FILOSOFIA GERAL PROF. ALBERTO DIAS MENDES FILOSOFIA - UMA COMPREENSÃO NECESSÁRIA A primeira coisa que devemos compreender é o significado da filosofia. O que vem a ser essa disciplina que encanta alguns e é considerada "chata" para outros tantos. O percurso histórico da filosofia demonstra a marginalização a que foi submetida essa que é a mãe de todas as disciplinas. Ao indagarmos sobre os principais filósofos, certamente ouviremos nomes de Sócrates, Platão e Aristóteles. Pessoas como Pitágoras, Galileu, Libniz, Einstein, Copérnico, Tales de Mileto muitas vezes são associados mais às ciências exatas do que à filosofia, expressando uma falsa divisão entre o mundo físico e o pensamento. A filosofia não precisa nem deve ser um martírio para os estudantes. Estudá-la é uma arte e um desafio que nos coloca em outro patamar diante da realidade, com muito mais qualidade e autoridade sobre o assunto que estamos abordando. Mas por que filosofia tornou-se tão chata? A rejeição não é à filosofia, mas às ciências humanas. Durante muitos anos, principalmente na ditadura militar, fomos convencidos de que estudar matérias que nos ajudavam a pensar era desnecessário. Fomos obrigados a ler o que a ditadura queria, como Moral e Cívica e OSPB. A dinâmica no mundo moderno e capitalista é muito pesada e acelerada. Não temos tempo para ficar pensando ou refletindo sobre o amanhã. As coisas acontecem rapidamente e precisamos dar respostas rápidas. Com o advento das novas tecnologias (internet e whatsapp, principalmente esse último) o ritmo das trocas é imensurável. Os chamados "memes" invadiram as redes sociais e disseminam todo o tipo de informação, boas e más. Pois então, quando lemos uma mensagem no whatsapp ou nas redes sociais, estamos diante de discursos filosóficos. Isto porque nada acontece por acaso. Na maioria dos casos, esses "memes" são criados por empresas de marketing, justamente para que o receptor da mensagem faça três coisas: 1- ler; 2- discutir; e 3- passar adiante. Essa é a intenção. Quando a pessoa cumpre esses três passos, ela caiu na rede, sem nem se dar conta de que está diante de uma propaganda, cujo objetivo era exatamente esse, de fazer o que ela fez. Isso nada mais é do que filosofia, ou seja, um discurso, uma ideia, um pensamento, que expressa uma realidade. Atualmente, isso tem acontecido muito com a política. São incalculáveis os "memes" de situações políticas ou personalidades públicas, na maior parte dos casos divulgando mensagens subliminares. Com certeza, já fomos vítimas várias vezes dessa armadilha. É possível agora compreender o que é filosofia. Ou pelo menos para que ela serve? Se ainda não, tudo bem. Vamos continuar as discussões. Afinal, "sei que nada sei"!! ALBERTO DIAS MENDES Página 1 FILOSOFIA ANTIGA OU CLÁSSICA MARCO HISTÓRICO: SÓCRATES (cerca de 469 a. C.) ANTES: PRÉ-SOCRÁTICOS DEPOIS: PÓS-SOCRÁTICOS PLATÃO Formas puras Formas pervertidas Monarquia Tirania Oligarquia Aristocracia Democracia ARISTÓTELES Formas de governo Formas puras Monarquia: governo de um só homem, de caráter hereditário ou perpétuo, que visa o bem comum, como a obediência as leis e às tradições Aristocracia: governo do melhor homens da república, selecionados pelo consenso dos seus cidadãos e que governa a cidade procurando o beneficio de toda a coletividade Politia: governo do povo, da maioria, que exerce o respeito às leis e que beneficia todos os cidadãos indistintamente, sem fazer nenhum tipo de discriminação. Formas pervertidas Tirania: governo de um só homem que ascende ao poder por meios ilegais, violentos e ilegítimos e que governa pela intimidação, manipulação ou pela aberta repressão, infringindo constantemente as leis e a tradição Oligarquia: governo de um grupo economicamente poderoso que rege os destinos da cidade, procurando favorecer a facção que se encontra no poder em detrimento dos demais Democracia: governo do povo, da maioria, que exerce o poder favorecendo preferencialmente os pobres, causando sistemático constrangimento aos ricos. FILOSOFIA MEDIEVAL Santo Agostinho (354-430 d.C.) Lei injusta Em termos meramente formais, a lei injusta continua a ser lei, tal como o Estado tirânico continua a ser Estado, mas não passam de um mais imperfeito que pode, ou tem de, ser superado pelo desejo comunitário do mais perfeito. O injusto, relativamente à lei, tal como o tirânico, no tocante à polis, não passam de degenerescências do modelo, pelo que todo o trabalho teórico que visa transformá-los em espécies de um género maior, que também pode incluir o anti-justo e o anti-político, significa rebaixamento dos fins do social e a admissão, como normal do anormal do iuristitium e da dictatura. Santo Agostinho considera que a lei injusta não merece o nome de lei, por ser violência e não obrigar em consciência, embora tenhamos de a cumprir para se evitarem escândalos e perturbações, desde que a mesma não atente contra a lei divina positiva. Radbruch, num artigo de 1947, ALBERTO DIAS MENDES Página 2 proclama: a ciência do Direito tem de meditar, de novo, sobre a milenar verdade de haver um Direito superior à lei, um Direito natural, um Direito divino, um Direito racional, medido pelo qual a injustiça continua a ser injustiça, ainda que revista a forma de lei, e diante do qual a sentença pronunciada, de acordo com esta lei injusta, não é Direito, mas o contrário do Direito. FILOSOFIA MODERNA Maquiavel (1469-1527) O Príncipe consiste de um manual prático dado ao Príncipe Lorenzo de Médici como um presente, o qual envolve experiência e reflexões do autor. Maquiavel analisa a sociedade de maneira fria e calculista e não mede esforços quando trata de como obter e manter o poder. Maquiavel afirma ainda que um líder deve buscar o apoio de seu povo. Para a surpresa de muitos, o autor explicou que ao assumir o poder “deve-se cometer todas as crueldades de uma só vez, para não ter que voltar a elas todos os dias…Os benefícios devem ser oferecidos gradualmente, para que possam ser melhor apreciados.” Maquiavel também ensinou que para obter sucesso, um líder deve estar cercado por ministros leais, competentes e confiáveis. Um dos temas mais importantes de “O Príncipe” é o debate sobre a seguinte questão: “é preferível que um líder seja amado ou temido?” Maquiavel responde que é importante ser amado e temido, porém, é melhor ser temido que amado. Rousseau (1712-1778) Do Contrato Social e Discurso sobre a origem das desigualdades entre os homens A questão que se colocava era a seguinte: como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar da vida em sociedade? Segundo Rousseau, isso seria possível através de um contrato social, por meio do qual prevaleceria a soberania da sociedade, a soberania política da vontade coletiva. Rousseau percebeu que a busca pelo bem-estar seria o único móvel das ações humanas e, da mesma, em determinados momentos o interesse comum poderia fazer o indivíduo contar com a assistência de seus semelhantes. Por outro lado, em outros momentos, a concorrência faria com que todos desconfiassem de todos. Dessa forma, nesse contrato social seria preciso definir a questão da igualdade entre todos, do comprometimento entre todos. Se por um lado a vontade individual diria respeito à vontade particular, a vontade do cidadão (daquele que vive em sociedade e tem consciência disso) deveria ser coletiva, deveria haver um interesse no bem comum. ALBERTO DIAS MENDES Página 3 Daí a importância do contrato social, pois os homens, depois de terem perdido sua liberdade natural (quando o coração ainda não havia corrompido, existindo uma piedade natural), necessitariam ganhar em troca a liberdade civil, sendo tal contrato um mecanismo para isso. O povo seria ao mesmo tempo parte ativa e passiva deste contrato, isto é, agente do processo de elaboração das leis e de cumprimento destas, compreendendo que obedecer a lei que se escreve para si mesmo seria um ato de liberdade. Outros autores a serem estudados: Locke, Hobbes, Hegel, Marx, Foucault Reflitam sobre os seguintes temas: - Platão destacou-se na filosofia por seu pensamento contemplativo, porém perspicaz. O mundo das ideias para Platão era muito real, o que acarretou uma confusão nas mentes daquela época. As ideias, para ele, manifestam-se de diversas maneiras, ao mesmo tempo que parecem constituir-se uma unidade indivisível. Esse princípio contraditório era comum na antiguidade grega. - Platão escreveu o “mito das cavernas” e a ele forma atribuídos vários significados. Dentre eles, o de alienação. Cada um compreende de maneira inteligente a alegoria platônica. - Democracia era um tema muito comum na antiguidade. Na Grécia, que todos chamam “berço da democracia”, a participação na polis só era admitida aos cidadãos, homens livres, nobres, sábios, guerreiros. Ao povo comum, mulheres, crianças, não era possível intervir nos assuntos da cidade, o que era considerado uma aberração. Dentre os argumentos, Aristóteles e Platão diziam que o povo não era suficientemente sábio para governar. PESQUISAR SOBRE OS CONCEITOS DE: ESTADO DEMOCRACIA POLÍTICA SOCIEDADE TRABALHO ÉTICA ALBERTO DIAS MENDES Página 4