RESUMO A utilização de produtos de escala nanométrica nas mais diversas áreas, inclusive na medicina, é uma realidade crescente. As nanopartículas magnéticas (NPMs), por serem capazes de apresentar efeito expressivo de magnetização quando expostas a um campo magnético externo, têm sido foco de vários estudos e, entre as suas aplicações está o uso como agente de contraste em imagens de ressonância magnética nuclear. Esta técnica fornece imagens baseadas no comportamento nuclear dos átomos das estruturas anatômicas, as quais podem ser melhor destacadas pelo uso de agentes de contraste. As NPMs representam uma classe alternativa aos atuais agentes de contraste, paramagnéticos, com vantagens do ponto de vista físico, pois destacam ainda mais o comportamento magnético dos prótons de diferentes tecidos. Isto é mais evidente no fígado, baço e sistema linfático, cujas células de defesa endocitam estas NPMs, tornando o parênquima sadio escuro (hipossinal), de forma que eventuais lesões se sobressaeam nas imagens, facilitando a sua identificação. O objetivo deste trabalho foi avaliar o grau de contrastação dos órgãos do sistema fagocitário, injetando-se doses de NPMs que variaram de 0,46 a 7,2 mg/Kg em ratos, por via endovenosa caudal e submetendo-os a imageamento por ressonância magnética nuclear. As NPMs foram divididas em 2 grupos, ambos com núcleo de magnetita, variando-se o revestimento, que no grupo 1 foi de dextrana e o do grupo 2, de ácido oléico. O efeito desejado foi que os órgãos do sistema fagocitário apresentassem algum grau de perda de sinal nas imagens, indicando que as NPMs foram internalizadas pelas células desses órgãos. Com o agente de contraste usual, paramagnético, que não entra nas células, o efeito é de hiperssinal no sistema vascular e em órgãos hipervascularizados. Comparou-se as imagens obtidas de sequências T1 TSE e T2 TSE com as de controle, obtidas antes da injeção. Os resultados obtidos evidenciaram que, tanto as NPMs revestidas com dextrana, quanto às revestidas com ácido oléico causaram efeito de hipossinal nas imagens, que variaram de fraco a acentuado, dependendo da dose administrada, principalmente em sequências T2 TSE. As NPMs revestidas com dextrana apresentaram maior eficiência, considerando que os efeitos de hipossinal ocorreram com doses menores do que as revestidas com ácido oléico. Pode-se concluir, considerando o evidente efeito de hipossinal apresentado pelos órgãos do sistema fagocitário, que há potencial de aplicação destas NPMs como agente de contraste em estudos de ressonância magnética. Palavras chave: Ressonância magnética nuclear, agentes de contraste, sistema fagocitário