Aída Lopes de Oliveira CINOMOSE CANINA – REVISÃO DE LITERATURA Recife, Junho, 2016 Aída Lopes de Oliveira CINOMOSE CANINA – REVISÃO DE LITERATURA Monografia apresentada como requisito para conclusão do Curso de Pós-Graduação, Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, da Equalis Ensino e Qualificação Superior. Recife, Junho, 2016 Aída Lopes de Oliveira CINOMOSE CANINA – REVISÃO DE LITERATURA Monografia apresentada como requisito para conclusão do Curso de Pós-Graduação, Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, da Equalis Ensino e Qualificação Superior, orientada pelo Profa. M.Sc. Camila Pereira dos Santos. Recife/PE, _______ de __________________ de 20___ – Orientador – Recife/PE 2016 Dedicatória Para Enaura do Amaral Lopes, minha mãe, que sempre me orientou e me ajudou em todos os momentos da minha vida. Agradecimento Todo o esforço seria vão não fossem aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram com este trabalho. A todos meus mais sinceros agradecimentos. ..se a gente parar um instante pra lembrar qual professor que nos marcou (no primário, no ginásio, na faculdade ...), vamos constatar que foi aquele que nos pôs curiosos em relação ao mundo, respondeu a dúvidas essenciais, admitiu que também não sabia, enfim, nos abriu as comportas de algo novo e desconhecido ... aquele que facilitou que a gente crescesse procurando as próprias verdades no mundo ... aquele com quem a gente manteve uma relação humana, afetiva... Abramovich RESUMO A cinomose canina é uma enfermidade viral multissistêmica e altamente contagiosa, causada por um vírus da família Paramixoviridae, do gênero Morbilivírus e acomete principalmente os cães jovens. A infecção se dá através do contato direto do animal com o vírus ou através da via aerógena, por via digestiva, fômites e transplacentária. Após a infecção, existe um período de incubação, que geralmente varia de 3 a 6 dias e os sinais clínicos desta enfermidade dependem de fatores relacionados ao estado imunitário do animal, aos órgãos afetados e à virulência da cepa. Os primeiros sintomas da doença estão relacionados aos sistemas respiratório e gastrointestinal. Quando a doença se agrava, há o surgimento de sintomas neurológicos. Além do histórico e da sintomatologia clínica, achados de exames laboratoriais confirmam o diagnóstico de cinomose. Quanto ao tratamento, uso de drogas como a Ribavirina vem mostrando resultados positivos. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é fazer uma revisão de literatura sobre a cinomose canina, relatando sua etiologia, epidemiologia, transmissão, patologia, sintomatologia, diagnóstico, tratamento e profilaxia. Palavras-chave: cinomose, vírus, cão, vacinação. LISTA DE TABELA Tabela 1- Classificação da encefalite causada pelo CDV..........................................17 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Esquema da patogenia da cinomose canina.............................................15 Figura 2– Cão com secreção nasal mucopurulenta causada pela cinomose...........16 Figura 3– Cão acometido por cinomose apresentando secreção ocular..................16 Figura 4 – Cão com cinomose apresentando hipoplasia de esmalte dentário.......... 18 Figura 5 – Hiperqueratose dos coxins podais...........................................................18 LISTA DE ABREVIATURAS: SIGLAS, SÍMBOLOS E ACRÔNIMOS CDV Canine Distemper Vírus DMSO Dimetil Sulfóxido ELISA Enzyme Linked ImmunonoSorbent Assay IFD Imunofluorescência Direta IFI Imunofluorescência Indireta ITFC Isoticionato de Fluoresceína RT-PCR SNC Transcrição Reversa - Reação em Cadeia de Polimerase Sistema Nervoso Central SUMÁRIO 1.0- Introdução.......................................................................................................... 12 2.0- Revisão de Literatura..........................................................................................13 2.1- Etiologia e epidemiologia............................................................................13 2.2- Transmissão................................................................................................ 14 2.3- Patogenia................................................................................................. 14 2.4- Sinais Clínicos..............................................................................................15 2.5- Diagnóstico...................................................................................................18 2.5.1-Colheita de Material para Análise..................... ................................19 2.5.2- Diagnóstico Laboratorial.................................... .............................19 2.5.3- Exame Direto.................................................................................. ..20 2.5.3.1- Isolamento Viral........................................................ .......20 2.5.3.2- Diagnóstico Molecular................................ .......................21 2.5.3.3- Histopatológico.................... ..........................................21 2.5.3.4- Imuno-histoquímico....................... ......................................21 2.5.3.5- Imunofluorescência............... ...........................................22 2.5.4- Exames Indiretos................................................................................22 2.5.5- Achados Anatomopatológicos....................................................... ... 23 2.6- Diagnóstico Diferencial.................................................................................23 2.7- Prognóstico................................................................. .................................24 2.8- Tratamento....................................................................................................24 2.9-Profilaxia............................................... ..................................................... ..26 3.0- Conclusão.......................................................................................................... 27 4.0- Referências.........................................................................................................28 1-INTRODUÇÃO A cinomose canina é uma doença infecciosa causada por um Morbilivirus, da família Paramyxoviridae, mundialmente importante para os cães domésticos e de alta morbidade (Greene & Appel, 2006; Kapil et al., 2008). Apesar de acometer cães de qualquer idade, a maior incidência é em animais jovens, sem preferência por sexo ou raça (COUTO, 2006). Nos países em que a cinomose é endêmica, como no Brasil, milhares de cães morrem todo o ano. A transmissão ocorre principalmente por aerossóis e gotículas contaminadas. Após o contato do vírus com o epitélio ocorre a replicação viral nos macrófagos e disseminação para o sistema respiratório, gástrico e nervoso (MANUAL Merck de Veterinária, 2008). O diagnóstico clínico da cinomose canina pode ser realizado apenas mediante o histórico do animal e a sintomatologia clínica. No entanto, este tipo de diagnóstico é muito difícil, principalmente nos casos de manifestação neurológica onde outros sintomas sistêmicos comuns a outras alterações neurológicas estão ausentes. Hematologia, urinálise, eletroforese das proteínas séricas, pesquisa do corpúsculo de Lentz, imunofluorescência, sorologia, imunohistoquímica, rt-PCR e ensaios imunocromatográficos ou imunoenzimáticos são importantes métodos laboratoriais para o apoio ao diagnóstico clínico da cinomose canina (GREENE e APPEL, 2006). Devido sua importância e frequência na clínica médica de caninos, a enfermidade foi escolhida para a realização de uma revisão de literatura sobre o tema, relatando sua etiologia, epidemiologia, patologia, sintomatologia, diagnóstico, tratamento e profilaxia. 12 2-REVISÃO DE LITERATURA 2.1-Etiologia e Epidemiologia A cinomose canina é causada por um RNA-vírus de fita simples negativa, mede entre de 150-250 nm, é envelopado e possui simetria helicoidal (GREENE e APPEL, 2006). A proteína matriz que promove a estabilização do virion está associada aos envelopes e ao nucleocapsídeo. O nucleocapsídeo é composto pelas proteínas e pelo genoma, dentre as proteínas a fosfoproteína (P) e a proteína large (L) se juntam e formam a RNA polimerase do vírus; a nucleoproteína (N) se liga diretamente ao genoma e promove sua proteção. (BROWN et al., 2005; ICTV, 2009; LAMB e PARKS, 2007; MESSLING et al., 2001). Segundo SILVA E ZANINI,2006, apud Dias et. al,2012, o vírus persiste viável por mais tempo em ambiente seco e frio, resiste por várias semanas em temperaturas entre 0 e 4°C e é estável por muitos meses, anos ou até mais que sete anos se estiver liofilizado ou congelado a temperaturas ultra frias (-76°C). O vírus da cinomose canina (CDV) é capaz de acometer diversas espécies de mamíferos e possui uma grande variedade de hospedeiros (Greene & Appel, 2006). O cão é uma fonte de infecção para outros animais e é o principal reservatório do vírus. A cinomose pode ocorrer também em outros membros da ordem carnívora (Greene & Appel, 2006). São susceptíveis os membros das famílias Canidae, Felidae, Mustelidae, Procyonidae, Ursidae, Ailuridae, Viverridae e Phocidae (Keymer & Epps, 1969; Machida et al., 1993; Haas et al., 1996; Harder et al., 1996; Deem et al., 2000; Maia et al., 2002; Silva et al., 2007; DiazFigueroa & Smith, 2007). Segundo Summers & Appel, 1994; Sips et al., 2007; alguns estudos tem sugerido o CDV como agente promotor de algumas doenças no homem, dentre elas a doença de Paget (Mee & Sharpe, 1993; Selby et al., 2006) ,panencefalite esclerosante subaguda (Gorman et al., 1980) e na esclerose múltipla. Mas não há evidencias definitivas da infecção obtida naturalmente pelo CDV, portanto não se trata ser uma zoonose (Summers & Appel, 1994; Sips et al., 2007). 13 2.2-Transmissão Segundo Martins, Lopes e Franca (2009), os primeiros relatos de transmissão da doença ocorreram em 1844. Cerca de 50% das infecções em cães domésticos podem ser subclinicas para cinomose (Greene & Appel, 2006). A enfermidade tem distribuição mundial e é endêmica. Apesar de não haver predisposição a raça ou sexo, a cinomose acomete em maior proporção animais com idade que varia de 60-90 dias, isso se dar pela diminuição nos anticorpos maternos desses animais (ALBUQUERQUE et al, 2013) Os animais expelem o agente viral principalmente por aerosóis, mas também expelem por excreções corporais, como a urina, fezes e por via placentária (MARTINS, LOPES e FRANÇA, 2009). O cão se infecta pelas vias respiratórias e oral, ocorrendo multiplicação viral nas tonsilas e nas glândulas linfáticas cervicais, atingindo o sangue em até 10 dias (NOGUEIRA, 2006). Em abrigos para animais, canis, lojas de estimação, onde os cães são mantidos em grupo a disseminação é maior. A eliminação viral termina num período entre uma a duas semanas após a recuperação, no entanto já foi descrito uma eliminação por 60 até 90 dias (BIRCHARD; SHERDING, 2003, apud SIGWALT 2009). 2.3-Patogenia A infecção pelo CDV causa um efeito de necrose nos tecidos linfáticos e depleção de células T e B, os cães apresentam uma linfopenia e são imunossuprimidos durante a primeira semana de infecção (TIZARD 2002). De acordo com Pereira, 2006, o início da infecção por CDV é através da inalação de aerossóis com partículas virais. A autora também descreve sua patogenia: nas primeiras 24h as células afetadas são os macrófagos do trato respiratório , de 48/72h o vírus faz viremia e é encontrado nas células mononucleares do sangue, órgãos e tecidos, após 96h o vírus se replica no sistema linfoide, gastrointestinal e respiratório, quando ocorre o primeiro pico febril. Esta fase de replicação no sistema linfóide é marcada pela imunossupressão. Nesta fase, cães capazes de montar uma resposta imune rápida e efetiva conseguem eliminar o vírus e se recuperar completamente, com ausência ou com sinais clínicos discretos, em média no 14 dia. Aqueles que montam uma resposta moderada, em média no 7 dia de infecção, permitem a 14 disseminação do vírus para os tecidos epiteliais (sistemas linfático, respiratório, gastrintestinal, endócrino, urogenital, conjuntiva, coxins dos membros) e posteriormente para o SNC. Cães que apresentam uma resposta fraca ou ausente, não resistem e vão a óbito (SANTOS, 2012). Esta patogenia resume-se na figura abaixo: Figura 1: Esquema da patogenia da cinomose canina segundo PEREIRA, 2012. 2.4- Sinais Clínicos Em cães domésticos a doença pode variar na sua apresentação, sistema afetado e severidade. Um fator determinante é a virulência da cepa do CDV que varia de 0 a 100% na taxa de mortalidade (SIGWALT, 2009). O estado imunológico do animal também é um fator determinante, no geral a mortalidade de filhotes com até três meses de idade é maior pois esses animais apresentam sinais clínicos mais severos (BIRCHARD; SHERDING, 2003; GEBARA et al. , 2004). Três dias após a infecção, os sinais começam a aparecer de forma branda, apresentando desidratação, anorexia e depressão. Durante esse período ocorre também um pico febril entre 39,5°C a 41°C de temperatura (FENNER et al., 1993, SHERDING, 1998, NELSON; COUTO, 1998; ZEE, 2003, ZANINI; SILVA, 2006). Os sinais clínicos descritos anteriormente aparecem novamente só que com maior intensidade apresentando um segundo 15 pico febril, geralmente essa febre é difásica. A febre segue intermitente durante os dias seguintes (BIRCHARD; SHERDING, 2003; TILLEY; SMITH, 208). Corrimento ocular e nasal também são observados. Em seguida são observadas alterações respiratórias, como renite e secreção nasal, alterações gastrointestinais como diarreia e vômitos. Esses sintomas são agravados com o surgimento de infecções bacterinas secundárias (SMITH 2008). Figura 2– Cão com secreção nasal mucopurulenta causada pela cinomose. Fonte: Fallbrook ,2009. Segundo Smith, 2008, antes de acarretar a pneumonia decorrente dos sinais respiratórios, ocorrem alterações oculares, corrimento oculonasal seroso a mucopurulento e conjuntivite. Quando os sinais respiratórios aparecem ocorre primeiramente um efeito viral com pneumonia intersticial e posteriormente com a infecção bacteriana instalada ocorre a broncopneumonia (BIRCHARD; SHERDING,2003; TILLEY; SMITH,2008). Realizada as auscultas observa-se pontos de tosse produtiva e crepitações respiratórias grossas. Figura 3– Cão acometido por cinomose apresentando secreção ocular. Fonte: http://bichogenteboa.blogspot.com.br 16 Na maioria dos casos a doença sistêmica antecede os sinais neurológicos. A encefalomielite não supurativa ou crônica causa uma desmielinização que afeta diretamente a substancia branca (BIRCHARD; SHERDING,2003; GEBARA et al.,2004; TILLEY; SMITH,2008). A destruição da substancia cinzenta (neurônios) é causada por uma encefalomielite aguda. A desmielinização de neurônios ocorre principalmente em cães adultos e imunocompetentes, em cães jovens ocorre com mais frequência a necrose neuronal. (SMITH, 2008). Segundo Smith,2008; as alterações no SNC podem ficar retardadas até a recuperação aparente da enfermidade sistêmica ou podem ocorrer simultaneamente com outros sinais multissistemicos, que ocorre mais raramente. O envolvimento do SNC pode aparecer como a única forma aparente de manifestação clínica em alguns cães. GEBARA et al.(2004), classifica a encefalite causada pelo CDV em quatro formas: Quadro 1: classificação da encefalite causada pelo CDV, GEBARA et al.(2004) 1- Encefalite em cães jovens, de caráter grave e agudo, com manifestação simultânea de sinais clínicos sistêmicos e neurológicos; 2- Encefalite em cães adultos, do tipo crônica, na qual os distúrbios neurológicos podem estar desacompanhados de transtornos sistêmicos; 3- Encefalite do cão velho; 4- Encefalite recidivante crônica, que são de ocorrência esporádica. Em alguns casos observa-se hipoplasia do esmalte dentário, no caso de filhotes ocorre antes da erupção dos dentes permanentes (figura 4). Hiperqueratose dos coxins podais (figura 5) e do nariz são outros sinais observados, atualmente são menos comuns e são característicos de determinadas cepas virais. A dermatite pustular ocorre com maior frequência devido a diminuição da imunidade do animal que tornam as bactérias da pele oportunistas (SMITH, 2008). 17 Figura 4 – Cão com cinomose apresentando hipoplasia de esmaltedentário. Fonte: Encyclopedia, 2008 Figura 5- Hiperqueratose dos coxins podais. Fonte: Canine, 2009 2.5- Diagnóstico O diagnóstico da cinomose torna-se difícil devido a sua apresentação variável da clínica. Um diagnóstico presuntivo da cinomose canina pode ocorrer em vários casos com a combinação de alguns sintomas principais, como secreção respiratória, inflamação conjuntival, diarreia e sinais nervosos (KIM et al, 2006). Os sintomas da cinomose canina apresentam o mesmo padrão de outras doenças infecciosas e parasitarias de cães, fazendo com que o diagnóstico clínico realizado com base em anamnese, exame físico e exames complementares às vezes sejam inconclusivos (BARBOSA et al., 2008). O vírus da cinomose pode estar presente em títulos variados, em 18 diferentes estágios da infecção e em diversas amostras biológicas, dentre elas: líquor, sangue total, saliva, fezes, urina e secreções respiratórias (NEGRÃO et al., 2007). O emprego de um método sensível de diagnóstico ante mortem do CDV permite que condutas adequadas de tratamento e profilaxia possam ser adotadas com antecipação e eficiência (NEGRÃO et al., 2007). 2.5.1 Colheita de material para análise Para demonstração histológica de corpúsculos de inclusão ou para testes de imunofluorescencia para o antígeno da cinomose podem ser utilizados: a colheita de raspados das tonsilas ou da conjuntiva e esfregaços da camada gordurosa do sangue coagulado no período de 2 a 3 semanas após a infecção (estágio inicial da doença) (MORAES, F.C. et al. 2013). A eficácia do teste diminui com a progressão da doença. Uma opção seria a cultura de macrófagos alveolares do cão, por apresentar mais seletividade ao isolamento do vírus e segundo Negrão, 2007, no auge da doença é mais propício achar inclusões nas mucosas respiratória e bexiga. 2.5.2 Diagnóstico laboratorial O diagnóstico clínico pode ser confirmado pela identificação de corpúsculos de inclusão (Corpúsculos de Lentz), característicos da doença. É encontrado em células associadas à exsudato, nas células epiteliais e em neutrófilos, porém, sua ausência não exclui a infecção pelo CDV. De quatro a seis dias após a infecção ocorrem as alterações laboratoriais que consistem de uma leucopenia (BARBOSA et al., 2011). A presença do vírus e a deposição de imunocomplexos na membra eritrocitária aumentam a destruição dos eritrócitos causando anemia, esta pode também ser atribuída a diminuição da produção de imunocomplexos associado ao estresse desencadeado pela doença que leva a falência medular (SILVA et al., 2004). Quando o quadro já está instalado ocorrem a neutrofilia, linfopenia e monocitose, a leucocitose ocorre após infecção bacteriana secundária (BARBOSA et al., 2011). A trombocitopenia provavelmente se deve a uma resposta imunomediada, com remoção das plaquetas pelo sistema reticulo endotelial e pelo aumento de anticorpos antiplaquetários que ocorrem em infecções virais do gênero Morbillivirus (MORAES, F.C. et 19 al. 2013). A trombocitopenia não é especificas da doença, em alguns quadros não há nenhuma alteração (BARBOSA et al., 2011). Gebara et.al. (2004) faz uma analogia com os resultados obtidos e conclui que os dados hematológicos não são suficientes para a realização de diagnóstico diferencial, uma vez que eles podem ser influenciados por fatores tais como a estirpe viral infectante, a fase de replicação do vírus no momento da colheita do sangue e a presença ou não de infecção bacteriana secundária. A diminuição da ingestão proteica, bem como o comprometimento intestinal são fatores determinantes na redução dos níveis séricos da albumina, o que justificaria a hipoproteinemia observada na maioria dos animais com cinomose (SILVA et al., 2007). É preferencial um diagnóstico realizado por métodos diretos por sua precisão, como o histopatológico e os métodos moleculares, no entanto também pode ser realizado de forma indireta como no ELISA, no isolamento viral, na imunohistoquímica, na imunofluorescência direta e na soroneutralização (BRAZ, 2009). 2.5.3 Exames diretos 2.5.3.1 Isolamento viral O isolamento viral pode ser feito em amostras clínicas com sangue, secreção ocular e nasal e através de inoculação em células de linhagem. Arredondamento celular, descolamento da monocamada, lise celular, formação de sincício são alguns efeitos citopáticos observados. O cristal de violeta é utilizado para corar a monocamada e assim poder observar os corpúsculos de inclusão, tanto intracitoplasmático como intracelular (BRAZ, 2009). Se o animal não estiver na fase aguda da doença a técnica de isolamento viral em cultivo celular pode resultar em falso-negativo, essa técnica é bastante especifica. Células gigantes podem ser dectadas em várias culturas de tecidos de dois a cinco dias após a infecção, a formação dessas células gigantes é caraterística citopática efetiva do vírus da cinomose (SUMMERS et al., 1995; JONES et al., 2000; GEBARA et al., 2004; GREENE, 2006). 20 2.5.3.2 Diagnóstico molecular Para diagnósticar a cinomose, o método molecular de transcrição reversa - Reação em Cadeia da Polimerase (rt-PCR) tem contribuído bastante. Para detecção do CDV podem ser utilizados amostras de urina, soro, sangue, fragmentos de órgãos e secreção ocular e nasal (BRAZ, 2009). As principais vantagens deste método incluem: a possibilidade de utilizar diferentes tipos de amostras, a rapidez na obtenção dos resultados, os altos níveis de sensibilidade e especificidade e a não exigência da infecciosidade da partícula viral. Esse método vem sendo empregado com sucesso na detecção do vírus da cinomose, a resposta é conclusiva tanto para amostras biológicas de cães com sinais sistêmicos, quanto para sinais neurológicos. (GEBARA et al., 2004). 2.5.3.3 Histopatologia Corpúsculos de inclusão são produzidos pelo vírus da cinomose e podem ser observados em vários tecidos após coloração pelos métodos de Giemsa, Sellers ou Shorr (MORAES, F.C. et al. 2013). Esses corpúsculos são denominados de Corpúsculos de Lentz intracitoplasmáticos. As inclusões são compostas por restos celulares resultantes da ação vírica e por agregados de nucleocapsídeos (BRAZ, 2009). Na microscopia, os corpúsculos de inclusão se apresentam intranucleares ou intracitoplasmáticos e podem ser observados nos macrófagos, bronquíolos e epitélio de brônquios. Também podem ser encontrados no SNC, no baço, estomago, linfonodos, tonsilas, bexiga urinária, coxins digitais e conjuntiva (SONNE, 2008). 2.5.3.4 Imunohistoquímica A técnica de imunohistoquímica para diagnóstico da cinomose canina pode ser realizada ante-morte ou pós-morte e os resultados são mais satisfatórios na fase aguda da infecção (GREENE e APPEL, 2007). A técnica ante-morte pode ser feita utilizando pele (tecido do pescoço dorsal), mucosa nasal e epitélio dos coxins. O exame pós-morte a partir de tecidos do cérebro, estômago, baço, pulmão, tonsilas, bexiga, linfonodos e duodeno (BRAZ, 2009). 21 2.5.3.5 Imunofluorescência A técnica de imunofluorescência é um dos métodos mais sensíveis e específicos na detecção dos antígenos virais, é uma técnica aplicada ao diagnóstico da cinomose desde 1956. encéfalo (ELIA et al., 2007; SANTOS, 2002). Pode ser executada de duas maneiras: Imunofluorescencia direta (IFD) onde o anticorpo anti-cinomose é marcado com corante isoticionato de fluoresceína e pelo método de imunofluorescência indireta (IFI) (MORAES, F.C. et al. 2013). Neste caso o teste é realizado em duas fases, primeiro o anticorpo anticinomose é introduzido e não marcado como o de IFD, na segunda fase é adicionado um anticorpo anti-imunoglobulina (BRAZ,2009). Na técnica de imunofluorescência direta várias amostras clinicas podem ser utilizadas. Por esfregaço conjuntival a detecção depende do quadro febril ou se o animal está na fase aguda ou crônica (o vírus pode ser observado a partir do nono dia pós infecção. Pelo sangue é detectado dois dias antes do pico febril, sendo revelado a partir do terceiro dia após a infecção indo até o 17° dia (MORAES, F.C. et al. 2013). Por esfregaços sanguíneos é consistentemente positivo, enquanto que os esfregaços conjuntivais tendem a ser positivos intermitentes. Também podem ser realizadas por amostras de impressão de genital e por esfregaço nasal (BRAZ, 2009). 2.5.4 Exames indiretos Além da já citada imunofluorescencia indireta: imunocromatografia, soroneutralização, fixação de complemento, imunoperoxidase e ensaios imunoenzimáticos (ELISA), são os testes sorológicos empregados no diagnóstico da cinomose canina (BRAZ, 2009). As técnicas sorológicas apresentam valor limitado, devido o animal apresentar ou não títulos de anticorpos mensuráveis (GEBARA, et.al., 2004). As propriedades imunossupressoras do CDV podem ser decorrentes de baixos títulos decorrentes de infecção clínica ou subclínica ocorridas anteriormente ou resultantes de vacinação previa, levando a possibilidade de aumento dos títulos de anticorpos (SANTOS, 2006). 22 2.5.5 Achados Anatomopatológicos Mesmo em cães que apresentam sinais clínicos graves, as alterações macroscópicas encontradas na necropsia são geralmente inconclusivas e variáveis(SONNE, 2008). Tumefações escamosas e duras podem ser observadas nos coxins e nos linfonodos, pontos hemorrágicos e congestos também podem ser encontrados. Nos pulmões frequentemente ocorre várias alterações, mesmo que os mesmos apresentem aspecto normal. No intestino observa-se necrose linfoide, infiltração de linfócitos na lâmina própria e degeneração do epitélio (SONNE, 2008). No SNC são pouco frequentes as alterações macroscópicas, mas quando aparecem observa-se excesso de liquido cefalorraquidiano, hiperemia das leptomeninges e com menos frequência dilatação ventricular (MORAES, F.C. et al. 2013). Em alguns casos de lesão inflamatória crônica ou em casos de desmielinização acentuada pode ocorrer malácia e cavitação da substância branca (SILVA, 2009). Segundo Mello et al., 2008, lesões no cerebelo e nas colunas brancas da medula espinhal também podem ocorrer, elas são caracterizadas por desmielinização, áreas de necrose bem delimitadas e inclusões intranucleares. Sempre que o SNC é acometido pelo vírus ocorre o processo de desmielinização em duas fases dependendo da evolução da doença: fase aguda, onde não ocorre inflamação e fase crônica que frequentemente a inflamação está presente (SILVA, 2009). Por fim, hipoplasia do esmalte dentário e exposição da dentina podem ocorre em cães infectados pelo CDV antes da erupção dos dentes permanentes (SONNE, 2008). 2.6- Diagnóstico Diferencial O diagnóstico clínico da cinomose canina é bastante difícil devido os sinais clínicos serem bastante semelhantesaos sinais clínicos de outras doenças caninas. Parvovirose, leptospirose, raiva, toxoplasmose e hepatite são algumas dessas doenças. Infecções secundárias também são frequentes e devem ser diferenciadas, como as doenças entéricas (salmonelose e pasteurelose) (POZZA, et.al., 2007). A erliquiose canina e a traqueobronquite infecciosa canina devem ser distinguidas da forma respiratória e nervosa (MONTI, 2004). Para a escolha correta do tratamento e definir o prognóstico da doença, o diagnóstico diferencial é fundamental. A hipocalcemia é considerada um diagnóstico diferencial, pois 23 pode gerar distúrbios do movimento que sem assemelham a mioclonia (GEBARA et al., 2004). Intoxicação por chumbo ou uma encefalomielite causada pelo Toxoplama gondii também apresentam sinais clínicos de mioclonia, característico da cinomose (MONTI, 2004). O diagnóstico diferencial da raiva canina com outras doenças que apresentam sintomas semelhantes é de grande importância, principalmente por haver envolvimento de seres humanos na interação com animais suspeitos (SILVA; MORINISHI; NUNES, 2004). Em áreas epidêmicas para raiva canina o foco ainda é maior. A cinomose provoca alterações neurológicas como convulsões, incoordenação motora, mioclonia, ataxia e por istoé considerada uma das enfermidades que se deve fazer o diagnóstico diferencial com a raiva (SILVA; 2007). 2.7-Prognóstico Na maioria dos casos de cinomose aguda o prognóstico é reservado, mas quando os animais acometidos pelo vírus apresentam sinais neurológicos junto com infecção secundaria a taxa de mortalidade é alta, principalmente quando atinge animais jovens (SWANGO, 1997, SHERDING, 1998, ZANINI; SILVA,2006). A fase neurológica geralmente leva a morte em curso agudo ou crônico e quando não leva a morte, o animal fica com sequelas que podem ser inabilitantes (GREENE, 2006). Raras vezes a doença estaciona, comumente é progressiva. Animais que apresentam sinais neurológicos progressivos graves e incapacitantes é recomendado a eutanásia. (SHERDING, 1998, ZANINI; SILVA,2006). 2.8-Tratamento Uma boa resposta imunológica para combater o vírus é de grande importância para a sobrevivência do animal com cinomose. O tratamento é basicamente de suporte sintomático onde busca fortalecer o organismo do animal, melhorar a sua resistência e tratar/ evitar as infecções secundárias (AMARAL, 2005). Uma opção de tratamento em lesões inflamatórias é a terapia com células-tronco, geralmente utilizada a injeção autóloga de células precursoras de tecido adiposo (BLACK et al., 2007; 2008; BRITO et al., 2010). Esta mesma abordagem foi utilizada por Riordan et al., (2009), apud PEREIRA, 2014 em tratamento de esclerose múltipla humana, que apresenta sequelas neuronais semelhantes na cinomose canina. 24 Corticosteroides podem ser utilizados para reduzir o edema cerebral e devido a imunopatologia das lesões neuronais e suas doses são reduzidas até o final do tratamento (TIPOLD,1992; GREENE,2006). A dexametasona por via intravenosa também é utilizada. Anticonvulsivantes como o fenobarbital podem ser utilizados nos casos de animais com convulsão. O uso de esteroides tem a desvantagem por causar imunossupressão sendo a resposta inflamatória responsável pela retirada do vírus do organismo (AMARAL, 2005). A imunoterapia passiva é fundamentalmente de soroneutralização. Como norma devese aplicar o soro hiperimune de 2 a 4 ml\kg de uma só vez em ambos os lados do tórax por via subcutânea ou então distribuindo-o em vários locais por via intramuscular (SHERDING, 2003; SWANGO, 1997). O soro vai baixando a sua concentração aos poucos mas permanece ativo no corpo do animal por 15 a 30 dias. Essa baixa na titulação do soro ocorre por metabolização e eliminação progressiva ou pela formação do complexo antígeno-anticorpo (GREENE, 2006). Este soro hiperimune é sugerido quando o animal apresenta tiques ou paresias. A hidratação pode ser necessária, sendo importante hidratar e ao mesmo tempo manter o líquido no organismo, para que não haja um desequilíbrio iônico. A hidratação pode ser feita com líquidos hidroeletrolíticos complexos, como Ringer (GREENE, 2006; TIPOLD, 1992). Se houver perda de elasticidade da pele a dose do Ringer costuma ser equivalente a 5% do peso do animal, a cada 12 horas, 2,5 a 5% de glicose é indicado ser adicionar ao soro (GREENE, 2006). A cinomose e o sarampo possuem o vírus da mesma família e gênero (Paramyxoviridae – Morbilivirus), a vitamina A, Ribavirina e o interferon α vem demonstrando benefícios no tratamento da cinomose. Os interferons induzem um estado de resistência antiviral em células teciduais não infectadas, eles são produzidos pelas células do sistema imunológico (OTAKI et al., 2006). O uso da ribavirina demonstrou melhora do quadro clínico dos animais, na fase neurológica, se mostrou efetivo contra a infecção do vírus. Segundo Mangis, 2008 o DMSO (Dimetil- Sulfóxido) mostrou-se capaz de potencializar a ação antiviral da ribavirina, aumentando o seu poder de difusão tecidual, tornando o combate ao vírus da cinomose ainda mais eficiente. A ribavirina se mostrou eficaz contra a infecção do vírus na dose de 30 mg/Kg por via oral, a cada 24 horas, durante 15 dias (MANGIA,2008). 25 2.9-Profilaxia A melhor maneira de prevenção e controle da cinomose é a vacinação. Mesmo quando nem todos os indivíduos foram vacinados é possível proteger uma população contra a infecção (RIKULA et al., 2007). A partir do colostro das mães que cães neonatos adquirem imunidade passiva contra o vírus da cinomose, após o nascimento são absorvidos nas primeiras horas de amamentação. Após o desmame, a maior parte dos cães ficam protegidos no período entre oito a quatorze semanas de idade, esses anticorpos vão desaparecendo gradualmente. A vacinação já pode ser realizada a partir dessa idade. (RIKULA et al., 2007). No caso de filhotes que não receberam o colostro, a primeira dose da vacina deve ser feita com quatro semanas de idade e repetida após duas semanas. Esse protocolo evita o uso da vacina de vírus vivo em filhotes muito jovens (BIRCHARD; SHERDING,2003). Para os animais que receberam o colostro deve-se fazer uma série de três vacinações com intervalos de três a quatro semanas entre seis e dezesseis semanas de idade. (RIKULA et al., 2007). Algumas opções de vacinas estão disponíveis como medidas profiláticas: vacinas vivas inativas, vacinas vivas atenuadas, vacinas contra o vírus do sarampo e as recombinantes que são mais recentes. (APPEL; SUMMERS, 2009). Amostras de Snyder Hill, Onderstepoort e Rockborn quando adequadamente atenuadas em culturas de células, protege os animais contra a infecção natural (PARKER et al., 2008). O animal deve ser avaliado antes de ser imunizado, buscando fatores que possam influenciar na capacidade do antígeno viral responder com eficiência. Procedimentos cirúrgicos devem ser adiados por quatro semanas após a imunização do animal, pois vacinas vivas atenuadas podem induzir trombocitopenia transitória (LAPPIN, 2011). Segundo Lappin, 2011; cães não respondem a imunização de forma satisfatória quando apresentam temperatura corpórea superior a 39,7 °C, nesse momento não devem ser vacinados. A vacinação deve ser evitada também em cães com doenças imunomediadas, pois a vacina estimula o sistema imune podendo causar exacerbação dessas condições (ALEMDRA et al., 2005). Existem suspeitas de que animais vacinados com frequência podem acarretar problemas imunomediados, por isso é preciso avaliar a imunidade humoral do animal realizando exames sorológicos e a partir daí adequar os protocolos de vacinação de acordo com a necessidade do animal, revacinando ou não anualmente (LAPPIN, 2011). 26 3.0- CONCLUSÃO A cinomose canina é uma doença mundialmente distribuída e é a causa de grande preocupação na clínica de pequenos animais. É uma doença altamente contagiosa e seus alvos principais são cães jovens, com vacinação incompleta e não vacinados. Essa doença apresenta uma alta taxa de mortalidade e formas de controle devem ser consideradas para diminuir a sua ocorrência. Um grande problema enfrentado nas clínicas é a falta de um diagnóstico precoce da doença e os animais só são levados a clínica quando já apresentam a doença sistêmica, dificultando o tratamento. O tratamento é basicamente de suporte sintomático, é necessária uma avaliação do quadro geral do animal e do envolvimento do organismo, visando melhorar a resistência e o fortalecimento e tratar possíveis infecções secundárias. Esse trabalho foi realizado com intuito de contribuir como forma de consulta para clínicos, devido se tratar de uma doença que tem uma alta taxa de mortalidade e mais estudos são necessários para auxiliar na escolha de tratamentos mais eficientes, oferecendo uma melhor condição de vida para os pacientes. Tem como objetivo também atentar para importância das formas de prevenção e controle e na utilização de métodos de diagnósticos mais precisos. 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, Andreia Rocha de. 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