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Relatório de GEOGRAFIA – 2º semestre/2016
Turma: 7º Ano
Professora: Ludmila Santos
Coordenadora: Maria Aparecida de Lima Leme
Sonho
em
corrosão,
migalhas
são.
Como assim, bala perdida? O corpo caiu no chão
Num trago pra morte, cirrose de depressão
Se o pensamento nasce livre, aqui ele não é não
Sem culpa católica, sem energia eólica
A morte rasga o véu, é o fel, vem na retórica
Depressão é a peste entre os meus
Plano perfeito pra vender mais carros teus.
Criolo
Iniciamos o semestre analisando a
poesia
de
Luz
Ribeiro
–
Menimelímetros. As palavras da
poetisa nos levaram para realidades
distantes de meninos que cabiam em
nove
milímetros
e
que
se
aprimoravam pelos becos e vielas da
favela. Crítica feroz aos privilégios da
classe média a artista desmonta
questões sobre meritocracia e inspira
pensamentos que desmitificam os
discursos raivosos dos opressores meios de comunicação. Participante de saraus que passeiam
fora dos circuitos culturais, ela explica que a arte polvilha na periferia e ascendem
entendimentos que só ali conseguiria. Para os alunos do sétimo ano isso foi um respiro para a
rotina de intransigência que acompanhavam midiaticamente, tanto no cenário nacional quanto
no internacional. Com um perfil sensível e potencialmente artístico logo que apresentei a poesia
que dispararia os assuntos do semestre, a turma sugeriu para acompanhar a proposta a música
do Crioulo, Convoque seu Buda. Pautada também em uma ácida crítica à intolerância em
diversos aspectos, a música veio ao encontro das análises que se seguiram. E por essa solicitação
já se percebe a característica de envolvimento que esses alunos têm com os trabalhos realizados
na disciplina de Geografia.
Já mencionei, em outros momentos, que é
uma sala que gosta de construir, e hoje vejo
que essa maneira de funcionar extrapola a
parte da construção física. Eles gostam de
fazer, mas planejar e elaborar propostas
têm sido proveitoso, pois o mundo das
ideias que eles apresentam é mágico. E
assim seguimos trabalhando os conteúdos
que podemos resumir nos Brasis. Muitos
jeitos de se viver nesse país simbolizavam a
pluralidade social e econômica do Brasil,
mas também nos permitia quebrar uma
unidade que se mostra na opressão e nos padrões impostos. Somos brasileiros, latinoamericanos e divergimos tanto nos sistemas produtivos quanto na cultura e movimentos
artísticos que se distribuem pelo território. Portanto das cinco regiões que nosso material
didático nos apresentou seguimos cortando os sertões e abrindo os cerrados nas importâncias
desimportantes, parafraseando Manoel de Barros. O sétimo ano tem essa vontade de
transgredir os sentidos, por pura genialidade e o faz de um jeito leve, contextualizando as
historicidades que construíram o lugar da nossa morada. Para respaldar essa avaliação dou o
exemplo das suas pinturas ou maquiagem que não seguem ditames da moda, eles a usam para
pintar-se como os índios Xavantes, ou fazer a caveira característica da festa dos mortos no
México, em pleno horário de aula. Tem
na pele a resistência que Criolo tem nas
músicas. Tem na cabeça ideal de gente
grande, adultos nas reinvindicações que
de maneira singela, às vezes nos
mostram caminhos mais legítimos (para
nós, os adultos de fato). Outro fato que
exemplifica essa questão é como
trabalharam os relevos e climas na caixa
de areia do parque. Indicaram matas,
rios, lagos e brincaram por duas aulas
com os conceitos que envolviam as
questões físicas da Região Sul. Essa parte
brincante é a melhor e acredito que isso não vai se esmaecer com o tempo, pois para eles está
na forma como interagem e percebem o mundo.
Nota: As fotos desse relatório são do registro do trabalho “Relevo no Parque” que sintetizou os
estudos da parte física da Região Sul.
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