Julia Yaeko Kawagoe - Enfermeira Especialista do Serviço de Controle de Infecção Hospital Israelita Albert Einstein Fonte de infecção - ISC » Endógena Infecção remota; Pele; Intestino (103 a 1012/mL); Potencial contaminação da cirurgia. » Exógena Relacionados à manipulação do paciente/FO pelas equipes; Manipulação ambiental ACS Surgery: principles and practice. Prevention of postoperative infection. 2005 Dose contaminação bacteriana X Virulência da Bactéria -------------------------------------------------------------------------Hiperglicemia, hipotermia, Resistência do hospedeiro hipovolemia, choque e hemo transfusão Idade, Alcoolismo, DPC, DM, hipoalbunemia, má nutrição, obesidade, imunossupressores, etc Fonte: Fry DE, Fry RV. Surgical Site Infecion: The host factor. AORN; 2007;86(5)801-14 » Pré – operatório » Intra – operatório » Pós - operatório RECOMENDAÇÕES – CDC, APIC e AORN / USA APECIH e SOBECC / BRASIL Pré-operatório: preparo do paciente » Controle de doenças crônicas e tratamento de infecções » Tempo de internação pré-operatória » Orientação pré-operatória quanto a cirurgia » Tricotomia » Preparo de pele: banho pré-operatório, degermação e antissepsia » Profilaxia antimicrobiana* » Niel-Weise et al, 2005: revisão sistemática1: ˃ Não remoção de pelos < lâmina; ˃ Tricotomizador elétrico foi menos lesivo e eleva menos o risco de infecção que com lâmina. » Tanner J et al, 2008, revisão sistemática (1980 a 2005)2: ˃ Lâmina (2,8%) VS tricotomizador (1,4%); » Seropian, R, 1971: 24 horas pré-operatório (7,1%) VS próximo (3,1%) 3. 1- Hair Removal Policies in Clean Surgery: Systematic Review of Randomized, Controlled Trials. Infect. Control Hosp. Epidemiol., 26 (12): 923-8, 2005; 2- Woodings D, Moncaster K. Preoperative Hair Removal to Reduce Surgical Site Infection. The Cochrane Library, Issue 2, 2008. 3- Wound infections after preoperative depilatory versus razor preparation. Am. J. Surg.,121:251-4,1971 ˃ Recomendação CDC, 1999: Banho com agente antisséptico na noite anterior à cirurgia (categoria IB); Limpeza completa da região a ser operada com agente antisséptico (categoria IB); Utilize agente antisséptico adequado para pele; Aplique o antisséptico em movimentos concêntricos do centro para a periferia, em área ampla o bastante para assegurar possível ampliação da incisão (categoria II) Mangram AJ, Horan TC, Pearson ML, Silver LC, Jarvis WR. Guideline for prevention of surgical site infection, 1999. Infect Control Hosp Epidemiol 1999; 20: 250-278. » APIC Guideline. 2010: A ação de lavar e enxaguar remove microrganismos da pele. Para que o antisséptico - CHG tenha o máximo efeito, depois da aplicação deve-se deixar secar naturalmente, i.e, não enxaguar e não remover da pele. Para facilitar a adesão ao uso de CHG de maneira correta, recomenda-se o uso de toalhas impregnadas com o produto. Não há diferença entre CHG a 4% ou 2%. Para assegurar o cumprimento dos protocolos é fundamental estabelecer intervenção, referências, padronização de produtos com treinamento adequado do uso e educação do paciente. Greene LR, Mills R, Moss R, Sposato K, Vignari M. Guide to the elimination of orthopedic surgical site infections. An APIC Guide. 2010, http://www.apic.org/EliminationGuides. » Webster J, Osborne S, 2011 : Meta-análise 6 estudos (10.157 participantes). Três estudos comparando CHG 4% com placebo (7791 participantes): não houve redução de ISC estatisticamente significante. 1443 participantes (3 estudos) - comparação com sabonete em barra com CHG não demonstrou redução ISC. 1192 participantes (3 estudos) comparando banho com CHG versus não banho. Apenas um estudo apresentou redução estatisticamente significante. Resultado: Os estudos avaliados nesta revisão não apresentaram claras evidencias de que o banho pré-operatório com CHG reduz ISC. Limitações do estudo foram relacionadas a falta de padrão quanto ao potencial de contaminação cirúrgico avaliado, falta de Informação a respeito de antibiótico profilático, falta de padronização quanto a técnica do banho e acompanhamento pós-operatório. Preoperative Bathing or Showering with Skin Antiseptics to prevent Surgical site Infection Cochrane Database of Systematic reviews,2011 » Chlebicki MP et al, 2013:meta- análise (17.932 pacientes) Foram incluídos 16 estudos = banho CHG não reduz ISC. Falha na padronização de protocolos, acompanhamento do paciente, técnica do banho, uso de antibioticoprofilático, etc. O efeito do CHG é acumulativo e aumenta conforme aplicações repetidas. Em 7 estudos, tendência à redução das ISC em pacientes com múltiplas aplicações comparado à única aplicação, mas sem significância estatística (RR, 0.79; 95% CI: 0.60-1.03, P =0,08). Chlebicki MP et AL. Preoperative Chlorhexidine shower or bath for prevention of surgical site infection: a meta-analysis. . American Journal of Infection Control 41 (2013) 167-73 » Lipke VL, Hyott AS, 2010: Foram identificados os pacientes colonizados por MRSA e descolonização com mupirocina e uso toalhas impregnadas com CHG 2 % -não enxaguáveis, para todos pacientes submetidos a cesárea, prótese de quadril, prótese de joelho, gastroplastia, colocação de banda gástrica e osteossíntese de fratura (5570 pacientes). Resultado: combinação da descolonização nasal com mupirocina e banho com CHG, diminuiu as ISC em 78% e 63% das infecções caudadas por MRSA Lipke VL, Hyott AS.Reducing Surgical Site Infections by bundling multiple risk reduction strategies and active surveillance. AORN Journal. Sep 2010.vol 92(3):287-296. » Roesler Ret al, 2010: intervenção melhoria após aumento de MRSA Toalhas impregnadas com CHG para pacientes de cirurgias de próteses articulares e cirurgias laparoscópicas. Treinamento da enfermagem: limpeza da área por três minutos, secagem natural e nova esfregação por mais três minutos. Alguns cirurgiões mostravam-se contra esta prática pela demora. Os resultados obtidos com o trabalho prévio (3 meses) não foi suficiente para provar redução das taxas de infecção porém, o time do CC decidiu manter padrão para proteção: recomendação de banho pré-operatório para todas as cirurgias (unidade de internação) + utilização de toalhas impregnadas no CC. Resultado: o grupo conseguiu redução efetiva das taxas de ISC por MRSA, porém não pôde ser associada ao banho pré-operatório pois outras ações concomitantes foram realizadas. A principal razão para a redução da ISC Roesler R, Halowell CC, Elias G, Peters J. Chasing zero: our journey to preventing surgical site infection. AORN Journal. February 2010. Vol 91. Nº2. P.224-235. How-to Guide: Prevent Surgical Site Infection for Hip and Knee Arthroplasty. Cambridge, MA: Institute for Healthcare Improvement; 2012. (Available at www.ihi.org) Sequência de utilização das toalhas CHG: 1. Aplicar no pescoço, peito e abdômen, até a região umbilical. 2. Aplicar em ambos os braços, começando do ombro e terminando na ponta dos dedos. Então, limpar cuidadosamente as áreas das axilas. 3. Aplicar no quadril direito e esquerdo seguido da virilha. Certifique-se de limpar abdômen inferior, incluindo dobras e períneo. 4. Aplicar em ambas as pernas, iniciando nas coxas e terminando nos dedos dos pés. 5. Aplicar nas costas, iniciando na base do pescoço até a linha da cintura. 6. Aplicar nas nádegas. » Lee I., et al, 2010. Revisão sistemática Meta-análise : 9 estudos clínicos randomizados ( 3.614 pacientes). Antissepsia com CHG – menos ISC: RR 0.64 (0.51–0.80), comparado a Iodo/iodóforos. Lee I., et al. Systematic Review and Cost Analysis Comparing Use of Chlorhexidine with Use of Iodine for Preoperative Skin Antisepsis to Prevent Surgical Site Infection. Infect Control Hosp Epidemiol 2010; 31(12):1219-1229 Degermação de mãos da equipe cirúrgica Utilizar PVP-I ou Clorexidina degermante: • Realizar escovação nos leitos subungueais e ponta de dedos; • Friccionar as demais áreas das mãos e antebraços com a solução degermante. Duração do procedimento: 5 minutos para a primeira cirurgia 2 a 3 minutos entre os demais procedimentos Mangram AJ. Guidelines for prevention of surgical site infection. Infect Control Hosp Epidemiol 1999;20(4):250-78 Guideline for hand hygiene in health-care settings. MMWR 2002; vol. 51, no. RR-16 Rev Esc Enferm USP 2012; 46(6):1484-93 As preparações alcoólicas tiveram uma redução microbiana igual e/ou maior aos produtos tradicionais em 17 estudos e inferior em 4; as taxas de ISC foram similares. Portanto, existem evidências científicas que suportam a segurança das preparações alcoólicas para antissepsia cirúrgica das mãos. Guideline for hand hygiene in health-care settings. MMWR 2002; vol. 51, no. RR-16 OMS, 2009 » Pré – operatório » Intra – operatório » Pós - operatório RECOMENDAÇÕES – CDC, APIC e AORN / USA APECIH e SOBECC / BRASIL Proteger a incisão fechada primariamente com curativo estéril por 24 a 48 horas; Higienizar as mãos antes e após trocar curativos/ manusear ferida cirúrgica; Usar técnica asséptica - curativos; Educar o paciente/familiares sobre como cuidar de ferida, identificar sinais e sintomas de ISC e necessidade de reportá-los; Nenhuma recomendação quanto a cobrir uma incisão primariamente fechada por mais de 48 horas, nem quanto ao momento apropriado para tomar banho de imersão ou chuveiro com ferida descoberta. Mangram AJ, Horan TC, Pearson ML, Silver LC, Jarvis WR. Guideline for prevention of surgical site infection, 1999. Infect Control Hosp Epidemiol 1999; 20: 250-278. » Estudos “in vitro”: toxicidade em células humanas (fibroblastos, queratinócitos), retardando o processo de cicatrização; » Estudos “in vivo” em animais e estudos clínicos: resultados conflitantes. Feridas abertas: soro fisiológico Drosou A, Falabella A, Kirsner RS. Antiseptics on Wounds: an area of controversy. Wounds, 2003; 15(5):149-66 Tipos de cobertura e ISC Autores Wikblad e Anderson (1995) Tipo cirurgia Cardíaca Nº pacientes 250 randomização Tipos de cobertura Simples Hidrocoloide ou hidroativo Resultado - Simples melhor que hidroativa - Nenhuma diferença com hidrocoloide Allen (1996) Cardíaca 100 – uso sucessivo de 3 coberturas Gaze (24h) 3 coberturas sucessivamente Duoderm extrafino®, Opraflex®,, Opsite Post-Op® Nenhuma diferença nessas coberturas Wynne (2004) Cardíaca 737 Tradicional – (Primapore®) Hidroativo (Opsite) Hidrocoloide (Duoderm) Nenhuma diferença ISC e cicatrização > conforto, menor custo - tradicional Higiene das mãos – pré, intra e pós operatório 1. A higiene das mãos deve ser realizada exatamente onde você estiver (no ponto de assistência e/ou tratamento) 2. Você deve dar preferência à Friccão das mãos com produto alcoólico. Por que? 1. Porque é possível fazê-la no local da assistência e/ou tratamento, porque é rápido, mais eficaz e mais bem tolerada na pele das mãos. 3. Você deve higienizar as mãos com água e sabonete apenas quando estiverem visivelmente sujas 4. Você deve higienizar as mãos usando as técnicas adequadas e o tempo necessário 5. São 5 os momentos essenciais para higienização das mãos Infecção da Corrente Sanguínea associada CVC Higiene adequada das mãos Uso de barreira máxima Anti-sepsia da pele com Clorohexidine (30’) Escolha adequada do sítio de inserção (preferir subclávia) Revisão diária da necessidade do CVC Pneumonia associada a VM Decúbito de 30º a 45º para crianças e 15º a 30º para neonatos Prevenção de TVP Despertar diário para extubação precoce Prevenção de úlcera péptica Prevenção de ITU associada à SVD Indicação criteriosa. Inserção com técnica asséptica Remoção precoce da SVD Obrigada!!! [email protected]