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30/11/2012
Oficina de Elaboração e Encaminhamentos de Projetos de Gestão II
O Direito à Cidade a partir do
O Direito à Cidade a partir do Serviço Prestado e da Construção Simbólica da População
Professores: Luiz Roberto Alves e Paula Trottmann
Parte I: do agregado ao cidadão
Filme “Li h d P
“Linha de Passe”, 2008
” 2008
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A cidade
“Convém considerar que, em números do IBGE, 60%
da população urbana brasileira vivem hoje em 224
municípios com mais de 100 mil habitantes, dos quais
94 pertencem a aglomerados urbanos e regiões
metropolitanas com mais de um milhão de pessoas.
Essa suposta
p
cidadania sofre conseqüências
q
do modelo
urbanístico concentrador, excludente e predatório, o
qual, se não fora visível nos estudos de Geografia e
História (SANTOS, M. PRADO, P. e AB‐SABER, Aziz entre
tantos), seria cortante nas manchetes de jornais
contemporâneos. Portanto, não há outro caminho
senão uma governança criativa a incidir sobre novas
atitudes da cidadania e suas representações.”
A cidade
ƒ Em entrevista ao jornal Le Monde Diplomatic, o professor
Milton Santos (2001) responde à pergunta: “Seria possível
pensar, a partir dos sinais presentes hoje, que um novo
mundo urbano é possível, aqui no Brasil?”. Santos é
categórico: “Eu acho que sim. Essa realidade está se
produzindo. Em primeiro lugar, a cidade tomou o lugar da
nação. E a nação, pela mão do aparelho de Estado, foi
estilhaçada, fragmentada. A cidade é que se apropria das
possibilidades do futuro, não é o campo. A cidade, no seu
funcionamento, hoje, é menos capitalista do que o campo
moderno. Ela mistura. Ela é criativa, porque é mistura. O que
falta é aumentar a consciência desses fatos todos, de modo a
reduzir o jogo atual de cabra‐cega.”
Não existe amor em SP, Criolo
Não existe amor em SP
Um labirinto místico
Onde os grafites gritam
Não dá pra descrever
Numa linda frase
De um postal tão doce
Cuidado com doce
Cuidado com doce
São Paulo é um buquê
Buquês são flores mortas
Num lindo arranjo
Arranjo lindo feito pra você
Não existe amor em SP
Os bares estão cheios de almas tão vazias
A ganância vibra, a vaidade excita
Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel
Aqui ninguém vai pro céu
Não precisa morrer pra ver Deus
Não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você
lh
ê
Encontro duas nuvens em cada escombro, em cada esquina
Me dê um gole de vida
Não precisa morrer pra ver Deus
2
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Intervalo – 5 min.
Dúvidas? .....
Parte II: o direito à cidade
Direitos e políticas públicas
ƒ O que é o direito?
ƒ O que é o serviço?
ƒ O que é a política pública?
3
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Direitos e políticas públicas
ƒ Políticas públicas
ƒ Operacionalizam o direito.
social
ƒ Operam a devolutiva social.
ƒ Permitem o surgimento de uma cultura
política e da cidadania.
Contrato social
ƒ Contrato social
ƒ Consiste da firmação de um acordo entre
os indivíduos de uma comunidade.
ƒ O novo contrato social
ƒ O contrato social contemporâneo deve
trazer, necessariamente, a ideia de justiça
(direitos dos cidadãos e prestações
positivas do Estado).
Contrato social
ƒ Hobbes.
ƒ Locke.
ƒ Rousseau.
ƒ Rawls .
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Contrato social
ƒ “O novo contrato social parte de uma
realidade
na
qual
os
direitos
fundamentais (individuais e coletivos)
são um referencial de ação do Estado na
aplicação da lei, como também na
formatação
das políticas públicas”
(RUEDIGER; RICCIO, 2005)
As cidades e as políticas públicas
ƒ Cidades como espaços para se enfrentar
desafios:
ƒ Econômicos .
ƒ Políticos.
ƒ Culturais.
O projeto‐cidade
ƒ O que é?
ƒ Por quê fazer?
ƒ Como fazer?
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As cidades e as políticas públicas
“(...) Entende‐se a cidade não só como um
território que concentra um importante
grupo humano e uma grande diversidade
de atividades, mas também como um
espaço simbiótico (poder político/
sociedade civil) e simbólico (que integra
culturalmente e confere identidade
coletiva a seus habitantes.” (BORJA, 1996)
Filme “Cid d
“Cidades possíveis”, 2002
í i ” 2002
Construção, Chico Buarque
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
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Intervalo – 5 min.
Dúvidas? ......
Parte III: a construção simbólica da cidade
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Filme “Hi tó i d B i
“História dos Bairros de São Paulo II”, 2008
d Sã P l II” 2008
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A construção simbólica da cidade
ƒ Muniz Sodré (2002:257), depois de amplo levantamento
sobre o processo de comunicação atual, sob globalização, e
suas relações com o mundo urbano e com as possibilidades
de cidadania, encontra um caminho:
“(...) trata‐se de se pôr cientificamente na
contramão do movimento expansivo de redução da
experiência vital pelo crescimento exponencial da
armação tecnológica do mundo, coonestado pelo
comercialismo indiferente das organizações que
dominam as mídias. Isto implica inscrever no
pensamento comunicacional o horizonte de
revitalização da experiência democrática a partir do
'comum', isto é, da capacidade de articulação ético‐
política das organizações regionais e populares".
A construção simbólica da cidade
“Eu indicaria a via de uma política de civilização que ressuscitaria
as solidariedades, faria recuar o egoísmo e, mais profundamente,
reformaria a sociedade e nossas vidas. De fato, nossa civilização
está em crise. Neste ponto, onde ela e nós chegamos, o bem‐estar
material não levou necessariamente a um bem‐estar mental, o que
testemunha o consumo desenfreado de drogas, ansiolíticos,
antidepressivos
d
e soníferos.
íf
O desenvolvimento
d
l
econômico
ô
não
ã
conduziu a um desenvolvimento moral. A aplicação do cálculo, da
cronometria, da hiper‐especialização, da compartimentalização no
trabalho, nas empresas, nas administrações e, finalmente, em
nossas vidas, provocou freqüentemente a degradação das
solidariedades, a burocratização generalizada, a perda de
iniciativa, o medo da responsabilidade”. (Edgar Morin, 25.04.2007
in Le Monde, apud Marco Aurélio Weissheimer, Carta Maior)
Filme “D t
“Doutores da Alegria, o Filme”, 2005
d Al i
Fil ” 2005
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A construção simbólica da cidade
“ (...) os urbanos do século XXI decidirão eles viver,
como desejam, numa cidade não‐poluída e, portanto,
abandonar seu automóvel nas portas da cidade ou nos
estacionamentos? (...) Os citadinos medievais não
eram tão apegados às aparências de suas cidades, pois
elas mudavam todo o tempo. As cidades eram lugares
de renovação. (...) Na Idade Média, a cidade possuía
uma beleza viva, mas estou convencido de que ela está
prestes a conceber novos encantos que irão renovar
sua sedução.” ( Jacques Le Goff, Por amor às cidades,
1988)
Referências
ƒ ALVES, L.R. Da atitude consorcial à gstão social: eppur si
muove. Cadernos de Gestão Social, v.3, n.1, 2012.
ƒ ALVES, L.R.; CANIDO, J.G.; CAZZOLATO, N.Z.; SIVA, L.D.
Comunicação e Bem Público: Outra vez, a Hora da NOMIC.
XXXVI Encontro da Anpad. Rio de Janeiro, 2012.
ƒ BORJA,
BORJA J.
J As cidades e o planejamento estratégico: uma
reflexão Europeia e Latino‐americana. In: FISCHER, T., Org, 2ª
ed. Gestão Contemporânea: Cidades estratégicas e
organizações locais. Rio de Janeiro, Editora da Fundação
Getúlio Vargas, 1997.
ƒ (Edgar Morin. Le Monde apud Marco Aurélio Weissheimer,
Carta
Maior,
25.04.2007).
À memória do Prefeito Celso Daniel, líder e educador.
Referências
ƒ Entrevista publicada originalmente no Caderno Especial "Um
Outro Mundo Urbano é Possível", co‐edição Instituto Pólis e
Le Monde Diplomatique, por ocasião do Fórum Social
Mundial
‐
2001.
Disponível
em:
http://www.direitoacidade.org.br/artigo_interno.asp?codigo
=78. Acesso em 28/08/2012.
ƒ LE GOFF, J. Por amor às cidades: conversações
ç
com Jean
Lebrun. Trad. Reginaldo Carmello Corrêa de Morais. São
Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1988.
ƒ RUEDIGER, M.A.; RICCIO, V. O novo contrato social:
desenvolvimento e justiça em uma sociedade complexa. In:
CAVALCANTI, B.S.; RUEDIGER, M.A.; SOBREIRA, R., Org(s), 1º
ed, 2005. Desenvolvimento e construção nacional: políticas
públicas. Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas,
2005.
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