anais do congresso

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Anais do IV CONGRESSO CEARENSE DE INFECTOLOGIA e XII JORNADA CIENTÍFICA DO HOSPITAL SÃO JOSÉ 01 a 03 de Dezembro de 2016. Centro Universitário Christus ‐ Campus Parque Ecológico Fortaleza ‐ Ceará ‐ Brasil Entidades Promotoras: SCI ‐ Sociedade Cearense de Infectologia Biênio 2016/2018 ‐ Posse 18/03/2016 Presidente: Érico Antônio Gomes de Arruda Vice‐Presidente: Jorge Luiz Nobre Rodrigues Primeira‐secretária: Mariana Mota Moura Fé Segundo‐tesoureiro: Antônio Afonso Bezerra Lima Primeira‐tesoureira: Melissa Soares Medeiros Segunda‐tesoureira: Gláucia Maria Lima Ferreira Hospital São José de Doenças Infecciosas ‐ Governo do Estado do Ceará Diretor Geral: Tânia Mara Silva Coelho Diretora Técnica: Marly Beserra de Castro Siqueira Diretora Administrativa: Fátima Maria Monteiro Maia de Carvalho Comissão Científica: Érico Antônio Gomes de Arruda Jorge Luiz Nobre Rodrigues Mariana Mota Moura Fé Antônio Afonso Bezerra Lima Melissa Soares Medeiros Gláucia Maria Lima Ferreira Mensagem do Presidente Caros colegas, A Sociedade Cearense de Infectologia (SCI) tem o enorme prazer de convidá‐los a participar do IV Congresso Cearense de Infectologia e XII Jornada Científica do Hospital São José, que serão realizados entre os dias 01 a 03 de dezembro de 2016, na UNICHRISTUS – Campus Parque Ecológico, Fortaleza – CE. Nosso maior objetivo é possibilitar a atualização científica nos temas mais diversificados da infectologia, contando com a participação de renomados palestrantes. As temáticas abordadas em nosso programa buscam focar nas doenças mais prevalentes, como HIV/aids, hepatites virais, antimicrobianos, doenças tropicais e imunizações. Ressaltamos que doenças atualmente em evidência, como a Febre Chikungunya, infecção pelo Zika Vírus e Dengue, terão destaque na programação. Sabemos que as doenças infecciosas fazem parte do cotidiano de todos os profissionais e estudantes da área de saúde. Convocamos todos a participar diretamente deste evento e os estimulamos a enviar seus trabalhos científicos para que possam ser apreciados e divulgados em nossa região. Venha participar conosco! Visite o nosso site: www.sci.org.br. ÍNDICE DE TRABALHOS POR SESSÃO TEMÁTICA TEMAS LIVRES ORAIS ANTIMICROBIANOS/RESISTÊNCIA ................................ O‐009; O‐010; O‐012 DOENÇAS TROPICAIS .................................................... O‐028; O‐020; O‐026 HIV/AIDS ........................................................................ O‐001; O‐002; O‐003; O‐004; O‐005; O‐006; O‐018; O‐014; O‐015; O‐016; O‐017 IMUNIZAÇÕES .............................................................. O‐024 INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE ..... O‐013 INFECÇÕES BACTERIANAS/MICOBACTERIANAS .......... O‐008; O‐011; O‐021; O‐023; O‐025 INFECÇÕES FÚNGICAS .................................................. O‐027 INFECÇÕES VIRAIS ........................................................ O‐007; O‐022 MISCELÂNEA ................................................................ O‐019 E‐PÔSTERES ANTIMICROBIANOS/RESISTÊNCIA ................................ P‐036; P‐039; P‐037; P‐038; P‐040 DOENÇAS TROPICAIS .................................................... P‐001; P‐002; P‐003; P‐004; P‐005; P‐007; P‐008; P‐009; P‐010; P‐011; P‐013; P‐014; P‐015; P‐016; P‐017; P‐018 HEPATITES VIRAIS ......................................................... P‐020; P‐021; P‐022 HIV/AIDS ....................................................................... P‐012; P‐042; P‐043; P‐025; P‐029; P‐026; P‐027; P‐028 IMUNIZAÇÕES .............................................................. P‐031; P‐032 INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE .... P‐052; P‐055; P‐056; P‐057; P‐060 INFECÇÕES BACTERIANAS/MICOBACTERIANAS .......... P‐049; P‐046; P‐047; P‐048; P‐044; P‐030; P‐041; P‐065; P‐058; P‐061; P‐062; P‐063; P‐064; P‐066; P‐067 INFECÇÕES EM IMUNOSUPRIMIDOS NÃO‐AIDS .......... P‐023; P‐054 INFECÇÕES VIRAIS ........................................................ P‐033; P‐034; P‐035; P‐045; P‐006 MISCELÂNEA ................................................................ P‐019; P‐024; P‐050; P‐051; P‐059; P‐053 MELHORES TRABALHOS ‐ 1º LUGAR ‐ TEMA LIVRE ORAL O ‐ 013 Infecção relacionada à assistência à saúde ANÁLISE PROTEÔMICA DE PLASMA DE PACIENTES COM INFECÇÃO PULMONAR ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA Autores: Lucianna Auxi Teixeira Josino da Costa* (Hospital Geral de Fortaleza), SEmiramis Silva Santos (Instituto do Câncer do Ceará), Ana Cristina de Oliveira Monteiro Moreira (Unifor), Marina Duare Pinto Lobo (Unifor), Renato de Azevedo Moreira (Unifor) e Frederico Bruno Mendes Batista Moreno (Unifor). *Apresentador(a) Resumo: Introdução:Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) possui altas morbidade e mortalidade. Biomarcadores podem aumentar a acurácia diagnóstica e/ou auxiliar a escolha terapêutica.Proteína C Reativa, Procalcitonina e s‐TREM são bastante estudados porém suas sensibildiade e especificidade ainda são questionadas.O uso de Espectrometria de massas na infectologia já está bem demarcado com a identificação precoce de bactérias,porém na identificação de protéinas que sinlaizem infecção os estudos ainda são incipientes.Materiais e Métodos: Foram analisados por Espectrometria de Massas, 5 pools de proteínas dos plasmas de 50 pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Fortaleza com o diagnóstico clínico de Infecção Pulmonar associada à ventilação mecânica e um grupo controle foram avaliados por Espectrometria de Massas por ElectronSpray Ionization (ESI‐TOF)e tiveram seus plasmas depletados por Cromatografia.Cinco Pools foram separados segundo resultado de Aspirado Traqueal em: Pool 1‐Gram‐negativo, Pool 2‐Fungos,Pool 3‐Sem crescimento, Pool 4‐Não realizados e Pool 5‐Controles.Resultados e Discussão: Dentre centenas de proteínas expressas, cinco proteínas se destacaram no grupo dos doentes com infecção e seis estavam presentes tanto no grupo dos doentes quanto no grupo dos sadios. Imunoglobulina Kappa, Amilóide Sérica A1/A2, PCR e Cofator de Heparina 2 estavam expressas no grupo dos gram‐negativos", PCR não foi vista no grupo dos "sem crescimento" uma vez que esta se correlaciona com a carga bacteriana.Cofator de Heparina 2 não estava presente no grupo dos "fungos",pois são relacionados com infecção por gram‐negativos (Pseudomonas sp. e E. coli).Das outras proteínas,seis restantes, quatro estavam upregulated e duas estavam downregulated no grupo dos pacientes em relação aos sadios.Complemento C9, Alfa 1 Glicoproteína Ácida, Alfa 1 Antiquimiotripsina e Glicoprotéina rica em alfa 2 Leucina estavam em quantidades aumentadas no plasma dos doentes (pool 1 a 4) denotando uma ativação de sistema imune inato e adaptativo. A protéina rica em leucina teve uma razão maior no grupo dos fungos sinalizando uma provável invasão tecidual pois esta protéina é encontrada na diferenciação de granulócitos e em enzimas de Candida.As duas protéinas downregulated, Apolipoprotéina AII e Alfa 2HS Glicoprotéina foram identificadas como protéinas de "fase negativa" contrastanto com as outras. Nos pacientes com fungos isolados no aspirado, não foi encontrado Alfa 2HS. Esses marcadores são encontrados em estados precoce de sepse (até 48h como foi feito esse estudo) e evitam que o estado infeccioso se propague indefinidamente.Conclusão:Um perfil proteômico plasmático em pacientes infectados foi encontrado neste estudo que desenha bem a relação entre microrganismo‐
hospedeiro e ainda,o proteoma entre provável infecção fúngica foi distinto da confirmada infecção bacteriana,o que em um futuro poderá auxiliar não só no tempo mas no tipo de droga" Palavras‐chave: ESI‐TOF, PAV, Infecção Pulmonar, Infecção Fúngica,Análise proteômica, Ventilação mecânica. MELHORES TRABALHOS ‐ 2º LUGAR ‐ TEMA LIVRE ORAL O ‐ 028 Doenças tropicais ASSOCIAÇÃO ENTRE INJÚRIA RENAL AGUDA DEFINIDA PELOS CRITÉRIOS DE KDIGO E MORTALIDADE NA LEPTOSPIROSE Autores: Victor de Matos Rolim* (Universidade Federal do Ceará), Antônio Mendes Ponte de Oliveira Filho (Universidade Federal do Ceará), Débora de Almeida Silva (Universidade Federal do Ceará), Fernanda Holanda Menezes (Universidade Federal do Ceará), Lucas Noronha Lechiu (Universidade Federal do Ceará), Lucas Lobo Mesquita (Universidade Federal do Ceará) e Elizabeth De Francesco Daher (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: Leptospirose é uma importante zoonose, especialmente nos trópicos e o rim é um dos principais órgãos‐alvo. A incidência de Injúria Renal Aguda (IRA) varia até 84% dependendo do critério diagnóstico usado. Esse estudo tem como objetivo classificar a IRA de acordo com os critérios KDIGO e correlacionar os estágios com mortalidade na leptospirose. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo de dados clínicos e laboratoriais de 486 pacientes com leptospirose admitidos em hospitais terciários entre maio de 1985 e junho de 2015 em Fortaleza, Ceará. RESULTADOS: Dentre os 486 pacientes, 336 (69,3%) desenvolveram IRA de acordo com o critério KDIGO. Foram classificados em KDIGO 1 (6,6% ‐ 32), KDIGO 2 (6,6% ‐ 32) e KDIGO 3 (56% ‐ 272) e 186 necessitaram de diálise (38,3%). Setenta pacientes (14,4%) morreram. Estratificando‐se por décadas (1985‐1995, 1996‐2005 e 2006‐2015), observa‐se que a mortalidade foi significativamente maior na 1ª década e caiu progressivamente (22,3% vs 15,4% vs 10,8%, p=0.033). Pacientes com IRA definida pelo critério KDIGO tiveram maior mortalidade que o grupo sem IRA (16,71% vs 9,39%, p=0.036). Os casos de IRA grave (KDIGO3) tiveram maior mortalidade que KDIGO 1e 2 e o grupo sem IRA (20,2% VS 7%, p<0.001). Na análise multivariada, KDIGO3 aumentou o risco para óbito em quase 16 vezes (OR=15,7 95%IC=2,1‐115,8 p=0,007). CONCLUSÃO: A mortalidade na leptospirose vem caindo nas últimas 3 décadas e os critérios KDIGO são bons preditores de mortalidade na IRA por leptospirose, especialmente IRA grave (KDIGO3). Palavras‐chave: Leptospirose, Injúria Renal Aguda, KDIGO. MELHORES TRABALHOS ‐ 3º LUGAR ‐ TEMA LIVRE ORAL O ‐ 005 HIV/AIDS ESTUDO DO ALELO DRB1 E SEUS SUBTIPOS DURANTE O TRATAMENTO DE PACIENTES INFECTADOS COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA Autores: Beatriz Maria da Silva Borges* (Unifor), Alexandre Tavares Collares da Penha (UNIFOR), Aparecida Tiemi Napao (UFC), Maria Clara Cavalcante de Lacerda (UNIFOR), Raphael de Oliveira Rodrigues (UFC), Rebecca Saraiva Poiretti (UNIFOR), Silvia Fernandes Ribeiro da Silva (UNIFOR) e Paulo Germano de Carvalho (UNIFOR). *Apresentador(a) Resumo: O antígeno leucocitário humano (HLA) é codificado pela região mais polimórfica do genoma humano, no complexo principal de histocompatibilidade (MHC). A associação de HLA a tantas doenças não é tão espantosa quando leva‐se em conta que boa parte é de caráter imune e que aproximadamente 40% dos loci expressos nesta região está envolvido com funções imunes, a citar a apresentação do antígeno (KOSTRIKIS et al., 1999 SINGH et al., 2008). No Ceará, dados obtidos no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea REDOME (2015) mostram que as maiores frequências para o loco A é o alelo A02 (25,9%) e para o loco B é o alelo B35 (11,2%). Quanto ao loco DR, a maior frequência foi o DRB04. Observa‐se então, que a distribuição dos alelos em pessoas sadias depende principalmente da composição genética dos diferentes grupos étnicos. Conseguindo, desta maneira produzir diferentes susceptibilidades e proteção às doenças (ALVES et., 2006 DEMARCO et., 2012). Diante disso, o estudo objetivou‐se avaliar a frequência do alelo DRB01 e seus em pacientes soropositivos e sob terapia antirretroviral. Foram selecionados inicialmente 147 pacientes adultos infectados com HIV com indicações de tratamento antirretroviral atendidos no ambulatório de HIV/AIDS, Hospital São José de Doenças Infecciosas, CE. Os grupos foram, inicialmente, divididos em Bons Respondedores ao tratamento (Grupo BR, constituído por 36 participantes), Maus Respondedores ao tratamento (Grupo MR, constituído por 25 participantes) e Grupo Controle (constituído por 14 participantes). A tipagem HLA‐DR foi realiza através da técnica Micro‐SSP (sequence specif primer) (One Lambda, San Diego, Canaga Park, USA). A amostra de DNA foi inicialmente amplificada utilizando uma mistura de Taq polimerase (05 U/ml Invitrogen Carsbad, CA, USA), D‐mix e primers para região DR, adicionando volumes recomendados para amplificação do locus específico. Dentre os participantes 54 foram selecionados para o estudo. Sendo 34 do grupo BR e 20 do grupo MR, dos quais 16 (14,8%) apresentam o loco DRB01. Destes, 8 pertenciam ao grupo BR, sendo que 4 apresentaram o subtipo 01 e os outros quatros possuíam o subtipo 02. Os demais participantes pertenciam ao grupo MR sendo 5 apresentaram o subtipo 01 e os outros dois possuíam o subtipo 02. Vários estudos têm sido realizados com objetivo de compreender a influência do sistema HLA na imunopatogênese da infecção pelo HIV. Isso se deve ao fato de que os alelos HLA estão diretamente relacionados com a apresentação do antígeno ao linfócito T. É possível que o controle ou a susceptibilidade na evolução do HIV, possa ter associação com certos alelos HLA, tais como HLA‐DRB1 (WRIGHT et al., 2012). Ademais, encontrou‐se expressiva frequência do alelo DRB*01 na população com HIV+ em comparação a indivíduos sadios. Identificou‐se, também, uma frequência similar nos grupos BR e MR de dois subtipos desse alelo, o DBR1* 0101 e DBR1* 0102. Palavras‐chave: Antígeno Leucocitário Humano (HLA), Vírus da Imunodeficiência Humana, Alelo DRB1. MELHORES TRABALHOS ‐ MELHOR E‐PÔSTER P ‐ 049 Infecções bacterianas/micobacterianas ANÁLISE TEMPORAL DOS ÚLTIMOS 10 ANOS DA COINFECÇÃO TB‐HIV NO ESTADO DO CEARÁ Autores: Gustavo Mesquita de Oliveira* (Universidade Federal do Ceará), Fernando Antônio Guimarães Junior (Universidade Federal do Ceará), Márcio Normando Borges Coelho Filho (Universidade Federal do Ceará), Tino Miro Aurélio Marques (Universidade Federal do Ceará), Victória Cândido Ribeiro (Universidade Federal do Ceará) e Roberto da Justa Pires Neto (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A tuberculose, como uma infecção bacteriana e tipicamente associada à pobreza e a aglomerados urbanos, não poderia deixar de estar presente no Ceará, em especial nos grandes centros. Causada por bacilos do complexo Mycobacterium tuberculosis, possui elevados números de óbito, principalmente ao considerar os casos de coinfecção TB‐HIV. Nesse caso, é importante salientar também a relação entre a coinfecção e casos de tuberculose multirresistente (MDR‐TB), de tratamento mais complexo. Portanto, realizar testes para HIV em pacientes diagnosticados com tuberculose são cruciais na tentativa de alterar o panorama atual. Neste trabalho, foram utilizados dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre os Casos de Tuberculose notificados pelo SINAN entre 2006 e 2015. Resultados/Discussão: Em 2013, uma portaria da Secretaria de Vigilância em Saúde preconizou uso de testes rápidos para HIV, dentre outras situações, em pacientes diagnosticados com tuberculose. Essa medida demonstra a importância da coinfecção no âmbito da saúde coletiva, tendo em vista que uma Pessoa Vivendo com HIV/AIDS (PVHA) encontra‐se mais suscetível a ser infectada pelo Bacilo de Koch. Ademais, a incidência de casos de MDR‐TB costuma ser maior na presença da coinfecção. Os números de pacientes com TB que foram testados para HIV no Ceará (incluindo testes positivos, negativos e em andamento) foram: 1612 (2006) 2008 (2007) 2258 (2008) 2646 (2009) 2540 (2010) 2573 (2011) 2586 (2012) 2777 (2013) 2483 (2014) 2728 (2015). Já os números de pacientes notificados com TB (exceto aqueles cuja notificação não declarou se houve teste) foram: 4275 (2006) 4109 (2007) 4573 (2008) 4736 (2009) 4325 (2010) 4394 (2011) 4107 (2012) 4046 (2013) 3860 (2014) 3943 (2015). Sendo assim, as proporções de testes realizados foram: 37,71% (2006) 48,87% (2007) 49,38% (2008) 55,87% (2009) 58,73% (2010) 58,56% (2011) 62,97% (2012) 68,64% (2013) 64,33% (2014) 69,19% (2015). Nos últimos dez anos, a proporção de testes realizados sofreu um considerável aumento, em detrimento da não realização. Indivíduos com essa coinfecção exigem, portanto, um acompanhamento mais rigoroso, necessitando tanto do Terapia Antirretroviral para HIV quanto do Tratamento Diretamente Observado para TB. Conclusão: A tuberculose sendo um fator de risco para a PVHA e o HIV para o indivíduo com TB exigem uma certa mudança no contexto atual da saúde coletiva. A fim de reduzir os números de morbidade e de letalidade, o aumento na proporção dos testes para HIV em pacientes com tuberculose é crucial, uma vez que 69,19% (2015) é um excelente indicador, mas que ainda demonstra que considerável parcela desses indivíduos corre um risco ainda maior sem ter o menor conhecimento disso. Palavras‐chave: Coinfecção, Tuberculose, HIV/Aids. TEMA LIVRE ORAL O ‐ 001 HIV/AIDS PERFIL DAS CRIANÇAS INFECTADAS PELO HIV POR TRANSMISSÃO VERTICAL NO CEARÁ Autores: Kairle Santana Romualdo* (Unifor), Regilane Araujo da Silveira (UNIFOR), Léa Maria Moura Barroso Diógenes (UNIFOR), Anuzia Lopes Saunders (SESA), Danielle Martins Rabelo (SESA) e Telma Alves Martins (SESA). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A taxa de detecção de aids em menores de cinco anos tem sido utilizada como indicador para o monitoramento da transmissão vertical do HIV. A expectativa de vida das crianças infectadas depende do reconhecimento precoce do HIV e da adesão ao tratamento. Objetivo:Conhecer o perfil de crianças infectadas pelo HIV por transmissão vertical nos últimos cinco anos no Ceará. Metodologia: Estudo do tipo retrospectivo e documental, com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada de Setembro a Outubro de 2016, na Secretaria de Saúde do Estado (SESA), Fortaleza‐Ceará. A amostra da pesquisa foram 47 crianças menores de cinco anos notificadas com aids, no período de 2010 a 2016 no Estado do Ceará. Foram obedecidos os aspectos éticos contidos na Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde. Resultados: Nos últimos seis anos no Estado do Ceará foram diagnosticadas 47 crianças menores de cinco anos com Aids, dessas 53,19% do sexo feminino, com faixa etária no momento do diagnóstico foi 72,34% em menores de 3 anos e 27,65 entre 3 e 6 anos de idade. Todas as crianças foram infectadas pela Transmissão vertical e, 68,08% foram diagnosticadas depois dos 18 meses. Das crianças identificadas, apenas 6,38% não se encontravam em tratamento. Atualmente, 91,48% crianças permanecem vivas, 4,25% morreram decorrente da aids, e 4,25% morreram por outras causas. Das doenças de caráter leve, que definiu o caso de aids na criança, aparece com o maior índice Hepatomegalia, com 21,27% dos casos, seguida com otite/sinusite com 14,89%. Já nas doenças de caráter moderado/grave, o que aparece em maior porcentagem é a diarreia recorrente ou crônica, com 25,53% dos casos, seguida por anemia por mais de 30 dias com 25,53%. Os achados laboratoriais revelam que 65,95% dos casos tem menos de 1000 células por mm³.Conclusão:Os dados revelam que no Ceará, o perfil das crianças com aids se assemelham com de outros estudos, onde a evidência laboratorial do HIV tem sido após 18 meses de idade e o diagnóstico da aids antes dos 3 anos. A maioria estava em tratamento, no entanto algumas crianças ainda não tinham iniciado os antirretrovirais e duas foram a óbito. Os sintomas que definiram aids em menores de cinco anos se assemelham às doenças comuns nesta idade, sugerindo mais cautela quanto ao diagnóstico precoce. Palavras‐chave: Infecções por HIV, Transmissão Vertical de Doença Infecciosa, epidemiologia. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 002 HIV/AIDS CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS DE PESSOAS COM HIV/AIDS E REINTERNAÇÃO HOSPITALAR Autores: Hilda Macambira Santtos Holanda* (Hospital São José de Doenças Infecciosas), Maria Lúcia Duarte Pereira (Universidade Estadual do Ceará), Elys Oliveira Bezerra (Universidade Estadual do Ceará) e Luana Ibiapina Cordeiro (Universidade Estadual do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), apresenta característica pandêmica, representando importante problema de saúde pública. A história dessa infecção vem sendo alterada pelos avanços científicos, com destaque para a terapia antirretroviral (TARV), que proporcionou melhora nos indicadores de morbidade e mortalidade da AIDS. Porém, os efeitos colaterais da medicação e os impactos emocionais do diagnóstico associam‐se à baixa adesão a TARV, o que pode gerar aumento da carga viral e diminuição dos linfócitos T CD4, acelerando a progressão para a AIDS e, consequentemente, acarretando internação hospitalar. As internações hospitalares apresentam‐se como relevante objeto de pesquisa, uma vez que impacta nos custos e na assistência. Assim, objetivou‐se conhecer o perfil socioeconômico de pacientes com HIV/AIDS e reinternação hospitalar. Material e Métodos: Trata‐se de uma pesquisa retrospectiva, documental e descritiva, aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da Escola de Saúde Pública do Ceará (parecer nº 1.403.560). Foi desenvolvida entre maio e julho de 2016, em hospital de referência na assistência em doenças infecciosas de Fortaleza, Ceará. Os dados foram coletados em 140 prontuários utilizando‐se um formulário, sendo analisados mediante estatística descritiva simples. Resultados: A maioria dos pacientes com reinternação hospitalar era do sexo masculino (73,6%) da faixa etária entre 30 e 49 anos (62,9%) pardos (85,7%) solteiros (64,7%) de baixa escolaridade (66,4%) de renda mensal individual menor que um salário mínimo (60,7 %). A crença religiosa católica (35%) foi predominante, porém observou‐se ausência desse dado em 50% dos prontuários. Observou‐se que 59,3% da amostra tinha até 5 anos de diagnóstico de HIV 93,6% com diagnóstico de AIDS e 72,1% tinha de 2 a 3 internações hospitalares. Discussão: A predominância do sexo masculino é reflexo do perfil epidemiológico da infecção no país. O acometimento do HIV nas faixas etárias de maior produtividade da vida é aspecto preocupante, pois se constitui em agravo de grande impacto social e econômico. A baixa escolaridade pode restringir a compreensão de informações sobre prevenção e impactos benéficos do tratamento em sua evolução clínica e repercutir nas decisões sobre a saúde. O tempo de diagnóstico de HIV pode apresentar‐se como fator de risco para internação, aspecto que abre o questionamento acerca do diagnóstico tardio desses pacientes. Conclusão: Mesmo com toda a tecnologia investida em novos tratamentos com antirretrovirais, as frequentes reinternações geram ônus emocionais e financeiros. Leitos de hospitais são constantemente ocupados, além do aumento de gastos com medicações para tratamento das infecções oportunistas. Além disso, atender as demandas de uma pessoa vivendo com HIV/AIDS não se resume apenas em oferecer antirretrovirais, necessita de equipe multiprofissional. Palavras‐chave: HIV, Internação Hospitalar, Terapia Antirretroviral de Alta Atividade, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 003 HIV/AIDS FATORES RELACIONADOS A ADESÃO A TERAPIA ANTIRRETROVIRAL (TARV) Autores: Larissa Logrado Aguiar (Universidade de Fortaleza), Lara Gurgel Fernandes Távora (Universidade de Fortaleza), Jeova Keny Baima Colares (Universidade de Fortaleza), Vânia Cordeiro de Matos (Universidade de Fortaleza), Nélcio Souza Soares Segundo* (Universidade de Fortaleza) e José Jeová Andrade Neto (Universidade de Fortaleza). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: O uso de TARV pode controlar a evolução do HIV e aumentar a expectativa de vida das pessoas HIV+. Contudo, a adesão a TARV nem sempre é satisfatória. Vários fatores podem interferir nessa adesão: acesso aos medicamentos, efeitos adversos medicamentoso e desconhecimento sobre a doença. Esse trabalho objetiva analisar a adesão a TARV e fatores associados a ela. Metodologia: Estudo transversal, de pacientes HIV+ acompanhados no NAMI/UNIFOR, um centro especializado de Fortaleza, de outubro/2013 a outubro/2014. Para coleta de dados utilizou‐se um questionário específico, revisão de prontuários e o acompanhamento da dispensação de medicamentos na farmácia. Os dados foram analisados com o programa EpiInfo 3.5.2. Resultados/Discussão: Nos 98 pacientes incluídos, 87,8% eram homens e a idade média foi 36 anos. Apoio familiar foi referido em 67,3% dos casos, entretanto, 19,4% ainda relatou episódios de discriminação devido a doença. A maioria dos pacientes estava no 10 esquema de TARV (71,4%) e quase todos referiram ter recebido orientações sobre como utilizá‐la (99%). Efeito adverso relacionado a TARV foi relatado em 72,4%, entretanto, a minoria referiu interferência desse dado na adesão (6,1%). A maioria desses efeitos eram relacionados ao Efavirenz. Na percepção dos pacientes, 62,2% faziam uso adequado da TARV (uso ininterrupto, sem falhas nas tomadas ou nos horários). Dos 37 pacientes que referiram alguma falha, 54,1% foram na tomada de alguma dose e 68,4% atrasos nos horários. A análise das dispensações da TARV entretanto, mostrou retirada regular na farmácia nos últimos 6m em apenas 45,9% dos pacientes. Dentre aqueles com retirada irregular, 45,2% apresentaram atrasos de <1mês. Dificuldade de acesso a TARV (21,4%), medo do julgamento das pessoas (17,3%), ocorrência de efeitos adversos (6,1%) e n0 grande de pílulas (4%) foram citados como tendo interferência no uso adequado da TARV. Os pacientes foram então classificados em: Grupo 1, aqueles que relatavam uso adequado da TARV e a retiravam regularmente na farmácia (adesão plena presumida) (n=29) e Grupo 2, os demais pacientes (sem adesão plena presumida). Observou‐se uma média de idade maior no Grupo 1 (p=0,01) e mais dificuldades de acesso a TARV no Grupo 2 (p=0,002). Apesar da maioria ter apresentado efeito adverso medicamentoso, este fator não foi importante para determinar adesão. Tampouco observou‐se diferença quando comparados os tipos de esquemas utilizados nos dois grupos. Embora 62,2% relatarem uso adequado da TARV, a retirada regular de TARV na farmácia ocorreu em apenas 45,9% dos casos, mostrando que o relato de aderência plena pelos pacientes nem sempre é um dado fidedigno. Conclusão: Apesar de frequente, a ocorrência de efeitos adversos não foi um fator determinante da não adesão ao tratamento. Idade média maior foi associada a maior adesão. Dificuldade de acesso a TARV ainda é uma realidade no nosso meio e foi fator importante na não adesão. Palavras‐chave: HIV, AIDS, HAART, Terapia antirretroviral de alta atividade. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 004 HIV/AIDS CORRELAÇÃO ENTRE CARGA VIRAL NO LÍQUOR E INFECÇÃO POR SÍFILIS EM PACIENTES HIV‐POSITIVOS Autores: Luan Victor Almeida Lima* (Unichristus), Morgana Feitosa de Queiroga (Unichristus), Ederson Aragão Ribeiro (Unichristus), Gisele Façanha Diogenes Teixeira Frota (Unichristus), Melissa Soares Medeiros (Unichistus), Henrique Pires Moreira (Unichristus), Leda Maria Simões (Lasen ‐ Laboratório Central do Ceará) e Francisco José Basílio (Hospital São José). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: O sistema nervoso central (SNC) é considerado um santuário de replicação do vírus HIV, sendo infectado durante a síndrome retroviral aguda. A passagem do vírus para esse sistema dá‐se por meio de linfócitos TCD4+ e/ou monócitos infectados que atravessam a barreira hematoencefálica (BHE) e geram um processo inflamatório crônico, podendo desenvolver diversas manifestações neurocognitivas. Apesar do conhecimento dessas manifestações, pouco se sabe sobre a relação entre a carga viral (CV) no sangue, no líquor, as variáveis imunovirológicas e como uma coinfecção, como a sífilis – em atual ascensão ‐, atuaria nesse processo. A CV no líquor foi avaliada através de reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real. RESULTADOS/DISCUSSÃO: 24 pacientes foram incluídos no estudo, idade média de 42 anos, 20 (83,3%) do sexo masculino, tempo de diagnóstico médio de 130 meses. Os antirretrovirais mais utilizados foram lamivudina (16 pacientes), tenofovir (12 pacientes), efavirenz (5 pacientes), atazanavir, zidovudina e raltegravir (4 pacientes).14 pacientes com sintomas neurocognitivos (perda de memoria, alterações de humor ou cognitivas), 6 com VDRL + no sangue de 18 testados (33,3%) e nenhum positivo no liquor, e 4 sintomas inespecíficos (cefaléia, tonturas). 50% CV não detectável ou <40 cópias (N=10), 20% CV < 1.000 cópias (Média 155,2 cópias/ml, N=4) e 30% CV média 242.654 (var 10.090‐1.062.497). CV no liquor detectável em 9 (37,5%) pacientes e com media 82.782 cópias (var 45‐690.049 copias/ml). CD4 médio de 361 cells/mm3 (var 30‐842), CD8 médio &#61664 833 (var 223‐2277) cells/mm3 e Média da relação CD4/CD8 de 0.39. Não houve diferença estatística significante na correlação VDRL + sangue e Aumento de proteína no líquor (p=0.94), VDRL + sangue e alteração da glicose no líquor (p=0.11), CD4 < 200 cells/mm3 e CV detectável no liquor (p=0.61), Sintomas neurocognitivos e CV detectável no líquor (p=0.51), e CD8 aumentado e CV detectável no líquor (p=0.68). Pacientes do sexo masculino apresentavam idade menor (40 x 52 anos p =0.03). Dos pacientes com CV detectável no liquor, em 3 deles a CV no liquor era maior que no sangue, sendo em dois destes não detectável no sangue e todos com Sífilis. Um paciente apresentava relação CV sangue/liquor de 0,7 e meningite criptocócica. Houve diferença significante entre dignostico sorológico de Sífilis e CV detectável no liquor (p=0.014) e entre ter infecção oportunista e CV detectável no liquor (p=0.003). Pouco se sabe sobre a relação entre os valores de carga viral no líquor e no plasma, além do impacto da contagem de células T CD4 e CD8 com a presença do vírus no líquido cefalorraquidiano. CONCLUSÃO: A Sífilis com diagnóstico sorológico pode aumentar a viremia no SNC independente da Neurosífilis. Além disso, infecções oportunistas podem alterar a BHE e/ou causar replicação viral e consequente inflamação. Precisamos entender melhor a dinâmica da replicação viral no SNC e suas implicações nas desordens neurocognitivas. Palavras‐chave: Sífilis, HIV, coinfecção. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 005 HIV/AIDS ESTUDO DO ALELO DRB1 E SEUS SUBTIPOS DURANTE O TRATAMENTO DE PACIENTES INFECTADOS COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA Autores: Beatriz Maria da Silva Borges* (Unifor), Alexandre Tavares Collares da Penha (UNIFOR), Aparecida Tiemi Napao (UFC), Maria Clara Cavalcante de Lacerda (UNIFOR), Raphael de Oliveira Rodrigues (UFC), Rebecca Saraiva Poiretti (UNIFOR), Silvia Fernandes Ribeiro da Silva (UNIFOR) e Paulo Germano de Carvalho (UNIFOR). *Apresentador(a) Resumo: O antígeno leucocitário humano (HLA) é codificado pela região mais polimórfica do genoma humano, no complexo principal de histocompatibilidade (MHC). A associação de HLA a tantas doenças não é tão espantosa quando leva‐se em conta que boa parte é de caráter imune e que aproximadamente 40% dos loci expressos nesta região está envolvido com funções imunes, a citar a apresentação do antígeno (KOSTRIKIS et al., 1999 SINGH et al., 2008). No Ceará, dados obtidos no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea REDOME (2015) mostram que as maiores frequências para o loco A é o alelo A02 (25,9%) e para o loco B é o alelo B35 (11,2%). Quanto ao loco DR, a maior frequência foi o DRB04. Observa‐se então, que a distribuição dos alelos em pessoas sadias depende principalmente da composição genética dos diferentes grupos étnicos. Conseguindo, desta maneira produzir diferentes susceptibilidades e proteção às doenças (ALVES et., 2006 DEMARCO et., 2012). Diante disso, o estudo objetivou‐se avaliar a frequência do alelo DRB01 e seus em pacientes soropositivos e sob terapia antirretroviral. Foram selecionados inicialmente 147 pacientes adultos infectados com HIV com indicações de tratamento antirretroviral atendidos no ambulatório de HIV/AIDS, Hospital São José de Doenças Infecciosas, CE. Os grupos foram, inicialmente, divididos em Bons Respondedores ao tratamento (Grupo BR, constituído por 36 participantes), Maus Respondedores ao tratamento (Grupo MR, constituído por 25 participantes) e Grupo Controle (constituído por 14 participantes). A tipagem HLA‐DR foi realiza através da técnica Micro‐SSP (sequence specif primer) (One Lambda, San Diego, Canaga Park, USA). A amostra de DNA foi inicialmente amplificada utilizando uma mistura de Taq polimerase (05 U/ml Invitrogen Carsbad, CA, USA), D‐mix e primers para região DR, adicionando volumes recomendados para amplificação do locus específico. Dentre os participantes 54 foram selecionados para o estudo. Sendo 34 do grupo BR e 20 do grupo MR, dos quais 16 (14,8%) apresentam o loco DRB01. Destes, 8 pertenciam ao grupo BR, sendo que 4 apresentaram o subtipo 01 e os outros quatros possuíam o subtipo 02. Os demais participantes pertenciam ao grupo MR sendo 5 apresentaram o subtipo 01 e os outros dois possuíam o subtipo 02. Vários estudos têm sido realizados com objetivo de compreender a influência do sistema HLA na imunopatogênese da infecção pelo HIV. Isso se deve ao fato de que os alelos HLA estão diretamente relacionados com a apresentação do antígeno ao linfócito T. É possível que o controle ou a susceptibilidade na evolução do HIV, possa ter associação com certos alelos HLA, tais como HLA‐DRB1 (WRIGHT et al., 2012). Ademais, encontrou‐se expressiva frequência do alelo DRB*01 na população com HIV+ em comparação a indivíduos sadios. Identificou‐se, também, uma frequência similar nos grupos BR e MR de dois subtipos desse alelo, o DBR1* 0101 e DBR1* 0102. Palavras‐chave: Antígeno Leucocitário Humano (HLA), Vírus da Imunodeficiência Humana, Alelo DRB1. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 006 HIV/AIDS MOTIVO DE PESSOAS QUE REALIZARAM TESTAGEM SOROLÓGICA PARA HIV NÃO FAZEREM USO DO PRESERVATIVO COM PARCEIRO FIXO Autores: Andressa Kécia Menezes Saraiva* (Faculdade Mauricio de Nassau), Maryane da Silva Ribeiro (Faculdade Maurício de Nassau), Ilana Farias Andrade de Moura (Faculdade Maurício de Nassau) e Césario Rui Callou Filho (Faculdade Maurício de Nassau). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS) é uma infecção viral que possui acometimento sistêmico, tendo como principal via de transmissão o ato sexual. Esta atinge o mundo, e no Brasil representa uma epidemia de proporções relevantes. Utiliza‐se para diagnóstico, exames laboratoriais e/ou a testagem rápida, que tem como referência o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).O CTA é um serviço de saúde que articulado aos demais serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) representa uma estratégia importante na promoção da saúde. É referência em testagem sorológica (testes rápidos de HIV/AIDS, sífilis, e hepatites B e C), aconselhamento e distribuição de preservativos gratuitamente.Uma das principais formas de evitar Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) é o uso correto e frequente de preservativo durante as relações sexuais. Visto que há uma limitação deste método contraceptivo em relacionamento conjugal, pois o sexo seguro e a prevenção de doenças não estão ligados ao uso do preservativo, mas à confiança, à fidelidade, ao diálogo e ao companheirismo existente no casal, dispensando o uso do preservativo. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Neste estudo foram identificados 5.558 motivos dos usuários não utilizar preservativo com parceiro fixo. Os principais motivos encontrados forama confiabilidade no parceiro com 2.293 motivos, seguido do não gostar com 202 motivos e parceiro não aceitar com 163 motivos. Nesta perspectiva verificou‐se que as mulheres preocupam‐se mais com o risco de engravidar do que adquirir IST, observando assim um elevado número de ocorrências de relações desprotegidas. Em relação a confiança no parceiro tem sido destacada como uma das razões mais comuns para não fazer uso do preservativo. Outro importante motivo foi homens e mulheres que não fazem uso do preservativo por não gostar, justificando causar desconforto, observando assim, que este motivo permanece sendo uma entrave na prevenção de IST’s. CONCLUSÃO: O estudo sugere campanhas de prevenção e/ou promoção incentivando o uso do preservativo diariamente, independente do tipo de relacionamento conjugal. Palavras‐chave: HIV, FATORES DE RISCO, EXPOSIÇÃO AO AGENTE. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 007 Infecções virais CONCEITO DE SEXUALIDADE ATRAVÉS DO OLHAR DA PESSOA SURDA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Autores: Rebeca Farias Jordão* (Unichristus), Ingrid Giovana Mota Lins (Unichristus) e Alisson Salatiek Ferreira de Freitas (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: A Sexualidade é um fenômeno cultural complexo, varia de pessoa para pessoa, extrapolando a ideia associada somente ao sexo. Nesse sentido, a sexualidade está relacionada ao desejo, a representação do corpo, gênero, práticas sexuais diversas, é necessariamente construída a partir do conjunto de instituições sociais, culturais, históricas e discursivas mediadas pelo dispositivo saber‐poder. Assim, torna‐se evidente que a educação em saúde na prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST’s tem uma grande importância,é uma estratégia para à prevenção de agravos, a melhoria das condições de vida e de saúde das populações. No caso da comunidade surda, a falta de comunicação entre a Língua de Sinais/Língua Portuguesa falada prejudica bastante o vinculo das pessoas surdas com a sociedade – familiares, amigos, profissionais de saúde, etc e demais contextos sociais. OBJETIVO: Descrever um relato de experiência que buscou trabalhar o conceito de sexualidade através do olhar da pessoa surda.METODOLOGIA: A atividade ocorreu no mês de setembro de 2016, na Escola de referência para Surdos do município de Fortaleza ‐ CE, durante a disciplina Enfermagem em Saúde Sexual e Reprodutiva do Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS). Os participantes da atividade foram alunos surdos da escola com a faixa etária de 16 a 18 anos. A intervenção teve apoio de uma acadêmica que é interprete da língua de sinais. Foi utilizado a técnica de roda de conversa para trabalhar o tema proposto. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O conceito de sexualidade para os estudantes está relacionado somente ao ato sexual ou ao conteúdo pornográfico. Essa percepção distorcida repercute um fato cultural e social, gerada pela dificuldade de acesso as informações corretas e os tabus sociais envolvidos ao tema da sexualidade. Para os estudantes, esse tema deveria ser trabalhado pela família e escola, contudo ficou evidenciando que tanto a família como os professores não se sentem seguros ou confortáveis para dialogar sobre o tema. Esse fato cria uma barreira de constrangimento emocional impedindo uma comunicação clara e objetiva, no tocante aos surdos, essa condição os afasta mais ainda por muitas vezes a língua de sinais não ser tão rica ou padronizada quanto a língua portuguesa, dificultando ainda mais a compreensão. CONCLUSÃO: A atividade educativa foi esclarecedora para todos os atores envolvidos, possibilitando uma troca de experiência que alargou os conceitos pré‐existentes sobre os vários aspectos da sexualidade. Com as atividades educativas, as ações para redução de exposições a agravos a saúde, bem como conceitos preconceituosos puderam ser melhor trabalhados. Diante disso, ficou claro que a roda de conversa é uma estratégia importante para redução de exposição a infecções sexualmente transmissíveis, mesmo em um público de surdos. Palavras‐chave: Surdo, Inclusão, Sexualidade. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 008 Infecções bacterianas/micobacterianas AVALIAÇÃO DO LIQUIDO CEFALORRAQUIDIANO NA INVESTIGAÇÃO DE NEUROSSÍFILIS EM HOSPITAL DE REFERENCIA DO CEARÁ Autores: Carolina Pimentel de Azevedo* (Unichristus), RAQUEL SILVEIRA DANTAS (UNICHRISTUS), TANIA MARA SILVA COELHO (HOSPITAL SÃO JOSÉ DE DOENÇAS INFECCIOSAS), PAULO GERMANO DE CARVALHO (HOSPITAL SÃO JOSÉ DE DOENÇAS INFECCIOSAS), Melissa Soares Medeiros (UNICHRISTUS), HENRIQUE PIRES MOREIRA (UNICHRISTUS), LUAN VICTOR ALMEIDA LIMA (UNICHRISTUS) e MORGANA FEITOSA DE QUEIROGA (UNICHRISTUS). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A sífilis é uma doença infecciosa crônica, causada pela bactéria Treponema pallidum que acomete todos os órgãos e sistemas, e, por esse motivo, desafia há séculos a humanidade. Desde a introdução da terapia com penicilina, as manifestações da sífilis terciária, como a neurossífilis, tornaram‐se raras. Entretanto, na década de 70, com o surgimento do vírus HIV, esses dados voltaram a crescer de maneira exorbitante, pois nessa população o terciarismo pode ocorrer em qualquer fase da doença. Se não tratada, pode acarretar em uma alta morbidade do paciente, comprometendo sua saúde e sua qualidade de vida, por isso torna‐se fundamental o diagnóstico precoce para um rápido tratamento a fim de reverter esse quadro. Para o diagnostico conclusivo de neurolues, faz‐se necessário uma análise do liquido cefalorraquidiano com dosagens de ensaios não‐treponemicos, como o VDRL. Metodologia: Fora realizado um estudo transversal, de 01 janeiro a 09 de novembro de 2016, por meio da avaliação de dados do laboratório do Hospital São José de Doenças Infecciosas, referencia para patologias infecciosas do Estado do Ceará. Os dados se referem a pacientes submetidos a punção lombar, durante o mesmo período, por solicitação medica, para realização do VDRL no líquor de indivíduos com suspeita de neurossífilis. Os resultados dos exames foram obtidos por meio do SoftLab e SISCEL. Resultados/Discussão: Durante o período do estudo, foram solicitadas 926 coletas de líquor, sendo dessas amostras, apenas 357 (38,5%) submetidas à pesquisa indireta de T. pallidum, através da titulação do VDRL. Destes 13% (N=47) foram reagentes para o teste de floculação, com títulos variando de 1/1 a 1/16. No Brasil, a notificação compulsória de sífilis acontece apenas para sífilis congênita e neonatal, excluindo dados da incidência em jovens e adultos, fazendo que tenhamos pouca literatura sobre o assunto. Ainda assim é possível verificarmos que os casos da doença vêm se alastrando no ano de 2016, sendo o Ceará um dos estados com maior incidência. Acredita‐se que esses dados sejam o resultado principal do sucesso na terapia com antirretrovirais, que por diminuírem a carga viral, fazem com que os portadores do vírus HIV acreditem que não possam mais transmitir o vírus e tenham relações sexuais desprotegidas, associado com o desabastecimento de penicilina benzatina, fármaco mais eficaz na erradicação da doença. Desse modo, fazem‐se necessários estudos mais especificos para verificar fatores clínicos, epidemiológicos e laboratoriais que possam influenciar no curso evolutivo da sífilis que resultam numa rápida progressão a neurolues. Conclusão: Nosso estudo encontrou uma alta taxa de investigação de neurossífilis no líquor em relação a todas as amostras coletadas no período, porem com baixa positividade de VDRL, sugerindo uma necessidade para melhor acompanhamento de diagnostico e terapia das populações de risco. Palavras‐chave: NEUROSSÍFILIS, LCR, SIFILIS. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 009 Antimicrobianos/resistência AVALIAÇÃO DA ANTIBIOTICOPROFILAXIA EM CIRURGIAS OBSTÉTRICAS EM UM HOSPITAL PRIVADO DE FORTALEZA Autores: Sophia Gaspar Carvalho da Silva Vieira Trévia* (Centro Universitário Christus), Alicy Antônia da Silva Araújo (Centro Universitário Christus), Liana Maria Saraiva Alves (Centro Universitário Christus), Priscyla Ferreira Araripe (Centro Universitário Christus), Sâmya Pessoa de Amorim Marinho (Centro Universitário Christus) e Melissa Soares Medeiros (Centro Universitário Christus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: Em se tratando da necessidade eventual de um parto cesáreo, a mulher gestante passa a correr certos riscos cirúrgicos, dentre eles, algumas infecções, que podem acarretar em prejuízos pra saúde materna e, por vezes, o óbito. Frente a isso, a profilaxia antimicrobiana é de suma importância para reduzir riscos de intercorrências tanto para a mãe quanto para o recém‐nascido, durante e após o parto. Objetivo: Avaliar a profilaxia antimicrobiana em procedimentos cirúrgicos obstétricos e sua taxa de adesão em um Hospital privado de Fortaleza. Métodos: estudo do tipo transversal, que teve como amostra os partos realizados nos meses de abril a julho de 2016 em um hospital privado de Fortaleza. Obtenção de dados por meio de análise de prontuários das pacientes. Realizou‐se a análise estatística dos dados por meio do Epi Info 3.5.1. Os preceitos éticos e legais foram respeitados. Resultados: foram realizados 1716 partos no período estudado, destes, 518 em abril, 294 em maio, 420 em junho e 484 em julho. Pela não indicação de profilaxia antimicrobiana para partos normais, foram analisados apenas partos cesáreos (1061). De todos os procedimentos realizados, foram analisados 88,8% (1552), sendo 72,7% dos procedimentos de abril, 100% de maio, 97% de junho e 97,8% de julho. A taxa de adesão ao protocolo em abril foi de 99,1% em abril, 99,2% em maio, 99,6% em junho e também 99,6% em julho. Desse modo, dos 1061 partos cesáreos, 1055 (99,4%) foram beneficiados pela aplicação do protocolo. Discussão: Ao contrário da terapia antibiótica, a profilaxia antimicrobiana, para ser efetiva, deve ser administrada um pouco antes ou no momento da inoculação da bactéria, deve ser usada por um tempo limitado (24h) e frequentemente em doses altas (ZIMMERMMANN, 2009). No âmbito da cirurgia obstétrica, essa medida é essencial para uma maior segurança durante o procedimento e um pós operatório com menos intercorrências, devendo ser administrada com 60 minutos de antecedência, para melhor eficácia, e sendo bem documentados os seus benefícios na literatura. Nesse estudo, foi demonstrada a importância da adesão da antibioticoprofilaxia, visto que a maioria dos partos realizados são cesáreos (cerca de 68%) se comparados aos normais no Hospital em questão. E, além disso, observou‐
se que a maioria dos procedimentos aderiu ao protocolo e seu número foi progressivo (passando de 99,1% em abril para 99,6% em julho). Conclusão: Conclui‐se que a adesão ao protocolo foi satisfatória, mas ainda deve‐se persistir para que ela seja presente em 100% dos procedimentos obstétricos cirúrgicos, visando, desse modo, uma melhor recuperação no pós operatório das pacientes e sua satisfação do resultado cirúrgico. Por fim, são necessários mais estudos com o objetivo de avaliar o tempo correto de administração da antibioticoprofilaxia nesses mesmos tipos de partos para, ainda melhor, como o protocolo influencia na recuperação das pacientes. Palavras‐chave: Antibioticoprofilaxia, obstetrícia, partos cesáreos. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 010 Antimicrobianos/resistência CULTURAS DE VIGILÂNCIA DE RESISTÊNCIA DE PACIENTES INTERNOS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NOS HOSPITAIS LIGADOS À UFRN Autores: Sarah Araujo Loss* (Universidade Federal do Ceará), Mayara Maria Bastos Franco (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Arícia Pessoa Dantas (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Luana Menezes Agostinho (Universidade Federal do Ceará) e Renato Motta Neto (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO As culturas de vigilância epidemiológica são um conjunto de técnicas de identificação de microrganismos resistentes em indivíduos colonizados, que visam avaliar tanto o controle de infecção hospitalar, como aspectos de cuidados em instituições relacionados à saúde. A existência de patógenos multirresistentes nas instalações hospitalares associada aos procedimentos invasivos utilizados para assistência e promoção da saúde aumentam o risco da ocorrência de infecções hospitalares, sendo as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) as principais fontes de surtos desses microrganismos. Com o objetivo de melhorar as condutas de vigilância para evitar a transmissão dessas bactérias e estabelecer possíveis ações de controle de surtos e infecções, determinou‐se a frequência de estafilococos resistente à meticilina (MRS) e bactérias resistentes a carbapenêmicos presentes na microbiota da pele e mucosas de pacientes internados nas UTIs dos hospitais de ensino ligados à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Foram colhidos swabs nasal, retal e axilar de 114 pacientes internados por um período superior a 1 semana nas UTIs do Hospital Universitário Onofre Lopes e Hospital Giselda Trigueiro. Depois, os swabs foram encaminhados para o Laboratório de Microbiologia da UFRN, onde fez‐se o isolamento e identificação de bactérias aeróbias e anaeróbias facultativas, a identificação de cocos gram positivos e bacilos negativos, o estudo do perfil de sensibilidade a antimicrobianos e a análise de dados. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 114 pacientes, 54 se encontravam colonizados com bactérias resistentes aos carbapenêmicos. Destes, 30 faziam uso de algum carbapenêmico, sendo 29 meropenem. Além disso, 19 pacientes faziam o uso de vancomicina, se caracterizando como o segundo ATB mais usado. A maioria dos pacientes colonizados com esse tipo de bactéria tinha entre 36 e 59 anos, e o diagnóstico mais frequente foi sepse. Ainda, 108 pacientes apresentaram colonização por MRS, sendo que 43 utilizavam meropenem, 29 vancomicina e 13 amicacina. Ao analisar os dados expostos, constatou‐se que a resistência aos carbapenêmicos tem emergido como um problema de escala global, fazendo com que essa classe de antimicrobianos, que é utilizada principalmente em infecções hospitalares, tenha se tornado menos efetiva nos últimos anos. Ainda, 95% dos pacientes estavam colonizados com MRS, o que mostra a prevalência dessa resistência no ambiente hospitalar. CONCLUSÃO Verifica‐se que os pacientes internos possuem risco de desenvolvimento de infecções causadas por bactérias resistentes, fazendo com que o controle da propagação da resistência bacteriana seja essencial. Logo, a monitorização de pacientes colonizados por esses patógenos propicia a instalação precoce de medidas que reduzam a disseminação desses microrganismos. Palavras‐chave: Vigilância Epidemiológica, Microrganismos Multirresistentes, UTI, Carbapenêmicos, Estafilococos Resistente à Meticilina, Resistência Hospitalar. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 011 Infecções bacterianas/micobacterianas AVALIAÇÃO DE MORTALIDADE EM PACIENTES COLONIZADOS POR BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES EM HOSPITAL PRIVADO DE FORTALEZA, EM 2016 Autores: Gisele Façanha Diógenes Teixeira Frota* (Unichristus), Yasmin Camelo de Sales (Unichristus), Ederson Aragão Ribeiro (Unichristus), Kaio Cezar Ferreira (Unichristus), Henrique Pires Moreira (Unichristus), Severino Ferreira Alexandre (Unichristus), Caroline Vanderlei de Meneses Gaino (Unichristus) e Melissa Soares Medeiros (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A resiste&#770ncia microbiana e&#769 um feno&#770meno mundial, que ocorre de forma natural, onde os microrganismos vem desenvolvendo resiste&#770ncia por pressão seletiva a maior parte dos antimicrobianos, que regularmente são indicados para o seu tratamento. As bacte&#769rias sa&#771o consideradas MR observando crite&#769rios epidemiolo&#769gicos, cli&#769nicos e laboratoriais. As bactérias são consideradas MDR (“Multidrug‐resistant”) quando resistentes a um ou mais antimicrobiano de tre&#770s ou mais categorias testadas. Geralmente essas bactérias colonizam pacientes internados em UTI ou unidades críticas (Hematologia, transplante, oncologia). O acompanhamento de colonização é realizado a partir de coleta de swab retal para cultura, buscando principalmente a identificação de patógenos MDR tipo KPC (Klebsiella produtora de carbapenemase) ou VRE (Enterococos vancomicina resistentes). Metodologia: Acompanhamento de swab retal para pesquisa de colonização bacteriana por patógenos MDR em hospital privado de fortaleza, através de dados coletado pela Unidade de Controle de Infecção Hospitalar da instituição. Considerados desfecho final a alta ou óbito do paciente. Avaliar o impacto da colonização por bactérias MDR na mortalidade dos pacientes. Resultados/Discussão: Foram encontrados 30 pacientes com colonização por bactérias multirresistentes (MRD), sendo 53,3% do sexo feminino (N=16). Os patógenos isolados foram: Enterobacter sp (3,3%), Enterobacter aerogenes (10%), Enterobacter cloacae (6,7%), Enterococcus faecium (3,3%), Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase ‐ KPC (73,3%), Proteus mirabilis (3,3%). Média de tempo entre isolamento de bactéria MDR e desfecho (óbito ou alta) foi de 17,23 dias (var 1‐41 dias), estando ainda ao final da avaliação 13,3% sem desfecho concluído. Quanto ao desfecho clinico 30% dos paciente obtiveram alta hospitalar, 13,3% continuavam em internamento e 56,7% evoluíram para óbito (N=17). Durante acompanhamento de avaliação de persistência de colonização 16,7% conseguiram negativar o swab retal e 50% mantiveram‐se com swab retal positivo. Dos pacientes colonizados com KPC 54,5% evoluíram para óbito sendo 56,2% do sexo masculino e 57,1% masculino, sem diferença estatística entre os mesmos (p>0,05). Destes pacientes 63,6% mantiveram swab retal positivo até avaliação de desfecho final. O paciente assintoma&#769tico ainda colonizado e&#769 de grande releva&#770ncia cli&#769nica, pela oportunidade de direcionar a terapia empi&#769rica, e epidemiolo&#769gica, atrave&#769s da implementac&#807a&#771o precoce de medidas de bloqueio para esses pacientes. Conclusão: Identificamos maior prevalência de KPC em pacientes colonizados e com maior taxa de mortalidade que a média geral, além de menor possibilidade de negativação. A colonização por bactérias MDR apresenta maior risco de infecção e mortalidade. Palavras‐chave: Resistência antimicrobiana, mortalidade, UTI, bactérias multirresistentes. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 012 Antimicrobianos/resistência CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES COM SUSPEITA DE INFECÇÃO POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE FORTALEZA/CE Autores: João Victor Souza Oliveira* (Universidade Federal do Ceará), Elana Figueiredo Chaves (Unimed Fortaleza), Thaís Costa Mattos (Unimed Fortaleza), Francisca Mylena Melgaço Nunes (Unimed Fortaleza), Ana Patrícia Lima França (Unimed Fortaleza), Danúsio Pinheiro Sartori (Unimed Fortaleza), Jéssica Ferreira Romero (Unimed Fortaleza) e André de Jesus Roldan Viana (Unimed Fortaleza). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A infecção por Clostridium difficile é a principal causa de diarreia no ambiente hospitalar e a sua incidência e morbimortalidade aumentaram significativamente nos últimos anos. Dentre os seus principais fatores de risco, estão a exposição a antimicrobianos (ATM), o tempo de hospitalização e a idade avançada. Objetivo: Caracterizar sócio‐demográfica e clinicamente os pacientes com suspeita de infecção por C. difficile que realizaram a detecção de toxina A e B em fezes, bem como os medicamentos utilizados no tratamento e o desfecho clínico dos mesmos. Metodologia: Trata‐se de um estudo retrospectivo de pacientes internados em enfermarias com suspeita de infecção por C. difficile e acompanhados por um Programa de Gestão Clínica (PGC) de ATM de uma Operadora de Plano de Saúde. O estudo foi realizado de janeiro a junho de 2016 em um hospital terciário privado de Fortaleza/Ce. Realizou‐se a análise das solicitações de pesquisa da toxina do C. difficile e, os dados sócio‐demográficos dos pacientes, uso prévio de ATM, a farmacoterapia empregada e o desfecho clínico, foram obtidos dos dados do PGC de ATM. Resultados e discussão: Foram solicitados 84 exames de identificação de toxinas para 74 pacientes, com positividade em 36,9% (n=31). Desse grupo foram acompanhados 55,4% (n=41) pelo PGC, sendo a maioria do sexo feminino (80,5% n=33) e com média de idade igual a 74 anos. O acompanhamento dos pacientes pelo PGC de ATM não foi realizado àqueles internados em Unidades de Terapia Intensiva, justificando o alto número de pacientes não acompanhados. Observou‐se que todos os pacientes com resultado positivo para a toxina de C. difficile fizeram uso prévio de ATM durante a internação hospitalar sendo a classe das quinolonas a mais prescrita antes da positividade da toxina. Estudos relatam que o C. difficile têm sua ocorrência devida principalmente ao uso prévio de antimicrobianos.1 Os resultados mostraram uma positividade de 24,4% (n=10) para a toxina B e 9,8% (n=4) para a toxina A e B, simultaneamente. A vancomicina (via oral ou endovenosa) foi o fármaco mais utilizado para o tratamento de C. difficile de pacientes com pesquisa de toxina positiva (43% n=6/14), sendo que, destes, três pacientes realizaram mudança do tratamento de metronidazol para vancomicina pela gravidade do caso. O uso de vancomicina via oral constitui uma alternativa eficaz que deve ser utilizada em casos graves de diarreias, sendo seu maior uso devido à maior gravidade dos casos ou ao uso irracional desse medicamento.2 A alta hospitalar foi o desfecho clínico mais prevalente (65,8% n=27), tendo ocorrido 21,9% (n=9) óbitos. Conclusão: Este estudo corrobora para a maior descrição clínica dos pacientes com suspeita de infecção de C. difficile, destacando a idade avançada e o uso prévio de ATM como fator associado ao seu desenvolvimento. Os casos de diarreia, seus tratamentos e desfechos devem ser avaliados no meio hospitalar e visando a adoção de medidas de prevenção e controle. Palavras‐chave: Clostridium difficile, diarreia, hospitalar. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 013 Infecção relacionada à assistência à saúde ANÁLISE PROTEÔMICA DE PLASMA DE PACIENTES COM INFECÇÃO PULMONAR ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA Autores: Lucianna Auxi Teixeira Josino da Costa* (Hospital Geral de Fortaleza), SEmiramis Silva Santos (Instituto do Câncer do Ceará), Ana Cristina de Oliveira Monteiro Moreira (Unifor), Marina Duare Pinto Lobo (Unifor), Renato de Azevedo Moreira (Unifor) e Frederico Bruno Mendes Batista Moreno (Unifor). *Apresentador(a) Resumo: Introdução:Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) possui altas morbidade e mortalidade. Biomarcadores podem aumentar a acurácia diagnóstica e/ou auxiliar a escolha terapêutica.Proteína C Reativa, Procalcitonina e s‐TREM são bastante estudados porém suas sensibildiade e especificidade ainda são questionadas.O uso de Espectrometria de massas na infectologia já está bem demarcado com a identificação precoce de bactérias,porém na identificação de protéinas que sinlaizem infecção os estudos ainda são incipientes.Materiais e Métodos: Foram analisados por Espectrometria de Massas, 5 pools de proteínas dos plasmas de 50 pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Fortaleza com o diagnóstico clínico de Infecção Pulmonar associada à ventilação mecânica e um grupo controle foram avaliados por Espectrometria de Massas por ElectronSpray Ionization (ESI‐TOF)e tiveram seus plasmas depletados por Cromatografia.Cinco Pools foram separados segundo resultado de Aspirado Traqueal em: Pool 1‐Gram‐negativo, Pool 2‐Fungos,Pool 3‐Sem crescimento, Pool 4‐Não realizados e Pool 5‐Controles.Resultados e Discussão: Dentre centenas de proteínas expressas, cinco proteínas se destacaram no grupo dos doentes com infecção e seis estavam presentes tanto no grupo dos doentes quanto no grupo dos sadios. Imunoglobulina Kappa, Amilóide Sérica A1/A2, PCR e Cofator de Heparina 2 estavam expressas no grupo dos gram‐negativos", PCR não foi vista no grupo dos "sem crescimento" uma vez que esta se correlaciona com a carga bacteriana.Cofator de Heparina 2 não estava presente no grupo dos "fungos",pois são relacionados com infecção por gram‐negativos (Pseudomonas sp. e E. coli).Das outras proteínas,seis restantes, quatro estavam upregulated e duas estavam downregulated no grupo dos pacientes em relação aos sadios.Complemento C9, Alfa 1 Glicoproteína Ácida, Alfa 1 Antiquimiotripsina e Glicoprotéina rica em alfa 2 Leucina estavam em quantidades aumentadas no plasma dos doentes (pool 1 a 4) denotando uma ativação de sistema imune inato e adaptativo. A protéina rica em leucina teve uma razão maior no grupo dos fungos sinalizando uma provável invasão tecidual pois esta protéina é encontrada na diferenciação de granulócitos e em enzimas de Candida.As duas protéinas downregulated, Apolipoprotéina AII e Alfa 2HS Glicoprotéina foram identificadas como protéinas de "fase negativa" contrastanto com as outras. Nos pacientes com fungos isolados no aspirado, não foi encontrado Alfa 2HS. Esses marcadores são encontrados em estados precoce de sepse (até 48h como foi feito esse estudo) e evitam que o estado infeccioso se propague indefinidamente.Conclusão:Um perfil proteômico plasmático em pacientes infectados foi encontrado neste estudo que desenha bem a relação entre microrganismo‐
hospedeiro e ainda,o proteoma entre provável infecção fúngica foi distinto da confirmada infecção bacteriana,o que em um futuro poderá auxiliar não só no tempo mas no tipo de droga" Palavras‐chave: ESI‐TOF, PAV, Infecção Pulmonar, Infecção Fúngica,Análise proteômica, Ventilação mecânica. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 014 HIV/AIDS AVALIAÇÃO CLINICA, IMUNOVIROLÓGICA E METABÓLICA DE PACIENTES COM INFECÇÃO PELO HIV EM SERVIÇOS DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO NO CEARÁ, EM 2016 Autores: Melissa Soares Medeiros* (Unichristus), Vinicius Ximenes Paula (Unichristus), Kaio Cezar Ferreira (Unichristus), Henrique Pires Moreira (Unichristus), Raquel Silveira Dantas (Unichristus), Caroline Vanderlei de Meneses Gaino (Unichristus), Carolina Pimentel de Azevedo (Unichristus) e Dulcinea Soares Bandeira Timbó (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A terapia Antirretroviral (TARV) evoluiu nos últimos anos permitindo esquemas com maior facilidade posológica, menores efeitos adversos e consequente melhor tolerabilidade, mantendo ou aumentando a potência em relação a regimes do passado. Porém, é importante a avaliação constante dos parâmetros clínicos e laboratoriais dos pacientes com HIV para detecção precoce de comorbidades ou alterações metabólicas que possam comprometer a qualidade de vida destes. Estudo transversal, retrospectivo, incluindo pacientes HIV acompanhados no ambulatório do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e Clínica Escola de Saúde (CES) do Centro Universitário Unichristus. Resultados/Discussão: 94 pacientes analisados, 51,6% masculino, idade média de 47 anos. Tempo de diagnóstico 101,5 meses. 90,4% estavam assintomáticos, os sintomas apresentados durante o período de avaliação foram diarréia (N=4), herpeszoster (N=11), histoplasmose (N=2), neurotoxoplasmose (N=11), pneumonia (N=14), sífilis (N=10), tuberculose (N=10). Em relação a comorbidades, os pacientes apresentavam: Dislipidemia (N=7), DM (N=12) e HAS (N=10). Quanto a TARV no inicio do tratamento 27,1% usavam AZT/3TC/EFZ, 9,8% AZT/3TC/EFZ, 16,3% TDF/3TC/EFZ e 17,4% AZT/3TC/ATVr e ao final do acompanhamento 34% TDF/3TC/EFZ e 32,9% TDF/3TC/ATVr. Tempo de uso da ultima terapia médio de 29 meses. Média de CD4 inicial de 579,5 cels/mm3. Média de CD8 inicial de 904,5 cels/mm3. Relação CD4/CD8 inicial 0,58. 58,7% dos pacientes apresentavam glicemia < 100. Média vitamina D foi 28 e 46,8% normal e 53,2% insuficiente. PTH médio foi 53 sendo 15% aumentado (N=60), e fosfatase alcalina média 258,5 sendo 52,7% aumentada. Uréia média 29, creatinina 0,8. Colesterol total médio 190, HDL médio 39, LDL médio 121. Carga viral indetectável em 75%. Não houve diferença entre alteração glicêmica e idade (> ou < 60 anos), (p=0,05), nem entre fosfatase alcalina aumentada e LDL aumentado (p=0,05). Quando comparado CD4 e aumento de glicemia (>100), observou‐se diferença significativa entre CD4>350 e glicemia >100 (p=0,03). Há correlação significativa entre glicemia >100 e CV indetectável (p=0,03) correlacionada a sexo feminino (p=0,08) e CD4> 350 (p=0,008). Conclusão: A maioria dos pacientes atualmente encontra‐se assintomática e com supressão virológica adequada. Observamos uma tendência a migração para esquemas simplificados com menor numero de pílulas ao dia. Observamos tendência a resistência periférica a insulina, independente da idade ou recuperação imunológica adequada. Palavras‐chave: HIV, Comorbidades no HIV, Terapia Antirretroviral. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 015 HIV/AIDS AVALIAÇÃO DA CORRELAÇÃO ENTRE VITAMINA D, HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO E ESTADO INFLAMATÓRIO EM PACIENTES COM HIV NO ESTADO DO CEARÁ Autores: Raquel Silveira Dantas* (Unichristus), Vinicius Ximenes Paula (Unichristus), Kaio Cezar Ferreira (Unichristus), Melissa Soares Medeiros (Unichristus), Henrique Pires Moreira (Unichristus), Severino Ferreira Alexandre (Unichristus), Caroline Vanderlei de Meneses Gaino (Unichristus) e Luan Victor Almeida Lima (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: Deficiência de vitamina D é observada comumente em pacientes infectados com HIV, podendo chegar a prevalência de 60% em alguns estudos (CHAVES,2014). Valores insuficientes dessa vitamina podem estar associados a baixa contagem de linfócitos CD4 e aumento de marcadores inflamatórios, devido alteração do perfil inflamatório (LEGEAI,2013). Pelo seu papel na modulação do sistema imune, acredita‐se que a hipovitaminose D seja fator de risco para surgimento de novas infecções e preditor de mortalidade a curto prazo (SHEPHERD,2014). Relação CD4/CD8 é uma medida recente para avaliação do estado inflamatório de pacientes HIV. O impacto da alteração nos níveis de vitamina D na resposta imune, medida pela relação CD4/CD8, e sua relação com a clínica e a resposta terapêutica desses pacientes é algo que necessita de estudos na população brasileira para se ter ideia do impacto de possíveis medidas adjuvantes no tratamento. Estudo transversal, retrospectivo, incluindo pacientes HIV acompanhados no ambulatório do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e Clínica Escola de Saúde (CES) do Centro Universitário Unichristus. Valores de referência CD4 < OU > 350, VIT D suficiente >30 e insuficiente/deficiente <30, PTH baixo <87 e FA alterado >250. Resultados/Discussão: Dos 47 pacientes que haviam realizado dosagem de vitamina D, 25 tiveram valores insuficientes e 22 valores normais. Média de vitamina D 28, 46,8% normal e 53,2% insuficiente. Fosfatase alcalina média 258,5 sendo 52,7% aumentado (N=74). PTH médio 53 sendo 15% aumentado (N=60). Carga viral indetectável em 75%, média de CD4 inicial 579,5 cels/mm3, média de CD8 904,5 cels/mm3 e relação CD4/CD8 0,58. Foi possível ser observado que pacientes com dosagem de vitamina D insuficientes mostraram valor de CD8 aumentado (p=0,02) e que esta diferença estava relacionada de forma significante ao sexo (sexo masculino e insuficiência de vitamina D, p=0,02 e feminino, p=0,33) e valor de CD4>350 cels/mm3 (CD4> 350, p= 0,02 e CD4<350, p=0,46). Pacientes com vitamina D insuficiente apresentavam HDL baixo (p=0,02). Houve correlação significativa entre aumento de PTH e aumento de FA (p=0,03). Em relação a FA aumentada e relação CD4/CD8 baixa foi significante ao se estratificar para o sexo feminino (p=0,01). FA aumentada foi estatisticamente significante em relação a CD4<350 (p<0,01). Não houve diferença entre sexo e idade (p=0,6). Houve correlação entre sexo masculino e tempo de doença, tendo estes diagnóstico mais tardio (p=0,001) e menor relação CD4/CD8 (p=0,01). Conclusão: Hipovitaminose D e hiperparatireoidimo secundário apresentam correlação direta com marcadores indiretos de inflamação no sangue, como FA, CD8 e HDL. Terapia antirretroviral não é suficiente para controlar a inflamação crônica do HIV, necessitando de terapias de suporte, como possivelmente suplementação de vitamina D. Palavras‐chave: Vitamina D, Hiperparatireoidismo secundário, Estado Inflamatório no HIV, HIV. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 016 HIV/AIDS ANÁLISE DO USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL COMO FATOR DE NEFROPROTEÇÃO EM PACIENTES HIV POSITIVOS Autores: Ana Carolina Parahyba Asfor* (Universidade Federal do Ceara), Gilberto Loiola de Alencar Dantas (Universidade Federal do Ceara), Victor de Matos Rolim (Universidade Federal do Ceara), Sérgio Luiz Arruda Parente Filho (Universidade Federal do Ceara), Débora de Almeida Silva (Universidade Federal do Ceara), Lucas Lobo Mesquita (Universidade Federal do Ceara) e Elizabeth De Francesco Daher (Universidade Federal do Ceara). *Apresentador(a) Resumo: Título: ANÁLISE DO USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL COMO FATOR DE NEFROPROTEÇÃO EM PACIENTES HIV POSITIVOS. Introdução: Nefropatia associada ao HIV é a principal causa de doença renal agressiva em pacientes infectados pelo HIV. A doença tem sido intimamente ligada ao efeito direto do HIV no rim. Estudos recentes mostram que, com o aumento do uso de terapia antirretroviral (TARV), sua prevalência tem diminuído nos países ocidentais. Evidências científicas sugerem que TARV pode prevenir o surgimento da nefropatia associada ao HIV. A TARV tem sido evidenciada como possível forma de retardar e de prevenir a progressão da insuficiência renal à fase de doença renal terminal, e de aumentar a sobrevida do paciente. Esse estudo visa a avaliar o uso da terapia antirretroviral como fator de nefroproteção em pacientes HIV positivos. Métodos: Esse é um estudo retrospectivo contendo 188 pacientes portadores de HIV internados no Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza – Ceará, no ano 2014. Dados clínicos e laboratoriais durante a internação foram revisados. A análise estatística foi realizada utilizando o programa SPSS, versão 20.0, e p value <0,05 foi considerado significante. Resultados: Cento e oitenta e oito pacientes adultos foram incluídos, 69,7% homens. A idade media foi 38,8 ± 11,6 anos. Foi observado que o grupo que usou terapia antiretroviral (TARV) apresentaram níveis significativamente mais altos de contagem de CD4 (270 ± 291 vs. 132 ± 133 cels/mm³) e bicarbonato sérico (21.5 ± 4.7 vs. 19.3 ± 4.6 mEq/L) assim como níveis mais baixos de lactato desidrogenase (561.8 ± 437 vs. 900.8 ± 895.3 U/L) e uréia sérica (37.9 ± 34.3 vs. 43.5 ± 30 mg/dL). Insuficiência Renal Aguda (IRA) foi diagnosticada em 28 pacientes (14,9%), mas apenas 12 (6,4%) precisaram de terapia de reposição renal. Não houve diferença significante entre os grupos em relação aos níveis de creatinina e incidência de IRA. Contudo, diálise foi significativamente menos frequente entre os pacientes com TARV (4,1% vs. 15%, p = 0,023). Apenas 15 pacientes (8%) morreram, mas a taxa de morte foi significativamente maior entre os pacientes sem TARV (22,5% vs. 4,1%, p = 0,001). Análise multivariada evidenciou que o uso de TARV foi fator protetor para requerimento de diálise (p =0,02, OR = 0,243, 95%CI = 0,07 – 0,80) e morte (p = 0,001, OR = 0,148, 95%CI = 0,05 – 0,45). Conclusão: Pacientes adultos usando TARV apresentaram menos uremia e acidose metabólica quando comparados ao grupo dos que não usaram. Apesar de não influenciar a incidência de IRA, o uso de TARV foi fator protetor para diálise e morte. Palavras‐chave: Terapia antirretroviral, HIV, nefroproteção, diálise, mortalidade. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 017 HIV/AIDS AVALIAR O IMPACTO NO PERFIL METABÓLICO DO SWITCH DE ZIDOVUDINA POR TENOFOVIR EM TERAPIA ANTIRRETROVIRAL INICIAL DE PACIENTES COM HIV/AIDS NO CEARÁ Autores: Melissa Soares Medeiros (Unichristus), Yasmin Camelo de Sales (Unichristus), Eduardo Austregésilo Correa* (Unichristus), Henrique Pires Moreira (Unichristus), Christian Max Uchoa Leite (Unichristus), Caroline Vanderlei de Meneses Gaino (Unichristus), Severino Ferreira Alexandre (Unichristus) e Luan Victor Almeida Lima (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: Ao longo dos últimos anos a Terapia Antirretroviral (TARV) tem se tornado mais simples, utilizando esquemas preferenciais de dose única diária sempre que possível, mantendo a potência adequada e com menor quantidade de efeitos adversos. Recentemente o Ministério da Saúde colocou o Tenofovir (TDF) como primeira linha de ITRN associado a Lamivudina, devido a maior toxicidade da Zidovudina (AZT). Nosso objetivo foi avaliar as possíveis alterações metabólicas relacionadas ao switch de AZT para TDF em pacientes previamente em uso de TARV. Material e métodos:Análise de prontuários de SAEs de Fortaleza no período de janeiro a julho de 2016 Resultados/discussão: Total pacientes avaliados 35, sendo 65,7% do sexo masculino, tempo médio de diagnostico 116,5 meses.Não apresentavam Dislipidemia, DM ou HAS no momento do switch. Dos pacientes 34 usavam AZT e 1 Abacavir (retirado da análise), sendo 78,1% associado a Efavirenz, 6,2% Atazanavir/r e 15,6% Nevirapina. Tempo médio entre exames de 18 meses. Carga Viral (CV) pre switch 85,2% eram não detectadas (N=29) e pos switch 100% ficaram não detectáveis (N=34), (p=0,05).Avaliação de creatinina serica pre switch e pos switch de AZT para TDF foi estatisticamente significativa (p=0,01 IC 95%‐0.1937 a ‐0.0263), média de Creatinina (pre switch 0,79 + 0,18) e (pos switch 0,9 + 0,13).Comparando media de CD4 pre switch 752,9 e pos switch 757,5 não houve diferença estatisticamente significativa (p=0,95), ou para CD8 pre switch 1.075 e pos switch 941 (p=0,1), relação CD4/CD8 pré switch 0,76 e pos switch 0,81 (p=0,5), hemoglobina pre switch 14,2 e pos switch 14,5 (p=0,58), glicemia pre switch 95,4 e pos switch 94,8 (p=0,86). Observamos alteração significativa da creatinina que poderá impactar na função renal do paciente no futuro, o efeito benéfico no aumento de HDL pode estar correlacionado com o efeito do TDF. Houve benefício virológico mas não imunológico. Conclusão: O switch de AZT para TDF pode ser benéfico principalmente pela facilidade posológica, facilitando a adesão que pode ter sido o maior fator para a melhor resposta virologica nos pacientes. A função renal deve ser monitorada com regularidade pelo risco de dano renal pelo uso de TDF, principalmente em pacientes portadores de comorbidades. O estudo sugere que pode haver benefício no perfil lipídico com o switch. Palavras‐chave: HIV,TARV:3 em 1,Complicações,aderência,switch. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 018 HIV/AIDS USO DE TERAPIA ANTIRRETROVIRAL POR SONDA DE NUTRIÇÃO ENTERAL Autores: Rosana Deyse Ponte Portela* (Hospital Universitário Walter Cantídio), Angela Nadyla Martins Holanda (Hospital Universitário Walter Cantídio), Renan Morais e Silva (Hospital Universitário Walter Cantídio), Thalita Melo Freire (Hospital Universitário Walter Cantídio) e Milena Pontes Portela Beserra (Hospital Universitário Walter Cantídio). *Apresentador(a) Resumo: A administração de medicamentos por sondas de nutrição enteral (SNE) é um desafio na prática clínica devido à dificuldade de informações sobre o uso por esta via e disponibilidade de apresentações adequadas, sendo um agravante ainda maior quando se trata da terapia antirretroviral (TARV). A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) requerem biodisponibilidade suficiente dos medicamentos para obter resultados clínicos favoráveis, uma exposição insuficiente aos antirretrovirais (ARV) pode resultar no desenvolvimento de resistência ou supressão viral inadequada. Nesse contexto, a equipe assistente torna‐se responsável pela tomada de decisão na terapia de pacientes sondados mesmo sem respaldo na literatura ou pela indústria farmacêutica. Deste modo, avaliou‐se a viabilidade de manipulação da TARV pela equipe de enfermagem para administração por SNE. Foram analisados 12 medicamentos que compõem o programa do Ministério da Saúde para a TARV, sendo eles: Abacavir (ABC), Atazanavir (ATV), Darunavir (DRV), Efavirenz (EFZ), Fosamprenavir (FPV), Nevirapina (NVP), Lamivudina (3TC), Lamivudina/Zidovudina (3TC + AZT), Lopinavir/Ritonavir (LPV/r), Raltegravir (RAL), Ritonavir (RTV) e Tenofovir/Lamivudina (TDF + 3TC). Cada medicamento foi avaliado quanto à dispersão em água potável, sendo colocado em dosador com 10mL de água, sem trituração prévia, sob agitação manual, quando resultado não satisfatório o teste foi repetido com volume de 20mL de água, quando ainda não atingida a dispersão, os comprimidos foram triturados antes do contato com a água para nova avaliação. Dos medicamentos analisados, seis (ABC, ATV, DRV, EFZ, 3TC + AZT, NVP) apresentaram dispersão total em até 10 minutos sem trituração prévia e em 10mL de água dois (FPV, 3TC) precisaram de 20mL de água para completa dispersão e quatro (LPV/r, RAL, RTV e TDF + 3TC) necessitaram de trituração prévia para dispersão. Os resultados encontrados reafirmam a dificuldade de administração de medicamentos por SNE, a qual exige comprometimento e dedicação da equipe de enfermagem envolvida na manipulação, ressaltando ainda a importância do desenvolvimento de mais formas farmacêuticas líquidas e mais estudos quanto à estabilidade e biodisponibilidade das formas farmacêuticas sólidas transformadas para administração por SNE. O Ministério da Saúde dispõe de alguns ARV em formulações líquidas, como Abacavir, Didanosina, Estavudina, Efavirenz, Fosamprenavir, Lamivudina, Lopinavir/Ritonavir, Nevirapina, Ritonavir, Tipranavir e Zidovudina. No entanto, para viabilizar a troca de formulação dos ARV é necessária nova prescrição médica e por vezes há demora na chegada da formulação líquida até o setor de dispensação, visto que pela baixa demanda de consumo não há estoque nas unidades de dispensação, além do desconhecimento dos usuários e profissionais da disponibilidade destas formulações. Palavras‐chave: Antirretrovirais, Nutrição Enteral, Vias de Administração de Medicamentos,. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 019 Miscelânea ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE ÁGUAS ADICIONADAS DE SAIS COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE FORTALEZA Autores: Renata Gomes Cruz Silva* (Unichristus), Ângela Maria Veras Stolp (UNIFOR), Maria Tereza Pinto da Costa (Laboratório Central do Ceará), Stefanie Queiroz Ribeiro (Unichristus), Sabrina Maria Lima Bezerra (Unichristus), Thaís Helena Paiva da Silva (Unichristus), Karine Jorge Alves Bezerra (Unichristus) e Stéphanie Magalhâes de Carvalho Pereira (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO A água é fundamental para a existência da vida e portanto, indispensável ao ser humano e aos demais seres vivos. Diferente do que a maior parte dos consumidores pensam e muitos vendedores anunciam, nem toda água envasada é mineral. É preciso ter muito cuidado com a qualidade da água que será utilizada nesses produtos. Normalmente elas advém de lençóis freáticos que podem estar submetidos a contaminações antropogênicas, associadas geralmente a despejos domésticos e industriais e ao chorume oriundo de aterros de lixo que podem atingir essas reservas hídricas subterrâneas. O consumo de água contaminada por agentes biológicos ou físico‐químicos provoca inúmeros problemas de saúde. MÉTODOS Trata‐se de um estudo descritivo, transversal e retrospectivo, com abordagem qualitativa. O trabalho foi realizado no Laboratório Central, na cidade de Fortaleza‐CE. Foram utilizadas 23 marcas aleatórias de água adicionada de sais comercializadas na cidade de Fortaleza no estado do Ceará. Para compor a amostragem do estudo foram coletados 5 garrafões de 20 litros de cada marca, os quais foram analisados no período de janeiro a maio de 2014. A pesquisa de coliformes totais e Escherichia Coli foi realizada utilizando o método do substrato enzimático (marca Colilert), cujos resultados revelam a presença ou ausência bacteriana na amostra. A presença de coliformes totais é evidenciada pela alteração da amostra de incolor para amarelo e quando exposta à luz UV, a fluorescência observada evidencia a presença de Escherichia coli. RESULTADOS E DISCUSSÃO Das 23 marcas analisadas em 2014, 4 marcas, representando 17,39%, apresentaram contaminação por coliformes totais e nenhuma delas apresentou E. coli. Fazendo um estudo comparativo com as análises microbiológicas realizadas com as mesmas marcas de água adicionada de sais em 2013, observou‐se que a quantidade de marcas com presença de coliformes totais aumentou. Neste estudo não foi encontrada contaminação por Escherichia coli em nenhuma das amostras analisadas, resultado semelhante ao apresentado por Costa. Um estudo realizado por Mourão em água de poço utilizada como matéria prima para a produção de água adicionada de sais mostrou que nenhuma das 11 marcas analisadas continha E. coli. No mesmo estudo de Mourão utilizando as águas adicionadas de sais depois de envasadas, 2,9% das 70 amostras apresentaram contaminação por E. coli, mostrando que a água utilizada na fabricação das águas adicionadas de sais não tinham contaminação por essa bactéria antes do envasamento, porém, essa contaminação pode estar associada a ausência de boas práticas de fabricação suficientes a eliminar qualquer vestígio desse indicador. CONCLUSÃO Houve crescimento no número de amostras com presença de coliformes totais do ano de 2013 para 2014 mostrando que é necessário um controle de qualidade mais rigoroso por parte das empresas e uma legislação rígida para a produção de água adicionada de sais. Palavras‐chave: Água adicionada de sais, Análises microbiológicas, Água envasada. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 020 Doenças tropicais DOENÇA DE CHAGAS E LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NA ZONA RURAL DE UM MUNICÍPIO DO ESTADO DO CEARÁ Autores: Arduina S. O. de B. Vasconcelos Fidalgo (Universidade Federal do Ceará), Alanna Carla da Costa (Universidade Federal do Ceará), Carlos Eduardo Menezes Viana (Universidade Federal do Ceará), Francisca Mylena Melgaço Nunes* (Universidade Federal do Ceará), Teresa Maria de Jesus Ponte Carvalho (Universidade Federal do Ceará), Izabel Letícia Cavalcante Ramalho (Lacen), Julieth Mesquita Lacerda (Universidade Federal do Ceará) e Maria de Fátima Oliveira (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: Devido a grande susceptibilidade do homem e de alguns animais domésticos, sobretudo o cão e o gato, a certas doenças infecto‐parasitárias, tornou‐se de grande relevância o esclarecimento do ciclo doméstico de algumas infecções como Doença de Chagas (DC) e leishmaniose. No que se refere à doença de Chagas e leishmaniose, ambas são causadas por protozoários pertencentes à família Trypanosomatidae. Sabe‐se que os métodos sorológicos empregados para a detecção de anticorpos circulantes anti‐
Leishmania spp. em cães apresentam alta sensibilidade e especificidade. Em contrapartida, nem sempre um resultado soropositivo pode ser conclusivo de doença ativa. O objetivo deste trabalho foi avaliar a soroprevalência de doença de Chagas e leishmaniose em cães na zona rural do município de Quixeré‐CE. Material e Métodos: Foram analisadas 110 amostras de cães da zona rural do município de Quixeré‐CE, no qual foram submetidas a testes de imunofluorescência indireta para DC (IFI Chagas Bio‐manguinhos) e ELISA utilizando antígenos purificados de Leishmania (ELISA Leishmania visceral canina, Bio‐manguinhos). Resultados: Observou‐se uma prevalência de 76 (69%) de cães reagentes para DC, 24 (21,8) não reagentes e 10 (9,2%) com resultados inconclusivos. Com relação a Leishmaniose, 27 (24,5%) foram reagentes 65 (59%) não reagentes e 18 (16,5%) duvidosos. Discussão: É importante ressaltar que dos 23 cães positivos para as duas patologias é possível a ocorrência de reações cruzadas inerente aos testes sorológicos em razão do parentesco filogenético entre Leishmania spp. e Trypanosoma cruzi,obtendo‐se resultados falso‐
positivos. Estudos prévios mostram que os cães e os gatos aparecem como os principais responsáveis pela manutenção da transmissão dessas doenças em áreas endêmicas. Assim, esses animais são os principais reservatórios fora do ambiente silvestre, contudo, outras espécies de animais podem ser infectadas e sua importância no ciclo de transmissão doméstico é variável entre as regiões. Para confirmar se há reação cruzada, ou se o animal é verdadeiramente positivo para duas doenças, seria necessária uma investigação com técnicas de biologia molecular. Contudo, esses dados mostram que o ciclo domiciliar das duas doenças encontra‐se em plena atividade, oferecendo risco iminente de contaminação para população que convive com esses animais domésticos. Conclusão: Dessa maneira, esse cenário configura um problema sério de saúde pública no município de Quixeré, sendo necessário um controle rigoroso da região para que o ciclo das doenças seja interrompido e a população não corra risco de infecção. Palavras‐chave: Leishmaniose, Doença de Chagas, Cães. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 021 Infecções bacterianas/micobacterianas FENÔMENO DE LÚCIO EM PACIENTE COM HANSENÍASE: UM RELATO DE CASO Autores: Gustavo Rabelo Borba (Unichristus), Olga Vale Oliveira Machado (Hospital São José de Doenças Infecciosas), Mariana de Almeida Castro (Unichristus), Glauber Alves Pereira (Unichristus) e Priscila Brasil de Carvalho Rocha* (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A hanseníase é doença infecciosa causada pelo M. leprae que atinge pele, nervos e causa um comprometimento crônico ao paciente. A hanseníase hoje representa um grave problema de Saúde Pública no Brasil, atinge principalmente as camadas mais pobres da população e apresenta endemicidade em território nacional. O Brasil ocupa a segunda posição no número de casos de hanseníase em todo o mundo, atrás apenas da Índia. Segundo Araújo e colaboradores, aproximadamente, 94% dos casos conhecidos nas Américas e 94% dos casos novos diagnosticados são notificados pelo Brasil.Objetivo: Elucidar o papel da reação tipo 2 no quadro clínico do paciente. Relato de caso: F.M.B., paciente admitido com queixa de “ferida na perna” diagnósticado com hanseníase multibacilar em 07/2016 e evoluindo 25/10/2016 com lesões eritematosas violáceas difusas mais intensas na perna esquerda com ulcerações e drenagem de secreções purulentas apresentando edema, calor e rubor (Fenômeno de Lúcio). Exame físico: Pele: Presença de lesões eritematosas violáceas em troncos e membros, formando placas, mais extensas em perna esquerda onde ulceraram e drenam secreções purulentas. Flogose em MIE. Exame laboratorial: Hemácias 3,88 milhões/mm³, Hemoglobina 10,6 g/dL Hematócrito 31,3% R.D.W. 15,5% Leucograma Neutrófilos 5.630/mm³ segmentados 5.630/mm³ Eosinófilos 652/mm³ Monócitos 979/mm³. Apresentando anisocromia e anisocitose. PCR 34,2 mg/L. Alérgico a Dapsona. Discussão: A hanseníase tem evolução lenta e progressiva, podendo alternar com episódios agudos denominados Reações Hansênicas. Essas manifestações são caracterizadas por reações inflamatórias súbitas, e podem ocorrer em qualquer forma clínica da doença.O Eritema Nodoso Hansênico (ENH) ou Tipo 2 foi originalmente descrito por Murata (Japão) em 1912 e é apresentado como uma modificação da imunidade humoral, sendo um tipo de reação imunológica, com predomínio da reação por imuno complexo circulante tipo III, na classificação de Coombs & Gell.Eventos como o uso de antibióticos pelo paciente hansênico podem acarretar a destruição bacilar acentuada, liberação de frações antigênicas de M. leprae e indução da formação do anticorpo específico, anticorpo anti‐glicolípido fenólico‐1(anti PGL1), resultando na síndrome do imunocomplexo circulante com depósito de do complexo antígeno‐anticorpo em tecidos, vasos sanguíneos e linfáticos, e causando o aparecimento de placas infiltradas e nódulos que evoluem com pústulas e bolhas, com possível formação ulcerosa e eventual necrose, nas formas mais graves. Conclusão:Com o estudo conclui‐se que no paciente com a reação tipo 2, independente de por quais fatores indutores, a reação inflamatória sistêmica ocorrida confere ao paciente um comprometimento da pele, podendo evoluir para necrose e amputação. Referências: Araújo, Marcelo Grossi. Hanseníase no brasil." Rev Soc Bras Med Trop 36.3, 2003 FOSS NT. Aspectos imunológicos da hanseníase. Medicina, Ribeirão Preto, 30: 335‐339, 1997" Palavras‐chave: Hanseniase, fenomeno de lucio, m leprae. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 022 Infecções virais NEUROCHIKUNGUNYA‐RELATO DE CASO CLÍNICO DO HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA Autores: Lucianna Auxi Teixeira Josino da Costa* (Hgf e Hsj), Lia Fernandes Alves de Lima (HGF /HSJ), Waldélia Maria Santos Monteiro (HGF), Tamara Oliveira Pinheiro (HGF), Alliane Milliane Ferreira (HGF) e Allison Emidio Pinheiro Pereira Borges (HGF). *Apresentador(a) Resumo: R.N.X.,sexo masculino,47a,de Russas,comerciante, HAS e doença renal crônica não dialítica.Interna dia 08/07/16 no Hospital Geral de Fortaleza com rebaixamento do nível de consciência e quadro convulsivo não visto pela equipe de saúde. HDA: Há cerca de 30 dias começou com mudança de comportamento, alucinações, dificuldade de realizar atividades normais da vida.Familiares negam febre, dores em articulações, resfriados, tosse perda de peso em período anterior, icterícia ou viagens nos útlimos 3 meses. No momento da internação:Torporoso com confusão mental,alucinações visuais,convulsões tônico‐
clônicas, movimentos simétricos nos 4 membros, emitindo sons incompreensiveis, Glasgow 9‐10. Estava internado em Russas há 15 dias com esse mesmo quadro tento sido tratado com ansiolíticos, benzodiazepínicos e piridoxina sem sucesso. Tomografia computadorizada de crânio sem contraste de 29/06/16 de Russas: Sem alterações ou sangramentos. Laboratório:(08/7/16) Hb e HT: 10/30, leuco: 10.600 plaq.: 420.000 cr 10, fósforo 8.5, K: 4,5, Uréia: 85 e Na: 132,Gasometria: Ph 7,41, Po2: 68, PCO2: 42, Bic: 23, Lactato: 1,6, LCR: (08/7/16) Proteínas ‐ 120, 2 células, predomínio LM (78% L, 22% de mono), glicose ‐63. Iniciado Aciclovir 10mg/k/peso para função renal,Ampicilina para Listeria, Piperacilina/tazobactam, hemodiálise, IOT+VM. Paciente foi transferido para UTI onde solicitou‐se novas sorologias ( herpes e Chikungunya) e pesquisa de PCR para Zica no LCR. LCR:(13/7/16): Proteínas: 199, Glicose: 63, 1 leuco ( 83% L e 15% Mono e 2% N) bacterioscopia negativa, fungos negativo, VDRL: NR, LDH: 31. HIV/HBSAG/Anti‐HCV: negativos,Herpes simples soro: IgM: Reagente: 1,04 (zona cinzenta), IgG:Reagente, Eletroforese de Proteínas com pico de Gama‐globulina: Alfa 1: 1,8,Alfa A2:7,40 Beta: 8, Gama: 55 (10‐19). Sorologias para CMV: IgG R e IgM: NR, EBV: IgG: R e IgM: NR. Retirada a sedação pela estabilidade do quadro e o paciente acorda com fácies de dor.Após 12 dias de Aciclovir o paciente mantém Glasgow de 8 (resposta motora 3).ECG: 20/7/16: Distúrbio não epileptiforme da atividade de base,intensidade moderada à grave, ausência de atividade epileptiforme trifásica ou periódica, nova Tomografia de Crânio com contraste visualiza: Hipodensidades cortical parietal à esquerda inespecíficas (cerebrite?).Colhido Mielograma: Linfócito: 8,5% plasmócito: 12,5% blastos: 0,5% ausência de parasitos, fungos ou células tumorais, normocelular. Após realizar 14 dias de Aciclovir e 10 de Ampicilina o paciente se mantinha no msmo estado geral e neurológico, Glasgow: 8. Em 27/7/16: Recebida sorologias LCR: DENGUE IGM: NÃO REAGENTE, CKG IGM: REAGENTE (MAC‐ELIZA ENZIMAIMUNOENSAIO CORTE REAGENTE >3), SORO IGM CKG:NR, IGG ( CORTE REAGENTE MAIOR QUE 22): REAGENTE. Trocado Aciclovir para Ganciclovir 60mg EV 3x/s (21dd) e pulsado com metilprednisolona 1 g/d por 3 dias.Após 72h de modificações o paciente melhorou a parte motora (Glasgow 14) recebendo alta posteriormente para ambulatório de hematologia. Palavras‐chave: Neurochicungunya, Complicação neurológica de Chikungunya,Encefalite por Chikungunya,Ganciclovir,Chikungunya. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 023 Infecções bacterianas/micobacterianas TRACOMA: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA ABANDONADO! Autores: Marina Veras Coelho Aguiar* (Unichristus), Adjoane Maurício Silva Maciel (Universidade Estadual do Ceará), Anamaria Cavalcante e Silva (Unichristus), Evellyne Maciel Guimarães (Unichristus), Jocileide Sales Campos (Unichristus) e Matheus Arrais Alves (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: O Tracoma consiste em ceratoconjuntivite, cujo agente etiológico é a bactéria Chlamydia trachomatis. Manifesta‐se como uma inflamação crônica e recidivante da conjuntiva e da córnea, gerando alterações cicatriciais que podem levar à formação de entrópio, triquíase e opacidade da córnea, podendo culminar com a cegueira. São cinco formas clássicas da doença. Duas delas são transmissíveis, como o Inflamatório folicular e o Inflamatório intenso, e, em três delas, não há transmissão: Cicatricial, Tracomatosa e Opacificação da Córnea. Representa um importante problema de saúde pública nos países em desenvolvimento e é mundialmente negligenciada. O objetivo do trabalho é descrever um caso de tracoma com recidiva de dois anos. Relato de Caso: M.Z.S.O, 13 anos, sexo feminino, parda, estudante de ensino fundamental, residente em Russas, Ceará, Brasil. Recebeu o diagnóstico em visita escolar de tracoma inflamatório folicular em 2014 e 2015, durante Campanha Nacional de Hanseníase, Geo‐
Helmintíases e Tracoma. Foi tratada com dose única oral de Azitromicina (20mg/kg), anual, durante os dois anos. Em 2016, foi diagnosticada novamente, apresentando tracoma no olho direito, com moderado grau de infiltração difusa, observando‐se mais de cinco folículos na conjuntiva palpebral superior. Relata intenso lacrimejamento e sensação constante de presença de corpo estranho no olho. Além disso, refere bastante prurido, secreção purulenta e fotofobia ao permanecer em lugares com luz solar intensa, ao assistir à televisão e ao utilizar por muito tempo o celular. Relata, também, freqüente cefaleia desencadeada ao esforço da visão. Até o presente relato, a paciente não foi medicada neste ano. Discussão: O tracoma é transmitido, principalmente, de forma direta, de indivíduo para indivíduo, por meio do contato com secreções oculares e, secundariamente, de forma indireta, com objetos contaminados. A mosca doméstica pode atuar como vetor da doença. Diante disso, podemos levantar a hipótese de explicação para as duas recidivas: morar no interior do Estado estar sujeita à intensa crise hídrica de falta de água existente e viver em condições precárias de saneamento básico, favorecendo a transmissão da doença, principalmente, com o compartilhamento de toalhas de banho entre os familiares e no convívio escolar. Realizar‐se‐á visita domiciliar para avaliar o vinculo infeccioso. Conclusão: São variadas as formas de contágio, favorecidas por precárias condições de higiene. Apesar de poder levar à cegueira, o tracoma é uma doença de sintomas inespecíficos, de fácil tratamento e fácil diagnóstico por meio da clínica. No entanto, é bastante negligenciada e até desconhecida por muitos médicos, necessitando de reconhecimento e ações sobre o problema, pois não foi erradicada, principalmente, no interior do Brasil. Palavras‐chave: Tracoma inflamatório folicular, Chlamydia trachomatis, Recidiva, Doença infecciosa negligenciada, Cegueira, Azitromicina. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 024 Imunizações COMO REDUZIR O NÚMERO DE CRIANÇAS FALTOSAS À VACINAÇÃO? Autores: Wagner Robson Germano Sousa* (Universidade Estadual do Ceará), Alice Maria Correia Pequeno Marinho (Universidade Estadual do Ceará), Ana Vilma Leite Braga (Universidade Estadual do Ceará), Zenaide Nunes Silva (Escola de Saúde Pública do Ceará) e Liwanna Yakima Amorim Pereira (Escola de Saúde Pública do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução. A vacinação é a estratégia mais adequada para a prevenção e controle das doenças imunopreveníveis. Programas municipais de imunização enfrentam constantes desafios como a existência de crianças faltosas à vacinação. Material e métodos: Este estudo questiona: como reduzir o número de crianças faltosas à vacinação? Em resposta a esta pergunta, objetiva‐se desenvolver e aplicar estratégias capazes de diminuir a carga de crianças faltosas em um programa municipal de imunização. Para o seu desenvolvimento, adotou‐se a metodologia da pesquisa‐ação com a aplicação do Arco de Maguerez, o qual foi aplicado na rede de unidades básicas de saúde de um município, tendo como público‐alvo: profissionais médicos, enfermeiros e técnicos da sala de vacina. Resultados: Etapa 1 ‐ Da observação da realidade identificou‐se as prováveis causas do problema: Falta de interesse da mãe em levar a criança à sala de vacina mãe não entende a importância da vacinação Falhas na captação da criança Dificuldade de acesso de família à unidade Falhas no diálogo entre, sala de vacina, Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e pais. Etapa 2 – Da determinação de pontos‐chaves(Identificando determinantes do problema): A mãe só traz a criança da possibilidade de perda do bolsa família O desconhecimento dos pais sobre vacinação ACS’s domínam a temática vacinação e sua dificuldade de acesso à família Sala de vacina não comunica aos ACS’s lista de criança aprazadas e faltosas Etapa 3 – Teorização: múltiplos atores não tem conhecimento da vacina como instrumento de prevenção da doença imunoprevenível Etapa 4 – Hipótese de solução: usar TIC’s e visitação para disseminar o conhecimento sobre vacinas na população, adotar o uso de Tablets com conexão ao e‐sus para ACS’s introduzir ações de educação permanente para profissionais ampliar comunicação entre a sala de vacina, equipe e comunidade Etapa 5 – Aplicação à realidade: avaliação de cartões de vacina alimentação dos dados no SIPNI DESKTOP, busca ativa de crianças faltosas, aprazadas, falecidas e da que saíram do território vacinação de faltosas na campanha de multivacinação introdução da tecnologia e‐SUS Tablet no programa ACS. Discussão: Este estudo é produto da adoção do Arco de Maguerez, apresentado na disciplina de Metodologias Ativas do Mestrado Profissional em Educação em Saúde da Universidade Estadual do Ceará (UECE), do Curso de Implementação em Sala de Vacina da Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará (ESP‐CE) introduzido na rotina da Coordenação Municipal de Vigilância em Saúde. O arco de Maguerez foi adotado pela coordenação do PNI como ferramenta de resolução dos problemas a partir do empoderamento de médicos, enfermeiros, vacinadores, ACS e pais sendo a estratégia de ensino‐aprendizagem. Conclusão: Arco de Maguerez foi efetivo ao evidenciar e corrigir as fragilidades internas e externas ao programa municipal de imunização e já gerou impactos na redução do número de crianças faltosas. Palavras‐chave: Imunização, Arco de Maguerez, faltoso, imunoprevenção. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 025 Infecções bacterianas/micobacterianas PREDITORES DE MAU PROGNÓSTICO DA LESÃO RENAL AGUDA EM PACIENTES CRÍTICOS COM MENINGITE Autores: Gabriel Bezerra Pinheiro Falcão* (Universidade Federal do Ceará), Antônio Mendes Ponte de Oliveira Filho (Universidade Federal do Ceará), Fernanda Holanda Menezes (Universidade Federal do Ceará), Ana Carolina Parahyba Asfor (Universidade Federal do Ceará), Ana Carolina Parahyba Asfor (Universidade Federal do Ceará), Rafaela Araújo de Holanda (Universidade Federal do Ceará) e Elizabeth De Francesco Daher (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: As meningites infecciosas estão associadas a elevada morbimortalidade, complicações e sequelas. Pouco se conhece a respeito da lesão renal aguda (LRA) na meningite e de seus fatores prognósticos. Esse estudo tem como objetivo investigar e descrever os principais aspectos da LRA em pacientes com meningite e avaliar preditores de mau prognóstico a serem detectados no momento da admissão hospitalar e do diagnóstico (dx) da LRA. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo em pacientes com dx de meningite admitidos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), em Fortaleza, Ceará, entre 2012 e 2015. O dx de meningite foi feito a partir da avaliação clínica e do exame do líquor. LRA foi definida e classificada pelos critérios do KDIGO (2012). RESULTADOS: Foram incluídos 20 pacientes com média de idade de 38.75±14.9 anos, 14 eram mulheres (70%) e nenhum era HIV positivo. A mortalidade foi de 50%. Dez pacientes (50%) apresentaram LRA estágio I (KDIGO1), 8 KDIGO2 (40%) e 2 KDIGO3 (10%). Apenas um paciente realizou diálise. Hipocalemia ao dx da LRA foi associada a menor incidência de LRA grave (KDIGO2 ou 3) com p=0.01, enquanto plaquetopenia na admissão associou‐se a LRA grave (p=0.044). Hipernatremia na admissão (p=0,018) e ao dx da LRA (p=0.026) e ureia>60mg/dL na admissão (p=0.047) e ao dx da LRA (p=0.047) foram associadas com necessidade de ventilação invasiva (VI) até 48h após o dx de LRA. Os pacientes que necessitaram de VI até 48h após dx da LRA tiveram níveis mais elevados de ureia (27±15.35 vs 62.85±31.57, p=0.006) no momento do dx da LRA. Na análise multivariada, hipocalemia ao dx da LRA foi fator protetor contra LRA grave (OR=0.061 95%IC=0.005‐0.741 p=0.028), enquanto plaquetopenia na admissão tendeu a aumentar o risco para KDIGO2 ou 3 (OR=9 95%CI=0.8‐100.14 p=0.074). CONCLUSÃO: Ureia, sódio e potássio séricos e a contagem de plaquetas possuem provável valor prognóstico em pacientes de UTI com meningite e LRA. Ao dx da LRA, pacientes com hipernatremia e ureia>60mg/dL apresentaram maior necessidade de VI em 48h. Hipocalemia ao dx da LRA protegeu contra o desenvolvimento de LRA grave, enquanto pacientes admitidos com plaquetopenia apresentaram tendência a LRA grave. A alta mortalidade e a baixa taxa de diálise sugerem morte antes de realizar a terapia dialítica. Palavras‐chave: Meningite, Unidade de Terapia Intensiva, Lesão Renal Aguda, KDIGO, Diálise. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 026 Doenças tropicais PARÂMETROS CLINICOEPIDEMIOLÓGICOS E FUNÇÃO RENAL EM PACIENTE SOB TRATAMENTO DA DOENÇA DE CHAGAS Autores: Rafaela Araújo de Holanda* (Universidade Federal do Ceará), Rodrigo da Nóbrega de Alencar (Universidade Federal do Ceará), Raimundo Cardoso da Silva Filho (Universidade Federal do Ceará), Isadora Sales Nogueira (Universidade Federal do Ceará), Lucas Noronha Lechiu (Universidade Federal do Ceará), Gabriel Bezerra Pinheiro Falcão (Universidade Federal do Ceará) e Elizabeth De Francesco Daher (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: TÍTULO: PARÂMETROS CLINICOEPIDEMIOLÓGICOS E FUNÇÃO RENAL EM PACIENTE SOB TRATAMENTO DA DOENÇA DE CHAGAS. INTRODUÇÃO: A doença de chagas (DC) é uma doença tropical causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, endêmico na América do Sul. O objetivo do estudo foi descrever aspectos epidemiológicos, laboratoriais e da função renal na DC, bem como avaliar o efeito de seu tratamento. METODOLOGIA: Este é um estudo retrospectivo com dados de 174 pacientes coletados em um período de dois anos confirmados para DC, em tratamento com Benzonidazol. Dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais foram avaliados antes, durante e após o tratamento. RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 45,7±12,05 anos, e 57,5% eram do sexo masculino. Poucos pacientes relataram história de DC (9,3%), e 40% eram procedentes de áreas rurais. Número reduzido de leucócitos foi observado antes, durante e após o tratamento (6500±1700 vs. 5850±1700 vs. 6200±1500, p=0,002), bem como elevação de TGP (27,4±19,71 vs. 29,7±26,1 vs. 31,37±19,5, p=0,02) e queda da função renal (0,87±0,7 vs. 0,93±0,67 vs. 0,87±0,3, p=0,003). Os principais efeitos colaterais relatados foram prurido (29,3%), náuseas/vômitos (25,9%) e cefaleia (24,7%), com abandono de tratamento em 26 casos (14,9%). CONCLUSÃO: Doença de Chagas foi mais prevalente em adultos procedentes de áreas rurais. Tratamento específico foi associado com queda dos níveis de leucócitos e da função renal bem como aumento de TGP. Sugere‐se dano renal decorrente do tratamento, apesar da escassez de estudos sobre tal mecanismo. Palavras‐chave: Tratamento, doença de chagas, função renal. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 027 Infecções fúngicas ANÁLISE DA LESÃO RENAL AGUDA EM PACIENTES COM HISTOPLASMOSE SOB CUIDADOS INTENSIVOS Autores: Lucas Noronha Lechiu* (Universidade Federal do Ceará), Gabriel Bezerra Pinheiro Falcão (Universidade Federal do Ceará), Sérgio Luiz Arruda Parente Filho (Universidade Federal do Ceará), Raimundo Cardoso da Silva Filho (Universidade Federal do Ceará), Rafaela Araújo de Holanda (Universidade Federal do Ceará), Ana Carolina Parahyba Asfor (Universidade Federal do Ceará) e Elizabeth De Francesco Daher (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: TÍTULO: ANÁLISE DA LESÃO RENAL AGUDA EM PACIENTES COM HISTOPLASMOSE SOB CUIDADOS INTENSIVOS. INTRODUÇÃO: A Histoplasmose, doença oportunista fúngica, afeta principalmente pacientes imunossuprimidos, como os portadores de SIDA e os transplantados. Pouco se conhece sobre o perfil dos pacientes críticos com histoplasmose que desenvolvem Lesão Renal Aguda (LRA). METODOLOGIA: Estudo retrospectivo realizado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospital terciário de doenças infecciosas em Fortaleza, Ceará, Brasil. Foram incluídos 26 pacientes diagnosticados com histoplasmose entre janeiro de 2012 e dezembro de 2015. LRA foi definida e classificada pelos critérios do KDIGO (2012). RESULTADOS: Foram incluídos 24 pacientes, todos HIV positivos, com média de idade 37.88±11.16 anos, dos quais 20 (83.3%) desenvolveram LRA. Três pacientes (15%) tiveram LRA KDIGO1, 3 (15%) KDIGO2 e 14 (70%) KDIGO3 e 11 (55%) realizaram diálise. Administrou‐se anfotericina B em 100% dos casos. Morreram 19 pacientes (79.2%), e a mortalidade foi significativamente maior no grupo que apresentou LRA (90% vs. 25%, p=0.018). O uso regular de terapia antirretroviral (TARV) não se associou a menor incidência de LRA (p=0.53) ou óbito (p=0.87). Dentro do grupo que teve LRA (G‐LRA), o subgrupo que dialisou desenvolveu LRA mais cedo (2.55±1.97 vs. 9.75±8.03 dias após admissão hospitalar, p=0.039) e o subgrupo que não dialisou teve níveis de Na+ sérico menores na admissão (131.13±4.58 vs. 142±8.52mmol/L, p=0.009). Na admissão hospitalar do G‐LRA, hiponatremia (Na+ sérico<135mmol/L) foi associada a menor incidência de LRA grave (KDIGO2 ou 3), com p=0.015, e menor necessidade de diálise (p=0.009), enquanto hipernatremia (Na+ sérico>145mmol/L) associou‐se a maior necessidade de diálise (p=0.028). Na análise multivariada, hiponatremia na admissão foi fator protetor contra diálise (OR=0.048 95%IC=0.003‐0.665 p=0.024) no G‐
LRA. CONCLUSÃO: Dentre estes pacientes críticos, o uso regular de TARV não teve impacto no prognóstico. A LRA é associada a mortalidade muito elevada em pacientes críticos com histoplasmose. Em pacientes que desenvolvem LRA, níveis elevados de Na+ sérico e o desenvolvimento precoce de LRA podem ser indicadores de mau prognóstico (LRA grave e diálise). Hiponatremia na admissão hospitalar, por outro lado, reduziu o risco para diálise. Palavras‐chave: Histoplasmose, UTI, Lesão Renal Aguda, Diálise. 1
TEMA LIVRE ORAL O ‐ 028 Doenças tropicais ASSOCIAÇÃO ENTRE INJÚRIA RENAL AGUDA DEFINIDA PELOS CRITÉRIOS DE KDIGO E MORTALIDADE NA LEPTOSPIROSE Autores: Victor de Matos Rolim* (Universidade Federal do Ceará), Antônio Mendes Ponte de Oliveira Filho (Universidade Federal do Ceará), Débora de Almeida Silva (Universidade Federal do Ceará), Fernanda Holanda Menezes (Universidade Federal do Ceará), Lucas Noronha Lechiu (Universidade Federal do Ceará), Lucas Lobo Mesquita (Universidade Federal do Ceará) e Elizabeth De Francesco Daher (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: Leptospirose é uma importante zoonose, especialmente nos trópicos e o rim é um dos principais órgãos‐alvo. A incidência de Injúria Renal Aguda (IRA) varia até 84% dependendo do critério diagnóstico usado. Esse estudo tem como objetivo classificar a IRA de acordo com os critérios KDIGO e correlacionar os estágios com mortalidade na leptospirose. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo de dados clínicos e laboratoriais de 486 pacientes com leptospirose admitidos em hospitais terciários entre maio de 1985 e junho de 2015 em Fortaleza, Ceará. RESULTADOS: Dentre os 486 pacientes, 336 (69,3%) desenvolveram IRA de acordo com o critério KDIGO. Foram classificados em KDIGO 1 (6,6% ‐ 32), KDIGO 2 (6,6% ‐ 32) e KDIGO 3 (56% ‐ 272) e 186 necessitaram de diálise (38,3%). Setenta pacientes (14,4%) morreram. Estratificando‐se por décadas (1985‐1995, 1996‐2005 e 2006‐2015), observa‐se que a mortalidade foi significativamente maior na 1ª década e caiu progressivamente (22,3% vs 15,4% vs 10,8%, p=0.033). Pacientes com IRA definida pelo critério KDIGO tiveram maior mortalidade que o grupo sem IRA (16,71% vs 9,39%, p=0.036). Os casos de IRA grave (KDIGO3) tiveram maior mortalidade que KDIGO 1e 2 e o grupo sem IRA (20,2% VS 7%, p<0.001). Na análise multivariada, KDIGO3 aumentou o risco para óbito em quase 16 vezes (OR=15,7 95%IC=2,1‐115,8 p=0,007). CONCLUSÃO: A mortalidade na leptospirose vem caindo nas últimas 3 décadas e os critérios KDIGO são bons preditores de mortalidade na IRA por leptospirose, especialmente IRA grave (KDIGO3). Palavras‐chave: Leptospirose, Injúria Renal Aguda, KDIGO. 1
E‐PÔSTER P ‐ 001 Doenças tropicais MONITORAMENTO DOS CASOS DA FEBRE CHIKUNGUNYA NO CEARÁ, 2016 Autores: Camila Teles Novais* (Universidade Federal do Ceará), Patrícia Batista Rosa (Universidade Federal do Ceará), José Augusto Costa Oliveira (Universidade Federal do Ceará), Rommel Wallace Costa Reis (Universidade Federal do Ceará), Gelton Fonteles (Universidade Federal do Ceará), Natanael Aguiar de Sousa (Universidade Federal do Ceará), Carlos Henrique Soares de Mesquita (Universidade Federal do Ceará) e Paulo Átila da Silva Viana (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: Chikungunya é uma doença viral causada pelo CHIKV, transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti e, menos comumente, o albopictus. Sua sintomatologia confunde‐se com a da dengue: febre, mal‐
estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço exceto pela manifestação de artralgia ou artrite intensa. O diagnóstico laboratorial baseia‐se nos testes específicos: isolamento e detecção viral por RT‐
PCR, ELISA e demonstração de soroconversão. Em epidemias, o diagnóstico é clínico‐epidemiológico, salvo as formas atípicas e óbitos. No Brasil, até meados de 2016, houve 39.017 casos notificados, sendo 6.159 confirmados, com taxa de incidência mais alta na região nordeste (56 casos/100 mil habitantes). Neste intuito, visa‐se delinear o perfil epidemiológico e a evolução clínica dos casos de Febre Chikungunya no Ceará em 2016. Metodologia: Estudo retrospectivo e quantitativo, realizado no Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA‐CE) com dados compilados até a 44ª Semana Epidemiológica (01/01 a 05/11/16) e disponibilizados no Sistema Nacional de Notificações e Agravos (SINAN). Resultados/Discussão: Até a 44ª SE contabilizou‐se 44.509 casos suspeitos de Chikungunya, destes, 59,4% confirmados, 19,2% descartados e 21,4% em investigação. Ascendência de casos suspeitos até a SE 22 e notificações concentradas entre as SE 16 e 28, com picos entre 08/05 e 04/06/2016. Dentre as confirmações 20,6% foram encerrados pelo critério laboratorial e a partir da SE 13 verificou‐se dominância clínico‐epidemiológico, em virtude das diretrizes do Ministério da Saúde para cenário epidêmico. A taxa de incidência no Ceará é de 499,8/100 mil habitantes, com ênfase em adultos, entre 30 a 39 anos. Predomínio do sexo feminino, exceto entre 5 e 14 anos no âmbito gestacional foram notificados 983 casos, e 45,8% confirmados. Houve confirmação nas 22 Coordenadorias Regionais de Saúde do Estado, com destaque aos municípios de maior incidência: Nova Russas, Crateús, Campos Sales, Quixadá, Capistrano, Quixeramobim, Assaré e Martinópole. Na evolução dos casos, 62 foram óbitos, com 37,1% na capital e 62,9% no interior do total, 17,7% foram descartados e 22,6% confirmados, sendo nove (64,3%) do sexo feminino. Conclusão: A Chikungunya revela‐se um desafio ao país atualmente, sobretudo pela inclusão da doença entre os diagnósticos diferenciais de síndrome dengue‐like. Epidemias simultâneas dificultam o manejo clínico e a ausência de vacina destina às equipes de controle de vetores prevenir a transmissão. Como visto no estudo, há uma propensão de casos quanto ao sexo feminino e a interiorização, bem como uma distribuição temporária sazonal, mostrando a importância de se acompanhar o quadro epidemiológico, identificar os padrões e o impacto da doença, a fim de se estabelecer medidas e metas de enfretamento. Palavras‐chave: Chikungunya, epidemiologia, Ceará. 1
E‐PÔSTER P ‐ 002 Doenças tropicais UM RELATO DE CHIKUNGUNYA NO CEARÁ Autores: Rebeca Benevides Pinto* (Unichristus) e Luciana Ramalho Rolim (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: Chikungunya é uma doença febril aguda causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV) que pertence ao gênero Alphavírus e à família Togaviridae. É transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti com período de incubação variando de 2 a 12 dias. Em cerca de 25% das pessoas atingidas, a infecção é assintomática. As infecções agudas caracterizam‐se por febre súbita e artralgia intensa, cefaleia, mialgias, náuseas, vômitos, exantema e poliartrite. Relato de caso: Paciente, masculino, 48 anos, médico, residente em Fortaleza, previamente hígido, fisicamente ativo, relatou ao despertar artralgia no tornozelo direito, associada a edema, sem outros sintomas. No segundo dia, paciente refere evolução da artralgia, localizada agora em ambos os tornozelos, associada à eritema generalizado, principalmente em dorso e face, petéquias em MMII, mialgia e estado febril, este apenas no final do dia, aferido como 38°C. Refere uso de Novalgina® 2g sintomatológico, cedendo os sintomas por no máximo 8h. Após três dias, a artralgia migrou de maneira bilateral para área de cabeça de fíbula, processo estiloide da ulna e interfalangiana intermedia, principalmente no segundo quirodáctilo, assim como sinovite na região olecraniana bilateral, todas de modo migratório e associadas à edema importante e calor local. Persistiram também os sintomas de mialgia, eritema generalizado e petéquias nos MMII. Na ausência de medicação, paciente indicou dificuldade de deambular e dores incapacitantes. O quadro persistiu por cerca de um mês, até ser iniciado o uso do Prelone® 20mg/dia, por 30 dias. Paciente referiu, durante o uso, remissão total da sintomatologia. Entretanto, após a suspensão da medicação persistiram os sintomas de artralgia, sempre em padrão migratório. Após quatro meses do quadro inicial, os últimos sintomas relatados, poliartralgia, persistem, causando desconforto importante, apesar de não serem mais caracterizados como incapacitantes. Foram realizados exames laboratoriais após sete dias do início do quadro infeccioso, no qual o VHS, PCR‐Alta sensibilidade, AST e ALT estavam todos alterados, o anticorpo anti chikungunya IgM foi testado como reagente. Após três meses do quadro, os exames estavam normais, exceto anticorpo anti chikungunya IgM e IgG, resultando como indeterminado e reagente, respectivamente. Discussão: Desde 2004 observa‐se uma expansão territorial do CHIKV acarretando o lançamento de um alerta da Organização Panamericana da Saúde, dirigido a todo o continente americano. A dispersão de mosquitos do gênero Aedes pelo sul da Europa e continente americano, favorece o estabelecimento de novas áreas de transmissão da doença. Conclusão: A Chikungunya é uma doença tropical em ascensão no Brasil e no mundo, que vem deixando a população atingida com sequelas importantes, principalmente de cunho reumatológico. Ainda não há ciência das consequências em longo prazo desta doença ou do seu tratamento adequado. Palavras‐chave: Chikungunya, doenças tropicais, Infecção viral, Aedes aegypti, artralgia. 1
E‐PÔSTER P ‐ 003 Doenças tropicais DENGUE EM SOBRAL: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS NO PERÍODO DE 2007‐2012 ‐ AVALIAÇÃO DA CORRELAÇÃO ENTRE FAIXA ETÁRIA E COMPLICAÇÕES Autores: Dayane Isaias Tavares* (Universidade Federal do Ceará), Rommel Wallace Costa Reis (Universidade Federal do Ceará), Maria Ana Rodrigues Barbosa (Universidade Federal do Ceará), Lucas Alves Dias (Universidade Federal do Ceará), Mateus Lopes Moreira (Universidade Federal do Ceará), Christian Henrique Leite Rentroia (Universidade Federal do Ceará), Patricia Batista Rosa (Universidade Federal do Ceará) e Gelton Fonteles (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A dengue é uma arbovirose significativamente incidente no nosso país. Em certos estados, como o Ceará, ela chega a números alarmantes. Apesar de todos os esforços em evitar a doença, a dengue ainda se mantém muito presente e a cada ano percebemos aumento de sua incidência de acordo com a quantidade de chuvas no estado. Os sintomas da dengue são conhecidos e a doença costuma ter um curso benigno. No entanto, as suas complicações são o quê mais preocupam os profissionais de saúde e representam um dos principais agravantes para o maior risco de mortalidade dos pacientes. Este trabalho visa descrever o perfil clínico e epidemiológico das complicações dos casos de dengue, por faixa etária, na macrorregião de Sobral, entre os anos de 2007 a 2012. Metodologia: Estudo qualitativo retrospectivo, baseado nos dados epidemiológicos disponibilizados no Sistema Nacional de Notificações e Agravos (SINAN). Resultados: dos 25.651 casos de dengue, 86 obtiveram complicações. Entre os 86 casos de dengue com complicações, 61 casos, ou 70,9%, foram de plaquetopenia. Os outros casos significativos mostram‐se em 19,7% de derrames cavitários e 4,6% de disfunção cardiorrespiratória. Porém, ainda são notificados, ainda que em menor número, hemorragia digestiva, insuficiência hepática e alterações neurológicas. Conclusão: Como analisado, apesar da dengue ser uma doença incidente, os números de complicações não são tão altos. No entanto, a associação da doença com as possíveis complicações pode dificultar o tratamento e aumentar a morbimortalidade da dengue. Mesmo que não seja possível prever o curso da doença, o diagnóstico preciso e precoce pode diminuir o número de óbitos pela dengue. Palavras‐chave: Dengue, Epidemiologia, Complicações, Tratamento, Morbidade. 1
E‐PÔSTER P ‐ 004 Doenças tropicais AVALIAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES HEMORRÁGICAS NO PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM DENGUE NO CEARÁ Autores: Lucas Alves Dias (Universidade Federal do Ceará), Ticiana Mont Alvern Parente Feijão (Universidade Federal do Ceará), Camila Teles Novais (Universidade Federal do Ceará), Gelton Fonteles (Universidade Federal do Ceará), Rommel Wallace Costa Reis (Universidade Federal do Ceará), Natanael Aguiar de Sousa (Universidade Federal do Ceará), José Augusto Costa Oliveira (Universidade Federal do Ceará) e Carlos Henrique Soares de Mesquita* (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A dengue é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Pode ser assintomática ou apresentar amplo espectro clínico, variando de doença febril autolimitada até formas graves, que podem evoluir com manifestações hemorrágicas, nos casos de febre hemorrágica da dengue (FHD), e óbito. Este trabalho objetiva avaliar se as manifestações hemorrágicas da dengue são fatores de risco para o óbito. Metodologia: Estudo retrospectivo, descritivo e quantitativo sobre os casos de dengue no Ceará registrados no Sistema Nacional de Notificações e Agravos (SINAN) e reproduzidos no site do Ministério da Saúde (MS), no ano de 2010. Os dados foram organizados no programa Excel, versão 2013, e analisados estatisticamente no programa Epi Info, versão 7.0 for Windows, com disposição em tabela 2x2, a qual permite avaliar associações de risco. Utilizou‐se as manifestações hemorrágicas da dengue como fator de risco e o óbito como resultado. Resultados/Discussão: Dentre os pacientes com manifestações hemorrágicas (69), quatorze evoluíram com óbito (20,2%) e dentre os pacientes que não apresentaram manifestações hemorrágicas (20), dois evoluíram com óbito (10%). As manifestações hemorrágicas evidenciam‐se principalmente com gengivorragia, equimoses, epistaxe ou metrorragia e petéquias de aparecimento entre o terceiro ou quarto dia, sobretudo, nos pés, pernas, axilas e palato, com fácil indução pela prova do laço. A fragilidade capilar e o agravamento do quadro decorrente de aumento na permeabilidade vascular, hemoconcentração e falência circulatória podem conduzir ao choque, maior causa de óbitos. Em questão, o risco de óbito nos casos expostos no estudo foi de 20,2% (IC 12.37, 31.35), o risco nos não expostos foi de 10% (IC 1.566, 31.32), o risco total de 17,98% (IC 11.27, 27.33), a diferença de risco de 10,29% (IC ‐5.924, 26.5) e a razão do risco de 2,029 (IC 0.5026, 8.19). Conclusão: Pacientes com dengue que apresentam manifestações hemorrágicas possuem duas vezes mais chances de evoluir com óbito quando comparado a pacientes que não apresentam tais manifestações, portanto apresentá‐las configura fator de risco para óbito. Diante do exposto, enfatiza‐se a importância de um adequado tratamento aos pacientes em risco e de um manejo que evite a FHD para diminuir as taxas de mortalidade. Palavras‐chave: Dengue, Hemorragia, Óbito. 1
E‐PÔSTER P ‐ 005 Doenças tropicais ANÁLISE DE CASOS DE ZIKA E CHIKUNGUNYA NA CIDADE DE PAULO AFONSO‐BA, NO PERÍODO DE 2010 A 2015 Autores: Samara Pereira de Almeida* (Universidade Federal do Vale do São Francisco), Diogo Vilar da Fonseca (Universidade Federal do Vale do São Francisco), Anekécia Lauro da Silva (Universidade Federal do Vale do São Francisco), Talita de Oliveira Matos (Universidade Federal do Amapá) e Antônio Jadson Alves da Costa (Unichristus ‐ Centro Universitário). *Apresentador(a) Resumo: ANÁLISE DE CASOS DE ZIKA E CHIKUNGUNYA NA CIDADE DE PAULO AFONSO‐BA, NO PERÍODO DE 2010 A 2015 INTRODUÇÃO: O Zika Vírus é um arbovírus que existe por muitos anos. Apesar disso, os primeiros casos confirmados de infecção no Brasil ocorreram somente no início de 2015, na Bahia e em São Paulo. A febre de chikungunya, por sua vez, teve transmissão detectada no Brasil em setembro de 2014, no Amapá, atingindo posteriormente outros estados como a Bahia. Por serem de notificação compulsória, os registros epidemiológicos demonstram dados importantes para que sejam tomadas medidas de combate. Com isto, este trabalho tem como intuito investigar as notificações de Zika e Chikungunya na cidade de Paulo Afonso, Bahia, no período de 2010 a 2015. METODOLOGIA: Entre os dias 02 a 24 de setembro de 2016, por meio de fichas de notificação da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Paulo Afonso‐ Bahia, foram coletados dados referentes às infecções por Zika e Chikungunya, verificando‐se a quantidade de vítimas notificadas em Paulo Afonso, no período de 2010 a 2015. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No período correspondente a janeiro de 2010 a dezembro de 2015, na cidade de Paulo Afonso‐BA, foram notificados 105 casos de Zika e 45 casos de Chinkungunya. Esses casos são referentes a residentes da cidade paulo afonsina e a pessoas que habitam em outros municípios que obtiveram a notificação em Paulo Afonso. Tais municípios correspondem a Delmiro Gouveia‐AL, Feira Grande‐AL, Santa Brígida‐BA e Glória‐BA. Com relação aos indivíduos notificados em Paulo Afonso que residem nesta cidade, foram registrados 96 casos de Zika em 2015, não havendo nenhum registro de 2010 a 2014. De indivíduos do município de Delmiro Gouveia, sete casos de Zika foram registrados na Vigilância Epidemiológica Municipal de Paulo Afonso, todos eles também concentrados no ano de 2015. Quanto a Feira Grande e Santa Brígida, foi notificado somente um caso de Zika de cada um desses municípios, também em 2015. Quanto às notificações de Chikungunya, entre os indivíduos residentes em Paulo Afonso, não houve casos de 2010 a 2013. Um caso foi notificado em 2014, enquanto houve 42 casos somente em 2015. Do município de Santa Brígida, somente um caso de Chikungunya foi notificado em 2015 na cidade paulo afonsina. Com relação a Glória, também foi notificado somente um caso pela Vigilância Epidemiológica de Paulo Afonso, no ano de 2015. Observa‐se, assim, que os dados colhidos acompanham a tendência de surgimento de casos confirmados no país, uma vez que houve registro da infecção por Zika em Paulo Afonso somente em 2015, e por Chikungunya, em 2014. CONCLUSÃO: De acordo com dados colhidos na Vigilância Epidemiológica Municipal de Paulo Afonso do período de 2010 a 2015, houve 105 casos de infecção pelo Zika Vírus, todos eles em 2015, enquanto que a febre de Chinkungunya contou com o total de 45 casos, sendo um deles notificado em 2014, e os 44 restantes, no ano de 2015. Palavras‐chave: Zika, Chinkungunya. 1
E‐PÔSTER P ‐ 006 Infecções virais ZIKA, GESTAÇÃO E MICROCEFALIA: CONHECIMENTOS BÁSICOS DE GESTANTES SOBRE ESSA TRÍADE Autores: Alicy Antônia da Silva Araújo* (Unichristus), Bárbara Chaves Alves Oliveira (Unichristus), Letícia Albuquerque Cunha (Unichristus), Kathiane Moreira de Freitas Martins (Unichristus), Juliana Leão Moraes (Unichristus), Juliana Sampaio Saraiva de Oliveira (Unichristus), Joseane Marques Fernandes (Unichristus) e Priscyla Ferreira Araripe (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: ZIKA, GESTAÇÃO E MICROCEFALIA: CONHECIMENTOS BÁSICOS DE GESTANTES SOBRE ESSA TRÍADE Introdução: A Zika é uma doença viral aguda caracterizada por exantema, febre e artralgia, que, recentemente, tem corroborado para um aumento nos casos de microcefalia congênita e outras complicações neurológicas fetais, quando atingindo gestantes, em especial, no primeiro trimestre da gestação. Nesse contexto, a preocupação das pacientes em relação a essa patologia tem crescido de forma significativa, buscando, assim, informações, além das passadas no pré‐natal, em diversas fontes, como televisão, internet e revistas. Diante disso, o objetivo do estudo foi avaliar o conhecimento básico sobre manifestações, prevenção e patogenia da Zika no período de gestacional. Resultados: Participaram do estudo 26 gestantes, com idade média de 21,1 anos. A maioria delas (84%) foi orientada durante o pré‐natal. A grande porcentagem (77%) das participantes do estudo obteve informações por meio da televisão e internet, ademais por agentes de saúde (30%), familiares e amigos (23%). Quanto a forma de transmissão, 38,5% acreditavam ser sanguínea, sexual, vertical e pelo mosquito, já 50% informaram ser apenas pelo mosquito. A respeito das malformações fetais advindas da Zika, 53% acreditava ser apenas a ocorrência de microcefalia, enquanto 26,9% responderam que também poderiam ocorrer alterações do comportamento e convulsões, e 11,5% citam a Síndrome de Down. Sobre formas de prevenção, 73% marcaram vedar reservatórios de água, usar mosquiteiros e telas em portas e janelas, usar repelentes e roupas compridas e usar preservativos nas relações sexuais. Relativo a frequência de microcefalia nos recém‐nascidos das gestantes que tiverem Zika, 46% acreditavam depender da forma como a mãe adquiriu a doença. Acerca do período gestacional de maior risco ao feto, 46,2% responderam não haver período específico e 42,3% afirmaram que o 1° trimestre representava maior perigo. Discussão: Percebeu‐se que o grupo avaliado possui um bom conhecimento acerca dessa doença, mas ainda há deficiência quanto à iniciativa de informação pela equipe de saúde, tendo em vista que 46% das gestantes acreditam que a microcefalia ocorre em todos os fetos, mas se sabe que esta depende de alguns fatores, como resposta imunológica, período gestacional da ocorrência e outros. Assim, por ter havido condições favoráveis para a adaptação e infectividade do vírus da Zika, é necessário maior investimento em ações de educação em saúde e prevenção da doença, principalmente quando esta ocorre em gestantes, devido à sua associação com diversos problemas congênitos. Conclusão: Diante da associação entre a infecção pelo vírus da Zika durante a gestação e a possibilidade da ocorrência microcefalia e alterações do sistema nervoso central (SNC) do feto, nota‐se a importância de ações, principalmente o pré‐natal, que objetivem informar às gestantes sobre a prevenção dessa doença e de suas possíveis complicações para a criança. Palavras‐chave: Zika, microcefalia, gestação, pré‐natal. 1
E‐PÔSTER P ‐ 007 Doenças tropicais LEISHMANIOSE VISCERAL: ABORDAGEM SOBRE O CONHECIMENTO DE ADOLESCENTES EM SOBRAL, ANTES E APÓS ORIENTAÇÕES Autores: Rommel Wallace Costa Reis* (Universidade Federal do Ceará), Paulo Átila da Silva Viana (Universidade Federal do Ceará), Camila Teles Novais (Universidade Federal do Ceará), Emanuela Passos da Gama (Universidade Federal do Ceará), Patricia Batista Rosa (Universidade Federal do Ceará), Ticiana Mont Alverne Parente Feijão (Universidade Federal do Ceará), Maria Ana Rodrigues Barbosa (Universidade Federal do Ceará) e Natanael Aguiar de Sousa (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A “Liga Acadêmica de Infectologia de Sobral (LAIS)”, cadastrada como um projeto de Extensão Universitária, reconhece como seu principal objetivo o desenvolvimento de práticas transformadoras em prol da sociedade, visando consolidar os conhecimentos dos estudantes inserindo‐os em ações sociais. Neste âmbito buscou‐se a partir de campanhas instruir adolescentes sobre o tema Leishmaniose Visceral (LV) ou Calazar, como fora intitulado no projeto “Todos contra o Calazar”. A LV é uma zoonose de evolução crônica e acometimento sistêmico causada por protozoário da espécie Leishmania chagasi, transmitido ao homem pela picada do vetor infectado, sendo a Lutzomyia longipalpis a principal espécie no Brasil. No ambiente urbano, o cão é o principal reservatório e pode apresentar: emagrecimento, queda de pelos, deformação das unhas, paralisia muscular, entre outros. Se não tratada pode levar ao óbito em até 90% dos casos. O presente trabalho visa avaliar a relevância da campanha “Todos Contra o Calazar” realizada em colégios da rede municipal de Sobral, por membros da LAIS e acadêmicos do terceiro semestre da Medicina. Métodos: Os alunos do 3º semestre da UFC‐Sobral receberam uma capacitação prévia sobre o tema, assentando a disciplina de Parasitologia e, repassaram‐no com orientações sobre forma de transmissão, suspeição em cães e humanos infectados, e aspectos de incidência e prevenções do contágio, para os alunos dos Colégios Luís Felipe e Liceu de Sobral, na faixa etária média de 15,5 anos. A intervenção se deu em duas campanhas, realizadas em ambos os semestres de 2016, mediante aplicação de questionários semelhantes, com 5 itens objetivos, respondidos antes e após a explanação com tempo máximo de 5 minutos, evitando, assim, a conferência simultânea. Resultados: Contemplou‐se uma amostra de 216 alunos, que se mostraram bastante participativos e inquisidores. A aplicação de pré e pós‐
questionários demonstrou a eficácia das campanhas, haja vista o aumento em 36,12% dos acertos das questões. Os maiores erros contabilizados previamente foram nas questões referentes à transmissão, ao habitat do vetor e os sintomas apresentados pela pessoa doente, as quais repercutiram com uma variação absoluta de acertos de 45,93 43,96 e 51,53%, respectivamente. Fora demonstrado bom conhecimento antecipado acerca dos sintomas intrínsecos aos cães, com apenas 17,64% de variação de acertos neste quesito. Desprezou‐se 21 pré‐questionários com irregularidades de preenchimento, evitando‐se viés de aferição. Conclusão: Verificou‐se maior assimilação do conteúdo com a abordagem, enfatizando a importância de ações na promoção de saúde comunitária. Deve‐se salientar como limitação possíveis interferências de seleção, pela presença repetida de alguns alunos nas duas campanhas. A iniciativa foi bem elogiada pelas instituições, que mostraram interesse por ações futuras com a LAIS. Palavras‐chave: Calazar, Campanha, Zoonose, Prevenção. 1
E‐PÔSTER P ‐ 008 Doenças tropicais CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL ENTRE ACADÊMICOS DE MEDICINA DO PRIMEIRO SEMESTRE DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO NO NORDESTE DO BRASIL Autores: Emmanuella Passos Chaves Rocha (Unichristus), Luciano Pamplona de Goes Cavalcanti (UFC), Gustavo Lima Adjafre* (Unichristus), Francisca Rachel Holanda Leite (Unichristus), Kenya Vitória de Aguiar Queiroz (Unichristus), Luana Andrade Nóbrega (Unichristus), Paulo Matheus Araújo e Silva (Unichristus) e Raoul Costa Praciano Sampaio (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: A Leishmaniose visceral (LV) é uma doença infecciosa crônica endêmica no Brasil. A doença, a qual é causada por protozoários de três subespécies do complexo Leishmania donovani: L. infantum, L. donovani e L. chagasi, sendo esta a responsável pela maioria dos casos no Brasil. Tal parasita apresenta dimorfismo: forma amastigota dentro dos macrófagos e forma promastigota no interior do trato gastrointestinal dos vetores. É transmitida no Brasil por mosquitos flebotomíneos, geralmente, da espécie Lutzomyia longipalpis e tem como reservatório principal os cães. O quadro clínico, geralmente, envolve os órgãos do sistema reticuloendotelial, como fígado, baço e medula óssea. OBJETIVO: avaliar o nível de conhecimento sobre leishmaniose entre os estudantes de medicina do 1º semestre do Centro Universitário Christus. MÉTODOS: trata‐se de um estudo transversal, cuja população escolhida foi de estudantes regularmente matriculados no primeiro semestre do Curso de Medicina e que estavam cursando o módulo de Medicina Baseada em Evidências. Foi aplicado um questionário semiestruturado, contendo 12 questões, e realizada a análise utilizando o software EPI INFO versão 3.5.1. RESULTADOS/ DISCUSSÃO: o questionário foi aplicado a 42 alunos, com média de idade de 20 anos (17 e 30). Aproximadamente 65% dos estudantes relataram o agente etiológico como sendo o L. donovani. A maioria relatou que a forma do trato gastrointestinal era a promastigotas. Entretanto, uma quantidade significante (28,5%) relatou ser a forma amastigota, sugerindo um desconhecimento sobre o dimorfismo do protozoário. No que tange à prevenção, quase 100% dos alunos relataram corretamente sobre o cuidado com os casos nos hospedeiros. No entanto, não houve questões abordando o controle dos vetores, nem detecção dos casos suspeitos. Ademais, quando questionados sobre o quadro clínico inicial, 38% dos acadêmicos referiram o item que correspondia à anemia, constatando a necessidade de um aprofundamento maior nessa doença. CONCLUSÃO: apesar de tratar‐se de uma doença antiga no nordeste do Brasil, ainda há pouco conhecimento sobre alguns de seus aspectos. Entretanto, urge que haja instruções maiores na comunidade, no que tange ao reconhecimento de sinais e sintomas da doença tanto nos hospedeiros como nos pacientes no intuito de aumentar a prevenção da doença, e consequentemente, atenuar sua incidência e prevalência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Borges BKA et al. Avaliação do nível de conhecimento e de atitudes preventivas da população sobre a leishmaniose visceral em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 4, p. 777‐784, abr. 2008. FAUCI, Anthony S. (Org.) et al. Medicina interna de Harrison. 18. ed. Porto Alegre: McGraw‐Hill Artmed, 2013. GONTIJO, Célia Maria Ferreira MELO, Maria Norma. Leishmaniose visceral no Brasil: quadro atual, desafios e perspectivas. Rev. bras. epidemiol., São Paulo , v. 7, n. 3, p. 338‐349, set. 2004. Palavras‐chave: Leishmaniose visceral, calazar. 1
E‐PÔSTER P ‐ 009 Doenças tropicais PREVALÊNCIA DE SINTOMAS, DOS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO E DOS FÁRMACOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO EM PACIENTES COM LEISHMANIOSE VISCERAL DIAGNOSTICADOS EM SOBRAL/CE DE 2005 A 2013 Autores: Gelton Fonteles* (Universidade Federal do Ceará), Patrícia Batista Rosa (Universidade Federal do Ceará), Yago Braga Leite (Universidade Federal do Ceará), Natanael Aguiar de Sousa (Universidade Federal do Ceará), Mateus Lopes Moreira (Universidade Federal do Ceará), Lucas Alves Dias (Universidade Federal do Ceará), Dayane Isaias Tavares (Universidade Federal do Ceará) e Christian Henrique Leite Rentroia (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A Leishmaniose Visceral (LV calazar) é uma zoonose grave que pode ser letal, principalmente em doentes não tratados. Os principais sinais e sintomas são febre, fraqueza, edema, emagrecimento, diarreia, tosse, palidez, icterícia, hepatomegalia, esplenomegalia e fenômenos hemorrágicos. O diagnóstico é realizado com base em exames parasitológicos ou imunológicos que confirmam a suspeita clínica. Os critérios de confirmação de diagnóstico são clínico‐epidemiológico ou por dados laboratoriais. Em relação ao tratamento em humanos com LV, as drogas utilizadas são Antimonial Pentavalente, Anfotericina B, Pentamidina e Anfotericina B Lipossomal. Este presente estudo teve como objetivo conhecer e estimar as prevalências dos principais sintomas, dos métodos de diagnóstico e dos principais fármacos utilizados no tratamento dos pacientes com LV diagnosticados em Sobral/CE de 2005 a 2013. Metodologia: Trata‐se de um estudo retrospectivo, documental, de abordagem quantitativa onde foram realizados cálculos de prevalência, no qual foram utilizados os dados disponíveis sobre os casos de LV registrados no Sistema Nacional de Notificações e Agravos (SINAN), do Ministério da Saúde (MS), disponibilizados pela Secretaria de Saúde para o município de Sobral, no período de 2005 a 2013. Resultados/Discussão: Foram notificados 279 casos de LV, 103 casos no sexo feminino e 176 casos no sexo masculino. Dentre os homens, tivemos 97% com febre, 89% com fraqueza, 84,5% com emagrecimento, 82% com esplenomegalia, 79,1% com palidez, 74,2% com hepatomegalia, 32,5% com tosse, 26,7% com edema, 25,4% com infecção, 17,7% com icterícia, 7,3% tiveram outros sintomas e 5% com fenômenos hemorrágicos. Dentre as mulheres, tivemos 95% com febre, 76,4% com fraqueza, 75,4% com emagrecimento, 74,5% com esplenomegalia, 72,5% com palidez, 71,4% com hepatomegalia, 44,1% com tosse, 23,7% com infecção, 14,8% com edema, 12,1% com icterícia, 7% com fenômenos hemorrágicos e 5,2% tiveram outros sintomas. Em relação aos métodos de diagnóstico, 85% tiveram um diagnóstico parasitológico positivo. Em relação aos critérios de confirmação da LV, 97,8% foram por dados laboratoriais e 2,2% foram pela clínica/epidemiologia. Em relação as drogas utilizadas no tratamento da LV, 83,4% utilizaram Antimonial Pentavalente, 10,5% utilizaram Anfotericina B, 4,9% utilizaram Anfotericina B Lipossomal, 1,1% utilizaram outras drogas e não foi utilizada a Pentamidina. Conclusão: Os sintomas mais prevalentes são: febre, fraqueza, emagrecimento, palidez, esplenomegalia e hepatomegalia. Dentre os fármacos, o mais utilizado foi o Antimonial Pentavalente. Sobre o diagnóstico da LV, o exame parasitológico é o mais comumente utilizado e o critério de confirmação é feito quase em sua totalidade por dados laboratoriais. Palavras‐chave: Leishmaniose, LV, Sobral, sintomas, diagnóstico. 1
E‐PÔSTER P ‐ 010 Doenças tropicais ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE MORADIA DE PACIENTES COM DOENÇA DE CHAGAS ATENDIDOS POR UM SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO ESTADO DO CEARÁ Autores: Carlos Eduardo Menezes Viana (Universidade Federal do Ceará), Alanna Carla da Costa (Universidade Federal do Ceará), Sonia Garcia Monteiro* (Universidade Federal do Ceará), Sandriele Santos Barbosa (Universidade Federal do Ceará), José Damião da Silva Filho (Universidade Federal do Ceará), Mylena Melgaço Nunes (Universidade Federal do Ceará), Lucas Mateus da Paz (Universidade Federal do Ceará) e Maria de Fátima Oliveira (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A doença de Chagas é causada pelo protozoário parasito, Trypanosoma cruzi. Os vetores são triatomíneos, insetos hematófagos popularmente conhecidos como barbeiros. Qualquer mamífero pode servir de hospedeiro do parasito, sendo os cães, gatos, gambás, tatu e ratos os principais reservatórios domésticos e silvestres. Os animais domésticos são potentes reservatórios, em função da proximidade das habitações do homem com o ambiente peridomiciliar (zona rural). No peridomicílio o vetor tem como abrigo as frestas das casas de taipas, os estábulos, chiqueiros, galinheiros e árvores ocas. A região do sertão nordestino abriga uma grande quantidade desses insetos. Objetivos: Avaliar as condições de moradias dos portadores de doença de Chagas no Ceará. Materiais e Métodos: O estudo foi realizado por meio de consulta aos arquivos do Laboratório de Pesquisa em Doença de Chagas da UFC‐ Universidade Federal do Ceará, onde os pacientes recebem atendimento de atenção farmacêutica. Resultados: Foram analisados dados de 508 pacientes portadores da doença de Chagas, todos residentes no estado do Ceará. Dos 508 pacientes, 57,08% (290) já moraram em casas de taipa, atualmente apenas 5,9% (30) continuam morando. Em relação à presença de animais no intradomicílio, 74,40% (378) afirmaram que possuíam animais em sua primeira residência, 19,48% (99) disseram que não possuíam e 6,10% (31) não informaram. Animais em peridomicílio, 83,26% (423) dos pacientes tinham animais, 11,41% (58) não tinham e 5,31% (27) não informaram. Atualmente 67,12% (314) têm animais em suas casas, 24,01% (122) não tem e 5,31% (72) não informaram. Conclusão: Conclui‐se que houve uma significativa melhoria nas habitações. Quanto à presença de animais no peridomicílio e intradomicílio, constatou‐se que houve também uma diminuição no número de animais nas residências. A maioria dos pacientes com doença de Chagas já moraram em casas de taipa, local adequado para a fácil proliferação dos triatomíneos vetores da doença de Chagas. Palavras‐chave: Doença de Chagas, Condições de Moradia, Epidemiologia. 1
E‐PÔSTER P ‐ 011 Doenças tropicais CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS DE PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA DE CHAGAS ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO ESTADO DO CEARÁ Autores: Carlos Eduardo Menezes Viana (Universidade Federal do Ceará), Alanna Carla da Costa* (Universidade Federal do Ceará), Mylena Melgaço Nunes (Universidade Federal do Ceará), Vanessa Ellen Vieira Ribeiro (Universidade Federal do Ceará), Sonia Garcia Monteiro (Universidade Federal do Ceará), Julieth Mesquita Lacerda (Universidade Federal do Ceará), Eduardo de Jesus Santana (Universidade Federal do Ceará) e Maria de Fátima Oliveira (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A doença de Chagas é uma doença tropical parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, com uma estimativa de 12 a 14 milhões de pessoas infectadas, considerando uma das parasitoses que está diretamente relacionada com questões socioeconômicas. No Brasil, devido à transmissão vetorial domiciliar ocorrida no passado e hoje interrompida, predominam os casos crônicos. A maioria dos pacientes atendidos pelo laboratório de pesquisa em doença de Chagas (LPDC) procedem do interior do Ceará, na qual as condições de vida são mais precárias. Objetivo: determinar o perfil sóciodemográfico e hábitos de vida dos pacientes chagásicos atendidos pelo LPDC. Materiais e Métodos: Trata‐se um de estudo retrospectivo descritivo realizado a partir de dados do cadastro de paciente atendido no LPDC. Resultados e Discussão: O estudo avaliou o perfil de 509 pacientes com doença de Chagas atendidos pelo LPDC, sendo 246 mulheres (48,3%) e 259 homens (50,88%). A faixa etária predominante foi de 41 a 50 anos 136 (26,71%). As regiões com maior índice de pacientes foram Limoeiro do Norte 75 (14,73%), Russas 74 (14,53%), Quixeré 60 (11,78%). As ocupações mais frequentes: Agricultor 134 (29,32%) seguido de Aposentado 97 (19,05%) e Dona de Casa 56 (11%), renda familiar predominante foi menor que um salário mínimo 225 (44,20%), escolaridade fundamental incompleto 246 (48,3%) e sem plano de saúde 395 (77,60%). Em relação aos hábitos de vida 54(10,64%) são fumantes, 118 (23,18%) ingerem bebidas alcoólicas e 318 (65,47%) não praticam qualquer atividade física. Conclusão: Em relação ao perfil dos pacientes com doença de Chagas trata‐se uma população com renda familiar e escolaridade baixa, procedentes de regiões endêmicas do interior do Ceará. Há uma considerável porcentagem de pessoas sedentárias, não fumantes e que poucos usam bebidas alcoólicas. Essa população possuem dois fatores de risco para doenças cardiovasculares, elevando assim o risco de mortalidade. Palavras‐chave: Doença de Chagas, Perfil sóciodemográfico, Epidemiologia. 1
E‐PÔSTER P ‐ 012 HIV/AIDS LEISHMANIOSE VISCERAL E COINFECÇÃO POR HIV: UM RELATO DE CASO Autores: Mariana de Almeida Castro (Unichristus), Giovana Rodrigues Barreira (Unichristus), Gustavo Lima Adjafre* (Unichristus), Gustavo Rabelo Borba (Unichristus), Ingrid Lopes Holanda (Unichristus), Emmanuella Passos Chaves Rocha (Unichristus) e José Nivon da Silva (Hospital São José de Doenças Infecciosas). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença crônica potencialmente grave, inclusive quando associada a outras comorbidades. Com base em observações, a mudança padrão de transmissão da leishmaniose visceral do campo para as cidades, associada à interiorização da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) no Brasil, levou à coinfecção por Leishmania/HIV. Segundo o SINAN, houve 176 casos de coinfecção em 2006, representando 1,1% dos casos de LV. Todas as formas clínicas da leishmaniose já foram descritas em pessoas HIV+. OBJETIVO: Relatar caso de leishmaniose visceral com coinfecção por HIV, discutindo aspectos clínicos e medidas terapêuticas empregadas. RELATO DE CASO: Paciente deu entrada no Hospital São José dia 17/08/2016 com queixa de epistaxe há dois dias e, na admissão, referiu hematoquezia e polaciúria. Diagnóstico prévio de HIV+ em 2004, com uso regular da medicação, e de Leishmaniose Visceral em 2016, tendo iniciado anfotericina B lipossomal em junho, respondendo bem à medicação, no entanto, com suspeita de recrudescência à admissão. Apresentava outras comorbidades, como ICC e IRA não dialítica. Paciente consciente, orientado, verbalizando, hidratado. PA: 140x70 mmHg temperatura: 36,5 °C pulso: 94 bpm AC: RR, 2T, BNF, S/S AP: MV diminuídos em bases abdome distendido, fígado palpável à 5 cm do RCD e baço palpável à 6 cm do RCE, edema de MMII (2+/4+). Dia 15/10/2016, foi colocado cateter na veia femoral esquerda para hemodiálise, evoluindo estável, com melhora do edema e diurese de 200ml/24h. DISCUSSÃO: Segundo o Ministério da Saúde, com a utilização da terapia antirretroviral, a infecção pelo HIV passou a apresentar melhora dos indicadores de morbidade com redução das doenças oportunistas. No entanto, a longevidade contribuiu para o aparecimento de outros agravos à saúde. Dentre as patologias que podem estar associadas ao HIV está a LV. Essa associação prejudica a eficácia da resposta imune, agravando clinicamente a LV e a SIDA. A reativação da LV também pode ocorrer, principalmente, em pacientes imunossuprimidos. Febre, hepatoesplenomegalia e pancitopenia são comuns, entretanto, formas atípicas acometendo TGI podem ser encontradas. O prognóstico da coinfecção é desfavorável, acelerando o surgimento da SIDA no paciente HIV+ e de outras infecções oportunistas. CONCLUSÃO: Apesar da terapia antirretroviral e com anfotericina B, observa‐se a recrudescência da LV, podendo demonstrar dificuldade na recuperação da imunidade celular devido à coinfecção, e acentuação dos riscos de associação com outras doenças oportunistas. REFERÊNCIAS: Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, AIDS e Hepatites virais. Boletim Epidemiológico AIDS/DST. Brasília: Ministério da Saúde 2012. Oliveira P.A. Leishmaniose Visceral em pacientes infectados por HIV: estudo de casos observados em Campo Grande, MS. Rio de Janeiro: Instituto Oswaldo Cruz 2007. Palavras‐chave: Leishmaniose visceral, HIV. 1
E‐PÔSTER P ‐ 013 Doenças tropicais A MORBIDADE HOSPITALAR POR MALÁRIA EM INDIVÍDUOS DE 20 A 59 ANOS NO PERÍODO DE 2011 À 2015 NO AMAPÁ Autores: Talita de Oliveira Matos (Universidade Federal do Amapá), Antonio Jadson Alves da Costa* (Centro Universitário Christus), Samara Pereira de Almeida (Universidade Federal do Vale do São Francisco), Andréia Raniely de Almeida Sousa (Centro Universitário Christus), Amanda Santos Rodrigues (Centro Universitário Christus) e Carolyne Nobre Alencar Teixeira Maciel (Centro Universitário Christus). *Apresentador(a) Resumo: A MORBIDADE HOSPITALAR POR MALÁRIA EM INDIVÍDUOS DE 20 A 59 ANOS NO PERÍODO DE 2011 À 2015 NO AMAPÁ INTRODUÇÃO: A malária é uma doença parasitária que pode ser provocada por quatro protozoários do gênero Plasmodium: P. vivax, P. falciparum, P. malariae e P. ovale, sendo que somente os três primeiros estão presentes no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. A transmissão natural da patologia ocorre pela picada de mosquitos do gênero Anopheles infectados com o Plasmodium também pode ser adquirida por meio do contato direto com o sangue de uma pessoa infectada. O quadro clínico é a febre, associada ou não a calafrios, tremores, suores intensos, dor de cabeça e dores no corpo, além de vômitos, diarréia, dor abdominal, falta de apetite, tonteira e sensação de cansaço. No Brasil, a sua grande área endêmica é formada por todos os estados da Amazônia Legal, dentre eles se encontra o Amapá. A malária tem cura, mas pode evoluir para quadros de anemia grave, insuficiência renal e hepática e coma. Atualmente não existe vacina contra a malária. METODOLOGIA: No endereço eletrônico do DATASUS, selecionou‐se respectivamente os ícones variáveis: Informações de Saúde Epidemiológicas e Morbidade Abrangência Geográfica: Amapá. Para extração das informações, selecionou‐se em Lista Morb CID‐10: Malária por Plasmodium falciparum, Malária por Plasmodium vivax, Malária por Plasmodium malariae, outras formas de malária confirmada por exames parasitológicos, Malária não especificada Ano atendimento 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015 Faixas etárias 20 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos sexo feminino e masculino. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Os dados do DATASUS mostram que de janeiro de 2011 a dezembro de 2015 ocorreram 902 internações de indivíduos por Malária no Amapá. Em relação aos anos de atendimento, foram registrados 273 casos em 2011 190 em 2012 158 em 2013 144 em 2014 e 137 em 2015. Em relação ao sexo, foram notificados 413 casos no sexo masculino e 489 no sexo feminino. De acordo com a faixa etária pesquisada, foram registrados 200 casos em pessoas de 20 a 29 anos, 107 em pessoas de 30 a 39 anos, 75 em pessoas de 40 a 49 anos e 44 em pessoas de 50 a 59 anos. CONCLUSÃO: Segundo o DATASUS, os índices de internações durante o período de 2010 a 2015 revelam que as internações devido à Malária no Amapá foram mais prevalentes em indivíduos de 20 a 29 anos e do sexo feminino. O maior e menor índice foram registrados nos anos de 2011 e 2015, respectivamente. Considerando‐se que pela sua frequência nos atendimentos de emergências e que muitos casos se constituem em internações, seria necessário um trabalho educativo para reduzir a possibilidade da picada do mosquito transmissor de malária, além de atividades de controle vetorial com o intuito de reduzir o risco de transmissão, prevenindo a ocorrência de epidemias, com a consequente diminuição da morbimortalidade e assim, dos custos tanto para a família quanto para a rede de serviços. Palavras‐chave: Malária, Amapá, Datasus. 1
E‐PÔSTER P ‐ 014 Doenças tropicais ANÁLISE CRÍTICA DO NÚMERO DE PACIENTES TRATADOS PARA ESQUISTOSSOMOSE NO CEARÁ EM COMPARAÇÃO COM A REGIÃO NORDESTE Autores: Luís Arthur Brasil Gadelha Farias (Universidade Federal do Ceará), Pedro de Lima Menezes* (Universidade Federal do Ceará), Lucas de Menezes Galvão (Universidade Federal do Ceará), Fernando Antônio Guimarães Junior (Universidade Federal do Ceará) e Roberto da Justa Pires Neto (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A Esquistossomose constitui doença de alta prevalência na região nordeste e de elevada endemicidade no estado do Ceará. É uma patologia cujo agente etiológico pertence ao gênero Schistosoma sp. e tem parte do ciclo em hospedeiros planorbídeos. A Esquistossomose mansônica é uma doença em expansão no nordeste, principalmente devido ao aumento do número de criadouros e ao crescimento populacional das regiões interioranas, tornando‐se questão de saúde pública ainda nos dias de hoje. A diminuição da letalidade da doença devido ao tratamento quimioterápico com praziquantel não diminuiu a morbidade e as conseqüências a longo prazo, podendo fomentar incapacidades físicas e danos morais irreversíveis à população. O Presente trabalho utilizou dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), sobre o Programa de Controle da Esquistossomose (PCE) de 2012 a 2015. Resultados/Discussão: O número de pacientes tratados para Esquistossomose por ano na região nordeste foram: 21.189 (2012) 22.098 (2013) 21.050 (2014) 10.854 (2015). No Ceará, foram tratados por ano: 43 (2012) 48 (2013) 108 (2014) 110 (2015) 309 durante todo o período. O Ceará representou em porcentagem do total de casos tratados no nordeste respectivamente: 0,2% (2012) 0,21% (2013) 0,51% (2014) 1.01% (2015). Os municípios do Ceará com maior número de casos tratados por ano cronologicamente foram: Maranguape (18), Maranguape (21), Brejo Santo (45) e Maranguape (63). Nota‐se que o nordeste em comparativo com as demais regiões da federação ainda concentra a grande maioria dos casos tratados de Esquistossomose do país. O Ceará encontra‐se com número crescente de pacientes tratados, enquanto as taxas vêm diminuindo na região nordeste. É importante ressaltar que o Ceará representa uma parcela mínima dos casos tratados no nordeste, o que levanta questionamentos acerca da existência de subnotificação e do subdiagnóstico. Conclusão: A Esquistossomose apresenta‐se em elevadas taxas na região nordeste, reforçando a necessidade de o profissional de saúde conhecer as manifestações clínicas mais comuns e o tratamento. O Ceará representa pequena parcela dos casos tratados no nordeste, no entanto ainda é região de incidência importante, com destaque para a cidade de Maranguape e Brejo Santo que teve o maior número de pacientes tratados em 2014, mas nenhum registro em 2012, 2013 e 2015. Palavras‐chave: Esquistossomose, Ceará, Nordeste, Saúde pública, Subnotificação. 1
E‐PÔSTER P ‐ 015 Doenças tropicais NEUROESQUISTOSSOMOSE – UMA APRESENTAÇÃO INCOMUM: RELATO DE CASO Autores: Christian Henrique Leite Rentroia* (Universidade Federal do Ceará), Lucas Alves Dias (Universidade Federal do Ceará), Camila Teles Novais (Universidade Federal do Ceará), Dayane Isaias Tavares (Universidade Federal do Ceará), Carlos Henrique Soares de Mesquita (Universidade Federal do Ceará), Natanael Aguiar de Sousa (Universidade Federal do Ceará), Gelton Fonteles (Universidade Federal do Ceará) e Yago Braga Leite (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A neuroesquistossomose resulta da embolização de vermes adultos para a medula espinhal ou microcirculação cerebral. A liberação subsequente dos ovos conduzem a uma reação granulomatosa inflamatória intensa com destruição de tecido e formação de cicatrizes. A frequência do acometimento neurológico oscila entre 0,3% e 4% dos portadores de esquistossomose, sendo considerado um problema de saúde pública visto que no Brasil, existem cerca de 17 milhões de indivíduos acometidos por essa doença.O acometimento do SNC pode manifestar‐se, sobretudo, como um quadro encefálico ou mielopatia, sendo o último mais comum. Apresenta uma ampla variedade de sintomas, incluindo convulsões, deficit motor e/ ou sensorial, disfunção intestinal e vesical. Objetivo: Relatar um caso de neuroesquistossomose em um paciente assistido no Serviço de Clínica Médica do Hospital Regional Norte, em Sobral, Ceará. Métodos: Revisão de prontuário, entrevista com o paciente, registros fotográficos dos métodos diagnósticos e revisão de literatura. Resultados/ Relato de caso: Paciente masculino, 56 anos, natural de Tamboril‐ CE, alcoolista crônico, deu entrada na emergência do Hospital Regional Norte no dia 24/09/2014 transferido da cidade de origem, apresentando rebaixamento do sensório, tremores, desorientação no tempo e espaço, dor e distensão abdominal e febre associada a paraparesia com nível sensitivo em região mamária .O quadro clínico foi iniciado em 07/09/2014. Fez uso de antibioticoterapia para possível foco infeccioso pulmonar associado, progredindo com melhora do nível de consciência, porém o paciente evoluiu mantendo o quadro clínico de paraparesia e retenção urinária. Foram realizados exames laboratoriais e exames de imagem. A análise do líquor foi compatível com doença inflamatória. Na ressonância magnética de coluna torácica e lombar foi evidenciado mudanças compatíveis com mielopoliradiculite por neuroesquistossomose. Foi estabelecido tratamento com Praziquantel e iniciado terapia com corticoide. Conclusão: A neuroesquistossomose é uma complicação ectópica da esquistossomose, sendo cada vez mais relatada na literatura médica. O diagnóstico de mielomeningorradiculite esquistossomótica deve ser lembrado sempre que houver o quadro neurológico descrito associado ao antecedente epidemiológico. A eficácia do tratamento está diretamente relacionada ao diagnóstico precoce. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento específico, maior será a chance de recuperação. Este tratamento baseia‐se na utilização de vermicida associado a corticoesteróides por um período de 7 a 15 dias. Palavras‐chave: Neuroesquistossomose. 1
E‐PÔSTER P ‐ 016 Doenças tropicais ESQUISTOSSOMOSE MANSONI NA BAHIA: TENDÊNCIA E DESCRIÇÃO DOS CASOS DE 2007 A 2015 Autores: Samara Pereira de Almeida* (Universidade Federal do Vale do São Francisco), Joilda Silva Nery (Universidade Federal do Vale do São Francisco), Anekécia Lauro da Silva (Universidade Federal do Vale do São Francisco), William Rodrigues Freitas (Universidade Federal do Vale do São Francisco) e Diogo Vilar da Fonseca (Universidade Federal do Vale do São Francisco). *Apresentador(a) Resumo: ESQUISTOSSOMOSE MANSONI NA BAHIA: TENDÊNCIA E DESCRIÇÃO DOS CASOS DE 2007 A 2015 INTRODUÇÃO: A esquistossomose mansoni, doença cujo agente etiológico é o trematódeo da espécie Schistosoma mansoni, afeta principalmente regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, ocorre de forma endêmica em estados como a Bahia, onde existem áreas com características peculiares para a sua progressão. Por ser de notificação compulsória, os registros epidemiológicos demonstram dados importantes para o entendimento desta doença e para que sejam tomadas medidas de combate. Diante disto, este projeto objetiva investigar a evolução epidemiológica da esquistossomose no estado da Bahia nos anos de 2007 a 2015. METODOLOGIA: O banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) foi acessado entre os dias 01 e 13 de novembro de 2016. Selecionaram‐se respectivamente os ícones: Acesso à Informação TABNET Epidemiológicas e Morbidade Doenças e Agravos de Notificação‐de 2007 em diante (SINAN) Esquistossomose Abrangência Geográfica: Bahia. Para extração das informações, selecionou‐se em Linha: UF F. infecção. Em coluna: escolaridade raça sexo faixa etária evolução. Períodos Disponíveis: 2010 a 2015. UF F. infecção: Bahia. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados do DATASUS mostram que de janeiro de 2007 a dezembro de 2015 foram confirmados 12.754 casos de esquistossomose mansoni no estado da Bahia, a maior parte acometendo o sexo masculino, com 7146 casos (56%). Do total de pessoas com grau de escolaridade informado, 3881 (42%) corresponde a indivíduos de primeira a quarta séries do Ensino Fundamental completo ou incompleto, contrastando com 135 casos (1,4%) do Ensino Superior completo ou incompleto. Em se tratando da raça, a maior parte dos registros com esta informação corresponde aos pardos, com 7971 casos (68%), seguido de negros, com 1943 (16%). Quanto à idade, os dados indicam a ocorrência da doença em todas as faixas etárias, sendo a mais acometida a de adultos de 20 a 39 anos, com 5346 casos (41%), seguida por adultos na faixa de 40 a 59 anos, com 2892 casos (22%). Após o diagnóstico, entre as pessoas com a evolução informada, 8249 (98%) tiveram cura, sendo 10 óbitos (0,1%) registrados. Os dados obtidos do DATASUS apontam que o estado da Bahia acompanhou a mesma tendência quanto ao total de casos do Brasil com relação ao sexo, raça e escolaridade, sendo que a significativa quantidade de casos registrados revela um perfil de população que vive em baixas condições socioeconômicas e em ambientes com falhas no saneamento básico. CONCLUSÃO: Segundo o DATASUS, o número de casos de esquistossomose mansoni de 2007 a 2015 no estado da Bahia revela que houve maiores índices de indivíduos de etnia parda, do sexo masculino, de faixa etária entre 20 e 39 anos e que têm somente a primeira à quarta séries do Ensino Fundamental completo ou incompleto. Os dados também revelam que a maior porcentagem dos atingidos pela parasitose evoluiu para a cura. Palavras‐chave: Esquistossomose mansoni, DATASUS. 1
E‐PÔSTER P ‐ 017 Doenças tropicais TRACOMA: UMA DOENÇA DE FÁCIL TRATAMENTO E QUE PERSISTE NEGLIGENCIADA Autores: Evellyne Maciel Guimarães* (Unichristus), Anamaria Cavalcante e Silva (Unichristus), Marina Veras Coelho Aguiar (Unichristus), Jocileide Sales Campos (Unichristus), Adjoane Maurício Silva Maciel (Universidade Estadual do Ceará) e Matheus Arrais Alves (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: O tracoma é uma patologia muito antiga, porém, ainda muito desconhecida e negligenciada pela população. Essa doença tem como agente etiológico a bactéria Chlamydia trachomatis e manifesta‐se como uma inflamação crônica e recidivante da conjuntiva e córnea, gerando alterações cicatriciais que podem levar à formação de entrópio, triquíase e opacidade de córnea, podendo culminar com a cegueira. É classificado em cinco formas clássicas, duas delas representam a fase inflamatória, quando pode haver transmissão da doença: Tracoma Inflamatório Folicular e Tracoma Inflamatório Intenso e as outras três são sequelares, quando não há transmissão: Tracoma Cicatricial Conjuntival, Triquíase Tracomatosa, e Opacificação Corneana. A transmissão pode ocorrer, principalmente, de forma direta por meio do contato com secreções oculares e, secundariamente, de forma indireta, pelo contato de objetos contaminados: toalhas, lençóis e fronhas. O objetivo desse trabalho é relatar um caso dessa doença negligenciada atualmente. Relato de caso: L.E.A.S, 12 anos, sexo feminino, branca, residente em Russas, Ceará, foi diagnosticada pela Campanha Nacional de Hanseníase, Geo‐Helmintíases e Tracoma em três anos consecutivos com tracoma inflamatório folicular. Em 2016, no último ano, foram encontrados em ambos os olhos mais de cinco folículos, extremidade ocular mais avermelhada e desaparecimento de vasos centrais, evidências de que seu caso pode estar evoluindo para Tracoma Inflamatório Intenso. Relata fotofobia discreta ao assistir televisão, acompanhada, geralmente, de cefaleia holocraniana do tipo em aperto e seguida de baixa acuidade visual em olho direito por escotoma. Foi tratada adequadamente com Azitromicina em dose única uma semana após o diagnóstico (20 mg/kg), evoluindo com melhora clínica, porém com diarreia e persistência da fotofobia discreta ao assistir televisão. Discussão: O tracoma é uma doença que tem um diagnóstico clínico e é facilmente tratada, porém é uma das principais causas infecciosas de cegueira no mundo, o que demonstra o descaso tanto de alguns médicos, por desconhecerem a patologia, quanto de pacientes, por conviverem com a doença. No entanto, por ser uma doença infecciosa de alta transmissão, os indivíduos tendem a conviver com pessoas que também são acometidas, cronificando, assim, a doença. No relato, pode‐se perceber isso, pois a paciente mora em uma região endêmica para a doença, com poucas condições de saneamento e em sua sala de aula têm mais três colegas compartilham da mesma doença. Conclusão: O tracoma é um grande problema de saúde público, devido, principalmente, à condição socioeconômica dos pacientes, às formas de transmissão e ao comprometimento visual que pode ser desenvolvido. Também, é de grande importância o conhecimento da doença por todos os médicos, pois ainda não foi erradicada, principalmente, no Ceará e no Nordeste e continua negligenciada ou desconhecida por muitos. Palavras‐chave: Tracoma, Chlamydia, trachomatis, Doença, infecciosa, negligenciada, Recidiva, Cegueira. 1
E‐PÔSTER P ‐ 018 Doenças tropicais UM RELATO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA DE CAMPO PARA ESTUDANTES DE MEDICINA Autores: Matheus Arrais Alves (Unichristus), Evellyne Maciel Guimarães (Unichristus) e Marina Veras Coelho Aguiar* (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A Pesquisa de Campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, com a coleta de dados referentes aos mesmos, sendo utilizada para conseguir informações e conhecimentos sobre um problema. Permite investigar um grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social, sendo possível o pesquisador realizar pessoalmente o trabalho em campo. Tal fato constitui uma ferramenta importante para o pesquisador entrar em contato com a realidade vivenciada pelo grupo em estudo. Partindo desse principio e devido a alta taxa de positividade para a enfermidade do Tracoma, realizada por um inquérito pelo Ministério da Saúde em 2014, nos municípios do estado do Ceará, com 4,86%, e em Russas, sendo maior que a taxa geral, 5,96%, mostrou‐se a curiosidade de um estudo de campo a respeito dos enfermos. Objetivo: Relatar a opinião sobre a vivência de uma pesquisa de campo no interior do Ceará para a formação médica de estudantes de medicina. Métodos: Foram realizadas 5 dias de pesquisa de campo, por 3 alunos do Centro Universitário Unichristus, nas residências das crianças relatadas no inquérito realizado em 2014. As visitas foram orientadas pelo agente de endemias do Município de Russas sendo aplicados questionários aos responsáveis dos acometidos do tracoma. O questionário era composto de perguntas sobre a identificação, epidemiologia, as características sociodemográficas e o serviço de atenção básica. Resultados/Discussão: A pesquisa de campo possibilita uma experiência diferenciada ao aluno que opta por ela, visto que há possibilidade de vivenciar a atual realidade do que é estudado, possibilitando ao futuro profissional uma visão mais atuante e crítica do processo de formação e renovação de informações médicas. Nesse estudo realizado, podemos destacar várias situações as quais foram importantes para a nossa formação acadêmica, por exemplo, a importância do uso de uma linguagem mais acessível aos entrevistados, tanto devido a não pertencerem a área da saúde como em alguns casos não possuírem um nível educacional satisfatório. Além disso, ressalta‐se a importância da observação do local, onde percebemos que a maioria dos acometidos não possuía uma infraestrutura adequada de moradia,com condições precárias de higiene, contribuindo para a transmissão da doença. Nesse contexto, podemos ressaltar a importância da epidemiologia na anamnese, ajudando no diagnostico mais preciso e no tratamento mais eficaz, pois vimos na prática como esse ponto influencia na doença. Conclusões: A formação em pesquisa é um elemento importante para o preparo de médicos com perfil crítico‐reflexivo, visto que a graduação tem como preocupação formar profissionais capazes de atender às demandas de uma sociedade em constante transformação, tornando, então, cada vez mais necessário que o aluno faça a associação da teoria e da prática, do ensino e da pesquisa. Desse modo, a vivência na pesquisa de campo é muito positiva para os estudantes de medicina. Palavras‐chave: Epidemiologia, Tracoma, Pesquisa de campo, Estudante. 1
E‐PÔSTER P ‐ 019 Miscelânea LIGA DE ESTUDOS E AÇÕES EM DOENÇAS INFECCIOSAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC): INTERAÇÃO ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Autores: Lucas de Menezes Galvão* (Universidade Federal do Ceará), Tayná Milfont Sá (Universidade Federal do Ceará), Carlos Alexandre de Sousa Teixeira (Universidade Federal do Ceará), Jônatas da Silva Franco (Universidade Federal do Ceará) e Roberto da Justa Pires Neto (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: A Liga Acadêmica é uma associação de discentes livre e sem fins lucrativos. Em geral, composta por acadêmicos com interesse científico em uma área específica em comum, com sede e foro na instituição de ensino de origem, busca‐se através desse grupo implementar ações de pesquisa, promover aprimoramentos na formação estudantil e interagir com a comunidade. O presente trabalho foi elaborado pelo compartilhamento de experiências, através da caracterização da LEDI‐UFC no tripé universitário, que pode contribuir para suscitar propostas de projetos e atividades para outras instituições de ensino bem como para aprimorar o que já é realizado pela própria liga. A Liga de Estudos e Ações em Infectologia foi criada em 2012 por estudantes do 1º ao 8º semestre da Faculdade de Medicina da UFC. A pesquisa surgiu no mesmo ano, com a necessidade de propagar as atividades do projeto em encontros e congressos, com artigos e trabalhos científicos nas áreas de Infectologia, Parasitologia, Medicina Tropical e Educação Médica. Atualmente, a LEDI‐UFC tem dez membros de variados semestres e um orientador Infectologista e docente da disciplina de Infectologia da UFC. A admissão de alunos recém‐ingressos permite o envolvimento dos estudantes na temática nos primórdios da formação, além da inserção no meio clínico‐
prático. O projeto realiza visitas ao Hospital São José de Doenças Infecciosas, referência no estado, para análise de casos clínicos, e também reuniões de capacitação com médica infectologista. Em 2015, a liga deu início a atividades do eixo de extensão com a 1ª Extensão em alusão ao Dia Mundial de Luta contra HIV/AIDS, sendo bem‐sucedida no desenvolvimento de cartilhas informativas e na abordagem da população. Em 2016, o projeto atingiu destaque ao contemplar e integrar os pilares do tripé no III Curso de Atualização em Doenças Infecciosas e Terapia Antimicrobiana e ao compor uma equipe para a capacitação de profissionais de saúde da Atenção Primária do município de Cascavel – CE quanto a abordagem de pacientes com Tuberculose. É notório o desenvolvimento estudantil dos indivíduos engajados, tanto no conhecimento clínico‐epidemiológico das doenças infecciosas quanto na abordagem do paciente com essas afecções. Além disso, as avaliações efetuadas demonstram ganho de informação dos públicos alcançados pelas ações promovidas pela liga, corroborando que a comunidade é beneficiada com o projeto. Palavras‐chave: Infectologia, Liga Acadêmica, LEDI, UFC, Relato. 1
E‐PÔSTER P ‐ 020 Hepatites virais CONHECIMENTO DE ACADÊMICOS DE MEDICINA DO CICLO BÁSICO SOBRE TRANSMISSÃO E PREVENÇÃO DE HEPATITE B Autores: Dina Andressa Martins Monteiro (Universidade Federal do Ceará), Tatielle Maria Gonçalves Nascimento* (Universidade Federal do Ceará), Carlos Alefe Sousa Nascimento (Universidade Federal do Ceará), Mikaelle Lopes Rodrigues (Universidade Federal do Ceará), Tallys de Souza Furtado (Universidade Federal do Ceará), Lucas Tadeu Rocha Santos (Universidade Federal do Ceará) e Ticiana Mont'Alverne Parente Feijão (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: A hepatite B ainda apresenta elevadas taxas de prevalência e incidência no mundo, sendo alto o risco de contágio em populações mais expostas, como os profissionais de saúde. Em contapartida, há uma série de medidas em educação que promovem a adoção de comportamentos e atitudes que minimizam o risco de contaminação, baseadas, principalmente, no conhecimento sobre o modo de transmissão da doença. Com base nisso, o objetivo deste trabalho é descrever o conhecimento dos acadêmicos de medicina do ciclo básico de uma universidade do interior do Ceará sobre a transmissão e prevenção da hepatite B. Para tanto, foi aplicado um questionário autoavaliativo no qual foram registrados parâmetros sobre as formas de transmissão da hepatite B, as fontes de contaminação para os profissionais da saúde e o conhecimento dos meios de prevenção contra a doença. Foram avaliados 140 alunos que cursam o primeiro (38), segundo (32), terceiro (37) e quarto (33) semestres da faculdade de medicina, dos quais 133 (95%) apontaram a transfusão sanguínea como uma forma de transmissão do vírus, enquanto 106 (75%) indicaram o uso de drogas injetáveis e 88 (68%) indicaram a relação sexual como meios de contaminação. No entanto, apenas 52 (37%) indicaram os acidentes de trabalho envolvendo profissionais da saúde como uma forma potencial de transmissão do vírus, mostrando um conhecimento razoável por parte dos acadêmicos quanto às principais formas de transmissão, mas uma certa ignorância no que diz respeito ao risco ocupacional representado pelo vírus. Já em relação às situações que aumentam potencialmente o risco de contaminação pelos profissionais da saúde, 101 (72%) indicaram o reencape de agulhas e 76 (54%) indicaram o parto. Quando questionados acerca de modos de prevenção da hepatite B, 77 acadêmicos (55%) afirmaram que conheciam meios de prevenção, enquanto 63 (45%) responderam que não possuíam tal conhecimento, sendo que destes, apenas uma pequena parcela (6%) era do quarto semestre, evidenciando uma progressão do aprendizado ao longo dos semestres na faculdade. Dessa forma, nota‐se que entre que os acadêmicos do ciclo básico do curso de medicina existe conhecimento acerca dos principais modos de transmissão da hepatite B, como a via sanguínea e a transmissão sexual, o que é um provável reflexo de conhecimento adquirido ao longo da vida acadêmica dos indivíduos, sem, no entanto, haver o porte de informações mais específicas, voltadas para o cotidiano do profissionais de saúde, de como o vírus pode ser adquirido, o que acaba por demonstrar o papel da educação médica na tomada de atitudes preventivas por parte dos futuros profissionais na prática clínica, o que foi evidenciado quando a maioria dos alunos do quarto semestre relata já possuir conhecimento sobre a prevenção da doença. Assim, observa‐se entres esses acadêmicos o processo de construção do conhecimento sobre o tema. Palavras‐chave: Hepatite B, educação médica, prevenção. 1
E‐PÔSTER P ‐ 021 Hepatites virais VEICULAÇÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE HEPATITE B ENTRE ACADÊMICOS DE MEDICINA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO DO INTERIOR DO CEARÁ Autores: Tatielle Maria Gonçalves Nascimento* (Universidade Federal do Ceará), Lucas Tadeu Rocha Santos (Universidade Federal do Ceará), Dina Andressa Martins Monteiro (Universidade Federal do Ceará), Mikaelle Lopes Rodrigues (Universidade Federal do Ceará), Emmanuelle Coelho Noronha (Universidade Federal do Ceará), Carlos Alefe Sousa Nascimento (Universidade Federal do Ceará) e Tallys de Souza Furtado (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: O conhecimento acerca das hepatites virais é de extrema importância durante a formação acadêmica de profissionais médicos, devido a sua grande prevalência e por tratar‐se de um risco ocupacional bastante significativo. Neste âmbito, buscou‐se descrever o nível de informação de estudantes que frequentam o ciclo básico do curso de medicina de uma universidade do interior do Ceará. O estudo foi realizado através da aplicação de um questionário autoavaliativo onde foram registrados parâmetros de ciência dos discentes sobre a prevalência e a transmissão do vírus da hepatite B, as principais fontes de busca de informação sobre a doença e o nível de satisfação sobre a disseminação desse conteúdo no meio acadêmico. Foi avaliado um grupo de 146 alunos, composto por 66 mulheres e 80 homens, com idade média de 21 anos e que cursam o primeiro (39), segundo (32), terceiro (37) e quarto (38) semestres da faculdade de medicina, dos quais apenas 14 alunos (9,5%) acreditavam na fatalidade da hepatite B. Destes mesmos acadêmicos, 108 (74%) afirmaram a doença ser comum, ao passo que apenas 6 (4%) a doença ser rara. O meio de informação mais citado pelos estudantes foi a internet, sendo ela mencionada em 59% das respostas, com exceção do quarto semestre, em que há maior número de citações para a categoria disciplina acadêmica, com 66% destas menções. Esse último número explica diferenças nos dados obtidos diante de questionamentos sobre o conhecimento das formas de transmissão da enfermidade, quando 76,3% dos acadêmicos do quarto semestre afirmaram conhecer os meios para tal, enquanto apenas 48,7% do primeiro semestre concedeu a mesma resposta. Da mesma forma, 47,4% dos estudantes do último semestre do ciclo básico estão satisfeitos com a disseminação de informações sobre hepatite B no meio acadêmico em que vivem, ao passo que unicamente 8,3% dos três semestres anteriores juntos realizam tal afirmação. Frente aos resultados encontrados, observa‐se uma notória deficiência no nível de conhecimento de acadêmicos do ciclo básico do curso de medicina acerca da hepatite B, além de uma insatisfação dos mesmos com essa condição: apenas 18,5% autoafirmaram‐se satisfeitos. É visto, também, a expressividade da internet como meio de conhecimento durante os primeiros semestres do curso, abrindo espaço para exploração desta ferramenta. É percebido ainda que, apesar da progressão do aprendizado, restam lacunas no conhecimento sobre a doença mesmo após os estudantes passarem pelas disciplinas próprias para tal: menos da metade dos alunos do quarto semestre mostraram‐se satisfeitos com o saber obtido. Palavras‐chave: Hepatite B, educação médica. 1
E‐PÔSTER P ‐ 022 Hepatites virais AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE HEPATITES B E C NO PERÍODO DE 2007 A 2015 NO ESTADO DO CEARÁ Autores: Francisco Hugo Leite de Oliveira Arnaud* (Universidade de Fortaleza), Renan Pereira de Lima (Universidade De Fortaleza) e Thalita Melo Freire (Hospital Universitário Walter Cantídio). *Apresentador(a) Resumo: As hepatites virais são doenças, geralmente assintomáticas, causadas por diferentes agentes etiológicos, sendo classificadas como A, B, C, D e E, que têm em comum o hepatotropismo. As infecções pelos vírus da hepatite B (VHB) e da hepatite C (VHC), merecem destaque pela alta prevalência no estado do Ceará, uma vez que constituem grave problema de saúde pública mundial, associando‐se a elevado grau de cronificação e podem evoluir para cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. O VHB é transmitido principalmente por via sexual, destacando‐se o papel de fluidos orgânicos, como o sêmen, saliva, mas também por sangue e hemoderivados, leite materno, transplante de órgãos e contaminação ocupacional. Em contrapartida, o vírus VHC é a principal forma de hepatite transmitida por transfusão de sangue e hemoderivados, sendo o VHC encontrado principalmente no sangue total, destacando que a alta prevalência do vírus VHC esteja relacionada, provavelmente, a muitos pacientes expostos a transfusões de sangue antes do ano de 1993, visto que não havia obrigatoriedade dos testes sorológicos anti‐VHC em candidatos doadores de sangue. Atualmente, sabe‐se que a Hepatite B é uma doença de notificação compulsória, ou seja, sua ocorrência deve ser comunicada às autoridades sanitárias por profissionais de saúde ou qualquer cidadão. Essas notificações geram indicadores de prevalência da doença que auxiliam na adoção de medidas de prevenção e intervenção. Uma análise criteriosa das notificações contribui para monitorar a doença a fim de modificar esse contexto. Objetivou‐se então analisar a prevalência de casos notificados e confirmados de hepatite B e C no Estado do Ceará, entre 2007 e 2015. Trata‐se de um estudo descritivo, retrospectivo, quantitativo, realizado em julho de 2016, em Fortaleza. Os dados foram obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e foram considerados todos os casos notificados no período estudado. O número de casos notificados e confirmados de hepatite B foram distribuídos, respectivamente, conforme o ano de origem: 2007: nº (121) 2008: nº (159) 2009: nº (177) 2010: nº (128) 2011: nº (107) 2012: nº (146) 2013: nº (186) 2014: nº (173) 2015: nº (106). Já no que diz respeito a hepatite C 2007: nº (39) 2008: nº (105) 2009: nº (132) 2010: nº (155) 2011: nº (126) 2012: nº (169) 2013: nº (278) 2014: nº (190) 2015: nº (105). O período estudado caracteriza‐se por comportamento endêmico de hepatite B com destaque nos anos de 2009 e 2013 que demonstraram, respectivamente, as maiores taxas de incidência. Quanto à hepatite C pode‐se observar alta prevalência em 2013 e 2014. As evidências mostram número crescente de casos de 2007 a 2015. Este estudo destaca o caráter endêmico das hepatites B e C no Ceará em 2013 e coloca em evidência a necessidade permanente de ações concretas e efetivas de controle desta doença, que dispõe de medidas de prevenção, como campanhas de vacinação e orientações sobre a doença. Palavras‐chave: Hepatites virais, VHC, VHB,. 1
E‐PÔSTER P ‐ 023 Infecções em imunosuprimidos não‐AIDS INFECÇÃO POR HEPATITE B, HEPATITE C E HIV EM PACIENTE SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE NO ESTADO DO CEARÁ, DE 2008 A 2016 Autores: Lucas Tadeu Rocha Santos (Universidade Federal do Ceará), Carlos Alefe Sousa Nascimento (Universidade Federal do Ceará), Dina Andressa Martins Monteiro (Universidade Federal do Ceará), Gustavo Mesquita de Oliveira* (Universidade Federal do Ceará), Mikaelle Lopes Rodrigues (Universidade Federal do Ceará), Tallys de Souza Furtado (Universidade Fedral do Ceará), Tatielle Maria Gonçalves Nascimento (Universidade Federal do Ceará) e Ticiana Mont'Alverne Parente Feijão (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A hemodiálise como terapia de substituição renal permite uma maior sobrevida aos pacientes com insuficiência renal. Contudo, a hemodiálise pode servir como meio de transmissão para viroses transmitidas pelo sangue, como o HIV, HBV e HCV. Existe uma grande variação entre a incidência de HIV, HBV e HCV nos pacientes em hemodiálise em vários países e no Brasil. Dessa forma, esse estudo tem como objetivo analisar a prevalência de hepatite B, hepatite C e HIV em pacientes submetidos a hemodiálise, no Ceará, entre 2008 e 2016. Trata‐se de um estudo observacional, transversal com base nos dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) originados do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA‐SUS). Foram selecionadas as informações referentes ao número de pacientes submetidos a hemodiálise (máximo de 3 sessões por semana), hemodiálise em portador de HIV (máximo de 3 sessões por semana) e hemodiálise em paciente com sorologia positiva para HIV e/ou hepatite B e/ou hepatite C (máximo de 3 sessões por semana). Resultados: No ano de 2008, 386.449 pacientes realizavam hemodiálise, destes 132 (0,034%) eram infectados pelo HIV e 1.106 (0,27%) tinham sorologia positiva para hepatite B, hepatite C e HIV. Em 2009, 409.491 pacientes realizavam hemodiálise, destes 90 (0,021%)eram infectados pelo HIV e 1.489 (0,36%) tinham sorologia positiva para hepatite B, hepatite C e HIV. Em 2010, 433.923 pacientes realizavam hemodiálise, destes 81 (0,018%) eram infectados pelo HIV e 1.724 (0,4%) tinham sorologia positiva para hepatite B, hepatite C e HIV. Em 2011, 460.792 pacientes realizavam hemodiálise, destes, apenas, 5 (0,001%) eram infectados pelo HIV e 1.754(0,37%) tinham sorologia positiva para hepatite B, hepatite C e HIV. Em 2012, 2013, 2014,2015 e 2016 não foram registrados nenhum paciente infectado pelo HIV que fosse submetido a terapia dialítica. Em 2012, 486.292 pacientes realizavam hemodiálise e destes 2.466 (0,5%) tinham sorologia positiva para hepatite B, hepatite C e HIV. Em 2013, 515.009 pacientes realizavam hemodiálise e destes 2.466 (0,47%) tinham sorologia positiva para hepatite B, hepatite C e HIV. Em 2014, 550.195 pacientes realizavam hemodiálise e destes 3.398 (0,62%) tinham sorologia positiva para hepatite B, hepatite C e HIV. Em 2015, 581.712 pacientes realizavam hemodiálise e destes 14.958 (2,57%) tinham sorologia para hepatite B, hepatite C e HIV. Em 2016,442.898 pacientes realizavam hemodiálise e destes 20.209 (4,56%) tinham sorologia positiva para hepatite B, hepatite C e HIV. Conclusão: Foi observado um aumento significativo no número de pacientes em hemodiálise com sorologia positiva para hepatite B, hepatite C e HIV e um aumento no número de pacientes submetidos a hemodiálise. Faz‐se necessários estudos que analisem aspectos epidemiológicos e de soroconversão dessas doenças para realização de ações de combate e diminuição dos casos de infecção por viroses transmitidas pelo sangue. Palavras‐chave: Hemodiálise, hepatite B, hepatite C , HIV. 1
E‐PÔSTER P ‐ 024 Miscelânea III CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM DOENÇAS INFECCIOSAS E TERAPIA ANTIMICROBIANA: EXPERIÊNCIA DA LIGA DE ESTUDOS EM DOENÇAS INFECCIOSAS (LEDI) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) Autores: Luis Arthur Brasil Gadelha Farias (Universidade Federal do Ceará), Francisca Lillyan Christyan Nunes Beserra* (Universidade Federal do Ceará), Matheus Dias Girão Rocha (Universidade Federal do Ceará), Pedro de Lima Menezes (Universidade Federal do Ceará) e Roberto da Justa Pires Neto (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: A realização de cursos extracurriculares é prática comum nas faculdades de medicina em todo o país. São cursos com o intuito de complementar as normas contidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais das áreas da saúde e que são incluídos na avaliação curricular das provas de residência médica. O Presente trabalho objetiva caracterizar o processo organizacional do III Curso de Atualização em Doenças Infecciosas e Terapia Antimicrobiana, as principais dificuldades e os resultados da ação em comparativo com as duas primeiras edições do evento. O curso é organizado por estudantes voluntários membros da LEDI e pelo seu orientador, professor da disciplina de Infectologia da UFC e médico do Hospital São José de Doenças Infecciosas, e é uma atividade cadastrada na Pró‐reitoria de Extensão da UFC como componente da lista de ações do projeto para o ano de 2016. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O evento contou com a participação de 54 pessoas, dentre acadêmicos e profissionais da área da saúde, do setor público e privado. Foram contemplados os cursos de Medicina, Fisioterapia, Biologia, Farmácia e Enfermagem. Além disso, a maioria dos palestrantes possuía formação médica e especialização, por exemplo, nas áreas de Infectologia, Nefrologia, Clínica Médica, Dermatologia, Pneumologia e Cardiologia. Entre os desafios encontrados em comparação com a primeira e segunda edição, destaca‐se o número menor de inscritos, aproximadamente metade a menos. Vários fatores foram atribuídos como causadores dessa diminuição: Ocorrência de outros três cursos concomitantemente Período de recessão vivenciada no país e diminuição do número de bolsas acadêmicas. Outra dificuldade correspondeu à busca de patrocínio que se tornou possível devido à procura ativa por possíveis apoiadores até a data da realização da atividade. Um ponto positivo em relação às outras edições foi o contato prévio com os palestrantes que facilitou a organização do evento e diminuiu consideravelmente a quantidade de imprevistos na ação. A divulgação realizou‐se por meio impresso e digital. CONCLUSÃO: Organizar um evento dessa monta exige dos discentes e de seu orientador empenho e experiência, pois são muitas as dificuldades encontradas no processo organizacional. O Curso possui eminentemente caráter multidisciplinar, fato evidenciado pelos diferentes especialistas palestrantes e pelos inscritos de diferentes áreas do conhecimento da área da saúde. Palavras‐chave: Curso, doenças infecciosas, terapia antimicrobiana, multidisciplinar. 1
E‐PÔSTER P ‐ 025 HIV/AIDS HISTÓRIA CLÍNICA DE MULHERES COM HIV EM TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL Autores: Elys Oliveira Bezerra* (Universidade Estadual do Ceará), Maria Lúcia Duarte Pereira (Universidade Estadual do Ceará), Priscila de Vasconcelos Monteiro (Universidade Estadual do Ceará) e Hilda Macambira Santtos Holanda (Hospital São José de Doenças Infecciosas). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: Os primeiros casos da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) foram marcados pela associação a grupos de riscos, aspecto atualmente superado pelo perfil heterossexual de contaminação, expresso por aumento dos casos entre mulheres. Desigualdades de gênero e violações dos direitos sociais incrementam a vulnerabilidade de mulheres à infecção, expondo‐as a diversos riscos em saúde. A fim de identificar aspectos que geram vulnerabilidade em saúde entre mulheres com HIV, objetivou‐se conhecer o perfil clínico de mulheres com HIV em uso de terapia antirretroviral (TARV). Material e Métodos: Pesquisa descritiva, quantitativa, aprovada pelo comitê de ética da Universidade Estadual do Ceará (parecer nº 630.908), realizada em serviço ambulatorial de Fortaleza, Ceará. A amostra foi constituída por 100 mulheres adultas com diagnóstico de HIV, em uso de TARV por no mínimo três meses. A coleta de dados aconteceu entre julho e dezembro de 2014, utilizando‐se um formulário. Os dados foram analisados mediante estatística descritiva simples, com auxílio do software Statistical Package for Social Sciences. Resultados/Discussão: Predominou mulheres com idades entre 40 e 49 anos (45%), da macrorregião de saúde de Fortaleza (74%). Observou‐se que 55% delas conviviam com o HIV há no mínimo 12 anos, apontando os efeitos dos avanços científicos na expectativa de vida dos infectados. A via sexual foi a principal fonte de infecção (81%), o que demanda ações permanentes de promoção do uso do preservativo. A maioria possuía notificação de aids (85%), porém, 82% não soube informar tal diagnóstico. Inferiu‐se baixa percepção de risco das mulheres ao HIV no período pré‐infecção, pois muitas realizaram a primeira testagem anti‐HIV só após indicação médica (62%), com procura pela assistência decorrente principalmente do adoecimento ou óbito do companheiro por aids (29%) ou adoecimento próprio (28%), o que pode levar ao diagnóstico tardio e maior risco de transmissão do HIV. A maioria (48%) estava com prescrição de esquema de 2ª linha de tratamento, tendo‐se uma média de 2,8 (±2,5) mudanças de esquema. A média de comprimidos tomados diariamente foi de 4,7 (±1,5). As mudanças na medicação ao longo do tratamento podem ser necessárias para o alcance de bons resultados terapêuticos e podem estar relacionadas a não adequação medicamentosa e não adesão. A frequência de carga viral (CV) indetectável (<50 cópias/ml) foi evidenciada em 65% da amostra, enquanto 56% apresentaram contagem de linfócitos T CD4> 500 células/mm³. Identificou‐se 10% e 12% de usuárias com exames de CV e CD4 desatualizados, respectivamente. Conclusão: Os achados apontam a necessidade de ações permanentes de prevenção da infecção para a população. A promoção da saúde das mulheres infectadas deve envolver ações contínuas de educação em saúde que propiciem a compreensão sobre os aspectos clínicos da aids e adesão terapêutica, almejando a autonomia das mesmas frente ao seu contexto de saúde. Palavras‐chave: HIV, AIDS, MULHER. 1
E‐PÔSTER P ‐ 026 HIV/AIDS CAUSAS DE INTERNAÇÃO DE HIV PEDIÁTRICO EM HOSPITAL TERCIÁRIO DE FORTALEZA‐CE EM 2015 Autores: Vinícius Torres Bezerra* (Unichristus), Hannah Rodrigues Fernandes (Unichristus), Mariana Gabriella Correia Viana (Unichristus), Juan Forte Sampaio Gomes (Unichristus), Jessica Mendes De Luca (Unichristus), Maria Alyce Saldanha da Silva (Unichristus), Melissa Soares Medeiros (Hospital São José) e Glaucia Maria Lima Ferreira (Hospital São José). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: Com o aumento da população feminina em idade reprodutiva contaminada pelo HIV, tornou‐
se maior a população infantil HIV positiva devido à transmissão vertical. A mudança neste cenário impôs um maior cuidado ao tratamento dessa doença, uma vez que antes do surgimento da terapia antirretroviral combinada a taxa de mortalidade pela AIDS de crianças soropositivas era elevada. Com a disponibilidade do tratamento, houve melhora dos índices gerais de saúde e desenvolvimento desses pacientes, com redução acentuada da ocorrência de internações e de infecções oportunistas, tornando uma doença grave em uma infecção crônica e controlável. O presente estudo tem como objetivo caracterizar as causas de internação de crianças soropositivas no Hospital São José, em Fortaleza‐CE, durante o ano de 2015. Metodologia: Estudo epidemiológico das causas de internação de HIV dos pacientes pediátricos internados durante o ano de 2015 em um hospital terciário de Fortaleza. Os dados foram obtidos por meio dos prontuários dos pacientes disponíveis no local do estudo. Resultados: No ano de 2015, foram notificadas 542 internações no setor pediátrico do Hospital São José. Dessas, 34 foram por HIV (6,27%), sendo 30 com infecção por HIV definida e 4 exposições materno‐fetal. Em relação à causa da internação, 7 pacientes apresentaram AIDS (idades: 2, 3, 9, três com 16 e um com 17 anos), 4 pneumonia adquirida na comunidade (idades: 5 meses, 8, 9, 11 anos), 3 síndrome diarreica (idades: 2, 16 e 17 anos), 2 histoplasmose (idades: 13 e 17 anos), 2 herpes/candidíase (idades: 7 meses e 16 anos), 2 herpes zoster (idades: dois com 9 anos), 1 neurotoxoplasmose (11 anos), 1 pneumocistose (15 anos), 1 sífilis (16 anos), 1 síndrome consuptiva (15 dias), 1 micobacteriose (14 anos), 1 vômitos (15 anos), 1 calazar (9 anos), 1 estafilococcia (1 ano), 1 sepse (16 anos) e uma paciente se internou devido à gestação (17 anos). Foram notificados 3 óbitos nos pacientes que apresentaram sepse, neurotoxoplasmose e histoplasmose. Conclusão: O estudo demonstrou a prevalência de crianças soropositivas internadas em hospital terciário em 2015, sendo considerada uma causa de internação de relevância, devendo atentar à importância para o monitoramento das ações de prevenção da transmissão vertical, em que ainda há um número expressivo de mulheres infectadas, especialmente em fase reprodutiva. Recomenda‐se que as crianças nascidas de mães infectadas pelo HIV idealmente devam ser atendidas em unidades especializadas, pelo menos até a definição de seu diagnóstico. É evidente a imunodepressão causada pela doença, sendo mostradas as diversas infecções oportunistas adquiridas na faixa pediátrica, em que a mais prevalente foi a PAC. Por isso, a terapia antirretroviral, com consequente supressão da replicação viral e significativa reconstituição imunológica, é fundamental na redução de infecções oportunistas e coinfecções. Palavras‐chave: HIV, AIDS, pediatrico, causas, internação, terciário. 1
E‐PÔSTER P ‐ 027 HIV/AIDS ANÁLISE DE SUPRESSÃO IMUNOLÓGICA DE PACIENTES COM HIV/AIDS ACOMPANHADOS EM SERVIÇOS DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO DE FORTALEZA‐CE Autores: Gisele Façanha Diógenes Teixeira Frota* (Unichristus), Eduardo Austregésilo Corrêa (Unichristus), Vinicius Ximenes PAula (Unichristus), Christian Max Uchoa Leite (Unichristus), Severino Ferreira Alexandre (Unichristus), Caroline Vanderlei de Meneses Gaino (Unichristus), Henrique Pires Moreira (Unichristus) e Melissa Soares Medeiros (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A terapia antirretroviral (TARV) atualmente objetiva a supressão virológica completa em pacientes virgens de terapia ou em resgate, pois dispomos de um arsenal terapêutico mais potente e melhor tolerado nos últimos anos. Porém, no Brasil as terapias de escolha tanto em pacientes virgens quanto em falha inicial não incluem inibidores de integrase, diferente da maioria dos países desenvolvidos. Além disso, fatos políticos e sociais recentes podem ter dificultado a situação econômica da nossa população de pacientes com HIV/Aids, e estas podem ter impactado diretamente na supressão virológica, com repercussões desfavoráveis individual e coletivamente. Metodologia: Durante o mês de outubro/16 foram avaliados dados de pacientes com HIV/AIDS em SAEs diferentes de Fortaleza (Hospital São José, Hospital Geral de Fortaleza e Unichristus). Estudo transversal com o objetivo de avaliar taxa de supressão virologica, avaliação imunológica e causas relacionadas a não indetecção virológica. Resultados/Discussão: Foram avaliados 93 pacientes, sendo 67,7% do sexo masculino. Na avaliação imunológica a média de CD4 foi 628,9 (var 7‐1589) cels/mm3, a média de CD8 foi 971,8 (var 85‐3956) cels/mm3 e a relação CD4/CD8 média foi 0,73 (var 0,03 a 3,06). Quanto a supressão virológica 79,6% dos pacientes apresentavam carga viral não detectável, 19,3% com carga viral detectável e 1 paciente sem dado. A média de carga viral nos pacientes detectáveis foi 8.045,83 (var 53‐39.421) cópias. Dos 18 pacientes com carga viral detectável as principais causas aferidas foram: adesão ao tratamento (22,2%), depressão (5,5%), problemas sociais (27,8%), falha terapêutica (16,6%), abandono (5,6%), abuso de substâncias (5,6%). Esquemas Antirretrovirais em uso: TDF/3TC/EFZ (46,2%), TDF/3TC/ATVr (25,8%), TDF/3TC/LPVr (4,3%), TDF/3TC/NVP (2,15%), AZT/3TC/EFZ (2,15%), 3TC/LPVr/RAL (2,15%). A adesão terapêutica é de suma importância para a supressão virológica completa e causas biopsicossociais podem estar envolvidas no desfecho desfavorável de pacientes com HIV/Aids. Conclusão: Um percentual acima do esperado, segundo o objetivo mundial do 90‐90‐90, de carga viral detectável foi encontrado e relacionado principalmente a adesão e fatores sociais, que podem ser a causa da falha terapêutica. Portanto, medidas de suporte além da TARV devem ser instituídas para garantir a supressão virológica completa. Palavras‐chave: Supressão virológica, HIV, AIDS, TARV. 1
E‐PÔSTER P ‐ 028 HIV/AIDS CATEGORIZAÇÃO DE GRUPOS SOROPOSITIVOS PARA HIV EM MAUS E BONS RESPONDEDORES A TERAPIA ANTIRRETROVIRAL (TARV) Autores: Maria Clara Cavalcante de Lacerda* (Universidade de Fortaleza), Alexandre Tavares Collares da Penha (Universidade de Fortaleza), Aparecida Tiemi Nagao‐Dias3 (Universidade Federal do Ceará), Beatriz Maria da Silva Borges (Universidade de Fortaleza), Raphael de Oliveira Rodrigues4 (Universidade Federal do Ceará), Rebecca Saraiva Poiretti1 (Universidade de Fortaleza), Silvia Fernandes Ribeiro da Silva (Universidade de Fortaleza) e Paulo Germano de Carvalho (Universidade de Fortaleza). *Apresentador(a) Resumo: O avanço dos testes laboratoriais usados no monitoramento da infecção de HIV tem empregado o estudo de subpopulações por citometria de fluxo e tecnologia de amplificação de DNA. Assim, se a carga viral é a medida de replicação do agente e morte celular, o nível de células T CD4 e outros marcadores de ativação imune como CD38 pode melhor indicar as condições de imunodeficiência causada pelo vírus, e consequentemente de recuperação imune em pacientes tratados para a doença. O objetivo do estudo é categorizar 62 pacientes que realizaram carga viral e contagem de células T CD4 com intervalo de 6 meses, em grupos bons e maus respondedores, para que estes possam servir de estudo à performance dos marcadores TCD38 CD4 e TCD38 CD8. Dentre os “bons respondedores” ou “BR” houve um aumento significativo da contagem de células T CD4, ou seja, de 119 células/mm3 (61‐296 células/mm3) para 410 células/mm3 (239‐605 células/mm3) no período de 6 meses de tratamento no grupo BR (p<0,0001), enquanto em “maus respondedores” ou “MR” o incremento foi pouco significativo (p=0,74). Em relação à mediana da contagem de células T CD8 foi de 526 células/mm3 (373‐749 células/mm3) entre os BR, e 620 células/mm3(445‐1145 células/mm3) no grupo de MR no início do tratamento e ao 6º mês de tratamento, a mediana encontrada, para a mesma variável, foi de 813 células/mm3(556‐1267 células/mm3) (p=0,002) no grupo BR e 873 células/mm3(567‐1145 células/mm3) (p=0,87) no MR. A mediana da carga viral, expressa em logaritmo na base 10, foi de 3,9 log10 cópias/ml (1,9‐5,1 log10 cópias/ml) no grupo BR e 4,3 log10 cópias/ml (2,2‐5,1 log10 cópias/ml) no grupo MR no início do tratamento. Ao final de 6 meses de tratamento, as medianas de carga viral apresentadas pelos grupos foram 1,0 log10 cópias/ml para BR e 1,9 para MR, tendo sido a redução significante em ambos grupos “BR” (p<0,0001) e “MR” (p<0,001). Alguns autores afirmam que a carga viral reduz a menos de 50 cópias/ml logo no início da terapia e permanecem durante o tratamento, sendo satisfatório uma redução de 2,0 log10 cópias/ml no intervalo de 6 meses. Em nosso estudo esse resultado ocorreu nos dois grupos e não se observou aumento em mais de 25% do linfócitos T CD4 em relação a contagem anterior. Desse modo, fizemos adaptações ao exposto por Rosso et al (2010) e consideramos como BR 35 pacientes que apresentaram carga viral indetectável ou inferior a 50 cópias HIV RNA/ml e com recuperação superior a 25% de células T CD4 durante a evolução do tratamento. Os MR foram 27 Pacientes com supressão incompleta e recuperação de células T CD4 mais de 25% ou com carga viral indetectável e baixa recuperação de células T CD4. Palavras‐chave: Imunodeficiência, HIV, DNA. 1
E‐PÔSTER P ‐ 029 HIV/AIDS AVALIAÇÃO DA RESPOSTA TERAPÊUTCA DE PACIENTES EM TERAPIA ANTIRRETROVIRAL DE RESGATE COM ETRAVIRINA EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO ESTADO DO CEARÁ Autores: Kelma Maria Maia* (Unichristus ‐ Pos Graduação Ensino Em Saúde), Dulcinea Bandeira Soares Timbó (Unichristus ‐ Pos graduação Ensino em Saúde), Denise Girao Limaverde Lima (Hospital São José), Luan Victor Almeida Lima (Unichristus ‐ Faculdade de Medicina), Gisele Façanha Diogenes Teixeira (Unichristus ‐ Faculdade de Medicina) e Henrique Pires Moreira (Unichristus ‐ Faculdade de Medicina). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A terapia antirretroviral (TARV) atual apresenta taxas de supressão viral semelhantes aos regimes iniciais. O ITRNN (Inibidor da Transcriptase Reversa Não Análogo de Nucleosídeos) de segunda geração Etravirina (ETV) é utilizado em esquemas de resgate em associação com outras classes de antirretrovirais. A adesão ao tratamento é de extrema importância para se obter a supressão viral completa. Sabemos que pacientes com baixa viremia podem evoluir com falha terapêutica virológica em pouco tempo e em pacientes ja em esquemas de resgate com multiplos farmacos pode ser ainda mais dificil obter regimes subsequentes eficazes. Alem disso, a não supressão virologica completa pode estar relacionada a indução persistente de inflamação pelo vírus. A inflamação crônica esta diretamente relacionada a complicações da infecção pelo HIV, como doença renal, transtorno metabólico, alterações osteoarticulares e cardiovasculares. Uma forma de mensuração indireta da inflamação é através das dosagens de celulas CD8 e da relação CD4/CD8. Materiais e Métodos: Levantamento dos dados farmacêuticos e SISCEL de pacientes em uso de ETV no Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Outubro/2016. Comparados dados imuno‐virologicos para avaliar taxa de supressão viral de esquemas de resgate contendo ETV. Resultados: Foram detectados 30 pacientes em uso de ETV, sendo 76,6% do sexo masculino, com média de idade 49,4 anos (var 27‐66). Destes pacientes 63,3% apresentavam Carga Viral (CV) não detectada e quando acrescentados pacientes com CV < 1000 copias o percentual aumenta para 86,6%. Dos paciente com CV não detectada a media de CD4 = 554,6 cels/mm3 , CD8 = 1157 cels/mm3 e relação CD4/CD8 = 0,5. Os pacientes com CV < 1000 copias apresentavam CD4 = 460 cels/mm3 , CD8 = 1607 cels/mm3 e relação CD4/CD8=0,33. Destes pacientes a media de CV foi de 144 copias (var 43‐432). Três pacientes apresentavam CV alta (valores de 130.429 , 70.668 e 2.746 cópias). Os pacientes com viremia baixa apresentam maior nível de CD8 e baixa relação CD4/CD8 em comparação com pacientes com CV não detectada, podendo representar inflamação relacionada a não supressão virológica completa. Conclusão: Os regimes de resgate contendo Etravirina apresentam boa resposta de supressão viral. Porém, é necessário avaliar fatores relacionados a viremia baixa que podem repercutir em aumento de resistência virológica a curto prazo. A não supressão virológica completa está relacionada com maior inflamação nos pacientes em resgate, necessitando medidas de controle da mesma. Palavras‐chave: Etravirina, supressão viral, inflamação. 1
E‐PÔSTER P ‐ 030 Infecções bacterianas/micobacterianas RELATO DE CASO DE TUBERCULOSE OSTEOARTICULAR Autores: Jôsivan Lima de Carvalho* (Universidade Estadual do Ceará), Paulo Sávio Fontenele Magalhães (Universidade Estadual do Ceará), Matheus Henrique Seixas dos Santos (Universidade Estadual do Ceará), Vitória Nunes Medeiros (Universidade Estadual do Ceará), José Hícaro Hellano Gonçalves Lima Paiva (Universidade Estadual do Ceará), Leila Melissa de Medeiros Braga (Universidade Estadual do Ceará) e Victor Batista da Silva Neto (Universidade Estadual do Cerá). *Apresentador(a) Resumo: Título: Relato de Caso de Tuberculose Osteoarticular. Introdução: a tuberculose é um grave problema de saúde pública nos países em desenvolvimento. A Organização Mundial de Saúde estima que um terço da humanidade esteja infectada pelo Mycobacterium tuberculosis e, aproximadamente, 3% dos pacientes infectados apresentem envolvimento ósseo. A dificuldade de se fazer o diagnóstico precoce de tal afecção e a escassez de relatos de pacientes brasileiros portadores desta doença constituíram motivação para a apresentação deste caso. Resultados/Discussão: Trata‐se do paciente FHFC, 49 anos, masculino foi atendido,em Fortaleza, na Unidade de Atenção Primária a Saúde Dom Aluísio Lorscheider em fevereiro de 2016. O paciente apresentava quadro de claudicação em decorrência de osteoartrite de quadril esquerdo. Apresentava achatamento de cabeça femural esquerda, esclerose e cistos subcondrais e redução de espaço articular de articulação coxofemural esquerda , achados estes evidenciados em radiografia de quadril realizada em janeiro de 2016. Apresentava também dor intensa em quadril esquerdo há 1 ano com piora progressiva. Paciente foi submetido a teste tuberculínico( PPD ) com resultado de 20mm ( forte reator). Discutido caso com serviço de ortopedia de hospital terciário de Fortaleza, sendo indicado tratamento para Tuberculose Óssea e posteriormente seria programado tratamento cirúrgico com realização de artroplastia total de quadril esquerdo. O paciente, durante 6 meses, de fevereiro a agosto de 2016, fez tratamento para caso novo de tuberculose com Esquema Básico preconizado pelo Ministério da Saúde do Brasil, realizando consultas mensais com equipe de saúde, para prescrição dos medicamentos e avaliação clínica. O Esquema Básico consiste em doses diárias de Rifampicina, Isoniazida, Etambutol e Pirazinamida durante os 2 meses iniciais e, nos 4 meses restantes, doses diárias de Rifampicina e Isoniazida. Foi submetido também a teste para HIV tendo resultado negativo. O paciente realizou o tratamento preconizado de forma completa evoluindo com melhora do quadro de dor articular e da claudicação. Porém, não houve melhora radiológica da articulação acometida, sendo mantido a necessidade do tratamento cirúrgico. Conclusão: hoje a tuberculose é uma doença comum na humanidade com número de casos crescentes a cada ano. Este recrudescimento foi facilitado por suas relações com a pandemia de HIV e pela ampliação da miséria das populações menos favorecidas. A tuberculose óssea não é frequentemente suspeitada nos serviços que não estão familiarizados com sua apresentação clinica, uma vez que, caracteristicamente, apresenta‐se com quadro insidioso e sintomatologia de progressão crônica. Dado o diagnóstico, é necessário tratamento imediato para suspender a evolução da destruição e deformidade articular e assim prevenir as sequelas motoras. O tratamento é conservador, com quimioterapia estabelecida pelo Ministério da Saúde, e cirúrgico, dependendo da natureza do caso. Palavras‐chave: Tuberculose Osteoarticular, tratamento, sintomatologia, epidemiologia. 1
E‐PÔSTER P ‐ 031 Imunizações VACINAÇÃO EM CRIANÇAS MENORES DE UM ANO DE IDADE ACOMPANHADAS POR UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE EM SOBRAL – CE Autores: Gelton Fonteles* (Universidade Federal do Ceará), Gabriel Girão Mendonça Anselmo (Universidade Federal do Ceará), Francisco de Assis Barbosa Filho (Universidade Federal do Ceará), Roberta Cavalcante Muniz Lira (Universidade Federal do Ceará), Yago Braga Leite (Universidade Federal do Ceará), Emanuela Passos da Gama (Universidade Federal do Ceará), Maria Ana Rodrigues Barbosa (Universidade Federal do Ceará) e Paulo Átila da silva Viana (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: No primeiro ano de vida, o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento. Assim, é necessário que as crianças sejam vacinadas nos primeiros meses, pois se espera que o primeiro contato seja com o antígeno vacinal. As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de saúde são definidas nos calendários de vacinação, nos quais estão estabelecidos os tipos de vacina, o número de doses do esquema básico e dos reforços, a idade para a administração de cada dose e o intervalo entre uma dose e outra, no caso do imunobiológico, cuja proteção exige mais de uma dose. As vacinas recomendadas para as crianças têm por objetivo proteger esse grupo o mais precocemente possível, garantindo o esquema básico completo no primeiro ano de vida e os reforços e as demais vacinações nos anos posteriores. Metodologia: Trata‐se de um estudo transversal. Em abril de 2016, foram selecionadas aleatoriamente oito entre as vinte e cinco UBS da cidade de Sobral – CE, através de uma colaboração entre a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Escola de Saúde da Família Visconde de Sabóia. Posteriormente, foi aplicado um questionário aos responsáveis por cada unidade. Este questionário teve como objetivo identificar se as crianças menores de um ano de idade acompanhadas pelo serviço apresentavam carteira de vacinação atualizada, assim como verificar se há aprazamento e se este está organizado por mês. Resultados: Dentre as UBS analisadas, 100% relataram e apresentaram documentação comprobatória de controle sobre a vacinação das crianças menores de um ano, assim como a existência de aprazamento e a organização do mesmo por mês. Discussão: Identificou‐se uma excelente cobertura do programa de vacinação ofertado pelas UBS, o que proporciona benefícios relevantes às crianças acompanhadas, dada a importância do mesmo na prevenção de doenças. Além disso, esses dados estão em concordância com o princípio da integralidade do Sistema Único de Saúde, que afirma que o mesmo deve atuar na promoção à saúde e na prevenção de doenças. Conclusões: Fica evidente a excelência na promoção do serviço de vacinação ofertado pelas UBS avaliadas às crianças menores de um ano, o que deve ser incentivado e monitorado pelas entidades cabíveis. Além disso, também deve ser incentivado e acompanhado o serviço de vacinação prestado a crianças acima dessa faixa etária, assim como os reforços de vacinas aplicadas nos primeiros meses de vida. Palavras‐chave: Imunização infantil, atenção primária à saúde, gestão de risco. 1
E‐PÔSTER P ‐ 032 Imunizações ANÁLISE DA ACEITAÇÃO DA VACINA CONTRA O HPV EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE EM FORTALEZA/CE Autores: Yasmin Camelo de Sales* (Unichristus), Ellyelson Américo de Sousa Silva (Unichristus), Caio César Ôtoni Espíndola (Unichristus), Jocileide Sales Campos (Unichristus) e Matheus Pinho Esmeraldo (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A vacina contra o HPV foi implantada pelo Ministério da Saúde do Brasil no ano de 2014, como meio de prevenir o câncer de colo de útero e o aparecimento de condilomas potencialmente causados pelo vírus. A faixa etária escolhida para a aplicação da vacina foi de 11 a 13 anos inicialmente e o grupo alvo era o feminino tendo em vista que deveriam ser vacinadas meninas não expostas ao vírus, ou seja, que não tivessem iniciado a sua vida sexual . A definição do uso da vacina nessa idade foi devido à relação custo beneficio ter se mostrado mais favorável na prevenção das cepas oncológicas em relação ao diagnóstico e tratamento após a instalação do papiloma vírus humano. Objetivo: Esse estudo epidemiológico teve como objetivo analisar a aceitação da população usuária das Unidades Básicas de Saúde e das escolas públicas da Regional 2 da vacinação contra o HPV no município de Fortaleza. Material e Métodos: Trata‐se de um estudo do tipo descritivo com abordagem quantitativa no tratamento dos dados, sendo coletados dados primários por meio do uso de um questionário aplicado pelos próprios pesquisadores. A amostra populacional foi 50 pessoas que se enquadravam ao público‐alvo da Campanha de Vacinação contra o HPV, entre 13 e 15 anos (mas que havia tomado a vacina aos 14) que tinham acesso ao serviço de saúde ou educacional na área da regional 2, no período de 01 de agosto de 2014 até março de 2015. Resultados:Entre as 50 adolescentes entrevistadas, 88% possuía o esquema de registro da caderneta de vacinação atualizado,60% tomaram conhecimento da vacinação pelas mídias sociais, apenas 12% afirmaram procurar serviço médico mensalmente e 68% procuraram uma vez a cada semestre Um fato relevante é que 58% das mães da população amostral possuíam apenas o ensino fundamental Discussão: Pôde ser observado em nossa pesquisa,que tais dados vieram para ratificar a importante contribuição das mídias na propagação das campanhas de vacinação,. Em relação ao impacto socioeconômico, foi possível constatar que dentre as famílias que tinham menor renda e as mães que tinham menor escolaridade havia menor desconhecimento por parte das crianças sobre a importância da vacina em para à prevenção do câncer de colo de útero. Conclusão: Com o presente trabalho concluiu‐se que o nível de conhecimento sobre a vacina contra o HPV ainda não atingiu a totalidade da população alvo esperada. Portanto, mostrou‐se necessário a intensificação das campanhas de esclarecimento a respeito da vacina para obter uma maior adesão a esta. Palavras‐chave: HPV, vacina, Fortaleza, criança, epidemiologia. 1
E‐PÔSTER P ‐ 033 Infecções virais PANCREATITE POR CAXUMBA EM PACIENTE PREVIAMENTE IMUNIZADO EM FORTALEZA‐
CE Autores: Matheus Dias Girao Rocha* (Universidade Federal do Ceara), Mateus Lavor Lira (Universidade Federal do Ceara), Joana d'Arc Rocha Damasceno (Universidade Federal do Ceara), Tayna Milfont Sa (Universidade Federal do Ceara), Robério Dias Leite (Universidade Federal do Ceara), Christiane Araujo Chaves Leite (Universidade Federal do Ceara) e Glaucia Maria Lima Ferreira (Hospital Sao Jose de Doencas Infecciosas). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: A Caxumba é uma doença imunoprevinível, causada por um Paramixovírus, que mais comumente se manifesta da forma de parotidite. A evolução costuma ser benigna, mas podem ocorrer complicações como orquite, meningite asséptica, tireoidite e pancreatite. Do ponto de vista semiológico, o aumento doloroso bilateral da região das glândulas parótidas é o sinal mais sugestivo no entanto, com o intuito de reconhecer as manifestações incomuns da doença e conduzir corretamente os pacientes, deve‐
se estar atento a sinais clínicos inesperados. Apesar do aumento da cobertura global da vacina tríplice viral, paradoxalmente estamos assistindo a reemergência da Caxumba, fato também observado no Brasil. Nesse contexto, apresentamos um caso de pancreatite por Caxumba. MATERIAIS E MÉTODOS: Relato do caso baseado em entrevista com o paciente e informações do prontuário médico. RESULTADOS: Paciente de 17 anos, sexo masculino, natural e residente em Fortaleza‐CE, apresentou‐se à emergência queixando‐se de aumento simétrico, doloroso e bilateral da região de parótidas que se iniciara dez dias antes. No sétimo dia, embora tenha havido substancial regressão do quadro inicial, evoluiu com intensa dor em epigástrio, vômitos persistentes e relacionados à alimentação, hiporexia intensa e febre contínua que não cedia com antitérmicos e cefaleia holocraniana, sendo internado. O exame físico mostrou discreto aumento de volume na projeção topográfica das parótidas, pequenos linfonodos de consistência fibroelástica palpáveis no ângulo da mandíbula e dor à palpação da região epigástrica. Informava possuir histórico vacinal atualizado e negava quadros semelhantes em contatos. Durante a internação, os vômitos persistiram relacionados a ingesta alimentar, associados a dor epigástrica constante. Permaneceu afebril e alcançou regressão do inchaço na região das parótidas. Exames complementares que revelaram amilase elevada: 236,0 UI/L, lipase no limite superior (59,0 UI/L), cálcio ionizado de 1,30 (VR: 1,05 – 1,25). TGO, TGP e demais eletrólitos estavam dentro da normalidade. Diante disso, foi feito o diagnóstico clínico de parotidite com pancreatite associada, provavelmente causada pelo Vírus da Caxumba (aguarda confirmação sorológica). Verifica‐se que, apesar de a história clínica fornecer o relato de imunização prévia, o paciente iniciou um quadro típico de caxumba, que evoluiu de forma inesperada, necessitando de internação e investigação para um potencial agravamento. CONCLUSÃO: Diante do exposto, verifica‐se a necessidade de que os médicos vislumbrem a possibilidade do diagnóstico de Caxumba e de suas complicações, sobretudo no contexto de reemergência global e nacional dessa doença. Palavras‐chave: Vacina, caxumba, pancreatite. 1
E‐PÔSTER P ‐ 034 Infecções virais SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA COQUELUCHE NO NORDESTE BRASILEIRO NO PERÍODO DE 2007 A 2014 Autores: Oto Maia Pereira* (Unichristus), Nágila Alves Lima (Unichristus), Francisco Willamy Pedrosa Alves Filho (UFC), Iana Fernanda Sousa Machado (Unichristus), Larissa Castro Firmino (Unichristus), Melina de Paiva Bezerra Vidal (Unichristus), Lucas Eliel Beserra Moura (Unichristus) e Gabriela Batista Holanda (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A coqueluche é uma doença grave, infecciosa, transmitida pela bactéria Bordetella pertussis e que ainda é um problema a ser combatido no Nordeste brasileiro. Mesmo com a vacinação, ela é causa crescente de morbi‐mortalidade infantil. Devido a isso, é importante abordar a epidemiologia dessa doença, visto que se verifica um crescimento no número de casos nos últimos anos, principalmente, no ano de 2014. Este trabalho objetiva traçar um perfil epidemiológico da coqueluche no Nordeste brasileiro no período de 2007 a 2014. Resultados: Trata‐se de um estudo quantitativo descritivo utilizando dados secundários disponíveis na base do Sistema de Informações de Agravos de Notificação Compulsória (SINAN). Foram analisados os dados de todos os casos confirmados de coqueluche no Nordeste no período de 2007 a 2014 em todos os estados dessa região, em relação às variáveis: taxa de incidência, raça e faixa etária. Para o cálculo da incidência, foi utilizada a estimativa populacional do ano de 2014, por meio do banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram registrados 5016 casos de coqueluche. O ano de 2014 apresentou o maior número de casos na maioria dos estados, apresentando um crescimento de mais de 125 % em relação ao ano anterior (passou de 1023 casos em 2013 para 2302 casos em 2014 somando todos os estados do nordeste). Os maiores números de casos foram observados em Pernambuco (19,67/100mil), Alagoas (16,97/100mil) e Rio Grande do Norte (12,79/100mil). As raças parda (66%) e branca (29%) foram as mais prevalentes. A faixa etária mais acometida foi menor que um ano (66,54%). Conclusão: A análise das variáveis epidemiológicas relacionadas à coqueluche no nordeste revela uma situação preocupante, especialmente nos estados de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte. Isso porque o número de casos vem crescendo acentuadamente, acometendo, principalmente, crianças menores de um ano. Isso confirma a necessidade da intensificação na cobertura vacinal, primordialmente, no período pré‐natal. Portanto, esse estudo serve para alertar para a devida prevenção acerca dessa doença, ainda negligenciada, nessa região do país. Palavras‐chave: Coqueluche, epidemiologia, nordeste, Brasil. 1
E‐PÔSTER P ‐ 035 Infecções virais RAIVA HUMANA: UM RELATO DE CASO Autores: Lauanna Oliveira Silva* (Centro Universitário Christus), Renata Caetano Aguiar (Centro Universitário Christus), Letícia Soares Amorim (Centro Universitário Christus), Joana de Oliveira Pinheiro Parente (Centro Universitário Christus), Mariana Rebelo Matos (Centro Universitário Christus), Marina Alencar Sousa (Centro Universitário Christus), Fabrício de Maicy Bezerra (Centro Universitário Christus) e Jamile Lucena da Silva (Centro Universitário Christus). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: A Raiva é uma encefalomielite viral aguda, potencialmente fatal em aproximadamente 100% dos casos, sendo causada por um vírus RNA simples, neurotrópico, da ordem Mononegavirales, família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus, que acomete o homem e outros mamíferos, domésticos e silvestres. Na América Latina, o principal vetor do vírus da raiva é o morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus. A doença apresenta um período prodrômico, com duração de até 10 dias, caracterizado por cefaleia, febre, náusea, fadiga e anorexia. Na segunda fase, ou período neurológico agudo", o quadro persiste por 2 a 7 dias, caracterizado por agressividade, ansiedade, insônia, formigamento, priapismo, hipersalivação, aerofobia, fotofobia, hidrofobia, reação ao barulho, contração muscular, convulsões, tendência a morder e a mastigar. O terceiro estágio pode durar de horas a poucos dias, e é marcado por confusão mental, alucinações, paradas cardíacas e respiratórias e paralisia do pescoço ou da região do ponto de inoculação e coma, quando o paciente tende a falecer em poucos dias. RELATO DE CASO: ANS, sexo masculino, 37 anos, admitido no Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ) referindo ter sido mordido por morcego em MIE há cerca de três semanas, não procurando atendimento médico e, portanto, não fazendo profilaxia para raiva. Paciente evoluiu há cerca de três dias da admissão com perda da sensibilidade em MIE e, depois, em MID. Referindo também lombalgia de forte intensidade. Em seguida, evoluiu com paresia e, posteriormente, paralisia em MMII. Após admissão no HSJ, permaneceu, inicialmente, com bom nível de consciência, relatando a história com clareza. Nos dias subsequentes, porém, cursou com desorientação, necessidade de sedação e ventilação mecânica para proteção de vias aéreas. Na investigação, foi confirmado laboratorialmente o diagnóstico de infecção pelo Vírus da Raiva, sendo ao paciente aplicado o protocolo terapêutico nacional. DISCUSSÃO: O paciente apresentou a chamada “forma paralítica”, diferentemente da “forma furiosa” que cursa com hidrofobia e convulsão, lembrando a Síndrome de Guillain‐Barré, cujo diagnóstico diferencial deve ser feito através do estudo liquorico, que, nesta, apresenta proteinorraquia elevada, sem pleocitose. O período de sobrevida descrito na literatura varia de 4 a 20 dias, vindo, o paciente supra cima relatado, a superar as expectativas para a Raiva Humana. Ademais, à exceção do que é habitualmente encontrado na literatura, o paciente cursou com ausência da maioria dos sinais e sintomas mais comuns, perfazendo um quadro relativamente brando, considerando a doença em questão. CONCLUSÃO: apesar de ser catalogado na literatura diversidade de sinais e sintomas na infecção pelo vírus da raiva, é importante salientar que alguns casos podem apresentar um período prodrômico prolongado e quadro clínico brando, o que pode levar o paciente a retardar a procura por atendimento médico." Palavras‐chave: RAIVA HUMANA, MORCEGO, FORMA PARALÍTICA, SÍNDROME DE GUILLAIN‐BARRÉ. 1
E‐PÔSTER P ‐ 036 Antimicrobianos/resistência AVALIAÇÃO DO USO RACIONAL DE ANTIMICROBIANOS EM UM HOSPITAL PRIVADO DE FORTALEZA Autores: Alicy Antônia da Silva Araújo* (Unichirstus), Samya Pessoa de Amorim Marinho (Unichristus), Priscyla Ferreira Araripe (Unichristus), Liana Maria Saraiva Alves (Unichristus), Sophia Gaspar Carvalho da Silva Viera Trévia (Unichristus), Letícia Albuquerque Cunha (Unichristus), Raquel Sampaio Serrano (Unichristus) e Melissa Soares Medeiros (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: AVALIAÇÃO DO USO RACIONAL DE ANTIMICROBIANOS EM UM HOSPITAL PRIVADO DE FORTALEZA Introdução: O uso racional dos antimicrobianos pode ser definido como a pra&#769tica de prescric&#807a&#771o que resulta na o&#769tima indicac&#807a&#771o, dosagem, via de administrac&#807a&#771o e durac&#807a&#771o de um esquema terape&#770utico ou profila&#769tico, propiciando o alcance de sucesso cli&#769nico com mi&#769nima toxicidade para o paciente e reduzido impacto sobre a resiste&#770ncia microbiana. Diante da importância do uso de antimicrobianos, o objetivo do estudo foi avaliar a adesão ao protocolo de uso racional de antimicrobianos de um hospital privado de Fortaleza. Resultados/Discussão: Durante o período do estudo, 645 pacientes foram atendidos na emergência e tratados com antibióticos, dos quais 66,5% eram acima dos 60 anos de idade e 62% do sexo feminino, cabendo salientar que no mês de maio, 73% das admissões foram de idosos. No total, realizou‐se 875 prescrições que tiveram como indicações principais pneumonia hospitalar, pneumonia comunitária, sepse e infecção abdominal. É importante destacar que os antibióticos mais prescritos para gram‐positivos foram vancomicina e teicoplamina. Em relação a taxa de adesão geral ao protocolo, a média foi de 91,34%, tendo os meses de abril e de maio os maiores percentuais, 95,2% e 94,2%, respectivamente. Em contrapartida, os meses de março (85,5%) e julho (88%) tiveram os menores índices de adesão. A principal causa de falha no uso do protocolo foi a escolha inadequada do antibiótico para o sítio, que representou 25% em março e 27% em julho. Ademais, outros motivos de erros no período do estudo foram o escalonamento desnecessário (10,7%), associação redundante (10,7%) e troca de antibiótico pelo mesmo espectro (8,9%). Protocolos que estabelecem orientac&#807o&#771es de uso de antimicrobianos demonstraram ser bastante efetivos e, por isso, muitos pai&#769ses esta&#771o utilizando esta estrate&#769gia para promover o uso racional destes medicamentos. O uso inadequado de ATM encontra‐se diretamente relacionado ao desenvolvimento de resiste&#770ncia microbiana, aumento de morbimortalidade e custos para a instituic&#807a&#771o, evidenciando a importância da implementação de protocolos como forma de minimizar os prejuízos em seu uso. Conclusão: A adesão ao protocolo de uso racional de antimicrobianos tem como escopo promover qualidade assistencial no que concerne a antibioticoterapia e a antibioticoprofilaxia, melhorando a assistência à saúde e garantindo a segurança aos pacientes. Assim, a ana&#769lise dos dados de consumo de antimicrobianos de uma instituic&#807a&#771o hospitalar permite direcionar intervenc&#807o&#771es especificas e apontar o uso inadequado ou abusivo, visando o uso racional dessa classe de fa&#769rmacos, ale&#769m de contribuir para conter a disseminac&#807a&#771o da resiste&#770ncia bacteriana a estes medicamentos. Palavras‐chave: Antimicrobianos, antibióticos. 1
E‐PÔSTER P ‐ 037 Antimicrobianos/resistência PERFIL DE UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM HOSPITAL PRIVADO DE FORTALEZA, EM 2016 Autores: Francisco Evanilson Silva Braga* (Centro Universitário Christus), Leonardo Mendonça Albuquerque (Centro Universitário Christus), José Clecio Barbosa Junior (Centro Universitário Christus), Luan Abdoral França Souza (Centro Universitário Christus), Patricia Borges Barjud Coelho (Hospital São Camilo ‐ Cura d'Ars), Madison Gomes Montalverne (Hospital São Camilo ‐ Cura d'Ars) e Melissa Soares Medeiros (Hospital São Camilo ‐ Cura d'Ars). *Apresentador(a) Resumo: Perfil de Utilização de Antimicrobianos em Hospital Privado de Fortaleza, em 2016 Introdução:Os antimicrobianos são fármacos com a propriedade de suprimir o crescimento dos patógenos ou destruí‐los, apresentando, ao mesmo tempo, efeitos mínimos ao hospedeiro e cuja utilização na prática clínica revolucionou a medicina, e a morbimortalidade associadas ás infecções bacterianas foram drasticamente reduzidas.Infelizmente, o desenvolvimento de drogas antibacterianos eficazes foi acompanhado da emergência de patógenos resistentes aos mesmos.Além disso, o uso inadequado dessas drogas, como doses subterapêuticas e duração da terapia medicamentosa prolongada, bem como a indicação de seu uso sem diagnóstico definido, são equívocos comuns que resultam em seleção bacteriana e aumento da resistência bacteriana.Material e Métodos. Foi realizado um estudo de caráter transversal por meio de análise prospectiva de prontuários dos enfermos que foram internados no Hospital São Camilo‐Cura d'Ars, no período de Março a Julho de 2016, segundo os registros eletrônicos de consumo de fármacos do hospital.Resultados/Discussão:Durante o período do estudo, detectou‐se acessão na utilização de antibióticos contra gram‐positivos, sendo 26 prescrições em Março, 30 em Abril, 36 em Maio e 39 em Junho.Os Glicopeptídeos foram o grupo de fármacos mais utilizados (88%) do total (N=149): Vancomicina (70%) e Teicoplamina (42%) seguida por Tigeciclina (4%), Linezolida (4%) e Ceftarolina (3%).Em Maio foi detectado um VRE em swab retal e instituídas medidas mais rígidas de controle de glicopeptídeos, e em julho foram 18 prescrições destas drogas no total, redução de 46%. Neste mesmo período, um número maior de antimicrobianos foi usado contra Gram‐negativos (N=560), com um aumento considerável do primeiro ao segundo mês de estudo,Março (15%) e Abril (20%), mas que seguiu relativa constância nos meses seguintes, Maio (22%), Junho (21%) e Julho (22%).A Pipraciclina/Tazobactam foi o fármaco de escolha mais utilizado nas prescrições (34%) seguida por Carbapenens (38%),Meropenem (28%),Ertapenem (12%)Cefepime (11%)Levofloxacina (8%) e Polimixina B e E (7%).O estudo chama á atenção para o uso cada vez maior de antibióticos contra Gram‐positivos, principalmente os Glicopeptídeos. Dessa forma, é importante o uso racional de antimicrobianos para a prática de prescrição que resulte na ótima indicação, dosagem, via de administração e duração de um esquema terapêutico ou profilático eficaz, propiciando o alcance de sucesso clínico com mínima toxicidade para o paciente e reduzindo impacto sobre a resistência microbiana.Conclusões:O consumo indiscriminado de antibióticos contra Gram‐positivos cresceu no período avaliado, o que induziu o aparecimento de cepas resistentes a Vancomicina.Exigindo‐se, diante disso, a monitorização de ações sobre o uso racional de antimicrobianos.Ademais, o crescente consumo de fármacos para Gram‐negativos indica a alta prevalência patógenos gram‐negativos nas infecções. Palavras‐chave: Antimicrobianos, Utilização de medicamentos, Prescrição hospitalar. 1
E‐PÔSTER P ‐ 038 Antimicrobianos/resistência ANÁLISE DO PERFIL DE KLEBSIELLA PNEUMONIAE PRODUTORA DE CARBAPENEMASE EM HOSPITAL DE PRIVADO DE FORTALEZA Autores: Leonardo Mendonça de Albuquerque* (Centro Universitário Christus), Melissa Soares Medeiros (Hospitalar São Camilo ‐ Cura d'Ars), Madison Gomes Montalverne (Hospitalar São Camilo ‐ Cura d'Ars), Patrícia Borges Barjud Coelho (Hospitalar São Camilo ‐ Cura d'Ars), Francisco Evanilson Silva Braga (Centro Universitário Christus), Luan Abdoral França Souza (Centro Universitário Christus) e José Clécio Barbosa Júnior (Centro Universitário Christus). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: A resistência bacteriana tem sido o foco de muitas discussões na atualidade, principalmente associada ao uso indiscriminado de antibióticos. Essas bactérias habitam ambientes mais críticos, como UTI ou centros de transplantes. MÉTODOS Foram analisados resultados de culturas com antibiograma, sítios variados, onde identificou‐se a presença de Klebsiella pneumoniae, para identificação de perfil de sensibilidade aos antimicrobianos utilizados na prática médica, no período de janeiro a junho/2016. Estudo realizado no Hospital São Camilo‐Cura Dars de Fortaleza. RESULTADOS/DISCUSSÃO Foram analisados um total de 265 exames de identificação de K. pneumoniae com antibiograma, os quais foram agrupados conforme o sítio de coleta, sendo estes pulmonar por lavado ou aspirado traqueal (n=54), urinário (n=126), foco cirúrgico (n=29), swab retal (n=39) e hemoculturas (n=17). No sitio pulmonar foram encontradas 16% de K.pneumoniae (22% KPC), com perfil de sensibilidade de 55,5% às penicilinas (Ampicilina/Sulbactam, tazobactam), cefalosporinas de 3a e 4a gerações (ceftriaxona e cefepime), sendo 77,7% sensíveis a carbapenem, com maior resistência à gentamicina, apenas 44,4% eram sensíveis, a tigeciclina mostrou um perfil semelhante aos carbapenêmicos de 77,7% sensíveis. No sitio urinário, encontrou‐se 19% de K.pneumoniae (16% KPC), mostrando um perfil de 56% sensíveis a ampicilina/sulbactam e ceftriaxona, a cefepime a sensibilidade foi 60%, a maior resistência foi à ciprofloxacina de 44% sensíveis, enquanto o perfil de carbapênemicos mostrou‐se com uma sensibilidade de 88%, ainda houve 80% de sensibilidade a tigeciclina. Em sitio cirúrgico, a presença de K.pneumoniae foi de 20% e não foram identificadas KPC, o que reflete um perfil de 100% de sensibilidade aos carbapenens, al´´m de sensibilidade 100% à tigeciclina, em contrapartida, a maior resistência foi às penicilinas e cefalosporinas (3ª e 4ª gerações) de 33,3% de sensibilidade, enquanto a Piperacilina/tazobactam ainda se mostrou sensível em 50% e a ciprofloxacina mostrou um perfil de 66,6% de sensibilidade. No swab retal, foram encontradas 38% K.pneumoniae (100% KPC), onde 100% das cepas se mostraram sensíveis tanto a amicacina quanto a colistina. Destacou‐se, em geral, uma considerável quantidade de K.pneumoniae de 21%, dos quais 38% eram produtoras de carbapenemases. Essa analise crítica dos dados permite elucidar a crescente evolução e presença das cepas de K. pneumoniae, em especial KPC, que vêm conferindo grande impacto no ambiente de assistência a saúde, relacionando‐se a elevação das taxas de óbito e complicações, com até 75% de letalidade. Conclusão A análise da resistência microbiana observada neste estudo permitiu uma avaliação da melhor opção farmacológica frente uma infecção por K. pneumoniae de acordo com sítio de infecção, ressaltando a prevalência de cepas produtora de carbapenemase, uma situação que vem ocorrendo com freqüência nos vários centros de saúde do Brasil. Palavras‐chave: KPC, klebsiella resistente a carbapenêmicos. 1
E‐PÔSTER P ‐ 039 Antimicrobianos/resistência ANÁLISE DO PERFIL MICROBIOLÓGICO DA UTI NEONATAL DE UM HOSPITAL PRIVADO DE FORTALEZA Autores: Sâmya Pessoa de Amorim Marinho* (Unichristus), Priscyla Ferreira Araripe (Unichristus), Sophia Gaspar Carvalho da Silva Vieira Trévia (Unichristus), Liana Maria Saraiva Alves (Unichristus), Alicy Antônia da Silva Araújo (Unichristus) e Melissa Soares Medeiros (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução:As infecções neonatais se configuram em um grande desafio de difícil manuseio clínico.No ambiente hospitalar os pacientes estão sujeitos a uma ampla variedade de microrganismos patogênicos, principalmente na Unidade de Terapia Intensiva, onde o uso de antimicrobianos de largo espectro, associado a procedimentos invasivos de rotina, contribuem para crescentes taxas de infecção hospitalar.Assim, o estudo teve como objetivo identificar o perfil microbiológico, sensibilidade e resistência bacteriana das culturas realizadas em uma unidade de terapia intensiva neonatal.Resultados:Foram analisadas 33 amostras, hemoculturas e secreção ocular, que resultaram em crescimento bacteriano.Observou‐se uma positividade nas amostras de Sangue (69%) e Secreções oculares (10%).As bactérias Gram‐positivas foram as mais frequentes na unidade (70%), sendo os estafilococos coagulase negativos (ECN) os principais agentes de infecção, Staphylococcus epidermidis (47%),Staphylococcus haemolyticus (17%).Em seguida, o Staphylococcus aureus (13%).Em relação aos perfis de sensibilidade, conforme o esperado, os estafilococos coagulase negativos demonstraram resistência à oxacilina, conservando sua sensibilidade à vancomicina, tigeciclina e linezolida em 100%.No que diz respeito a S. aureus verificou‐se sua sensibilidade em 100% à oxacilina.Gram‐negativas foram isoladas em 30% das amostras da UTI‐Neo, dentre essas observou‐se Escherichia coli (30%),Klebsiella pneumoniae (30%) e Pseudomonas aeruginosa (3%).Na análise do perfil de sensibilidade,os Gram‐negativos fermentadores não apresentaram resistência aos carbapenêmicos, a E. coli mostrou‐se sensível (100%) à amicacina, ciprofloxacina e pouco sensível (66%) à cefepime, ceftriaxona e ceftazidima e resistente à ampicilina/sulfonamida.Na análise de sensibilidade antimicrobiana da Pseudomonas aeruginosa verificou‐
se resistência a ampicilina/sulfonamida,ceftriaxona e tigeciclina, sendo 100% aos demais antimicrobianos testados.A elevada frequência da cepa S. epidermidis é previsível tendo em vista que a espécie é prevalente na microbiota normal.A positividade de 51% em amostras de hemocultura e secreção ocular de ECN foi um agravante, pois esses microrganismos são importantes agentes etiológicos das bacteremias hospitalares,o que interfere no tratamento adequado do paciente.Conclusão:A grande prevalência de S. epidermidis nas infecções hospitalares de UTI neonatal mostra que o maior problema na neonatologia são os estafilococos, comumente presentes na microbiota normal e de fácil veiculação durante a assistência à saúde.Assim,o estudo do perfil microbiológico da unidade pode viabilizar a implementação de protocolos antimicrobianos adequados para prevenção e tratamento de infecções relacionadas à assistência à saúde, com o intuito de melhorar a qualidade da assistência prestada,além de de evitar a indução de resistência pelos patógenos. Palavras‐chave: UTI NEONATAL, PERFIL MICROBIOLÓGICO. 1
E‐PÔSTER P ‐ 040 Antimicrobianos/resistência NEUROTOXICIDADE POR POLIMIXINA B: RELATO DE CASO
Autores: Thalita Melo Freire* (Hospital Universitário Walter Cantídio), Rosana Deyse Ponte Portela
(Hospital Universitário Walter Cantídio), Iwyson Henrique Fernandes da Costa (Hospital Universitário
Walter Cantídio), Angela Nadyla Martins Holanda (Hospital Universitário Walter Cantídio) e Andreina
Fontenele Teixeira (Hospital Universitário Walter Cantídio).
*Apresentador(a) Resumo:
Paciente, 59 anos, 79,7 Kg, sexo masculino, transplantado renal há 11 anos, portador de diabetes mellitus
(DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), doença arterial coronariana (DAC) e dislipidemia (DLP). Histórico
de internação prévia recente com duração de 21 dias por gastroenterite e infecção do trato urinário (ITU).
Readmitido em 21 de abril de 2016 na enfermaria do transplante renal de um hospital terciário da rede
pública do município de Fortaleza, Ceará, queixando-se de diarreia crônica, febre alta e apresentando
nefropatia crônica do enxerto agudizada. Em 10/05/2016 iniciou tratamento com meropenem 500 mg
12/12h e teicoplanina 400mg 12/12h ambos com previsão de 14 dias. Mesmo em vigência do tratamento, o
paciente cursou com febre a esclarecer e sepse grave. Em 14/05/2016, conforme culturas positivas para
Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC) e Enterococcus resistente à vancomicina (VRE), foi iniciado
tratamento com linezolida 600 mg 12/12h e polimixina B 1.000.000 UI + 500 mL de soro glicosado 5% com
tempo de infusão de 3 horas de 12/12h. Em 16/05/2016 relatou reação alérg ica à polimixi n B, sendo
prescrito paraceta mol 500 mg VO e loratadina 10 mg VO para serem administrados 30 minutos antes da
infusão do antibiótico. Dois dias depois, a dose e a posologia da polimixina B foram alteradas para 500.000 UI
+ 300 mL de soro glicosado 5% 8/8h, porém o paciente apresentou diplopia, turvação visual, agitação
psicomotora e estrabismo de olho esquerdo. Estes sintomas foram relacionados à polimixina B que foi
suspensa devido à suspeita de neurotoxidade. Foram iniciados Tigeciclina 200mg (ataque) e 100mg EV
12/12h por 7 dias e Gentamicina 80mg EV 24/24h, tratamento feito durante 7 dias. Após suspensão da
polimixina B, o paciente apresentou-se estável, sem qualquer outro sinal de neurotoxicidade. Foram
checadas as interações medicamentosas entre os antibióticos e os demais medicamentos concomitantes,
não sendo detectadas interações que resultassem nos efeitos neurotóxicos observados. O paciente concluiu
a antibioticoterapia e recebeu alta em 30/05/2016. Após aplicação do algoritmo de Naranjo et al., a reação
foi classificada como provável. Segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto à
gravidade da reação, esta foi classificada como moderada. As reações neurotóxicas por polimixina B estão
descritas na literatura e os sintomas estão frequentemente associados com altos níveis plasmáticos da droga
encontrados em pacientes com função renal deficientes, visto que este antimicrobiano também apresenta
excreção renal. Diante disso, é necessário rigoroso monitoramento de pacientes com função renal
comprometida que necessitam do uso deste medicamento.
Palavras-chave:
Reação Adversa, Antimicrobianos, Polimixina B.
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E‐PÔSTER P ‐ 041 Infecções bacterianas/micobacterianas GANGRENA DE FOURNIER: UM RELATO DE CASO Autores: Gabriela Batista Holanda* (Unichristus), Lucas Eliel Beserra Moura (Unichristus), Adriana Bomfim Nogueira de Queiroz (Unichristus), Maria Clara Boris Costa (Unichristus), Roberta Araújo Aguiar (Unichristus) e Oto Maia Pereira (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Título: Gangrena de Fournier: um relato de caso. Introdução: A gangrena de Fournier é uma infecção polimicrobiana causada por bactérias que atuam de maneira sinérgica, levando a uma fasceíte necrotizante e acometendo principalmente as regiões genital, perianal e perineal. Caracteriza‐se por endarterite obliterante, seguida de isquemia e trombose dos vasos subcutâneos, que resultam em necrose da pele e do tecido subcutâneo e adjacente, tornando possível a entrada de microorganismos. Tende a afetar pacientes com comorbidades predisponentes, como: desnutrição, diabetes, alcoolismo, neoplasias, imunodeficiências, doenças colorretais e urogenitais. Apesar de tratamento cirúrgico imediato, a mortalidade permanece elevada, em torno de 30% a 50%, podendo aumentar para até 80% em diabéticos e idosos. Relato de caso: L.B.S. , 65 anos, sexo masculino, morador de rua, apresentando lesão ulcerativa com hiperemia e edema importante em escroto, estendendo‐se até as nádegas. O quadro iniciou‐se há mais de um mês após dormir em areia suja. No momento da internação, apresentava‐se lúcido, anictérico, hipohidratado 1+/4+ e hipocorado 1+/4+, emagrecido. Ao exame, notou‐se ferida em escroto ulcerada, 10 cm, com secreção purulenta associada a sinais flogísticos. No laboratorial, apresentou leucocitose e elevação da PCR. Teste HIV com resultado negativo. Foi realizado curativo no órgão escrotal, sendo iniciada antibioticoterapia com sulfadiazina de prata e hidratação venosa. No seguimento, foi trocada a antibioticoterapia por tazocim, com ajuste de dose para função renal (creatinina de 5,2 mg/dL e uréia de 149 mg/dL) e introdução de acesso venoso central, para dar início à hemodiálise. Foi inserida a sonda vesical de demora e realizada US de vias urinárias, que evidenciou lesão parenquimatosa renal aguda e cisto renal à esquerda. Paciente evoluiu desorientado, afebril, dispneico, com murmúrios vesiculares rudes e diminuídos difusamente além de abdome doloroso à palpação em hipocôndrio direito. Apenas no décimo terceiro dia de internação, houve melhora no leucograma, sendo conseguida a transferência para o Hospital Universitário onde realizou desbridamento da lesão. Paciente evoluiu com melhora significativa do quadro, recebendo alta hospitalar para seguimento ambulatorial após 2 semanas. Discussão: A síndrome de Fournier ocorre principalmente em indivíduos do sexo masculino, em média aos 50 anos. O diagnóstico e intervenção precoces, com antibioticoterapia de largo espectro e desbridamentos consecutivos são fundamentais para a obtenção de melhores resultados. Conclusão: A literatura demonstra a importância do desbridamento, pois os pacientes não submetidos a esse procedimento têm mortalidade igual a 100%, e da rápida intervenção, uma vez que a gangrena pode evoluir rapidamente. No entanto, devido à carência do serviço de saúde, cuja demora para a realização dos procedimentos é elevada, a conduta precoce pode não acontecer, podendo agravar o quadro e até levar à morte. Palavras‐chave: Gangrena, Infecção, Polimicrobiana, Necrose, Desbridamento. 1
E‐PÔSTER P ‐ 042 HIV/AIDS ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO EM UM CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO: RELATO DE EXPERIÊNCIA Autores: Ilka Alcantara de Araujo* (Centro de Saúde Carlos Ribeiro), Ivana Cristina Vieira de Lima (Universidade Federal do Ceara) e Sandra Maria Martins e Silva (Centro de Saúde Carlos Ribeiro). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: O surgimento da epidemia pela infecção HIV/AIDS na década de 80 desafiou a ciência e a tecnologia, pois até então não havia bases cientificas que descrevessem o processo saúde e doença. Desde o início da epidemia até junho de 2015, foram registrados nos sistemas eletrônicos do país 798.366 casos de aids. Esses dados mostram taxas de detecção tardia da doença, o que desafia os profissionais que lidam com o enfrentamento da epidemia (BRASIL, 2015). Nesse contexto, o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das DST, Aids e Hepatites Virais desde 1988 vem estimulando a estruturação dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) para a realização dos testes rápidos (TR). A partir de 2003, o processo de descentralização das testagens e aconselhamento alcançou a atenção básica o que vem possibilitando uma maior cobertura e acessibilidade. Neste contexto, a atuação do enfermeiro permeia os diversos aspectos da assistência à população de maior vulnerabilidade, desde a prevenção até o diagnóstico, capacitando assim esses indivíduos quanto ao autocuidado e proporcionando um manejo adequado das infeções sexualmente transmissíveis (ISTs). Metodologia: Trata‐se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, sobre a atuação do enfermeiro em um Centro de Testagem e Aconselhamento, situado no município de Fortaleza, pertencente a Regional I, no período de janeiro de 2015 a novembro de 2016. Foi possível vivenciar as diversas técnicas e procedimentos que exigem do profissional conhecimentos, além de habilidades interpessoais e ética. A rotina assistencial consiste na realização do pré‐teste que pode se dar de maneira individual ou coletiva, a coleta de sangue ou fluido oral para a realização do teste rápido (TR) e as orientações no pós‐teste para a prevenção e ou tratamento para o HIV e outras ISTs. Resultados: Percebe‐se que a atuação do enfermeiro perpassa as diversas peculiaridades relacionadas à assistência de enfermagem, atuando tanto na prevenção das ISTs, como também na assistência as pessoas vivendo com Hiv\Aids (PVHA), influenciando diretamente no enfrentamento epidemia com a redução de diagnósticos tardios, melhora na adesão ao tratamento, como também na identificação de coinfecções, agravos e consequentes hospitalizações. Conclusão: Nesse contexto, o trabalho dos profissionais de saúde e em especial do enfermeiro se torna fundamental, onde a percepção e o cuidado proporcionando a criação de vínculos e coresponsabilização entre o ser cuidado e o profissional são premissas para uma boa adesão. Palavras‐chave: Hiv, Enfermagem, Prevenção. 1
E‐PÔSTER P ‐ 043 HIV/AIDS CARACTERÍSTICAS SOCIODEMORÁFICAS E DE COMPORTAMENTO DAS PESSOAS QUE REALIZARAM TESTE RÁPIDO PARA HIV EM CAMPANHAS EM FORTALEZA‐CE Autores: Regilane Araujo da Silveira* (Unifor‐universidade de Fortaleza), Kairle Santana Romualdo (Unifor‐
universidade de Fortaleza), Léa Maria Moura Barroso Diógenes (Unifor‐universidade de Fortaleza), Anuzia Lopes Saunders (Nucleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEP) da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA).), Danielle Martins Rabelo (ucleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEP) da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA).), Telma Alves Martins (Nucleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEP) da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA)) e Ana Neta Alves (Nucleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEP) da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA)). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: Foram notificados desde o inicio da epidemia de aids até 2015 no Brasil, 798.336 casos. O diagnóstico precoce tem sido uma das principais metas para reduzir a transmissão e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV. No Brasil, existem os testes rápidos que detectam os anticorpos contra o HIV em um tempo inferior a 30minutos. Os Testes rápidos foram desenvolvidos no final da década de 1980 e ganharam maior popularidade a partir do começo dos anos 1990. O Fique Sabendo é uma mobilização extra muro que vem se consolidando desde 2003, visando incentivar as pessoas a realizar o teste rápido gratuitamente, ampliando o acesso e a oferta do teste anti‐HIV, conscientizando a população da importância do diagnóstico precoce. Ressalta‐se a importância das mobilizações do Fique Sabendo nas ruas e em eventos facilitando o acesso da população ao teste rápido de HIV, conhecimento do diagnóstico precoce, discussão de modalidades de transmissão, prevenção ao HIV e situação de vulnerabilidades vivenciadas pela população atendida. Objetivo: Identificar as características sociodemográficas e de comportamento das pessoas que procuram realizar o teste rápido de HIV nas campanhas Fique Sabendo, no Estado do Ceará. O Estudo é do tipo documental, com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada no período de novembro de 2016 na Secretaria de Saúde do Estado (SESA) localizado em Fortaleza‐Ceará, foi realizada pesquisa documental com 158 Fichas de Atendimento de Teste rápido utilizadas nas campanhas realizadas pela SESA no ano de 2016. Resultados: A demanda maior foi entre os usuários do sexo masculino (61,3%), casados ou em união estável (51,9%), na faixa etária de 30 a 49 anos (41,6%), a maioria não concluiu o ensino médio (49,4%), 62,7% realizaram o teste rápido pela primeira vez, o meio de comunicação mais citado pelo qual os usuários ficaram sabendo da campanha foi através de jornais rádio e TV (77,2%), 51,3% tiveram mais de um parceiro sexual no último ano, 5,7% relatam que tiveram alguma infecção sexualmente transmissível nos últimos 12 meses, 41% nunca usou preservativo nas relações com parceiro fixo, em relação aos resultados dos testes rápidos 2,5% foram reagentes. Conclusão: Conclui‐se que o percentual de resultados reagentes para HIV é considerado alto comparado com o da população geral. Essa pesquisa contribuirá não somente para enfermeiros, como para os demais profissionais de saúde, pois investigou o perfil dos usuários que buscam realizar o teste rápido de HIV, contribuindo como subsídio para elaborar novas mobilizações e traçar planejamentos para melhorar o acesso ao diagnóstico do HIV, situação em que a literatura aponta carência, assegurando, assim, a beneficência da pesquisa. Há necessidade de novos estudos sobre as Mobilizações do Fique Sabendo, com amostra maior, para melhores inferências. Palavras‐chave: Infecções por HIV, perfil de saúde, epidemiologia. 1
E‐PÔSTER P ‐ 044 Infecções bacterianas/micobacterianas PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA NA MACRORREGIÃO DE SOBRAL/CEARÁ – 2007 A 2016 Autores: Natanael Aguiar de Sousa* (Universidade Federal do Ceará), Carlos Henrique Soares de Mesquita (Universidade Federal do Ceará), Mateus Lopes Moreira (Universidade Federal do Ceará), Yago Braga Leite (Universidade Federal do Ceará), Paulo Átila da Silva Viana (Universidade Federal do Ceará), Lucas Alves Dias (Universidade Federal do Ceará), Emanuela Passos da Gama (Universidade Federal do Ceará) e Camila Teles Novais (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Título: Perfil Epidemiológico da Sífilis Congênita na Macrorregião de Sobral/Ceará – 2007 a 2016. Introdução: A sífilis congênita (SC) é consequente à infecção do feto pelo Treponema pallidum, por via transplacentária a partir da gestante infectada e não tratada, a transmissão ocorre em qualquer período da gestação. Mesmo com o advento do tratamento da infecção, a sífilis ainda é um grave problema de saúde pública, isto reflete em elevadas taxas de transmissão vertical e em desfechos desfavoráveis da gestação. Estima‐se que a sífilis acometerá cerca de 2 milhões de gestantes a cada ano, resultando em cerca de 1.500.00 casos de SC a cada ano. No território cearense, entre os anos 2007 a 2016 o número de SC mostra um crescimento heterogêneo na taxa de incidência da doença. Com base no panorama apresentado, este trabalho objetiva verificar o perfil epidemiológico dos casos de SC notificados entre 2007 a 2016, na macrorregião de Sobral. Metodologia: Estudo retrospectivo, descritivo e quantitativo, com base em dados – até 27 de junho de 2016 ‐ do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA‐CE), disponibilizados no Sistema Nacional de Notificações e Agravos (SINAN). As variáveis avaliadas foram: SC Recente, Natimorto/Aborto por Sífilis, Sífilis materna (Durante o pré‐natal, No momento do parto/curetagem, Após o parto), Evolução (Vivo, Óbito pelo agravo notificado). Resultados/discussão: No período de 2007‐2016 verificou‐se a ocorrência de 524 casos notificados na Macrorregião de Saúde de Sobral. Destes, 17 foram notificados em 2007, 32 em 2008, 30 em 2009, 31 em 2010, 76 em 2011, 104 em 2012, 48 em 2013, 94 em 2014, 68 em 2015 e até 27 de junho de 2016 foram notificados 24 casos. Comparando os dois últimos anos percebe‐se que a incidência de casos caiu de 10,15 por mil nascidos vivos em 2014 para 7,34 em 2015 e 2,59 em 2016. Entretanto, ao observamos a série histórica 2007‐2016 nota‐se que houve aumento dos casos de SC notificados. Dos 524 casos, 19,84% (104) foram notificados como SC recente, enquanto apenas 0,19% dos casos foram notificados como natimorto/aborto por sífilis. Quanto ao diagnóstico 28,24% (148) dos casos foram diagnosticados durante o pré‐natal, 16,22% (85) no momento do parto/curetagem e 19,27% (101) após o parto. Quanto à evolução 52,92% (314) dos RN diagnósticos com SC permaneceram vivos e 2,09% (11) foram a óbito pelo agravo notificado. Conclusão: Pela análise dos resultados, verificou‐se um aumento do número de casos de SC, entretanto esse aumento pode estar relacionado a melhor vigilância epidemiológica e consequente melhora nos processos de notificação. Nota‐se também que maior parte dos casos de SC foi diagnosticada no momento do parto/curetagem e após o parto, assim, faz‐se necessário implementar uma rede de cuidados para as mulheres que inclua uma melhor cobertura e assistência pré‐natal de qualidade, bem como campanhas que informem sobre a importância da realização do pré‐natal. Palavras‐chave: Sífilis, Congênita, Sobral, Macrorregião. 1
E‐PÔSTER P ‐ 045 Infecções virais MANIFESTAÇÕES ORAIS DE PAPILOMAVÍRUS HUMANO EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO CEARÁ Autores: Lúcio Hélio Pereira de Almeida* (Hospital São José de Doenças Infecciosas), Terezinha do Menino Jesus Silva Leitão (Hospital São José de Doenças Infecciosas), Aline Tavares Lima Holanda (UNIFOR), Mônica Meneses Lima (UNIFOR), Larissa Lorem Menezes dos Santos (Hospital São José de Doenças Infecciosas) e Raimunda Nonata Duarte (Hospital São José de Doenças Infecciosas). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: As lesões orais ocasionadas pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) podem ser benignas, potencialmente pré‐malignas ou malignas (leucoplasias pré‐malignas idiopáticas e carcinoma), sendo os locais mais afetados a língua, seguido por gengiva e assoalho da cavidade oral. O Hospital São José (HSJ), é referência no Estado do Ceará em tratamento de doenças infecciosas e o Serviço de Odontologia atende pacientes que apresentam doenças orais, encaminhados pelos médicos, para tratamento odontológico. A Odontologia Hospitalar promove um atendimento eficaz no tratamento de pacientes com doenças infecciosas, tendo grande importância na melhoria da condição sistêmica do paciente, na redução de infecções oportunistas e na diminuição dos índices de morbidade e mortalidade. Resultados/Discussão: Foram atendidos 06(seis) pacientes com lesões na região bucal, e diagnóstico de HPV, sendo todos do sexo masculino predominou a idade adulta (n=04), seguido por 01 idoso e 01 adolescente. A sorologia Anti‐HIV apresentou‐se positiva para 05 pacientes e negativa em apenas 01 caso. Quanto à prática sexual, 04 indivíduos diziam‐se homossexuais, 01heterossexual e 01não identificado, por se tratar de um individuo com déficit mental. O número de lesões predominantes encontradas na cavidade oral foram de múltiplas lesões (n=5), sendo encontradas em somente 01 caso, a presença de apenas duas lesões, e a localização: lábios (n=04), mucosa jugal (n=02), língua (n=01) e palato (n=01). Quanto ao aspecto das lesões, a coloração que predominou foi cor do tecido local (n=03), coloração branca (n=02) e acastanhada (n=01). A superfície das lesões mais predominante foi a rugosa (n=04), seguida pela superfície lisa (n=02) e uma lesão com superfície difusa. Todas as lesões foram biopsiadas, sendo realizado o diagnostico clínico, e confirmados com o diagnostico histopatológico. Quanto ao tratamento das lesões, realizamos exérese cirúrgica em todos os casos e em dois pacientes, estes ainda foram encaminhados ao médico para tratamento químico com ácido tricloroacético a 90%. Conclusão: Existe uma grande presença de lesões na cavidade oral, ocasionadas pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), principalmente relacionadas à pacientes soropositivos. Estas lesões orais podem ser lesões malignas (carcinomas) ou pré‐malignas, portanto é imprescindível o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, de modo a diminuir os casos graves. O tratamento do paciente com doenças infecciosas envolve uma equipe comprometida, envolvida com a atenção integral e com a interdisciplinaridade. O cirurgião–dentista é um profissional reconhecido como de especial relevância nesta equipe, visto que conquistou seu espaço no contexto hospitalar, tendo participação efetiva na atenção a saúde, tanto ambulatorial quanto nas unidades de internação. Mais estudos devem ser realizados sobre o tema, de modo a disseminar no meio acadêmico e profissional, a importância da inserção do cirurgião‐dentista no cenário hospitalar. Palavras‐chave: Odontologia hospitalar, Papiloma Vírus Humano, Infectologia, saúde bucal, integralidade. 1
E‐PÔSTER P ‐ 046 Infecções bacterianas/micobacterianas REDUÇÃO DE ACIDENTES BIOLÓGICOS ENVOLVENDO MUCOSA OCULAR EM UM ESTABELECIMENTO DE SAÚDE Autores: FERNANDA RIBEIRO BATISTA (Hospital Geral Dr Waldemar de Alcantara), Lady Rosany Silva Almeida Venancio (Hospital Geral Dr Waldemar de Alcantara), JAMILO NOGUEIRA DE PAULA (Hospital Geral Dr Waldemar de Alcantara), ANA LUÍZA ALMEIDA DE LIMA (Hospital Geral Dr Waldemar de Alcantara), JULIANA VIEIRA ROCHA* (Hospital Geral Dr Waldemar de Alcantara) e FRANCISCO JULIMAR CORREIA DE MENEZES (Hospital Geral Dr Waldemar de Alcantara). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: Dentre os riscos a que o trabalhador dos serviços de saúde está exposto, um que é bastante peculiar é o acidente de trabalho envolvendo exposição de mucosa a material biológico. Os principais materiais biológicos de riscos são: sangue, outros materiais contendo sangue, sêmen e secreções vaginais Ações educativas permanentes e treinamentos que visem orientar os profissionais de saúde sobre as precauções e conscientizar da necessidade de empregá‐las adequadamente são medidas fundamentais para a redução do risco de infecção pelo HIV ou hepatite em ambiente ocupacional. Evitar acidentes com material biológico é a melhor medida a ser adotada, pois as medidas profiláticas pós‐exposição não são totalmente eficazes e as intervenções para profilaxia de infecções necessitam ser indicada logo após a ocorrência do acidente, para a sua maior eficácia. Avaliando retrospectivamente, durante todo o ano de 2015 ocorreram 6 acidentes biológicos envolvendo mucosa ocular em um hospital secundário acreditado nível 2 do Município de Fortaleza ‐ CE. No ano de 2016, até o mês de Julho, já haviam ocorrido 12 acidentes, o que levou o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) a iniciar as ações de treinamento e distribuição de óculos de proteção nos setores de maior incidência de acidentes. Objetivo: Demonstrar a importância da utilização do óculos de proteção para a redução de acidentes biológicos envolvendo mucosa ocular. Metodologia: Utilização de treinamentos de segurança e distribuição de óculos de proteção incolor, Equipamento e Proteção Individual (EPI) responsável pela proteção ocular nos colaboradores. O treinamento ocorreu no período de Maio a Setembro de 2016 com os colaboradores dos setores assistenciais com maior incidência de acidentes biológicos envolvendo mucosa ocular no primeiro semestre em um hospital secundário acreditado nível 2 do Município de Fortaleza ‐ CE. Nos treinamentos, o SESMT reforçou a importância da utilização e manuseio correto do óculos de proteção durante a realização dos procedimentos, como estratégia para redução de acidentes. Resultados: Os treinamentos foram realizados com 245 colaboradores sendo entregues 243 óculos de proteção com a seguinte distribuição: Centro de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal (45), Centro Cirúrgico (27), Unidade de Cuidados Especiais Adulto (63), Clínica Pediátrica (47), Unidade de Terapia Intensiva Adulto (61). Após o término dos treinamentos de segurança observou‐se que não ocorreram mais acidentes. Conclusão: A redução significativa do número de acidentes com material biológico em mucosa ocular demonstra a importância da utilização do óculos de proteção e dos treinamentos de segurança. Palavras‐chave: Acidente biológico, saúde ocupacional, segurança, saúde do trabalhador, exposição a agentes biológicos. 1
E‐PÔSTER P ‐ 047 Infecções bacterianas/micobacterianas ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HANSENÍASE DA MACRORREGIÃO DE SOBRAL‐CE Autores: Dayane Isaias Tavares* (Universidade Federal do Ceará), Patricia Batista Rosa (Universidade Federal do Ceará), José Augusto Costa Oliveira (Universidade Federal do Ceará), Camila Teles Novais (Universidade Federal do Ceará), Ticiana Mont Alverne Parente Feijão (Universidade Federal do Ceará), Rommel Wallace Costa Reis (Universidade Federal do Ceará), Gelton Fonteles (Universidade Federal do Ceará) e Christian Henrique Leite Rentróia (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A Hanseníase, antigamente conhecida como lepra, é uma doença transmitida pela bactéria Mycobacterium leprae, através de contato íntimo e prolongado com o doente não tratado, por meio de partículas aerossolizadas que saem do nariz, e através da saliva. Acomete principalmente a pele, mas também pode apresentar‐se nos olhos e nos nervos, assim como em outras regiões. É uma doença curável se tratada corretamente e de distribuição gratuita dos fármacos em todo o mundo. Objetiva‐se neste trabalho descrever o perfil clínico e epidemiológico dos casos de Hanseníase na Macrorregião de Sobral‐CE de 2001 a 2015. Metodologia: Estudo retrospectivo, descritivo, de natureza quantitativa, com base nos dados dispostos no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica da Macrorregião de Sobral, de 2001 a 2015, disponibilizados no Sistema Nacional de Notificações e Agravos (SINAN). As variáveis avaliadas foram: sexo, faixa etária, classificação operacional ao diagnóstico, avaliação diagnóstica, lesões cutâneas e número de nervos afetados. Os dados foram organizados e analisados com recurso à estatística descritiva. Resultados: Dos 5.893 pacientes, 56,1% eram do sexo masculino, sendo a faixa etária mais acometida a de 35 aos 49 anos com 1.641 (31,9%) casos, seguida pela classe dos 50 aos 64 anos com 1.486 (25,2%) casos. Dos pacientes avaliados quanto a classificação operacional, 1.882 foram classificados como paucibacilares, enquanto a categoria multibacilar representou 4.001 (68%) casos. Dos avaliados quanto à gravidade, 3.543 (60,1%) foram classificados como Grau zero, 1.266 (21,5%) como Grau um, 438 (7,4%) como Grau dois e 648 (11%) não foram avaliados. A maioria apresentava de duas a cinco lesões, 1.907 (37,7%), enquanto 14,8% apresentavam mais que cinco. Foram detectados 1.580 nervos afetados, sendo 68,8% em homens, e na faixa etária entre 50 e 64 anos (31,7%). Foi avaliado que há mais nervos afetados quando o número de lesões é entre duas e cinco, representando 37,27% dos casos. Conclusão: De acordo com os resultados, faz‐
se necessário campanhas direcionadas ao autoexame para que haja uma detecção mais precoce da doença, principalmente nos indivíduos a partir dos 35 anos, em que o número de nervos acometidos e lesões cutâneas é maior que em outras faixas etárias, o que torna a doença mais difícil de tratar e com maiores riscos de sequelas. Palavras‐chave: Hanseníase, Epidemiologia, Macrorregião, Sobral. 1
E‐PÔSTER P ‐ 048 Infecções bacterianas/micobacterianas ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES EM ABANDONO DE TRATAMENTO CONTRA HANSENÍASE POR SEXO E IDADE ENTRE 2010 E 2015 NO CEARÁ Autores: Lucas Alves Dias (Universidade Federal do Ceará), Ticiana Mont Alverne Parente Feijão (Universidade Federal do Ceará), Mateus Lopes Moreira (Universidade Federal do Ceará), Carlos Henrique Soares de Mesquita* (Universidade Federal do Ceará), Emanula Passos da Gama (Universidade Federal do Ceará), Yago Braga Leite (Universidade Federal do Ceará), Maria Ana Rodrigues Barbosa (Universidade Federal do Ceará) e Paulo Átila da Silva Viana (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: O abandono do tratamento contra a hanseníase é definido, segundo o Ministério da Saúde, como “paciente que não completou o número de doses no prazo previsto e que não compareceu ao serviço de saúde nos últimos 12 meses”. Tal atitude gera preocupações, visto que implica na manutenção da cadeia de transmissão, surgimento de incapacidades físicas e resistência à poliquimioterapia (PQT). Neste âmbito, objetiva‐se correlacionar a faixa etária e o sexo com o abandono de tratamento da hanseníase em pacientes atendidos na rede pública do estado do Ceará. Metodologia: Estudo retrospectivo e quantitativo com dados do período de 2010 a 2015, coletados pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e disponibilizado pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN NET). Abordou‐se critérios de sexo e idade para os pacientes em abandono terapêutico. Resultados/Discussão: Em 2010 relatou‐se 62 casos de abandono, sendo 37 mulheres. Quanto à faixa etária, obteve‐se: 10‐19 anos (5 casos), 20‐34 (14 casos), 35‐49 (18 casos) e 50‐64 (15 casos) e 65 anos ou mais (10 casos). Em 2011, 9 casos de abandono, 5 mulheres, e faixas etárias semelhantes com variação máxima de 3 anos. Em 2012, 21 casos relatados, com primazia de 13 homens as faixas etárias foram: 20‐34 anos (3 casos), 35‐49 (5 casos), 50‐64 (5 casos) e 65 anos ou mais (6 casos). Em 2013, houve 13 casos totais, com 9 homens e distribuição etária: de 20‐34 anos (2 casos), 35‐49 anos (5 casos), 50‐64 anos (4 casos) e 65 anos ou mais (2 casos). Em 2014, 34 casos notificados, com 24 homens faixas de maior abandono: 20‐34 anos (6 casos), 35‐49 anos (8 casos), 50‐64 anos (8 casos) e 65 anos ou mais (9 casos). Em 2015, observou‐se o maior número de abandonos com 148 casos, dos quais 85 eram homens sendo a distribuição: 10‐19 anos (11 casos), 20‐34 anos (29 casos), 35‐49 (39 casos), 50‐64 (44 casos) e na faixa de 65 anos ou mais (24 casos). Conclusão: A partir de 2012 verificou‐se prevalência dos homens como grupo de maior risco. Em relação à faixa etária, houve maior abandono no segmento de 20‐64 anos. Ainda, apesar de notável redução nas taxas totais entre 2010 e 2011, evidencia‐se uma tendência de crescimento entre 2012 e 2015, com pico acentuado neste último, exceto na faixa etária de 1‐9 anos. Palavras‐chave: Hanseníase, tratamento, abandono, epidimiologia. 1
E‐PÔSTER P ‐ 049 Infecções bacterianas/micobacterianas ANÁLISE TEMPORAL DOS ÚLTIMOS 10 ANOS DA COINFECÇÃO TB‐HIV NO ESTADO DO CEARÁ Autores: Gustavo Mesquita de Oliveira* (Universidade Federal do Ceará), Fernando Antônio Guimarães Junior (Universidade Federal do Ceará), Márcio Normando Borges Coelho Filho (Universidade Federal do Ceará), Tino Miro Aurélio Marques (Universidade Federal do Ceará), Victória Cândido Ribeiro (Universidade Federal do Ceará) e Roberto da Justa Pires Neto (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A tuberculose, como uma infecção bacteriana e tipicamente associada à pobreza e a aglomerados urbanos, não poderia deixar de estar presente no Ceará, em especial nos grandes centros. Causada por bacilos do complexo Mycobacterium tuberculosis, possui elevados números de óbito, principalmente ao considerar os casos de coinfecção TB‐HIV. Nesse caso, é importante salientar também a relação entre a coinfecção e casos de tuberculose multirresistente (MDR‐TB), de tratamento mais complexo. Portanto, realizar testes para HIV em pacientes diagnosticados com tuberculose são cruciais na tentativa de alterar o panorama atual. Neste trabalho, foram utilizados dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre os Casos de Tuberculose notificados pelo SINAN entre 2006 e 2015. Resultados/Discussão: Em 2013, uma portaria da Secretaria de Vigilância em Saúde preconizou uso de testes rápidos para HIV, dentre outras situações, em pacientes diagnosticados com tuberculose. Essa medida demonstra a importância da coinfecção no âmbito da saúde coletiva, tendo em vista que uma Pessoa Vivendo com HIV/AIDS (PVHA) encontra‐se mais suscetível a ser infectada pelo Bacilo de Koch. Ademais, a incidência de casos de MDR‐TB costuma ser maior na presença da coinfecção. Os números de pacientes com TB que foram testados para HIV no Ceará (incluindo testes positivos, negativos e em andamento) foram: 1612 (2006) 2008 (2007) 2258 (2008) 2646 (2009) 2540 (2010) 2573 (2011) 2586 (2012) 2777 (2013) 2483 (2014) 2728 (2015). Já os números de pacientes notificados com TB (exceto aqueles cuja notificação não declarou se houve teste) foram: 4275 (2006) 4109 (2007) 4573 (2008) 4736 (2009) 4325 (2010) 4394 (2011) 4107 (2012) 4046 (2013) 3860 (2014) 3943 (2015). Sendo assim, as proporções de testes realizados foram: 37,71% (2006) 48,87% (2007) 49,38% (2008) 55,87% (2009) 58,73% (2010) 58,56% (2011) 62,97% (2012) 68,64% (2013) 64,33% (2014) 69,19% (2015). Nos últimos dez anos, a proporção de testes realizados sofreu um considerável aumento, em detrimento da não realização. Indivíduos com essa coinfecção exigem, portanto, um acompanhamento mais rigoroso, necessitando tanto do Terapia Antirretroviral para HIV quanto do Tratamento Diretamente Observado para TB. Conclusão: A tuberculose sendo um fator de risco para a PVHA e o HIV para o indivíduo com TB exigem uma certa mudança no contexto atual da saúde coletiva. A fim de reduzir os números de morbidade e de letalidade, o aumento na proporção dos testes para HIV em pacientes com tuberculose é crucial, uma vez que 69,19% (2015) é um excelente indicador, mas que ainda demonstra que considerável parcela desses indivíduos corre um risco ainda maior sem ter o menor conhecimento disso. Palavras‐chave: Coinfecção, Tuberculose, HIV/Aids. 1
E‐PÔSTER P ‐ 050 Miscelânea IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE ACERCA DO COMBATE A DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA Autores: Helena Maria Barbosa Carvalho (Unichristus) e Pedro Victor Aguiar Almeida de Souza;Giovana Rodrigues Barreira; Ingrid Lopes Holanda; Rafhaela Monteiro de Lima;* (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A infância constitui período de grande importância no desenvolvimento do ser humano, pois é durante essa fase que é formada grande parte dos hábitos que ele terá quando adulto. Desse modo, a educação de crianças em saúde constitui medida importante no desenvolvimento da promoção da saúde, uma vez que tem a finalidade de capacitá‐las para atuarem como agentes transformadores, combatendo situações que ameacem sua saúde e de toda a sociedade, as quais incluem doenças como dengue, chikungunya e zika. A luta contra doenças causadas por mosquitos é um desafio de grande importância para a saúde pública e necessita da colaboração de todos os cidadãos, visto que o controle da população de vetores é uma ferramenta crucial na luta contra essas infecções (BENELLI,2016). Justificativa: Dessa forma, destaca‐se a importância de abordar medidas profiláticas contra essas arboviroses, visto o crescente número de casos no país, as graves complicações e os desfechos que essas patologias podem provocar, tornando, assim, imprescindível a instrução de crianças e suas famílias acerca das ações necessárias ao combate de seu vetor. Desenvolvimento: Acadêmicos de medicina desenvolveram um projeto de pesquisa‐ação em uma creche na periferia de Fortaleza ‐ CE. O projeto contemplou atividades de promoção à saúde, e as intervenções foram realizadas após uma pesquisa quantitativa que investigou os problemas prevalentes na comunidade. Desse modo, as arboviroses foram escolhidas como tema a ser trabalhado devido à constatação, por meio de questionários, do pouco conhecimento que as famílias possuíam sobre o assunto e da ocorrência de alguns casos das doenças em suas casas. Foi desenvolvida, então, atividade com as crianças sobre dengue, chikungunya e zika, sendo dividida em duas etapas. Primeiro, foi mostrado vídeo infantil sobre o tema, o qual abordava, principalmente, medidas preventivas. Em seguida, foi realizada uma gincana na qual os alunos, estando divididos em pequenos grupos, deveriam procurar possíveis focos de proliferação do Aedes aegypti na creche, os quais foram previamente montados pelos acadêmicos de medicina e incluíam pratos de jarros com plantas, garrafas e suas tampas e recipientes de vários tamanhos preenchidos com água. Além disso, após identificação dos focos, era solicitado às crianças que descrevessem o que havia de errado na situação e que consertassem os erros presentes, o que propiciou um maior envolvimento dos alunos da creche na gincana. Conclusão: Desse modo, a atividade foi de grande importância ao combate das arboviroses, uma vez que capacitou e incentivou as crianças a procurarem possíveis focos de proliferação do mosquito em suas casas e até em casas vizinhas e a encorajarem suas famílias a fazerem o mesmo. Essas atitudes foram estimuladas pelo fato de que os alunospuderam perceber como essas medidas de prevenção podem ser simples e até divertidas. Palavras‐chave: ZYKA, CHICUNGUNYA, DENGUE, EDUCAÇÃO, COMBATE. 1
E‐PÔSTER P ‐ 051 Miscelânea A UTILIZAÇÃO DE UMA TECNOLOGIA EDUCATIVA COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA CRIANÇAS E JOVENS NA PREVENÇÃO DA DENGUE: RELATO DE EXPERIÊNCIA Autores: Rebeca Farias Jordão* (Unichristus) e Maria Iara de Sousa Rodrigues (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO:Atualmente, a dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas adquiram a infecção anualmente, em mais de 100 países. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue. A participação da comunidade na prevenção é essencial, portanto, é através das ações de educação em saúde como ferramenta, que a mesma passa a cooperar para a eliminação do vetor, tendo acesso significativo, ao processo saúde‐doença e conhecimento deste para a mudança de hábitos prejudiciais à saúde. Com isso, houve o interesse pela aplicação de uma tecnologia educativa, utilizando‐se de um jogo que abordasse temas relacionados à dengue, tais como: meios de prevenção e proliferação da doença.OBJETIVO:Objetivou‐se fazer um relato da experiência da aplicação de um jogo educativo para abordagem sobre a dengue.METODOLOGIA:A atividade ocorreu no mês de setembro de 2016, no Centro Urbano de Arte, Cultura, Ciência e Esporte, referência no bairro Mondubim do município de Fortaleza‐CE, durante o projeto de Responsabilidade Social do Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS). RESULTADOS/DISCUSSÕES:O mesmo é uma estratégia computacional, composto de 4 fases, onde são destacados os cuidados necessários relativos à dengue que a população deve observar. Os participantes dessa atividade foram crianças e adolescentes que frequentaram o complexo cultural as quais deveriam acabar com os focos da doença e eliminar os mosquitos. A brincadeira também alerta sobre o ciclo da dengue e revela dicas de prevenção, enquanto o usuário se diverte. A Unichristus realiza mostra de suas práticas extensionistas e de responsabilidade social com a participação dos cursos: Gastronomia, Enfermagem, Psicologia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia e Biomedicina, além de contar com a presença de professores, acadêmicos e membros da comunidade. Observou‐se que a aplicação da tecnologia educativa para as crianças e adolescentes foi uma ação inovadora, pois o jogo utiliza de estratégias pautadas no estimulo a construção intelectual individual e promoção da saúde e prevenção de doenças. Os computadores da instituição eram programados pelo LINUX, com isso dificultou a instalação dos jogos nas máquinas. CONCLUSÃO:Concluiu‐se que essa experiência proporcionou um olhar crítico acerca do uso dos jogos, pois o ideal seria que as crianças utilizassem‐nos em ambientes escolares, com orientação dos profissionais de educação e até mesmo da área da saúde. Assim, os jogos eletrônicos estão cada vez mais inseridos no cotidiano de crianças e jovens e, por isso, têm sido considerados aliados das práticas de ensino. O entretenimento digital ajuda a desenvolver maiores habilidades, facilitando a aprendizagem.BARBOSA, S. M. et al. Jogo educativo como estratégia de educação em saúde para adolescentes na prevenção às DST/AIDS. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2010 abr./jun.12(2):337‐41. Palavras‐chave: Dengue, Tecnologia Educativa, Promoção da saúde. 1
E‐PÔSTER P ‐ 052 Infecção relacionada à assistência à saúde AVALIAÇÃO DO PROTOCOLO DE USO RACIONAL DE ANTIMICROBIANOS DE HOSPITAL PRIVADO DE FORTALEZA, 2016 Autores: Luan Abdoral França Sousa* (Centro Universitário Christus), Francisco Evanilson Silva Braga (Centro Universitário Christus), Leonardo Mendonça De Albuquerque (Centro Universitário Christus), José Clécio Barbosa Júnior (Centro Universitário Christus), Patricia Borges Barjud Coelho (Centro Universitário Christus), Melissa Soares Medeiros (Centro Universitário Christus) e Madison Gomes Montalverne (Centro Universitário Christus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: As infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS) são aquelas adquiridas durante a prestação dos cuidados de saúde e representam um dos mais importantes problemas de saúde pública no mundo. As IRAS representam um dos mais importantes problemas de saúde pública no mundo. O conhecimento e a conscientização dos vários riscos de infecção, das limitações dos processos de defecção e de esterilização e das dificuldades de processamento inerente à natureza de cada artigo são indispensáveis para que se possa tomar as devidas precauções. Uma das principais precauções é o uso racional de antimicrobianos devido taxa de microrganismos multirresistentes associadas aos IRAS. Considerando o impacto do uso inadequado de antimicrobianos na saúde pública e a importância de conhecer as implicações da utilização destes medicamentos na comunidade, este estudo tem como objetivo avaliar a prescrição de antibacterianos em São Camilo Hospital Cura d´Ars de Fortaleza/CE nos aspectos referentes à adesão ao protocolo uso racional de antimicrobianos e aos impactos nas IRAS. Resultados/Discussão: O estudo foi observacional, transversal de investigação da utilização da prescrição de antibacterianos no Hospital São Camilo Hospital Cura d´Ars, a partir da avaliação de amostra de prontuários e prescrições dispensadas nos meses de março até julho de 2016. Na taxa de adesão ao protocolo apresentou, referente aos meses de março a julho, media 91,34% (var 85‐95%). Foram detectadas 57 falhas na adesão ao protocolo de uso racional de antimicrobiano, sendo estas: troca de antibiótico (ATB) com mesmo espectro de ação (8,8%), troca de ATB com menos de 24h (5,2%), quinolona não preconizada (8,8%), associação de ATB sem sinergismo e com mesmo espectro de ação (10,5%), ATB inadequado para sitio de infecção (31,6%), ATB inadequado para patologia clinica (5,2%), Uso de ATB para infecção em SNC com baixa penetração na BHE (3,5%), Escalonamento desnecessário (10,5%), Profilaxia estendida (7%), ATB não padronizada (3,5%), infecção não complicada (5,2%). Os principais sítios de infecção tratados foram: Sepse, Infecção neonatal, neutropenia febril, pneumônica comunitária e nosocomial, infecção abdominal, gineco‐obstetrica, infecção urinaria/pielonefrite, infecçãoo SNC e infecções traumatológicas. Este estudo constitui uma primeira abordagem para verificar, por meio de indicadores, alguns aspectos relativos à qualidade da prescrição de antibacterianos no hospital São Camilo, considerando que esses são recursos fundamentais na prática médica e de grande impacto em termos de saúde pública. Diante da maior prevalência na falha por uso inadequado de Antibiótico por sitio, devem‐se realizar maiores discussões com os médicos prescritores sobre essa falha. Conclusão: O estudo demonstrou a necessidade de intervenções que assegurarem maior o cumprimento dos protocolos como forma de garantir o uso adequado dos antimicrobianos. Palavras‐chave: Antimicrobiano, Protocolo, São Camilo, Adesão. 1
E‐PÔSTER P ‐ 053 Miscelânea CONTRIBUÇÕES FARMACÊUTICAS NO PROTOCOLO SEPSE HUWC/UFC Autores: Angela Nadyla Martins Holanda* (Hospital Universitário Walter Cantídio), Milena Pontes Portela Beserra (Hospital Universitário Walter Cantídio), Rosana Deyse Ponte Portela (Hospital Universitário Walter Cantídio), Thalita Melo Freire (Hospital Universitário Walter Cantídio), Renan Morais e Silva (Hospital Universitário Walter Cantídio), Cinthya Cavalcante de Andrade (Hospital Universitário Walter Cantídio) e Geovania Maciel de Souza (Hospital Universitário Walter Cantídio). *Apresentador(a) Resumo: A sepse foi definida, em 2016, como uma infecção acompanhada de disfunção orgânica com alto risco para a vida, enquanto choque séptico foi definido como um subconjunto de sepse com anormalidades circulatórias, celulares e metabólicas associadas a um maior risco de mortalidade (SINGER et al., 2016). Os pacientes sépticos e em choque séptico devem ser identificados o mais rápido possível pela equipe clínica e o processo de cuidado deve ser integralizado e rapidamente eficiente. Sabe‐se que a administração de medicamentos na assistência ao paciente séptico é a maior ferramenta para o melhor desfecho clínico. Antimicrobianos, medicamentos com ação vasoativa e corticoides são as classes mais utilizadas e o monitoramento pelo farmacêutico promove maior segurança e efetividade do tratamento. Foram avaliadas as oportunidades de contribuições clínicas do farmacêutico nos protocolos sepse abertos em um hospital público terciário de Fortaleza. Através de acompanhamento farmacoterapêutico (AFT) é possível monitorar dados cruciais do protocolo, onde foi adaptado um formulário que se dividiu em identificação do paciente, dados da admissão e avaliação passo‐a‐passo do protocolo. São monitorados o uso do antimicrobiano na primeira hora, o sitio da infecção, a necessidade de terapia adicional, como: reposição volêmica, corticoide ou vasopressores. Os exames laboratoriais, assim como seu tempo de entrega e resultados também são pontos de monitoramento, além do possível descalonamento do antimicrobiano após o resultado das culturas. A ocorrência de eventos adversos, as interações medicamentosas e entre medicamentos e alimentos são avaliados durante o AFT. Também são avaliados os medicamentos quanto ao potencial de nefro e hepatotoxicidade, uma vez que as disfunções orgânicas são comuns nesses pacientes. No primeiro momento do protocolo sepse o farmacêutico faz a avaliação da diluição adequada dos medicamentos, da velocidade de infusão e da compatibilidade entre os medicamentos entre si e com os diluentes, conforme o acesso venoso disponível. O suporte nutricional também é avaliado, principalmente no que se refere a indisponibilidade da via oral através do uso de sonda, sendo necessária a adequação dos medicamentos prescritos por esta via. O protocolo sepse abre muitas oportunidades de contribuições clínicas do farmacêutico no paciente séptico. Palavras‐chave: Sepse, Choque Séptico, Farmácia Clínica, Protocolo. 1
E‐PÔSTER P ‐ 054 Infecções em imunosuprimidos não‐AIDS A IMPORTÂNCIA DA AGILIDADE NA TERAPÊUTICA ANTIMICROBIANA DE PACIENTES COM SEPSE EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM ONCOLOGIA Autores: Roberta Marjorie Cunha Pinto (Escola de Saúde Pública), Andressa Kécia Menezes Saraiva* (Faculdade Maurício de Nassau), Ana Lúcia Almeida de Sousa (Faculdade Maurício de Nassau), Suzy Fâmila Marques Loiola (Faculdade Maurício de Nassau), Ruthiany de Sousa Ameida (Faculdade Maurício de Nassau) e Ilana Farias Andrade de Moura (Faculdade Maurício de Nassau). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: A sepse grave e o choque séptico são graves problemas de saúde que afeta mundialmente milhões de pessoas a cada ano, tratando‐se de uma das mais importantes complicações infecciosas, e uma das doenças fatais mais comuns nos dias atuais. Sua crescente importância deve‐se ao aumento da população idosa, de pacientes imunossuprimidos e do crescimento da resistência bacteriana, tendo assim uma população suscetível para o desenvolvimento de infecções graves. Os fatores determinantes da má evolução e letalidade não são totalmente compreendidos. Assim, a precocidade e adequação do tratamento estão diretamente relacionadas ao impacto evolutivo do quadro séptico, tendo como meta a administração de antimicrobianos intravenosos eficazes dentro da primeira hora de reconhecimento de choque séptico e sepse grave. METODOLOGIA: Trata‐se de um estudo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa. Realizado no Instituto do Câncer do Ceará (ICC). Os dados foram coletados em 81 prontuários de pacientes diagnosticados com câncer que desenvolveram algum quadro séptico, no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2015, visando a investigação do tempo de aplicação do antibiótico após abertura do protocolo utilizado na instituição. Os dados foram analisados utilizando‐se do teste de qui‐
Quadrado de Pearson com nível de significância de 10%. O projeto foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa com número 1.397.335 e sob CAEE nº 52545116.2.0000.5528. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Nesse estudo 79% dos pacientes receberam a dose de antibiótico em menos de 1 hora da abertura do protocolo e quando aplicado o teste de associação entre o tempo porta antibiótico e o desfecho clínico, observou‐se que os pacientes que receberam o antibiótico com mais de uma hora da abertura do protocolo de sepse tiveram uma taxa de óbito maior (88,2%) do que os que receberam em menos de 1 hora, como preconizado. CONCLUSÃO: O estudo sugere intensificação nas ações de sensibilização e esclarecimento, quanto à agilidade dos profissionais a cerca da identificação e do estabelecimento de medidas rápidas, pois os mesmos geram impactos significativos no processo evolutivo da infecção e no prognóstico dos pacientes acometidos. Palavras‐chave: Sepse, Choque Séptico, Antibacterianos. 1
E‐PÔSTER P ‐ 055 Infecção relacionada à assistência à saúde ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO DOS ÓBITOS POR SEPSE EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO NO INTERIOR DO ESTADO DO CEARÁ Autores: Christian Henrique Leite Rentroia* (Universidade Federal do Ceará), Lucas Alves Dias (Universidade Federal do Ceará), Ticiana Mont Alverne Parente Feijão (Universidade Federal do Ceará), Rommel Wallace Costa Reis (Universidade Federal do Ceará), Mateus Lopes Moreira (Universidade Federal do Ceará), Maria Ana Rodrigues Barbosa (Universidade Federal do Ceará), José Augusto Costa Oliveira (Universidade Federal do Ceará) e Yago Braga Leite (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: A sepse é uma entidade clínica caracterizada por uma Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) decorrente de um processo infeccioso provável ou confirmado. Representa a principal causa de morte nas unidades de terapia intensiva (UTI) em todo o mundo. Apesar de sua importância e da demanda de recursos, seu reconhecimento muitas vezes ainda não ocorre em tempo hábil, deixando margem para a ocorrência de disfunção de múltiplos órgãos e sistemas. O local do foco infeccioso é fator importante na condução terapêutica. A rápida identificação do sítio de infecção pode melhorar a sobrevida dos pacientes e diminuir os custos hospitalares. OBJETIVO: Analisar o perfil clínico dos óbitos em pacientes diagnosticados com sepse em enfermaria de Clínica Médica, destacando‐se o foco infeccioso, em um hospital público terciário referência para tratamento na macrorregião norte do Ceará, cidade de Sobral. MÉTODO: Trata‐se de um estudo descritivo, retrospectivo e documental baseado nos prontuários dos pacientes internados na Clínica Médica do Hospital Regional Norte do Ceará no período de Janeiro a Novembro de 2014. Os critérios para diagnósticos de sepse estão estabelecidos em protocolo interno utilizado pelo hospital em conformidade com os critérios internacionais. As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, cuidados paliativos, quantidade de óbitos, causa da morte e foco de sepse. RESULTADOS: A análise dos dados revelou que, em 2014, ocorreram 133 óbitos.A média de óbitos mensal foi de 12,12, sendo que mais de 50% dos óbitos se enquadravam nos critérios para Cuidados Paliativos. Nesse período, o hospital apresentou uma média mensal de 83,27 internações na unidade. Analisando os óbitos sem indicação de Cuidados Paliativos observou‐se que 52% obtiveram diagnóstico final de sepse. Desse total de pacientes, 57% eram do sexo masculino e 72% tinha idade acima de 65 anos. No total de óbitos por sepse, incluindo homens e mulheres, 69% tiveram o foco pulmonar como causa da infecção e 18% foco cutâneo. Em relação às patologias mais comuns, prevaleceu a pneumonia, em 30% dos casos analisados, com ou sem associação com a doença pulmonar obstrutiva crônica. CONCLUSÃO: De acordo com o estudo, os homens, sobretudo, idosos representaram o principal grupo de risco para óbitos por sepse.O foco pulmonar foi o principal sítio de infecção. A sepse permanece como um grande desafio em todo o mundo e não é diferente em nosso país. O conhecimento do perfil dos óbitos por sepse constitui uma ferramenta para delineamento e orientação na conduta terapêutica e diagnóstico precoce, diminuindo a mortalidade e otimizando os custos com a saúde. Palavras‐chave: Sepse, Foco infeccioso, Custos com Saúde. 1
E‐PÔSTER P ‐ 056 Infecção relacionada à assistência à saúde ENTEROBACTÉRIAS PRODUTORAS DE BETA‐LACTAMASE DE ESPECTRO AMPLIADO (ESBL) EM UROCULTURAS DE TRANSPLANTADOS RENAIS DE UM HOSPITAL DA REDE PÚBLICA DE FORTALEZA‐CEARÁ: FREQUÊNCIA E PERFIL DE RESISTÊNCIA Autores: Ila Fernanda Nunes Lima (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh), Ana Paula Santos do Carmo (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh), Jordana Vasconcelos valente da Conceição (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh), José Nilson Ferreira Gomes Neto (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh), Geraldo Lucio Mendes (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh), Jorge Luiz Nobre Rodrigues (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh), Evelyne Santana Girão (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh) e Paulo César Pereira de Sousa* (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: Os principais fatores de risco para as infecções do trato urinário (ITUs) incluem diabetes, atividade sexual e gravidez nas mulheres e imunos¬supressão em pacientes transplantados renais. Diversas espécies bacterianas podem causar ITU, entretanto os principais gêneros pertencem à família Entero¬bacteriaceae, sendo Escherichia coli a enterobactéria mais frequente em infecções urinárias. O crescente aumento da resistência bacteriana em uroculturas tem motivado a contínua avaliação dos perfis de sensibilidade das bactérias isoladas na urina. Embora existam pesquisas relatando uma grande variedade de mecanismos de resistência aos antimicrobianos beta‐lactâmicos, um dos mais importantes é a produção de enzimas. Uma dessas importantes enzimas é a beta‐lactamase, responsável por hidrolisar o anel beta‐lactâmico de antimicrobianos como penicilinas e cefalosporinas, tornando‐os inativos. O objetivo do nosso estudo foi determinar a frequência e o perfil de resistência de enterobactérias produtoras de beta‐lactamase de espectro ampliado (ESBL) em uroculturas de pacientes transplantados renais em um hospital terciário da rede pública de Fortaleza, Ceará. METODOLOGIA: Busca no sistema OBSERVA das culturas de urinas positivas dos pacientes ambulatoriais e hospitalizados do transplante renal identificadas por método automatizado (Vitek® 2, Biomerieux) de janeiro a setembro de 2016. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Durante o período do estudo foram analisadas 535 amostras de urina das quais 79 foram positivas para enterobactérias. Dentre essas amostras positivas, 29,11% (23/79) foram positivas para ESBL. A bactéria mais frequentemente isolada foi E. coli, representando 65,21% (15/23) das amostras, seguida por K. pneumoniae (34,78%8/23). Com relação ao perfil de resistência, as cepas ESBL positivas não demonstraram 100% de resistência aos beta‐lactâmicos, pois, a Ceftriaxona e Cefepima mostraram‐se respectivamente com 78,26% e 56,52% resistências as cepas testadas. Quanto aos carbapenêmicos (imipenem e meropenem), não foi verificada nenhuma cepa resistente a esses antimicrobianos. CONCLUSÃO: A frequência de enterobactérias ESBL positivas encontrada neste estudo foi elevada e E. coli foi a bactéria mais isolada. Porém, mais estudos devem ser realizados, relacionando resistência bacteriana e a transmissão desta bactéria em pacientes transplantados. Palavras‐chave: Infecções urinárias, Transplante de rim, Enterobacteriaceae, Beta‐lactamases. 1
E‐PÔSTER P ‐ 057 Infecção relacionada à assistência à saúde INFECÇÃO URINÁRIA HOSPITALAR POR LEVEDURAS DO GÊNERO CANDIDA EM UM HOSPITAL DA REDE PÚBLICA DE FORTALEZA‐CEARÁ Autores: Ila Fernanda Nunes Lima (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh), Ana Paula Santos do Carmo (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh), Rejane Moraes Falcão (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh), José Nilson Ferreira Gomes Neto (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh), Geraldo Lucio Mendes (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh), Jorge Luiz Nobre Rodrigues (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh), Evelyne Santana Girão (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh) e Paulo César Pereira de Sousa* (Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará‐ebserh). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: Os relatos de infecções invasivas por leveduras do gênero Candida eram escassos até a metade do século XX. Nas últimas décadas, C. albicans e espécies não‐albicans vêm se tornando cada vez mais importantes como causa de infecção. O isolamento de leveduras na urina não indica necessariamente infecção, porém a infecção do trato urinário por Candida constitui um problema hospitalar crescente. Indivíduos normais raramente apresentam candidúria. Em pacientes hospitalizados, sob determinadas condições, a infecção fúngica por Candida sp. é previsível em vista do acentuado incremento de sua incidência nas últimas décadas. Doenças crônicas e degenerativas, senilidade, prematuridade, neoplasias e alterações do trato urinário representam condições frequentemente associadas à candidúria. O objetivo do nosso estudo foi determinar a frequência do gênero Candida e o perfil de resistência do gênero Candida albicans de infecções urinárias em um hospital terciário da rede pública de Fortaleza, Ceará. METODOLOGIA: Busca no sistema OBSERVA das culturas de urinas positivas dos pacientes ambulatoriais e hospitalizados identificadas por método automatizado (Vitek® 2, Biomerieux) de janeiro a setembro de 2016. RESULTADOS/DISCUSSÃO: No período analisado foram identificadas 656 culturas positivas de urinas, nas quais 6,55% (43/656) foram isolados microrganismos do gênero Candida. Candida glabrata foi a espécie predominante (41,86% 18/43), seguida por C. albicans (30,23% 13/43), C. tropicalis (25,58% 11/43) e C. krusei (2,33% 1/43). Com relação ao perfil de resistência, 38,46% (5/13) das cepas de C. albicans demonstraram resistência à Anfotericina B, 23,08% (3/13) ao Fluconazol e 7,69% (1/13) ao Voriconazol. Não foi verificada nenhuma cepa de C. albicans resistente à Caspofungina e Micafungina. CONCLUSÃO: Embora C. albicans tenha sido citada como a espécie mais frequentemente isolada em infecções urinárias por fungo, esses dados apontam C. glabrata como a espécie mais prevalente entre as amostras analisadas, o que pode estar relacionado a algum dado epidemiológico específico, como as doenças de base destes pacientes. Por fim, vale ressaltar a relevância da realização de pesquisas epidemiológicas que direcionem medidas efetivas para o tratamento de infecções hospitalares, favorecendo, assim, maior qualidade assistencial e promoção da saúde. Palavras‐chave: Infecções urinárias, Leveduras, Candida albicans. 1
E‐PÔSTER P ‐ 058 Infecções bacterianas/micobacterianas PNEUMONIA NECROTIZANTE EM CRIANÇA ASSOCIADA A EMPIEMA E ABSCESSO: RELATO DE CASO Autores: Gabriela Batista Holanda* (Unichristus), Lucas Eliel Beserra Moura (Unichristus), Maria Clara Boris Costa (Unichristus), Adriana Bomfim Nogueira de Queiroz (Unichristus), Roberta Araújo Aguiar (Unichristus), Oto Maia Pereira (Unichristus), Renata Caetano Aguiar (Unichristus) e Jamile Lucena da Silva (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Título: Pneumonia necrotizante em criança associada a empiema e abscesso: Relato de caso Introdução: Há alguns anos observa‐se um aumento nos casos de pneumonia necrotizante em crianças, estando esta associada às infecções pulmonares por Pneumococo, Staphylococcus aureus e Haemophilus influenza. A pneumonia estafilocócica tem importante potencial promotor de necrose e supuração, apresentando empiema, formação de abscesso e pneumonia necrotizante como complicações comuns, entretanto, a correlação entre elas, ocorrendo de maneira simultânea, é rara. Relato de caso: L.M.T.G, 2 anos e 5 meses, há 15 dias, iniciou quadro de tosse seca que piorava à noite, associado a vômito e picos de febre alta (39ºC). Evoluiu com astenia e fadiga, procurando assistência na UPA, onde Rx e hemograma evidenciaram pneumonia. Tratada com Oxacilina, amicacina e ceftriaxona evoluiu com derrame pleural, desconforto respiratório e áreas hipertransparentes areolares de necrose, sendo encaminhado ao Hospital Infantil Albert Sabin. Na admissão, apresentava tosse produtiva, estando dispnéico e taquidispneico(50 irpm). À ausculta pulmonar, apresentava murmúrios vesiculares diminuídos nos 2/3 inferiores do hemitórax esquerdo e crepitações discretas no 1/3 superior do hemitórax direito. Três dias após a admissão, realizou biópsia pleural, descartando a hipótese de tuberculose e drenagem de tórax fibrinopurulento, cerca de 50ml diariamente. TC evidenciou achados de pneumonia necrozante, abscesso pulmonar nos lobos inferiores e superiores do pulmão direito, medindo 5,0x3,0cm e empiema pleural no pulmão esquerdo, medindo até 2cm de espessura. Foi administrado Cefepima associada à vancomicina, contudo, houve piora do quadro, sendo necessária a substituição da Vancomicina pela Linezolida. Obtendo‐se, assim, a melhora do paciente. Discussão: A patogenia da infecção bacteriana nos pulmões em geral varia de acordo com o agente causador. Geralmente, quando bacteriana, a pneumonia necrotizante está associada à desvitalização do tecido pulmonar e subsequente aparecimento de focos de necrose em áreas consolidadas. O Staphylococcus aureus tem se apresentado como importante agente etiológico associado à pneumonia necrotizante. A infecção pelo S. aureus, incluindo o resistente à meticilina (MRSA), costumava acometer pele e partes moles, além de ser documentada praticamente apenas em hospitais. Entretanto, uma nova classe de MRSA tem se apresentado como responsável, não só por infecções graves de partes moles, como também por pneumonia necrotizante. Derrames parapneumônicos, empiema, formação de abscesso e pneumonia necrotizante são as mais comuns, embora ocorram de forma não associada. Conclusão: As complicações observadas no caso, na maneira como apareceram, são raras e os grupos de alto risco incluem crianças com comorbidades (anemia falciforme, imunodeficiências e HIV). Sem o tratamento adequado, possui rápida progressão para choque séptico e insuficiência respiratória. Palavras‐chave: Pneumonia, Infecções pulmonares, Abscesso, Empiema. 1
E‐PÔSTER P ‐ 059 Miscelânea AVALIAÇÃO DAS CAUSAS DE INTERNAÇÃO NO SETOR PEDIÁTRICO DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO EM FORTALEZA‐CE EM 2015 Autores: Vinícius Torres Bezerra* (Unichristus), Hannah Rodrigues Fernandes (Unichristus), Mariana Gabriella Correia Viana (Unichristus), Juan Forte Sampaio Gomes (Unichristus), Maria Alyce Saldanha da Silva (Unichristus), Jessica Mendes De Luca (Unichristus), Melissa Soares Medeiros (Hospital São José) e Glaucia Maria Lima Ferreira (Hospital São José). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: Apesar de o mundo estar passando por um período de transição epidemiológica e, consequentemente, no padrão de adoecimento da população, na qual há uma prevalência de doenças degenerativas sobre as infecciosas, ainda vê‐se, em países em desenvolvimento, uma alta taxa de morbimortalidade por doenças infecciosas. Vários fatores são responsáveis por isso, como: demográfico, social, político, econômico, ambiental, entre outros. Algumas faixas etárias estão mais susceptíveis, como crianças e idosos, devido a ineficiência do sistema imunológico, maior contato pessoal e convivência em ambientes fechados, por exemplo, que podem ter complicações e necessitarem de internação hospitalar. Não existem, na literatura, muitos estudos que definam as principais causas de internação hospitalar na faixa etária pediátrica, por isso, nosso estudo objetiva avaliar as principais causas de internação na faixa etária pediátrica no Hospital São José, em Fortaleza‐CE. Métodos: Estudo epidemiológico, descritivo, quantitativo e transversal, no qual foram analisados dados coletados de um Hospital público de Fortaleza, do período de janeiro a dezembro de 2015. Resultados: Dentre as 542 internações pediátricas realizadas no HSJ, as principais causas foram: dengue (com sinais de alarme: 61 casos, sem sinais de alarme: 46, grave: 8), meningite (bacteriana: 30 casos, viral: 22, sem especificações: 5, meningocócica: 3, asséptica: 2, com meningococcemia: 1), pneumonia (53 casos), calazar (50 casos), varicela (37 casos) e celulite (33 casos). Outros motivos de hospitalização foram: tuberculose (pulmonar: 17 casos, pleural: 3, óssea: 1, ganglionar: 1), AIDS (18 casos), encefalite (14 casos), herpes zoster (12 casos), mononucleose e hepatite (10 casos cada). Vale ressaltar, também, que a ptiríase liquenoide aguda, dermatose incomum, assim como a malária congênita, acometeram um paciente cada. Conclusões: Segundo a literatura, pelo menos 25% dos indivíduos notificados e internados no Brasil apresentam menos de 15 anos, cenário mais recente, onde houve uma mudança na faixa etária acometida pelo vírus da dengue. Associado a isso, a quantidade de sorotipos circulantes, expressão hemorrágica de viremia, o maior número de vetores da doença, difícil diagnóstico (clinicamente semelhante a outras patologias) em crianças, por exemplo, podem explicar a maior quantidade de casos mais preocupantes da doença (dengue com sinais de alarme e dengue grave). Com relação à meningite, como confirmado em estudo transversal realizado no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), Belém – PA, tem como etiologia mais frequente a bacteriana, seguida pela viral e fúngica. Além disso, cerca de 3.000 casos de meningite ocorrem no Brasil por ano, apresentando uma taxa de letalidade de 20%. Trata‐se de uma doença mais comum em crianças, as quais, devido ao sistema imunolo&#769gico imaturo, correm mais risco de contrair a meningite quando comparada a indivíduos de outra idade. Palavras‐chave: Causas, internação, pediátrico, terciário. 1
E‐PÔSTER P ‐ 060 Infecção relacionada à assistência à saúde MENINGITE NO BRASIL: NÚMERO DE CASOS NO PERÍODO DE 2007 A 2014 Autores: Lucas Eliel Beserra Moura (Unichristus), Oto Maia Pereira* (Unichristus), Nágila Alves Lima (Unichristus), Francisco Willamy Pedrosa Alves Filho (UFC), Iana Fernanda Sousa Machado (Unichristus), Larissa Castro Firmino (Unichristus), Melina de Paiva Bezerra Vidal (Unichristus) e Maria Clara Boris Costa (Unichristus). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A meningite é uma doença grave, infecciosa, de etiologias diversas e que é negligenciada no Brasil. Esse problema de saúde pública é epidemiologicamente relevante devido à elevada incidência, possibilidade de provocar surtos e gravidade dos casos, especialmente na meningite bacteriana. Este trabalho visa traçar um perfil epidemiológico da meningite no Brasil no período de 2007 a 2014 em todos os estados brasileiros. Trata‐se de um estudo descritivo utilizando dados secundários disponíveis na base do Sistema de Informações de Agravos de Notificação Compulsória (SINAN). Resultados/Discussão: Foram analisados os dados de todos os casos confirmados de meningite no Brasil no período de 2007 a 2014 em todas as unidades federativas, em relação às variáveis: taxa de incidência, raça, faixa etária e etiologia. Para o cálculo da incidência, foi utilizada a estimativa populacional do ano de 2014, por meio do banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram registrados 171.873 casos de Meningite no Brasil. A maior taxa de incidência no Brasil, nesse período, foi no ano de 2007 de 16,09 casos por 100 mil. A taxa mais recente do estudo foi de 2014 de 8,19 casos por 100 mil. Os maiores números de casos em 2014 foram observados em São Paulo (16,12/100mil), Bahia (12,89/100mil), Santa Catarina (16,12/100mil). As raças branca (57%) e parda (35%) foram as mais prevalentes. A faixa etária mais acometida foi de 20‐39 anos (18,89%). Os agentes mais comuns foram os virais (40,4/100mil). Conclusão: Por meio da análise epidemiológica da meningite no período estudado, revela‐se a necessidade de atenção ao problema do elevado número de casos dessa doença no Brasil, principalmente em estados como São Paulo, Bahia e Santa Catarina. Devido às elevadas taxas de morbimortalidade da doença, os cuidados da Saúde Pública devem ser ininterruptos e ter foco na prevenção da meningite por meio da imunização, procurando abranger, prioritariamente, a faixa etária de 20 a 39 anos, que mostrou ser a mais acometida no presente estudo. Palavras‐chave: Meningite, Incidência, IBGE, SINAN. 1
E‐PÔSTER P ‐ 061 Infecções bacterianas/micobacterianas ANÁLISE DA SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE MENINGITE NO BRASIL NO PERÍODO 2009‐
2015 Autores: Luana Menezes Agostinho* (Universidade Federal do Ceará), Sarah Araujo Loss (Universidade Federal do Ceará), Luciana Menezes Agostinho (Centro Universitário Unichristus), Felipe Cândido de Castro (Universidade Federal de Campina Grande), Letícia Maria Nóbrega Eberlin (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Valesca Luna Silva (Universidade Federal do Ceará), Tayná Milfont Sá (Universidade Federal do Ceará) e Larissa Freire Alves Nogueira (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO Meningite é a inflamação das meninges, membrana que reveste o cérebro, e é causada pela infecção de vários tipos de microorganismos, como bactérias, vírus e fungos. No Brasil, os principais agentes causadores são Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Mycobacterium tuberculosis. Essa doença é de extrema importância, pois há grande risco de surtos, devido ao modo de transmissão, o qual é horizontal, através das vias respiratórias. Além disso, a Meningite pode deixar sequelas, como perda da audição, retardo mental e distúrbios visuais. Em 2011, foram implantadas, no calendário básico vacinal, as vacinas pneumocócica 10‐valente, a qual protege contra 10 subtipos de Streptococcus pneumoniae, e a anti‐meningococo C, ativa contra o subtipo C de Neisseria meningitidis, objetivando a diminuição das infecções por esses patógenos. METODOLOGIA Para a realização deste trabalho foram pesquisados, por meio do DATASUS, o número de casos no Brasil, segundo o 1º ano de sintoma, a população brasileira e o tipo de meningite. Para tabulação dos dados foram usados Tabwin e Excel. OBJETIVO Analisar a taxa de incidência de meningite no período de 2009 a 2015 no Brasil. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em 2009, a taxa de incidência (T.I.) por 100mil habitantes foi 11,53, manteve‐se relativamente igual, sendo em 2012, 11,40. A partir de 2013 houve decréscimo dos escores, com a incidência de 9,57/ 100mil hab nesse ano e tendo uma maior diminuição de 2014 (8,67/100mil hab) para 2015 (4,37/ 100mil hab). Ao se analisar a taxa de incidência por faixa etária nesse mesmo período, notou‐se que os valores foram maiores em crianças abaixo de 4 anos em todos os anos. Além disso, as maiores taxas foram verificadas de 2009 a 2012. Nota‐se também que a taxa de incidência é menor à medida que a idade aumenta, mas com pouca variação dos números. De acordo com os dados do SINAN, em 2015 (1308 casos / T.I.: 0,67/100mil hab), houve redução de 53,92% do número de casos de Doença Meningocócica em relação a 2011 (2839 casos/TI: 1,4/100mil hab), além de ter havido diminuição de 69,08% das ocorrências pelo sorogrupo C no mesmo período. Além disso, teve decréscimo de 23,13% de casos por Meningite Pneumocócica de 2015 (937 casos/ T.I: 0,48/100mil hab) em relação a 2011 (1219 casos/ T.I. 0,63/100mil hab). CONCLUSÃO Apesar do considerável número de casos de meningite no Brasil em 2015, houve diminuição acentuada dos índices deste ano em relação aos outros. Além disso, após a inclusão das vacinas, houve redução da taxa de incidência de doença meningocócica pelo sorogrupo C e penumocócica, apesar de esta ter sido pouco acentuada. Assim, esta situação deve‐se, provavelmente, à inclusão das novas vacinas ao calendário básico, ressaltando‐se, dessa forma, a importância da manutenção das vacinações. Palavras‐chave: Meningite, Epidemiologia, Brasil. 1
E‐PÔSTER P ‐ 062 Infecções bacterianas/micobacterianas ASPECTOS CLÍNICO‐EPIDEMIOLÓGICOS E ETIOLOGIA DAS MENINGITES ENTRE 2007 E 2015 EM MACRORREGIÕES DE SAÚDE DO CEARÁ Autores: Camila Teles Novais* (Universidade Federal do Ceará), Maria Ana Rodrigues Barbosa (Universidade Federal do Ceará), José Augusto Costa Oliveira (Universidade Federal do Ceará), Christian Henrique Leite Rentroia (Universidade Federal do Ceará), Dayane Isaias Tavares (Universidade Federal do Ceará), Rommel Wallace Costa Reis (Universidade Federal do Ceará), Paulo Átila da Silva Viana (Universidade Federal do Ceará) e Carlos Henrique Soares de Mesquita (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A meningite é uma doença inflamatória das meninges, membranas que envolvem o sistema nervoso central, cuja causalidade está associada à vírus, bactérias e fungos e processos não infecciosos. Possui transmissão direta, pelas vias respiratórias ou contato com as secreções. As de origem infecciosa, principalmente bacteriana, em que o Haemophilus influenzae, a Neisseria meningitidis e o Streptococcus pneumoniae.são responsáveis por mais de 80% dos casos, têm grande importância na saúde pública, pela magnitude de ocorrência e potencial patogênico. No Brasil, faz parte do grupo de doenças cuja notificação é compulsória. Em vista disso, busca‐se neste estudo verificar o perfil clínico‐epidemiológico e a incidência etiológica dos casos de meningite, notificados entre 2007 e 2015, no Ceará. Metodologia: Estudo retrospectivo, descritivo e quantitativo, com base em dados do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA‐CE), disponibilizados no Sistema Nacional de Notificações e Agravos (SINAN). Resultados/Discussão: Dos 3.632 casos de meningite notificados pelas macrorregiões, 82% foram em Fortaleza, 13% em Sobral, Cariri (4%), Sertão Central (1%) e Litoral leste/Jaguaribe, sem expressividade. Etiologicamente, observou‐se maior incidência de MNE (não especificada), 36%, e MV (viral) com 28%, representando juntas 64% dos casos na capital. Entre outras causas, a MM (meningocócica) e MP (Streptococcus pneumoniae) representaram, cada qual 6% MB (bacteriana) e MOE (outras etiologias) 4% MM+MCC (meningocócica + meningococemia por Neisseria meningitidis), MMC e MTBC (tuberculosa) 3% e MH (Haemophilus influenzae) 1% 7% desconhecidos. À nível temporal, dos 3.641 casos notificados, destacam‐se os anos 2008 com 533 (15%) e 2009 com e 572 (16%), enquanto em 2015 houve a menor incidência, 157 (4%) de modo geral houve variação cíclica das etiologias. Predominância masculina em todas as faixas etárias, com 2.245 (62%), sendo na fase adulta primazia entre 20 a 39 anos, 23% maior incidência entre 0‐9 anos (39%) e menor a partir dos 60 anos. Quanto ao método confirmatório de diagnóstico, evidenciou‐se o quimiocitológico (60%), AG em látex (14%) e cultura (12%). Na evolução dos casos, 84% receberam alta 9% foram óbitos por meningite e 2% por outras causas 5% não informados. Conclusão: Verificou‐se a predominância dos casos de meningite no sexo masculino, com ênfase nas faixas etárias de 0 a 9 anos e 20 a 39 anos. A prevalência etiológica mostrou‐se de acordo à literatura e a maioria dos casos evoluiu com cura. Embora se evidencie a ausência de dados mais detalhados, nota‐se a necessidade de ações em saúde voltadas aos fatores de risco. Aponta‐se também para a eficácia das ações de vigilância no controle das meningites a correlação entre o manejo clínico e as investigações laboratoriais e epidemiológicas. Palavras‐chave: Meningite, infecção, etiologia, epidemiologia, Ceará. 1
E‐PÔSTER P ‐ 063 Infecções bacterianas/micobacterianas PERFIL CLÍNICO‐EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM TUBERCULOSE, NA MACRORREGIÃO DE SOBRAL/CE, ENTRE 2010 E 2015 Autores: Rommel Wallace Costa Reis* (Universidade Federal do Ceará), Dayane Isaias Tavares (Universidade Federal do Ceará), José Augusto Costa Oliveira (Universidade Federal do Ceará), Camila Teles Novais (Universidade Federal do Ceará), Natanael Aguiar de Sousa (Universidade Federal do Ceará), Emanuela Passos da Gama (Universidade Federal do Ceará), Ticiana Mont Alverne Parente Feijão (Universidade Federal do Ceará) e Christian Henrique Leite Rentroia (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença de amplitude mundial e seu principal agente etiológico é o Mycobacterium tuberculosis. Pode se manifestar pela reativação de uma primo‐infecção ou por uma infecção recentemente adquirida. A sintomatologia sistêmica clássica cursa com astenia, tosse persistente com ou sem expectoração, emagrecimento, sudorese noturna e febre baixa, geralmente vespertina a disseminação do bacilo caracteriza a TB extrapulmonar que compromete diversos órgãos. No Brasil, um dos maiores desafios no combate à TB é a não‐aderência terapêutica, que repercute nos índices de mortalidade e incidência da doença, e na multirresistência ao tratamento. Objetiva‐se assim, descrever o perfil clínico e epidemiológico dos casos de TB na macrorregião de Sobral/ CE, e identificar fatores de risco relacionados ao abandono do tratamento. Metodologia: Estudo retrospectivo, de natureza quantitativa, com base nos registros da Vigilância Epidemiológica do Município de Sobral, de 2010 a 2015, disponibilizados no Sistema Nacional de Notificações e Agravos (SINAN). Os dados foram coletados, sistematizados no programa Excel versão 2013 e analisados por prevalência. Resultados: Entre os 3741 casos notificados, 64% eram do sexo masculino e 36% do sexo feminino, sendo a maioria de cor parda 73,43%. Quanto ao nível de escolaridade, percebeu‐se que do total de pacientes, a maioria (39,59%) apresentava Ensino Fundamental Incompleto, enquanto 26,54% eram analfabetos. A faixa etária mais acometida foi de 20 a 39 anos (39,34%), seguida pela de 40 a 59 anos (32,13%), as quais juntamente, por possíveis hábitos comuns, revelaram maior abandono ao tratamento. Embora com pequena incidência (2,72%), nota‐se o estrato PPL como tendência institucional. 84,55% consistiram em casos novos recidivas e reingresso após tratamento foram similares, 5,84 e 4,91% respectivamente. Predomínio da TB pulmonar em 88,60% dos casos e entre os possíveis agravantes, o alcoolismo foi o mais representativo, 36,54%. O teste de HIV fora positivo para 4,19%, entretanto, 30,85% dos pacientes não o realizaram. Em relação à finalização dos casos, verificou‐se 71,29% de cura 5,27% de abandono 7,06% de transferência evolução de 1,04% dos pacientes para TB resistente e 6,37% para óbito 8,96% dos casos não foram informados. Conclusão: Como visto, apesar de ser uma doença curável e de tratamento gratuito pelo SUS, a TB mostra‐
se endêmica em Sobral. Este cenário envolve, além das políticas de saúde, dimensões culturais, econômicas, sociais e ideológicas que dificultam o controle da doença. A identificação de riscos para o seu desenvolvimento se faz bastante necessária para uma abordagem direcionada e mais eficaz nas condições locais do estudo. Ao passo que, à nível social, busca‐se uma maior conscientização da importância de se seguir corretamente o tratamento, sem intercorrências e abandonos. Palavras‐chave: Tuberculose, Epidemiologia, Macrorregião, Sobral. 1
E‐PÔSTER P ‐ 064 Infecções bacterianas/micobacterianas DESCRIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA TUBERCULOSE NA MICRORREGIÃO DE SOBRAL‐CE EM 2015 Autores: Natanael Aguiar de Sousa* (Universidade Federal do Ceará), Patrícia Batista Rosa (Universidade Federal do Ceará), Carlos Henrique Soares de Mesquita (Universidade Federal do Ceará), Mateus Lopes Moreira (Universidade Federal do Ceará), Gelton Fonteles (Universidade Federal do Ceará), Camila Teles Novais (Universidade Federal do Ceará), Dayane Isaias Tavares (Universidade Federal do Ceará) e José Augusto Costa Oliveira (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: Título: Descrição Epidemiológica da Tuberculose na Microrregião de Sobral‐CE em 2015. Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa, causada pelo bacilo Micobacterium tuberculosis, afetando comumente os pulmões, mas pode atingir outros órgãos em até 33% dos casos. A apresentação da TB na forma pulmonar é a mais relevante para a saúde pública. O Brasil participa do grupo de 22 países responsáveis por 80% dos casos no mundo e o estado do Ceará apresentou a segunda maior taxa de incidência da região nordeste, com 33,1/100 mil hab. no ano de 2015, superior à taxa nacional. A Microrregião 23005‐Sobral (MS) está dividida em doze municípios cearenses. Sobral, o município sede da microrregião, é o que apresenta a maior população e é considerado prioritário no controle de tuberculose no estado do Ceará pelo Ministério da Saúde. O objetivo deste estudo é descrever as taxas de incidência de tuberculose na microrregião de Sobral ‐ CE, no ano de 2015. Metodologia: Trata‐se de um estudo ecológico, realizado no município de Sobral ‐ CE. Foram incluídos neste estudo todos os casos de tuberculose notificados no ano de 2015 na microrregião de Sobral. Os dados foram consultados e coletados na base de registros do SINAN (Sistema de Informação de Agravos e Notificações). Os cálculos dos coeficientes de incidência de tuberculose por 100 mil hab. para o ano de 2015 foram feitos com base nas estimativas populacionais realizadas pelo IBGE para cada município da MS. Resultados: Houve um total de 252 casos na MS apresentando uma taxa de 63,3 por 100 mil hab. Dentre os municípios, os que apresentaram as maiores taxas de incidência foram Sobral (97,1/100 mil hab.), seguido por Pacujá (64,8/100 mil hab.). Os outros municípios da microrregião tiveram taxas entre 13,5 e 46 por 100 mil hab., menores que a taxa da microrregião. As formas pulmonares representaram 87,3% dos casos no período, seguida pela forma extrapulmonar com 11,1% dos casos e por último a associação pulmonar/extrapulmonar com 1,6% dos casos. Discussão: A incidência na MS foi, aproximadamente, duas vezes maior do que a incidência nacional no ano de 2015 de acordo com dados do Ministério da Saúde. Além disso, a prevalência de casos pulmonares foi a mesma observada para o Brasil, cerca de 90%. Sobral apresenta‐se como o município com a maior incidência de TB por ser o município com a maior população, sendo esse aspecto um importante fator para o desenvolvimento da tuberculose. O índice de desenvolvimento municipal mostrou não ter uma relação tão direta entre baixas condições sociais e o desenvolvimento de tuberculose, sendo que Sobral apresenta o maior índice dos municípios da região. Conclusão: Com este estudo, percebe‐se que a MS contribui de forma significativa para o aumento da incidência de TB no estado do Ceará, tornando necessária a implantação de estratégias de combate à tuberculose ou ampliação de estratégias existentes a fim de reduzir a taxa de incidência nessa região. Palavras‐chave: Tuberculose, Incidência, Sobral, Microrregião. 1
E‐PÔSTER P ‐ 065 Infecções bacterianas/micobacterianas DESCRIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE SOBRAL ‐ CEARÁ EM 2015 Autores: Marcos Vinícios Marinho Gonçalves Franco* (Universidade Federal do Ceará), Carlos Henrique Soares de Mesquita (Universidade Federal do Ceará), Helenira Lourenço de Sousa (Universidade Federal do Ceará), Walter Oliveira Rios Junior (Universidade Federal do Ceará), Ticiana Mont'alverne Parente Feijão (Universidade Federal do Ceará), Antônio Mont'alverne Lopes Parente (Universidade Federal do Ceará), Cláudia Maria Marinho de Almeida Franco (Universidade Federal do Ceará) e Roberta Cavalcante Muniz Lira (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: TÍTULO: Descrição Epidemiológica dos Casos de Tuberculose no Município de Sobral ‐ Ceará em 2015 INTRODUÇÃO: A tuberculose permanece como uma das causas mais importantes de mortalidade em todo o mundo e um dos maiores problemas de saúde pública do Brasil. Sobral está entre os municípios definidos como prioritários no país. O objetivo deste estudo é descrever a taxa de incidência de tuberculose no município de Sobral, prioritário no controle de tuberculose no estado do Ceará, relativa ao ano de 2015. RESULTADOS: O coeficiente de incidência foi de 85,4 por 100.000 habitantes. A proporção de homens acometidos por tuberculose, no período, foi de 63,6% enquanto a de mulheres foi de 36,4%. O território de saúde do bairro pedrinhas apresentou o menor coeficiente de incidência de tuberculose (15,3 por 100.000), em contraposição ao território de saúde do bairro Dom Expedito (219 por 100.000), com o maior coeficiente. DISCUSSÃO: Verificou‐se que não há um padrão geográfico para o surgimento de novos casos, demonstrando a existência de outros fatores determinantes, podendo ser o nível socioeconômico um deles. O coeficiente de incidência de tuberculose foi identificado acima da média nacional de 33,5 por 100.000 habitantes, revelando a importância da implantação de novos métodos, ou aprimoramento dos métodos já existentes, de controle, acompanhamento e diagnóstico dessa doença. CONCLUSÃO: O coeficiente de incidência obtido, muito maior que o nacional, evidencia o motivo de Sobral ser classificado como uma área prioritária. O estudo, portanto, pode ser usado como ferramenta de auxílio para planejamento, formulação e implementação de novas políticas públicas locais, bem como o desenvolvimento de estratégias de reestruturação dos serviços prestados, uma vez que se tem ciência da incidência de cada território de saúde. Palavras‐chave: Tuberculose, Incidência, Sobral. 1
E‐PÔSTER P ‐ 066 Infecções bacterianas/micobacterianas ELABORAÇÃO DE PLANO DE CONTROLE LABORATORIAL E POPULACIONAL DA TUBERCULOSE NO ANO DE 2017 NO MUNICÍPIO DE COREAÚ ‐ CEARÁ Autores: Marcos Vinícios Marinho Gonçalves Franco* (Universidade Federal do Ceará), Carlos Henrique Soares de Mesquita (Universidade Federal do Ceará), Helenira Lourenço de Sousa (Universidade Federal do Ceará), Walter Oliveira Rios Junior (Universidade Federal do Ceará), Ticiana Mont'Alverne Parente Feijão (Universidade Federal do Ceará), Cláudia Maria Marinho de Almeida Franco (Universidade Federal do Ceará), Natanael Aguiar de Sousa (Universidade Federal do Ceará) e Antônio Mont'Alverne Lopes Parente (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO: A Tuberculose é uma doença infecto‐contagiosa, causada pelo Micobacterium tuberculosis, constituindo‐se ainda um sério problema de saúde pública no Brasil, onde o país ocupa a 18ª posição em carga de tuberculose no mundo. O Plano Nacional de Controle da Tuberculose no Brasil em vigor desde 2007, estabelece metas para diagnóstico e tratamento de novos casos da doença em todos os niveis, inclusive municipais. A criação de municípios prioritários também foi uma medida que visou aumentar a eficácia dos serviços e contribuir para um melhor controle da doença. Coreaú é um município do interior do Ceará, distante apenas 51 Km de Sobral, um município prioritário, e no entanto, Coreaú é classificado como silencioso para Tuberculose. Dessa forma, o objetivo deste estudo é elaborar um plano de controle laboratorial e populacional da Tuberculose para 2017 em Coreaú, Ceará. RESULTADOS E DISCUSSÕES: O município possui 22.703 habitantes e sete unidades básicas de saúde, quatro na sede e uma em cada distrito (Ubaúna, Araquém e Aroeiras). O programa estabelece ações e metas A serem cumpridas durante todo o ano de 2017. A meta anual é 454 Baciloscopias de detecção e diagnóstico e 54 Baciloscopias de controle. São esperados 227 Sintomáticos Respiratórios na população, 16 casos novos de tuberculose de todas as formas, 14 casos de tuberculose pulmonar, 9 casos de tuberculose pulmonar com baciloscopia positiva e 2 casos de retratamento. Atualmente em todo município há somente 12 pacientes em tratamento para Tuberculose, incluindo os casos novos. Diante desse desses dados é possível supor que a subnotificação pode ser a principal causa da silenciosidade do município. Dessa forma a busca ativa, a ser realizada pelas próprias equipes de saúde, tem papel fundamental Dentre as ações estabelecidas no programa. Outras ações que merecem destaque são o dia “D” e passeatas que deverão ser realizados a cada quatro meses e campanhas realizadas mensalmente nas unidades e divulgadas por meio de rádio e redes sociais. Essas ações visam estimular a livre demanda e conscientização da população. CONCLUSÃO: O programa criado para o controle da doença no município de Coreaú, almeja dentre outros aspectos, retirar o município da classificação de silencioso ao cumprir as metas estabelecidas pelo programa nacional. Esse programa poderá ser utilizado por outros municípios, silenciosos ou não, para melhorar o controle da Tuberculose em suas realidades contribuindo para o registro epidemiológico real da doença nos municípios do nosso país. Palavras‐chave: Tuberculose, Controle, Coreaú, Ceará. 1
E‐PÔSTER P ‐ 067 Infecções bacterianas/micobacterianas TUBERCULOSE DISSEMINADA EM PACIENTE HIV NEGATIVO: UM RELATO DE CASO Autores: Francisca Lillyan Christyan Nunes Beserra (Universidade Federal do Ceará), Mateus Lavor Lira* (Universidade Federal do Ceará), Carlos Alexandre de Sousa Teixeira (Universidade Federal do Ceará), Joana D'arc Rocha Damasceno (Universidade Federal do Ceará) e Roberto da Justa Pires Neto (Universidade Federal do Ceará). *Apresentador(a) Resumo: INTRODUÇÃO:A Tuberculose, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, permanece como importante problema de saúde pública no Brasil, com notificação aproximada de 80 mil casos anuais e cerca de 50 milhões de infectados, segundo Ministério da Saúde. A transmissão é por inalação de partículas infectantes e por isso a manifestação clássica é pulmonar. Porém, o bacilo pode acessar outros órgãos por vias hematogênica e linfática, resultando nas formas extrapulmonares. Quando há acometimento de pelo menos dois órgãos tem‐se a forma disseminada, cujas manifestações clínicas dependem dos sistemas acometidos. Ela é mais esperada em imunodeprimidos. RELATO DE CASO: Paciente, 52 anos, sexo masculino,deu entrada em hospital terciário em março de 2016 com rebaixamento sensório, necessitando de internação. No segundo dia de internação, precisou de ventilação mecânica por quadro de intensa insuficiência respiratória. Foi iniciada investigação do quadro neurológico com TC de crânio, que revelou infarto isquêmico fronto‐têmporo‐parietal à direita, infartos lacunares na região cápsulo‐talâmica e núcleo caudado à esquerda e diminutos focos puntiformes compatíveis com tuberculomas. Paciente evoluiu com estado geral ruim, responsivo aos mínimos comandos e com desconforto respiratório moderado. Diante disso, a equipe solicitou TCAR, sorologia para HIV, cultura de aspirado traqueal, hemocultura e cultura de urina. A TCAR revelou lesões compatíveis com Tuberculose Miliar. A Pesquisa de BAAR do lavado traqueal foi positivo e a sorologia para HIV negativa. Paciente foi transferido para UTI, onde permaneceu 21 dias, em tratamento com COCXIP e corticóide para TB Disseminada, recebendo alta para a enfermaria em boas condições clínicas. DISCUSSÃO: Caso rico do ponto de vista técnico, já que o paciente relatado não apresentava história pregressa de imunocomprometimento de qualquer origem (Diabetes, HIV+, Transplante, entre outras), fato esperado, pois a TB Disseminada é mais comum em pacientes com depressão imunológica, já que a resposta granulomatosa não seria adequada e a contenção dos bacilos estaria diminuída. É válido lembrar que o comprometimento do sistema nervoso sob a forma de tuberculoma intracraniano também é uma forma clínica com tendência para associação com imunossupressão, já que nos imunocompetentes ela é mais rara por conta da proteção conferida pela vacina BCG. CONCLUSÃO:A Tuberculose pode afetar diversos sítios do corpo humano e oferecer sintomatologia variada. Cabe ao clínico suspeitar desta não só em pacientes com quadro clínico sugestivo e imunossupressão, mas em todos com diagnóstico desconhecido, imagem radiológica e exames laboratoriais sugestivos. Palavras‐chave: Tuberculose, forma disseminada, imunocompetência, imunossupressão. 
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