PROJETO EDUCATIVO DA ESCOLA DE MÚSICA DO ORFEÃO DE LEIRIA A MÚSICA COMO PARTILHA INDIVIDUAL E COLETIVA 2013-2016 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 ÍNDICE PRÓLOGO ........................................................................................................................................................... 4 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E OBJETIVOS .................................................................................. 5 1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ........................................................................................................ 7 1.1. ENQUADRAMENTO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO ........................................................................................ 7 1.2. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ECONÓMICO-SOCIAL ...................................................................................... 7 1.3. CARACTERIZAÇÃO CULTURAL...................................................................................................................... 8 1.4. CARACTERIZAÇÃO EDUCATIVA .................................................................................................................. 11 1.5. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA ................................................................................................................... 12 1.5.1. LOCALIZAÇÃO .......................................................................................................................................................... 12 1.5.2. FREQUÊNCIA ............................................................................................................................................................ 12 1.5.3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................................................................ 13 1.5.4 RECURSOS MATERIAIS............................................................................................................................................. 16 1.5.5 RECURSOS FINANCEIROS ........................................................................................................................................ 17 1.5.6 RECURSOS DA COMUNIDADE .................................................................................................................................. 18 2. ESTRUTURA CURRICULAR .................................................................................................................... 20 2.1 INICIAÇÃO .................................................................................................................................................... 20 2.2 CURSO BÁSICO ............................................................................................................................................. 21 2.3 CURSO SECUNDÁRIO ..................................................................................................................................... 22 2.4 CURSOS LIVRES............................................................................................................................................. 23 2.5 CURSOS PROFISSIONAIS .............................................................................................................................. 23 3. SUCESSO E ABANDONO ESCOLAR ....................................................................................................... 25 4. CLIMA DE ESCOLA .................................................................................................................................... 25 5. FINALIDADES ............................................................................................................................................. 27 5.1 MELHORIA DA QUALIDADE DAS APRENDIZAGENS ..................................................................................... 27 5.2 MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA ESCOLAR ............................................................................................ 29 5.3 DINAMIZAR AS RELAÇÕES ESCOLA-MEIO ................................................................................................... 30 5.4 INOVAR E DESENVOLVER ............................................................................................................................. 31 2 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 6. AVALIAÇÃO DO PROJETO EDUCATIVO ............................................................................................. 32 7. ALUNOS ........................................................................................................................................................ 33 7.1 CRITÉRIOS DE ADMISSÃO ............................................................................................................................ 33 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................ 34 3 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 PRÓLOGO O Projeto Educativo de Escola é um meio de gestão, de avaliação e de projeção do futuro. Mais do que um mero traçar de objetivos e de atividades, constitui um meio de mobilização de vontades, da direção e rumo a tomar. O diagnóstico da escola, a avaliação e as estratégias de como caminhar rumo ao sucesso educativo, cívico e cultural, na premissa da conquista de uma sociedade melhor, transforma-se num vetor de mudança e de melhoria numa sociedade em constantes mutações. O acompanhamento dessas mudanças, a adaptação da escola ao meio onde se insere, assim como a permanente interação com esse mesmo meio, deve ser o modus operandi de uma escola que se quer na senda por um ensino melhor, de qualidade e de contributo válido e importante para a educação do futuro, nomeadamente ao nível do ensino artístico. A instituição escola de música não é um edifício com materiais e nome. A escola é um lugar vivo, construída por pessoas e para as pessoas. É a matéria humana que faz a vida das instituições; quanto mais partilhada for a vivência humana e social da escola, mais rica e autónoma será a instituição. A busca de valores culturais, educacionais e de cidadania é o caminho que percorremos todos os dias. O projeto educativo de escola é um modelo, uma base onde se repensa o passado perspetivando o futuro. 4 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E OBJETIVOS A Escola de Música do Orfeão de Leiria | Conservatório de Artes (OL|CA), tem concretizado o objetivo de contribuir significativamente para a melhoria do nível cultural e musical da região, assim como do meio onde se insere e ao qual serve. O território envolvente tem igualmente beneficiado da influência cultural da instituição. Os concelhos vizinhos e toda a região centro, auferem de um clima musical, que através de múltiplas atividades, tem expandido a cultura musical num efeito de espiral positiva. A melhoria do nível cultural musical foi o objetivo primordial do OL|CA ao longo da sua história. Este caminho, ainda que não expresso em termos formais, constitui a pedra angular da instituição. O seu veículo fundamental é a Escola de Música do Orfeão de Leiria (EMOL), cuja oficialização em 1990, transmitiu uma força institucional em força legal, num motor musical da região, quer ao nível do ensino da música, quer da sua difusão. O objetivo geral da EMOL é o ensino da Música; a especificidade dos objetivos emerge dos vários públicos-alvo e intenções expectáveis a que este ensino se dirige: fundamentalmente crianças e jovens que procuram uma educação musical integrada num percurso académico regular ou uma via profissional musical. Para outros segmentos etários, a EMOL aposta na formação e educação ao longo da vida, quer através dos cursos livres, quer através do Conservatório Sénior. Desta forma abarca todas as faixas etárias, desde o Projeto zero//cinco até ao Conservatório Sénior, passando pelos diversos regimes oficiais de ensino da música. A EMOL conta com autonomia pedagógica, tendo um projeto educativo próprio. Esse projeto conta com a participação de todos, na premissa de que as pessoas na instituição constituem o leitmotiv de toda a ação. A EMOL, assim com a instituição que a tutela, o OL|CA, vive e produz cultura e educação para as pessoas. 5 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 Foi entendimento que o projeto educativo de escola deve emergir da história da EMOL e projetar ou perspetivar o futuro, assegurando o presente e respeitando a história da instituição, a sua imagem de marca, o seu simbolismo histórico, a sua marca genética. A concretização de tal tarefa pressupõe o envolvimento ativo de toda a comunidade escolar, os encarregados de educação, os pais, os alunos, órgãos de gestão e administração, docentes, pessoal não docente, mas também da comunidade e do meio envolvente não diretamente relacionado com a escola. Através das múltiplas atividades desenvolvidas, quer sejam concertos, atividades didáticas ou outras, levando a escola para a cidade e os meios rurais envolventes, abrindo desta forma a escola à sociedade, multiplicando assim a oferta cultural existente, vamos também criando laços com a sociedade civil e com as escolas do ensino regular. Com estas últimas temos uma relação privilegiada, quer ao nível institucional, quer humano, fruto dos protocolos existentes ao nível do ensino articulado e profissional. Avaliado o Projecto Educativo do triénio 2009/13, verificou-se que alguns dos objectivos traçados não foram atingidos. Por outro lado, as alterações legislativas relativas ao ensino artístico exigem a formulação de novos objetivos. Justifica-se, pois, a revisão do Projecto Educativo da EMOL, actualizando-o e tentando inscrever nele o sentir de toda a comunidade educativa que, naturalmente, deve ser a base das orientações da gestão pedagógica e administrativa da EMOL (PEE, 2009/13). Tendo em conta o sentido de pertença e de partilha que a música proporciona, tentaremos fazer justiça ao prestígio da instituição que contando quase com setenta anos de história, tem permanecido um farol de conhecimento cultural numa cidade central. A importância da música enquanto benefício tanto para o corpo como para a mente está hoje provada cientificamente. A neuromúsica permanece uma área de investigação que atrai os neurocientistas mais proeminentes. A importância da música como factor de incremento no desenvolvimento cognitivo, motor e social, tem impelido a instituição a abranger cada vez mais grupos de 6 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 alunos e a aumentar também o volume de matrículas. O que nos move é o acesso da arte para todos, nomeadamente na música. A arte como factor de desenvolvimento democrático e de cidadania, constitui um dos pilares das mais modernas e avançadas civilizações. O lema do nosso projeto é a melhoria da qualidade das aprendizagens. 1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO 1.1. ENQUADRAMENTO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO A Escola de Música do Orfeão de Leiria | Conservatório de Artes, é uma escola particular de ensino artístico especializado, sujeita ao Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo, tutelada pelo Orfeão de Leiria|Conservatório de Artes, instituição de utilidade pública, constituindo um dos seus mais importantes departamentos. Obteve o seu paralelismo pedagógico em 12 de Julho de 1990 e autonomia pedagógica a partir do ano letivo 2009-2010, funcionando nos regimes de iniciação, articulado, supletivo e ensino profissional em cooperação com as Escolas Secundárias da região. 1.2. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ECONÓMICO-SOCIAL Nesta caracterização apresentamos, sempre que se justifique, um pouco da história do desenvolvimento da cidade e da região, particularmente no que respeita à vertente cultural e à das infra-estruturas, com realce para as culturais. A região de Leiria é caracterizada por um forte desenvolvimento económico, a par de uma grande industrialização. O seu tecido económico e empresarial constitui um exemplo a nível nacional. As indústrias da cerâmica, do vidro, dos moldes, dos plásticos, da madeira e da construção civil, esta última em declínio, propiciam o retardar da crise nalguns sectores sociais da região. Por outro lado, a grande proliferação de restaurantes e de gastronomia Leiriense, conhecida pela sua 7 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 excelência, assim como a proximidade com o Santuário de Fátima e o Mosteiro da Batalha, assim como a proximidade marítima, enaltecem o sector turístico. As lojas de comércio de instrumentos e materiais musicais também proliferam na região, fruto da procura e das necessidades da população estudantil musical, mas também das inúmeras bandas filarmónicas que populam no distrito de Leiria. O mecenato cultural tem alguma projeção em Leiria, ainda que nunca sendo o suficiente, constituí no entanto o financiamento quase exclusivo de alguns eventos culturais. Existem duas Associações empresariais – NERLEI (Núcleo Empresarial da Região de Leiria) e ACILIS (Associação Comercial e Industrial de Leiria). 1.3. CARACTERIZAÇÃO CULTURAL Com uma tradição cultural que, no passado, foi também importante em outras áreas artísticas, a música ocupou sempre um papel privilegiado. De facto, a música em Leiria está marcada no seu passado recente, de acordo com o investigador João Cabral, por três realidades: os movimentos orfeónicos, a banda militar e as entidades promotoras de concertos “Horas de Arte” (Liceu Rodrigues Lobo), “Círculo de Cultura Musical” e “Pró-arte” (Conservatório Nacional). Os movimentos orfeónicos surgiram no início do séc. XX, formando-se vários grupos, com destaque para o Orfeão de Leiria; a banda militar, através dos seus músicos, contribuiu para a formação de várias orquestras e forneceu à cidade e à região, para além de muitos concertos, muitos regentes filarmónicos. Foi com todos estes “ingredientes” que foi possível ouvir repertório coral sinfónico e concertístico, chegando a promover-se obras de compositores locais. As citadas entidades promotoras de concertos, nas décadas de 30 a 60 do século passado, trouxeram a Leiria, ao extinto teatro D. Maria Pia, os melhores intérpretes nacionais e internacionais de então: Orquestra da Emissora Nacional, Pedro de Freitas Branco, Frederico de Freitas, Igor Markevitch, Viana da Mota, Maria João Pires, Nikita Magalof, entre outros. 8 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 Através do Festival “Música em Leiria”, promovido pelo Orfeão de Leiria | Conservatório de Artes, a partir de 1983, tem sido possível manter a tradição de trazer a Leiria e a outras cidades da região concertos de Música Erudita, para além de outros géneros musicais, com maestros, intérpretes e compositores de referência, nacionais e internacionais, pelo menos uma vez por ano, durante cerca de dois meses. Ao longo da história leiriense tem havido uma grande diversidade de práticas musicais, em que se salientam as bandas filarmónicas (40), os ranchos folclóricos (29), os coros amadores, os coros paroquiais, os grupos de música tradicional (7), os artistas populares, os conjuntos de baile e um número significativo de jovens bandas com linguagens musicais diversas, como o Pop, o Metal, o Rock, o Alternativo, o Industrial, etc., algumas das quais com projeção nacional, para além dos “freelancers”, que cultivam linguagens musicais adequadas ao tipo de público que servem. As festas tradicionais, os casamentos, as cerimónias religiosas, os bailes de aldeia, as festas académicas e os bares noturnos, que têm florescido nos últimos anos, são o mercado de trabalho destas formações. O Orfeão de Leiria iniciou a sua atividade em Maio de 1946, com um Coral dirigido por Rui Barral, a que se sucederam, ao longo dos anos de ininterrupta atividade, vários outros ilustres maestros; dedicou-se, no entanto, às atividades de outras áreas artísticas, nomeadamente ao teatro e à dança. O Coral foi o embrião do que é hoje o Orfeão de Leiria | Conservatório de Artes, entidade de referência no âmbito cultural, autêntico ex-libris cultural da cidade e de uma vasta região que não se confina ao concelho de Leiria, a única que, por três vezes, foi distinguida por diferentes governos com a Medalha de Mérito Cultural, desenvolvendo a sua atividade ao longo das suas mais de seis décadas. Na última década o OL|CA lançou dois projetos de referência a nível nacional: o Festival Internacional de Guitarra de Leiria (FIGL) e o Estágio Internacional de Orquestra. Estes eventos têm contado com a presença de grandes nomes da música quer a nível nacional quer internacional. Salientamos que estes projetos têm enriquecido sobremaneira a qualidade dos nossos alunos. 9 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 No que respeita a infraestruturas culturais, durante muitos anos, apenas existiram, em Leiria, o Teatro D. Maria Pia e o Orfeão de Leiria, com o seu auditório, onde se desenvolviam as atividades culturais mais significativas e de maior projeção. Havia ainda o Grémio Literário e o Ateneu de Leiria, para tertúlias e atividades mais ligadas à literatura; a partir de 1966 surge o Teatro José Lúcio da Silva, uma sala de espetáculos polivalente, mas predominantemente aproveitada para o cinema. Para além do auditório do OL|CA, durante largos anos não existiam quaisquer outros auditórios na cidade e o Grémio Literário e o Ateneu perderam o vigor que chegaram a ter durante os anos 50 e 60 do século XX. No pós-25 de abril começam a surgir grupos de teatro independentes, entre os quais o TELA, instalados em espaços provisórios, que acabaram por desaparecer. No entanto, o Orfeão de Leiria mantevese sempre em atividade, com os seus Corais, a Dança e mesmo o Teatro. Esporadicamente, o Teatro José Lúcio da Silva era palco de outras atividades culturais (saraus, teatro, bailado e concertos, na sua maioria promovidos pelo OL|CA e apoiados pela Câmara Municipal de Leiria, proprietária do Teatro). Hoje há vários auditórios na cidade, privados e públicos, nomeadamente os das escolas do Instituto Politécnico de Leiria (IPL); de âmbito municipal, para além do Teatro José Lúcio da Silva, onde se realizaram obras que permitem apresentar qualquer tipo de espetáculo, existe o Teatro Miguel Franco, no antigo Mercado de Sant’Ana, espaço polivalente, onde há cinema, teatro, dança e outras atividades culturais, assim como novas salas de cinema (Cinema City e LeiriaShopping). Outros espaços têm sido utilizados como locais de concerto, destacam-se as várias igrejas da região. Por outro lado, algumas livrarias realizam atividades musicais, não se limitando somente ao comércio mas também à divulgação cultural e musical. Existem também museus, como o Moinho de Papel e o Museu de Imagem em Movimente, entre outros, que abarcam um já significativa capacidade de fazer interagir a música com as outras artes. 10 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 1.4. CARACTERIZAÇÃO EDUCATIVA Em relação à educação, existiam nove agrupamentos de escolas, agora alguns transformados em mega agrupamentos, existe igualmente o IPL, uma escola profissional e o Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA). O ensino da música está igualmente bem consolidado no concelho. Para além da EMOL, existe a SAMP e ainda escolas não oficiais, escolas particulares que ministram o ensino da música. Estas são sobretudo coletividades e bandas filarmónicas. Nos conselhos limítrofes existem já outros conservatórios e academias oficiais de música, nomeadamente, em Alcobaça, Ourém-Fátima, e Pombal. Foi em 1982, graças ao impulso de José Ferreira Neto, que se criou, no então Orfeão de Leiria, uma Escola de Música. No entanto, só em 1990, por despacho do Ministério da Educação, passou a ser escola de música com ensino oficializado, na altura a única escola do distrito nestas condições. 11 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 1.5. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA 1.5.1. LOCALIZAÇÃO A EMOL está instalada no edifício sede do Orfeão de Leiria|Conservatório de Artes, na Avenida 25 de Abril, em Leiria. 1.5.2. FREQUÊNCIA A Escola de Música do Orfeão de Leiria, situa-se no distrito de Leiria. Contudo, a área de residência dos alunos desta escola não se confina ao conselho de Leiria. Alguns dos seus alunos são oriundos dos concelhos da Marinha Grande, Batalha, Pombal e até Alcobaça. O leque de alunos que frequenta atualmente a EMOL, preenchem cinco categorias: Crianças e jovens provenientes de famílias com alguns recursos económicos que querem integrar a música na educação dos seus filhos; Jovens com alguma experiência musical, que estando desfasados no ensino regular, pretendem ainda assim estudar música, ainda que de uma forma autofinanciada. Crianças que frequentam a escolaridade obrigatória e que, pela gratuitidade do regime articulado, usufruem da oportunidade para adquirir cultura musical e, particularmente, aprender a tocar um instrumento, independentemente de desejarem prosseguir uma carreira musical. Jovens com o 9º ano de escolaridade concluído que frequentam o ensino profissional na área da Música, tendo a possibilidade de optar por uma carreira musical, de um modo gratuito e intensivo. Para além destas categorias de alunos, existem ainda os alunos do Conservatório Sénior, direcionada para a faixa etária de mais de 50 anos, que em regime de curso livre, têm a oportunidade de estudar música, contribuindo assim para as aprendizagens ao longo da vida, auferindo desta forma de maior 12 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 qualidade de vida e de bem-estar, assim como o Projeto Zero//Cinco que se encontra totalmente direcionado para crianças dos zero aos cinco anos. 1.5.3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL A estrutura organizacional da EMOL decorre da sua existência como departamento do OL|CA, pelo que se apresenta o organograma desta instituição e o enquadramento da Escola nela. ORGANOGRAMA 13 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 Os Corpos Sociais do OL|CA, incluindo a Direção, funcionam em regime de voluntariado, tendo mandatos de dois anos, de acordo com os Estatutos da instituição. Cabe à Direção a tutela das diferentes escolas, onde se inclui a EMOL. Assim, é atribuída a um dos elementos da Direção a responsabilidade direta do funcionamento das escolas. Isto significa, por um lado, que não há obrigatoriedade de presença na Escola, em horário fixo, do “diretor para as escolas”, dependendo assim da disponibilidade deste. No entanto, existe sempre disponibilidade para a resolução de qualquer problema que seja comunicado pela Direção Pedagógica. 1.5.3.1 RECURSOS HUMANOS Os recursos humanos da escola são o pessoal docente, o pessoal não docente, os pais e encarregados de educação e os alunos. 1.5.3.2 PESSOAL DOCENTE A EMOL teve, no ano letivo de 2012/2013, 47 professores, dos quais 36% profissionalizados, 40,5% com habilitação própria e 23,5% com autorização de lecionação. A estabilidade e a exclusividade, a nível de docência e a nível de direção pedagógica, são fatores essenciais ao desenvolvimento de um projeto educativo plurianual. Apesar de 62% dos professores estarem na escola há mais de 5 anos, só 30% têm nela horário completo, sendo os restantes simultaneamente docentes noutras escolas de música ou do ensino regular. Para além disso, e nesta área de ensino, felizmente, os professores não exercem exclusivamente a docência, sendo músicos que, como tal, têm outros compromissos profissionais. Assim, embora esta situação lhes permita manter um nível de performance consentâneo com um ensino artístico de qualidade, ela traz algumas dificuldades na organização e funcionamento da escola. No entanto, apesar das mudanças pontuais, tem sido possível assegurar uma considerável estabilidade do corpo docente, que tem permitido atingir níveis de qualidade que são motivo de orgulho para o OL|CA, no seu conjunto e, em particular, para a EMOL. Nos últimos anos, a direção pedagógica tem sido exercida por dois docentes da EMOL, sendo que, pelo menos um dos elementos que a constituem tem mantido 14 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 o cargo, promovendo a estabilidade e continuidade necessária para o desempenho destas funções. 1.5.3.3 PESSOAL NÃO DOCENTE A EMOL, estando integrada no OL|CA, não tem pessoal não docente exclusivo da Escola. No entanto, na distribuição das tarefas deste pessoal, foram atribuídas funções especificamente relacionadas com a EMOL, nomeadamente nas áreas de atendimento, alunos, pessoal docente e contabilidade. 1.5.3.4 ALUNOS No ano letivo e 2013/2014 a EMOL volta a eleger os órgãos sociais da Associação de Estudantes, o que facilitou, numa primeira fase, o diálogo com os alunos e o seu contributo na iniciativa e organização de atividades. No entanto, a direção pedagógica da EMOL tem promovido um contacto privilegiado no que respeita ao diálogo com todos os alunos da escola. 1.5.3.5 PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO Os pais e encarregados de educação dos alunos da escola, bem como outros familiares que os podem acompanhar (pais e avós, principalmente) fazem parte da comunidade escolar e são essenciais à dinâmica de inovação que se pretende manter, particularmente no que respeita aos alunos de idade inferior aos 5 anos e aos alunos portadores de deficiência. No ano letivo de 2013/2014 constituiu-se uma Associação de Pais e Encarregados de Educação conjuntamente com a Escola de Dança do Orfeão de Leiria | Conservatório de Artes (EDOL), durante a vigência do anterior Projeto Educativo, foi um dos objetivos atingidos. Pretende-se que esta Associação seja um excelente instrumento ao serviço da ligação dos encarregados de educação às Escolas e um suporte firme para a existência de um clima de exigência e rigor que a qualidade da aprendizagem artística exige. Também neste aspeto detetamos problemas e observamos que os pais, grosso modo, se mantém à margem da escola, intervindo somente quando é absolutamente necessário. 15 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 1.5.4 RECURSOS MATERIAIS Incluímos, neste ponto, as instalações onde funciona a Escola, bem como o equipamento e material (didático e outro) utilizado apenas pela EMOL e o partilhado com os outros departamentos do OL|CA. 1.5.4.1 INSTALAÇÕES O edifício onde está instalada a EMOL possui 5 pisos por onde se distribuem: Secretaria*, dotada de equipamento adequado, nomeadamente equipamento informático e de reprografia Centro de documentação;* Gabinete dotado de cacifos individuais para professores;* Sala da Direção do OLCA, que funciona também como Sala de Reuniões; Gabinete da Direção Pedagógica, dotada de dois computadores; Sala polivalente;* Auditório* com capacidade normal para 250 pessoas; Salas de estar;* Elevador;* Instalações sanitárias* nos diferentes pisos, com uma para deficientes; Cozinha* 12 Salas de aula para instrumento; 3 Salas para aulas de turma*; 1 Sala para os projetos kids@piano e seniors@piano; 1 Sala para o projeto Zero//Cinco*; 16 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 * Não são exclusivos da EMOL, mas partilhados com outros departamentos e serviços do OLCA. Existiam dificuldades de instalações, dada a diversidade de instrumentos cujo ensino se ministra e o funcionamento, no mesmo edifício, dos outros departamentos do OL|CA, tendo havido necessidade pontual de recorrer a outros espaços. Neste momento e fruto de uma melhor organização quer entre classes quer de espaço, tal problema encontra-se sanado. 1.5.4.2 EQUIPAMENTO E MATERIAL DIDÁTICO Atendendo à área de ensino, a maior parte do material didático é constituída por instrumentos musicais, em particular aqueles cujo ensino é ministrado na Escola, e respetivos acessórios. No entanto, para as aulas teóricas e práticas e para atividades não letivas, é utilizado outro tipo de material, nomeadamente máquina de filmar, máquina fotográfica, retroprojector, aparelhagens, gravadores e leitores de áudio e vídeo, projetores de vídeo, leitores de DVD, computadores, entre outros. 1.5.5 RECURSOS FINANCEIROS O orçamento da EMOL é na sua grande parte e até este momento, resultante da verba atribuída pelo Ministério da Educação e do Plano Operacional de Potencial Humano (POPH) para subsidiar os regimes de ensino articulado, supletivo e iniciação, dependendo do número de alunos inscritos nestes regimes, das propinas pagas pelos alunos nos regimes em que isso é possível e das verbas disponibilizadas pela Direção do OL|CA, particularmente para a compra de material e equipamento como por exemplo instrumentos musicais. Atualmente, existem ainda muitas incertezas quanto à atribuição de financiamento, o que compromete a estabilidade financeira e, consequentemente, pedagógica da instituição. Uma das grandes ajudas que a EMOL tem aproveitado é o contrato-programa estabelecido com a Câmara Municipal de Leiria, que permite, através de um subsídio, 17 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 manter a um nível aceitável as propinas pagas pelos alunos e a aquisição de instrumentos. Algumas atividades são também subsidiadas pela comunidade, quer através do mecenato quer através do pagamento de entradas em espetáculos promovidos pelo OL|CA. 1.5.6 RECURSOS DA COMUNIDADE A EMOL, ao longo dos anos, tem privilegiado a cooperação com escolas do ensino regular, dirigentes locais e com a comunidade leiriense, não descurando o tecido sociocultural e empresarial em que se insere. Igualmente, a sua linha de atuação tem vindo a estender-se além-fronteiras. Esta colaboração é um elemento facilitador na consecução do projeto a que nos propomos e tem permitido estabelecer parcerias e protocolos com diversas entidades. No âmbito escolar a EMOL tem protocolos com os seguintes estabelecimentos de ensino: Ensino Básico Colégio Dinis de Melo Escola EB2,3 D. Dinis Escola Básica e Secundária da Batalha Agrupamento de Escolas de Marinha Grande Poente (Escola EB2,3 Guilherme Stephens) Escola EB2,3 José Saraiva Escola EB2,3 de Marrazes Jardim-Escola João de Deus Ensino Secundário Agrupamento de Escolas de Marinha Grande Poente (Escola Secundária Eng.º Acácio Calazans Duarte) Escola Secundária Domingos Sequeira 18 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 Ensino Superior Escola Superior de Música de Lisboa (ESML) Instituto Jean Piaget de Almada | ISEIT Universidade do Minho Os protocolos de cooperação com as Instituições de Ensino Superior visam proporcionar aos alunos da ESML a realização de estágios pedagógicos na EMOL, no âmbito do Mestrado em Ensino da Música. 19 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 2. ESTRUTURA CURRICULAR 2.1 INICIAÇÃO As classes de iniciação destinam-se a alunos que frequentem o primeiro ciclo do Ensino Básico e que relevem interesse pelo estudo da Música em geral e do instrumento em particular. Vigente na Portaria 225/2012 de 30 de julho. Segundo o artigo 3.º a duração global mínima será de 135 minutos semanais. CURSO Acordeão Clarinete Contrabaixo Cravo Fagote Flauta de Bisel Flauta Transversal Guitarra Harpa Oboé Órgão de Tubos Percussão Piano Saxofone Trombone Trompa Trompete Tuba Violeta Violino Violoncelo NÍVEL DISCIPLINAS Iniciação I Formação Musical | 45 minutos Iniciação II Classe de Conjunto (Coro, Grupo Instrumental) | 45 minutos Iniciação III Instrumento | 45 minutos partilhados Iniciação IV até 4 alunos 20 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 2.2 CURSO BÁSICO Para o ensino oficial, em regimes articulado e supletivo, o plano de estudos corresponde ao estabelecido na Portaria 225/2012 de 30 de Julho, que se apresenta na tabela seguinte. O plano de estudos vigente é o estabelecido na Portaria acima mencionada. CURSO Acordeão Canto Clarinete Contrabaixo Cravo Fagote Flauta de Bisel Flauta Transversal Guitarra Harpa Oboé Órgão de Tubos Percussão Piano Saxofone Trombone Trompa Trompete Tuba Violeta Violino Violoncelo NÍVEL 1º Grau DISCIPLINAS Formação Musical Classe de Conjunto (Coro, Música de 2º Grau Câmara, Orquestra) Formação Musical Classe de Conjunto (Coro, Música de 3º Grau Câmara, Orquestra) Instrumento Formação Musical Classe de Conjunto (Coro, Música de 4º Grau Câmara, Orquestra) Instrumento Formação Musical 5º Grau Classe de Conjunto (Coro, Música de Câmara, Orquestra) Instrumento 21 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 2.3 CURSO SECUNDÁRIO Para o ensino secundário, em regimes articulado e supletivo, o plano de estudos corresponde ao estabelecido na Portaria 243-B/2013 de 13 de agosto. O plano de estudos vigente é o estabelecido na Portaria acima mencionada. CURSO Acordeão Canto Clarinete Contrabaixo Cravo Fagote Flauta de Bisel Flauta Transversal Guitarra Harpa Oboé Órgão de Tubos Percussão Piano Saxofone Trombone Trompa Trompete Tuba Violeta Violino Violoncelo NÍVEL DISCIPLINAS História da Cultura e das Artes 6º Grau (10º ano) Formação Musical Análise e Técnicas de Composição Oferta Complementar (Acústica) 7º Grau (11º ano) Instrumento Classe de Conjunto (Coro, Música de Câmara, Orquestra) 8º Grau (12º ano) Disciplina de Opção (Baixo Contínuo, Acompanhamento e Improvisação, Instrumento de Tecla) 22 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 2.4 CURSOS LIVRES Os cursos livres comtemplam todos os instrumentos que constam no regime oficial, acrescidos de: Órgão Electrónico Guitarra eléctrica Viola Baixo Kids@Piano Violino- Método Suzuki Escola de Jazz, Pop e Rock Paralelamente a estes cursos, funciona também o projeto Zero//Cinco em que as crianças dos zero aos cinco anos de idade, com a presença e participação dos pais, têm aulas informais de Música e Movimento em diferentes níveis. Nos últimos níveis, entram em contacto directo com os instrumentos musicais, orientando-se para a aprendizagem de um instrumento ou da Dança. 2.5 CURSOS PROFISSIONAIS Na perspetiva de proporcionar aos alunos uma via profissionalizante quando terminam o Curso Básico, sem necessidade de sair da região, várias foram as diligências, ao longo dos últimos anos, para a criação de Cursos Profissionais de Instrumentista. Assim, mediante protocolo com a Escola Secundária de Domingos Sequeira e a Escola Secundária Engenheiro Acácio Calazans Duarte, passaram a integrar a rede escolar a partir de 2009/10, a funcionar nas suas instalações e nas da EMOL, o Curso Profissional de Instrumentista de Cordas e de Teclas e o de Instrumentista de Sopros e de Percussão, criados, respetivamente, pelas Portarias n.º 220/2007 e n.º 221/2007, ambas de 1 de Março, com os seguintes planos de estudos: 23 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 Cursos Profissionais de Instrumentista (Port. N.º 220/2007 e n.º 221/2007, de 1 de Março) Componentes Curso Disciplinas Total de de formação Sociocultural horas(a) Português 320 Língua Estrangeira I, II ou III (b) 220 De Cordas Área de Integração 220 e de Tecla Tecnologias De Sopros da Informação Científica 140 Educação Física 1000 Subtotal História da Cultura e das Artes 200 Teoria e Análise Musical 150 Física do Som 150 Instrumentos De Cordas e de Tecla Técnica 100 Comunicação e Percussão e (Específico Subtotal 500 e 270 de acompanhamento) 200 Música de Câmara 480 Naipe, Orquestra e Prática de 230 Acompanhamento 420 Projetos Coletivos 1600 Formação em Contexto de Trabalho Subtotal De Sopros Instrumentos 290 e Conjuntos instrumentais 180 de Naipe e Orquestra 480 Projetos Coletivos e Improvisação 230 Formação em Contexto de Trabalho 420 Percussão Subtotal 1600 Total de horas dos Cursos 3100 (a) Carga horária global não compartimentada pelos três anos do ciclo de formação, a gerir pela escola, no âmbito da sua autonomia pedagógica, acautelando o equilíbrio da carga anual de forma a optimizar a gestão modular e a Formação em Contexto de Trabalho. 24 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 (b) O aluno escolhe uma língua estrangeira. Se tiver estudado apenas uma língua estrangeira no ensino básico, iniciará obrigatoriamente uma segunda língua no ensino secundário. 3. SUCESSO E ABANDONO ESCOLAR Os resultados obtidos têm sido, ao longo do percurso da EMOL, francamente positivos. Indicador significativo é o facto de muitos dos seus ex-alunos frequentarem ou terem já concluído estudos superiores musicais no país e no estrangeiro, sendo hoje músicos consagrados, quer a nível nacional quer internacional, ou professores em escolas de Música. Orgulhamo-nos do facto de cerca de 20% dos professores que atualmente lecionam na EMOL terem sido alunos da Instituição. A qualidade das audições e das participações dos alunos da Escola, em eventos que lhes permitem assumir algum protagonismo, são um dos motores do reconhecimento regional e até nacional e internacional que a Escola já tem. Outro é, sem dúvida, o papel desempenhado pelos pais e encarregados de educação, que, progressivamente, têm vindo a participar mais ativamente nas atividades da Escola, não só naquelas em que intervêm os seus educandos mas também nas muitas atividades promovidas pela Escola e pelo OL|CA. Os múltiplos eventos em que os alunos participam fora da escola, são representativos e ilustrativos da sua qualidade, sejam concursos musicais, festivais e intercâmbios. De destacar os “ Escolas em Palco nos Dias da Música”, ou “1001 Músicos”, estes realizados no Centro Cultural de Belém, “Prémios Honoríficos David Russell”, Espanha, “Prémio Jovens Músicos”, entre outros. 4. CLIMA DE ESCOLA Conforme estudo apresentado em Monografia de licenciatura em Psicologia Social e das Organizações, em 2005, por Maria José Reis Alves, todos os colaboradores do OL|CA têm uma forte ligação a esta Organização, considerando-a merecedora de confiança, com grande significado para as suas vidas, permitindo a sua realização pessoal, autonomia e iniciativa. Trata-se, pois, de acordo com a terminologia adoptada pela autora do estudo, de uma “organização autentizótica”. (PEE, 2009/13) 25 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 No que respeita especificamente à Escola, ela reflete este mesmo carácter “autentizótico”. Efetivamente, apesar do referido no ponto 3.4.1., a motivação dos professores é grande. Para isso julgamos contribuir o trabalho conjunto da Direção do OL|CA com a Direção Pedagógica da Escola e a lógica de inter e transdisciplinaridade no funcionamento da Instituição que a suporta, o Orfeão de Leiria | Conservatório de Artes. Uma das especificidades da Escola reside no facto de ela estar integrada numa instituição com outros departamentos/áreas artísticas (EDOL, Corais, Música Tradicional, Festival Música em Leiria e Conservatório Sénior), proporcionando aos seus alunos e professores o contacto com outras áreas artísticas e permitindo a realização conjunta de atividades multidisciplinares. É também de salientar a ligação da instituição à comunidade, sendo solicitada a sua participação em muitos acontecimentos culturais e de solidariedade social, com particular destaque para a EMOL. Tudo isto proporciona a perceção de uma grande consideração social relativamente à escola e aos seus alunos, justificando que estes tenham elevadas expectativas quanto ao prosseguimento de estudos de nível superior e à sua inserção no mercado de trabalho, como músicos. 26 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 5. FINALIDADES A EMOL tem procurado, desde a sua criação, e particularmente desde a sua oficialização, consolidar um ensino da música de qualidade, segundo as teorias pedagógicas e as metodologias mais avançadas, tendo em vista o objetivo de ser “escola com autonomia pedagógica”, conseguido no ano letivo 2009-2010. Assim, tendo em conta que o trabalho pedagógico em qualquer escola, como organização social que é, depende das suas condições organizacionais e considerando: que o aparecimento, o desenvolvimento e o nível das aptidões musicais de um indivíduo dependem dos estímulos musicais a que ele está sujeito ao longo da vida e, particularmente, nos seus primeiros anos; que o processo de ensino/aprendizagem da música não se resume à aprendizagem de um instrumento dentro de uma sala de aula; que a probabilidade de atingir elevados níveis de sucesso diminui se a aprendizagem da música se iniciar após os 9 anos de idade; que a aprendizagem ao longo da vida é essencial ao desenvolvimento pessoal e social, seja de nível económico ou cultural, a EMOL estabelece como opções pedagógicas: 5.1 MELHORIA DA QUALIDADE DAS APRENDIZAGENS Objetivos Promover o sucesso escolar; Despertar no aluno o gosto pela arte da música; Desenvolver uma musicalidade articulada à música; Estratégias Metas a atingir Indicadores de avaliação Planificar e sistematizar todo o processo ensino aprendizagem, atendendo à especificidade e necessidade dos alunos; Melhorar a qualidade do ensino; Taxa de sucesso/resultados dos escolares dos alunos; Promover uma articulação entre os diferentes grupos disciplinares da EMOL, de Implementar a concretização de projetos entre os diferentes grupos disciplinares da escola; O empenho dos alunos na sala de aula e nas apresentações públicas; Índice de reuniões; 27 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 Detectar aptidões e capacidades para a prática do instrumento; forma a uniformizar metodologias, critérios e métodos de avaliação; Projetos desenvolvidos; Número de docentes envolvidos nos projetos; Promover momentos de reflexão sobre as práticas pedagógicas e desempenho dos alunos; Proporcionar ao aluno um maior contacto com o público através do desenvolvimento de projetos; Proporcionar uma formação de qualidade e eclética adequada às exigências do conhecimento e práticas da música; Alargar o ensino de forma a abranger diferentes correntes estéticas e estilísticas da música; Diversificar os métodos de ensino e a utilização de materiais de apoio em contexto de sala de aula; Atividades que promovam a prática da música, Concertos e Recitais promovidos para desenvolver a performance em palco; Desenvolver competências que proporcionem ao aluno atingir um melhor desempenho e versatilidade nas competências adquiridas; Promover prosseguimento estudos da música; o de Índice de participação nas atividades propostas; Projetos desenvolvidos; O desempenho alunos; dos Feedback do público e entidades organizadoras; Proporcionar uma formação de qualidade adequada às exigências de conhecimento e práticas da música, a fim de favorecer aos seus alunos o acesso ao ensino superior, formar músicos e/ou ouvintes, público culto; Promover um ecletismo/ pluralidade da formação de música; Incrementar a sensibilidade à estética musical; Desenvolver a capacidade de análise crítica; Fomentar a assistência a concertos, e ensaios de música, assim como visitas de estudo e intercâmbios com escolas congéneres; Nas atividades letivas facultar aos alunos materiais didáticos de apoio; Facultar ao aluno um contacto com o meio artístico e profissional da música; Ampliar os conhecimentos na área da música; Número de ocorrências; Atividades desenvolvidas; Conhecimento dos alunos e capacidade crítica; Incentivar o aluno a adquirir hábitos de pesquisa na área da música e de outras expressões artísticas Impulsionar a motivação dos alunos para a Organizar um quadro de mérito; Premiar o mérito e a excelência; Atividades desenvolvidas para o efeito; 28 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 aprendizagem; Destacar o desempenho dos alunos com melhores resultados, através de concertos, recitais e/ou participação em concursos; Incrementar a interação entre escolas congéneres nacionais e internacionais Realizar iniciativas conjuntas ou convidar outras escolas para participarem nas atividades promovidas pela EMOL, como por exemplo, o Estágio Internacional de Orquestra, o Festival Internacional de Guitarra de Leiria, o Festival de Música em Leiria, etc. Propiciar aos alunos a participação em concertos de grande envergadura e de grandes produções; Organizar ações de formação para professores; Ampliar os conhecimentos e atualização permanente dos professores; Taxa de sucesso/resultados dos escolares dos alunos; Melhoria do processo ensino aprendizagem; Ações desenvolvidas; Incentivar a formação contínua dos professores; Número de premiados; alunos Projetos desenvolvidos; Promover o intercâmbio com escolas nacionais e estrangeiras; 5.2 MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA ESCOLAR Objetivos Estratégias Metas a atingir Indicadores de avaliação Estreitar relações e colaboração com os encarregados de educação e as suas famílias, representadas pela Associação de Pais e encarregados de educação do Orfeão de Leiria; Promover iniciativas que incluam a participação dos alunos e seus familiares; Aumentar a participação dos encarregados de educação nas atividades da EMOL; Iniciativas projetadas pela EMOL; Manter uma comunicação regular com as famílias fomentando a participação das mesmas na organização e consecução dos projetos da escola; Estabelecer canais de comunicação eficazes com os encarregados de educação; Inclusão de toda a comunidade escolar do Realização de avaliações auditivas práticas públicas e Incrementar os projetos explanados no plano anual de atividades; Garantir um sistema eficaz de comunicação e transmissão da informação; Número de alunos e encarregados de educação envolvidos nos projetos da escola; Avaliação que alunos e familiares fazem da escola; Aumentar o grau de satisfação dos alunos e família relativamente à escola; Inclusão de toda a comunidade escolar do OL Ações desenvolvidas; 29 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 Orfeão de Leiria em todo o processo de ensino/aprendizagem, bem como nas diversas iniciativas desenvolvidas pela EMOL; audições abertas aos encarregados de educação e comunidade escolar do Orfeão de Leiria; Organização de debates acerca de diversos assuntos relacionados com a Música, o ensino e a sua importância no desenvolvimento global da criança; Participação em iniciativas organizadas pelo Orfeão de Leiria, EDOL ou agrupamentos existentes no Orfeão de Leiria; em todo o processo de ensino/aprendizagem, bem como nas diversas iniciativas desenvolvidas pela EMOL; Divulgar e promover os eventos através de material publicitário (flyers, cartazes, etc.) e dos meios de comunicação social; Número de envolvidas; pessoas Grau de satisfação das pessoas envolvidas no projeto e do públicoalvo; Manter o site do Orfeão de Leiria atualizado; Privilegiar uma boa divulgação dos eventos; Melhorar a organização da escola, procurando que ela seja, simultaneamente, um espaço de trabalho sério e de bem-estar de toda a comunidade escolar; Criar uma biblioteca/videoteca/audiotec a e arquivo digital de partituras; Permitir aos alunos alargar os seus conhecimentos e, simultaneamente, permitir a ocupação saudável dos tempos livres; Implementação projeto; do 5.3 DINAMIZAR AS RELAÇÕES ESCOLA-MEIO Objetivos Estratégias Metas a atingir Indicadores de avaliação Melhorar a articulação com a rede escolar; Promover campanhas de divulgação junto das escolas do ensino regular, estreitando as relações entre ambas; Criar condições para uma maior cooperação e consequentemente, uma melhor gestão ao nível dos recursos humanos e materiais; Projetos/sessões de esclarecimento/formações dinamizadas pela EMOL; Estabelecer protocolos e parcerias com escolas do ensino básico, secundário e superior; Participar em eventos organizados pelas escolas do ensino regula; Investir em campanhas e projetos para desenvolver junto das escolas desde o pré-escolar, promovendo programas destinados às idades em questão; Realizar concertos e participações musicais destinados aos alunos das escolas, bem como, Promover a aproximação da EMOL com outras instituições de ensino; Incrementar os projetos explanados no plano anual de atividades; Dar resposta aos convites que vão surgindo ao longo de cada ano letivo; Aumentar o número de alunos da EMOL; Índice de participações da EMOL em projetos organizados pela rede escolar; Número de envolvidas; escolas Grau de satisfação da rede escolar; Número de encarregados de educação envolvidos; Grau de satisfação dos encarregados de educação; Número de alunos da 30 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 material fotográfico e videográfico, explanando todas as áreas contempladas num curso de música; Organizar debates e/ou sessões de esclarecimento relacionados com o ensino da música com os professores e as Associações de Pais das respectivas instituições de ensino; Aumentar o grau de satisfação da rede escolar, alunos e encarregados de educação; EMOL; Divulgar o trabalho desenvolvido pela EMOL, promovendo uma maior visibilidade da escola; Promover ações de formação para professores do ensino regular, no âmbito do ensino artístico, particularmente da música; Promover a música enquanto forma de expressão artística; Criar condições para que a EMOL ganhe uma maior visibilidade; Desenvolver projetos para a comunidade; Participar em eventos da comunidade, particularmente poder local, empresas, instituições, etc.; Participar em eventos de beneficência, de educação comunitária, etc.; Criação de novos públicos; Promoção culturais; de hábitos Divulgar o trabalho desenvolvido nesta instituição de ensino e contribuir para o prestigio da instituição no meio em que esta se insere, bem como além-fronteiras; Promover a consciência social e de cidadania; Projetos desenvolvidos pela EMOL; Convites dirigidos à EMOL; Índice de público nos projetos desenvolvidos; Grau de satisfação do público relativamente aos projetos apresentados pela EMOL; Número de alunos da EMOL; Divulgar e promover os eventos através de material publicitário (flyers, cartazes, etc), do site da escola e dos meios de comunicação social. 5.4 INOVAR E DESENVOLVER Objetivos Promover interdisciplinaridade; a Estratégias Metas a atingir Indicadores de avaliação Impulsionar o desenvolvimento de competências transversais nos alunos, relacionando as diversas áreas que a EMOL encerra com diferentes saberes; Integrar os diferentes saberes e competências adquiridas nos projetos propostos; Tipo de projetos desenvolvidos pela EMOL; Entidades e pessoas envolvidas nos projetos; Realizar eventos conjuntos com a EDOL e outros 31 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 Promover projetos em que haja uma ligação entre as diversas expressões artísticas, assim como o acompanhamento das novas tecnologias; agrupamentos do Orfeão de Leiria; Desenvolvimento de parcerias/protocolos com escolas das diferentes áreas artísticas, como por exemplo na área da multimédia, etc.; Realizar projetos com a colaboração de artistas (escritores, atores, pintores, escultores, etc.); Desenvolver performativos; projetos Perspetivar o futuro da escola; Estimular a prática musical individual e de grupo, visando a compreensão das suas linguagens e o estímulo à criatividade; Promover o desenvolvimento das capacidades criativas e expressivas dos alunos; Promover espaços de reflexão acerca das opções pedagógicas e artísticas da EMOL; Diversificar e inovar; Projetos desenvolvidos pela escola; Índice de apresentações; Proporcionar aos alunos o contacto com o público; Análise dos projetos; Propostas apresentadas; 6. AVALIAÇÃO DO PROJETO EDUCATIVO O Projeto Educativo, enquanto instrumento impulsionador da qualidade educativa, deverá constituir um meio de reflexão e validação por parte de todos os intervenientes na ação educativa, nomeadamente docentes, alunos, direção e encarregados de educação. Contudo, o Conselho Pedagógico da escola é o órgão diretivo privilegiado para a sua avaliação. Este Projeto Educativo, como qualquer outro está sujeito a uma avaliação. Como tal, deve estar sujeito a alterações de forma a vigiar e a melhorar a sua implementação. Só fará sentido se for periodicamente avaliado e, eventualmente, reformulado. Por isso, estabelecemos como e quando se deve fazer essa avaliação, sendo certo que todas as atividades desenvolvidas nos respetivos Planos Anuais de Atividades devem ser objeto de avaliação. 32 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 7. ALUNOS 7.1 CRITÉRIOS DE ADMISSÃO De acordo com a legislação em vigor (Portaria nº 225/2012, de 30 de julho), o ingresso no 5º ano de escolaridade (1º ano do Curso Básico de Música) implica a realização de uma prova de seleção, concebida a partir de um modelo e regras de aplicação aprovadas pela ANQEP, I.P. Nesta prova são selecionados os candidatos que revelem aptidões que permitam, através de um ensino de excelência, enveredar por uma via profissionalizante na área da música em geral e do instrumento em particular. A prova terá um carácter eliminatório. Os resultados (admitido/não admitido) serão afixados por ordem de seriação, e o aluno terá a possibilidade de optar pelo instrumento pretendido, isto se for admitido a vários instrumentos. Os candidatos que concluam com êxito a prova mas que não sejam admitidos por insuficiência de vagas, são chamados por ordem decrescente de classificação, em caso de não efetivação de matrícula do aluno admitido. 33 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 8. CONSIDERAÇÕES FIN AIS Este ensino da música pode e deve ser realizado em vários regimes. A opção pelo incremento do regime supletivo e livre é a grande aposta para o triénio 2014/2017. Como foi referido diversas vezes, o financiamento do ensino oficial afigura-se incerto face às contingências do mundo em que vivemos. Como tal, o financiamento alternativo ou o autofinanciamento dos cursos oficiais, juntamente com o incremento dos cursos livres, constitui ou pensamos constituir uma alternativa ao modelo vigente. Sendo que um modelo não obsta o outro. Ao lançarmos cursos livres mais acessíveis, abrimos o acesso ao estudo da Música a uma população com eventual menor poder económico, fora da idade escolar ou que quer aprender à sua própria velocidade e, em simultâneo, asseguramos uma fonte de rendimento e sustentabilidade ao OL | CA. A importância da criação de mecanismos de salvaguarda financeira está intimamente ligada à sobrevivência da instituição e à continuidade da oferta pedagógica de qualidade. A diminuição do volume percentual de dependência de subsídios ou contratualização estatal tem de ser uma prioridade, não afetando de modo algum a qualidade do ensino ministrado, mas outrossim contribuindo para que este possa ter lugar. O aumento da qualidade e do sucesso artístico e pedagógico da EMOL é o objetivo primordial que deverá nortear o próximo triénio. A qualidade deverá ser o agente diferenciador da Escola. Deveremos, em todas as áreas da nossa ação, primar pela excelência e por altíssimos critérios de motivação humana e artística. Épocas de crise exigem ideias arrojadas! É necessário apostar num marketing agressivo e com proximidade com os clientes (alunos, encarregados de educação). Através de ações de divulgação nas escolas, cuja tabela em anexo já prevê, também deve existir uma publicidade menos elitista e mais consentânea com as dificuldades do mundo em que vivemos: 34 Projeto Educativo da EMOL | 2013 -2016 Ações de formação nas escolas, em diversos espaços públicos, assim como ações de sensibilização para a música ou o estudo da música em jardins escolas, creches, etecetera, constituirão um meio privilegiado de mostrar a nossa oferta formativa e performativa. As ações de divulgação na instituição serão igualmente uma forma de chamar os pais à escola, dando-lhes a oportunidade de a conhecerem e de tomarem consciência do ambiente e energia que aí se respira. Os encarregados de educação são a massa humana fundamental no processo educativo, a par dos alunos, seus educandos. Sem a atenção e a boa vontade dos pais, nenhum processo educativo terá sucesso. Desta forma devemos promover um permanente diálogo com os pais e encarregados de educação, para que o acompanhamento proporcionado pelos nossos docentes seja cada vez mais eficaz e natural, permitindo assim que as barreiras humanas que se formam, se esbatam através de uma comunicação mais humana e cordial. Fazer cumprir o Regulamento Interno da EMOL. 35