Universidade de Brasília – UnB Instituto de Letras – IL Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução – LET Programa de Pós-graduação em Lingüística Aplicada Elaine Soares Viegas Análise de erros na produção escrita e oral de alunos de nível avançado de um centro binacional Orientadora: Prof ª Dra. Maria Luisa Ortíz Álvarez Brasília – DF 2005 Universidade de Brasília – UnB Instituto de Letras – IL Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução – LET Elaine Soares Viegas Análise de erros na produção escrita e oral de alunos de nível avançado de um centro binacional Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Lingüística Aplicada do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da Universidade de Brasília como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Lingüística Aplicada. Orientadora: Prof ª Dra. Maria Luisa Ortíz Álvarez Brasília – DF 2005 Banca Examinadora Presidente: Prof ª. Dra. Maria Luisa Ortíz Alvarez Orientadora (UnB) Prof . Dr. Francisco José Quaresma de Figueiredo Examinador Externo (UFG) Prof ª. Dra. Cynthia Ann Bell dos Santos Examinadora Interna (UnB) Prof ª. Dra. Haruka Nakayama Examinadora Suplente (UnB) i Aos meus pais Maria Soares e Darcy Viegas Com todo o meu amor e gratidão. ii Agradecimentos A Profª. Dra. Maria Luisa Ortíz Álvarez, por tudo. Sem o seu apoio, eu provavelmente teria desistido. Aos professores do Mestrado em Lingüística Aplicada do LET-UnB, pela sua contribuição para meu aperfeiçoamento profissional. Aos meus filhos Fábio e Otávio, colaboradores incansáveis. Aos meus queridos alunos que consentiram em serem sujeitos desta pesquisa. A Beth Rabello, pelo apoio e críticas construtivas. Ao amigo Antônio Gonçalves Neto, pelo apoio acadêmico e incentivo. A Edna Mateus e Marcela Albuquerque pela presteza e ajuda. Ao Celso, por estar sempre ao meu lado. Ao Centro Binacional, onde a pesquisa foi realizada, pelo apoio irrestrito. iii Sumário Lista de abreviaturas vii Resumo viii Abstract ix Capítulo I – Organização e Metodologia 1 1.1– Introdução 1 1.2– Justificativa 2 1.3– Objetivos e perguntas de pesquisa 4 1.4– Metodologia de pesquisa 4 1.4.1 – Tipo de pesquisa 4 1.4.2 – Contexto 4 1 4.2.1- O que é um Centro Binacional? 1.4.3 – Participantes da pesquisa 6 6 1.4.3.1 – Delimitação dos participantes 9 1.4.3.2 – O que é um aluno de nível avançado? 10 1.4.4 – Instrumentos de pesquisa 11 1.4.5 – Procedimentos de coleta de dados 11 Capítulo II – Fundamentação Teórica 15 2.1 – O que é erro? 2.1.1 – A análise contrastiva 15 (AC) 15 2.1.2 – O conceito de interferência 16 2.1.3 – A análise de erros (AE) 16 2.1.4 – Erro e comunicação 19 2.1.5 – A interlíngua (IL) 21 2.1.6 – Fossilização 22 2.1.7 – A transferência lingüística 23 2.2 – Visão do erro nas diferentes abordagens e métodos de ensino de LE 25 iv 2.2.1 – O conceito de abordagem 25 2.2.2 – O conceito de método 26 2.2.3 – A abordagem gramatical ou estruturalista 28 2.2.3.1 – O Método de Gramática e Tradução 28 2.2.3.2 – O Método Direto 29 2.2.3.3 – O Método Áudio-lingual 29 2.2.4 – A abordagem cognitiva ou cognitivismo 2.2.4.1 – O ensino comunicativo de línguas 31 31 2.3 – A escrita e o erro 33 2.4 – Correção e tratamento de erros na escrita 34 2.5 – A oralidade e o erro 36 2.6 – Correção e tratamento de erros orais 37 2.7 – Taxonomia dos erros 41 Capítulo III – Análise dos Dados 51 3.1 – Introdução 51 3.2 – Análise dos erros escritos e orais 52 Análise de SA1 58 Análise de SA2 65 Análise de SA4 72 Análise de SA5 77 Análise de SB2 86 Análise de SB6 91 Análise de SB7 98 Análise de SB9 104 Análise de SB13 111 Análise de SC3 119 Análise de SC5 127 Análise de SC8 134 3.3 – Análise da totalização dos erros escritos e orais 135 v – Considerações Finais 141 – Referências 145 Anexos – Anexo A – Cópias das redações – Anexo B – Transcrições das entrevistas – Anexo C – Gráfico de distribuição de alunos por faixa etária – Anexo D – Descritores de nível avançado – Anexo E – Estatísticas de exame de proficiência – Anexo F – Símbolos para autocorreção e descritores para correção de redações – Anexo G – Descritores para avaliação oral vi Lista de abreviaturas AC Análise Contrastiva AE Análise de Erros DAL Dispositivo de Aquisição de Linguagem ECPE Examination for the Certificate of Proficiency in English EMP Ensino Médio Particular EPL Estrutura Psicológica Latente IL Interlíngua LA Lingüística Aplicada LE Língua Estrangeira LI Língua Inglesa LM Língua Materna RA1 Redação do sujeito 1 da turma A RB1 Redação do sujeito 1 da turma B RCI Redação do sujeito 1 da turma C SA1 Sujeito 1 da turma A SB1 Sujeito 1 da turma B SC1 Sujeito 1 da turma C TA1 Transcrição da entrevista do sujeito 1 da turma A TB1 Transcrição da entrevista do sujeito 1 da turma B TC1 Transcrição da entrevista do sujeito 1 da turma C vii Resumo Esta pesquisa, de natureza interpretativista, com alguns dados estatísticos, analisa os erros produzidos por aprendizes do nível avançado de língua inglesa (LI) como língua estrangeira (LE). A análise é feita sobre a produção oral e escrita dos sujeitos pesquisados em um contexto de sala de aula de um centro binacional. Os instrumentos de coleta de dados utilizados são redações escritas em sala de aula com tema único proposto pela professorapesquisadora e entrevistas individuais gravadas em áudio e transcritas posteriormente. São analisados os dados de doze sujeitos distribuídos em três turmas do último semestre do nível avançado. A pesquisa levanta e analisa dados sobre os tipos de erros produzidos pelo aprendiz brasileiro de língua inglesa (LI) como língua estrangeira (LE), o que possibilitará a posterior elaboração de um programa de tratamento de erros, antecipando-se a possíveis processos de fossilização. A análise dos dados traz luz sobre a ocorrência de erros comuns à escrita e/ou à oralidade e suas possíveis causas. viii Abstract This research, of interpretative nature, with some statistical data, analyses the errors made by advanced level learners of English as a foreign language. The oral and written production of the subjects is analysed in the context of a classroom of a binational center. The sources of the data collected are compositions written in class on a theme proposed by the teacher/researcher and individual interviews recorded on tape and transcribed afterwards. Data from twelve subjects is analysed. The subjects are distributed in three groups finishing the advanced level. The research analyses data on types of errors produced by Brazilian learners of English as a foreign language. The findings will serve as the basis for designing a preventive error treatment program, aiming at preventing processes of fossilization that are likely to happen. The data analysis sheds light on the occurences of errors that are common to both writing and speaking and their possible causes. ix Capítulo I – Organização e Metodologia 1.1 Introdução Sou professora de língua inglesa há mais de 20 anos. Nesse período, o ensino de língua inglesa (LI) no Brasil passou por várias mudanças decorrentes das diferentes abordagens metodológicas adotadas pelas instituições de ensino, especialmente aquelas que reúnem as condições necessárias1 para efetuar mudanças e implementar novas metodologias (Almeida Filho & Cunha, 2002). Quando me propus a escrever a dissertação de mestrado, fui orientada a começar por um processo de “brainstorming” de tudo aquilo que me incomodava na sala de aula. Não foram poucas as questões. Por fim, decidi-me por investigar a importância do erro durante o processo de aprendizagem de inglês como língua estrangeira (LE). Tal interesse é decorrente da constatação, através da observação, de que muitos alunos chegavam ao final do curso avançado produzindo erros estruturais segundo a norma culta, que, acredito, poderiam ser evitados se trabalhados preventivamente. Para se proceder a um trabalho de prevenção eficiente, é preciso, no entanto, uma análise do contexto em que se vai intervir. Em seu livro, "Aprendendo com os Erros", Figueiredo (1997) apresenta definições de erro de diferentes autores e aponta para o fato de que: "Os autores ainda consideram o erro como uma estratégia utilizada pelos indivíduos no processo de aquisição da língua materna, ou seja, ele é tratado como uma hipótese formulada pelas pessoas para atingir a forma convencionada. Os erros nessa perspectiva são vistos como algo positivo, como um resultado natural no processo de aquisição da língua". Trataremos o erro sob essa perspectiva positiva, como fonte de retroalimentação. 1 Por condições necessárias, considero a possibilidade de investir em treinamento constante de professores para que os mesmos estejam atualizados em relação às novas tendências e estudos na área. 1 Muitos lingüistas já se debruçaram sobre essa questão. Figueiredo (1997) faz um histórico das diferentes teorias de aquisição de linguagem, e um relato sobre como o erro foi tratado por alguns lingüistas como Lado (1957), Corder (1967) e Ellis (1994). Acredito que o trabalho dos autores citados e de outros a que certamente recorrerei durante esta pesquisa trará muita luz e contribuição para o presente trabalho. É preciso, no entanto, ressaltar que o aspecto motivador da pesquisa não é a constatação da ocorrência do erro per se, mas sim o ponto de partida para um trabalho de prevenção de fossilização do erro. 1.2 - Justificativa Essa pesquisa é relevante porque trata de uma questão comum a educadores de LI e de LE, o erro que aparece na produção escrita e oral de alunos de nível avançado. Um aspecto motivador é de cunho pessoal. Trata-se do retorno profissional do investimento de trabalho do professor. Em minha experiência de mais de vinte anos como professora de LI, testemunhei e protagonizei inúmeras vezes depoimentos de colegas professores queixando-se de suas frustrações em relação à produção oral e escrita de seus alunos já em níveis avançados e cometendo erros básicos de estrutura da língua-alvo. Em muitos casos, esses erros são sinais claros de processos de fossilização, pois ocorrem em estruturas já internalizadas a que os alunos vêem sendo expostos desde os estágios iniciais do curso. Outro aspecto justificador da pesquisa está relacionado à inquestionável importância da LI em nosso mundo globalizado, muitas vezes sendo já utilizada como língua franca. Em conseqüência, o mercado do ensino de línguas estrangeiras está numa linha ascendente e a demanda por profissionais que dominam mais de um idioma só tende a crescer. Esse mercado demanda um profissional cada vez mais qualificado e, portanto, a qualidade da formação desse profissional passa a ser um aspecto relevante. "Saber inglês" deixou de ser um diferencial para tornar-se um requisito. É possível, no entanto, falarmos de um diferencial dentro do requisito “saber inglês”. Refiro-me à acuidade estrutural, que está diretamente ligada à precisão da comunicação. O erro pode ou não afetar a comunicação. 2 Dulay, Burt e Krashen (1982), e Richards et al. (1992) tratam a questão da gravidade do erro (error gravity). Para esses autores, o erro é grave se afeta a comunicação, mas como antecipar qual erro afeta e qual não afeta a comunicação? O aprendiz que está capacitado para fazer tal distinção está certamente capacitado para produzir uma linguagem sem erros e, portanto, não é o objeto do presente estudo. O grupo de alunos formados pelo centro binacional onde os dados da presente pesquisa foram coletados é predominantemente de jovens (ver Anexo C) que estão se preparando para entrar no mercado de trabalho. É passível de questionamento que áreas demandam um inglês com alto padrão de acuidade estrutural. A resposta a tal questionamento é que, ao prepararmos o aluno, não sabemos e, em geral, ele próprio não sabe que profissão terá. Quanto melhor a qualidade dessa preparação, maior a chance de sucesso desses futuros profissionais. Os dados levantados mostram que, apesar de fluente, a fala dos sujeitos investigados apresenta erros estruturais que ora afetam e ora não afetam a comunicação. Acredito que tais erros podem ser reduzidos significativamente por meio da implementação de um trabalho preventivo elaborado a partir de resultados desta e de outras pesquisas. Encontro aí mais uma justificativa para o presente trabalho. Tal justificativa poderia ser questionada por críticos da formação educacional elitista num país com graves problemas de educação básica, mas julgo, como pesquisadora, ser essa pesquisa relevante não só para o público atendido pela escola como também para aqueles envolvidos em educação em geral. Ela busca soluções para problemas comuns a educadores e a melhoria na qualidade de ensino. Acrescente-se às justificativas anteriores o fato de que muitos dos alunos que se formam no centro binacional onde os dados foram coletados tornam-se professores de LI e, portanto, estamos falando de multiplicadores. Aí está a base da educação de qualidade; profissionais com formação de alta qualidade estão melhor capacitados para oferecer um ensino de alta qualidade. 3 1.3 - Objetivos e perguntas de pesquisa O objetivo desta pesquisa é classificar, por meio da análise, os erros estruturais ocorridos na produção oral e escrita de um grupo de alunos de LI como LE cursando o nível avançado de um centro binacional. As perguntas de pesquisa que norteiam o presente estudo são: 1. Quais os tipos de erros formais foram detectados na produção oral e escrita de alunos brasileiros de LI como LE em nível avançado de um centro binacional? 2. Os erros estruturais que ocorrem na produção escrita são os mesmos que ocorrem na produção oral? 1.4- Metodologia de pesquisa 1.4.1 Tipo de pesquisa A presente pesquisa é de cunho qualitativo-interpretativista com alguns dados quantitativos. Segundo André (1998), a pesquisa interpretativista faz uso de técnicas de observaçãoparticipante, da análise de dados escolhidos e documentados (Suarez 2000). Ela é também uma observação participativa, uma vez que os dados foram coletados em turmas em que a pesquisadora era também a professora (Nunan 1992). 1.4.2 Contexto Os dados para a presente pesquisa foram coletados em um centro binacional de Brasília, com mais de 10.000 alunos matriculados. O centro oferece cursos de LI como LE para crianças, adolescentes e adultos em todos os níveis e oferece também cursos em nível pósavançado. Ele tem como um de seus objetivos principais divulgar a cultura estadunidense, mas é importante ressaltar que não há uma orientação ideológica imposta aos mais de 150 professores que trabalham na instituição. 4 Os professores da instituição recebem treinamento compulsório semestralmente e existe um rígido sistema de seleção que envolve critérios como competência lingüística, competência comunicativa e formação pedagógica. A instituição oferece, ainda, dois cursos destinados à formação de professores de Língua Inglesa. Os cursos não são reconhecidos pelo MEC, uma vez que a instituição não possui status legal de faculdade e, portanto, não está habilitada a emitir certificação oficial. Esses professores são, em parte, absorvidos pelo centro binacional e uma outra parte por outros cursos de LI da comunidade. Um outro aspecto relevante a ser mencionado é a atuação do centro binacional junto à Secretaria de Educação do Distrito Federal. A Embaixada dos Estados Unidos da América patrocina um programa com o objetivo de oferecer reciclagem e aperfeiçoamento lingüístico e pedagógico para professores de LI da rede pública do Distrito Federal. Com duração de um ano, ele é totalmente operacionalizado pelo centro binacional e já está iniciando o terceiro ano de atuação. Setenta professores de LI da rede pública do Distrito Federal já foram formados pelo programa. A importância da exposição dos dados acima é situar a abrangência da atuação do centro binacional enquanto provedor de ensino de LI dentro da comunidade, justificando, assim, a demanda por qualidade nos serviços oferecidos. Há uma preocupação com a manutenção de um padrão em todas as cinco unidades e, para isso, todos os professores passam por observação qualitativa três vezes por semestre em turmas diferentes. As observações são feitas pelo grupo de coordenadores e supervisores educacionais que, com formação acadêmico-pedagógica variada, são os responsáveis pela formulação da orientação político-educacional e pedagógica da instituição. O público atendido pela escola paga mensalidades que variam de acordo com o número de horas estudadas, girando em torno de um salário mínimo para fazer 4 horas de aula semanalmente. A metodologia é eclética, treinando os alunos nas quatro habilidades 5 comunicativas (produção oral, escrita, compreensão oral e leitura), com ênfase na comunicação oral. O material didático utilizado pela escola é composto de livros-texto de publicação recente que são selecionados pelos supervisores no mercado publicitário, e materiais de apoio tais como: gravuras, fotos, cartazes, objetos. As salas de aula são equipadas com aparelho de reprodução de áudio, televisor e vídeo cassete. O centro possui uma sala com computadores com acesso permanente à internet para uso pedagógico. Os supervisores têm autonomia na indicação do livro a ser adotado, o que caracteriza também o caráter eclético do material didático. 1.4.2.1- O que é um Centro Binacional? Segundo a diretora da instituição, "um centro binacional Brasil-Estados Unidos tem como objetivo o ensino da língua inglesa e o fortalecimento do intercâmbio cultural entre os dois países. Além de cursos regulares e especiais, é oferecido à comunidade um variado e gratuito calendário cultural, além de permitir o acesso a bibliotecas informatizadas, orientação sobre estudos nos Estados Unidos e testes para ingresso em universidades americanas”. 1.4.3 Participantes da pesquisa Os sujeitos cujas produções escrita e oral são o objeto de estudo desta pesquisa são 12 alunos regulares escolhidos aleatoriamente dentre um total de 32 alunos (sujeitos potenciais) cursando o último semestre do curso avançado; o que significa que estão se formando após um período de estudos entre cinco e sete anos, aproximadamente 600 a 750 horas de aulas. O número de 12 sujeitos foi escolhido por eu julgar ser uma amostra representativa para os fins desta pesquisa. Os 32 alunos estão distribuídos em três turmas, que serão doravante denominadas A, B e C. As turmas têm originalmente 12, 18, e 15 alunos respectivamente, que apesar de serem assíduos às aulas, nem todos atenderam aos critérios definidos para a delimitação dos sujeitos desta pesquisa. Assim, o total de sujeitos 6 potenciais é 32. Eles têm características sócioculturais semelhantes e faixa etária entre 16 e 42 anos, com alta predominância entre 16 e 20 anos (Tabela 1.1). Os alunos fazem 4 horas de aula por semana distribuídas em dois dias com aulas de dois períodos de 50 minutos cada uma, com um intervalo de dez minutos entre os dois períodos. Não há dados estatísticos em relação à classe social dos sujeitos pesquisados, mas pode-se aferir que pertençam às classes com maior poder aquisitivo da população por meio da observação de dados como local de residência, profissão dos pais, carros que a família possui, e até mesmo os trajes de etiquetas caras dos alunos. São, em sua maioria, estudantes do ensino médio que estudam em escolas particulares (Tabela 1.1), ou universitários oriundos de escolas particulares. Os grupos são bem representativos do universo de aproximadamente 600 alunos que concluem o programa a cada semestre, uma vez que as cinco filiais da instituição seguem uma mesma orientação pedagógica e os mais de 150 professores estão distribuídos aleatoriamente entre as cinco filiais, não havendo predominância de características que pudessem afetar resultados em qualquer uma delas. A maioria dos sujeitos (Tabela 1.1) iniciou o curso de LI como LE no próprio centro. A trajetória dos sujeitos até chegar ao nível avançado dentro da instituição depende da idade em que iniciaram os estudos. A tabela na página a seguir a seguir apresenta informações sobre os 32 sujeitos potenciais da pesquisa destacando em cor diferenciada aqueles sujeitos que foram analisados. Optei por apresentar as informações referentes aos sujeitos não analisados para que possam atestar a representatividade dos sujeitos analisados em termos de semelhança de características com os demais. 7 Tabela 1.1. Descrição dos sujeitos da pesquisa Sujeito SA1 Escola Regular SA2 SA3 SA4 SA5 SA6 SA7 SA8 SA9 Ensino Médio Particular (E.M.P.) Univ. Particular E.M.P. E.M.P. E.M.P. E.M.P. E.M.P. Univ. Pública Univ. Particular SB1 SB2 SB3 SB4 SB5 SB6 SB7 SB8 SB9 SB10 SB11 SB12 SB13 SB14 SB15 SC1 SC2 SC3 SC4 SC5 SC6 SC7 SC8 Tempo de estudo Idade à época Estudou a LI em no centro da coleta de outros cursos de binacional dados língua? 6 anos 17 Não 6 anos 9 anos 4 anos 6 anos e meio 8 anos 4 anos 1 ano e meio 2 anos e meio 19 18 17 17 16 16 18 18 Não Não Sim Não Não Não Sim Sim Univ. Pública Univ. Pública E.M.P. Profissional Colégio Militar E.M.P. Univ. Particular E.M.P. E.M.P. E.M.P. E.M.P. E.M.P. E.M.P. E.M.P. E.M.P. 7 anos e meio 6 anos e meio 7 anos 1 ano e meio 4 anos 7 anos e meio 5 anos 8 anos 6 anos 4 anos 7 anos e meio 8 anos 4 anos e meio 7 anos 18 20 17 27 15 16 22 16 17 17 15 17 16 19 Não Sim Não Sim Sim Não Não Não Não Sim Não Não Não Sim Não Univ. Particular E.M.P. Univ. Particular E.M.P. Profissional Facul. Particular Facul. Particular Facul. Particular 6 anos e meio 4 anos 9 anos e meio 8 anos e meio 3 anos 5 anos 2 anos 4 anos e meio 19 18 22 18 42 24 23 18 Não Sim Sim Não Sim Não Sim Sim 8 A instituição adota um sistema de classificação por faixas etárias, e a cada final de ciclo os alunos são testados formalmente nas habilidades de compreensão oral e escrita, objetivando a homogeneização dos grupos, e também como oportunidade de reciclagem de conteúdo para aqueles que porventura estejam defasados em relação ao nível que estão cursando. Não passam por nenhum tipo de reclassificação os alunos que ingressam na instituição a partir de 15 anos de idade. Nestes casos, há apenas o teste de nivelamento inicial compulsório para todos os novos alunos. Ao encerrarem o curso avançado, os alunos são considerados capacitados a usar a LI nas quatro habilidades comunicativas: comunicação oral, compreensão oral, escrita e leitura da língua inglesa. Muitos desses alunos optam por uma continuidade de estudos, e, nesse caso, a instituição oferece cursos preparatórios para os exames de proficiência em Língua Inglesa da Universidade de Michigan; curso de conversação; cursos em habilidades comunicativas específicas; e dois cursos de aperfeiçoamento para professores com duração de dois e três anos. 1.4.3.1 Delimitação dos participantes Foi feita uma delimitação dos participantes objetivando maior rigor na coleta de dados. Foram incluídos na pesquisa somente os alunos que escreveram a redação em sala de aula e que também estavam presentes no dia da entrevista gravada em áudio. Outro critério utilizado e já mencionado anteriormente foi o da aquiescência dos participantes. Somente aqueles que aceitaram participar da pesquisa são sujeitos da mesma. Finalmente, o último critério foi o de não ter residido em país de língua inglesa. Uma aluna não foi incluída por já ter morado nos Estados Unidos da América por um período de dois anos. A escolha dos 12 sujeitos que tiveram os dados analisados foi aleatória quanto aos dados. Porém, o número de sujeitos por turma foi determinado em função do número de sujeitos potenciais. Assim, a turma “B” com 15 sujeitos potenciais teve os dados de 5 sujeitos analisados, enquanto a turma “C” teve 3, e a turma “A” teve 4 . 9 1.4.3.2-O que é um aluno de nível avançado? Quando conversamos com qualquer aprendiz de LE ou mesmo quando visitamos livrarias para procurar material didático, é inevitável nos colocarmos diante dos rótulos nível elementar, nível básico, nível intermediário, nível pós-intermediário, nível avançado e nível pós-avançado, dentre outros. O aprendiz de LE também utiliza a terminologia adotada pelos autores de material didático para referir-se a si próprio. Portanto, é muito comum ouvir um aprendiz de LE dizer que está no nível básico ou intermediário, ou outro qualquer de uma LE. No entanto, o fato do aprendiz de uma determinada instituição de ensino de LE estar num nível ou em outro não diz muito em relação à sua competência lingüística. Há uma quantidade de variáveis a serem consideradas antes de se determinar qual o verdadeiro estágio de aprendizagem em que o aprendiz se encontra. Diante da questão de determinar o que é o nível avançado, optei por utilizar os descritores da Universidade de Michigan – Michigan University Ann Arbor – USA, (ver Anexo D) por serem usados internacionalmente e também porque os alunos do centro binacional onde os dados para a pesquisa foram coletados são a maioria dos candidatos que prestam o exame em Brasília. Ao terminar o nível avançado no centro binacional, o aluno está preparado para fazer o exame de proficiência de língua inglesa (ECPE) da Universidade de Michigan. Muitos desses alunos optam por fazer um curso preparatório com duração de quatro meses em que há um treinamento específico para o tipo de questões presentes no exame. Outros fazem o exame sem passar pelo treinamento específico. O índice de aprovação dos alunos do centro binacional está dentro ou acima da média internacional como comprovam os dados no Anexo E. 10 1.4.4 Instrumentos de pesquisa Foram utilizados para este estudo dois instrumentos de coleta de dados: uma entrevista feita pela professora pesquisadora com cada um dos sujeitos gravada em áudio e uma redação escrita em sala de aula sob condições semelhantes para todos os sujeitos. As entrevistas foram feitas individualmente, gravadas em áudio e iniciadas com uma pergunta igual para todos os participantes com o objetivo de delimitar o tema. A partir da resposta do entrevistado, a entrevista fluía na direção apontada por ele. As entrevistas foram, posteriormente, transcritas e o conteúdo integral de cada uma delas está no Anexo B “Transcrições das Entrevistas”, onde também se encontram esclarecimentos para os códigos de transcrição utilizados. As redações foram escritas em sala de aula, sobre um tema escolhido pela professorapesquisadora, do qual os alunos não tiveram conhecimento prévio. As redações estão no Anexo A. 1.4.5 Procedimentos de coleta de dados A professora-pesquisadora utilizou-se de momentos de avaliação dos alunos por serem situações de condições controladas, objetivando, assim, uma uniformidade nas condições de coleta dos dados. O curso padrão, que caracteriza o contexto desta coleta de dados, é estruturado em semestres letivos. Cada nível compreende um semestre com carga horária de 60 horas-aula distribuídas em quatro horas semanais. Os alunos são avaliados através de prova escrita, teste oral, redação, e participação em sala de aula. A prova escrita avalia leitura, compreensão oral, gramática e vocabulário. 11 A avaliação oral é feita duas vezes a cada semestre. A primeira avaliação acontece na metade do semestre e a segunda no final. Os alunos são testados aos pares. O professor entrega a cada um parte de uma situação-problema relacionada a temas abordados em sala de aula que deverá ser discutida entre eles diante do professor-avaliador. Os alunos são avaliados nos quesitos fluência, estrutura gramatical, vocabulário e pronúncia segundo descritores utilizados pela escola (ver Anexo G). Esse foi o momento utilizado pela professora-pesquisadora para fazer as gravações das entrevistas orais, por ser a única oportunidade de estar com os alunos individualmente e em condições semelhantes, buscando, assim, um maior rigor nas condições de coleta dos dados. Antes do início da avaliação oral, cada aluno respondeu individualmente a questões propostas pela professorapesquisadora. Os sujeitos responderam a uma mesma pergunta inicialmente, e, a partir de suas respostas, seguiam-se outras questões. Encerradas as duas entrevistas, o gravador era desligado e a professora iniciava, então, a avaliação oral padrão descrita anteriormente. Os sujeitos concordaram previamente em serem gravados e também em serem participantes da pesquisa. Eles estavam cientes de que o trecho gravado não tinha fins avaliativos. As gravações foram transcritas posteriormente e analisadas para dar sustentação a esta pesquisa. Os alunos do nível avançado são avaliados três vezes durante o semestre letivo na habilidade de produção escrita através de redações com tema proposto pelo supervisor do curso. O procedimento e o tema são os mesmos para todas as turmas cursando o mesmo nível. Os alunos recebem o tema, escrevem uma primeira versão em casa, entregam para o professor que comenta, faz sugestões sobre o conteúdo, forma, desenvolvimento, coerência e marca os erros gramaticais com símbolos que indicam o tipo de erro a ser corrigido. Eles são chamados de símbolos para autocorreção (ver Anexo F). Os alunos recebem a versão comentada e marcada, levam de volta para casa e retornam para o professor com as devidas alterações. O professor, então, avalia esse produto final dando-lhe uma nota com base nos descritores utilizados pela escola (ver Anexo F). O procedimento de escrita da primeira versão da redação das turmas que foram escolhidas como sujeitos foi parcialmente alterado em relação às demais turmas da escola. O objetivo 12 foi a utilização dessas redações como dados da presente pesquisa, o que requer um maior rigor nas condições de coleta dos mesmos. Os alunos escreveram a primeira versão da redação em sala de aula, sem prévio conhecimento do tema, num período de cinqüenta minutos. O tema dado foi o mesmo discutido na entrevista oral, com o objetivo de analisar, e, possivelmente, estabelecer uma relação entre os erros produzidos na oralidade e na escrita. A professora estava presente na sala de aula e não havia possibilidade de consultar o dicionário ou receber ajuda de outra pessoa. Os sujeitos foram consultados anteriormente e concordaram com as alterações propostas. Somente a primeira versão teve o procedimento alterado. A partir daí, a rotina aplicada à correção das redações foi seguida, ou seja, os alunos receberam a primeira versão comentada, fizeram as alterações e devolveram para a professora para serem avaliadas. Para fins deste estudo, somente a primeira versão não-comentada foi utilizada. É importante ressaltar que a nota da redação só é atribuída à versão final. Portanto, no momento em que o aluno escreveu a primeira versão da redação em sala de aula, ele sabia que não seria avaliado naquele produto, mas sim no produto final que resultaria dessa etapa e que era passível de alterações que se fizessem necessárias para se chegar ao resultado por ele desejado antes de receber uma nota. No próximo capítulo serão abordados tópicos relativos à aprendizagem de uma LE, sempre relacionados com a visão ou o papel do erro a eles subjacente, que servirão como arcabouço teórico para a análise posterior dos dados coletados para essa pesquisa. Abordarei, também, a forma como o erro é tratado na produção escrita e na produção oral num contexto de sala de aula de ensino de LE, e, finalmente, sugestões para tratamento do erro. 13 14 Capítulo II – Fundamentação Teórica 2.1 O que é erro? Dentro das diversas teorias de aquisição/aprendizagem de línguas há diferentes visões sobre o que é erro e qual a sua importância ou função no processo de aprendizagem de uma LE. Apresentarei alguns conceitos/crenças que nortearam algumas das principais linhas de investigação do papel do erro no processo de ensino e aprendizagem de LE a partir dos anos 50, quando esse aprendizado começa a despertar interesse internacional e têm início os estudos lingüísticos que culminaram no que hoje é a Lingüística Aplicada (LA). Gostaria de citar o trabalho de Mendoza (2002), que faz de maneira brilhante uma retrospectiva histórico-filosófica da visão e conceituação de erro dentro e fora do âmbito da LA. 2.1.1 A análise contrastiva (AC) Até os anos 50, o erro no processo de aprendizagem era visto apenas como uma forma indesejável na produção do aprendiz que deveria ser corrigida. Surge, então, a Análise Contrastiva, doravante (AC), uma corrente dentro da lingüística que preconiza que, através da comparação das línguas, é possível prever as dificuldades e antecipar os erros. Em Richards et al., (1992), a AC é definida como a comparação dos sistemas lingüísticos de duas línguas. A AC foi aplicada ao ensino de LE com as seguintes premissas: 1. As maiores dificuldades em se aprender uma nova língua são causadas pela interferência da língua materna (LM). 2. É possível prever tais dificuldades por meio da AC. 3. Os efeitos da interferência da LM no aprendizado da LE podem ser reduzidos utilizando-se a AC na elaboração de materiais para o ensino da LE. A AC deu suporte ao Método Áudiolingual que considerava que os erros ocorrem principalmente como resultado de interferência quando o aprendiz transfere os hábitos da 15 LM para a LE e, portanto, devem ser prevenidos para evitar que maus hábitos se instalem e fossilizem na língua do aprendiz. A AC teve duas versões, uma chamada de “versão forte” (strong version), (Wardhaugh, 1970), que tinha como pressupostos as premissas que descrevemos acima, e uma “versão fraca” (weak version), na qual o caráter de predição de erros é substituído pelo explicativo, mas o método utilizado foi considerado muito empírico e pouco científico para sustentar-se. (Liceras, 1985). 2.1.2 O conceito de interferência O conceito de interferência é um conceito-chave na teoria da AC. Para a AC, a interferência é o efeito da LM sobre a LE que conduz ao erro quando há diferenças entre os sistemas lingüísticos das duas línguas em questão. Em Richards et al., (1992), a interferência é definida como o aspecto negativo da transferência lingüística. A teoria comportamentalista de aprendizagem, que dá sustentação ao Método Áudiolingual, é quem molda o conceito de interferência ao tratá-lo como o resultado de velhos hábitos lingüísticos na LM que interferem no aprendizado de novos hábitos na LE (Ellis 1994). A AC pretende, por meio do conceito de interferência, explicar e prevenir a ocorrência de erros. No entanto, a partir dos anos 70, pesquisas em LA levaram à constatação de que muitos dos erros que apareciam na produção de aprendizes de LE não podiam ser explicados de maneira tão simplista. Some-se a isso o fato de que, tampouco, os erros poderiam ser evitados. Inicia-se, assim, o declínio da AC (Mendoza 2002). 2.1.3 A análise de erros (AE) A análise de erros, doravante (AE), surge para rebater as crenças e pressupostos da AC. Enquanto a AC tratava somente da LM e da LE, a AE oferecia uma metodologia para investigar a língua do aprendiz (Ellis 1994). A AE se propunha a demonstrar que muitos dos erros produzidos pelo aprendiz de uma LE refletiam estratégias universais de aprendizagem (Richards et al., 1985). 16 Apesar de não ser pioneira na análise dos erros de aprendizes de LE, a AE é o ponto de partida para o estudo do papel do erro no processo de aprendizagem de LE. Não há como falar de análise de erros sem citar Corder e o seu famoso artigo “The Significance of Learners’ Errors”, publicado na IRAL 5, n.4 em 1967. Nele Corder propõe que algumas das estratégias usadas pelo aprendiz de LE sejam vistas como o mesmo tipo de estratégia utilizada quando se aprende a LM. Ao propor tal hipótese, o autor está se apoiando nos geracionistas com sua teoria dos universais lingüísticos. A teoria dos universais lingüísticos foi proposta por Noam Chomsky (1965), lingüista americano, e defende que todo ser humano nasce com uma estrutura lingüística préformada que constitui um conjunto de princípios gerais que se aplicam a todas as línguas. É essa estrutura que permite que a criança descubra as regras gramaticais da LM e as aplique em diferentes situações testando hipóteses no processo de aquisição da LM. Corder (1967) sugere que há muitas semelhanças entre a testagem de hipóteses no processo de aquisição de LM por uma criança e no processo de aprendizagem de LE e que tais semelhanças podem ser determinadas por esse mecanismo de aquisição inerente aos seres humanos. O autor parte dessa hipótese para estabelecer a importância do estudo dos erros do aprendiz de LE como evidência para investigação de um sistema lingüístico que ele acredita existir na língua do aprendiz de LE. Ao estabelecer a existência de uma sistematização na língua do aprendiz e semelhanças entre os processos de aprendizagem desta e de aquisição da LM, abre-se um vasto campo de pesquisa que tem na análise dos erros a sua fonte de alimentação. Corder (1967) chama atenção para o fato de que da mesma forma que um falante nativo comete erros por fatores variados tais como cansaço, estresse psicológico, situações emocionais que não refletem uma falta de conhecimento da língua, também o aprendiz de LE poderá cometê-los uma vez que ele está sujeito às mesmas condições internas e externas do falante nativo. O autor faz referência à teoria de competência e desempenho de Chomsky (1965), que chama de competência lingüística o sistema de regras que constitui o conhecimento do sistema 17 lingüístico de um indivíduo e de desempenho o uso efetivo da língua pelo indivíduo na fala e na escrita. Corder (1967) chama de “mistake” (lapsos) os erros que são lapsos momentâneos, que não refletem o desconhecimento da língua. O autor propõe que se faça uma distinção entre lapsos e erros que refletem uma competência transitória (transitional competence), reflexo do estágio de desenvolvimento da língua do aprendiz. Esta pesquisa analisa os erros e não os lapsos detectados na produção escrita e oral dos sujeitos. Este conceito de estágio de desenvolvimento do aprendiz será retomado por Selinker (1972) com o nome de interlíngua, como será abordado no item 2.1.5. Ainda no mesmo artigo, Corder (1967) lança as bases para as futuras investigações sobre o erro e sua importância no aprendizado de LE. Ele observa que os erros podem ser significativos de três maneiras: 1. como provedores de informação para o professor sobre o quanto o aluno aprendeu (função retroativa). 2. como provedores de evidências para o pesquisador de como o aluno aprendeu a língua. 3. como mecanismos por meio dos quais o aluno descobre as regras da língua-alvo. Assim, o erro, que até então só refletia a função tradicional de retroalimentador, assume uma nova e fundamental função porque abre portas e traz luz para a pesquisa dos processos de aprendizagem de LE. Posteriormente, Corder (1974) sugere uma série de cinco etapas para a pesquisa dentro da AE. 1. coleta de amostras da língua do aprendiz 2. identificação dos erros 3. descrição dos erros 18 4. explicação dos erros 5. avaliação dos erros O presente estudo segue a seqüência proposta por Corder (1974). No entanto, esta pesquisa não trata da última etapa que é a avaliação dos erros, uma vez que o nosso objetivo é identificar e classificar os erros produzidos pelos aprendizes de LE de nível avançado, e não a avaliação dos mesmos. Ellis (1994) aponta para o fato de que muitas pesquisas não incluem a avaliação dos erros, que é geralmente tratada separadamente com metodologia própria. A seguir abordarei a questão do erro e comunicação, que, apesar de não ser objeto de estudo desta pesquisa, é, em minha opinião, dos tópicos mais relevantes no contexto de ensino-aprendizagem de LE. 2.1.4 Erro e comunicação O conceito de gravidade do erro (error gravity) é definido em Richards et al., (1992), como uma medida do efeito que os erros cometidos por uma pessoa falando uma LE têm sobre a comunicação, ou sobre outros falantes da língua. Esta questão tem sido investigada extensivamente. Ellis (1994) desenvolve as cinco etapas da AE sugeridas por Corder (1967) e apresenta alguns conceitos relativos à gravidade do erro na 5a etapa, que é a avaliação dos mesmos. São sugeridas 3 questões a serem consideradas na avaliação de erros. 1. Alguns erros são julgados como mais graves que outros? 2. Há diferenças entre as avaliações de um falante nativo e a de um falante nãonativo em relação à gravidade do erro? 3. Que critérios são utilizados para julgar o erro? 19 Ellis (1994:64/65) apresenta um resumo de estudos da avaliação de erros feitos por vários pesquisadores como: Burt (1975); Albrechtsen, Henriksen, et Faerch (1980); Tomyiana (1980); Chastain (1981); Khalil (1985); Santos (1987), entre outros. Os resultados de tais estudos diferem em aspectos tais como proporção de tipos de erros cometidos, causas dos erros, entre outros. A gravidade dos diferentes tipos de erro varia; não há um consenso entre os pesquisadores. No entanto, a maioria dos resultados levanta evidências de que: 1. Falantes nativos tendem a considerar os erros lexicais mais sérios que os erros gramaticais. Surge aí o conceito de erro global e erro local. Burt (1975) define erro global como aquele que afeta a organização da sentença e que tende a interferir mais com a comunicação. Erros locais afetam elementos isolados dentro da sentença, por exemplo, erros morfológicos que não têm um efeito tão grave na comunicação. O próprio termo gravidade do erro (error gravity) trata do efeito do erro sobre a comunicação. Ele é analisado do ponto de vista do ouvinte ou leitor e não do falante ou escritor. 2. Falantes não-nativos tendem a focar seus julgamentos nos erros de estrutura, principalmente aquelas estruturas já estudadas pelo aprendiz. 3. Os critérios utilizados para julgar o erro variam, mas Khalil (1985) aponta três critérios: compreensão, aceitação e irritação. 4. Diferentes critérios envolvendo compreensão, aceitação e irritação são usados para se fazerem julgamentos. Assim, um mesmo erro poderá ser avaliado de maneiras diferentes dependendo de quem o está avaliando e de quando, onde e como ele ocorreu. A realidade das salas de aula de ensino de LE reflete muito essa variedade de opiniões sobre gravidade de erros. É muito comum divergências entre colegas professores em relação a notas a serem dadas aos alunos na avaliação da produção oral e escrita em função dos erros cometidos. Em minha experiência profissional percebo que há uma tendência, por exemplo, de se valorizar demais erros do tipo não-marcação de 3a pessoa do singular e menos os erros lexicais, que são aqueles que, em geral, afetam a comunicação. Acredito 20 que isso ocorra, muitas vezes, pelo desconhecimento dos professores de teorias de aprendizagem de LE tais como a interlíngua, do qual tratarei a seguir 2.1.5 A interlíngua (IL) Um dos conceitos centrais para a pesquisa da aprendizagem de LE é o conceito de interlíngua (doravante IL), cunhado por Selinker (1972). Selinker se preocupa em estabelecer que implicações psicológicas existem no aprendizado de LE. Enquanto Chomsky (1965) propõe a existência de um dispositivo de aquisição de linguagem (DAL) inerente a todo ser humano, Selinker (1972) levanta a hipótese de possibilidade da existência de uma estrutura psicológica latente (EPL), inata ao ser humano e responsável pela realização da estrutura gramatical de acordo com o estágio maturacional do aprendiz. A reativação da estrutura psicológica latente em alguns adultos seria responsável por explicar, por exemplo, por que alguns aprendizes adultos são mais bem-sucedidos do que outros e em torno de 5% chegam até mesmo a atingir proficiência e desempenho de um falante nativo. Segundo Selinker (1972), não é a medida de sucesso do aprendiz de LE, mas sim a tentativa de aprender que deve ser o foco. Toda vez que o aprendiz tenta produzir uma sentença na língua-alvo, ele ativa a EPL, e isso ocorre quando tenta expressar na língua-alvo um significado que ele já conhece. O autor afirma que a língua produzida pelo aprendiz nessa tentativa de expressar significado não é idêntica à língua que um falante nativo produziria para expressar o mesmo significado. Ele se utiliza desta evidência para propor a existência de um sistema lingüístico separado que resulta das tentativas do aprendiz de LE de produzir a língua-alvo. Ele chama tal sistema de interlíngua. 21 Selinker (1972) acredita que a estrutura das sentenças produzidas na IL é o insumo para o estudo dos processos lingüísticos que estabelecem o conhecimento subjacente à IL. Ele cita cinco processos psicolingüísticos centrais no aprendizado de LE: 1. a transferência lingüística; 2. a transferência de treinamento; 3. as estratégias de aprendizado de LE; 4. as estratégias de comunicação de LE; 5. a supergeneralização de material lingüístico da língua-alvo. Para se referir aos cinco processos definidos por Selinker (1972), é necessário primeiramente falar do conceito de fossilização. O autor considera que a fossilização é também um mecanismo presente na EPL do aprendiz. 2.1.6 Fossilização A fossilização, segundo o autor, é um mecanismo pelo qual traços lingüísticos da LM permanecem na IL do aprendiz independentemente da idade, quantidade de explicação e instrução recebidas na língua-alvo. Mesmo um aprendiz que tenha temporariamente superado alguns desses erros voltará a cometê-los em alguns casos em situação de tensão emocional, em outros de relaxamento, sem que se possa estabelecer uma relação causal. Há ainda casos em que após um período longo sem falar a língua-alvo, o aprendiz volta a apresentar erros que ele já havia erradicado de sua IL. O conceito de fossilização tornou-se, nos dias atuais, um conceito polêmico pelo seu determinismo sobre a impossibilidade de reversão ou de superação. Há, atualmente, uma tendência em ver tais processos, a que Selinker (1972) chama de fossilização, como erros consistentes, passíveis de superação. Apesar da polêmica em relação à conotação do termo “fossilização” para se referir ao processo de reincidência do erro, ele é ainda um termo bastante popular e citado. 22 Littlewood (1998) faz uma interessante análise sobre a fossilização e suas possíveis causas. O autor escreve que: “Há sugestões de que mesmo se a influência da língua materna for menos forte do que foi outrora presumido em determinar quais erros o aprendiz comete, ela ainda pode ser a maior influência em determinar quais erros fossilizam. Uma outra sugestão é que a fossilização tem mais chances de ocorrer quando o aprendiz percebe (inconscientemente) que o erro não é impedimento para suas necessidades comunicativas (em um nível funcional ou social). Um aprendiz que tenha apenas necessidades rudimentares tem, portanto, maior chance de parar de progredir em um dado estágio que um aprendiz com um leque mais amplo de necessidades2” (tradução livre da pesquisadora). “Afora sugestões como estas, pouco sabemos sobre o que causa a fossilização de certos erros em detrimento de outros3” (tradução livre da pesquisadora). 2.1.7 Transferência lingüística Os termos transferência lingüística e interferência eram tradicionalmente associados à teoria comportamentalista de aprendizagem de LE. No entanto, com o surgimento da crença de que a natureza da aprendizagem de LE é um processo cognitivo desenvolvimental e não uma mudança de hábitos, também o conceito de transferência lingüística passa a ser visto não somente como interferência da LM sobre a língua-alvo, mas sim como um dos componentes do processo de aprendizagem, por se entender que qualquer teoria que deixe de levar em consideração o conhecimento lingüístico anterior do aprendiz de LE não pode ser levada a sério (Ellis, 1994). O autor apresenta questões relativas à terminologia que, 2 (Littlewood, 1998) It has been suggested that even if the influence of the mother tongue is less strong than was once assumed in determining what errors learners make, it may still be the major influence in determining which errors fossilize. A further suggestion is that fossilization is most likely to occur when a 23 learner realizes (subconsciously) that the error does not hinder him in satisfying his communicative needs (at the functional or social level). A learner who feels only rudimentary communicative needs is therefore likely to stop progressing at an earlier stage than a learner with a fuller range of needs. 3 (Littlewood, 1998) Apart from suggestions such as these, we clearly have little knowledge of what causes some errors to fossilize, rather than others. apesar da tentativa de teóricos em cunhar novos termos, persiste simplesmente como transferência. Ele nos oferece a definição de Odlin (1989) para o fenômeno de transferência: “Transferência é a influência resultante das semelhanças e diferenças entre a língua-alvo e qualquer outra língua que tenha sido aprendida anteriormente e, talvez, até de maneira imperfeita”. (1989:2 ) Tradicionalmente, o foco para o estudo da transferência lingüística é o erro e suas manifestações de padrões lingüísticos da LM trazidos para a língua-alvo. No entanto, dentro de uma visão cognitiva de aprendizagem de LE é possível identificar outras manifestações de transferência, três das quais Ellis (1994) analisa: facilitação, evitação e superuso. A facilitação é a transferência positiva. Quando a LM e a LE têm similaridades sintáticas, semânticas, lexicais, morfológicas, o processo de aprendizagem pode ser facilitado reduzindo-se o grau de dificuldade, o tempo de aprendizagem e a quantidade de itens a serem aprendidos, assim como a ocorrência de erros. A LM atua como coadjuvante contribuindo para o aprendizado da LE. A evitação, segundo Ellis (1994) é difícil de ser verificada empiricamente. Trata-se de evitar o uso de uma estrutura da LE pelo alto grau de dificuldade em relação à LM por ser muito diferente dela. Ellis aponta para o fato de que só é possível determinar que é evitação quando se sabe que o aprendiz de LE tem consciência da estrutura a ser utilizada e que na LM ele a utilizaria em contexto lingüístico semelhante. O superuso consiste no uso excessivo de um determinado aspecto da LE em relação àquele que um falante nativo faria do mesmo aspecto. Ele pode se refletir em erros de supergeneralização ou apenas preferência por uma forma da LE em detrimento de outras que poderiam ser utilizadas. 24 No próximo tópico, abordaremos a visão de erro nas diferentes abordagens e métodos de ensino de LE. 2.2. – Visão de erro nas diferentes abordagens e métodos de ensino de LE Discutir o tratamento dado ao erro no âmbito da LA passa necessariamente pelo estudo/conceituação de abordagem e método, pois é a partir da crença de como e porque se aprende uma língua que as teorias se desenvolvem. Assim, falarei sobre os dois tipos de abordagem (a abordagem gramatical e a abordagem comunicativa) e os principais métodos de ensino de LE a partir dos anos 50. Discutirei, também, a forma como o erro era visto e tratado dentro dessas abordagens e métodos. 2.2.1 – O conceito de abordagem Brown (2001) credita a Anthony (1963) a definição de abordagem que prevalece até hoje como a mais usada em sua íntegra ou com pequenas adaptações. Segundo Anthony (1963), uma abordagem é um conjunto de pressupostos que tratam da natureza da língua/linguagem, ensino e aprendizagem. Para Richards e Rodgers (1986), a abordagem define pressupostos, crenças, e teorias sobre a natureza das línguas/linguagem e aprendizagem de línguas. Brown (2001) parte de Anthony (1963) e estende o conceito ao definir abordagem como sustentadas e crenças sobre a natureza das línguas/linguagem e a aplicabilidade de ambas aos cenários pedagógicos. Para Almeida Filho: “A abordagem é uma filosofia de trabalho, um conjunto de pressupostos explicitados, princípios estabilizados ou mesmo crenças intuitivas quanto à natureza da linguagem humana de uma língua estrangeira em particular, de aprender e de ensinar línguas, da sala de aula de língua e de papéis de aluno e de professor de uma outra língua” (1993:19) 25 2.2.2 – O conceito de método Os Métodos de ensino de LE se baseiam na crença sobre a natureza das línguas/linguagem e a natureza de ensinar e aprender, ou seja, tendo como base uma abordagem. Segundo Brown (2001), um método é um conjunto generalizado de especificações de sala de aula para o atingimento de objetivos lingüísticos. Os métodos tendem a se ocupar primariamente com o professor e o papel e comportamento do aluno, e secundariamente com características tais como objetivos lingüísticos, disciplinas, sequenciamento e materiais. Eles são quase sempre tidos como sendo amplamente aplicáveis a uma variedade de públicos numa variedade de contextos. Segundo Richards et al., (1992), um método, em ensino de línguas, é uma forma de ensinar línguas baseada em princípios e procedimentos sistemáticos, que é a aplicação das visões de como uma língua é mais bem ensinada e aprendida. Os diferentes métodos resultam das diferentes visões: 1. da natureza da língua/linguagem; 2. da natureza do ensino de línguas; 3. dos objetivos e metas de ensino; 4. do papel dos professores, alunos e materiais instrucionais; 5. das técnicas e procedimentos a serem utilizados. No prefácio da segunda edição de “Techniques and Principles in Language Teaching”, Larsen-Freeman (2000) aponta as críticas feitas por alguns pesquisadores em LA ao conceito de métodos de ensino de línguas. O texto aponta: “Alguns autores afirmam que os métodos são prescrições para comportamento em sala de aula, e que os professores são estimulados por editores e acadêmicos a implementá-los, sendo eles adequados ou não para o contexto (Pennycook, 1989; Richards 1990; Holliday 1994). Outros observam que a busca pelo melhor método não é aconselhável (Prabhu 26 1990; Bartolome 1994), que os professores não pensam sobre os métodos quando estão planejando suas aulas (Long 1991), e que os rótulos metodológicos dizem muito pouco sobre o que realmente ocorre em uma sala de aula (Allwright 1988; Katz 1996)” (tradução livre da pesquisadora)4. Larsen-Freeman responde às críticas citadas acima argumentando que: “Essas críticas me fizeram parar e pensar. Imagino que seja verdade, pensei, que um método possa ser imposto aos professores. No entanto, aqueles que impõem provavelmente ficarão desapontados se eles esperam que forçar a utilização de um determinado método levará a uma padronização. Sabemos que ensinar é mais do que seguir uma receita. Qualquer método será moldado pela compreensão, pelas crenças, pelo estilo, e pelo nível de experiência do próprio professor. Os professores não são meros transportadores de carga que fazem a entrega da língua/linguagem por meio de comportamentos prescritos e proscritos inflexíveis (Larsen-Freeman 1991); são profissionais que, numa situação ideal, tomam suas próprias decisões. Eles têm a informação obtida em sua própria experiência, as descobertas de pesquisas e a sabedoria advindas da prática acumulada pela profissão (ver, por exemplo, Kumaravadivelu 1994)” (tradução livre da pesquisadora) 5. 4 (Larsen-Freeman, 2000:x) Some say that methods are prescriptions for classroom behavior, and that teachers are encouraged by textbook publishers and academics to implement them whether or not the methods are appropriate for a particular context (Pennycook 1989; Richards 1990; Holliday 1994). Others have noted that the search for the best method is ill-advised (Prabhu 1990; Bartolome 1994), that teachers do not think about methods when planning their lessons (Long 1991), and that methodological labels tell us little about what really occurs in classrooms (Allwright 1988; Katz 1996). 5 (Larsen-Freeman, 2000:x) These criticisms have made me stop and think. I suppose it’s true, I thought, that a particular method can be imposed on teachers by others. However, these others are likely to be disappointed if they hope that mandating a particular method will lead to standardization. For we know that teaching is more than following a recipe. Any method is going to be shaped by a teacher’s own understanding, beliefs, style, and level of experience. Teachers are not mere conveyor belts delivering language through inflexible prescribed and proscribed behaviors (Larsen-Freeman 1991); they are professionals who can, in the best of all worlds, make their own decisions. They are informed by their own experience, the findings from research, and the wisdom of practice accumulated by the profession (see, for example, Kumaravadivelu 1994). 27 Larsen-Freeman (2000), Richards e Rodgers (1986), Brown (2001), dentre outros escreveram sobre as práticas e princípios que caracterizam os diferentes métodos e abordagens que dominaram o cenário do ensino de LE a partir do Método de Gramática e Tradução até os métodos mais recentes como instrução por conteúdo, ensino de língua por tarefas entre outros. Apresentarei, a seguir, um resumo das principais características dos métodos que tiveram uma influência mais marcante no ensino de LE e a visão de erro em cada um deles. 2.2.3 - A abordagem gramatical ou estruturalista A abordagem gramatical dominou o cenário do ensino de LE até o início dos anos 80. Ela é a crença de que o processo de aprendizagem de uma língua dá-se por meio da internalização e aplicação de regras gramaticais e sentenças bem estruturadas. Os métodos de Gramática e Tradução, Direto e Audiolingual têm como suporte teórico os princípios da abordagem gramatical. Nesses métodos, o erro é uma ocorrência indesejada e deve ser corrigido. Para a abordagem gramatical, aprender uma língua é aprender o seu sistema de regras e vocabulário. 2.2.3.1 – O Método de Gramática e Tradução O Método de Gramática e Tradução dominou o ensino de línguas estrangeiras e européias entre 1840 e 1940 e ainda hoje é usado em algumas partes do mundo (Richards & Rodgers, 1986). O ensino-aprendizagem de LE dá-se por meio da tradução de textos e frases com ênfase e controle rígidos das formas gramaticais, sem preocupação com o desenvolvimento da oralidade. É um método essencialmente de leitura e escrita. O professor é a figura central provedor de conhecimento e detentor do saber. O erro, quando ocorre, é corrigido por ele, que fornece a resposta correta. É considerado muito importante que os alunos aprendam a forma padrão correta da língua-alvo (Larsen-Freeman 2000- 19). O erro não tem uma função retroalimentadora, diagnóstica ou informativa; é visto apenas como uma forma indesejada que deve ser corrigida. 28 2.2.3.2 – O Método Direto O Método Direto surgiu com esse nome no início do século XX. Ele é semelhante a um método desenvolvido no final do século XIX pelo francês François Gouin como reação ao Método de Gramática e Tradução. O Método Direto teve grande popularidade em escolas particulares de idiomas onde os alunos eram altamente motivados e professores nativos podiam ser empregados (Brown, 2001). Um dos grandes responsáveis pela popularização do Método Direto foi Charles Berlitz, que de certa maneira apropriou-se dele passando a chamá-lo de método Berlitz. Diferentemente do Método de Gramática e Tradução, ele tem por princípio básico não permitir qualquer tipo de tradução ou uso da língua materna em sala de aula. É um método usado essencialmente para comunicação oral. A língua materna não é usada sequer como referência no processo de aprendizagem da língua-alvo. O aluno aprende a partir de demonstrações do professor que utiliza material visual e objetos para levá-lo a fazer associações diretas (daí o nome Método Direto) entre a língua-alvo e o significado. O erro é tratado com técnicas diversas de correção utilizadas pelo professor onde o aluno é incentivado à autocorreção (Larsen-Freeman, 2001). A grande crítica que se faz ao Método Direto é a falta de uma fundamentação teórica e psicológica para os princípios por ele preconizados. 2.2.3.3 – O Método Audiolingual O Método Audiolingual, expressão máxima da abordagem estruturalista aplicada ao ensino de LE, surgiu nos anos 50 como uma adaptação do Método do Exército, que fora criado para atender à necessidade urgente do exército americano de se comunicar com os aliados e os inimigos durante a Segunda Guerra Mundial. O Método do Exército, por sua vez, seguia muitos dos princípios e das práticas do Método Direto, dando ênfase à produção e compreensão orais. O Método Audiolingual ganha muita força pelo momento histórico em que ele surge, que é quando os Estados Unidos estão despontando como potência mundial e atraindo pessoas do mundo todo que vêm como imigrantes, fugitivos de guerra, ou estudantes e têm necessidade de aprender a se comunicar rapidamente. Lingüistas como Bloomfield (Yale), e Fries (Universidade de Michigan) desenvolvem projetos lingüísticos 29 com uma abordagem estruturalista para o aprendizado de uma LE e despontam, então, como teóricos do novo método. A teoria comportamentalista de Skinner (1957) somada ao estruturalismo de Bloomfield e Fries dá sustentação teórica ao Método Audiolingual. No que tange ao aprendizado de línguas, ela preconiza que aprender uma LE é adquirir novos hábitos e isso se dá por meio de estímulos e respostas. Os princípios básicos do audiolingualismo são resumidos por Richards e Rodgers (1986) assim: 1. Aprender uma LE é basicamente um processo de formação de hábitos mecânicos. Bons hábitos são formados por meio de respostas corretas e não por meio de erros. Memorizar diálogos e fazer repetições minimizam as chances de se cometerem erros. A língua é um comportamento verbal, ou seja, produção automática e produção da fala e pode ser aprendida induzindo-se os alunos a fazer o mesmo. 2. A língua deve ser aprendida primeiramente em sua forma oral e só depois em sua forma escrita. A oralidade é a base das outras habilidades. 3. Analogia é melhor que análise. Explicação de regras só acontece após a estrutura ter sido internalizada. Repetições possibilitam a formação de analogias corretas. A gramática deve ser ensinada de forma indutiva e não dedutiva. 4. O significado de uma estrutura está diretamente associado a uma cultura. Aprender uma LE significa também assimilar aspectos culturais da língua-alvo. (Rivers 1964: 19-22). 5. O erro deve ser evitado a qualquer custo porque induz à formação de maus hábitos. 6. O declínio do método inicia-se a partir dos questionamentos com relação à sua sustentação teórica. Tanto a teoria lingüística (estrutural) quanto a teoria de aprendizagem (comportamentalista) foram duramente questionadas. Os alunos muitas vezes não conseguiam transferir o conhecimento lingüístico adquirido em sala de aula para uma situação de comunicação real. Some-se a isso o fato de que as aulas e procedimentos do método eram cansativos, enfadonhos e insatisfatórios. 30 2.2.4 - A Abordagem Cognitiva ou Cognitivismo Os princípios do audiolingualismo foram questionados principalmente por Noam Chomsky (1959), lingüista americano, que acreditava que aprender uma língua não é uma questão de formação de hábitos, uma vez que, ao falar, as pessoas produzem sentenças originais que nunca ouviram anteriormente. Chomsky (1965) criou a teoria da Gramática Universal, segundo a qual todo ser humano é dotado de uma estrutura inata para aprender línguas. Em vez de formação de hábitos, aprender uma língua significa formular regras a partir de uma estrutura já existente. As pessoas formulam ou descobrem regras por meio de processos mentais (cognitivos) e aplicam essas regras para se comunicarem. Esse é o princípio básico da teoria cognitiva que passa a dominar o cenário do ensino de LE a partir dos anos 70. A ênfase passa da formação de hábitos sem preocupação com o significado para a descoberta das regras por meio de processos cognitivos para expressar significado. Os erros do aprendiz ganham importância como fonte de retroalimentação para o processo de aprendizagem. Ele é visto como inevitável, pois é resultante da testagem de hipóteses de aplicação de regras pelo aprendiz. Muitos métodos de ensinar LE surgem a partir dessa nova abordagem. Dentre eles podemos citar o Método Silencioso de Caleb Gattegno; a Sugestopédia (que mais tarde passa a se chamar Dessugestopédia) de Georgi Lozanovi; o Método Comunitário de ensino de línguas de Charles A. Curran; o Método da Resposta Física Total de James Asher; a Abordagem Lexical de Michael Lewis; a Abordagem Natural de Krashen. 2.2.4.1 - O Ensino Comunicativo de Línguas A mudança do foco de estruturalista para cognitivo da natureza de aprender trouxe também outras necessidades. Além da competência lingüística, que é a capacidade de usar a língua para se expressar, é preciso também competência comunicativa (Hymes 1967), ou seja, 31 saber quando e como dizer o que para quem. A partir dessa premissa, surge a abordagem comunicativa no final dos anos 70 e início dos anos 80. O erro é tolerado e visto como resultado natural do desenvolvimento das habilidades comunicativas. Brown (2001) apresenta um resumo das principais características do método comunicativo: 1. Os objetivos de sala de aula estão focados em todos os componentes (gramatical, discursivo, funcional, sociolingüístico, e estratégico) da competência comunicativa. Os objetivos devem mesclar os aspectos organizacionais da língua com os pragmáticos. 2. As técnicas da linguagem são criadas para envolver o aprendiz no uso pragmático, autêntico e funcional da língua para expressar significado. 3. A fluência e a correção gramatical são vistos como complementares. Em alguns momentos, a fluência pode prevalecer sobre a correção gramatical para permitir que o aprendiz se expresse. 4. O aprendiz deve estar preparado para usar a língua produtiva e receptivamente em contextos naturais fora da sala de aula. Portanto, as tarefas devem equipá-lo com as habilidades necessárias para se comunicar nesses contextos. 5. É dada ao aluno a oportunidade de descobrir e utilizar as suas estratégias individuais de aprendizagem objetivando autonomia. 6. O papel do professor é o de facilitador e não de provedor de conhecimento. Os alunos são incentivados a construir o significado por meio de interações lingüísticas autênticas. O próximo tópico aborda aspectos relativos à escrita e a forma como o erro é visto na produção escrita. 32 2.3 – A escrita e o erro Harmer (1991) faz um paralelo entre a oralidade e a escrita no qual cita as vantagens do falante em termo das possibilidades de que este dispõe ao se expressar. Na interação face a face, além das palavras, ele tem à sua disposição instrumentos de modulação da voz tais como a entonação, o ritmo, o estresse e o timbre que ele pode manipular a seu favor para que sua comunicação seja mais eficiente. Além disso, há a reação imediata do interlocutor que pode pedir explicações, repetições, esclarecimentos de suas dúvidas, ou seja, haverá um “feedback” imediato, permitindo que o falante possa reordenar a sua fala, esclarecer o que não estiver claro e até se corrigir. Um outro fator que a oralidade permite é a linguagem/expressão corporal. Por meio de gestos e expressões faciais, o falante transmite mensagens. Há, naturalmente, outras situações de oralidade que não permitem todos esses benefícios. Numa conversa ao telefone, por exemplo, não é possível ver a outra pessoa, assim não se pode contar com a expressão corporal. Segundo Harmer (1991), a mais importante diferença entre a oralidade e a escrita está na correção gramatical. Por todos os fatores expostos acima, a presença do erro na fala não é por si só um impeditivo da realização da comunicação. O erro está presente em maior ou menor quantidade na fala de todo falante nativo de uma língua, portanto ele é aceitável. Por outro lado a presença do erro na escrita tem contornos bastante diferentes.Um trabalho escrito, cheio de erros, terá um julgamento bem mais severo, pois se espera que a escrita seja correta. De alguma maneira, este é um conceito que está arraigado em nossa sociedade. Esta é uma afirmação que pode ser comprovada por muitos de nós se voltarmos a memória para os tempos de colégio. Ainda me lembro do meu professor de português dizendo: “Falar errado, tudo bem, agora, escrever errado: jamais”. Há muito mais pressão de professores e da sociedade em relação à correção gramatical na escrita do que na oralidade. O escritor tem a desvantagem de não receber “feedback” imediato e, conseqüentemente, não ter como reformular idéias, esclarecer dúvidas, ou se corrigir. Além disso, em geral, a produção escrita em ensino de LE tende a ter fins avaliativos. O aluno escreve redações para nota, faz teste escrito para nota, faz projeto para nota, ou seja, a produção escrita carrega todos os sentimentos que a avaliação desperta. Na escrita, o erro é evidenciado. O 33 aluno não recebe “feedback” do que está certo, mas sim do que está errado. Enfim, a atitude tradicional em relação à escrita é negativa e isso reflete na reação dos alunos quando uma atividade escrita é anunciada. 2.4 – Correção e tratamento de erros na escrita O tratamento do erro na escrita poderá ter como foco a forma e/ou o conteúdo. Na maioria das vezes, o que vemos em ensino de LE, é o foco somente na forma, sem preocupação alguma com o conteúdo. O professor corrige o trabalho do aluno procurando pelos erros gramaticais cometidos sem ter a preocupação de ler a mensagem expressa naquele trabalho. O aluno recebe de volta um pedaço de papel cheio de marcações feitas em tinta vermelha, sem um comentário sequer. Essa atitude desencorajadora por parte dos professores em relação à escrita em nada ajuda a mudança de atitude que se faz necessária em nossas salas de aula. Com base em Nunan e Lamb (1996) e em minha experiência de mais de vinte anos como professora de LI, é possível afirmar que há diferentes maneiras de se tratar o erro na escrita buscando o envolvimento dos alunos no processo. Antes de se decidir por uma técnica de correção, algumas escolhas precisam ser feitas. Primeiramente é preciso decidir quem corrige. A correção pode ser feita: 1. pelo professor (P) 2. por um aluno (A) 3. por um grupo de alunos (AA) Ela pode ser feita: a) individualmente b) em pares c) em grupos 34 Professor Alunos Professor Aluno Aluno Aluno Alunos Aluno Quem corrige Figura 2.1. Fluxograma de correção. Finalmente, é preciso decidir como corrigir, que técnica de correção deve ser utilizada. A correção pode ser: • Direta: o professor ou o aluno simplesmente corrige o erro escrevendo a forma correta. • No quadro negro ou em transparência: o professor ou o aluno escreve no quadro a resposta certa. • Por meio da marcação do erro: o erro é marcado pelo professor ou pelos pares através de símbolos, grifo, e/ou comentários e devolvido ao aluno para que ele proceda à autocorreção. Esse processo pode ser repetido tantas vezes quantas forem necessárias até se chegar a um resultado satisfatório. O próximo tópico trata da oralidade e o erro. A questão da fluência versus correção gramatical será abordada sucintamente. 35 2.5 - A oralidade e o erro Uma questão central ao se tratar da oralidade é a dicotomia correção gramatical versus fluência. Qual desses aspectos, se algum, deve ser priorizado? Um dos motivadores desta pesquisa foi o incômodo que causa a mim e a tantos outros colegas de profissão, o fato de muitos dos nossos alunos de nível avançado serem falantes fluentes de LI como LE, mas apresentarem problemas de correção gramatical, em minha opinião, desproporcionais ao tempo de instrução e investimento de todas as partes envolvidas no processo de aprendizagem e ensino de LE. O que pode ser feito para diminuir a ocorrência de erros na produção lingüística dos aprendizes de LE? Segundo Brown (2001), a partir de meados dos anos 70, houve um movimento de afastamento do foco da correção gramatical em favor do que se chamou de atividades de linguagem natural em sala de aula. O argumento utilizado era que o aprendizado de LE era similar à aquisição de LM, e que as condições dessa aprendizagem deveriam simular as condições de aquisição de LM. Em vez de cursos de línguas, as salas de aulas deveriam ser nichos de envolvimento lingüístico. A ênfase era dada à fluência, à capacidade do aprendiz se expressar sem qualquer preocupação com a correção gramatical. Foi um movimento oposto ao que aconteceu nos tempos do Método de Gramática e Tradução. A leitura errônea da proposta comunicativista levou a tais exageros. Nem tanto ao céu nem tanto ao mar. Os resultados negativos de tal radicalização foram percebidos em uma melhoria da fluência dos alunos, porém com uma diminuição da correção gramatical. Era comum nós professores comentarmos sobre determinado aluno que ele era capaz de se expressar completamente, porém usando o que chamávamos de “broken English”, que era uma mistura de palavras-chave em inglês sem obedecer a regras gramaticais. Com o crescimento dos estudos da LA nos anos 80 e 90, há um movimento de contenção dessa ênfase somente no oral e a busca de equilíbrio entre fluência e correção gramatical. Atualmente há uma tendência em se ver ambas fluência e correção gramatical como aspectos complementares e não antagônicos. Por uma questão meramente de recorte, uma vez que a análise de ambos aspectos seria abrangente demais, optei por analisar nesta 36 pesquisa os erros formais produzidos por alunos de nível avançado para que o conhecimento advindo desses resultados possa servir de base para orientar estratégias educacionais futuras na tentativa de minimizar a ocorrência de erros. 2.6 – Correção e tratamento de erros orais Quando e como o erro deve ser tratado? Não há respostas definitivas; há sugestões em relação a ambos os aspectos, mas é principalmente a experiência e instinto do professor que prevalecerão nesse julgamento. Nunan e Lamb (1996) ressaltam que a forma como o professor trata os erros do aluno depende das crenças do professor sobre a natureza do processo de aprendizagem, do conhecimento das necessidades desse aluno e dos objetivos do curso. É fundamental que se crie um ambiente de confiança e uma atmosfera positiva na sala de aula que permitam fazer da correção e do tratamento do erro um momento natural e não traumático. Errar carrega uma conotação negativa muito forte em nossa sociedade. Portanto, ao corrigir ou tratar o erro do aluno, o professor está de alguma maneira expondo esse aluno diante de seus pares. Pessoas diferentes reagem diferentemente ao serem corrigidas. Por isso, é fundamental que se leve em consideração quem, quando, onde e como corrigir. Um outro fator a ser considerado é a fase da lição em que a correção ocorre. Para Nunan e Lamb (1996), a seriedade do erro e a estratégia de correção a ser usada dependem do objetivo da lição e do contexto de aprendizagem. Se o foco é a forma, o professor deveria mostrar a relação entre a necessidade da correção gramatical da estrutura e discurso oral. Por outro lado, se o foco é a fluência, há várias alternativas a serem consideradas: 1. Que erros corrigir? fonéticos, lexicais, gramaticais ou somente aqueles que afetam a comunicação? 2. Quando corrigir? a qualquer momento, somente em exercícios de fluência dirigida que focalizam a estrutura? ou imediatamente à ocorrência do erro? 3. Como corrigir? fornecendo o modelo correto, através de repetição, através de correção de pares? 4. Que alunos corrigir? 37 Em minha experiência como professora de LE, julgo que o mais difícil é decidir quando corrigir. Não creio que haja fórmulas, mas estou de acordo com Nunan e Lamb (1996), quanto a ser uma decisão tomada com base na experiência e instinto do professor. Há, no entanto, técnicas de correção que auxiliam o professor no processo de tratamento do erro. Elas podem ser: a. quanto ao tempo: - a.1 correção imediata - a.2 correção tardia b. quanto a quem corrige - b.1 o professor - b.2 o aluno a.1 Correção imediata: o erro cometido pelo aluno é imediatamente corrigido seja pelo professor ou pelos colegas. A implicação desse tipo de correção é que há uma interrupção na atividade na qual os alunos estão engajados para se proceder à correção. Desaconselhável em atividades de fluência. Muito pertinente em atividades de fixação de estrutura. a.2 Correção tardia: o professor anota o erro e espera o momento mais adequado para efetuar a correção. Esse momento pode ser ao término de uma atividade, ou até após a aula em conferências individuais com alunos que se ressentem da correção diante de colegas. Uma das críticas que podem ser feitas a esse modelo é que às vezes já se passou tanto tempo entre o momento em que o erro foi cometido e a sua correção que o aluno já nem se lembra mais do que se trata. Desaconselhável quando a não correção imediata puder induzir outros alunos a repetirem o erro por acharem que a forma não corrigida é correta. b.1 Correção feita pelo professor: pode ser feita dirigida a todos os alunos ou a um aluno individualmente. Se dirigida a todos os alunos, evita-se o fator de exposição de um aluno a uma situação de desconforto. Porém, há situações que demandam correção individual e, 38 nesse caso, cabe ao professor encontrar maneiras de fazê-la que não constranjam o aluno. Humor pode ser um grande aliado, quando utilizado para quebrar o gelo e, naturalmente, tomando-se cuidados em relação a ser o momento certo e direcionado à pessoa certa. Se usado de maneira inadequada, o humor pode até piorar a situação de constrangimento do aluno em relação à correção, criando traumas indesejados. Contratos no início do semestre letivo em que professor e alunos discutem e acordam entre si formas e momentos em que a correção deverá ocorrer também ajudam muito. Além de propiciar uma discussão sobre o tema, esse é um momento em que o professor pode falar sobre a importância da correção no processo de ensino e aprendizagem. b.2 Correção feita pelos pares: os alunos se corrigem sem a interferência direta do professor. Esse tipo de correção incentiva o trabalho em grupo e a discussão de idéias, tirando do aluno a dependência do professor, propiciando-lhe o desenvolvimento da autonomia e, assim, dividindo a responsabilidade pela aprendizagem. No entanto, muitos alunos mostram-se resistentes a esse tipo de correção por não confiarem nos colegas ou por acharem que corrigir é função do professor. Há várias técnicas de correção que podem ser utilizadas para se tratar o erro oral: 1. elicitação 2. correção direta 3. expressão facial 4. questionamento 5. repetição 1. Elicitação: É uma técnica pela qual o professor leva o aluno à autocorreção. Há diferentes maneiras de elicitar. Uma possibilidade é o professor repetir o erro que o aluno cometeu enfatizando-o por meio de entonação. O aluno, por sua vez, percebe o erro e o corrige repetindo a forma correta. A mesma técnica pode ser utilizada para todo o grupo. Outro método de elicitação é repetir a parte correta da sentença até o ponto onde ocorreu o erro e dar a chance ao aluno de se autocorrigir. Caso ele não consiga efetuar a correção, pode contar com o restante do grupo para fazê-lo. 39 Essa técnica permite ao aluno descobrir o erro e dá-lhe a oportunidade de se corrigir. É, em minha opinião, uma das formas mais eficientes de se tratar o erro. Outra maneira de se elicitar a forma correta é utilizando os dedos da mão para localizar o erro. Cada dedo corresponde a uma palavra. O professor aponta onde está o erro e o aluno o corrige. 2. Na correção direta, o professor simplesmente fornece a resposta correta. Esta é a forma tradicional de correção e não leva o aluno a pensar sobre o erro e tentar descobrir a forma correta, ou seja, não leva o aluno a pensar. Questiono a eficácia dessa técnica enquanto forma de tratamento. Há momentos, no entanto, em que ela é adequada, por exemplo, quando nenhum aluno do grupo sabe a resposta correta ou para dirimir dúvidas. 3. Por meio de expressões faciais ou gestos de questionamento ou de desaprovação. Pode se tornar uma forma bem humorada de apontar a necessidade de correção. 4. Na técnica de questionamento, o professor questiona o aluno com uma pergunta do tipo: “Is that right?”, levando o aluno a repensar a resposta. 5. Na repetição, o professor pede ao aluno que repita o que ele disse com uma entonação de questionamento, levando-o a perceber que há algo errado.em sua fala e dando-lhe oportunidade de se corrigir. As técnicas aqui descritas podem se tornar um instrumento valioso se incorporadas à prática diária de uma sala de aula. O próximo tópico trata da taxonomia dos erros. Apresentarei a taxonomia utilizada por Figueiredo (2002), que será a base da classificação dos dados no presente estudo. 40 2.7 – Taxonomia dos erros Para esta pesquisa tratarei como erro o desvio da forma considerada padrão pela gramática normativa, porém observando também o critério de ter significado, ou seja, correção gramatical segundo a norma padrão mais a realização de comunicação efetiva. Tal opção justifica-se pelo fato do ambiente de aprendizagem ser o de uma sala de aula em um centro binacional, onde o insumo é língua padrão e onde todo o sistema de avaliação formal baseia-se na verificação da produção e compreensão da língua padrão como meio de comunicação oral e escrita. A variedade padrão que serve de parâmetro para definir o que é uma forma errada para fins desta pesquisa é a língua ensinada nas salas de aula do centro binacional onde foi feita a coleta de dados. Por conseguinte, será usada como parâmetro de correção gramatical a forma apresentada nos livros adotados pelo centro, que na maioria das vezes são versões americanas de livros-textos britânicos. Assim, formas como: “I always wanted it”, usada para se referir a uma situação que ainda continua, é classificada como erro, pois a variedade padrão que usamos como parâmetro considera como forma correta “I have always wanted it”. Figueiredo (2002) apresenta algumas definições de erro segundo diferentes autores, ora com base no critério de correção gramatical sem levar em conta a comunicação, como no caso da gramática normativa, ora tendo como critério único a comunicação de significados, como no caso da gramática descritiva. No último caso, são aceitáveis formas como “nóis foi” do português e “he like” do inglês. O autor conclui dizendo que: “... a relação entre o que é certo e o que é errado, tomando por base apenas a forma, é questionável, pois nem sempre uma frase gramaticalmente bem estruturada nos remeterá ao acerto, assim como uma frase gramaticalmente mal elaborada nem sempre nos levará ao erro. O que deve ser relevante é a maneira pela qual tais formas comprometerão ou não a comunicação.”(grifos do autor) 41 De maneira geral, essa definição de erro está de acordo com a minha visão pessoal, porém, para fins deste estudo, estaremos analisando como erro ocorrências que não necessariamente comprometem a comunicação, mas que fogem à norma-padrão da língua inglesa. Isso se deve ao fato de que esta pesquisa foi feita com grupos de alunos de nível avançado, onde não se visa apenas à efetivação da comunicação, mas também à acuidade gramatical sob o ponto de vista da norma-padrão da língua inglesa. Os dados serão analisados com base na taxonomia de Figueiredo (2002). Figueiredo (2002) utiliza-se de uma taxonomia que amálgama o trabalho de vários teóricos da LA. Ele faz um importante e extenso trabalho de pesquisa buscando em estudos feitos por Dulay, Burt e Krashen (1982), Lott (1983), Faerch e Kasper (1984), Holanda Ferreira (1975), Shepherd (1990), Richards (1971, 1974), Laufer (1990), Gimson (1980), Labov (1969), entre outros autores o referencial teórico para a classificação e análise de erros produzidos por aprendizes brasileiros de LI como LE. O autor oferece, assim, ao pesquisador uma inestimável fonte de pesquisa para o estudo do erro presente na interlíngua do aprendiz brasileiro de língua inglesa. O presente trabalho baseia-se na taxonomia utilizada por Figueiredo (2002) ao analisar o corpus de erros coletado na produção de alunos de um curso de Letras, sem no entanto citar a fonte primária na qual o autor se baseou para cada uma das análises. A análise dos erros é feita por ele tendo por paradigma a variedade-padrão da língua e posteriormente o efeito do erro sobre a comunicação O objeto do presente estudo é a classificação e análise dos erros segundo a variedadepadrão. O efeito dos mesmos sobre a comunicação foge do escopo desse trabalho e poderá, talvez, ser tratado futuramente em estudo à parte. A classificação de erros tem por objetivo analisar as estratégias lingüísticas empregadas pelo aprendiz, e assim tentar explicar a origem do erro. A partir de tal conhecimento é possível traçar estratégias que auxiliem o aprendiz a avançar em sua interlíngua e a orientar o processo de ensino e aprendizagem de LE. 42 A seguir, apresentarei a taxonomia que usarei para classificar os dados. Os exemplos utilizados, assim como as definições, foram, em sua maioria, retirados do texto original de Figueiredo (2002), muitas vezes copiados sem qualquer alteração. Com base em Figueiredo (2002), os erros podem ser: • Interlinguais • Intralinguais – Desenvolvimentais – Únicos • Ambíguos • Induzidos Erros interlinguais: Também chamados de erros de interferência ou de transferência. Refletem a influência da LM sobre a LE, sem, contudo, serem considerados negativos. Podem ser causados por: 1– Extensão por analogia: o vocábulo compartilha traços fonológicos, ortográficos, semânticos ou sintáticos com um vocábulo da LM. a) Extensão semântica de vocábulo da LM - exemplo: usar o verbo “to have” para substituir o “there to be”. b) Semelhança ortográfica e/ou fonológica com a LM - exemplo: “realize” para “accomplish”; “music” para “song”. c) Apoio no sistema gráfico da LM: grafia de palavras análoga à LM – exemplo: “oportunity” para “opportunity”. d) Apoio no sistema fonético/fonológico e gráfico da LM: erros na grafia de vocábulos anasalados na LM – exemplos: “then/them”, “swin/swim”. 2– Não-distinção lexical na LM em relação à LE: uso inadequado de dicionário. Um mesmo vocábulo na LM possui significados variados na LE, dependendo do contexto. Exemplo: “roubar” pode ser “steal” ou “rob” . 43 3 – Não-distinção gramatical na LE em relação à LM: o erro ocorre porque uma determinada distinção gramatical existe na LE, mas não existe na LM. Exemplo: usar o passado simples no lugar do presente perfeito porque o presente perfeito do inglês não existe em português. “I always lived in Brasília.” em vez de “I have always lived in Brasília.” 4 – Uso de palavras da LM em sentenças da LE: misturar palavras em português na sentença em inglês. Exemplo: “I do publicidade at university.”. 5 – “Estrangeirar” palavras de LI para se aproximar da forma da LE – exemplo: “natation” para “swimming”. 6 – Tradução literal: o aprendiz traduz palavra por palavra de uma sentença da LM para a LE. Exemplo: “Our family was composed by my father, my mother, and my two sisters”. 7 – Transferência de estrutura: a) Apoio na estrutura sintática da LM: uso de artigos; posição de pronome oblíquo; posição de adjetivo; regência preposicional, entre outros, segundo as regras de português – exemplo: “The life in Brasília is quiet.” para: “Life in Brasília is quiet.” b) Apoio na estrutura morfológica da LM: flexionar adjetivos – exemplo: “We have lots of differents opinions.” para “We have lots of different opinions.” Erros Intralinguais: São erros resultantes de hipóteses em relação à LE durante o processo de aprendizagem que não refletem a influência da LM. Podem ser: 44 • Desenvolvimentais: • Únicos 1 – Erros desenvolvimentais: semelhantes aos erros produzidos por crianças em fase de aquisição de LM. Podem ser explicados pelos seguintes processos: a) Omissão: caracterizados pela omissão de elementos que deveriam aparecer na sentença tais como: flexões verbais e nominais, artigos, verbos auxiliares, preposições, e constituintes maiores como sujeito, verbo principal, objeto direto,etc. Exemplo: omissão de artigo definido: “I always go to club on the weekends.” para “I always go to the club on the weekends.” b) Adição: são caracterizados por elementos que não deveriam aparecer na sentença. Podem ser marcadores duplos, ou simplesmente adição de partículas desnecessárias, tais como: preposição, marcador de 3a pessoa do singular, etc. Exemplo: adição de preposição: “I met her for five years ago.” para “I met her five years ago.” c) Generalização: caracterizada pelo uso de um marcador regular no lugar de um irregular. Exemplo: “goed” para “went”. d) Forma alternada: caracterizada pela alternância de formas de membros de uma mesma classe tais como: pronomes, preposições “at” e “in” usadas com expressões temporais, formas passadas do verbo “be”. Exemplo: “My holidays was marvelous” para “My holidays were marvelous”. e) Ordem indevida de uma palavra ou de um grupo de palavras na sentença Exemplo: “What that is?”. 45 f) Invenção de novas palavras na LE: o aprendiz utiliza o seu conhecimento lexical da LE para formar novas palavras em analogia àquelas conhecidas por ele. Exemplo: “homaged” para “honored”. g) Confusão entre termos lexicais semelhantes – exemplo: “quiet/quite”, “other/another”, “movie/movies”. h) Não-relação entre grafemas e fonemas da LE – influência do fonema sobre o grafema. Exemplo “poastcard” quando a forma correta é “postcard”. 2 – Erros Únicos são erros produzidos unicamente por aprendizes de LE. Não refletem a influência da LM. Podem ser causados por: a) Adição de marcador de infinitivo “to” aos verbos modais. Exemplo: “I can to swim”. b) Adição desnecessária do artigo definido “the” exemplo: – “I listen to the music.”. c) Omissão do marcador “-ed” de particípio passado dos verbos regulares. Exemplo:“I had succeed” por “I had succeeded”. d) Formas alternadas: • alternância entre a forma infinitiva e “-ing”. Exemplo: “enjoy to play” em vez de “enjoy playing”. • alternância entre as formas verbais “has e be” em vez de “is”. Exemplo: “My mother has a housewife.”em vez de “My mother is a housewife.”. 46 • alternância entre tempos verbais simples e progressivos. Exemplo: “Sometimes we’re going to a restaurant to have a meal.” em vez de “We sometimes go to a restaurant to have a meal.”. • o uso do auxiliar de negativa “don’t” no lugar do marcador de negativa “not” Exemplo: “I’d like to study journalism, but don’t now.” quando o correto seria: “but not now.”. • alternância entre as palavras “person” e “people” Exemplo: “The day of the person does not sound easy.” para: “The day of ordinary people does not sound easy.”. e) Aglomeração de palavras que não fazem sentido. O aprendiz junta várias palavras da LM que não fazem sentido algum. Exemplo: “He likes me and he is wish look me to grow if inroads.”. Erros Ambíguos: Podem ser considerados resultantes da influência da LM (interlinguais) ou semelhantes aos erros cometidos no processo de aquisição de LM (desenvolvimentais) Podem ser causados por: 1 – Omissão: a) Omissão do auxiliar do/does na negativa .Exemplo: “My father and my mother not live far from here.” em vez de “My father and my mother don’t live far from here.” . b) Omissão do marcador de infinitivo “to”. Exemplo: “He is always there to tell me not worry.” para “He is always there to tell me not to worry.” . 47 c) Omissão do sujeito. Exemplo: “Is the capital of Brazil.” em lugar de “It is the capital of Brazil.”. d) Omissão do marcador de plural. Exemplo: “He is one of the funniest person I know.” em lugar de “He is one of the funniest persons I know.”. e) Omissão do marcador de 3a pessoa do singular. Exemplo: “She wait for me everyday.” em lugar de “She waits for me everyday.”. f) Omissão do objeto direto Exemplo: “I like.” em vez de “I like it.”. 2 – Adição: marcador duplo de negativa. Exemplo: “I didn’t do nothing wrong.” em vez de “I didn’t do anything wrong.” . 3 – Posicionamento indevido de advérbios e locuções verbais. Exemplo: “... and she’s been always by my side.” em vez de “… she’s always been by my side.”. 4 – Generalização: a) Generalização dos substantivos em contáveis: “a weather, a news...”. em vez de “weather, news …” b) Generalização do comparativo de superioridade: “more easy” em vez de “easier” c) Generalização do plural: “childrens, peoples, thiefs” em lugar de “children, people, thieves” 5 – Formas alternadas a) Alternância entre os pronomes “somebody” e “anybody” Exemplo: “There’s anybody in the house.” para “There’s somebody in the house.” 48 b) Alternância entre as formas there is/there are. Exemplo: “There is a lot of unemployed people here.” para “There are a lot of unemployed people here.” c) Uso de um adjetivo em lugar de um advérbio. Exemplo: “You speak English good.” no lugar de “You speak English well.” Erros Induzidos (transfer of training): São erros resultantes de forma inadequada de instrução. Ele pode ser o resultado de desconhecimento do professor que ensina a forma errada ou de mal entendido por parte do aluno que internaliza algo que ele entendeu de maneira errada. Em Figueiredo (2002) o seguinte exemplo de erro induzido é citado: ao falar sobre o emprego de uma proposição “at” [para], o professor pode levantar uma caixa e dizer “I´m looking at the box” [Eu estou olhando para a caixa]. Entretanto, por ter o professor levantado a caixa, o aluno pode supor que “at” significa “under” [sob]. Se mais tarde, o aprendiz trocar “at” por “under” e escrever ou falar”The cat is at the table” [O gato está à mesa], ao invés de “The cat is under the table” [O gato está sob a mesa], ele estará cometendo um erro induzido. O capítulo seguinte analisa os dados coletados à luz da taxonomia apresentada neste capítulo II. A análise será complementada por tabelas e gráficos ilustrativos. 49 50 Capítulo III – Análise dos dados 3.1 Introdução A apresentação dos dados obedece a uma seqüência utilizada para cada sujeito individualmente. Primeiramente, há a cópia da redação com os erros evidenciados em cor azul. A redação é identificada como RA1, por exemplo, sendo R – redação; A – a turma do sujeito; e 1 – o número do sujeito por ordem alfabética de nome, preservando assim a sua identidade. A seguir os erros são numerados na ordem em que aparecem no texto. O número é colocado entre parênteses no local de sua ocorrência dentro da sentença e copiado imediatamente abaixo para a classificação segundo a taxonomia em Figueiredo (2002). Após a classificação dos erros da escrita, segue a cópia da transcrição da entrevista utilizada para a análise dos erros orais. Assim como na redação, os erros estão evidenciados em cor diferente, desta vez vermelha. À transcrição segue a classificação dos erros numerados como (Oxx) para diferenciá-los dos erros escritos. Em seguida à classificação dos erros orais, é apresentada uma tabela com o resumo dos erros escritos e orais quanto ao tipo e número de ocorrências. Após a tabela, há um gráfico com os resultados da tabela, e logo a seguir é feita a análise do gráfico referente aos erros produzidos pelo aluno em questão. Ao final das análises dos doze sujeitos há uma tabela com a totalização dos resultados, e a seguir o gráfico referente aos totais e sua interpretação. 51 3.2 Análise dos erros escritos e orais RA1 My autobiography My name is _________ and I am seventeen years old. I was born on april 23 in Brasilia, where I live until now. Since I was a little child, my parents always dreamed about a distinct profession to me, such as doctor or lawyer. I am afraid their dream will not come true. By the age of 9, I started showing interest for numbers, and other countries’ culture. That was when I decided to study other language. In 1998 I started studying English at ______. For having particular interest and some hability with the language, learning it was not too hard indeed. By that time I knew I had to develop my English until I had reached a high level in terms of reading, writting and comprehension. But English was not everything in my life. Dealing with teen’s problems such as shyness, low self-steem and familiar problems made me stronger and cunning to deal φ and solve my problems. This particular period of time made me forget my duties and I almost lost years of studying. Nowadays, it is a great satisfaction to have overcomed such problems and developed skills which are very important now to find a job and create a carrer on our socioty. Considering that I am almost finishing high-school and my English course, the future is still a mistery. What can happen from now on is unknown, but that I am very well prepared to φ future it is absolutely sure, either in terms of scientific and social knowledge. Classificação dos erros da RA1 I was born on april (1) 23 in Brasilia, where I live until now (2).Since I was a little child, my parents always dreamed (3) about a distinct (4) profession to (5) me, such as lawyer or doctor (6). (1) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: April (2) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. 52 Forma padrão: I have lived until now (3) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: have always dreamed (4) Erro desenvolvimental: confusão entre termos lexicais parecidos Forma padrão: distinctive (5) Erro desenvolvimental: formas alternadas - preposições Forma padrão: for me (6) Erro interlingual: extensão por analogia - extensão semântica de vocábulo da LM Forma padrão: in medicine or in law I decided to study other (7) language (7) Erro desenvolvimental: confusão entre termos lexicais parecidos Forma padrão: another For (8) having particular interest and some hability (9) with the language, learning it was not too hard indeed. (8) Erro desenvolvimental: adição de preposição Forma padrão: Having particular interest... (9) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: ability By that time I knew I had to develop my English until I had reached (10) a high level in terms of reading, writting (11) and comprehension. (10) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: reached (11) Erro desenvolvimental: apoio no sistema ortográfico da LE, devido à não relação grafema/fonema. Forma padrão: writing Dealing with teen’s problems such as shyness, low self-steem (12) and familiar (13) problems made me stronger and cunning to deal (14) and solve my problems. (12) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: self-esteem (13) Erro interlingual: extensão por analogia - extensão semântica de vocábulo da LM Forma padrão: family problems 53 (14) Erro desenvolvimental: Omissão de preposição Forma padrão: deal with Nowadays, it is a great satisfaction to have overcomed (15)such problems and developed skills which are very important now to find a job and create a carrer (16) on (17) our socioty (18) (15) Erro desenvolvimental: generlização de marcador regular de passado Forma padrão: overcome (16) Erro desenvolvimental: não-relação entre grafema e fonema da LE Forma padrão: career (17) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: in (18) Erro desenvolvimental: não-relação entre grafema e fonema da LE Forma padrão: society the future is still a mistery (19). (19) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: mystery but that I am very well prepared to (20) φ (21)future it is absolutely sure (22), either (23) in terms of scientific and social knowledge. (20) Erro desenvolvimental: formas alternadas Forma padrão: prepared for the future (21) Erro desenvolvimental: omissão do artigo definido. Forma padrão: the future (22) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: I am absolutely sure of (23) Erro desenvolvimental: formas alternadas – pronomes Forma padrão: both TA1 1. TA1: My name is SA1, I'm 17 years old and this is class A. Teacher: Uhum. 54 TA1: Uhm... I don't remember the questions. Teacher: Well, uhm... I would like you to tell me a little bit of your history learning English. TA1: Uhm. Yes. I started here, at this school... I think... 1990, 98 or 99, uhm... but I have already studied some English at (name of a regular school), but just very basic English. And I have a... I had a... some idea of English, uhm... because I listened to music, played games, watched movies and that gave me... a base to start leaning learning English. Teacher: Uhum. And, how prepared do you feel you are to use your English, now that you are finishing the course? TA1: I feel I need to practice more. Because... It's not... What I think... People say, uhm: "Your English is good, φ is flawless φ is good", but I think... Teacher: Who are these people? TA1: People at school, my teachers, English teachers at (name of a regular school) say "No. Your English is very good, you can speak very well", but I think I have to improve it because I have those problems when you make stupid mistakes... like... Teacher: Like what? TA1: You is. Sometimes I do this, or just... speak slowly: "I... uhm… think... " These kind of thing, but, I... think if I just study a little bit more I'll be ready to use φ in any situation. Teacher: Do you have any idea of how you could, let's say, overcome these difficulties that you have? TA1: Maybe... Using English... uhm, in more circumstances, for example: go to φ USA, and... practice by... by talking to people there, getting related with people using English. Because it's not... Teacher: Do you believe there's anything in the classroom that could help you? TA1: I think no, because... all that can be done is already... is already done: that's the conversation in class, because... part of grammar... I think I don't have any, many problems with that. Teacher: Ok. Thank you. Classificação dos erros da TA1 … that gave me... a base (O1) to start leaning learning English. 55 (O1) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: basis People say, uhm: "Your English is good, φ (O2) is flawless φ (O2) is good ) ", but I think... (O2) Erro ambíguo: omissão do sujeito Forma padrão: It’s flawless, it’s good These (O3) kind of thing (O3) Erro único: adição do marcador de plural Forma padrão: This kind of thing I... think if I just study a little bit more I'll be ready to use φ (O4) in any situation. (O4) Erro ambíguo: omissão de objeto direto Forma padrão: it Maybe... Using English... uhm, in more circumstances (O5), for example: go (O6) to φ (O7) USA, and... practice (O8) by... by talking to people there, getting related with people using English. Because it's not... (O5) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: situations (O6) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: practicing (O7) Erro desenvolvimental: omissão do artigo definido Forma padrão: the USA (O8) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: practicing I think no (O9), because … (O9) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: I don’t think so 56 Tabela 3.2.1. Totalização de erros de SA1. RA1 Erros interlinguais 10 extensão por analogia 5 não distinção gramatical na LM em relação à LE tradução literal 3 TA1 Erros interlinguais não distinção lexical na LM em relação à LE transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM 3 2 1 1 não distinção lexical na LM em relação à LE 1 Erros desenvolvimentais 12 Erros desenvolvimentais 1 3 omissão do artigo definido 1 Erros únicos 3 formas alternadas não-relação entre grafema e fonema da LM confusão entre termos lexicais parecidos adição de preposição omissão de preposição omissão de artigo definido 2 2 1 1 1 generalização de marcador de passado regular 1 apoio no sistema ortográfico da LE, devido à não relação grafema/fonema. 3 Erros únicos 1 omissão de vogal inicial 1 Formas alternadas adição do marcador de plural Erros Ambíguos 0 Erros Ambíguos omissão de objeto direto omissão do sujeito 2 1 2 1 1 57 Análise dos erros de SA1 TA1 RA1 4% 0% 22% 34% Erros Interlinguais 43% Erros Desenvolvimentais Erros Únicos Erros Ambíguos 53% 33% 11% Gráfico 3.2.1. Distribuição dos erros de SA1. A produção escrita de SA1 apresenta uma pequena diferença entre erros desenvolvimentais (12) e erros interlinguais (10), indicando uma leve predominância de erros semelhantes àqueles produzidos por crianças em fase de aquisição de linguagem (desenvolvimentais) sobre aqueles causados por influência da LM (interlinguais). Com relação à produção oral, não há predominância acentuada de nenhum tipo de erro isoladamente. Porém, tendo em vista que os erros ambíguos podem refletir a influência da LM, e considerando-se que os casos de erros ambíguos verificados refletem a estrutura do português, que é a omissão do sujeito e do objeto direto, creio ser possível concluir que há uma ocorrência mais acentuada de erros que refletem a influência da LM sobre a produção oral de SA1. Assim, com base nos dados analisados, não é possível estabelecer uma relação de semelhança entre os erros ocorridos na produção escrita e os erros produzidos na oralidade de SA1. 58 RA2 My name is________ and I was born in Brasília in 1984. I have one brother and one sister and we live together with our mother until today, but I really want to get a job and buy my own house. My family and my friends are very important to me, and I really enjoy to spend my time with them. When I was a child I used to be very shy and because of that I didn’t like to go to school. In that time I loved φ when I was on vacation and I used to travel to Cabo Frio φ spend the time with my family. It was amazing, because I used to play soccer and swim with my cousins, an then I used to eat a lot of good things that my grandmother used to make. That period of my life was wonderful. On the other hand, the most difficult time of my life was when my grandfather died. I was fourteen years old and I got really sad when that happened because he was one of the funniest and happiest person I have ever met. Today I am 19 years old an I’m studing Publicidade at _______. I have a lot of friends and I love to spend the time with them. I really enjoy to go to the movies, to play soccer and to go out. I really hope to have I good job and a very nice family and a lot of friends in the future and I really hope to enjoy the future as much as I liked my life until now. Classificação dos erros da RA2 I have one brother and one sister and we live (24) together with our mother until today, (24) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: we have lived My family and my friends are very important to me, and I really enjoy to spend (25)my time with them. (25) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: enjoy spending In (26) that time I loved φ (27) when I was on vacation and I used to travel to Cabo Frio φ (28) spend the (29) time with my family. 59 (26) Erro desenvolvimental: formas alternadas – preposições Forma padrão: at (27) Erro ambíguo: omissão do objeto direto Forma padrão: it (28) Erro ambíguo: omissão do marcador de infinitivo “to” Forma padrão: to spend (29) Erro único: adição do artigo definido Forma padrão: to spend time I was fourteen years old and I got really sad when that happened because he was one of the funniest and happiest person (30) I have ever met. (30) Erro ambíguo: omissão do marcador de plural Forma padrão: persons Today I am 19 years old an I’m studing (31) Publicidade (32) at _______. I have a lot of friends and I love to spend the (33) time with them. (31) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: studying (32) Erro interlingual: uso de palavras da LM em sentenças da LE Forma padrão: advertising (33) Erro único: adição do artigo definido Forma padrão: to spend time I really enjoy to go (34) to the movies, to play (34) soccer and to go (34) out. (34) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: enjoy spending I really hope to have I (35) good job and a very nice family and a lot of friends in the future and I really hope to enjoy the future as much as I liked (36) my life until now. (35) Erro único: semelhança fonológica/fonética com outra palavra da LE Forma padrão: a (36) Erro interlingual: não distinção gramatical e lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: I have enjoyed 60 TA2 TA2: My name is SA2... I am 18... years old. And my class is A. Teacher: Same question. Uhm...Tell me a little bit about your experience learning English. TA2: I think I first, I started studying English because my mother wants. φ. But then I... Teacher: So we have to thank mothers if we have students. Is that right? TA2: Yes. But then I realize that I'm study φ because it's important for my future. And it's not that I like φ , but... it's something that is important, so... Teacher: Well, the future has already started, right? Because you are doing University. Do you use English? Is it being helpful to you? TA2: Oh, not now, but... I think I... when I start look for φ job and... I think it's, I think it's... φ will be very useful. Teacher: Uhum. Can you tell me a little bit about, uhm, your experience here as a student? TA2: It was, I started when I was... I don't remember... I think... thirteen... fourt-, yeah, thirteen, something like that, and... yes, I think I'm not finish, I think I'm... I will survive if I go to another country. But... Teacher: Have you ever been in any situation in which you've had to test your English? TA2: I once I went to... to Disney, but... It was a long time φ , so... My mother talk... and I didn't practice. But I think I need to practice, to go and see, I can... I was five, but I need to... I can't talk in English, but, I think I need to practice more. Teacher: And, uhm... Do you do anything outside the classroom to improve your English? TA2: Uhm, when I watch movies I try to understand without reading the... Teacher: Subtitles. TA2: Subtitles. Uhm... I don't read a lot in English. Teacher: Or in Portuguese. TA2: No, in Portuguese I read. And... uhm, when I listen to music I try to, to understand what they say. 61 Teacher: And you said your mother spoke English? Do you speak English at home? 'Cause I know your sister does too. TA2: My mother... She... uhm, graduated, I think it was here. But she... uhm, she doesn't talk, uhm... she talks, but she doesn't... uhm... Teacher: She's not fluent anymore. TA2: Yeah, not fluent. Teacher: Ok, thank you. TA2: Yes. Welcome. Classificação dos erros da TA2 I think I first, I started studying English because my mother wants.(O10) φ (O11) (O10) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: wanted (O11) Erro ambíguo: omissão do objeto direto. Forma padrão: me to. But then I realize (O12) that I'm (O13) study φ (O14) because it's important for my future. (O12) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: realized (O13) Erro desenvolvimental: adição de partícula desnecessária. Forma padrão: I study/studied (O14) Erro ambíguo: omissão do objeto direto. Forma padrão: study it And it's not that I like φ (O15), but... it's something that is important, so... (O15) Erro ambíguo: omissão do objeto direto. Forma padrão: it I... when I start look (O16) for φ (O17) job and... I think it's, I think it's... φ (O18) will be very useful. (O16) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: looking 62 (O17) Erro interlingual: transferência de estrutura – omissão do artigo. Forma padrão: a job (O18) Erro ambíguo: omissão do sujeito. Forma padrão: it yes, I think I'm not finish (O19), I think I'm... I will survive if I go to another country. But... (O19) Erro desenvolvimental: confusão entre termos sintáticos parecidos Forma padrão: I haven’t finished I once I went to... to Disney, but... It was a long time φ (O20), so... My mother talk. (O21) and I didn't practice. (O20) Erro desenvolvimental: omissão de palavra indicadora de passado Forma padrão: ago (O21) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: talked/did the talking 63 Tabela 3.2.2. Totalização de erros de SA2. RA2 Erros interlinguais 4 não distinção gramatical na LM em relação à LE extensão por analogia 2 uso de palavras da LM em sentenças da LE 1 Erros desenvolvimentais formas alternadas TA2 Erros interlinguais 1 transferência de estrutura – omissão do artigo 1 1 Erros desenvolvimentais 3 1 adição de partícula desnecessária 1 confusão entre termos sintáticos parecidos omissão de palavra indicadora de passado 1 1 1 Erros únicos 5 Erros únicos 4 Formas alternadas 2 Formas alternadas 4 adição do artigo definido 2 semelhança fonológica/fonética com 1 outra palavra da LE Erros ambíguos 3 Erros Ambíguos 4 omissão do objeto direto 1 omissão do objeto direto 3 omissão do marcador de infinitivo “to” 1 omissão do sujeito 1 omissão do marcador de plural 1 64 Análise dos erros de SA2 TA2 RA2 8% 23% 31% 33% Erros Interlinguais 25% Erros Desenvolvimentais Erros Únicos Erros Ambíguos 8% 38% 34% Gráfico 3.2.2. Distribuição dos erros de SA2. A produção escrita de SA2 apresenta erros dos quatro tipos analisados, com ocorrência levemente superior de erros únicos seguida pelos erros interlinguais, ambíguos e, por último os desenvolvimentais. É possível concluir que, ainda que por pequena vantagem, há predominância de erros produzidos unicamente por aprendizes de LE.. A produção oral de SA2 apresenta uma semelhança entre as ocorrências de erros ambíguos e únicos, seguidos pelos desenvolvimentais. SA2 apresenta um baixo número de erros interlinguais, caracterizando, assim, uma baixa interferência da LM sobre a sua fala. É possível estabelecer uma relação entre os erros detectados na escrita e na oralidade de SA2. Nas duas modalidades, há uma alta ocorrência de erros únicos, indicando que tanto na fala quanto na escrita, SA2 produz erros que são típicos somente de aprendizes de LE. 65 RA4 My autobiography My name is_______ and I am seventeen. I have been living her in Brasília for about eight years. I was born in Rio de Janeiro and I had to move because φ my father’s job. One of the first things that my mom decided to do when we arrived here was to put me in an English school. I was nine and I wanted to study at _____________, a British school. I studied there for four years when I decided to move to _________________ where I have been studying since 2000. This is my last semester but I want to continue here by doing the courses that ____________ offers. Other thing that my mother decided was to put me in a school near my house. Because of that I have been studying at ______________ for almost eight years. I have always like this school but my grades used to be higher than they are now. It was at _______ that I have met all the friends I have. Because it seems that here in Brasília neighbors doesn’t like to talk too much. I like very much this city although I prefer Rio. It has being very good to live here, I have seen so many different people and I have thought in a different way. This is a different city and most of things that I learn it is because of it. Classificação dos erros da RA4 I have been living her (37) in Brasília for about eight years. (37) Erro único: omissão de letra Forma padrão: instincts I was born in Rio de Janeiro and I had to move because φ (38) my father’s job. (38) Erro desenvolvimental: omissão de preposição Forma padrão: because of my father’s job One of the first things that my mom decided to do when we arrived here was to put (39) me in an English school. 66 (39) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: register I studied (40) there for four years when I decided to move to _________________ where I have been studying since 2000. (40) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: had been studying Other (41) thing that my mother decided was to put (42) me in a school near my house. (42) Erro desenvolvimental: confusão entre termos lexicais parecidos Forma padrão: another (43) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: register I have always like (43) this school but my grades used to be higher than they are now. (42) Erro único: omissão do marcador de particípio passado “ed” dos verbos regulares Forma padrão: liked It was at _______ that I have met (44) all the friends I have. (44) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: met Because it seems that here in Brasília neighbors doesn’t (45) like to talk too much (46) (45) Erro desenvolvimental: adição de marcador de 3a pessoa do singular Forma padrão: don’t (46) Erro desenvolvimental: formas alternadas - advérbio de intensidade Forma padrão: very much I like very much (47)this city although I prefer Rio (47) Erro desenvolvimental: ordem indevida de um grupo de palavras numa sentença Forma padrão: I like this city very much.... It has being (48) very good to live here, (48) Erro desenvolvimental: alternância entre as formas do particípio passado e particípio presente de um verbo irregular Forma padrão: been 67 This is a different city and most of (49) things that I learn it is ( 50) because of it. (49) Erro desenvolvimental: adição de preposição Forma padrão: most things (50) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: are TA4 TA4: My name is SA4, I'm 17 and... the number of this class is A. Teacher: SA4. I'd like you to tell me a little bit about your history studying English. TA4: Uh... first... I... have, I have studied in _____for 3 years. Then I... I made, did, I made the tests, to this school and and I have passed and now I'm studying here since... I've been studying here since... since nine... two thousand. Teacher: Two thousand? Yes? Ok. And... how are you going to use the English that you have learned? TA4: Well, I pretend... uhm... to do... tourism. So I'll use it a lot. English and other languages. Teacher: And do you think you are prepared to use English as a second language? TA4: More or less. Teacher: What do you mean? TA4: I don't know, because... if I... I don't know Sometimes I don't understand what people want to say because they talk too fast. Teacher: What people? TA4: Because I went to φ United States in... when I was ... I was 15. I went in a ... I don't know how to say "excursão". I don't know how to say this. Teacher: 2 years ago? You went on an excursion. TA4: Yes... And I had the opportunity to talk to a lot of Americans. So when they... when they, for example: sailors, or Mickey Mouse, when they, they were talking too fast I didn't understand. φ But most of the times I understand... Most times. Teacher: Ok, but that was 2 years ago. Since then you have uhm... have had time 68 TA4: Yes, I don't know. So I don't know if I’m prepared or not. Teacher: What is it like when you watch television? TA4: If I watch "Friends" I understand everything, but if I watch CNN... I just understand some things. Teacher: Ok... Alright. Thank you. Classificação dos erros da TA4 Uh... first... I... have, I have studied (O22) in ____for 3 years. (O22) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: studied Then I... I made, did, I made (O23) the tests, to(O24) this school and and I have passed (O25) and now I'm studying here since... I've been studying here since... since nine... two thousand. (O23) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: took (O24) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: for (O25) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: passed Well, I pretend... (O26) uhm... to do... tourism. (O26) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: intend More or less.(O27) (O27) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: a little / maybe / kind of when they, they were talking too fast I didn't understand. φ (O28) (O28) Erro ambíguo: omissão do objeto direto. Forma padrão: them 69 Because I went to φ (O29)United States in... (O29) Erro desenvolvimental: omissão do artigo definido. Forma padrão: the United States But most of the times I understand.. (O30) (O30) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: did 70 Tabela 3.2.3. Totalização de erros de SA4. RA4 Erros interlinguais 5 não distinção gramatical na LM em relação à LE tradução literal 2 transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM 1 2 TA4 Erros interlinguais não distinção lexical na LM em relação à LE não distinção gramatical na LM em relação à LE semelhança ortográfica e fonológica com a LM transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM 7 3 2 1 1 Erros desenvolvimentais 7 Erros desenvolvimentais 1 omissão de preposição 1 omissão do artigo definido 1 adição de preposição 1 confusão entre termos lexicais parecidos adição de marcador de 3a pessoa do singular formas alternadas de advérbio 1 Formas alternadas 1 ordem indevida de um grupo de palavras numa sentença 1 Erros únicos 2 Erros únicos 0 omissão do marcador de particípio passado “ed” dos verbos regulares omissão de letra 1 Erros ambíguos 0 Erros Ambíguos 1 omissão do objeto direto 1 1 1 1 71 Análise dos erros de SA4 TA4 RA4 14% 11% 0% 0% 36% 11% Erros Interlinguais Erros Desenvolvimentais Erros Únicos Erros Ambíguos 50% 78% Gráfico 3.2.3. Distribuição dos erros de SA4. SA4 apresenta uma alta ocorrência de erros desenvolvimentais em sua escrita, seguidos pelos erros interlinguais, caracterizando uma escrita que apresenta erros que podem se assemelhar aos que ocorrem na fala de crianças em fase de aquisição da língua materna e outros que sofrem a influência da LM do aprendiz de LE. O número de ocorrências de erros únicos é insignificante e não há nenhum erro ambíguo. A oralidade de SA4 é caracterizada por erros interlinguais com apenas um erro desenvolvimental e um erro ambíguo, que pode ser interpretado também como resultante da interferência da LM. Pode-se concluir que os erros presentes na oralidade de SA4 são reflexo da influência da LM. É possível estabelecer uma relação entre os erros orais e os erros escritos de SA4 quanto à interferência da LM presente nas duas modalidades. Porém, a escrita apresenta ocorrência significativa de erros desenvolvimentais que não aparecem na fala de SA4. 72 RA5 My name is______, I’m 17 yeas old and I’m from Brasília. I have an older brother called _______ and I live with him and my parents in Asa Norte. I’m in the last year at school and at my English course. I’m not so good at school, so I have to work hard to get good grades. I don’t know why I’m better in English. I guess it’s because I started very young – with 12 years old – and to me the older one starts to study English, the hard it is to learn. Work as an English teacher is not one of my goals, but I want to be prepared to be a teacher if I decide to teach just to make extra money. The truth is that I love languages. I’m graduated in Spanish and I also study French. I guess these languages will be very useful in the future for the work. There are 3 courses that I would love to study in college: Sociology, International Relations and Cinema. I guess that next year I’m going to study Sociology at UNB. I want to study Cinema just in the future, maybe as a hobby. Last week I started to work in a short movie as an art assistant, but I will not be payed, because it is an independent movie and at the moment I don’t see work with movies as a living. These are my expectations for the future and I’m sure I’m going to get everything I want, at least at studies and work. I always run for my goals and I will keep doing that. Classificação dos erros da RA5 I’m better in (51) English (51) Erro interlingual: transferência de estrutura - apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: better at with (52) 12 years old (52) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: at the older one starts to study English, the hard (53) it is to learn. 73 (53) Erro desenvolvimental: omissão do marcador de comparativo Forma padrão: harder Work (54) as an English teacher is not one of my goals (54) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: Working I’m graduated (55) in Spanish and I also study French (55) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE Forma padrão: I have graduated I guess these languages will be very useful in the future for the (56) work. (56) Erro interlingual: Transferência de estrutura - apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: for work but I will not be payed (57) (57) Erro desenvolvimental: Generalização do marcador de passado nos verbos regulares Forma padrão: paid I always run for (58) my goals and I will keep doing that. (58) Erro desenvolvimental: Desconhecimento de colocações com o vocábulo “goal” Forma padrão: pursue/ strive for/ work towards TA5 TA5: and the class is... A? Teacher: That's right… Uhm, I would like you to tell me a little bit of your history learning English. Things like, uhm, how long you've been studying English and, uhm, what you would like to do with the English that you, uhm, that you have learned here... That's ok. TA5: Uhm... I I started studying English when... since? I don't know... In kindergarten? Teacher: Uhum. TA5: Uhm... In my old school they teach English when we are very young and I... join... this school in 1998, in (name of the children’s coursebook used), and ...still here.. And... and the English, uhm, the English classes that I have in school they are... 74 Teacher: Horrible? TA5: (agreeing) Uhum. It's everything very easy, so, the, it's only here where I learn English, not in school. Teacher: And, how do you think you are going to use the English that you have learned here? TA5: I think I will use φ a lot like in in... in travels because... I hope to to work outside the country to... it's essential to to know English for work. Teacher: Ok, and now that you are finishing the course, do you believe you are prepared to use English as a... second language? TA5: Yes. I... I will do the Michigan if if I need I will... if I need if, uhm, if I if I if I can... I will... teach... I don't know. Maybe... Teacher: Uhum! Ok. Thank you a lot. Classificação dos erros da TA5 In my old school they teach English when we are very young and I... join... (O31).this school in 1998 (O31) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: joined Uhum. It's everything very easy (O32), so, the, it's only here where (O33) I learn English, not in school. (O32) Erro interlingual: tradução literal. Forma padrão: Everything is very easy (O33) Erro desenvolvimental: formas alternadas -.pronomes Forma padrão: that I think I will use φ (O34).a lot like in in... in travels because... (O34) Erro ambíguo: omissão do objeto direto. Forma padrão: it 75 Tabela 3.2.4. Totalização de erros de SA5. RA5 Erros interlinguais transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM não distinção lexical na LM em relação à LE não distinção gramatical na LM em relação à LE 4 TA5 Erros interlinguais 1 2 tradução literal 1 1 1 Erros desenvolvimentais 3 Erros desenvolvimentais 1 omissão do marcador de comparativo 1 formas alternadas 1 generalização do marcador de passado nos verbos regulares desconhecimento de colocações com o vocábulo “goal” 1 Erros únicos 1 Erros únicos 1 formas alternadas 1 formas alternadas 1 Erros ambíguos 0 Erros Ambíguos 1 omissão do objeto direto 1 1 76 Análise dos erros de SA5 TA5 RA5 13% 0% 25% 25% 25% 25% Erros Interlinguais 49% Erros Desenvolvimentais Erros Únicos Erros Ambíguos 38% Gráfico 3.2.4. Distribuição dos erros de SA5. A produção escrita de SA5 apresenta um número semelhante de ocorrências de erros interlinguais (4) e desenvolvimentais (3), seguidos por uma ocorrência de erro único. É um número relativamente baixo de erros, os quais refletem um equilíbrio entre aqueles causados pela influência da LM e aqueles semelhantes aos de crianças em fase de aquisição de linguagem. Os erros presentes na oralidade de SA5 são praticamente insignificantes numericamente. Há uma única ocorrência de cada tipo analisado indicando que não há predominância de nenhum tipo sobre os outros. A relação que é possível estabelecer entre os erros da fala e os erros da escrita de SA5 é que ambas modalidades apresentam um número muito baixo de ocorrências. 77 RB2 I was born in april 1983 in Brasília. I have been always living in Brasília and I think that it is a wonderful city to live. I studied the highschool at ______ and it was there where I knew my boyfriend. We had studied together for four years, but we had starting dating just when we both were at the university. We have been dating since january 2002 and we are planing to get married and live abroad when we are graduated, and when we finished English and Spanish classes. I will problably finish my regular English class this year, but I will continue study it. I will make “Business Advanced Course” because I think that it is φ very important course to a person who wants to work abroad in an organization. And I will problably finish my Spanish classes next year. I think that study a foreing language is very important but a person just can learn how to speak it very well when he/she is living abroad. It is one of the reason that I will travel for to live outside. Nowadays I am studing Administration at UnB. I am in the second year and I love to study it. I am working in a organization that was made by students of the UnB and there I learn a lot of importants things and had knew many people. Just this year I was invited to work in five diferents places and I had just refused because I like a lot to work there. Maybe in the next year I will go to work in another place. Classificação dos erros da RB2 I was born in april (59) 1983 in Brasília. (59) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: April I have been always living (60) (61) in Brasília and I think that it is a wonderful city to live (62). (60) Erro ambíguo: posicionamento indevido de advérbio Forma padrão: I have always lived 78 (61) Erro único: alternância entre tempos verbais simples e contínuo Forma padrão: I have always lived (62) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: to live in I studied the (63) high school at ______ and it was there where (64) I knew (65) my boyfriend. (63) Erro desenvolvimental: desconhecimento de colocações com o vocábulo “high school” Forma padrão: went to / attended (64) Erro desenvolvimental: formas alternadas – pronomes Forma padrão: that (65) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: met We had studied together for four years, but we had starting (66) dating just when we both were (67) at the (68) university. (66) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE Forma padrão: started (67) Erro desenvolvimental: ordem indevida de um grupo de palavras numa sentença Forma padrão: we were both (68) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: at university We have been dating since january (69) 2002 and we are planing (70) to get married and live abroad when we are graduated (71) and when we finished (72) English and Spanish classes. (69) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: January (70) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: planning (71) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE Forma padrão: graduate / have graduated (72) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE Forma padrão: finish / have finished 79 I will problably finish my regular English class (73) this year, but I will continue study (74) it (73) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: course (74) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: studying/to study I will make (75) “Business Advanced Course” because I think that it is φ (76) very important course to (77) a person who wants to work abroad in an organization. (75) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: do / take (76) Erro desenvolvimental – omissão do artigo. Forma padrão: a (77) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: for I think that study (78) a foreing (79) language is very important but a person just can learn (80) how to speak it very well when he/she is living abroad. (78) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: studying (79) Erro desenvolvimental: não-relação entre grafemas e fonemas da LE Forma padrão: foreign (80) Erro ambíguo: posicionamento indevido de advérbio Forma padrão: can just learn It is one of the reason (81) that I will travel for to (82) live outside (83). (81) Erro ambíguo: omissão do marcador de plural Forma padrão: one of the reasons (82) Erro interlingual: adição de preposição com base na estrutura da LM Forma padrão: to (83) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: abroad Nowadays I am studing (84) Administration at UnB. (84) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM 80 Forma padrão: studying/doing I am working in a (85) organization that was made by students of the UnB (86) and there I learn a lot of importants (87) things and had knew (88) many people. (85) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: an (86) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: UnB students / students of UnB (87) Erro interlingual: transferência de estrutura - apoio na estrutura morfológica da LM Forma padrão: important (88) Erro interlingual: não distinção gramatical e lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: have met Just this year I was invited (89) to work in five diferents (90) (91) places and I had just refused (92) because I like a lot to work there (93). (89) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: have been invited (90) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: different (91) Erro interlingual: transferência de estrutura - apoio na estrutura morfológica da LM Forma padrão: different (92) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: refused (93) Erro desenvolvimental: ordem indevida de um grupo de palavras numa sentença Forma padrão: I like to work there a lot Maybe in the next year (94) I will go to work (95) in another place. (94) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: next year (95) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: will work 81 TB2 TB2: My name is SB2. I am 20 years old. And, and I’ve been studying English for five years, I’m not sure. And I watch movies in English to practice outside the-of the class. And I think I’ll just speak English very well just when I live in... outside of Brazil cause I can just, this course is not enough. Teacher: Have you been in situations where you needed to speak English? TB2: No. Teacher: So how do you know – how do you evaluate yourself as not a good speaker? TB2: I think that I’m not a very good speaker but I don’t know. I never stayed in a situation where I needed to speak just in English. Teacher: It’s just something that you have created? TB2: Yes, I just think φ Teacher: Is there anything the school could do to help the students get sense of success, because you’re not the first person who says “my English is not good”, and of course, I know it is very good, because I’ve tested it a lot. TB2: I don’t know if there is something to do, but I think just if I travel I will know if I’m listening very well or not or if I am speaking good. I can just, here in Brazil, it’s not possible to know. Teacher: And when you watch movies, do you understand everything? TB2: Yes, not everything, but… Teacher: You can follow a movie without reading the subtitles. So comprehension you have tested. TB2: Yes. Teacher: And you know you are good at understanding. TB2: Yes. But to speak I don’t know, I… Teacher: I just think you guys have a very fertile imagination. Yes, you just decide that you are not a good speaker but you have never put yourself to test. Right now we are speaking, we are communicating, and what’s wrong with that? 82 TB2: Yes, but here is different, because I think that when I stay - if I stay out of Brazil, will appear some situations that I don’t know how to express myself. I don’t know if I will – can – If I can do this or not, I just imagine that I can’t, but… Teacher: You don’t know? TB2: Yes! Teacher: Ok. All right, thank you! Classificação dos erros da TB2 I never stayed (O35) in a situation where I needed to speak just in English. (O35) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE Forma padrão: I have never been Yes, I just think φ (O36) (O36) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: I just think so I will know if I’m listening very well or not or if I am speaking good (O37). (O37) Erro ambíguo: formas alternadas: uso de um adjetivo em lugar de um advérbio Forma padrão: well I don’t know if there is something to do, but I think just if I travel I will know (O38) if I’m listening very well (O39) or not or if I am speaking good. (O37) (O38) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: will I know if my listening skills are good. (O39) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: if my listening skills are good Yes, but here is different (O40), because I think that when I stay (O41) - if I stay (O41) out of Brazil, will appear (O42) some situations that (O43) I don’t know how (O44) to express myself. (O40) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: it’s different here 83 (O41) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: am (O42) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: there’ll be (O43) Erro desenvolvimental: formas alternadas - pronomes Forma padrão: where / in which (O44) Erro único: tempos verbais alternados Forma padrão: won’t know how to / won’t be able to 84 Tabela 3.2.5. Totalização de erros de SB2. RB2 Erros interlinguais não distinção lexical na LM em relação à LE não distinção gramatical na LM em relação à LE extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM transferência de estrutura – apoio na estrutura morfológica da LM adição de preposição com base na estrutura da LM 25 TB2 Erros interlinguais 7 6 tradução literal 5 6 transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM não distinção gramatical na LM em relação à LE 1 5 1 5 2 1 Erros desenvolvimentais 6 Erros desenvolvimentais 1 ordem indevida de um grupo de palavras numa sentença omissão do artigo 2 formas alternadas 1 desconhecimento de colocações com o vocábulo “high school” não-relação entre grafemas e fonemas da LE formas alternadas 1 Erros únicos 3 Erros únicos 1 formas alternadas 2 formas alternadas 1 alternância entre tempos verbais simples e contínuo 1 Erros ambíguos 3 Erros Ambíguos 1 posicionamento indevido de advérbio 2 formas alternadas: uso de um adjetivo em lugar de um advérbio 1 omissão do marcador de plural 1 1 1 1 85 Análise dos erros de SB2 TB2 TB2 RB2 RB2 8% 10% 8% 10% Erros Interlinguais Erros Desenvolvimentais 16% 10% Erros Únicos Erros Ambíguos 68% 70% Gráfico 3.2.5. Distribuição dos erros de SB2. A produção escrita de SB2 é definitivamente influenciada pela interferência da LM. O número de ocorrências de erros interlinguais é o mais alto dentre todos os sujeitos analisados, e também muito alto se comparado com os outros tipos de erros apresentados por SB2. Há também um número significativo de erros desenvolvimentais. A fala de SB2 também reflete a influência da LM verificável no alto número de ocorrências de erros interlinguais. A relação que é possível estabelecer entre os erros presentes na fala e na escrita de SB2 é que eles são abundantes e predominantemente interlinguais, caracterizando a interferência da LM nas duas modalidades comunicativas. 86 RB6 I was born in february 24, in 1987. I was the last child my parents had. Our family was composed by my father, ___, my mother ___ and my two sisters ___ and ___, besides me. My family was well structured and had no big problems, what contributed to make my childhood very happy and calm. When I was 2 years old I started to go to a school named “____”, where I studied until 8th grade. There I had very good moments and I could make good friends for all life. My childhood was full of activities. I used to go to peinture, music, balet, swimming, olympic gymnastic classes between others. When I was 9, I asked my parents to start taking english classes. Therefore, since then I have been studying english at ____. In 2001 I started taking guitar classes, what I really love to do. I hope I never quite studying music because it really makes me feel relaxed and forget problems for a while. In 2002 I finished the 8th grade and started high school in “Galois”, where I study until today. Classificação dos erros da RB6 I was born in (96) february (97) 24, in 1987. (96) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: on February 24 (97) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: February Our family was composed (98) by my father, ___, my mother ___ and my two sisters ___ and ___, besides me. (98) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: Our family was my father, ... My family was well structured and had no big problems, what (99) contributed to make my childhood very happy and calm. (99) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: which 87 My childhood was full of activities. I used to go to peinture (100), music, balet (101), swimming, olympic gymnastic (102) classes between (103) others. (100) Erro interlingual: emprego de forma estrangeirada Forma padrão: painting (101) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: ballet (102) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: gymnastics (103) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: among When I was 9, I asked my parents to start taking english classes (104). (104) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: I asked my parents to let me take English classes In 2001 I started taking guitar classes, what (105) I really love to do. (105) Erro ambíguo: formas alternadas Forma padrão: which I hope I never quite (106) studying music because it really makes me feel relaxed and forget problems for a while. (106) Erro desenvolvimental: confusão entre termos lexicais parecidos Forma padrão: quit In 2002 I finished the 8th grade and started high school in “Galois”, where I study (107) until today. (107) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: have studied/have been studying TB6 TB6: My name’s SB6, I study English since I was nine. Teacher: How old are you? TB6: Sixteen. And now I finished, I am happy. 88 Teacher: Why are you so happy? TB6: Because I’m tired of doing English. But I like it, and… what else? Teacher: How… Do you do anything else apart from coming here to practice your English? TB6: In φ Internet there is many things – there are many things – in English. All is really in English... Music, but that’s all. Teacher: Do you talk to people? TB6: Yes, sometimes I talk to people from other countries in English. But it’s not always. Teacher: And what about cable television – electronic media in general? TB6: I don’t have cable television. Teacher: So you don’t watch cable television. But films? TB6: Films I watch in English, but I always read the subtitles. Teacher: Why? TB6: Because I’m used to. Teacher: It’s not that you need it? TB6: No. But I never tried to watch it .. Teacher: Without the subtitles? Okay. Classificação dos erros da TB6 I study (O45) English since I was nine (O45) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: have studied In (O46) φ (O47) Internet there is many things – there are many things (O46) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE.: Forma padrão: on (O47) Erro desenvolvimental: omissão do artigo definido Forma padrão: the 89 Tabela 3.2.6. Totalização de erros de SB6. RB6 Erros interlinguais 10 extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM tradução literal 3 não distinção lexical na LM em relação à LE não distinção gramatical na LM em relação à LE emprego de forma estrangeirada 2 1 Erros desenvolvimentais TB6 Erros interlinguais 2 não distinção lexical na LM em relação à LE não distinção gramatical na LM em relação à LE 1 1 Erros desenvolvimentais 1 confusão entre termos lexicais parecidos 1 omissão do artigo definido 1 Erros únicos 0 Erros únicos 0 Erros ambíguos 1 Erros Ambíguos 0 formas alternadas 1 3 1 1 90 Análise dos erros de SB6 TB6 TB6 RB6 RB6 8% 0% 0% 0% 8% 33% Erros Interlinguais Erros Desenvolvimentais Erros Únicos Erros Ambíguos 67% 84% Gráfico 3.2.6. Distribuição dos erros de SB6. SB6 apresenta erros predominantemente interlinguais na escrita, caracterizando uma forte presença de traços da LM em sua produção. Não há ocorrência de erros únicos, e um número muito baixo de erros desenvolvimentais e ambíguos. SB6 apresenta um número bastante reduzido de erros em sua fala (3). A análise dos poucos erros existentes mostra a ocorrência de dois erros interlinguais, caracterizando a influência da LM. Há uma ocorrência de erro desenvolvimental e nenhum erro único ou ambíguo. Com base nos dados de SB6 que foram analisados constata-se uma influência da LM sobre a produção lingüística desse sujeito nas modalidades escrita e oral. 91 RB7 In November, 1980, my mom, which was pregnant, was spending her vacation in Vitória, Espírito Santo when I borned. I was a pre-mature baby and the Doctor told my family that probably, I wouldn’t survive but I’m here. Having only thee months of life, I left Vitória and came to my city, Brasília. Until today, I have the same house in Asa Norte and I live there. I grew up and had a very happy childhood in Brasíkia. I used to do many things that Brasilia’s people used to do like playing on the rocket at the city park, doing pick nic at the zoo, swimming on “Água Mineral” and playing on “Divertilândia”. In 1983 I started to study at ________ and studied there for eleven years. I gave a lot of work to my teachers but I was always a sweet boy with a good heart. Eleven years later, I left that school and started to study at ________, a very good Institute. I finished my high school there and I had to study a lot. At _______, I had so many difficulty in English classes, so, in 1999, I decided to join _______ to improve my english skills. Nowadays, I grew up, finished the high school, joined on a university, work on my job and I’m here, finishing my course at ________, writting about my life and thinking how great is the life when people are child. Classificação dos erros da RB7 In November, 1980, my mom, which (108) was pregnant, was spending her vacation in Vitória, Espírito Santo when I borned (109). (108) Erro desenvolvimental: formas alternadas – pronomes Forma padrão: who (109) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: was born Having only thee months of life (110), I left Vitória and came to my city, Brasília. (110) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: Being only three months old, ... 92 Until today, I have (111) the same house in Asa Norte and I live there (111) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: I’ve had I used to do many things that Brasilia’s people (112) used to do like playing on the rocket at the city park, doing pick nic (113) at the zoo, swimming on (114) “Água Mineral” and playing on (115) “Divertilândia”. (112) Erro ambíguo: generalização do caso genitivo Forma padrão: people from Brasília (113) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: having a picnic (114) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: at (115) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: at I gave a lot of work to my teachers (116) but I was always a sweet boy with a good heart. (116) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: I gave my teachers a hard time At _______, I had so many difficulty (117) in English classes, so, in 1999, I decided to join _______ to improve my english (118) skills. (117) Erro desenvolvimental: confusão entre termos lexicais parecidos Forma padrão: so much difficulty / a lot of difficulty (118) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: English Nowadays, I grew up (119), finished the (120) high school, joined on (121) a university, work on my job (122) and I’m here, finishing my course at ________, writting (123) about my life and thinking how great is the life (124) when people are child (125). (119) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: I have grown up / I am a grown up (120) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: finished high school (121) Erro desenvolvimental: adição de preposição 93 Forma padrão:joined a university (122) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: have a job (123) Erro desenvolvimental: apoio no sistema ortográfico da LE, devido à não relação grafema/fonema. Forma padrão: writing (124) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: how great life is (125) Erro ambíguo: omissão do marcador de plural Forma padrão: children TB7 TB7: My name is SB7 and I’m 22. Uhm… and… I, I started to study English because when I was… 14, 15, 16, I used to… to take bad, bad grades on school, and it was very difficult, so I… Teacher: In English? TB7: Yes, in English. I always… have bad grades in English on school and… since I… I started to study here, in this school, uhm… I learned a lot of things and today I… I… I’m… how can I say? My English… increase, no? Teacher: Uhum. TB7: I… now I don’t have that difficults that I had, that I have in the past. Teacher: And, do you use English outside the classroom? TB7: Uhm, a little. Teacher: In what sense? TB7: I… on the Internet. Sometimes I… I… read some articles and… in English, some sites, American sites, in… in movies too, sometimes I… I download videos, movies on the Internet and watch without the… the subtitles. Teacher: And do you understand everything? 94 TB7: Uh… almost everything. Teacher: Yes? TB7: And… it is Teacher: Ok, Thank you. Classificação dos erros da TB7 I started to study English because when I was… 14, 15, 16, I used to… to take (O48) bad, bad grades on (O49) school, and it was very difficult, so I… (O48) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: get (O49) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: at I always… have (O50) bad grades in English on (O51) school and… (O50) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: have always had (O51) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: at since I… I started to study here, in this school, uhm… I learned (O52) a lot of things and today I… I… (O52) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: I’ve learned I’m… how can I say? My English… increase (O53), no (O54)? (O53) Erro interlingual: não distinção gramatical e lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: has improved (O54) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: right I… now I don’t have that difficults (O55) that I had, that I have (O56) in the past. 95 (O55) Erro desenvolvimental: confusão entre termos lexicais parecidos Forma padrão: those difficulties (O56) Erro único: alternância entre tempos verbais simples Forma padrão: had I download videos, movies on (O57) the Internet (O57) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: from And… it is (O58) (O58) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: that’s it 96 Tabela 3.2.7. Totalização de erros de SB7. RB7 Erros interlinguais 12 tradução literal 5 não distinção gramatical na LM em relação à LE não distinção lexical na LM em relação à LE transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM 2 Erros desenvolvimentais TB7 Erros interlinguais 9 não distinção lexical na LM em relação à LE não distinção gramatical na LM em relação à LE transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM 5 4 Erros desenvolvimentais 1 confusão entre termos lexicais parecidos adição de preposição 1 confusão entre termos lexicais parecidos 1 formas alternadas 1 Erros únicos 1 formas alternadas 1 Erros Ambíguos 0 apoio no sistema ortográfico da LE, devido à não relação grafema/fonema. Erros únicos 2 3 1 2 1 1 1 0 Erros ambíguos 2 generalização do caso genitivo 1 omissão do marcador de plural 1 97 Análise dos erros de SB7 TB7 RB7 9% 11% 0% 9% 0% Erros Interlinguais 22% Erros Desenvolvimentais Erros Únicos Erros Ambíguos 67% 82% Gráfico 3.2.7. Distribuição dos erros de SB7. A produção escrita em LE de SB7 é fortemente influenciada por sua LM, fato que fica evidenciado no alto número de ocorrências de erros interlinguais constatados em seus dados. Há a presença de erros desenvolvimentais e ambíguos, porém em número bem reduzido em relação aos interlinguais. Os erros presentes na oralidade de SB7 seguem a mesma tendência verificada nos erros da produção escrita. São erros interlinguais, em sua maioria absoluta, evidenciando uma clara influência da LM sobre a sua oralidade. A relação entre a produção escrita e a oralidade de SB7 é bastante clara. Em ambas há uma predominância de erros interlinguais, caracterizando, assim, a influência da LM sobre toda a produção lingüística em LE deste sujeito. 98 RB9 I was born in a cloudy morning of June (at least that is what my mother told me), and in that same day, Brazil won a game in φ World Cup. That means, it was a very lucky day for my country. I left the clinic in my daddy’s arms and went home, at “Octognal”. That place has always been very important to me because I spent my whole childhood there and in φ school, which is called _____. When I was eight, my little brother came into my life and this fact was really strange for me because I was really used to be the only child in the whole family. I was really the one where all the attention was on. When I realised this was all over I got very confused and a little angry with all my family, but I never demonstrated this feeling because I knew I was wrong in having it. But then I grew up and my brother was not a problem anymore because my life was now busier. I started taking english classes and school got harder too. I moved to a new house and to a new school. My grandmother gave me a cat, wich I love so much, and now I had one more thing to do: take care of it. Then when I turned fourteen and entered the high school, my grandmother had cancer, but she won the fight against this terrible disease and is now completely cured. Meanwhile, I started to love a boy that ended up dating my “best friend”, and this ruined our friendship. I don’t know why, but he was an important person in my life. Now I’m seventeen. Last year of school, last semester of english classes. Next year, I wish to move out to São Paulo and start studying fashion there at USP. Even knowing that my parents want me to stay here around them and enter the UNB, I have a feeling that my future is not here in Brasília. And as a wiccan, I trust my instincs and my heart. Classificação dos erros da RB9 I was born in a cloudy morning of June (at least that is what my mother told me), and in (126) that same day, Brazil won a game in φ (127) World Cup. (126) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. 99 Forma padrão: on (127) Erro desenvolvimental: omissão do artigo definido Forma padrão:in the World Cup That place has always been very important to me because I spent my whole childhood there and in φ (128) school, which is called _____. (128) Erro desenvolvimental: omissão do artigo indefinido Forma padrão: a school I was really used to be (129) the only child in the whole family. (129) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: to being I started taking english (130) classes and school got harder (130) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: English My grandmother gave me a cat, wich (131) I love so much, (131) Erro desenvolvimental: não-relação entre grafema e fonema da LE Forma padrão: which Then when I turned fourteen and entered the (132) high school, (132) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: entered high school Last year of school, last semester of english (133) classes. (133) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: English Next year, I wish to move out (134) to São Paulo and start studying fashion (134) Erro desenvolvimental: adição de preposição Forma padrão: move to São Paulo Even knowing that my parents want me to stay here around them and enter the (135) UNB, I have a feeling that my future is not here in Brasília. (135) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: enter UnB 100 And as a wiccan, I trust my instincs (136) and my heart. (136) Erro único: omissão de letra Forma padrão: instincts TB9 TB9: My name’s SB9, and I’m in class B. Teacher: I’d like you to tell me a little bit about your experience learning English. TB9: Oh... It's a great experience; I think it's very important for me and for my career. And I'm learning English since I was a little kid, so... Teacher: Uhum. TB9: I’m used to … Teacher: Do you remember what, uhm, age you were when you started? TB9: I think I was ten, because it was in my first school, primary school. Nine, ten years. Teacher: Okay, yes. And how do you think you're going to use this English, once you have finished the course? TB9: Oh, I wish I could move to live abroad, so I would use everyday my English. In, I don't know, New Zealand, Australia, I'd like to go to live there. Teacher: And, umm, what do you do outside the classroom to improve your English? TB9: Uhm, mostly I listen to music and I try to learn the lyrics, sing... And I think it helps a lot, specially in vocabulary. Teacher: And what about cable TV? TB9: I watch a lot of cable TV and cartoons using the SAP, the ... Teacher: Which means you don't read subtitles? TB9: No, I... Only when I have some doubts. Then I, I try not to read the subtitles and I try to watch cartoons in English, when I can. ‘Cause some are in Spanish. Teacher: So, are you happy with the results? TB9: Yes, I am very happy with the results. 101 Teacher: Ok. Thank you. Classificação dos erros da TB9 And I'm learning (O59) English since I was a little kid, so... (O59) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: I’ve been learning so I would use everyday my English (O60). (O60) Erro ambíguo: posicionamento indevido de advérbio Forma padrão: my English everyday 102 Tabela 3.2.8. Totalização de erros de SB9. RB9 Erros interlinguais 5 extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM não distinção lexical na LM em relação à LE 2 Erros desenvolvimentais 4 não-relação entre grafemas e fonemas da LE omissão do artigo definido 1 omissão do artigo indefinido 1 adição de preposição 1 Erros únicos 2 formas alternadas 1 omissão de letra 1 Erros ambíguos 0 TB9 Erros interlinguais 1 não distinção gramatical na LM em relação à LE 1 Erros desenvolvimentais 0 Erros únicos 0 2 1 1 1 Erros Ambíguos posicionamento indevido de advérbio 1 103 Análise dos erros de SB9 TB9 RB9 0% 18% Erros Interlinguais 46% Erros Desenvolvimentais 50% 50% Erros Únicos Erros Ambíguos 36% 0% 0% Gráfico 3.2.8. Distribuição dos erros de SB9. Há um equilíbrio entre as ocorrências de erros na escrita de SB9. Os erros desenvolvimentais e os erros interlinguais estão presentes em igual proporção, o que indica que tanto há uma influência da LM quanto há erros que são típicos do processo de aquisição de linguagem verificáveis tanto em aprendizes de LE quanto em crianças em fase de aquisição de LM. A presença de erros na oralidade de SB9 é insignificante numericamente. Há um erro interlingual e um erro ambíguo, que poderia ser interpretado como interferência da LM, ou seja, a oralidade de SB9 é ligeiramente afetada pela influência da LM. Não há uma relação clara entre os erros escritos e orais de SB9, exceto pelo reduzido número de ocorrências em ambas modalidades. 104 RB13 My name is ________. I was born in june 14th, 1986. When I was two years old I started to study in a school that called ________. But in the first grade I changed to ________, where I studied until the eighth grade. Then I went to _______ where I study today. My parents were married until I was ten years old. After that, my father leaved my house and it was better. I lived with my mother until the beginning of this year and now me and my twelve-year-old sister live with my father. This year is very important to me because I am finishing the school and also my english course. I have been learning english for about eight years. I think that it is a lot of time to learn a language, maybe if the course was less longer, it would be better. Because in these days I fell like if doesn’t learn anything more because I am too tired and too bored to go to english classes. I think my life is very good: I don’t have big problems, I enjoy my life a lot. I know that it is the best time of my life, but I can’t wait to finish this year and have my responsabilities. Classificação dos erros da RB13 I was born in (137) june (138) 14th, 1986 (137) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: on (138) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: June When I was two years old I started to study in a school that called (139) ________. (139) Erro desenvolvimental: omissão do auxiliar na voz passiva Forma padrão: in a school that was called ... After that, my father leaved (140) my house and it was better. 105 (141) Erro desenvolvimental: generalização de um marcador regular em lugar de um irregular Forma padrão: left This year is very important to me because I am finishing the (142) school and also my english (143) course. (142) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: I am finishing school (143) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: English I think that it is a lot of time to learn a language, maybe if the course was less longer, (144) it would be better. (144) Erro ambíguo: generalização do comparativo de superioridade Forma padrão: less long/shorter Because in these days (145) I fell like if doesn’t learn (146) anything more (147) because I am too tired and too bored to go to english classes. (145) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: nowadays (146) Erro único: aglomeração de palavras da LE que não levam a significado Forma padrão: I feel as if I’m not learning (147) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: anything anymore I know that it is the best time of my life, but I can’t wait to finish this year (148)and have my responsabilities (149). (148) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: for this year to finish (149) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: responsibilities TB13 TB13: My name is SB13. I am 17 years old and I… I learned… I… I learned English, English since I was…12… And I like φ , but I… I want to finish it. 106 Teacher: Why? TB13: Uhm, because… I think that I don’t learn it anymore. When I come here… and I like to speak English, but not here in Brazil. I like to speak with American people. Teacher: Do you ever have the chance to speak English outside Brazil? TB13: Yes, yes. I went 2 times in φ US. Teacher: And how long did you stay each of these two times? TB13: First time I… about 15 days, and the second, 20. But the second time was best, I was alone, and… Teacher: Uhum. And what was your performance like? Could you understand everybody? TB13: Yes, not all of the things but I… I speak a lot. Teacher: When you say you don’t think you’re learning anymore, in what sense do you mean that? TB13: Oh, I think it’s too long, this course, too long. And… I’m bored. From here. I’m bored. Teacher: Have you been bored for a long time? TB13: Y… It’s a year, about a year that I… Teacher: Why would you say that? Do you think it’s because you could, about a year ago, you could already communicate and then there was no more challenge for you? TB13: Yes… I don’t know. Teacher: Well, anyway, what do you do outside the classroom to improve your English? TB13: In Brazil, nothing Teacher: Nothing? You don’t watch TV, cable TV, you don’t…? TB13: No, I don’t watch. φ I don’t have time to watch TV. I, I don’t like φ . Actually, I don’t like TV. Teacher: So, you think this is it, you have already learned enough, and you’re quite happy with what you have? 107 TB13: Yes. Yes. Teacher: Ok, thank you. Classificação dos erros da TB13 I learned (O61)English, English since I was…12 … (O61) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: I have been learning And I like φ (O62) but I… I want to finish it (O62) Erro ambíguo: omissão do objeto direto. Forma padrão: it I think that I don’t learn (O63) it anymore. (O63) Erro único: alternância entre tempos verbais simples e contínuo Forma padrão: am not learning I went (O64) two times in (O65) φ (O66) US (O64) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: have been (O65) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: to the U.S. (O66) Erro desenvolvimental: omissão do artigo definido. Forma padrão: the United States First time I… about 15 days, and the second, 20. But the second time was best (O67), I was alone, and… (O67) Erro desenvolvimental: confusão entre termos lexicais parecidos Forma padrão: better Yes, not all of the things but I… I speak (O68) a lot (O68) Erro único: alternância entre tempos verbais simples Forma padrão: spoke No, I don’t watch φ (O69). 108 (O69) Erro ambíguo: omissão do objeto direto. Forma padrão: it I don’t like φ (O70). (O70) Erro ambíguo: omissão do objeto direto. Forma padrão: it 109 Tabela 3.2.9. Totalização de erros de SB13. RB13 Erros interlinguais 8 TB13 Erros interlinguais 3 extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM não distinção lexical na LM em relação à LE transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM tradução literal 3 Erros desenvolvimentais 2 omissão do auxiliar na voz passiva 1 generalização de um marcador regular em lugar de um irregular 1 omissão do artigo definido 1 Erros únicos 1 Erros únicos 2 aglomeração de palavras da LE que não levam a significado 1 formas alternadas 2 Erros ambíguos 1 Erros Ambíguos 3 generalização do comparativo de superioridade 1 omissão do objeto direto 3 2 não distinção gramatical na LM em relação à LE não distinção lexical na LM em relação à LE 2 Erros desenvolvimentais 2 1 2 1 confusão entre termos lexicais parecidos 1 110 Análise dos erros de SB13 TB13 RB13 8% 8% 30% 30% Erros Interlinguais Erros Desenvolvimentais 17% Erros Únicos Erros Ambíguos 67% 20% 20% Gráfico 3.2.9. Distribuição dos erros de SB13. SB13 apresenta erros dos quatro tipos analisados em sua produção escrita, com acentuada predominância dos erros interlinguais sobre os demais tipos, caracterizando a interferência da LM como a maior causa de erros escritos em SB13. O erro na oralidade de SB13 ocorre dentro das quatro classificações. É importante observar que os erros ambíguos ocorrem em número igual aos interlinguais e podem ter a mesma origem, ou seja, a influência da LM. Assim, pode-se concluir que a influência da LM é predominante nos erros orais de SB13. A relação que é possível estabelecer entre os erros escritos e os erros orais em SB13 é que são ambos majoritariamente influenciados pela LM. Nas duas modalidades há também ocorrências esporádicas dos outros tipos de erros. 111 RC3 My Autobiography I was born in January 15th of the year of 1981, so I´m 22 years old today. I´m the first daughter and the first grandchild of the both side of my family, but I have onde brother and one sister and a lot of cousins that came after me. I live with my father and my brother. My mother died when I was ten years old. I can say it was one of the worst moment of my life, but today, we can talk about it with no suffer anymore. In my opinion I always tried to be a good student, since the time of primary school. Today I study law and I´ll be graduated in the end of the year. I always liked to study languages too. I studied a little of German and Spanish, but the one that I like the most is English, because its sounds very nice to my ears, and φ is a very helpfull language nowadays. The fact is that to be ready to work today we have to be able to act in any kind of situation that our profession demands, so the knowledge about other languages and other cultures is always important and required. I have been study English since I was φ child, but only now I decided to finish the regular course at ___. It has been a great experience to me, because I think I have been learned more about φ spoken and written English language, and I have more capacity to see movies and news at TV without subtitles, than I was before. I don´t think in stop to study English. In fact, the idea of teaching English it´s not away of my mind. I think it is a very interesting way to be learn more and more about the language. I think I have more interesting things to talk about me, as my favorite sport and belifies religious, but related with the study of the English language I think it is φ I have to say. I want to improve my ability on it more and more, and I hope, in the future I never stop of study it Classificação dos erros da RC3 I was born in (150) January 15th of the year of (151) 1981, so I´m 22 years old today (152). 112 (150) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: I was born on January 15th (151) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: January 15th 1981 (152) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: now. I’m the first daughter and the first grandchild of the (153) both side (154) of my family, (153) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: of both sides of my family (154) Erro ambíguo: omissão do marcador de plural Forma padrão: both sides I can say it was one of the worst moment (155) of my life, but today, we can talk about it with no suffer (156) anymore. (155) Erro ambíguo: omissão do marcador de plural Forma padrão: one of the worst moments (156) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: without suffering/with no suffering In my opinion I always tried (157) to be a good student, since the time of primary school. (157) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: I have always tried Today I study law and I´ll be graduated (158) in the end of the year. (158) Erro único: tempos verbais alternados Forma padrão: I’ll graduate I always liked (159) to study languages too. (159) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: I have always liked to I studied a little of German and Spanish, but the one that I like the most is English, because it sounds very nice to my ears, and φ (160) is a very helpfull (161) language nowadays. (160) Erro ambíguo: omissão do sujeito Forma padrão: it 113 (161) Erro desenvolvimental: apoio no sistema ortográfico da LM. Forma padrão: useful I have been study (162) English since I was φ (163) child, but only now I decided to finish the regular course at ___.(164) (162) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: I have been studying (163) Erro interlingual: transferência de estrutura – omissão do artigo. Forma padrão: a (164) Erro desenvolvimental: ordem indevida de um grupo de palavras na sentença Forma padrão: only now have I decided to ... It has been a great experience to (165) me, because I think I have been learned (166) more about φ (167) spoken and written English language, and I have more capacity(168) to see movies and news at (169) TV without subtitles, than I was before. (165) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: for (166) Erro desenvolvimental: adição de elemento que não deve aparecer na sentença Forma padrão: I have learned (167) Erro interlingual: transferência de estrutura – omissão do artigo. Forma padrão: the (168) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: I am better prepared (169) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: on TV I don´t think in (170) stop (171) to study (172) English. (170) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: about (171) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: stopping (172) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: studying In fact, the idea of teaching English it´s (173) not away (174) of my mind 114 (173) Erro desenvolvimental: adição de elemento que não deve aparecer na sentença Forma padrão: is (174) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: out I think it is a very interesting way to be learn (175) more and more about the language (175) Erro desenvolvimental: adição de elemento que não deve aparecer na sentença Forma padrão: to learn I think I have more interesting things to talk about me, (176) as (177) my favorite sport and belifies religious, (178) but related with (179) the study of the English language I think it (180) is φ (181) I have to say. (176) Erro desenvolvimental: formas alternadas – pronomes Forma padrão: myself (177) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: like (178) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: religious beliefs (179) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: regarding (180) Erro desenvolvimental: formas alternadas - pronomes Forma padrão: this (181) Erro desenvolvimental: omissão de conectivo que introduz a oração substantiva Forma padrão: what I want to improve my ability on (182) it more and more, and I hope, in the future I never stop of (1183) study (184) it (182) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: at (183) Erro desenvolvimental: adição de preposição Forma padrão: I never stop studying (184) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: studying 115 TC3 TC3: My name is SC3 and I’m 22 years old. Teacher: Basically the same questions, SC3. TC3: I always like English and always like to study English. I begin to study when I was younger and I study at a different schools like ---- and -----, and then, and once I study at this school at Asa Sul when there is no here at Asa Norte yet. And I think it was the year at 1995, 96, but then I quit this school and went to ----, and I finished the regular course there, but I think I need more fluency in my English and things like that, and I remember that this school was the best place that I had these things so in the beginning of my university course I, I return to English. I, I had practice with a particular teacher but, it was nice, but it is not what I was looking for yet. So, I, I come back to this school.... And I φ here studying English. I always like to study other languages. Once I tried to study German and Spanish, but I didn’t finish the courses. Now I’m finishing my English course. Teacher: Thank you. Classificação dos erros da TC3 I always like (O71) English and always like (O72) to study English. (O71) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: have always liked (O72) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: have always liked I begin (O73) to study when I was younger and I study (O74) at a (O75) different schools like ____and ____, (O73) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: began (O74) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: studied (O75) Erro desenvolvimental: adição de palavra que não deveria estar na sentença Forma padrão: at different schools and once I study (O76) at this school at (O77) Asa Sul when there is no (O78) here at (O77) Asa Norte yet. (O76) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: studied 116 (O77) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: in (O78) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: there wasn’t one so in the beginning of my university course I, I return (O79) to English. (O79) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: returned I had practice with a particular (O80) teacher but, it was nice, but it is (O81) not what I was looking for yet. (O80) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: private (O81) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: it was So, I, I come back (O82) to this school.... And I φ (O83) here studying English. (O82) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: came back (O83) Erro desenvolvimental: omissão de verbo principal Forma padrão: I am here / here I am I always like to study (O84) other languages. (O84) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: have always liked 117 Tabela 3.2.10. Totalização de erros de SC3. RC3 Erros interlinguais 17 não distinção lexical na LM em relação à LE tradução literal 7 não distinção gramatical na LM em relação à LE transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM transferência de estrutura – omissão do artigo 2 Erros desenvolvimentais TC3 Erros interlinguais 5 não distinção gramatical na LM em relação à LE não distinção lexical na LM em relação à LE 3 9 Erros desenvolvimentais 2 adição de elemento que não deve aparecer na sentença formas alternadas 3 adição de palavra que não deveria estar na sentença omissão de verbo principal 1 apoio no sistema ortográfico da LM 1 ordem indevida de um grupo de palavras na sentença omissão de conectivo que introduz a oração substantiva adição de preposição 1 Erros únicos 6 Erros únicos 7 formas alternadas 6 formas alternadas 7 Erros ambíguos 3 Erros Ambíguos 0 omissão do marcador de plural 2 omissão do sujeito 1 4 2 2 2 2 1 1 1 118 Análise dos erros de SC3 TC3 RC3 0% 9% 17% 36% Erros Interlinguais 48% Erros Desenvolvimentais Erros Únicos 50% Erros Ambíguos 26% 14% Gráfico 3.2.10. Distribuição dos erros de SC3. Os erros na produção escrita de RC3 ocorrem em todas as classificações, começando pelos interlinguais com acentuada predominância sobre os desenvolvimentais, que, por sua vez, apresentam acentuada predominância sobre os únicos, que apresentam predominância sobre os ambíguos. Os erros que denotam influência da LM sobre a produção escrita de SC3 são mais numerosos, caracterizando assim a sua produção escrita. Os erros únicos são os que estão presentes em maior número na fala de SC3, seguidos pelos erros interlinguais, que são seguidos pelos desenvolvimentais. Não há ocorrências de erros ambíguos. Assim, a fala de SC3 é caracterizada por erros típicos de aprendizes de LE, que não refletem a influência da LM. A relação que é possível se estabelecer entre os erros presentes na escrita e aqueles presentes na oralidade de SC3 é que eles estão presentes em quase todas as categorias nas duas modalidades, porém, sem apresentar um padrão entre suas ocorrências. 119 RC5 I was born in 1960 in Belém but I grew up in Rio de Janeiro. I have a big family: four sistes and three brothers. We all are very close and friends. Since my parents were catholic, we all attended nun´s school. I had a happy childhood and, even today, I like remember those days. My sibblings and I studied and played together. When we were adolescent, we used organize big parties and we invited our friends and neibors. As the time went on, we drifted apart. In the seventies, Brasil was ruled by an authocratic government and I didn´t agree with that situation. I red many forbiden articles and I attended publich protests. My parents found it and were vere concern about me. We stayed some time without talking. But, finally, they understood I was responsible for my life and decisions. In 1979, I started studing Economy at PUC. There, I had the opportunity to broad my knowledge about the edge of the western social and economic system. There also I met Aluizio, a friend of my syster, and we started dating. Few years after that, we married and moved to Brasília. Nowadays, I live with my children. The world is very different. But I think the values I have and the experience I did I can share with them. Classificação dos erros da RC5 We all are (185) very close and friends. (185) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: We are all I had a happy childhood and, even today, I like remember (186) those days. (186) Erro ambíguo: omissão do marcador de infinitivo Forma padrão: I like to remember When we were adolescent, (187) we used organize (188) big parties and we invited our friends and neibors. (189) 120 (187) Erro ambíguo: omissão do marcador de plural Forma padrão: adolescents (188) Erro ambíguo: omissão do marcador de infinitivo Forma padrão: used to organize (189) Erro desenvolvimental: não-relação entre grafemas e fonemas da língua-alvo Forma padrão: neighbors As the (190) time went on, we drifted apart. (190) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: As time went on In the seventies, Brasil (191) was ruled by an authocratic government and I didn´t agree with that situation. (191) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: Brazil I red (192) many forbiden (193) articles and I attended public protests. (192) Erro desenvolvimental: não-relação entre grafemas e fonemas da língua-alvo Forma padrão: read (193) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: forbidden My parents found (194) it and were vere (195) concern (196) about me. (194) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: found it out (195) Erro desenvolvimental: não-relação entre grafemas e fonemas da língua-alvo Forma padrão: very (196) Erro único: omissão do marcador de passado Forma padrão: concerned We stayed some time without talking (197). But, finally, they understood I was responsible for my life and decisions. (197) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: We didn’t talk to each other for some time/We were hostile to each other for some time In 1979, I started studying Economy (198) at PUC. 121 (198) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: economics There, I had the opportunity to broad (199) my knowledge about the edge of the (200) western social and economic system. (199) Erro desenvolvimental: confusão entre termos lexicais parecidos Forma padrão: to broaden (200) Erro desenvolvimental: palavra que não faz sentido Forma padrão: about the western social and .... There also I met Aluizio, a friend of my syster, (201) and we started dating. (201) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: a friend of my sister’s Few years after that, (202) we married (203) and moved to Brasília. (202) Erro interlingual: transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM Forma padrão: A few years after that (203) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: got married But I think the values I have and the experience I did (204) I can share with them. (204) Erro desenvolvimental: formas alternadas Forma padrão: acquired TC5 TC5: My name is SC5 and I am with 42 years old. Teacher: SC5, I’d like you to tell me a little bit about your experience learning English. TC5: Well, my experience in learning English is, is not very good, because I’ve… uhm, give up; I’ve given up many times. Teacher: Uhm… Classes aren’t for you? TC5: Yes. So I think… Teacher: But why… Was there a reason… was it always the same reason for you to give up, or no, at each time, different reasons? 122 TC5: Yes, I think it was the same one because I have no time to study. Since I started to study English older, I, I have to work… Teacher: What you mean by older is after you had, um… entered your professional career? TC5: Yes. Because I learned France firstly, and so I started to learn English. I started by 15, but I gave up and I started again after my under graduation. Teacher: Uhum. And you use English a lot in your professional life. TC5: Yes. Nowdays I use English a lot, but only reading, not… speaking more or less, because we have some help… uh.. people who speaks English… and Teacher: Then you have translators to do the job? TC5: Yeah. Teacher: And what about traveling? TC5: Uh… Yes, I… I usually travel a lot. Until the last year I have not… I wouldn’t want travel, but I usually travel abroad to negotiate contracts in φ United States, mainly φ United States but I already been in Europe, Japan… Teacher: But there’s always a translator? TC5: Yes… Yes. Teacher: And what about social interaction, when you need to use English for social interaction, if you are… TC5: Yes, it is necessary from cases because when you are abroad you have to discuss a… contract but you have to discuss a subject, personal subjects too, you have some moments that you need that kind of conversation. Teacher: And how do you do? TC5: I feel shy, very shy. It’s difficult for me to talk, some thoughts like… Teacher: But you make yourself understood, and you understand other people? TC5: Yes I try φ understand, I think I understand the people, but I have some difficult too, to talk about myself, to talk… Teacher: And would you say that is because of the language? TC5: I think it’s because of the language and because of me. 123 Teacher: Your personality? TC5: Yeah, you… Treat about your, you work with a person and after that (pause) you have discussed with a person some subjects about your job and after that you have to discuss another subjects that are personal… Teacher: A change of roles? TC5: Yes. Teacher: All right! Thank you very much. Classificação dos erros da TC5 I am with (O85) 42 years old. (O85) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: I am 42 years old Because I learned France (O86) firstly, and so (O87) I started to learn English. (O86) Erro desenvolvimental: confusão entre termos lexicais parecidos Forma padrão: French (O87) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: then I started by (O88) 15, but I gave up and I started again after my under graduation. (O88) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: at Nowdays I use English a lot, but only reading, not… speaking more or less, (O89) (O89) Erro interlingual: tradução literal Forma padrão: a little .. people who speaks (O90) English… and (O90) Erro desenvolvimental: adição de marcador de 3a pessoa do singular Forma padrão: speak Until the last year I have not… I wouldn’t want (O91) travel, (O91) Erro ambíguo: omissão do marcador de infinitivo Forma padrão: to travel 124 I usually travel abroad to negotiate contracts in φ (O92) United States, mainly φ (O92) United States but I already been in (O93) Europe, Japan… (O92) Erro desenvolvimental: omissão do artigo definido. Forma padrão: the United States (O93) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: I have already been to Yes, it is necessary from (O94) cases because when you are abroad you have to discuss a… (O94) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: in some you have some moments that (O95)you need that kind of conversation. (O95) Erro desenvolvimental: formas alternadas - pronomes Forma padrão: when Yes I try φ (O96) understand, (O96) Erro ambíguo: omissão do marcador de infinitivo Forma padrão: to understand but I have some difficult (O97) too, to talk about myself, to talk… (O97) Erro desenvolvimental: confusão entre termos lexicais parecidos Forma padrão: difficulties Treat (O98) about your, you work with a person and after that you have discussed with a person some subjects about your job and after that you have to discuss another (O99) subjects that are personal… (O98) Erro único: formas alternadas – infinitiva e -ing Forma padrão: Treating (O99) Erro desenvolvimental: confusão entre termos lexicais parecidos Forma padrão: other 125 Tabela 3.2.11. Totalização de erros de SC5. RC5 Erros interlinguais 10 transferência de estrutura – apoio na estrutura sintática da LM não distinção lexical na LM em relação à LE extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM tradução literal 5 Erros desenvolvimentais TC5 Erros interlinguais 6 não distinção lexical na LM em relação à LE tradução literal 3 não distinção gramatical na LM em relação à LE 1 6 Erros desenvolvimentais 6 não-relação entre grafemas e fonemas da LE confusão entre termos lexicais parecidos palavra que não faz sentido 3 confusão entre termos lexicais parecidos 3 1 formas alternadas 1 1 1 formas alternadas 1 adição de marcador de 3ª pessoa do singular omissão do artigo definido Erros únicos 1 Erros únicos 1 omissão do marcador de passado 1 formas alternadas 1 Erros ambíguos 3 Erros Ambíguos 2 omissão do marcador de infinitivo 2 omissão do marcador de infinitivo 2 omissão do marcador de plural 1 2 2 2 1 1 126 Análise dos erros de SC5 TC5 RC5 15% 13% 7% 5% Erros Interlinguais 50% 40% Erros Desenvolvimentais Erros Únicos Erros Ambíguos 30% 40% Gráfico 3.2.11. Distribuição dos erros de SC5. A ocorrência de erros interlinguais na escrita de SC5 em maior número que as outras categorias caracteriza uma escrita com interferência da LM, porém com uma forte presença de erros desenvolvimentais. Os erros presentes na fala de SC5 mostram o mesmo número de erros desenvolvimentais e interlinguais, o que caracteriza uma fala com erros causados por influência materna em igual proporçãoaos erros que são comuns a aprendizes de LE e crianças em fase de aquisição de linguagem.Os outros dois tipos de erro têm ocorrências insignificantes. Concluo que existe uma semelhança entre os tipos de erros e suas ocorrências presentes na escrita e na oralidade de SC5. 127 RC8 I was born in March 23rd,1985 at Brasília. It was a beautiful day of fall when my mother had to go to the Santa Lúcia Hospital. Everybody was very happy with the first girl in the family, even φ I was not be planed. So, at this day, I started my career. I consider my childhood the best part of my life. In this time, I did not have to study. I only started to know the new world which was waiting for me. I used to play different games with my friends (woman games and man games too). I did not care about what I will need to do φ next day, φ next week. My life was very good and I did not know that. However, my life changed a lot when I was fourteen years old. I wanted to be independent but it was impossible to that. i wanted to work to buy whatever I wished . But my mother disagreed with this idea. As far she conserned she thought that first I need to finished my regular school and my english course. The last one was difficult to finish because my father died when I started φ. He was the person who gave me some reasons to do that. But when he died I thought “Why I have to continuous with that with my father are not here anymore?”. So, I stoped many things which I liked very much like draw, paint and play sports. Today, I am at university doing publicity. I have never thought that I will choose for this course. But I know that, in my life, many things happened without any reasons. Maybe, when I will be thirty years old, I will understand what today it is difficult or impossible to understand. And, maybe too, I will write another biograph with more life experience. Classificação dos erros da RC8 I was born in (205) March 23rd,1985 at (206) Brasília. (205) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: on (206) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. 128 Forma padrão: in Everybody was very happy with the first girl in the family, even φ (207) I was (208) not be planed. (209) (207) Erro desenvolvimental: omissão de preposição Forma padrão: if (208) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: I had not been (209) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: planned So, at (210) this day, I started my career. (210) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE. Forma padrão: on I did not care about what I will (211) need to do φ (212) next day, φ (213) next week. (211) Erro único: tempos verbais alternados Forma padrão: would (212) Erro desenvolvimental: omissão do artigo definido Forma padrão: the next day (213) Erro desenvolvimental: omissão do artigo definido Forma padrão: the next week As far she conserned (214) she thought that first I need to finished (215) my regular school and my english course. (216) (214) Erro desenvolvimental: omissão de verbo auxiliar Forma padrão: As far as she was concerned (215) Erro único: alternância entre tempos verbais simples Forma padrão: needed to finish (216) Erro interlingual: apoio no sistema ortográfico da LM Forma padrão: English course The last one was difficult to finish because my father died when I started φ (217). (217) Erro ambíguo: omissão do objeto direto. 129 Forma padrão: it But when he died I thought “Why I have to continuous with that with my father are not here anymore?” (218). (218) Erro único: formas alternadas Forma padrão: Why do I have to go on with that if my my father is not here anymore? So, I stoped many things which I liked very much like draw, paint and play sports(219). (219) Erro único: formas alternadas – infinitiva e –ing Forma padrão: drawing, painting and playing sports Today, I am at university doing publicity(220). (220) Erro interlingual: não distinção lexical na LM em relação à LE Forma padrão: advertising I have never thought (221) that I will choose(222) for (223) this course. (221) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: I never thought (222) Erro único: formas alternadas – tempos verbais alternados Forma padrão: would choose (223) Erro desenvolvimental: adição de elemento desnecessário Forma padrão: would choose this course Maybe, when I will be (224) thirty years old, I will understand what today it (225) is difficult or impossible to understand. (224) Erro único: formas alternadas – tempos verbais alternados Forma padrão: am (225) Erro ambíguo: adição - duplicação de sujeito Forma padrão: what today is so difficult... And, maybe too, I will write another biograph (226) with more life experience. (226) Erro interlingual: extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM Forma padrão: biography 130 TC8 TC8: My name is SC8 and I’m 18 years old. Teacher: I’d like you to tell me a little bit about your experience learning English. TC8: I started in a… I started at (name of an English course) but I don’t, I didn’t like the course, the… Teacher: How long ago was that? TC8: When I was 14 years old, uh… for one year I studied in (name of an English course) and so I need, I want to change, I always, I want more, so I go to, I went to this school and I think I’m here for four years old… I’m studying for four years old, and I want to continue studying English with the business course in this school and I want to travel abroad. I think about φ. I don’t know if I will have money to travel but I want… to practice what I learned in my course. You want more, or..? Teacher: Yes, what do you do to practice your English outside the school? TC8: I, I don’t practice, I, I think I, I need to practice more, but sometimes watching movies… Teacher: Cable television, no? TC8: No, I don’t have cable television, only movies. I want to, to, to have, yes, sky, the TV cable, cable TV. Teacher: Alright, are you happy with your performance? TC8: No, I think I need to improve more. Teacher: And you’re going to do that through the continuation of your studies. TC8: Yeah, conversation curse, course. Teacher: Thank you! Classificação dos erros da TC8 uh… for one year I studied in ______ and so (O100) I need, (O101) I want (O102) to change, I always, I want (O103) more, so I go (O104) to, (O100) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. 131 Forma padrão: then (O101) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: needed (O102) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: wanted (O103) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: wanted (O104) Erro único: alternância entre tempos verbais simples. Forma padrão: went I think I’m (O105) here for four years old (O106) … (O105) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: have been (O106) Erro desenvolvimental: adição de partícula desnecessária Forma padrão: for four years I’m studying (O107) for four years old, (O108) (O107) Erro interlingual: não distinção gramatical na LM em relação à LE. Forma padrão: have been studying (O108) Erro desenvolvimental: adição de partícula desnecessária Forma padrão: for four years. I think about φ (O109). (O109) Erro ambíguo: omissão do objeto direto. Forma padrão: it 132 Tabela 3.2.12. Totalização de erros de SC8. RC8 Erros interlinguais não distinção lexical na LM em relação à LE não distinção gramatical na LM em relação à LE extensão por analogia - apoio no sistema gráfico da LM apoio no sistema ortgrálico da LM 9 4 TC8 Erros interlinguais 3 não distinção gramatical na LM em relação à LE 3 2 2 1 Erros desenvolvimentais 5 Erros desenvolvimentais 2 omissão do artigo definido 2 adição de partícula desnecessária 2 adição de elemento desnecessário 1 omissão de preposição 1 omissão de verbo auxiliar 1 Erros únicos 6 Erros únicos 4 formas alternadas 6 formas alternadas 4 Erros ambíguos 2 Erros Ambíguos 1 omissão do objeto direto 1 omissão do objeto direto 1 duplicação de sujeito 1 133 Análise dos erros de SC8 TC8 RC8 9% 10% 30% 41% 27% Erros Interlinguais Erros Desenvolvimentais Erros Únicos Erros Ambíguos 40% 20% 23% Gráfico 3.2.12. Distribuição dos erros de SC8. A análise dos erros presentes na produção escrita de SC8 mostra uma predominância de erros interlinguais sobre as demais categorias, caracterizando uma forte influência da LM. A seguir vêm os erros únicos que apresentam um número de ocorrências próximo ao de erros desenvolvimentais. Há também uma pequena ocorrência de erros ambíguos. A oralidade de SC8 é marcada por um número de erros únicos maior que o das outras categorias, indicando que a maioria dos erros presentes na fala de SC8 são erros cometidos somente por aprendizes de LE, contudo, sem interferência da LM. Não é possível estabelecer uma relação entre os erros produzidos na escrita e aqueles produzidos na oralidade de SC8. 134 3.3 Análise da totalização dos erros escritos e orais dos sujeitos analisados A tabela 3.3 apresenta um resumo dos resultados numéricos da análise de cada sujeito individualmente em cada um dos tipos de erros analisados. Os números foram transcritos das tabelas individuais presentes ao final da análise dos dados de cada sujeito neste capítulo III. A tabela 3.3 nos permite analisar e comparar os erros dos sujeitos individualmente e entre si. A tabela 3.3 segue o padrão das tabelas anteriores utilizando os mesmos códigos e cores para identificar dados da produção escrita e dados da produção oral. A cor azul refere-se aos dados da escrita e a cor vermelha à parte oral. Os códigos são compostos de 2 letras e um número. Como exemplo, tomemos os códigos para a produção escrita e oral do sujeito 1: Produção escrita: Produção Oral: TA1 RA1 Letra: Significado: Letra: Significado: R Redação T Transcrição A Turma “A” A Turma “A” 1 Sujeito número 1 1 Sujeito número 1 Cada linha da tabela apresenta os dados de um sujeito. A última linha traz a totalização de cada tipo de erro e o total geral de erros escritos e orais. As colunas apresentam os tipos de erros analisados e a última coluna traz o total geral de erros de cada sujeito. 135 Tabela 3.3. Totalização dos erros escritos e orais dos sujeitos analisados. Interlingual Desenvolvimental Único Ambíguo Total de erros Interlingual Desenvolvimental Único Ambíguo Total de erros RA1 10 12 1 0 23 TA1 3 1 3 2 9 RA2 4 1 5 3 13 TA2 1 3 4 4 12 RA4 5 7 2 1 15 TA4 7 1 0 1 9 RA5 4 3 1 0 8 TA5 1 1 1 1 4 RB2 25 6 3 3 37 TB2 7 1 1 1 10 RB6 10 1 0 1 12 TB6 2 1 0 0 3 RB7 12 4 0 2 18 TB7 9 1 1 0 11 RB9 5 4 2 0 11 TB9 1 0 0 1 2 RB13 8 2 1 1 12 TB13 3 2 2 3 10 RC3 17 9 6 3 35 TC3 5 2 7 0 14 RC5 10 6 1 3 20 TC5 6 6 1 2 15 RC8 9 5 6 2 22 TC8 3 2 4 1 10 Σ 119 60 28 19 226 Σ 48 22 24 16 109 136 Análise da totalização dos erros escritos e orais Produção Oral Produção Escrita 8% 15% 12% Erros Interlinguais 44% Erros Desenvolvimentais 53% Erros Únicos 22% Erros Ambíguos 27% 19% Gráfico 3.3. Distribuição dos erros combinados de todos os sujeitos. A totalização dos dados da presença do erro na produção escrita dos doze sujeitos analisados constata uma supremacia absoluta de erros interlinguais sobre os outros tipos de erros. Os resultados mostram que mais da metade (53%) de todos os erros presentes na produção escrita dos sujeitos desta pesquisa são erros interlinguais, ou seja, erros causados pela influência da LM. A seguir vêm os erros desenvolvimentais, que são aqueles presentes na interlíngua de aprendizes de LE e que se assemelham aos erros produzidos por crianças em fase de aquisição da LM. A análise dos dados mostra que os erros desenvolvimentais detectados têm uma ocorrência aproximadamente 50% menor do que as ocorrências de erros interlinguais. Assim, apesar de serem o segundo grupo numericamente, representam apenas 27% do total de erros presentes na produção escrita dos sujeitos analisados. 137 O próximo grupo em número de erros detectados é o de erros únicos, que são aqueles cometidos apenas por aprendizes de LE, sem refletirem a influência da LM ou se assemelharem aos erros de crianças em fase de aquisição de linguagem. Em relação ao grupo anterior (desenvolvimentais) constata-se a mesma proporção de ocorrência de erros verificada entre os interlinguais e os desenvolvimentais, ou seja, o número de ocorrências de erros únicos (28) é de aproximadamente 50% menor do que o número de ocorrências de erros desenvolvimentais (60). O menor grupo em número de ocorrências é o de erros ambíguos. Tais erros tanto podem ser do tipo interlingual como desenvolvimental. Os erros ambíguos são os que têm a menor ocorrência dentre os tipos de erros detectados na escrita dos sujeitos. Eles são responsáveis por apenas 8% do total de erros verificados na produção escrita dos doze sujeitos analisados. Também na produção oral, os sujeitos da pesquisa cometem muito mais erros causados pela interferência da LM – interlinguais - do que por qualquer outro motivo, como fica evidenciado pelos números de ocorrência de erros na fala dos sujeitos. Os erros interlinguais representam 44% do total de erros orais. O segundo maior grupo em número de ocorrências é o de erros únicos, que respondem por 22% dos erros detectados na oralidade dos sujeitos. Note-se que, proporcionalmente, os erros únicos ocorrem exatamente 50% menos do que os erros interlinguais. O terceiro tipo de erro em número de ocorrências na oralidade dos sujeitos é o de erros desenvolvimentais. Eles representam 19% do total de erros orais, percentual relativamente próximo ao de erros únicos detectados. Não muito menor que o número de ocorrências de erros desenvolvimentais é o total de erros ambíguos presentes na fala dos sujeitos. Eles são 15% dos erros orais e mantêm aproximadamente a mesma diferença proporcional entre os dois tipos de erros citados 138 anteriormente, ou seja, há um certo equilíbrio entre o número de ocorrências de erros únicos, desenvolvimentais e ambíguos na produção oral dos sujeitos analisados. Respondendo à pergunta de pesquisa número 2: “Os erros estruturais que ocorrem na produção escrita são os mesmos que ocorrem na produção oral?”, é possível afirmar à luz dos dados analisados que há definitivamente uma predominância de erros interlinguais tanto na produção escrita quanto na produção oral dos sujeitos. Tal constatação fica evidente ao olharmos os gráficos ilustrativos dos percentuais de ocorrências na página 137. Outro aspecto comum à escrita e à oralidade é quanto aos erros ambíguos, que representam o menor número de ocorrências em ambas modalidades. No entanto, não é possível estabelecer uma relação de semelhança quanto às ocorrências de erros desenvolvimentais e únicos. Também não é possível identificar uma semelhanca entre a escrita e a oralidade quanto à relação de proporcionalidade de ocorrências entre os diversos tipos de erros analisados. 139 140 Considerações Finais Esta pesquisa teve como objetivo analisar os erros produzidos por um grupo de alunos brasileiros de língua inglesa como LE de nível avançado. O que motivou tal análise foi a possibilidade de, a partir dos resultados, planejar estratégias de ensino que privilegiem o tratamento do erro como ação preventiva, e não “sanativa”, como é feito tradicionalmente. Com dados adequados, como os desta pesquisa, é possível planejar ações de tratamento do erro em sua origem para que não cheguemos ao final de um ciclo de investimento pessoal, financeiro, e profissional com a sensação e, muitas vezes, a constatação de que os resultados estão aquém de nossa expectativa.. Os resultados obtidos servirão para planejar ações concretas, com o intuito de somar qualidade ao ensino que é oferecido a um público cada vez maior e mais criterioso. Diante do mundo globalizado, a busca por profissionais qualificados e bem preparados é cada vez mais crescente. É por meio da educação de qualidade que se consegue preparar este profissional. O centro binacional onde os dados foram coletados tem um papel fundamental de disseminador de ensino de língua inglesa dentro da comunidade em que se encontra, pela amplitude de sua atuação e condição privilegiada de poder contar com recursos humanos bem qualificados e os recursos materiais e tecnológicos necessários à implementação de novas metodologias visando sempre à melhoria do ensino oferecido. O investimento em pesquisa dentro da própria instituição é fundamental para a manutenção de padrões de qualidade competitivos, e profissionais atualizados capazes de responder eficientemente às demandas do mercado. É preciso, no entanto, não perder de vista que no centro de todo processo educacional está o aluno, um ser humano possuidor de afetividade e sentimentos. Tratar de análise de erros não é simplesmente verificar que este ou aquele erro ocorreu e utilizar duas ou três técnicas de tratamento. É preciso que nós professores façamos leituras cuidadosas de nossos alunos enquanto indivíduos, lembrando-nos que cada aluno é um universo individual que deve ter suas diferenças respeitadas. É preciso tentar entender o que leva cada aluno a cometer erros na produção linguística de LE. As causas são as mais variadas possíveis. Esta pesquisa se 141 limitou à análise estrutural dos erros. Pesquisas em psicolingüística que busquem analisar quais aspectos psicológicos estão envolvidos no processo do erro seriam certamente muito enriquecedoras, e outros trabalhos que analisem tais aspectos se fazem necessários para uma compreensão maior do assunto. Aspectos emocionais são preponderantes em aprendizagem. Se se trata de aprender uma nova língua, ou seja, uma nova possibilidade de se expressar numa linguagem diferente, a carga afetiva pode ser ainda maior do que em outros processos de aprendizagem. Por meio da língua, nos expomos diante de nossos pares. O professor depende, acima de tudo, de sensibilidade para fazer do tratamento do erro um momento de crescimento e de avanço; e não de geração de traumas que possam levar a uma involução da interlíngua do aluno e ao consequüente surgimento de sentimentos de baixa auto-estima e bloqueios psicológicos para o aprendizado de línguas. As instituições de ensino e nós professores não podemos nos furtar de ter como centro de nossa prática o aluno e as suas necessidades individuais. Os dados levantados por esta pesquisa levam à constatação de que os alunos chegam ao final do curso apresentando uma predominância de erros interlinguais, aqueles que refletem a influência da LM (53% na produção escrita e 44% na produção oral). Apresento a seguir algumas ações norteadoras de um trabalho de implementação de estratégias preventivas: 1. Analisar mais detalhadamente os erros detectados, para um trabalho de identificação das estruturas onde eles ocorrem e os momentos em que tais estruturas são ensinadas, permitindo, assim, planejar intervenções adequadas aos diferentes níveis e faixas etárias; 2. pesquisar que técnicas são mais adequadas para o tratamento dos diferentes tipos de erros, e incluí-las no planejamento das aulas; 3. incentivar os professores a estudar sobre o erro, porque quanto maior o nosso conhecimento sobre o assunto, mais preparados estaremos para ensinar. 142 4. admitir a possibilidade de novos paradigmas como: o uso da LM em sala de aula com fins especificados e explicitados; 5. investir em pesquisas afins, incentivando o corpo docente a buscar qualificação ininterrupta em sua área-fim (ongoing qualification). Finalizo minhas considerações grata pela oportunidade de crescimento pessoal e profissional que esta pesquisa me proporcionou, e esperançosa de que este trabalho contribua de alguma maneira para a melhoria da qualidade do ensino em nosso país. 143 144 Referências ALMEIDA FILHO, J. C. P. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. Campinas: Pontes, 1993. _____.; SCHMITZ, J. R. Glossário de Lingüística Aplicada. Campinas: Pontes, 1998. _____. O ensino de línguas no Brasil de 1978 e agora?. In: Revista Brasileira de Lingüística Aplicada. Vol. 1. No. 1. Belo Horizonte: UFMG, 2001. ANDRÉ, M. E.; LUDKE, M. Pesquisa em Educação: Abordagens qualitativas. São Paulo: EDUC, 1986. _____. A Etnografia da prática escolar. 4a Ed. São Paulo: Paparius, 1998. ANTHONY, E. M. Approach, method and technique. In: English Language Teaching 17, 1963. p. 63-67. BROWN, H. D. Teaching by principles: an interactive approach to language pedagogy. New Jersey: Prentice Hall Regents, 1994. _____. 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In 1998 I started studying English at ______. For having particular interest and some hability with the language, learning it was not too hard indeed. By that time I knew I had to develop my English until I had reached a high level in terms of reading, writting and comprehension. But English was not everything in my life. Dealing with teen’s problems such as shyness, low self-steem and familiar problems made me stronger and cunning to deal φ and solve my problems. This particular period of time made me forget my duties and I almost lost years of studying. Nowadays, it is a great satisfaction to have overcomed such problems and developed skills which are very important now to find a job and create a carrer on our socioty. Considering that I am almost finishing high-school and my English course, the future is still a mistery. What can happen from now on is unknown, but that I am very well prepared to φ future it is absolutely sure, either in terms of scientific and social knowledge. RA2 My name is________ and I was born in Brasília in 1984. I have one brother and one sister and we live together with our mother until today, but I really want to get a job and buy my own house. My family and my friends are very important to me, and I really enjoy to spend my time with them. When I was a child I used to be very shy and because of that I didn’t like to go to school. In that time I loved φ when I was on vacation and I used to travel to Cabo Frio φ spend the time with my family. It was amazing, because I used to play soccer and swim with my cousins, an then I used to eat a lot of good things that my grandmother used to make. That period of my life was wonderful. On the other hand, the most difficult time of my life was when my grandfather died. I was fourteen years old and I got really sad when that happened because he was one of the funniest and happiest person I have ever met. Today I am 19 years old an I’m studing Publicidade at _______. I have a lot of friends and I love to spend the time with them. I really enjoy to go to the movies, to play soccer and to go out. I really hope to have I good job and a very nice family and a lot of friends in the future and I really hope to enjoy the future as much as I liked my life until now. RA3 My autobiography My history began when I got in the school. It was my first contact with the real life. I was four years old and until now, study is something that I do daily. My life has changed, my view of life too. In my whole life, I’ve worked hard to know what’s bad and what is good for me and that decision the life will show me with downs and ups. My period in the school was not very easy. All that time, I had to do many lessons and many practice jobs. It was strange. I was just a kid without a right way to follow. However, this jobs that make me grew up faster, and see diferently the life. In this time, I began an English course too. I was 8 or 9, I don’t know, but I was. It is and It will be good for me and my profissional carrer. So with that, I have 14 years of study. I grew up in a family with a great culture and a broad wisdom. In my whole life, my family pressured me up to study. For me it was difficult, I mean, I didn’t study at all, but now I see that they were right. That’s the life, when you are a kid, you don’t want to believe that study is good. That’s the way you go. Thus, until now, In my opinion, I had a busy life, day-by-day studying in the whole day. For me now, it value a lot because is today that you think about your future and why not the present and the past. My life… busy, nevertheless, my great life. RA4 My autobiography My name is_______ and I am seventeen. I have been living here in Brasília for about eight years. I was born in Rio de Janeiro and I had to move because φ my father’s job. One of the first things that my mom decided to do when we arrived here was to put me in an English school. I was nine and I wanted to study at _____________, a British school. I studied there for four years when I decided to move to _________________ where I have been studying since 2000. This is my last semester but I want to continue here by doing the courses that ____________ offers. Other thing that my mother decided was to put me in a school near my house. Because of that I have been studying at ______________ for almost eight years. I have always like this school but my grades used to be higher than they are now. It was at _______ that I have met all the friends I have. Because it seems that here in Brasília neighbors doesn’t like to talk too much. I like very much this city although I prefer Rio. It has being very good to live here, I have seen so many different people and I have thought in a different way. This is a different city and most of things that I learn it is because of it. RA5 My name is______, I’m 17 yeas old and I’m from Brasília. I have an older brother called _______ and I live with him and my parents in Asa Norte. I’m in the last year at school and at my English course. I’m not so good at school, so I have to work hard to get good grades. I don’t know why I’m better in English. I guess it’s because I started very young – with 12 years old – and to me the older one starts to study English, the hard it is to learn. Work as an English teacher is not one of my goals, but I want to be prepared to be a teacher if I decide to teach just to make extra money. The truth is that I love languages. I’m graduated in Spanish and I also study French. I guess these languages will be very useful in the future for the work. There are 3 courses that I would love to study in college: Sociology, International Relations and Cinema. I guess that next year I’m going to study Sociology at UNB. I want to study Cinema just in the future, maybe as a hobby. Last week I started to work in a short movie as an art assistant, but I will not be payed, because it is an independent movie and at the moment I don’t see work with movies as a living. These are my expectations for the future and I’m sure I’m going to get everything I want, at least at studies and work. I always run for my goals and I will keep doing that. RA6 Who am I? My name is ______ and I am 16 years old. My parents’names are _______ e ______ and I have no brothers or sisters. I have 1,65 meters tall, about 50 quilos brown hair and eyes. That is me, the cute girl that the world could gladly meet on March 29th , 1987. Well, I will just stop kidding around and talk a little about myself. I have always had a happily life. Thank God I always had the opportunitties to study in great schools, had a lot of toys, clothes, a family that loves me, etc. I can just remember great moments of the periodo when I was child: my school that I missed a lot, my little friends with whow I still keep in touch (but only with some), the weekends when my father took me to the zoo or to the park…and go on. Then, during my adolescence, many changes just confused my mind: my first menstruation is an example, a good one. My God! How I hated that day! I was too young and I started cry. It was like I knew that I couldn’t be that child no more.Maybe that is why I still do not like when it comes. Despite of these undiserible facts, I also had a lot of great moments which I most liked was the trust, followed by the “independence” I got from my parents: Hang out alone with my friends, go to shows, arrive late at home, are some aspects. But not only of good moments my life was made. I don’t want you to imagine that I live on a fairy tale. I had terrible days, specially when my father got sick and he almost died. Another bad situation was when my grandfather had problems on his back’s sirurgy. He almost died, too. And, of course, there were those days that you just feel that you are the worst person in the world. But it is much better just remember the positive points, don’t you think? Well, that was a little of what happend with me during these 16 years old. My future plans? Get my car-license (I am crazy on having my own car and just drive it to anywhere), travel around the world (at least to Australia) and buy a dog (a puppy). If I am going to get it? I don’t know, but it will certainly be included om my next autobiography that I will be doing on the following years. RA7 Autobiography My name is ________ and I am seventeen. I was born in Brasília, at October 4 of 1980. I shall talk about my life, which is a very common one, and about my English studies. My memories of childhood are not as good as they were years ago. I suppose I was a common kid. My first school was _______, but I don’t remember it very well. I did my pre-school in _________, a very joyfull place. In the first grade, my mother put me in ______, where I stayied for six years. In seventh grade, I went to ______ and from there to ________. I didn’t really like to frequent English courses, therefore I only started to study seriously last year. The basic knowledge was learned by playing videogames and watching movies on TV. The most remarkable happenings of my life aren’t really choking. Small facts like having my head cut by a friend’s scyssors, cutting my leg in a door kick, which put me in bed for about two months and a few other injuries. My future isn’t very clear, for I haven’t decided a career for myself. Right now I only think about enjoying this time of my life. I found entertainment on music and play it with friends at weekends. You may suppose I am short-sighted, so do I, but what is so bad about it. RA8 My name is… whatever I am called now it is not important since there was a time it didn’t use to be. I was born in a small provence in the Middle-aged Japan. My mother died when I was born, and then my father had the task to raise me all alone. Our family had no status and no wealth, so we only had two options: we could live as employees of one of the great families, those who commanded several cities at once and lived fighting each other to command them alone. Those were times of war, time of the legendary assassins which used their light-silent movements as their ally, the oh-so feared ninjas, and the bravest and strongest warriors, which used the sword to improve both mind and soul. Samurais. There were plenties of this kind at that time, most of them not really worth of carrying a sword. Or we could live free. Chained to nothing but ourselves. My father was one of those samurais who were loyal to nothing, just to their own welfare. They were called ronins, and most were thieves and likes. Not my father. He only used his sword to find his path to invincibility. He taught me all his skills to the day he forced me to challenge him. I killed him, but right then I started following my father’s dream: to be the strongest. I followed my way through Japan challeng the most skilled swordsmen and defeating them all. I had no techniques nor style, but I was gifted with my wilderness and my primitive killer instinct, something unique, something none of them could acquire. I also faced the wisest men, from monks to mere “bums”, and from them I learned to achieve the psychological harmony and mental peace I was looking for. I became one of the biggest swordsmen at that time, respected for my strength and intelligence. In one of the temples I visited I also had the opportunity to learn English, which I spent 5 years studying. RA9 My name is_______. I’m an eighteen year-old girl who loves dancing, studying and talking. I was born December 3rd of 1985. There are four people that live with me to whow I love really much. They are my parents and my younger brothers. I started school when I was 4 years old. By that time I was only the most and selfish kid I’ve ever heard about. If my parents got late only five minutes, I thought they would left me forever. My first brother was a shock. I’d have to share every one’s attention since I’ve been the first and the only child in the family. My mother’s grandfather retired to to help my mom on taking care of me. I can’t imagine the gellous I was when she said I’d have a brother. Nowadays I’m sure it helped me to grew up. I’d say that I’m much more confident and, even, that I learned to see that there are other people around that needs much more help and love than I do. I’ve always been the youngest student in the classrom. When I finished high-school I was a sixteen year-old person who dreamed about being an famous engineer. Lots of tests where to come and I was sure that I’d pass the UnB’s entrace exame and join one of the best colleges in the country. At that time I was up to initiate the advanced course at _______. I was sure that the english part of the test was going to be “a piece of cake” because I’ve been studying english since I started high school. I loved to go to english class. It was fun time. I enjoyed so much the classes because they were a way to make contact to a different culture. Unhappyly, I didn’t joined UnB in the 5 times I took the exame. Only in the 6th time, I finally passed. When It happened I was In the third semester of electrical engineering at ______ wich is also very good, but payed. Now, I’m taking the two graduation courses: the one at _______ and Translation at UnB, wich is a course I’ve never minded taking but I’ve found miself out doing such. I’m enjoying it much more then the first one. So much that I’m thinking about leaving the 1st one to dedicate completely in the 2nd one. Isn’t it funny? Dreaming about being an eng. and graduating on translation. Yes. I know it is, but now I discovered what I want to do for the rest of my life: work with languages. Learn different ones, teaching people to comunicate abroad their contries. Isn’t it dreamfull? I was just a girl when I decided to be engineer, now I’d not say that I’m a women but I know I’m really close to it. I’m decided, happy. I’m not that silly girl that was worried about herself. I may Imagine me in the future, more or less this way; married, sucssesfull, that does not mean rich (I know that!), with 2 kids. A girl with is going to be called Ana Clara and a boy, probably, Matheus. That happy family we see at TV shows and thing that doesn’t exists. Not perfect, but almost. Just happy. This word could define what I expect about future: HAPPINESS. RB1 Of course it is really hard to write about yourself, but I will try to do this autobiography in an objective way. I am just 18 years old and that’s why I don’t have so many experiences in life so far. I can say I was such a happy child. I used to pass the hole day playing a lot of different games with my friends. Talking about friendship, I erally never had problems about this. I always was circled by many people, and it already happens nowadays. Until the 4th grade I studied in a public school. After that I started to study at __________, a renowned particular school in Brasília (city where I live since I was born). I frequented this school until last year. Now, I’m studying law and finishing my english course at ________, where I study since I was 12 years old. I am a very dedicated law student. It doesn’t mean that I don’t think it is important to learn english. I totally think the opposite. I’m also really glad to study law, because that’s what I always wanted to do. I am completely supported by my hole family, with which I have an excelent convivence. That’s what I am. A happy guy that has a lot of nice friends, an unbelievebly fantastic family and a really good life. A guy who likes to study and who loves to live. I hope that everything continue to be so great and that I will meet such wonderful people, just like the ones that I already know. RB2 I was born in april 1983 in Brasília. I have been always living in Brasília and I think that it is a wonderful city to live. I studied the highschool at ______ and it was there where I knew my boyfriend. We had studied together for four years, but we had starting dating just when we both were at the university. We have been dating since january 2002 and we are planing to get married and live abroad when we are graduated, and when we finished English and Spanish classes. I will problably finish my regular English class this year, but I will continue study it. I will make “Business Advanced Course” because I think that it is φ very important course to a person who wants to work abroad in an organization. And I will problably finish my Spanish classes next year. I think that study a foreing language is very important but a person just can learn how to speak it very well when he/she is living abroad. It is one of the reason that I will travel for to live outside. Nowadays I am studing Administration at UnB. I am in the second year and I love to study it. I am working in a organization that was made by students of the UnB and there I learn a lot of importants things and had knew many people. Just this year I was invited to work in five diferents places and I had just refused because I like a lot to work there. Maybe in the next year I will go to work in another place. RB3 In a lovely evening of April I was born. My parents are _____. I have been living in Brasília since the day I was born. I had a very happy childhood but I don’t remember many things I did. When I was ten years old I joined ____, it was placed at 509. I got old and by the time I was 12 I had the chance to use the english that I had learned. so far, it was one of the best vocations, we spend one month in the USA and I learn a lot about their culture. Back in Brazil my friendes and I began to discover ourselves. My first girlfriend, my first kiss, all that happened at the begining of my adolecense. Friends that I made at the time are still with me; we have done so much together that I can’t see myself without them. At the year of 2000 we were in 8th grade and we traveled to he south of Brazil. It was perfect. you had to be there to understand it. In 2001 I went to a new school, It was difficult without some of my friends with me to support me but I survived because I knew that it was for the best. 2002 arrived, new years, same school, a lot of new students and a lot of new friends. I had an american girl in class and I had the chance to know her. She was very hard to deal with but we got along just fine. 2003 couldn’t be better I will graduate fron school and fron ____ I still meet my friends at least onece a month, its not a lot but is sonething. RB4 Me, myself and I “This child will be good at learning languages”, my uncle used to say to my mother. Since I was a little girl I used to correct people’s mistakes. I didn’t even speak portuguese correctly but I was already a teacher. The perfect student! I have always payed attention to the classes and studying hard was a pleasure for me. I used to be very glad expressed happiness with a great smile and a hug that my prize and I was very proud of that. My favorite subjects are still English and Biology. Biology fascinates me because we study what we are; we try to understand ourselves. I haven’t found a reason for my fascination with English yet. It all started when I was a teenager. Teenagers love music. As a tipical teen, I used to listen to noisy music. I also loved to sing locked in my room! To sing in English was a challenge and so I learned how to read and pronounce the words. When I was twenty year old I asked my father to pay an English course for me. The placement test’s result was a great stimulus: my first English class would be in an intermediate level. I used to count the days to have classes and I was really proud of being one of the best students in class when the opportunity to be a teacher appeared, I did not think twice. I did not know much of English but I was sure that I would learn a lot and make some money! And here I am! An English teacher that learns from the everyday teaching experience. It is certainly the best way of learning. RB5 My name is ___, I was born on November 4th, 1987, in Rio de Janeiro. Almost all my family grew up there, but we had to come to Brasilia when I was around seven years old, because RJ was becoming a dangerous place to live in. Before we moved here, I studied at a great school called “___”, where I learned many things. I had to quit that school in the middle of the 2nd grade so we could come to BSB. When I got here, my parents didn’t know wich was the best school for me, so they put me on “___”, but it was too easy; I had already learned everything that was being taught there. Because of that,my parents decided to put me on “___”. After two years studying there, in 1998, I could enter “___”where I’ve been studying for almost six years now. In that same year, I started to take English classes, from which I’m graduating this year, after a long journey of six years in two different schools. I intend to make the Michigan test, so I will have much more oportunities in my life. In addition to those studies, I’m very interested in learning music theory because I’ve been trying to play the guitar for some years and I think that knowing some of its theory, it will be much easier to play and to write songs. My mother told me that since I was a child I liked to listen to music, and even to dance. I think it is very important that people have some interest in some kind of art, because ir can bring different emotions from your inside that you didn’t knew you could feel. RB6 I was born in february 24, in 1987. I was the last child my parents had. Our family was composed by my father, ___, my mother ___ and my two sisters ___ and ___, besides me. My family was well structured and had no big problems, what contributed to make my childhood very happy and calm. When I was 2 years old I started to go to a school named “____”, where I studied until 8th grade. There I had very good moments and I could make good friends for all life. My childhood was full of activities. I used to go to peinture, music, balet, swimming, olympic gymnastic classes between others. When I was 9, I asked my parents to start taking english classes. Therefore, since then I have been studying english at ____. In 2001 I started taking guitar classes, what I really love to do. I hope I never quite studying music because it really makes me feel relaxed and forget problems for a while. In 2002 I finished the 8th grade and started high school in “Galois”, where I study until today. RB7 In November, 1980, my mom, which was pregnant, was spending her vacation in Vitória, Espírito Santo when I borned. I was a pre-mature baby and the Doctor told my family that probably, I wouldn’t survive but I’m here. Having only thee months of life, I left Vitória and came to my city, Brasília. Until today, I have the same house in Asa Norte and I live there. I grew up and had a very happy childhood in Brasíkia. I used to do many things that Brasilia’s people used to do like playing on the rocket at the city park, doing pick nic at the zoo, swimming on “Água Mineral” and playing on “Divertilândia”. In 1983 I started to study at ________ and studied there for eleven years. I gave a lot of work to my teachers but I was always a sweet boy with a good heart. Eleven years later, I left that school and started to study at ________, a very good Institute. I finished my high school there and I had to study a lot. At _______, I had so many difficulty in English classes, so, in 1999, I decided to join _______ to improve my english skills. Nowadays, I grew up, finished the high school, joined on a university, work on my job and I’m here, finishing my course at ________, writting about my life and thinking how great is the life when people are child. RB8 I am sexteen years old now and study at the second year of High School. But my history begun a long time ago. I was born in Brasília and since then I have never changed cities or even to another house. I have lived my whole life in Lago Norte and I have grown up playing in the streets with the other kids that lived near me. We played ball games, we hd a house on a tree. Those were our distractions on those very happy days of my childhood. As time passed by, the intire group begin to have more responsabilities such as homeworks or studing for tests at school. This was the time when our playings stopped and everything I did was related to school. The fun I had, the friends I did were from _________, the place where I studied for four wonderful years. This passed years brings me good memories like the time when laughed the intire grammar class because of the ridiculos poems we had to write. Also the cultural exposition we worked so hard on. When I got fifteen years old I decided to change schools. I went to _______, where I studied the last year and where I plan to study the next one. Last year was a very troubled one because I had to leave my friends who continued at _______ and make new ones etcetera, that means, I had to addapt to that new school. Despite of all the problems, I had a great year, those though situations teached me many lessons and I have changed my way as a person. I feel like I have grown up a lot psychologically. Now I have plans for my future, but it is still very cloudy. What I know is that I would like to dedicate my life work to study the cultures and thats where english has an important part in my life, for my future, for my career. RB9 I was born in a cloudy morning of June (at least that is what my mother told me), and in that same day, Brazil won a game in φ World Cup. That means, it was a very lucky day for my country. I left the clinic in my daddy’s arms and went home, at “Octognal”. That place has always been very important to me because I spent my whole childhood there and in φ school, which is called _____. When I was eight, my little brother came into my life and this fact was really strange for me because I was really used to be the only child in the whole family. I was really the one where all the attention was on. When I realised this was all over I got very confused and a litte angry with all my family, but I never demonstrated this feeling because I knew I was wrong in having it. But then I grew up and my brother was not a problem anymore because my life was now busier. I started taking english classes and school got harder too. I moved to a new house and to a new school. My grandmother gave me a cat, wich I love so much, and now I had one more thing to do: take care of it. Then when I turned fourteen and entered the high school, my grandmother had cancer, but she won the fight against this terrible disease and is now completely cured. Meanwhile, I started to love a boy that ended up dating my “best friend”, and this ruined our friendship. I don’t know why, but he was an important person in my life. Now I’m seventeen. Last year of school, last semester of english classes. Next year, I wish to move out to São Paulo and start studying fashion there at USP. Even knowing that my parents want me to stay here around them and enter the UNB, I have a feeling that my future is not here in Brasília. And as a wicean, I trust my instincs and my heart. RB10 My name’s _______ and I’m 17 years old. I was born in Bauru-SP, but I came to Brasília when I was 6 month only. I consider myself a very extrovert, comunicative and happy person. I couldn’t have any brothers or sisters because a few years ago, my mother had a wealth problem, and she can’t even try to have babies anymore. When I came to Brasília, my parents and I moved to an apartment at North Wing. I studied at ________ and _________. Then when I was 8, my family and I moved to a very beautiful house in North lake, and I live there nowadays. I changed to _______, a school where I started to make a lot of friends. I started learning english and I liked it. then I asked my mother to enroll me in a course . I started when I was 9, at _______, and It was wonderful, because I could learn how to use a computer. I learnt the colors, animals and stuff. When I was 12, my parents decided that I had to change to an other school. This time, __________. I hated that school and I still hate, because I still study there. In the same year, I started to play volleyball, my passion, and I met my actual boyfriend. And I changed my course and started studying at ________. I had my 15 years old party. I realized one of my dreams. The other one is to marry as soon as possible. I’d like to run trough my goals, and I think that I will learn a lot when I get marry. I’ll learn how to cook, to wash the dishes and etc... Then when I was 16, I stopped playing volleyball to study, because my grades at school were not very good. In that time, my boyfriend helped me a lot, and he still helps me. I started selling chocolat candies at school and at my english course, to help my mother. Now I’m 17, I still live at North Lake, I’m graduating in my English course and I’m trying to prepare myself to vestibular at UNB and CEUB. I’m dating since January of 2000 and I’m very proud of this. I have a calm life nd i’d really like people to know that I have written a poetry book, because there, I can show a lot of things about me. RB11 FIFTEEN YEARS OF INCREDIBLE EXPERIENCES Since I was born, I was said to be a person that is always trying to be the center of the attentions. The fact that I was blond and had blue eyes really called some, but it was not enough. For me, people had to observe my acts and be my fans! As a 3-year-old boy, I did a dangerous trick to proove my “superiority” when mom ws going to work by car and was saying good-bye to me and my aunt, I decided to hold on the car’s back! My mother hadn’t seen it, so she kept driving and I got very damaged by the atrict of the asfault with my legs. The result was that I spent two weeks in the hospital and have, until today, some marks. More than a “bad day”, this served as a lesson for my unendless sense of superiority, a giant proudness that was just doing bad to me. I changed my way of life and, with eight or nine years, it could be said that I was the opposite now: an angelical person, but without the minimum self-esteem. All the things I could do well I was 100% of the time unhappy with them trying to find a way to tell myself: “You’re just a trash: everybody can do what you do, even better. And you don’t know how to do many sort of other things too!” Maybe the reason for all this was the 3-year-old accident! But I hold the problem just alone, not telling anybody I was needing help.With time pasage, my sense of inferiority became so high that all my friends were being able to see where had I gone to: the bottom of the well. Many of them tried to help me and they were succesful! Now I know I’m not the best, but not one of the worst. Fifteen years was enough to teach me how to live happy with my own capabilitees. Today’s society demmands you to be strong, but not to show your great strenght in the wrong time. One thing haven’t changed: sometimes I feel necessary to be the Sun, center of the Solar System! RB12 My autobiography My name is _________. I was born in Brasilia in 1987. Now I am 16 years old and I have a lot to tell about my personal experiences. My family is a little crazy. My father is a tough and serious man. My mother is calm, the kind of person who has no burden, no anxiety. My grandparents are very old so they were institutionelized. My sister is ten years old and loves to read, write and think about the future. she dreams to be the president one day. And I am a normal person. You will see in the next lines. My parents loved me since the moment they were told my mother was going to have a baby. They threated me like a princess. If I wanted a barbie, it was gave to me. All I want, they did for me. Sometimes I think that it was exactaly what they did wrong. Now I think that everyone has to do things for me and I don’t respect anobody. I am very talkative. I try to be the life of the parties. It isn’t always possible, it depends on my humor in the day. At the school, I am not an excelent student. I study one day before the text, I know it is wrong but I can’t control myself. When I speculate about the future, I feel worry about it. I am catolic and I try to came to the rituals of the church like pray. As you can see, I am very normal. One day I am sad, the other happy but this happens to everyone. Maybe we can say that is the adolescency. But I wish I stay in the 16 years old forever. RB13 My name is ________. I was born in june 14th, 1986. When I was two years old I started to study in a school that called ________. But in the first grade I changed to ________, where I studied until the eighth grade. Then I went to _______ where I study today. My parents were married until I was ten years old. After that, my father leaved my house and it was better. I lived with my mother until the beginning of this year and now me and my twelve-year-old sister live with my father. This year is very important to me because I am finishing the school and also my english course. I have been learning english for about eight years. I think that it is a lot of time to learn a language, maybe if the course was less longer, it would be better. Because in these days I fell like if doesn’t learn anything more because I am too tired and too bored to go to english classes. I think my life is very good: I don’t have big problems, I enjoy my life a lot. I know that it is the best time of my life, but I can’t wait to finish this year and have my responsabilities. RB14 My life began in Cuiabá. I was born there on November 7th, in 1986. All my family lives there and I had lived with them for 12 years when I moved to Brasília. While I was living in Cuiabá I have started my English course. At the beginning I used to study at _______, but when I moved to Brasília I enrolled here at ________. In the first year in my new place I had faced a few problems. I couldn’t understand why we had to leave Cuiabá. The city where I had lived all my my life was far away from me, So, I was always complainning and always trying to convince my father to go back. One day I realized that it would be better for me to stay here. I can say that since this day I have been a different boy. I started to study hard in the school and became very sociable. Now I have many friends and still making new friendships. Even having lots of friends I knew that I’ll never forget the ones I’ve left behind. Another thing that I know is that, If I had stayed in Cuiabá I wouldn’t have access to a good education as I have now. My school is much better than the one I used to study. Not only the regular school, but the music school and the English school. The greatest change in my life was to move to Brasília. I’ve won a lot with this. Maybe I’ll have to move to another city again and pass through all these problems again. However, I can’t do anything now, only wait for the future comes. RB15 Nowaday, know (Enghis) is escential for our busness live. I started to learnd (Enghls), when I was fourteen years old. In the beging, was a letter confusim, whith the new lenguage estrutor. I tried to use the potuguese estrutor on it, but I not sucessed on it. because of that, I had a terible first year. After, this period of time the chalenger change. The new chalenger was the wrinting the words. I usualy have good ideas, but when I go to pass on a peace of paper, I can’t do it well. This problem I have been until now, but now this problem is a litler worst. The skills that I can adquir on (enghis), is lisnten and speak, I consider myself as a good lisnten and speak (enghls), to speak I have a litler problem, I consider myself as (timído) person, because of this I avoid to speak in public but when I realy need, I speakin public and for a few momentes I forget my fear. As a lisnten, I am aslo surprising myself, when I lisnten to musics I can undrestende the lyrcs, when I saw a movie or citycoms sometimes I don’t need to read the subtitles. don’t finches RC1 My history starts in Brasília, the city that I was borned. I was always very shy, so was always to difficult when I had change school and this changes usually happened. It happen till today, but now in university I guess I will be there for my graduation. My greatest difficult is that I can’t finish things. Every corse that I start, I always have some excuse to stop doing it. I had already studied Japanise and Spanish, but I couldn’t take it to de end. The Inglish corse, that I have been studying for, I don’t know, 10 years, but not in ____________ that I’m finishing this year, thanks God! Nowadays, I also study Biology at university and that’s why my Inglish corse have been so important in my life. I have to ready a lot of cientific articles in Inglish. I love Biology and I’m not intend to stop it, actualy, I think that this is the only thing that I never thought stopping it. It is so good being it touch with nature, knowing it. I really think that this is my corse, that I’m in the right way. I started it because of my mom, and she never let me stoped, only for one semester because I was with difficult at school, so it was the Inglish corse or all my year at school, I guess she had no choice. In conclusion, for me, it always so difficult to finish things, but know I think that I’m starting to finish my things, I’m taking to the end. RC2 My name is __________, I was born in Maceió, in May 20th, 1985. I’m the oldest son of three (the others have 15 and 4). I can’t remember much about the time that I lived in Maceió because my family moved to Brasília when I was just four years old, the only thing I remember is that my father crashed the car a few hours before we get the plane to Brasília, I can’t remember any details, but anyway, we moved. When we arrived, my father discovered that were people still living in our future apartment, so we stayed for two or three weeks in my ant’s house. As soon as we moved to the apartment, my the father registered me in a soccer school, that’s where I met most of my friends. My student’s life could not be considered brilliant, but it wasn’t the worse one also, I hated Chemistry, Biology and Physics, I don’t know if it’s because I could never understand the names and numbers. In 2000 I started studying English in _________, it was funny because I entered level 4, and the class had many kids and me with 14 years, also a kid but much older than the others. When I did 15, I took a replacement test, as a result I jumped to _____ or _____, I can’t rmember. I never liked studying english, I already had too much problems with Portuguese, but my mother always said that it was important and in fact, it is. However, if I could decide, I would have stopped studying English sometime ago, I would probably regret but ... Nowadays I’m studying marketing at _______, there’s still three years to finish, but I don’t know if I want to finish, it’s a good life, nothing really important to do, not many responsabilities, well, it’s all I want. RC3 My Autobiography I was born in January 15th of the year of 1981, so I´m 22 years old today. I´m the first daughter and the first grandchild of the both side of my family, but I have onde brother and one sister and a lot of cousins that came after me. I live with my father and my brother. My mother died when I was ten years old. I can say it was one of the worst moment of my life, but today, we can talk about it with no suffer anymore. In my opinion I always tried to be a good student, since the time of primary school. Today I study law and I´ll be graduated in the end of the year. I always liked to study languages too. I studied a little of German and Spanish, but the one that I like the most is English, because its sounds very nice to my ears, and φ is a very helpfull language nowadays. The fact is that to be ready to work today we have to be able to act in any kind of situation that our profession demands, so the knowledge about other languages and other cultures is always important and required. I have been study English since I was φ child, but only now I decided to finish the regular course at ___. It has been a great experience to me, because I think I have been learned more about φ spoken and written English language, and I have more capacity to see movies and news at TV without subtitles, than I was before. I don´t think in stop to study English. In fact, the idea of teaching English it´s not away of my mind. I think it is a very interesting way to be learn more and more about the language. I think I have more interesting things to talk about me, as my favorite sport and belifies religious, but related with the study of the English language I think it is φ I have to say. I want to improve my ability on it more and more, and I hope, in the future I never stop of study it 09/10/03-class RC4 I was born on october 29 th, It was a beatiful day of 1984. I lived until I was 1 year old on SQN 314 and then I moved to SQS 409, my parents were together but they had never lived at the same house. So I lived with my mother and my aunt. At that time I was a pretty dificult child because I always had problems at school, I was always fighting and I had also eating disorder. However I had many friends and I played a lot. By the age of 8, on december, I was told that my parents were going to divorce, that new brought me a great sadness. Then my father wanted to live with me, so I moved to his house, I lived there for a year,the worst year of my life. By the age of 9 I finally move back with my mother and we moved to ____ Colina (UnB) and I started to study at ____. When I was 11 I started to study english at ___ and I also enrolled at _____. There I met one of my best frindes, Alaya, we studied together until we were 15 years old and then I went to ___ and she went to ___. That year was really hard because I missed her a lot and many new things were happening. _____ I moved to SQN 206 and I started to take eletric bass classes but I quit a year later, I started with singing classes but also quit. My hair was black and long end then It was short and I was blond. I was really confused, trying everything. Things wew happening and then I realized that life was passing by my eyes but until now I´m trying to find a path to my life. RC5 I was born in 1960 in Belém but I grew up in Rio de Janeiro. I have a big family: four sistes and three brothers. We all are very close and friends. Since my parents were catholic, we all attended nun´s school. I had a happy childhood and, even today, I like remember those days. My sibblings and I studied and played together. When we were adolescent, we used organize big parties and we invited our friends and neibors. As the time went on, we drifted apart. In the seventies, Brasil was ruled by an authocratic government and I didn´t agree with that situation. I red many forbiden articles and I attended publich protests. My parents found it and were vere concern about me. We stayed some time without talking. But, finally, they understood I was responsible for my life and decisions. In 1979, I started studing Economy at PUC. There, I had the opportunity to broad my knowledge about the edge of the western social and economic system. There also I met Aluizio, a friend of my syster, and we started dating. Few years after that, we married and moved to Brasília. Nowadays, I live with my children. The world is very different. But I think the values I have and the experience I did I can share with them. RC6 My name is _________, I am twenty-four years old and I was born in Brasília. My mother came from Itaiçaba-Ceará and my father came from Niterói-Rio de Janeiro. I do not have any brothers or sisters and I live only with my mother, but my father is very close to us, he visites us every sunday and also every time he wants and he calls us many times every days. My parents are very nice and we are very happy together. I am a calm and a nice person. I am a little bit shy when I do not know the person who I am talking to very well, but I can be very talkative when I am with dear and old friends who I can really count to and who I like very much. What I expect in a friendship is loyalty, sincerity, patience, reliability and reciprocity of feelings, because I always try to do the same: to love my friends, to help them and to make them happy. I am studying law in __________ and Iam in the seventh semester of ten. It is a great and very interesting course and full of oportunities of work during the course and more than this after the graduation. I enjoy the course, but one more time I am not sure if it is this profession that I would like to follow in the future. A few years ago, I studied Administration in ________ during two years. I thought the course nice, but I was sure that it was not what I wanted to do. I was just studying. I do not know what I really want to do (I am getting older), but I have an illusion an this profession I like the most: theater. It seems to me a perfect profession, I just want to try it and see if it is what I want, because I think it is. But, maybe, it can be just a sweet illusion. RC7 On March, 24th I was born. I am _________ and now I am 23 years old. When I was 10, my mother asked me if I wanted to study English. At that time my oldest brother was already studying English and he also told me to do because it was important for my future and also interesting and funny because I could listen to some English songs and watch movies without reading the subtitles. I accepted and nowadays I am very greatful for their support, because I felt in love with this language and with the knowledge about other cultures of this world. I started at ________. I remember my first class. I was scaried and very shy because I couldn’t say or understand a word, but fortunately in time things has started to get OK. I’ve been studying English for about 12 years old, and though I’ve never lived abroad I always tried to listen to music and watch films without the subtitles because I believe that only going twice a week for an English course is not enough for you to learn slangs and expressions that only Americans or Britishes are used to say and speak due to their cultures and beliefs, so I really tried to get as much as I could and improve my skills. However it seems such a long time for someone been studying it is not. Everyday I try to learn more and more because knowledge is acquired with effort and dedication. I hope I can live abroad soon because it’s a dream I have since my childhood and that way I can become even more expert in this amazing language. RC8 I was born in March 23rd,1985 at Brasília. It was a beautiful day of fall when my mother had to go to the Santa Lúcia Hospital. Everybody was very happy with the first girl in the family, even φ I was not be planed. So, at this day, I started my career. I consider my childhood the best part of my life. In this time, I did not have to study. I only started to know the new world which was waiting for me. I used to play different games with my friends (woman games and man games too). I did not care about what I will need to do φ next day, φ next week. My life was very good and I did not know that. However, my life changed a lot when I was fourteen years old. I wanted to be independent but it was impossible to that. i wanted to work to buy whatever I wished . But my mother disagreed with this idea. As far she conserned she thought that first I need to finished my regular school and my english course. The last one was difficult to finish because my father died when I started φ . He was the person who gave me some reasons to do that. But when he died I thought “Why I have to continuous with that with my father are not here anymore?”. So, I stoped many things which I liked very much like draw, paint and play sports. Today, I am at university doing publicity. I have never thought that I will choose for this course. But I know that, in my life, many things happened without any reasons. Maybe, when I will be thirty years old, I will understand what today it is difficult or impossible to understand. And, maybe too, I will write another biograph with more life experience. ANEXO B Transcrições de entrevistas feitas em setembro de 2003 com o objetivo de coletar dados para uma dissertação de mestrado em Linguística Aplicada do Departamento de Letras/Tradução da Universidade de Brasília. A entrevistadora é a autora da dissertação e os entrevistados são alunos de um centro binacional Brasil – Estados Unidos cursando o último semestre do nível avançado de língua Inglesa (LI) como língua estrangeira (LE). Com o intuito de preservar a identidade dos participantes foram utilizados códigos para identificá-los. Foram entrevistados alunos de três turmas a que chamaremos A, B, e C. As entrevistas aqui transcritas são dos sujeitos que atenderam aos requisitos estabelecidos pela pesquisadora. Os sujeitos estão identificados numericamente. O critério utilizado para determinação do número do sujeito foi o de ordem alfabética do primeiro nome. Do total de 32 entrevistas, 12 foram objeto de análise. Elas estão identificadas por apresentarem os erros realçados. Legenda: TXN – Transcrição do Sujeito da turma X número N. SXN – Sujeito da turma X número N. Uhm – Preenchedor de fala (discourse filler) ... – Pausa (Oxx) – Numeração do erro. “O” significa oral. TRANSCRIÇÕES 1. TA1: My name is SA1, I'm 17 years old and this is class A. Teacher: Uhum. TA1: Uhm... I don't remember the questions. Teacher: Well, uhm... I would like you to tell me a little bit of your history learning English. TA1: Uhm. Yes. I started here, at this school... I think... 1990, 98 or 99, uhm... but I have already studied some English at (name of a regular school), but just very basic English. And I have a... I had a... some idea of English, uhm... because I listened to music, played games, watched movies and that gave me... a base to start leaning learning English. Teacher: Uhum. And, how prepared do you feel you are to use your English, now that you are finishing the course? TA1: I feel I need to practice more. Because... It's not... What I think... People say, uhm: "Your English is good, is flawless is good", but I think... Teacher: Who are these people? TA1: People at school, my teachers, English teachers at (name of a regular school) say "No. Your English is very good, you can speak very well", but I think I have to improve it because I have those problems when you make stupid mistakes... like... Teacher: Like what? TA1: You is. Sometimes I do this, or just... speak slowly: "I... uhm… think... " These kind of thing, but, I... think if I just study a little bit more I'll be ready to use in any situation. Teacher: Do you have any idea of how you could, let's say, overcome these difficulties that you have? TA1: Maybe... Using English... uhm, in more circumstances, for example: go to USA, and... practice by... by talking to people there, getting related with people using English. Because it's not... Teacher: Do you believe there's anything in the classroom that could help you? TA1: I think no, because... all that can be done is already... is already done: that's the conversation in class, because... part of grammar... I think I don't have any, many problems with that. Teacher: Ok. Thank you. 2. TA2: My name is SA2... I am 18... years old. And my class is A. Teacher: Same question. Uhm...Tell me a little bit about your experience learning English. TA2: I think I first, I started studying English because my mother wants. But then I... Teacher: So we have to thank mothers if we have students. Is that right? TA2: Yes. But then I realize that I'm study because it's important for my future. And it's not that I like, but... it's something that is important, so... Teacher: Well, the future has already started, right? Because you are doing University. Do you use English? Is it being helpful to you? TA2: Oh, not now, but... I think I... when I start look for job and... I think it's, I think it's... will be very useful. Teacher: Uhum. Can you tell me a little bit about, uhm, your experience here as a student? TA2: It was, I started when I was... I don't remember... I think... thirteen... fourt-, yeah, thirteen, something like that, and... yes, I think I'm not finish, I think I'm... I will survive if I go to another country. But... Teacher: Have you ever been in any situation in which you've had to test your English? TA2: I once I went to... to Disney, but... It was a long time, so... My mother talk... and I didn't practice. But I think I need to practice, to go and see, I can... I was five, but I need to... I can't talk in English, but, I think I need to practice more. Teacher: And, uhm... Do you do anything outside the classroom to improve your English? TA2: Uhm, when I watch movies I try to understand without reading the... Teacher: Subtitles. TA2: Subtitles. Uhm... I don't read a lot in English. Teacher: Or in Portuguese. TA2: No, in Portuguese I read. And... uhm, when I listen to music I try to, to understand what they say. Teacher: And you said your mother spoke English? Do you speak English at home? 'Cause I know your sister does too. TA2: My mother... She... uhm, graduated, I think it was here. But she... uhm, she doesn't talk, uhm... she talks, but she doesn't... uhm... Teacher: She's not fluent anymore. TA2: Yeah, not fluent. Teacher: Ok, thank you. TA2: Yes. Welcome. 3. TA3: Uhm, my name is SA3, I'm 18, this class is A. Teacher: Uhum. And... Your history learning English? TA3: Oh... I'm studying English... a long time... I started 10 years ago, I think. When I'm eighteen..., when I'm eight, seven, I don't know. It's a long time. Teacher: Always here? TA3: Yes. Teacher: Ok. And, uhm... He was talking about all these... let's say... different... ways of learning English. Yes? How about you? What do you use outside the classroom to improve your English? TA3: I don't know, I I I usually listen music... I watch television... use cable TV... Teacher: Uhum. And does that help you? TA3: Sometimes, yes. Oh... yes. It improve my English Teacher: And, uh, when you have to use English outside the classroom environment, do you use it efficiently? TA3: Uhm... I use it... because I have some friends in... "embaixada". Teacher: Uhum. At the embassy. TA3: Embassy. I I I use... sometimes I use I I speak English with them. Teacher: But how do you feel about it? TA3: Well, it's good, but I... I need to improve more. Teacher: What areas? TA3: What... what? Teacher: Areas... do you need to improve. TA3: Uhm... I think uhm... to... the fluence of English, I think I don't speak very well... I'm very shy, I don't know. Teacher: And how does the classroom help you to improve the English that you already know? TA3: Oh, uhm, uhm... the exercise with talking... a partner... it's very good. I exercise too much in this... part. Of course. Teacher: Ok? Thank you. 4. TA4: My name is SA4, I'm 17 and... the number of this class is A. Teacher: Thank you, SA4. I'd like you to tell me a little bit about your history studying English. TA4: Uh... first... I... have, I have studied in _____ for 3 years. Then I... I made, did, I made the tests, to this school and and I have passed and now I'm studying here since... I've been studying here since... since nine... two thousand. Teacher: Two thousand? Yes? Ok. And... how are you going to use the English that you have learned? TA4: Well, I pretend... uhm... to do... tourism. So I'll use it a lot. English and other languages. Teacher: And do you think you are prepared to use English as a second language? TA4: More or less. Teacher: What do you mean? TA4: I don't know, because... if I... I don't know Sometimes I don't understand what people want to say because they talk too fast. Teacher: What people? TA4: Because I went to United States in... when I was ... I was 15. I went in a ... I don't know how to say "excursão". I don't know how to say this. Teacher: 2 years ago? You went on an excursion. TA4: Yes... And I had the opportunity to talk to a lot of Americans. So when they... when they, for example: sailors, or Mickey Mouse, when they, they were talking too fast I didn't understand. But most of the times I understand... Most times. Teacher: Ok, but that was 2 years ago. Since then you have uhm... have had time TA4: Yes, I don't know. So I don't know if I’m prepared or not. Teacher: What is it like when you watch television? TA4: If I watch "Friends" I understand everything, but if I watch CNN... I just understand some things. Teacher: Ok... Alright. Thank you. 5. TA5: and the class is... A? Teacher: That's right… Uhm, I would like you to tell me a little bit of your history learning English. Things like, uhm, how long you've been studying English and, uhm, what you would like to do with the English that you, uhm, that you have learned here... That's ok. TA5: Uhm... I I started studying English when... since? I don't know... In kindergarten? Teacher: Uhum. TA5: Uhm... In my old school they teach English when we are very young and I... join... this school in 1998, in (name of the children’s coursebook used), and ...still here.. And... and the English, uhm, the English classes that I have in school they are... Teacher: Horrible? TA5: (agreeing) Uhum. It's everything very easy, so, the, it's only here where I learn English, not in school. Teacher: And, how do you think you are going to use the English that you have learned here? TA5: I think I will use a lot like in in... in travels because... I hope to to work outside the country to... it's essential to to know English for work. Teacher: Ok, and now that you are finishing the course, do you believe you are prepared to use English as a... second language? TA5: Yes. I... I will do the Michigan if if I need I will... if I need if, uhm, if I if I if I can... I will... teach... I don't know. Maybe... Teacher: Uhum! Ok. Thank you a lot. 6. TA6: My name is SA6, I'm 16 and the number of this class is..? A. Teacher: Uhum. Same questions, SA6. TA6: That was...? Teacher: Tell me a little bit about your history studying English. TA6: Uhm. I've always ... been studying at this school, and I I really started, I think, a little... bit young, like 10 years I started and then I I... I started on (name of the children’s coursebook used), I think. It was good for me, because everything I know, not everything, but the basis is is for (name of the children’s coursebook used), uhm... uhm... on this one after... advanced High... High Teens... The others for me it was nothing, just because I didn't have age, so I had to do, because everything I learned in this, in this course I learned in (name of the children’s coursebook used). But, because I started very, very uhm... early, young, and I couldn't, I didn't have age enough to ... to pass for the advanced, intermediate, so I had to stay at (name of the children’s coursebook used), (name of the children’s coursebook used), (name of the children’s coursebook used)... Teacher: So you did the entire course? TA6: Yeah. Teacher: Ok... and... In what ways did the more advanced levels add to what you had already learned in (name of the children’s coursebook used)? TA6: For example: In three... Advanced, I learned a lot of things new, but the most... and vocabulary. Actually, I'm very very bad at vocabulary, so everything on vocabulary I learned was very new. But, in uhm, the part of grammar, everything I learned, I had already learned, but now more deep. That's the difference. Teacher: Uhum. Ok. And how comfortable do you feel to use English as a second language? TA6: Actually, I don’t feel very comfortable, I think. I think I I have a lot to learn... as a... I still have lot to learn. Teacher: Yes, and are you going to continue? TA6: Yes. Teacher: What areas do you believe you still need to improve? TA6: Listening, speak... everything! I'm very... I think I'm very worse in vocabulary I uhm I can't listen well I, when I'm going to speak I just can't, like: Oh my God, and all... And I, and I never practice, so... Teacher: Why not? TA6: I don't know. For example, like TV. I don't, I don't have this cable TV so, so I can't practice like that. And then when I am with... "cinema", or I, or I rent a film, if I rent a film, I watch with my father, so he has to put the subtitles, or he change the font to, to Portuguese; and when there's the subtitle I always look at the subtitles. Like I just can't think that it's not there and try to learn... Something like that catch my attention. I tried, and then 5 minutes later I was there. Teacher: Uhm... Well, keep trying! Ok, thank you very much. TA6: Yes. 7. TA7: My name is SA7. This is class A and I'm 16. Teacher: Thank you. Erm, SA7, can you tell me a little bit about your history learning English? TA7: Yes. I've started to study here at... this school... last year. I mean, this is my second year, my first semester... And... welll... finished. Teacher: How long did you study before that? TA7:... Nothing. No! I I studied like... one semestre here, like in (name of coursebook used), but I... I think it was (name of coursebook used) or something... Teacher: And then did you go to live abroad? TA7: No. Teacher: So... how did you learn that much English to get to the advanced level with only one semestre of formal education? TA7: I don't know. Playing games? Teacher: Well, I'm interested in that, then. Uhm. Tell me more about this: How did you learn your English? TA7: I don't know. I just... played games and... and... watched the ... the... little... little... character speaking and I... Teacher: You mean cartoons? TA7: Yes, like... RPG, games, movies, too, listening... and... Teacher: Cable television as well? TA7: Yes. Teacher: And, uh, what about grammar rules? TA7: I don't, I think I'm not very good... at them. At at the ones before advanced 4. Teacher: Uhm, ok. And, uh... do you recommend that as a... as a way of learning English? TA7: Well, it's not as efficient as if I... made the course complete, but, it's more economic. Teacher: Why, why do you say it's not as efficient? TA7: Well, because I didn't learn the rules, with a teacher... and... Teacher: Yes, but not knowing the rules, did not prevent you from communicating, did it? TA7: No. Communicating, no, but... writing, maybe. Well, I uhm... yes. No, it didn't. I'm ok. Teacher: You're ok, yes? How do you feel, uh, about your performance? TA7: Well, I think it's... good. It's satisfactory. Teacher: Do you use English outside the classroom? TA7: No... Teacher: Well, actively, because passively, yes, right? When you watch television and all that. TA7: Yes. Yes. Like speaking: no. Teacher: No? Well, all right. Would you like to say anything else? TA7: No. Teacher: No? And how do you intend to use English, uhm, now that you have finished the course? TA7: Well, maybe I... I'll go somewhere, uhm, I'll travel, or just like to... (voice in the back says certificate) Yes. Like a... Prove that I... yeah, to get a job easier. Teacher: Ok. Thank you. 8. TA8: Uhm... My name is SA8. I'm.. 18... and the number of this class, is, is A. Teacher: Thank you, SA8. Uhm, SA8, I'd like you to... tell me a little bit of your experience learning English. TA8: What kind of experiences? Teacher: Like, uhm... studying... uhm... at an English Institute like this one. TA8: Uhm... I started off at (name of a language school), I think, when I was 12. I graduated there. And then I went to (name of a language school). Teacher: Uhum. TA8: I started at (name of a school) to go to UnB, and now I started this school Teacher: Yes, and uhm... how long have you been here? TA8: In this school? Teacher: Yes. TA8: Uhm...About... an year. A year... I think. Teacher: All right. All together, that's what? TA8: That's uh... 6 years. Teacher: Ok. And uh... do you feel you are prepared to use English as a second language? TA8: Uhm... I think so. They'd... understand me. Yes. Teacher: And and uhm wh- what is it that you understand by being able to... to use English as a second language? TA8: Uhm... To communicate with a... a native speaker of the language... Uhm, to be able to understand and to speak to him... and... Being efficient in communication with a... other native speakers. Teacher: Ok. And how do you intend to use English? TA8: Uhm… I… We… I don't know. There are several ways to use English. Uhm... I I’ll found... I'll find... a lot of them. I promise. Teacher: Ok. Thank you 9. TA9: My name is SA9; I'm 18 years old and... uhm and what was the other one? Teacher: Erm, the number of this class. TA9: Uhm, this class is A. Oh, I've I've been studying English since I was 14. And... Teacher: Uhum, always here? TA9: No, no, not always. I joined this school in... two, uh two one uhm... I guess Teacher: Two thousand one. TA9: Two thousand one, I guess. Teacher: Uhum. TA9: Uhm, Intermediate. Uhm, before I study at (name of a language school). I uhm I started to study English just because of vestibular, but now doing translations at... Teacher: Uhum. TA9: At UnB... I guess it will be really really useful. But I don't know if I'm really prepared to use it as a second language. I think that I, that not enough. I need to study very very much. Teacher: Yes, and uh and the, the decision of doing translation at UnB uhm, did it have anything to do with the English that you did in these uhm, schools? TA9: Yes, sure, sure. I I didn’t like English in very in the beginning: I hated it. And then I started to to like, and, and I really do. I discovered, I discovered that I love language. And not only English but I wanna... learn... other languages. Such as French and... Teacher: Were there? Were there any aspects that really helped you make this decision? This... What made you start liking it? Because you said you didn't like it in the beginning. TA9: I don't know... I don't know. I guess I started to understand it. This is... I couldn't! It was so hard to understand what was happening when some teacher wrote some... something in English in the... in the board. So, when I started to... to learn, it get easier to understand what was happening. But then... This is... This was like. Teacher: All right. Thank you. 10. TB1: My name is SB1, I’m seventeen, almost eighteen – in two weeks – and I study English here in this school since I was twelve years old and I lo- I like a lot here, I think I will miss this school. Teacher: Finally!! TB1: I said it when I was at school in (name of a regular school) and I really miss there, I like a lot. And I pretend to study Spanish now, and Italian, Spanish, a lot of languages. And what I do to practice English is listen to music and try watching cartoons and movies in English to understand what they say and take the expressions but like TB8 I think I will really learn English very well when I go to a country that is its’ speech. Teacher: Yes, but have you had any experience – have you been through any situation in which your English was not enough for what you needed because I don’t understand what it is that people keep saying. You are already fluent. TB1: Yes, but it’s because there, in the United States, they talk a little bit different that we talk just they don’t say everything right and everything correct, they… Teacher: So you want to destroy the correct English that you have now? TB1: No, just like we talk Portuguese – we don’t say everything correctly and people who study Portuguese outside here, they learn everything correct but they can’t hear and they say “nóis vai” and something like this. TB8: And I think that also it’s like when we talk we keep talking, you know? And when we go there it’s going to be more normal, more natural. Teacher: Alright. ( ) TB8: Yes. Teacher: Okay. Thank you! 11. TB2: My name is SB2. I am 20 years old. And, and I’ve been studying English for five years, I’m not sure. And I watch movies in English to practice outside the-of the class. And I think I’ll just speak English very well just when I live in outside of Brazil cause I can just, this course is not enough. Teacher: Have you been in situations where you needed to speak English? TB2: No. Teacher: So how do you know – how do you evaluate yourself as not a good speaker? TB2: I think that I’m not a very good speaker but I don’t know. I never stayed in a situation where I needed to speak just in English. Teacher: It’s just something that you have created? TB2: Yes, I just think Teacher: Is there anything the school could do to help the students get sense of success, because you’re not the first person who says “my English is not good”, and of course, I know it is very good, because I’ve tested it a lot. TB2: I don’t know if there is something to do, but I think just if I travel I will know if I’m listening very well or not or if I am speaking good. I can just, here in Brazil, it’s not possible to know. Teacher: And when you watch movies, do you understand everything? TB2: Yes, not everything, but… Teacher: You can follow a movie without reading the subtitles. So comprehension you have tested. TB2: Yes. Teacher: And you know you are good at understanding. TB2: Yes. But to speak I don’t know, I… Teacher: I just think you guys have a very fertile imagination. Yes, you just decide that you are not a good speaker but you have never put yourself to test. Right now we are speaking, we are communicating, and what’s wrong with that? TB2: Yes, but here is different, because I think that when I stay - if I stay out of Brazil, will appear some situations that I don’t know how to express myself. I don’t know if I will – can – If I can do this or not, I just imagine that I can’t, but… Teacher: You don’t know? TB2: Yes! Teacher: Ok. All right, thank you! 12. TB3: My name is SB3, I’m 17 years old. Teacher: Ok. What I would like you to talk about, SB3, is your experience learning English. A little bit of historical data. TB3: Uhm, I began to study English at my school when I was at in fifth grade… and I also start taking classes at this school. Teacher: At the same time? TB3: At the same time. And I have been here ever since. Teacher: Uhum. TB3: And seven years, and... graduating. Teacher: Yes.. TB3: Finally, next semester. Teacher: Yes. And, uh.. How do you evaluate these years that you have spent here? TB3: They were very, very great. I learned a lot, although I thought, I think that some, some things that we learn we won’t use it. Teacher: Like what? TB3: Some grammar points are very specific. And some vocabulary that... I don’t know, I may use it, but probably the English that I’m going to use in my life are more connected to business, and... And so, a bunch of vocabulary I probably won’t use it. Teacher: Uhum, when you have to.. Do you ever have to communicate in English, nowadays? TB3: Nowadays, no. Teacher: So you, you’ve never needed the English that you’ve learned here? TB3: Well, yes I needed when I went to United States, I... needed to, né, talk and ask for information. Teacher: And what was it like? TB3: It was good, but the English that I had at the time was enough to make sure that I would go to the right places and ask the right foodsrffff and no problems. Take buses and subways and all that. Teacher: Okay. And for the future, how do you think you’re going to use this English? TB3: Probably in business and I don’t know, traveling around the world... Teacher: Okay. Thank you. 13. TB4: My name’s SB4 and I’m 27 years old. Teacher: Well, you look a lot younger than that (laughter). And, uhm, SB4, same situation, I’d like you to tell me about your experience learning English? TB4: Well, I’ve been enjoying it a lot because I wanted to learn English. I asked my father and my mother to... enroll me in English school... Teacher: When was that? TB4: Uhm, maybe... Six years ago... Teacher: Uhum TB4: And I think maybe six. Five or six years ago. Teacher: So you were already an adult? TB4: Yes, yes, I was. Teacher: And what do you do to improve your English? TB4: I like to rent DVDs, and listen and read the subtitles in English. Teacher: And, uhm, in what areas do you feel it helps, mostly, when you work with DVDs? TB4: Well, listening... Listening and speaking, mostly. Teacher: Uhum. Oh, thank you. 14. TB5: My name’s SB5, I am fifteen years old and I’ve been studying for six years now. In the first two I studied at (name of a language school) and then I came here. I practice here and sometimes I use the internet, I have some friends from the United States… Teacher: But then you write. TB5: Yes, I write. Teacher: Have you been abroad? TB5: Yes, but I couldn’t speak. Teacher: Why not? TB5: I went to the United States when I was five… Teacher: Uhm, okay. You couldn’t speak English then, you were too young. TB5: When I… I was studying but I couldn’t speak anything, just my name. Teacher: And how do you feel now, SB5, do you think you are prepared to go out and use English professionally? TB5: I think so, if I use I will learn new things. Yes, that’s all Teacher: Thank you. 15. TB6: My name’s SB6, I study English since I was nine. Teacher: How old are you? TB6: Sixteen. And now I finished, I am happy. Teacher: Why are you so happy? TB6: Because I’m tired of doing English. But I like it, and… what else? Teacher: How… Do you do anything else apart from coming here to practice your English? TB6: In internet there is many things – there are many things – in English. All is really in English... Music, but that’s all. Teacher: Do you talk to people? TB6: Yes, sometimes I talk to people from other countries in English. But it’s not always. Teacher: And what about cable television – electronic media in general? TB6: I don’t have cable television. Teacher: So you don’t watch cable television. But films? TB6: Films I watch in English, but I always read the subtitles. Teacher: Why? TB6: Because I’m used to. Teacher: It’s not that you need it? TB6: No. But I never tried to watch it .. Teacher: Without the subtitles? Okay. 16. TB7: My name is SB7 and I’m 22. Uhm… and… I, I started to study English because when I was… 14, 15, 16, I used to… to take bad, bad grades on school, and it was very difficult, so I… Teacher: In English? TB7: Yes, in English. I always… have bad grades in English on school and… since I… I started to study here, in this school, uhm… I learned a lot of things and today I… I… I’m… how can I say? My English… increase, no? Teacher: Uhum. TB7: I… now I don’t have that difficults that I had, that I have in the past. Teacher: And, do you use English outside the classroom? TB7: Uhm, a little. Teacher: In what sense? TB7: I… on the Internet. Sometimes I… I… read some articles and… in English, some sites, American sites, in… in movies too, sometimes I… I download videos, movies on the Internet and watch without the… the subtitles. Teacher: And you understand everything? TB7: Uh… almost everything. Teacher: Yes? TB7: And… it is Teacher: Ok, Thank you. 17. TB8: My name’s SB8, and I’m sixteen, and I’ve studied English since I was very little. Since the beginning of this school. And I think that my English is kind of ok but I think it only be really good when I go to some country where they speak English so that I can get the fluence and others… TB1: Expressions? TB8: Yes, expressions, yes. And so I won’t stop now that I finished, I’m just out of here, finally. Teacher: Everybody says that. TB8: Yes. I won’t do any course out here, just wait to see if I can go abroad and study more. Teacher: What do you do outside the school to practice your English? TB8: Uhm, nothing. I just study sometimes for the tests here and I try to listen to music, I think that’s, that’s good. And two series, two, you know? Teacher: Cable TV? TB8: Yes, cable TV. Teacher: Alright. 18. TB9: My name’s SB9, and I’m in class B. Teacher: I’d like you to tell me a little bit about your experience learning English. TB9: Oh... It's a great experience; I think it's very important for me and for my career. And I'm learning English since I was a little kid, so... Teacher: Uhum. TB9: I’m used to … Teacher: Do you remember what, uhm, age you were when you started? TB9: I think I was ten, because it was in my first school, primary school. Nine, ten years. Teacher: Okay, yes. And how do you think you're going to use this English, once you have finished the course? TB9: Oh, I wish I could move to live abroad, so I would use (giggle) everyday my English. In, I don't know, New Zealand, Australia, I'd like to go to live there. Teacher: And, umm, what do you do outside the classroom to improve your English? TB9: Uhm, mostly I listen to music and I try to learn the lyrics, sing... And I think it's helps a lot, specially in vocabulary. Teacher: And what about cable TV? TB9: I watch a lot of cable TV and cartoons using the SAP, the ... Teacher: Which means you don't read subtitles? TB9: No, I... Only when I have some doubts. Then I, I try not to read the subtitles and I try to watch cartoons in English, when I can. ‘Cause some are in Spanish. Teacher: So, are you happy with the results? TB9: Yes, I am very happy with the results. Teacher: Ok. Thank you. 19. TB10: My name is SB10, I’m seventeen years old. Hmm... I started to study English when I was nine years old in another course. Then, when I had twelve I started studying in this school and I think that some things that we learn here I am not going to use, some... specific, right? And I never used English, I never... I don’t know how can I speak... I never practice, I, I don’t practice very much. I don’t like very much. Teacher: Really? TB10: No, I like it, because I don’t, I don’t need practicing much... Not that I don’t need, I don’t, I’m not used to practicing. I talk to my friends, I go on internet when I meet friends in the United States and they usually say, talk in English, then I say… Teacher: Okay. Thank you. 20. TB11: To do lots of first questions? Teacher: Your name and your age. TB11: I’m TB11, fifteen, I’m studying here at this school since 1996 and… What? Teacher: Well, how do you feel now since 1996 has been 8 eight years, what, seven years. Yes, are you happy with the English that you have acquired? TB11: Yes, firstly my parents said, obliged me to do the course, but then I thought, oh, it’s important to my future and this is not a difficult language and it’s interesting to learn. Then I’m liking the course. I’ll be happy to have retired but sad because all the teachers I will not keep contact with. Teacher: Well, you can call me from time to time. What do you do outside the classroom to practice your English? TB11: The internet. Many sites I read and talking to Americans in the ICQ. Teacher: Okay, and do you feel you are fairly successful in using English? TB11: For Brazilians I think I am, ‘cause, for example, in my room, in my classroom at school, I’m one of the who can speaks- who can speak better, but... I think compared to an American I have many things to... Teacher: Well, but you’re not an American, you’re a Brazilian, right? TB11: But I have many things to learn. In Portuguese I can write very easily, but in English it’s hard to do a composition in 15 lines without doing wrong conjugation and things like that. Teacher: Thank you. 21. TB12: My name is SB12, I am in this school since eight years old, eight and a half. And I… Teacher: How old are you now? TB12: Sixteen, Teacher. And I, I don’t know, I like English but many times that I’m here and I want to finish but I think this school was a very good course of English but I think we did the same thing a lot of times and I don’t know, I think… Teacher: You think it’s repetitive. TB12: Repetitive. But it’s very good, it’s the best course here in Brasília, I think… Teacher: Do you think you are prepared to go out and use the English that you’ve learned? TB12: Yes, I feel not prepared a lot, but... Can, can go. And like films, when I try to see, I can, I can understand some things but not all the film and sometimes I look at the subtitles... Teacher: Thank you. 22. TB13: My name is SB13. I am 17 years old and I… I learned… I… I learned English, English since I was…12… And I like, but I… I want to finish it. Teacher: Why? TB13: Uhm, because… I think that I don’t learn it anymore. When I come here… and I like to speak English, but not here in Brazil. I like to speak with American people. Teacher: Do you ever have the chance to speak English outside Brazil? TB13: Yes, yes. I went 2 times in US. Teacher: And how long did you stay each of these 2 times? TB13: First time I… about 15 days, and the second, 20. But the second time was best, I was alone, and… Teacher: Uhum. And what was your performance like? Could you understand everybody? TB13: Yes, not all of the things but I… I speak a lot. Teacher: When you say you don’t think you’re learning anymore, in what sense do you mean that? TB13: Oh, I think it’s too long, this course, too long. And… I’m bored. From here. I’m bored. Teacher: Have you been bored for a long time? TB13: Y… It’s a year, about a year that I… Teacher: Why would you say that? Do you think it’s because you could, about a year ago, you could already communicate and then there was no more challenge for you? TB13: Yes… I don’t know. Teacher: Well, anyway, what do you do outside the classroom to improve your English? TB13: In Brazil, nothing Teacher: Nothing? You don’t watch TV, cable TV, you don’t…? TB13: No, I don’t watch. I don’t have time to watch TV. I, I don’t like. Actually, I don’t like TV. Teacher: So, you think this is it, you have already learned enough, and you’re quite happy with what you have? TB13: Yes. Yes. Teacher: Ok, thank you. 23. TB14: My name is SB14 and I’m sixteen year-old boy. And, well, I started to learn English when I was eight years old and I think that’s very good for my… my… My future. I don’t know, maybe when I… I… When I have to work I will have to use my English and I expect to be very… I don’t know I think I – to say, to express myself in English, like I can express myself in Portuguese. Teacher: Uhm. How far are you from doing that? TB14: How far am I, uhm… What do I do? Teacher: Because, you said, you know, the way I express myself in Portuguese, do you think you still have a long way to go to be able to express yourself in English the same way you do in Portuguese? TB14: I don’t know, I think that, er… I will not learn all-everything just by taking class here and.. I think I can learn more going to somewhere they, they speaks English-they speak English. Teacher: Do you use English outside the classroom? TB14: Uhm, just like, when I, I have a cousin that studies in the United States and when I talk to her, I talk in English because she says, uhm, you have to practice… Teacher: And how successful are you when you talk to her? TB14: Uhm, it’s very good. She, she… Sometimes she, she makes some corrections, but… Teacher: Just, uhm, little things? TB14: Yes. And, a little time ago, she, she brought a friend from there and she, she only speaks English and we had to, to speak English all the time. It was very good that, very good experience. Teacher: Very nice! Thank you! 24. TB15: My name’s SB15, I’m nineteen years old; I have been learning English for seven or eight years. I, I feel glad to learn that I learn English. I, I, when I saw TV, cable TV, in pass of the years, I don’t need to learn, to read the subtitle all time and sometimes I said for my family or my sisters that with me in the bedroom or the movies that they make changes of, in the subtitles. Teacher: So, you can notice that the translation is not exactly the same as in the subtitles. TB15: Yes. For me the challenge now is only to vocabulary; learn vocabulary because I feels only, I feel this. Because speaking, talking to people, I feel greater. Teacher: All right, and do you use English apart from watching television, do you use it in a more active role like talking to foreigners? TB15: No. I, I in part for I is a mormon, I like to send a mission. If I know English, I could be in US, two years in US. Saying to people about my religion. Teacher: Yes, it would be good for you to go and live in an English-speaking country for some time before, maybe, or not necessarily? TB15: I think is not because before you go to the streets, they make a special course for everybody. To show the language. Teacher: And it’s in English. TB15: It’s in English. Teacher: Thank you. 25. TC1: SC1, Uhm…full name? Teacher: No, just age. TC1: Nineteen Teacher: Nineteen? TC1: Yes... Um… I’ve been studying English for, since (name of a coursebook). A long time. And… my experience outside this school is reading papers uhm… or reading books that related to my area that is biology. So… I think my… I have a lot of difficul-, difficult in speaking and writing. Teacher: Why do you believe you have this difficulty? Where does it come from? TC1: Because I don’t practice. This part of my… Teacher: For lack of opportunities? TC1: Uhm? Teacher: Because you don’t have the opportunities or what? TC1: That, because listening I… I practice watching movies… or uhm… even cable TV. And… reading. I practice reading papers or books. And… for, for… speak, I don’t practice much, because outside is difficult . And… writing, I think it’s because I have this difficult I don’t practice… that. Teacher: Thank you. 26. TC2: My name is TC2, I’m 18 years old. Teacher: Uhm, SC2, I’d like you to tell me a little bit of your experience learning English. TC2: My experience? Teacher: Yes. TC2: Uhm, it has been... It’s interesting, I think it’s kind of an obligation, you have to learn another language, and English is the, the principal language of the world... I don’t like. I think it’s a little boring, you come two times a week and... I don’t know. It’s boring. Teacher: Uhum. And, uhm, what about facts? How long have you been studying it and, all this time, have you always been here, or have you studied in different schools? TC2: I’ve been studying English for three years, always here at this school. I entered in 2000... Teacher: So you didn’t do the whole course? TC2: I did (a stage), then I jumped to (a stage). Teacher: And before that? TC2: Only games. Teacher: Oh, yes? So you learned a lot of what you know through games? TC2: Yes. Teacher: Tell me about this. TC2: When I was young, my friends, they all study English so when we were playing games, like, that had history, we had to read things, they, they kind of teach me a little, so my base is all my friends. Teacher: And did you also watch television, cable TV? TC2: Yes, those citycoms. Teacher: And, uhm, would you say you learned a lot more by television and games than you do in the classroom or what would you say? TC2: I wouldn’t say that, television is good to you to to aprimorate your listening. Because you try not to read the the subtitles. I think you can … can understand a great part what they’re saying. Teacher: And classroom? TC2: I think it’s more to grammar, things like that that you can’t get by listening. Teacher: Oh, thank you. 27. TC3: My name is SC3 and I’m 22 years old. Teacher: Basically the same questions, SC3. TC3: I always like English and always like to study English. I begin to study when I was younger and I study at a different schools like ---- and -----, and then, and once I study at this school at Asa Sul when there is no here at Asa Norte yet. And I think it was the year at 1995, 96, but then I quit this school and went to ----, and I finished the regular course there, but I think I need more fluency in my English and things like that, and I remember that this school was the best place that I had these things so in the beginning of my university course I, I return to English. I, I had practice with a particular teacher but, it was nice, but it is not what I was looking for yet. So, I, I come back to this school.... And I here studying English. I always like to study other languages. Once I tried to study German and Spanish, but I didn’t finish the courses. Now I’m finishing my English course. Teacher: Thank you. 28. TC4: Class C Teacher: Uhm, SC4, I would like you to tell me a little bit about your experience learning English. TC4: Well, I started when I was ten, here in this school... And, when I first started I was, like, amazed because I saw all those teachers and they were so cool and I decided ‘Oh, I wanna be just like them’... Teacher: Uhum. And, uhm, how do you think you’re going to use the English that you have learned here, now that you’re finishing the course? TC4: I’m not sure. I’m studying just because I want to learn, but I’m not sure. Teacher: But, are you happy with the results? TC4: Yeah, of course. Teacher: Yes? Ok. Thank you, very much. 29. TC5: My name is SC5 and I am with 42 years old. Teacher: SC5, I’d like you to tell me a little bit about your experience learning English. TC5: Well, my experience in learning English is, is not very good, because I’ve… uhm, give up; I’ve given up many times. Teacher: Uhm… Classes aren’t for you? TC5: Yes. So I think… Teacher: But why… Was there a reason… was it always the same reason for you to give up, or no, at each time, different reasons? TC5: Yes, I think it was the same one because I have no time to study. Since I started to study English older, I, I have to work… Teacher: What you mean by older is after you had, um… entered your professional career? TC5: Yes. Because I learned France firstly, and so I started to learn English. I started by 15, but I gave up and I started again after my under graduation. Teacher: Uhum. And you use English a lot in your professional life. TC5: Yes. Nowdays I use English a lot, but only reading, not… speaking more or less, because we have some help… uh.. people who speaks English… and Teacher: Then you have translators to do the job? TC5: Yeah. Teacher: And what about traveling? TC5: Uh… Yes, I… I usually travel a lot. Until the last year I have not… I wouldn’t want travel, but I usually travel abroad to negotiate contracts in United States, mainly United States but I already been in Europe, Japan… Teacher: But there’s always a translator? TC5: Yes… Yes. Teacher: And what about social interaction, when you need to use English for social interaction, if you are… TC5: Yes, it is necessary from cases because when you are abroad you have to discuss a… contract but you have to discuss a subject, personal subjects too, you have some moments that you need that kind of conversation. Teacher: And how do you do? TC5: I feel shy, very shy. It’s difficult for me to talk, some thoughts like… Teacher: But you make yourself understood, and you understand other people? TC5: Yes I try understand, I think I understand the people, but I have some difficult too, to talk about myself, to talk… Teacher: And would you say that is because of the language? TC5: I think it’s because of the language and because of me. Teacher: Your personality? TC5: Yeah, you… Treat about your, you work with a person and after that you have discussed with a person some subjects about your job and after that you have to discuss another subjects that are personal… Teacher: A change of roles? TC5: Yes. Teacher: All right! Thank you very much. 30. TC6: My name is SC6 and I am 24. Teacher: And can you tell me about your experience learning English? TC6: Uhm… I am studying here since I was 19 years old, and… Teacher: So you started as an adult? TC6: Yes. And I like to study English, I confess that now I, I have some difficulties because I don’t have a lot of time to study and the, the course is a little bit more complicated and… But I still like English. Teacher: And what do you do to practice outside the classroom? TC6: I, I do the, the homework and I listen to musics and sometimes I watch the movies to, to hear the English. Just hear. Teacher: Yes. Cable television? Do you have at home? TC6: Sometimes. But I always listen to musics in English. Teacher: And do you try to understand what they are saying? TC6: Yes. Teacher: Good. And do you use English at work? TC6: No. Teacher: So the only contact you have… TC6: Is here. Teacher: …or when you’re watching television or listening to music. TC6: Yeah. Teacher: And any intention of continuing to study? TC6: Yes, I would like to, to continue studying to, to improve my English and to, to learn more things. I know that if I stop I will forget a lot of things, so I… My intentions… I intend to, to continue studying. Teacher: Very nice. Thank you. 31. TC7: Well, my name is SC7, I’m 23 years old. Teacher: And can you tell me a little bit about your experience learning English? TC7: Well, I’ve been studying English since I was like, 10 or 11 years old. I started at (name of an English course) at the time. And, since then I’ve been studying every year, I… I have never stopped. And um… well, I don’t know because I love English, so… It’s like a hobby for me, you know? I can’t, I can’t um… stop studying this language and now um… I’ve started… last, last year, yes, last year I’ve started teaching… Um… at a school, and um… Teacher: And, when you say “I continue studying”, how, what do you do outside the classroom? TC7: Ok, I always try to… to watch, you know, movies without, without the subtitles, I listen a lot to music, I talk to people on the internet, online… um… I have some friends, you know, who live abroad, that they call me and we talk sometimes. Teacher: Uhum. TC7: I’m always trying to be in contact with them. Teacher: And, would you say teaching has helped you? TC7: A lot. A lot. Because every class I learn something. Even if it’s from a kid or an adult, every class, and I’m always um… hunting for learning more, because I wanna know my, uhm… to, you know, to teach my best and try to do my best. Teacher: Ok, thank you. 32. TC8: My name is SC8 and I’m 18 years old. Teacher: I’d like you to tell me a little bit about your experience learning English. TC8: I started in a… I started at (name of an English course) but I don’t, I didn’t like the course, the… Teacher: How long ago was that? TC8: When I was 14 years old, uh… for one year I studied in (name of an English course) and so I need, I want to change, I always, I want more, so I go to, I went to this school and I think I’m here for four years old… I’m studying for four years old, and I want to continue studying English with the business course in this school and I want to travel abroad. I think about. I don’t know if I will have money to travel but I want… to practice what I learned in my course. You want more, or..? Teacher: Yes, what do you do to practice your English outside the school? TC8: I, I don’t practice, I, I think I, I need to practice more, but sometimes watching movies… Teacher: Cable television, no? TC8: No, I don’t have cable television, only movies. I want to, to, to have, yes, sky, the TV cable, cable TV. Teacher: Alright, are you happy with your performance? TC8: No, I think I need to improve more. Teacher: And you’re going to do that through the continuation of your studies. TC8: Yeah, conversation curse, course. Teacher: Thank you! Centro Binacional 2º Semestre de 2004 Agência Asa Norte Asa Sul Lago Sul MRE Sudoeste Taguatinga Total Quantidade Até 7 3076 21 (0,68%) 2691 1 (0,04%) 1710 41 (2,40%) 123 0 1009 27 (2,68%) 817 12 (1,47%) 9426 102 (1,08%) De 08 a 10 273 (8,88%) 252 (9,36%) 275 (16,08%) 0 98 (9,71%) 59 (7,22%) 957 (10,15%) De 11 a 14 1068 (34,72%) 926 (34,41%) 704 (41,17%) 0 438 (43,41%) 299 (36,60%) 3435 (36,44%) De 15 a 17 779 (25,33%) 793 (29,47%) 474 (27,72%) 0 279 (27,65%) 249 (30,48%) 2574 (27,31%) Asa Norte Asa Sul Até 7 De 08 a 10 1% 9% Maior = 18 30% Até 7 De 08 a 10 0% 9% Maior = 18 27% De 11 a 14 35% De 11 a 14 35% De 15 a 17 29% De 15 a 17 25% Lago Sul Maior = 18 13% Maior = 18 935(30,40%) 719 (26,72%) 216 (12,63%) 123 (100,00%) 167 (16,55%) 198 (24,24%) 2358 (25,02%) Até 7 2% Sudoeste De 08 a 10 16% De 15 a 17 28% Maior = 18 17% De 15 a 17 28% De 11 a 14 41% Até 7 De 08 a 10 3% 10% De 11 a 14 42% Taguatinga Maior = 18 24% Total Até 7 De 08 a 10 1% 7% Maior = 18 25% De 11 a 14 38% De 15 a 17 30% Até 7 De 08 a 10 1% 10% De 11 a 14 37% De 15 a 17 27% Examination for the Certificate of Proficiency in English – Michigan – 2002 – ECPE Number of Candidates Honors Pass Fail 199 6 117 82 C. B. Students - Honors C. B. Students - Pass C. B. Students - Fail Community - Honors Community - Pass Community - Fail 3 97 66 3 20 16 8% 1% 10% C. B. Students - Honors 1% C. B. Students - Pass 48% C. B. Students - Fail Community - Honors Community - Pass 32% Community - Fail