Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 “O projecto não é uma simples representação do futuro, mas um futuro para fazer, um futuro a construir, uma ideia a transformar em acto.” Jean Marie Barbier Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 ÍNDICE Assunto Pág. A - Introdução …………………………………………………………………………………………………………………………… B - Identificação ……………………………………………………………………………………………………………………… 3 1. Enquadramento jurídico-administrativo ………………………………………………................................. 2. Enquadramento do meio …………………………………………………………………………………………………………. 2.1 Económico-social ………………………………………………………………………………………………………………. 2.2 Cultural ……………………………………………………………………………………………………………………………… 2.3 Educativo …………………………………………………………………………………………………………………………… 3. Caracterização da Escola ………………………………………………………………………………………………………. 3.1 Localização ………………………………………………………………………………………………………………………… 3.2 Frequência ………………………………………………………………………………………………………………………… 3.3 Estrutura organizacional ……………………………………………………………………………………………….. Organograma …………………………………………………………………………………………………………………………… 3.4 Recursos humanos …………………………………………………………………………………………………………… 3.4.1 Pessoal docente ………………………………………………………………………………………………………. 3.4.2 Pessoal não docente ………………………………………………………………………………………………. 3.4.3 Encarregados de Educação ………………………………………………………………………………….. 3.5 Recursos materiais …………………………………………………………………………………………………………. 3.5.1 Instalações ……………………………………………………………………………………………………………… 3.5.2 Equipamento e Material didáctico ……………………………………………………………………… 3.6 Recursos financeiros ………………………………………………………………………………………………………. 3.7 Estrutura curricular ……………………………………………………………………………………………………….. 3.8 Sucesso e abandono escolar …………………………………………………………………………………………. 3.9 Clima da Escola ………………………………………………………………………………………………………………… C - Opções Pedagógicas ……………………………………………………………………………………… 4 4 4 4 5 6 6 6 6 7 8 8 8 8 8 8 9 9 9 10 11 12 1. Objectivos …………………………………………………………………………………………………………………………………. 2. Avaliação ..…………………………………………………………………………………………………………………………………. Tabela Objectivos/Avaliação …………………………………………………………………………………………………….. 12 13 14 2 4 Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 A - INTRODUÇÃO Ao fundar uma Escola de Música, o Orfeão de Leiria, hoje também Conservatório de Artes, concretizou o objectivo claro de contribuir para a melhoria do nível cultural, a nível da música, da população do território que desde sempre serviu - Leiria e região envolvente, considerando o respectivo concelho e outros com os quais tem fronteiras físicas. Este objectivo, mesmo que formal e expressamente não enunciado, esteve presente ao longo do historial da instituição que tutela a actual Escola de Música do Orfeão de Leiria (EMOL), oficializada desde 1990. Como escola que é, com paralelismo pedagógico, a EMOL tem um projecto educativo próprio, decorrente da sua história, tendo em conta o presente e perspectivando o futuro, projecto esse que pretende concretizar com a participação activa de todos os elementos da comunidade escolar (órgãos de gestão e administração, alunos, professores, pessoal não docente, pais e encarregados de educação) e da comunidade extra-escolar, com a qual interage permanentemente através das actividades desenvolvidas, dentro e fora da escola, sejam lectivas ou não, participando os seus alunos e professores nos mais variados eventos comunitários e estabelecendo laços privilegiados com as escolas do ensino regular. Uma mais valia desta Escola é o facto de ela estar integrada numa instituição com outros departamentos artísticos (Escola de dança - EDOL, Corais, Música Tradicional, Festivais de Música e de Dança, múltiplos grupos instrumentais, etc.), proporcionando aos seus alunos e professores o contacto com outras áreas artísticas e permitindo a realização conjunta de actividades multidisciplinares. Iniciado o ano lectivo de 2005/2006, com uma nova Direcção do Orfeão de Leiria/Conservatório de Artes e com uma nova Direcção Pedagógica da EMOL, entendemos dever rever o Projecto Educativo em vigor, actualizando-o e tentando inscrever nele o sentir de toda a comunidade escolar que, naturalmente, deve ser a base das orientações da gestão pedagógica e administrativa da EMOL. Temos consciência da responsabilidade que nos cabe na construção de uma Escola que corresponda, cada vez mais, ao prestígio do Orfeão de Leiria/Conservatório de Artes, já com sessenta anos de história. 3 Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 B - IDENTIFICAÇÃO 1. Enquadramento jurídico-administrativo A Escola de Música do Orfeão de Leiria (EMOL) é uma escola de ensino artístico, particular, sujeita ao Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo, tutelada pelo Orfeão de Leiria/Conservatório de Artes (OL/CA), instituição de utilidade pública, constituindo um dos seus Departamentos; tem paralelismo pedagógico desde 12 de Julho de 1990, funcionando em regime preparatório articulado, supletivo e livre. 2. Caracterização do meio Nesta caracterização apresentamos, sempre que se justifique, um pouco da história do desenvolvimento da cidade e da região, particularmente no que respeita à vertente cultural e à das infra-estruturas, nomeadamente das culturais. 2.1 Económico-social A cidade e a região de Leiria caracterizam-se por forte desenvolvimento económico, com um tecido empresarial consolidado e de referência nacional. São conhecidas e variadas as actividades económicas da região: na indústria, a cerâmica, o vidro, os plásticos, os moldes, as madeiras, a construção civil; no comércio, para além do pronto-a-vestir, a restauração, com um grande número de restaurantes, cafés e bares, alguns nocturnos, instalados particularmente a partir da abertura do Instituto Politécnico de Leiria e, no campo da música, é de referir um número significativo de lojas de instrumentos musicais, uma das quais instalada bem próximo da sede da EMOL. Algumas das empresas integram grupos empresariais com forte posição a nível nacional, sendo até proprietários de órgãos de comunicação de grande impacto na região. Quer a nível individual quer a nível de grupo, existe já alguma postura, por parte das empresas, nomeadamente da Banca, de “accionistas da cultura”, suportando total ou parcialmente alguns eventos culturais. Existem duas Associações empresariais – NERLEI (Núcleo Empresarial da Região de Leiria) e ACILIS (Associação Comercial e Industrial de Leiria). 2.2 Cultural Com uma tradição cultural que, no passado, foi também importante em outras áreas artísticas, a música ocupou sempre um papel privilegiado. De facto, a música em Leiria está marcada no seu passado recente, de acordo com João Cabral, por três realidades: os movimentos orfeónicos, a banda militar e as entidades promotoras de concertos: “Horas de Arte” (Liceu Rodrigues Lobo), “Círculo de Cultura Musical” e “Pró-arte” (Conservatório Nacional). Os movimentos orfeónicos surgiram no início do séc. XX, formando-se vários grupos, com destaque para o Orfeão de Leiria; a banda militar, através dos seus músicos, contribuiu para a formação de várias orquestras e forneceu à cidade e à região, para além de muitos concertos, muitos regentes filarmónicos. Foi com todos estes “ingredientes” que foi possível ouvir repertório coral sinfónico e concertístico, chegando a promover-se obras de compositores locais. As citadas entidades promotoras de concertos, nas décadas de 30 a 60, trouxeram a Leiria, ao extinto teatro D. Maria Pia, os melhores intérpretes nacionais e internacionais de então: Orquestra da 4 Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 Emissora Nacional, Pedro de Freitas Branco, Frederico de Freitas, Igor Markevitch, Viana da Mota, Maria João Pires, Nikita Magalof, entre outros. Através do Festival “Música em Leiria”, promovido pelo Orfeão de Leiria a partir de 1983, tem sido possível manter a tradição de trazer a Leiria e a outras cidades da região concertos de Música Erudita, para além de outros géneros musicais, com maestros, intérpretes e compositores de referência, nacionais e internacionais, pelo menos uma vez por ano, durante cerca de dois meses. No que respeita à musica não erudita, no concelho de Leiria, tem havido uma grande diversidade de práticas, em que se salientam as bandas filarmónicas (11), os ranchos folclóricos (29), os coros amadores, os coros paroquiais, os grupos de música tradicional (7), os artistas populares, os conjuntos de baile e um número significativo de jovens bandas com linguagens musicais diversas, como o Pop, o Metal, o Rock, o Alternativo, o Industrial, etc., algumas das quais com projecção nacional, para além dos “free-lancers”, que cultivam linguagens musicais adequadas ao tipo de público que servem. As festas tradicionais, os casamentos, as cerimónias religiosas, os bailes de aldeia, as festas académicas e os bares nocturnos, que têm florescido nos últimos anos, são o mercado de trabalho destas formações. O Orfeão de Leiria iniciou a sua actividade em Maio de 1946, com um Coral dirigido por Rui Barral, a que se sucederam, ao logo dos anos de ininterrupta actividade, vários outros ilustres maestros; dedicou-se, no entanto, a actividades de outras áreas artísticas, nomeadamente ao teatro e à dança, tendo sido o embrião do que é hoje o Orfeão de Leiria/Conservatório de Artes, entidade de referência no âmbito cultural, autêntico ex-libris da cidade e de uma vasta região que não se confina ao concelho de Leiria, a única que, por três vezes, foi distinguida por diferentes governos com a Medalha de Mérito Cultural, desenvolvendo a sua actividade ao longo dos seus 60 anos. No que respeita a infra-estruturas culturais, durante muitos anos, apenas existiram, em Leiria, o Teatro D. Maria Pia e o Orfeão de Leiria, com o seu auditório, onde se desenvolviam as actividades culturais mais significativas e de maior projecção; havia ainda o Grémio Literário e o Ateneu de Leiria, para tertúlias e actividades mais ligada à literatura; a partir de 1966 surge o Teatro José Lúcio da Silva, uma sala de espectáculos polivalente, mas predominantemente aproveitada para o cinema. Para além do auditório do Orfeão de Leiria, durante largos anos não existiam quaisquer outros auditórios na cidade e o Grémio Literário e o Ateneu perderam o vigor que chegaram a ter durante os anos 50 e 60; no pós-25 de Abril começam a surgir grupos de teatro independentes, entre os quais o TELA, instalados em espaços provisórios, que acabaram por morrer; no entanto o Orfeão de Leiria manteve-se sempre em actividade, com os seus Corais, a Dança e mesmo o Teatro. Esporadicamente, o Teatro José Lúcio da Silva era palco de outras actividades culturais (saraus vários, teatro, bailado e concertos (na sua maioria promovidos pelo OL e apoiados pela CML, proprietária do Teatro). Hoje há vários auditórios na cidade, privados e públicos, nomeadamente os das escolas do IPL; de âmbito municipal, para além do Teatro José Lúcio da Silva (temporariamente encerrado para obras), existe o Teatro Miguel Franco, no antigo Mercado de Santana, espaço polivalente, onde há cinema, teatro, dança e outras actividades culturais e novas salas de cinema (o Paço). Vai abrir, entretanto, um cinema privado, num centro comercial da cidade. Quanto a livrarias, durante décadas apenas existia, verdadeiramente como livraria, a “Martins”; Hoje há várias livrarias, algumas das quais não se limitam a vender livros, mas promovem actividades culturais. Estão em actividade regular dois grupos de teatro independente – o Nariz e o Te-Ato, duas escolas de Música oficializadas (EMOL e Escola de Arte SAMP); na dança, uma escola de dança oficial (EDOL) e várias particulares. 2.3. Educativo No que respeita à Educação, existem no concelho, no ensino oficial, 9 Agrupamentos de escolas, abrangendo alunos do pré-escolar ao 9º ano de escolaridade (um deles também com alunos do ensino secundário) e 3 Escolas Secundárias; no ensino secundário há ainda uma Escola Profissional e, no ensino 5 Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 superior, 3 escolas integradas no Instituto Politécnico de Leiria; existem, ainda, no ensino particular e cooperativo, 4 colégios e uma escola superior – o ISLA. Quanto ao ensino oficial da música, no concelho há outra escola na freguesia de Pousos – a Escola de Arte SAMP e, relativamente próximas dos limites do concelho, escolas em Alcobaça, Caldas da Rainha, Coimbra, Figueira da Foz, Minde, Ourém, Tomar e Torres Novas. A Escola Superior de Educação de Leiria, integrada no IPL, teve a funcionar, até ao presente ano lectivo, um curso de licenciatura na variante de Educação Musical. Mas o ensino da música não se limita ao ensino em escolas oficiais; ele é também ministrado nas escolas das bandas filarmónicas, em escolas e professores particulares, em casas comerciais de instrumentos musicais e em grupos da chamada música tradicional. Foi em 1982, graças ao impulso de José Ferreira Neto, que se criou, no então Orfeão de Leiria, uma Escola de Música. No entanto, só em 1990, por despacho do Ministério da Educação, passou a ser escola de música com ensino oficializado, na altura a única escola do distrito nestas condições. 3. Caracterização da escola 3.1 Localização A EMOL está instalada no edifício sede do Orfeão de Leiria/Conservatório de Artes, na Av. 25 de Abril, em Leiria. 3.2 Frequência Os alunos que frequentam a EMOL podem enquadrar-se em três categorias: • provenientes de famílias com alguns recursos económicos que querem integrar a música na educação dos seus filhos, escolhendo principalmente o piano, o violino ou a guitarra; • com alguma experiência de prática musical, especialmente direccionados para a viola dedilhada, o piano e, mais recentemente, o canto; • jovens filarmónicos, cujos mestres ou directores os aconselham a frequentar a EMOL, distribuindo-se pelos cursos de clarinete, saxofone, trompete, flauta transversal, trombone, trompa, tuba e percussão. Para além destes, procuram a EMOL os alunos que, tendo iniciado os seus estudos nas mais diferentes escolas e professores particulares, querem melhorar e oficializar as suas competências musicais. Nos anos entre 1999/2000 e até ao final de 2005/2006, a média do número de alunos matriculados foi de 534, variando desde o mínimo de 517 ao máximo de 577. 3.3 Estrutura Organizacional A estrutura organizacional da EMOL decorre da sua existência como departamento do OL/CA, pelo que se apresenta, na página seguinte, o organograma desta instituição e o enquadramento da Escola nela. 6 Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 Organograma do Orfeão de Leiria/Conservatório de Artes Assembleia Geral Conselho Fiscal Direcção EMOL EDOL Corais Música Tradicional Festivais Outros Direcção Pedagógica Conselho Pedagógico Representantes dos Grupos Disciplinares e do Zero//Cinco Classe de conjunto e Canto Representante dos EE dos Alunos dos Cursos de Música Cordas Formação Musical e Teóricas Representante do Pessoal não docente Sopros de madeira 7 Representante da Associação de Estudantes Sopros de metal e Percussão Teclas Representante da Direcção Zero//Cinco Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 3.4 Recursos humanos Os recursos humanos da Escola são o pessoal docente, o não docente e os Pais e Encarregados de Educação. 3.4.1 Pessoal docente A EMOL teve, no ano lectivo de 2005/2006, 48 professores, dos quais 20,8 % profissionalizados, 66,7 % com habilitação própria e 12,5 % com habilitação suficiente. A estabilidade e a exclusividade, a nível de docência e a nível de direcção pedagógica, são factores essenciais ao desenvolvimento de um projecto educativo plurianual. Infelizmente, apesar de 47,9 % dos professores estarem na escola há mais de 5 anos, só 10,4 % têm nela horário completo, sendo simultaneamente docentes noutras escolas de música ou do ensino regular. Para além disso, e nesta área de ensino, felizmente, os docentes não exercem exclusivamente a docência, sendo músicos que, como tal, têm outros compromissos profissionais; assim, embora esta situação lhes permita manter um nível de performance consentâneo com um ensino artístico de qualidade, ela traz problemas de organização e funcionamento à escola. Quanto à direcção pedagógica, agora exercida partilhadamente, também não tem tido, nos últimos anos, a estabilidade necessária; no entanto, apesar das mudanças, tem sido possível atingir níveis de qualidade que são motivo de orgulho do OL/CA, no seu conjunto e, em particular, da EMOL 3.4.2 Pessoal não docente A EMOL, estando integrado no OL/CA, não tem pessoal não docente exclusivo da Escola. No entanto, na distribuição das tarefas do pessoal do OL/CA, foram atribuídas funções especificamente relacionadas com a EMOL, nomeadamente nas áreas de atendimento, alunos, e contabilidade. 3.4.3 Pais e Encarregados de educação Os pais e encarregados de educação dos alunos da escola, bem como outros familiares que os podem acompanhar (avós, principalmente) fazem parte da comunidade escolar e são essenciais à dinâmica de inovação que se pretende manter, particularmente no que respeita aos alunos de idade inferior aos 5 anos e aos alunos portadores de deficiência; a constituição de uma Associação de Pais e Encarregados de Educação será um excelente instrumento ao serviço da ligação daqueles à Escola, estando já a ser tomadas iniciativas com vista à sua rápida constituição; enquanto não existe, há pais interessados em colaborar no trabalho desenvolvido, tendo um representante no Conselho Pedagógico. 3.5 Recursos materiais Incluímos, neste ponto, as instalações onde funciona a Escola, bem como o equipamento e material (didáctico e outro) utilizado apenas pela EMOL e o partilhado com os outros departamentos do OL/CA. 3.5.1 Instalações • • • O edifício onde está instalada a EMOL possui 5 pisos por onde se distribuem: Secretaria*, dotada de equipamento adequado, nomeadamente equipamento informático e de reprografia Centro de documentação* Sala de professores, dotada de cacifos individuais e de um computador* 8 Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 • • • • • • • • • • Sala da Direcção do OL/CA, que funciona também como Sala de Reuniões; Gabinete das Direcções Pedagógicas*, dotada de dois computadores para a DP da EMOL Sala polivalente* Auditório* com capacidade normal para 250 pessoas Sala de estar* elevador* instalações sanitárias* nos diferentes pisos, com uma para deficientes; cozinha* 12 Salas da aula para instrumento; 5 Salas de aula para classes de conjunto. * não são exclusivos da EMOL, mas partilhados com outros departamentos do OL/CA Neste momento existem já dificuldades de instalações, dada a diversidade de instrumentos cujo ensino se ministra e a criação da Escola de Dança (EDOL), havendo também necessidade de recorrer a outros espaços, nomeadamente do Seminário Diocesano, pela inexistência de um órgão na EMOL. 3.5.2 Equipamento e material didáctico Atendendo à área de ensino, a maior parte do material didáctico é constituída por instrumentos musicais, em particular aqueles cujo ensino é ministrado na Escola, e respectivos acessórios; no entanto, para as aulas teóricas e para actividades não lectivas, é utilizado outro tipo de material, nomeadamente retroprojector, gravadores e leitores de vídeo, data-show, leitores de DVD, computadores, etc. 3.6 Recursos financeiros O orçamento da EMOL resulta da verba atribuída pelo Ministério da Educação para subsidiar o ensino articulado, o supletivo e as iniciações (dependendo do número de alunos inscritos nestes regimes), das propinas pagas pelos alunos e das verbas disponibilizadas pela Direcção do OL/CA, particularmente para a compra de material e equipamento. É de salientar o subsídio resultante do contrato-programa estabelecido entre o OL/CA e a Câmara Municipal de Leiria, que permite manter a um nível aceitável as propinas pagas pelos alunos, a aquisição periódica de instrumentos e o desenvolvimento de actividades extra-curriculares. Algumas actividades são subsidiadas pela comunidade, através do mecenato ou do pagamento de entradas em espectáculos promovidos pelo OL/CA. 3.7 Estrutura Curricular Para o ensino oficial, em regime articulado, o plano de estudos corresponde ao estabelecido nos Anexos I, II e III da portaria 1550/2002, de 26 de Dezembro, que se apresenta na tabela da página seguinte. 9 Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 Curso Acordeão Canto Clarinete Contrabaixo de Cordas Cravo Fagote Flauta de Bisel Flauta Transversal Formação Musical Harpa Oboé Órgão de Tubos Percussão Piano Saxofone Trombone Trompa de Harmonia Trompete Tuba Viola Dedilhada Violeta Violino Violoncelo Nível Complementar (Secundário) 8º grau 7º Grau 6º Grau Básico (2º e 3º ciclos) 5º Grau 4º Grau 3º Grau 2º Grau 1º Grau Preparatório Básico (1º ciclo) Prep IV Prep III Prep II Prep I • • • • • • • Disciplinas História da Música Análise e Técnicas de Composição Acústica Musical Prática de Teclado Formação Musical Classe de Conjunto (Coro, Grupo Instrumental ou Orquestra) Instrumento No que respeita ao regime livre, estão em funcionamento, em 2006/2007, Cursos de: Órgão Electrónico Guitarra eléctrica Viola Baixo Viola Dedilhada Podem, no entanto, disponibilizar-se Cursos de qualquer dos instrumentos dos Cursos Oficiais, desde que haja vaga. Também em curso livre funciona o Violino, utilizando o método Suzuki. Para além destes Cursos, está em funcionamento o projecto “Zero//Cinco”, em que as crianças, com a presença e participação dos pais, têm aulas informais de Música e Movimento de diferentes níveis: Carmins 1 – 1 ano; Rosas 2 - 2 anos; Azuis 3 – 3 anos; Verdes 4 – 4 anos e Vermelhos 5 – 5 anos; nos últimos níveis, entram em contacto directo com os instrumentos musicais, orientando-se para a aprendizagem de um instrumento ou da Dança. Funcionam ainda, como ateliês, o Jazz, a Música Improvisada e o Curso de Tecnologias do Som, este destinado a técnicos de som, músicos profissionais e amadores, profissionais da indústria musical, profissionais de CD e DVD authoring, professores de Educação Musical, profissionais de audiovisuais, rádio, aplicações web e DJs. 3.8 Sucesso e abandono escolar Os resultados obtidos têm sido, ao longo do percurso da EMOL, francamente positivos. Indicador significativo é o facto de muitos dos seus ex-alunos frequentarem ou terem já concluído estudos superiores musicais no país e no estrangeiro, sendo hoje músicos consagrados, quer a nível nacional quer internacional. 10 Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 A qualidade das audições e das participações dos alunos da Escola em eventos que lhes permitem assumir algum protagonismo são um dos motores do reconhecimento regional e até nacional e internacional que a Escola já tem; outro é, sem dúvida, o papel desempenhado pelos pais e encarregados de educação, que vão “espalhando a boa-nova” (a sua satisfação pelos resultados alcançados pelos seus educandos) e que, progressivamente, têm vindo a participar mais nas actividades da Escola, não só naquelas em que intervêm os seus educandos mas também nas muitas actividades promovidas pela Escola e pelo OL/CA. No que respeita ao abandono escolar, verifica-se que, desde 1999/2000 e até ao final do ano lectivo de 2005/2006, a taxa média de abandono, ao longo do ano lectivo foi de 16 %, tendo variado entre o mínimo de 9% e o máximo de 24%. 3.9 Clima de escola Conforme estudo apresentado em Monografia de licenciatura em Psicologia Social e das Organizações, em 2005, por Maria Inês Reis Alves, todos os colaboradores do OL/CA têm uma forte ligação a esta Organização, considerando-a merecedora de confiança, com grande significado para as suas vidas, permitindo a sua realização pessoal, autonomia e iniciativa; trata-se, pois, de acordo com a terminologia adoptada pela autora do estudo, de uma “organização autentizótica”. No que respeita especificamente à Escola, ela reflecte este mesmo carácter autentizótico; efectivamente, apesar do referido no ponto 3.4.1., a motivação dos professores é grande. Para isso julgamos contribuir o trabalho conjunto da Direcção do OL/CA com a Direcção Pedagógica da Escola e a lógica de inter e transdisciplinaridade no funcionamento da Instituição que a suporta, o Orfeão de Leiria/Conservatório de Artes. Tudo isto proporciona a percepção de uma grande consideração social relativamente à Escola e aos seus alunos, justificando que estes tenham elevadas expectativas quanto ao prosseguimento de estudos de nível superior e à sua inserção no mercado de trabalho, como músicos. 11 Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 C – OPÇÕES PEDAGÓGICAS A EMOL tem procurado, desde a sua criação, e particularmente desde a sua oficialização, consolidar um ensino da música de qualidade, segundo as teorias pedagógicas e as metodologias mais avançadas, tendo em vista criar condições para passar do estatuto de “escola com paralelismo pedagógico” para o de “escola com autonomia pedagógica”. Assim, tendo em conta que o trabalho pedagógico em qualquer escola, como organização social que é, depende das suas condições organizacionais e considerando: que o aparecimento, o desenvolvimento e o nível das aptidões musicais de um indivíduo dependem dos estímulos musicais a que ele está sujeito ao longo da vida e, particularmente, nos seus primeiros anos de vida; que a audição e a compreensão mental da música são capacidades que se adquirem e desenvolvem em resultado de uma orientação que estimule a passagem dos indivíduos pelas fases e tipos de audiação preparatória, que ocorre geralmente desde o nascimento até aos cinco anos de idade. que uma abordagem centrada na vivência prática da música pelas crianças e no respeito pela diversidade das suas capacidades e idades cronológicas e musicais, sustentada na qualidade e na diversidade de experiências musicais, promove a aquisição de um sólido background musical para o envolvimento dos indivíduos em futuros trajectos no mundo da música e das artes. que é fundamental proporcionar às crianças uma orientação global de modo a que possam aprender a ouvir e a compreender a música. que o processo de ensino/aprendizagem da música não se resume à aprendizagem de um instrumento dentro de uma sala de aula; que a construção dos alicerces de vocabulário musical de audição e de canto das crianças, o desenvolvimento das capacidades de aprender a compreender, apreciar, ouvir, participar e criar música e o desenvolvimento de capacidades relacionais, emocionais e sociais entre as crianças e seus colegas, e entre pais e filhos, constituem a base para um futuro desenvolvimento pessoal e social, a EMOL estabelece como opções pedagógicas: a actualização de metodologias, enfatizando as actividades musicais em concerto, preferencialmente interdisciplinar, e os novos meios artísticos de criação e produção; um ensino dirigido às necessidades de cada indivíduo, criando oportunidades variadas para o desenvolvimento de um vocabulário rico de audição musical. a formação contínua dos seus recursos humanos (docentes e não docentes), particularmente na área das novas tecnologias ; a aplicação, no contexto da sala de aula, de novas tecnologias educativas, nomeadamente através da utilização do computador e de software musical especializado; o desenvolvimento de actividades que envolvam alunos, professores e toda a comunidade educativa, quer sejam promovidas pela Escola, quer por outros Departamentos do OL/CA, numa perspectiva transdisciplinar. 1. Objectivos Tendo em conta os objectivos dos diferentes níveis de educação e ensino estabelecidos pela LBSE, os objectivos gerais traçados para o ensino especializado da música e os problemas identificados pela comunidade escolar, a EMOL, no sentido de eliminar ou reduzir estes, estabeleceu os seus objectivos gerais. 12 Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 A concretização desses objectivos gerais tem de ser conseguida através da consecução de objectivos específicos, mais concretos e facilmente avaliáveis, referenciados a cada um dos objectivos gerais traçados. A operacionalização deste Projecto Educativo far-se-á ao longo dos três anos, através dos Planos Anuais de Actividades. 2. Avaliação Naturalmente que este Projecto Educativo, como qualquer projecto, não é estático; só fará sentido se for periodicamente avaliado e, eventualmente, reformulado se for caso disso. Por isso, estabelecemos como e quando se deve fazer essa avaliação, sendo certo que todas as actividades desenvolvidas nos respectivos Planos Anuais devem ser objecto de avaliação. Na tabela seguinte, apresentam-se, esquematicamente, os objectivos gerais e específicos, os instrumentos e os momentos de avaliação. 13 Projecto Educativo da EMOL – 2006/2009 PROJECTO EDUCATIVO 2006-2009 Objectivos Avaliação Gerais Específicos A – Melhorar a organização da Escola, procurando que ela seja, simultaneamente, um espaço de trabalho sério e de bem-estar para toda a comunidade escolar 1. Criar ou alterar espaços, nomeadamente uma sala/biblioteca, permitindo o trabalho individual ou em pequenos grupos e a ocupação saudável dos tempos livres 2. Reforçar a utilização de novos procedimentos administrativos, nomeadamente com as TIC, reduzindo os tempos de espera e atendimento dos utentes dos serviços 3. Promover a formação do pessoal não docente, particularmente nas áreas de atendimento e de TIC 4. Melhorar o sistema de marcação de horários e organização de turmas, facilitando a organização do trabalho escolar dos alunos e a sua vida familiar 1. Promover, pelo menos, 3 actividades por ano de Música para bebés acompanhados de familiares 2. Concretizar actividades para crianças de idade não superior a 5 anos, também preferencialmente acompanhados pelos familiares, despertando o gosto pela Música e pelo seu estudo 3. Investir, privilegiando a qualidade, no programa de Actividades de Enriquecimento Curricular no 1º ciclo, particularmente no domínio da Música 1. Promover, por iniciativa própria e através da sua associação ao CFL, pelo menos uma acção de formação por ano, para os seus professores, de acordo com as suas necessidades, nomeadamente no uso das novas tecnologias aplicadas à Música 2. Adquirir/recuperar/criar materiais didácticos, nomeadamente livros sobre temas e personalidades ligadas à Música, instrumentos, software e manuais de apoio aos alunos 3. Motivar as escolas do ensino regular, em particular aquelas a que pertencem os nossos alunos, para adquirirem bibliografia da área da Música para as suas bibliotecas/centros de recursos 4. Utilizar metodologias de trabalho, instrumentos e critérios de avaliação diversificados, tendo em conta o percurso escolar e as expectativas dos alunos para o seu futuro no campo musical 5. Realizar periodicamente audições públicas dos alunos da Escola, a título individual ou em conjunto B – Promover e detectar, o mais cedo possível, aptidões artísticas, em particular na Música C – Melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem, promovendo uma cultura de valorização do trabalho e de exigência, permitindo continuar a formação de bons músicos, que prossigam estudos superiores de Música nas grandes escolas nacionais e estrangeiras Como (indicadores) 6. Promover concursos para os alunos, quer como praticantes, quer como espectadores D – Incentivar uma maior participação dos pais e encarregados de Educação na vida da Escola E – Contribuir para a subida do nível cultural da comunidade, com particular incidência na Música 1. Promover a constituição de uma Associação de Pais e Encarregados de Educação dos alunos da Escola, com representação nos órgãos da mesma 2. Melhorar o sistema de comunicação com os pais, nomeadamente através do uso da Internet 3. Promover, conjuntamente com a Associação a constituir, a organização de, pelo menos, uma actividade por período escolar 1. Promover na comunidade, no mínimo uma vez por mês, em média, uma actividade em que a Música esteja presente 2. Realizar “workshops” na área da Música, em horário pós-laboral e/ou em períodos de interrupção de actividades lectivas/férias escolares, na Escola ou em instituições com as quais se estabeleçam protocolos para o efeito 14 Quando Nº de espaços criados/ alterados/ /Inquéritos Inquéritos/Fichas de opinião Nº de acções realizadas e nº de participantes Inquéritos/fichas de opinião Nº de actividades concretizadas e nº de participantes/Inquéritos Nº de classes formadas e número de participantes/Inquéritos Nº de alunos abrangidos/ /Materiais produzidos /Inquéritos Nº de acções concretizadas e número de professores abrangidos Nº de materiais recuperados Inquérito adquiridos Final de cada ano lectivo e final do triénio Final de cada ano lectivo e final do triénio ou Material produzido nos diferentes grupos disciplinares/ Dossiês dos grupos /Inquéritos Nº e qualidade das audições realizadas Nº de concursos e de participantes e qualidade dos trabalhos produzidos Iniciativas tomadas para a constituição da Associação Inquéritos Nº de actividades concretizadas Nº de actividades concretizadas e respectivo nº de participantes Nº de “workshops” concretizados, nº de participantes e inquéritos Final de cada ano lectivo e final do triénio Final de cada ano lectivo e final do triénio Final de cada ano lectivo e final do triénio