresentou diversos aspectos das civilizações antigas, de forma fácil e de bom entendimento, até melhor do que o livro História: 5ª série (FERREIRA, J.R.M., 1997) que deixou de apresentar vários aspectos importantes como a própria civilização hebraica e algumas características das outras civilizações. 2.1 Mesopotâmia Na pesquisa sobre a civilização da Mesopotâmia, os principais aspectos que encontramos e que nos chamaram mais atenção, foram a questão do desfilar de reinos e reis, a escrita, o governo teocrático e a agricultura, que estão presentes nessa civilização. Os reinos representavam uma cidade, uma região, e os reis eram fundamentais nas civilizações da Mesopotâmia, pois eram chefes para as guerras, 5 que eram atividades muito úteis tanto para a iniciativa comercial, quanto para a obtenção de novas terras. A escrita servia como um meio de transmissão da cultura, e para registrar as colheitas, as trocas comerciais e o recebimento de impostos. Foi com os sumérios que surgiu a primeira escrita, que estava diretamente ligada às atividades dos sacerdotes na Mesopotâmia. O governo, era estabelecido pelo monarca, ele quem estabelecia o poder em nome de um deus e o povo obedecia suas regências. A escolha desse aspecto levemos em consideração a organização do monarca e a constituição de cidadesestados. As primeiras grandes cidades só foram constituídas graças à construção de grandes canais de irrigação. A importância das irrigações foi que impulsionaram o desenvolvimento das grandes cidades, elas se desenvolveram às margens dos rios Tigres e Eufrates. Apesar da aridez da região, a agricultura era a principal atividade econômica na Mesopotâmia, dessa forma, era preciso registrar as colheitas, as trocas comerciais e o recebimento dos impostos, assim, o que podemos perceber foi que a agricultura teve grande influência também na criação da escrita. 2.2 Egito Sobre o Egito, o que selecionamos por aspectos principais foram a forte organização de trabalho, o poder do faraó, a religião, a técnica da mumificação e a exuberância da arte egípcia. Trabalho e organização foram características principais da civilização egípcia, o homem atuava modificando e domando a natureza. No Egito, praticamente não havia possibilidade de ascensão social, as profissões determinavam a posição social do indivíduo, e os filhos seguiam as profissões de seus pais. 6 A metade da população eram formadas por camponeses, que cultivavam trigos e eram obrigados a pagar imposto altos ao faraó. Analisamos também a importância dos mesmo nos trabalhos públicos e nas épocas de cheias. O faraó era considerado um deus e vivia em palácios, rodeado por sacerdotes nobres e escribas que auxiliavam no governo. Os primeiros faraós eram senhores das duas terras, do delta e do vale, diferença reconhecida e por todos respeitadas. O faraó em público era o deus vivo, objeto de culto e adoração, era também chefe militar, senhor dos exércitos. Os egípcios também eram politeístas, seus deuses podiam ser representados com humana, de animais ou com um misto das duas. Eram considerados imortais e possuíam poderes para proteger ou prejudicar os seres humanos. Em torno dos templos, os egípcios faziam oferendas aos deuses para agradá-los. Achamos importante ressaltar que somente o faraó e os sacerdotes podiam participar dos cultos no interior dos templos. Cada grande cidade egípcia possuía um templo considerado a morada de um Deus especifico. A religião tinha grande importância para os egípcios, que acreditavam que o corpo e a alma podiam reencontrar-se após a morte para uma outra vida. Para os antigos egípcios, era necessário conservar o corpo do morto para que sua alma pudesse reencontrar com ele logo após ter sido julgado. Por isso desenvolveram a mumificação. A importância de destacar esse tópico foi a sepultura de joias, comidas e amuletos, pois, acreditavam que o morto voltaria a comer e a usar seus pertences, por isso qualquer dano ao coração e ao corpo do morto era considerado uma maldição que condenaria a morte. A arte era muito voltada à religião e para a vida após a morte, os aspectos que podemos destacar são as pinturas, a joalheria, as esculturas e a arquitetura que são bastante demonstradas nos livros didáticos. Os templos dedicados aos deuses e aos túmulos de faraós são marcas destas civilizações que permanece até os dias de hoje. No livro analisado (MOTOOKA, BARBOSA, 2012), encontramos trechos relacionado a pedra de roseta, que foi a primeira escrita egípcia decifrada no século XIX, a pedra foi encontrada em uma localidade do delta, nessa pedra foi encontrada três escritas: a hieroglífica, a demótica (escrita egípcia exemplificada) e a grega. 7 2.3 Hebreus Em relação à civilização hebraica, encontramos como principais aspectos: a questão dos hebreus terem vivido como seminômades; o monoteísmo ético e o grandioso templo de Salomão. Os hebreus eram um povo de pastores que viviam organizados em tribos na região de Ur, tinham ausência de propriedade particular e de bens de produção. Os hebreus não possuíam uma unificação política, e conseguiram sua unificação através da religião e dos escritos bíblicos. O monoteísmo ético se desenvolveu entre os hebreus e foi o ponto de partida para as mais importantes religiões ocidentais, ou seja, o monoteísmo ético foi de grande importância para as religiões atuais como o judaísmo, cristianismo e o islamismo. O templo de Salomão era o principal local de culto hebreu, o templo abrigava a arca da aliança onde estariam guardadas as tabuas das leis. O templo de Salomão foi destruído durante a invasão babilônica, no século VI a.C., dele restaram apenas descrições bíblicas no livro de Reis. Depois de libertos do cativeiro na babilônia, os hebreus reconstruíram o templo de Jerusalém no ano 70, o templo foi novamente destruído, dessa vez pelos romanos. O muro das lamentações é o que resta do templo considerado sagrados pelos judeus, que atrai peregrinos do mundo inteiro. Destacamos o templo de Salomão por ser um dos principais aspectos do povo hebreu. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse relatório foi de suma importância para obtermos significativos conhecimentos a respeito das civilizações antigas orientais, visando suas principais características e aspectos. 8 O estudo da História da Antiguidade Oriental é bastante interessante, pois, nos revela que muita coisa que acontece no mundo ocidental é oriunda da história do mundo oriental, como as religiões (judaísmo, cristianismo, islamismo), as desigualdades sociais e econômicas, entre outros. Analisando os livros do ensino fundamental, podemos perceber que tem um contexto relevante e uma linguagem mais facilitada que os livros científicos, porém, ao observarmos no livro Para Viver Juntos: História (BARBOSA, MOTOOKA, 2012), notamos que ao relatar a história do código de Hamurábi, o livro retrata que Hamurábi foi o criador do código, sendo que nos livros científicos é relatado que ele é apenas o sistematizador do código, já no livro História: 5ª série, não há nenhum relato sobre o código de Hamurábi. Os livros trazem uma abordagem mais didática, utilizando várias imagens das civilizações orientais e com um contexto mais sintético, possibilitando uma maior compreensão ao público-alvo. 9 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, S. M.; MOTOOKA, D. Y. Sociedades do Antigo Oriente. In: ____________ Para viver juntos: história, 6º ano: ensino fundamental. 3. ed. São Paulo: Edições SM, 2012. Cap. 2, p. 44-74. FERREIRA, J.R.M. Civilizações e impérios: o Egito. In: ____________ História: 5ª série. Ed. Reform. São Paulo: FTD, 1997. Cap. 12, p. 84-87. PINSKY, Jaime. Mesopotâmia. In: _____________ As primeiras civilizações. 25. ed. São Paulo: Contexto, 2011. Cap. 5, p. 69-85. _____________. A civilização do Nilo. In: _____________ As primeiras civilizações. 25. ed. São Paulo: Contexto, 2011. Cap. 6, p.64-87. _____________. Os hebreus. In: ______________ As primeiras civilizações. 25. ed. São Paulo: Contexto, 2011. Cap. 7, p. 105-118.