Força Aérea Dominicana se prepara para - Dialogo

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Força Aérea Dominicana se prepara para proteger população
civil do Ebola
Força Aérea Dominicana (DAF) reuniu recentemente a comunidade médica das Forças Armadas para
preparar sua resposta ao vírus mortal Ebola.
Holger Alava
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5 novembro 2014
Preparação para o Ebola: Equipe médica da Força Aérea Dominicana (DAF) participa de uma conferência organizada
com o objetivo de ajudar médicos da DAF a se preparar para proteger a população civil do vírus fatal Ebola. A
conferência ocorreu no Hospital Militar Dr. Ramón de Lara em 10 de outubro. [Foto: Força Aérea Dominicana]
A Força Aérea Dominicana (DAF) reuniu recentemente a comunidade médica das Forças Armadas para
preparar sua resposta ao vírus mortal Ebola.
A conferência “Gerenciamento e Protocolos do Ebola Segundo a Organização Mundial da Saúde e
Organizações Pan-Americanas da Saúde” foi realizada no Hospital Militar Dr. Ramón de Lara em 10 de
outubro.
Liderado pelo coronel Humberto José Brito Gómez, especialista em medicina interna e vice-diretor do
hospital, os médicos participantes discutiram as diretrizes do Ebola, estabelecidas pela Organização PanAmericana da Saúde (OPAS). Foram apresentadas ainda uma análise epidemiológica e estatísticas
mostrando a gravidade do atual surto de Ebola na Africa Ocidental.
Até 29 de outubro, havia mais de 13.700 casos de Ebola, com mais de 4.900 mortes, segundo a
Organização Mundial da Saúde. Quase todos os casos aconteceram na África Ocidental, com alguns
registros na Europa e nos Estados Unidos. Nenhuma ocorrência da doença foi relatada na República
Dominicana ou em qualquer outro país da América Latina.
Médicos na conferência discutiram os sintomas do Ebola, as melhores maneiras de diagnosticar a doença e
como transportar e tratar com segurança pacientes infectados pelo vírus.
“O alto nível de preparo dos médicos das Forças Armadas permite que enfrentem desafios importantes no
setor de saúde”, ressalta Daniel Pou, pesquisador da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais
(FLACSO) da República Dominicana. “O hospital das Forças Armadas foi usado nesse exercício de
prevenção por causa do seu tamanho, influência em nível nacional e equipe altamente qualificada que
trabalha em questões de prevenção.”
Uma missão humanitária
Como outros braços dos militares da República Dominicana, a DAF coopera com as forças policiais do país
e de outras nações, como o Estados Unidos, no combate ao crime organizado e tráfico de drogas
internacional. Porém, proteger a população civil de ameaças à saúde pública também é parte das
responsabilidades da DAF.
Se houvesse um surto de Ebola na República Dominicana, a DAF e outros braços das Forças Armadas
disponibilizariam a mesma forma de assistência que proporcionam durante desastres naturais: transporte
aéreo e marítimo e apoio logístico e médico, incluindo a instalação de hospitais militares móveis. Lidariam
ainda com outros desafios relacionados à doença.
“Um deles é vigilância das fronteiras para assegurar que não haja permeabilidade significativa”, explica
Pou. “Outro desafio é dar apoio à equipe médica altamente qualificada deles, de acordo com diretrizes
implementadas antes que eventos inesperados ocorram.”
Esforço cooperativo
As Forças Armadas estão se coordenando também com instituições governamentais e civis para se
preparar para o Ebola.
Em 26 de outubro, o Ministério da Saúde promoveu treinamento em massa sobre prevenção ao Ebola para
médicos e enfermeiras em hospitais e clínicas particulares, diretores de saúde provinciais,
epidemiologistas, médicos que trabalham em portos, aeroportos e postos de fronteira e líderes de filiais
regionais da Faculdade de Medicina Dominicana.
A conferência “Ebola: Epidemiologia, Apresentação Clínica, Gestão e Biossegurança” foi elaborada
especialmente para profissionais de saúde que prestam serviços em províncias com portos, aeroportos e
postos de fronteira. Entre os palestrantes da sessão de treinamento, estavam a doutora Raquel Pimentel,
diretora-geral de epidemiologia do Ministério da Saúde, o doutor José Yunén, especialista em doenças
infecciosas do Centro de Diagnóstico e Medicina Avançada (CEDIMAT) do país, e a doutora Talía Flores,
presidente da Sociedade Dominicana de Doenças Infecciosas.
Experiência no combate a doenças fatais
A DAF tem ampla experiência na resposta a surtos de doenças mortais.
Ajudou a população civil durante uma epidemia de cólera em novembro de 2010, que surgiu quase um ano
depois que um terremoto de magnitude 7.0 atingiu o vizinho da República Dominicana, Haiti, em janeiro de
2010. O desastre causou danos graves à infraestrutura do Haiti e limitou o acesso do país a água potável –
um precursor para o surgimento do cólera, que é causado pela ingestão de água contaminada. De lá, a
doença se espalhou para a República Dominicana.
Cerca de 25.000 casos de cólera foram registrados na República Dominicana na época, com em torno de
400 mortes. Mas os militares dominicanos ajudaram a conter a epidemia.
“Nessa situação, integrantes das Forças Armadas participaram com sua equipe de epidemiologistas”,
afirma Pou. “Como esses especialistas médicos estiveram em países diferentes onde a República
Dominicana participa de exercícios das Nações Unidas, os médicos estavam familiarizados com a forma de
propagação da epidemia, medidas de precaução e tudo relacionado a detenção da epidemia de cólera.”
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