Diagnóstico Diferencial dos Tumores Cervicais INTRODUÇÃO O termo tumor, apesar de impreciso, integrou-se à linguagem corrente para designar o aumento localizado de volume e consistência dos tecidos, provocado por doença benigna, maligna, inflamatória ou mesmo decorrente de traumatismo. Muitas vezes é empregado como sinônimo de neoplasia, principalmente a de caráter maligno. A definição de neoplasia é importante e, dentre as mais aceitas, está a do oncologista britânico, Sir Robert Willis: “Neoplasia é uma massa anormal de tecido cujo crescimento, comparado ao do tecido normal, é maior, incoordenado e persiste mesmo após a retirada do estímulo que provocou a mudança”. A essa definição pode-se acrescentar que esse tumor não tem propósito e é virtualmente autônomo. O caráter benigno ou maligno dessas neoplasias depende de características como grau de diferenciação e anaplasia, capacidade de invasão, ritmo de crescimento e capacidade de gerar metástase. Na prática clínica, os tumores que acometem a região do pescoço são chamados de nódulos ou massas e não há definição clara que os diferencie. Em linhas gerais, costuma-se nomear de nódulo o tumor bem delimitado, com maior diâmetro de aproximadamente 3 cm ou menos. Os tumores cervicais podem ser manifestações de diversas doenças que compreendem as neoplasias, processos inflamatórios e afecções congênitas. Seu diagnóstico diferencial fundamenta-se na avaliação clínica complementada por exames subsidiários. A avaliação clínica de um tumor cervical é complexa e baseia-se na história da moléstia atual e no exame clínico detalhados. O questionário deve ser abrangente e incluir os hábitos tabagico e etílico, exposição sexual, ocupação, história de febre, sudorese, perda de peso, exposição a agentes infecciosos, tuberculose e viagens recentes. O exame físico é de extrema importância, uma vez que permite localizar o tumor no pescoço. O raciocínio para estabelecimento do diagnóstico diferencial de determinado tumor cervical parte do conhecimento da anatomia topográfica da região, pela qual são definidos os chamados triângulos ou regiões cervicais (Figura 1). Ao conhecer as estruturas profundas correspondentes aos triângulos, bem como as principais doenças que podem acometê-las (Tabela 1), torna-se possível formular hipóteses diagnósticas, que variam em ordem de importância de acordo com a idade e os demais dados da avaliação clínica do doente. Figura 1: Figura esquemática representativa dos triângulos cervicais. Tabela 1: Principais doenças que se manifestam como tumor cervical http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1916/diagnostico_diferencial_dos_t umores_cervicais.htm O que é câncer primário O câncer pode começar em qualquer órgão ou tecido do corpo. O tumor original é chamado câncer primário. O câncer geralmente recebe nome pela parte do corpo ou tipo de célula na qual começou. Tumores malignos podem se espalhar (metástase) e ser uma ameaça à vida. Tratamento para câncer metastático Quando ocorre metástase o câncer pode ser tratado com quimioterapia, radioterapia, terapia biológica, terapia hormonal, cirurgia, criocirurgia, ou uma combinação desses tratamentos. A escolha do tratamento geralmente depende do tipo de câncer primário, tamanho e localização da metástase, idade do paciente e sua saúde geral, e tipos de tratamentos que o paciente teve no passado. A quimioterapia utiliza medicamentos que destroem as células doentes e impedem que as mesmas se espalhem pelo corpo. A quimioterapia é um tipo de tratamento médico que introduz na circulação sanguínea compostos químicos, chamados quimioterápicos, para combater o câncer. A medicação pode ser administrada das seguintes formas: Via oral (pela boca); O medicamento é ministrado em forma de comprimidos, cápsulas e líquidos; Intravenosa (pela veia); A medicação é aplicada na veia por meio de cateter (um tubo fino colocado na veia), na forma de injeções ou diluído ao soro; Intramuscular (pelo músculo); A medicação é aplicada por meio de injeções no músculo; Subcutânea (abaixo da pele); A medicação é aplicada por meio de injeção no tecido gorduroso acima do músculo; Intratecal (pela espinha dorsal); A aplicação é feita no líquor, o líquido da espinha, sendo administrada pelo médico, em uma sala própria ou no centro cirúrgico; Tópico (sobre a pele); O medicamento, líquido ou pomada, é aplicado diretamente sobre a pele. Esses medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo que se espalhem pelo organismo. A quimioterapia pode ser empregada como tratamento isolado ou combinado com radioterapia, cirurgia ou outro procedimento indicado pelo médico, dependendo do tipo do tumor, sua localização e o estágio da doença. O tratamento pode ser realizado durante a internação hospitalar ou em ambulatório, em área especialmente preparada para esse fim. Os quimioterápicos interferem na capacidade de multiplicação das células cancerosas e podem ter quatro finalidades: Curativa – destruição total do tumor; Adjuvante – prevenção de metástases e recaída do tumor; Prévia ou neoadjuvante – redução do tumor para posterior cirurgia ou radioterapia; Paliativa – melhoria na qualidade de vida e aumento da sobrevida do paciente. A quimioterapia não causa dor e o paciente só sentirá a “picada” da agulha na pele na hora de puncionar a veia para fazer a medicação. Certos medicamentos podem causar sensação de desconforto, ardência, queimação, placas avermelhadas na pele e coceira. Nesses casos, o paciente deve avisar imediatamente ao profissional que o estiver atendendo. Qual a diferença quimioterapia? entre radioterapia e A quimioterapia é um método que utiliza vários medicamentos denominados como quimioterápicos, que combatem as células que estão produzindo o câncer, de modo a destruir os seus rastros e permitindo que estas células não se espalhem no organismo. Este é um tratamento que pode ser realizado em conjunto com a radioterapia e/ou uma cirurgia, podendo ser ministrada de maneira isolada ou combinada. Quando a quimioterapia utiliza medicamentos combinados, diminuem-se assim o risco de resistência a drogas, conseguindo desta forma, atingir diferentes fases de crescimento do tumor. A radioterapia é um método que trata o local onde ainda não ocorreu metástase, isto é, que ainda não se encontra em fase avançada e nem se alastrou pelo organismo atingindo outros órgãos. Este procedimento utiliza descargas de radiações no tumor que danifica o DNA das células, impedindo assim a sua reprodução. O interessante e formidável da radioterapia, é que os danos causados no DNA das células são passados para as demais. Sendo assim elas morrem ou se reproduzem de forma mais lenta. A radioterapia é muito eficaz em conjunto com a quimioterapia. Enquanto a quimioterapia atua no organismo como um todo, a radioterapia visa combater uma região específica, tornando possível a interrupção da reprodução das células, e por sua vez, proporcionando a cura do paciente. https://www.portaleducacao.com.br/medicina/artigos/56363/qual-a-diferenca-entre-radioterapia-equimioterapia O QUE É PET-SCAN? A tomografia por emissão de pósitrons ou PET-SCAN é uma exame de imagem que utiliza uma substância radioativa (18- Fluordesoxiglicose) para rastrear células tumorais no organismo. A técnica ou exame mais utilizado em oncologia é o chamado PET/CT que consiste na fusão de imagens geradas pelo PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) com as imagens geradas pela Tomografia Computadorizada. Diferentemente de uma radiografia ou tomografia que analisa uma estrutura ou órgão do corpo de uma forma estática, o PET é um exame funcional, ou seja, tem a capacidade de mostrar o funcionamento de um tecido a nível molecular. Em oncologia, o radio fármaco mais utilizado atualmente é a glicose marcada radioativamente (18- fluordesoxiglicose). As células tumorais e que têm um metabolismo acelerado necessitam de mais glicose, captando mais o radio fármaco injetado do que os tecidos não neoplásicos. Esse aumento da captação pode ser identificado pelo exame, mostrando pontos específicos de atividade tumoral no organismo. É bom ressaltar que o exame tem suas indicações precisas e somente o médico especialista pode solicitar sua realização após individualização de cada caso. Biopsia A biopsia, biópsia ou biopse (do grego bios - vida, e opsis - aparência, visão) é um procedimento cirúrgico no qual se colhe uma amostra de tecidos ou células para posterior estudo em laboratório, tal como a evolução de determinada doença crônica. Freqüentemente usada para diagnosticar se um tumor é benigno ou maligno. Linfonodos e Câncer O corpo humano tem uma rede de vasos linfáticos e linfonodos, que é parte do seu sistema imunológico. Ela coleta líquidos, material de desperdício e outros elementos, como vírus e bactérias, que se encontram nos tecidos do corpo, fora da corrente sanguínea. Os vasos linfáticos são muito parecidos com as veias que conduzem o sangue através do corpo. Mas, ao invés de transportar sangue, estes vasos transportam um líquido claro chamado linfa. O Sistema Linfático A linfa circula por fora dos vasos capilares banhando as células dos tecidos do corpo. Ele transporta oxigênio e outros nutrientes até as células, recolhendo produtos residuais, como o dióxido de carbono (CO2), produzidos pelas células. O líquido linfático também contém glóbulos brancos do sangue, que ajudam no combate às infecções. O líquido linfático eventualmente poderá se acumular e provocar edema (inchaço) se não for drenado de alguma forma. Esse é o papel dos vasos linfáticos. Os vasos linfáticos drenam a linfa em torno das células enviando-a para o tórax através do conduto linfático. O líquido linfático é drenado em um vaso sanguíneo perto do coração. Função dos Linfonodos Os vasos linfáticos conduzem o líquido linfático por todo o corpo. Os linfonodos (gânglios linfáticos) são pequenas estruturas que funcionam como filtros para substâncias nocivas. Eles contêm células do sistema imunológico que ajudam no combater às infecções atacando e destruindo germes que são transportados pelo líquido linfático. Existem centenas de gânglios linfáticos em todo o corpo. Cada linfonodo filtra o líquido e substâncias dos vasos que chegam até ele. O líquido linfático dos dedos, por exemplo, drena em direção ao tórax, juntando-se ao líquido drenado do braço. Este líquido é filtrado nos gânglios linfáticos do cotovelo ou da axila. O líquido linfático da cabeça, couro cabeludo e rosto fluem para baixo através dos gânglios linfáticos do pescoço. Alguns linfonodos se encontram em locais profundos dentro do corpo, como entre os pulmões ou ao redor do intestino, para poder filtrar o líquido dessas áreas. A linfa circula lentamente por todo o corpo, até voltar ao tórax. No fim do circuito, os fluidos, sais e proteínas filtrados são despejados de volta na corrente sanguínea. Aumento de Tamanho dos Gânglios Linfáticos Quando existe um problema perto de um nódulo linfático, por exemplo, uma infecção, feridas ou câncer, o gânglio ou o grupo de gânglios linfáticos nessa área pode inchar ou aumentar de tamanho à medida que se encarregam de filtrar as células "ruins". Isso é chamado de linfadenopatia. O aumento de tamanho dos gânglios linfáticos indica que algo não está certo, mas outros sintomas podem ajudar a identificar o problema. Por exemplo, dor de ouvido, febre e aumento dos gânglios linfáticos perto da orelha levam a uma suspeita de uma infecção no ouvido ou um resfriado. Algumas áreas em que os linfonodos aumentam de tamanho são no pescoço, virilha e axilas. Na maioria dos casos, apenas uma área de linfonodos aumenta de tamanho de cada vez. Quando mais de uma área de linfonodos está acometida é denominada de linfadenopatia generalizada. Algumas infecções (tais como infecções na garganta e catapora), determinados medicamentos, doenças do sistema imunológico e câncer, como linfoma e leucemia são alguns exemplos de acometimento linfonodal. O médico irá procurar mais informações para descobrir a causa do problema. O aumento de tamanho de um linfonodo geralmente é causado por outro problema que não o câncer. Câncer nos Gânglios Linfáticos O câncer pode aparecer nos gânglios linfáticos de duas maneiras: ele pode começar no local ou pode chegar aos linfonodos a partir de outro local. Câncer que começa nos linfonodos é chamado de linfoma. Mais freqüentemente, o câncer começa em outro local e depois se espalha para os gânglios linfáticos. Como o Câncer se espalha para os Gânglios Linfáticos O câncer pode se espalhar a partir do local onde começou (sítio primário) para outras partes do corpo. Quando células cancerosas se desprendem do tumor, elas podem viajar para outras partes do corpo, quer através da corrente sanguínea ou do sistema linfático. Se elas são conduzidas através da corrente sanguínea podem chegar a órgãos distantes. Mas, se forem conduzidas através do sistema linfático, as células cancerosas podem acabar nos gânglios linfáticos. De qualquer maneira, a maioria das células cancerosas que conseguem se desprender do tumor morre ou são mortas antes que possam se desenvolver em algum outro local. Mas, uma ou duas podem se situar em um novo local, começam a crescer e formam novos tumores. Esta disseminação do tumor para uma nova parte do corpo é chamada de metástase. Para que as células cancerosas possam chegar a novas partes do corpo, elas têm que passar por várias alterações. Primeiro têm que ser capazes de desprender-se do tumor original e, em seguida, se fixar na parte externa de um vaso linfático ou vaso sanguíneo. Segundo, devem mover-se através da parede do vaso para circular junto com o sangue ou linfa até um novo órgão ou linfonodo. Quando o câncer cresce no interior dos gânglios linfáticos, geralmente acomete os linfonodos próximos ao tumor. Estes linfonodos são os que fizeram a maior parte do trabalho de filtrar ou matar as células cancerosas. Detecção do Câncer nos Gânglios Linfáticos Os linfonodos normais são pequenos e podem ser difíceis de serem detectados, mas quando há uma infecção, inflamação ou câncer, os gânglios podem aumentar de tamanho. Os localizados próximos da superfície do corpo podem aumentar de tamanho e serem sentidos com os dedos, e alguns podem até ser vistos. Mas, se há apenas algumas células cancerosas em um linfonodo, podem não ser vistas e não se sentir nada. Nesse caso, o médico verifica a existência de câncer mediante a remoção de todo ou parte do linfonodo. Quando um cirurgião opera para remover um tumor primário, um ou mais dos gânglios linfáticos próximos (regionais) podem também ser retirados. A retirada do um gânglio linfático é chamada de biópsia. Quando muitos linfonodos são removidos, é chamada de amostragem ou dissecção linfonodal. Quando o câncer já se espalhou para os gânglios linfáticos, existe um risco aumentado de que o câncer possa voltar após a cirurgia. Esta informação ajuda o médico a decidir se mais tratamentos, como a quimioterapia ou radioterapia, são necessários após a cirurgia. Os médicos também podem colher amostras de um ou mais linfonodos usando agulhas. Geralmente, isto é feito em gânglios linfáticos aumentados de tamanho. O procedimento é chamado de biópsia por agulha. O tecido retirado é estudado sob o microscópio por um patologista (médico que diagnostica doenças utilizando amostras de tecido) para descobrir se existem células cancerosas na amostra. Sob o microscópio, todas as células cancerosas nos linfonodos retirados se parecem às células onde está localizado o tumor primário. Por exemplo, quando o câncer de mama se espalha para os gânglios linfáticos, as células nos linfonodos se parecem com as células de câncer de mama. O patologista elabora um laudo anatomopatológico, que detalha o que foi encontrado. Se um linfonodo contém câncer, o laudo descreve em detalhes o achado quanto à aparência e quantidade de doença que foi observada. Os médicos também podem usar exames de imagem para estudar os gânglios linfáticos ao redor de um tumor em caso de se encontrarem em locais mais profundos no corpo. O que significa a presença de Câncer no Linfonodo? Depende. Às vezes há tão poucas células cancerosas no linfonodo que o patologista deve realizar exames especiais para encontrá-las. No caso de encontrar somente algumas células cancerosas em um nódulo linfático, isto não modifica o esquema de tratamento do câncer. Em caso de encontrar grande quantidade de células cancerosas em um linfonodo, é possível observálas mais facilmente. Se o câncer está se desenvolvendo fora do gânglio linfático através da camada de tecido conjuntivo para o lado de fora (cápsula) é denominada extensão extra capsular. Grandes quantidades de células cancerosas nos gânglios podem significar que o câncer está em rápido crescimento e/ou mais propenso a se espalhar para outros locais do corpo. Mas, se os nódulos linfáticos próximos são o único local onde o câncer foi encontrado além do sitio primário, a cirurgia para remover o tumor e os linfonodos próximos pode ser suficiente para retirar toda a doença. O câncer que se espalhou para os gânglios mais distantes do sitio primário é mais provável que precise de tratamento adicional, como quimioterapia ou radioterapia. Por exemplo, se os linfonodos contralaterais (do outro lado do corpo) são acometidos, o câncer certamente necessitará de terapias adicionais. Acometimento dos Linfonodos x Estágio do Câncer O tratamento do câncer está baseado no tipo de câncer e no estágio da doença. Os médicos utilizam um sistema para atribuir um estágio para o câncer. O sistema de estadiamento mais comum é o sistema TNM. O T na significa Tumor, o M significa Metástase, e o N significa Nódulo Linfático. Se não são encontradas células cancerosas nos gânglios linfáticos próximos ao tumor, se atribui ao N um valor de 0. Se nós linfonodos próximos ou distantes é encontrado câncer, ao N se atribui um número, que pode ser 1, 2 ou algumas vezes 3, dependendo de quantos gânglios estão afetados, a quantidade de doença presente, o tamanho e sua localização. Um câncer com estágio TNM baixo é geralmente mais fácil de tratar e tem uma melhor expectativa de sobrevida. Por exemplo, um câncer T1, N0, M0, corresponde a um câncer que foi diagnosticado precocemente, antes de se disseminar. O T1 significa que é um tumor pequeno, o N0 significa que nenhum linfonodo está acometido, e o M0 significa que não foram encontradas metástases. Efeitos da Retirada de Gânglios Linfáticos Os linfonodos que foram retirados durante uma cirurgia, podem deixar parte do corpo sem uma forma eficiente de drenar a linfa da área afetada. Muitos dos vasos linfáticos não têm mais onde drenar já que o linfonodo aonde chegavam foi retirado, o que pode provocar o retorno do líquido linfático. Isto é denominado linfedema, e pode tornar-se um problema a longo prazo. Quanto mais gânglios linfáticos são retirados mais a chance que isto ocorra.