Marés Marés são variações periódicas do nível do mar causadas pelas forças gravitacionais do Sol e da Lua. O movimento vertical das marés é acompanhada pelo movimento horizontal das águas que denominamos de correntes de marés. Enquanto as marés sobem e descem, as correntes são denominadas de vazante (durante a descida) e enchente (durante a subida). Correntes intensas gera turbulência, impedindo a estratificação. As mais fracas podem levar a formação de ondas internas na termoclina Dadas as dimensões das alturas das marés e das profundidades dos oceanos, as marés são classificadas de ondas de mar raso. 30/06/09 Relação entre Marés e Correntes de Marés Maré alta Maré baixa Flood Current=> Corrente de Enchente Ebb Current => Corrente de Vazante 30/06/09 PRINCÍPIO FÍSICO DAS MARÉS Maré - termo genérico que define o aumento e diminuição alternado no nível do mar com relação ao continente e é produzido pelo equilíbrio entre a força gravitacional (da Lua e do Sol (principalmente) e a aceleração centrífuga. Maré também ocorre em grandes lagos, na atmosfera e dentro da crosta sólida Força Gravitacional (Lei de Newton da Gravitação): F = GmM/R2 G = 6.67×10-11 N m2/kg2 Teoria do Equilíbrio: assume que a Terra não tem continentes, possui órbita circular e é totalmente esférico 30/06/09 Sistema Terra-Lua Corpo girando sem rotação. O eixo mantém a mesma orientação. Os pontos na esfera em raios iguais, sujeitos a mesma força centrífuga. Corpo girando com rotação. Eixo aponta para o centro da revolução. Pontos na superfície sujeitos a forças cent. diferentes. Pto mais próximo ao centro está sujeito a forças mais fortes. 30/06/09 Sistema TerraLua Aplicando a teoria para Terra e a Lua: Esses corpos gravitam em torno de um centro de massa do sistema Terra-Lua: movimento de revolução (evoluem sem girar no próprio eixo). Devido a massa da Terra ser maior, esse ponto fica bem próximo ao centro da Terra 30/06/09 Força Geradora de Maré ∙ Terra e Lua giram ao redor do CM do sistema com período de 27,3 dias ∙ Todos os pontos da Terra estão sob à mesma FORÇA CENTRÍFUGA (Fc) ∙ Força Geradora de Maré = Força Gravitacional da Lua – Força centrífuga. Força Gravitacional mM Fg G 2 L r G = 6.672∙10 −11 m2 N Kg 2 FGM A G mM L r R G 2 mM L r2 R r � 2r R �2r , R r �r 2 2 mM L R r3 RM 2G» 3 L r FGM A 2Gx FGM A m 30/06/09 Força Centrífuga Maré de equilíbrio F = GmM/R2 Gravitacional da Lua (mudanças de um lado da Terra a outro) eradora de Maré(Diference entre força centrífuga e gravitacional) Forças atrativas da Lua são máximas quando ela está no equador. 30/06/09 Apesar desse modelo descrever o processo físico das marés, apenas 2 ciclos são importantes no que diz respeito à maré induzida pela lua: 1º CICLO: Declinação da Lua: a órbita da Lua não é no plano do equador da Terra (inclinação de 28º, Se juntarmos os centro da Terra com o da Lua) As marés numa dada latitude serão desiguais durante o período de um dia(desigualdade diurna), particularmente em latitudes médiasmáx.(28º) Na declinação está aprox. em cima dos trópicos(23º), onde a variação diurna(Maré dos trópicos). Mín (Lua verticalmente em cima do equador.), não há variação diurna(maré equatorial) 30/06/09 2º CICLO: A órbita da Lua é em torno do centro de massa Terra-Lua é elíptica. Assim, a distancia da Lua para a Terra varia, variando a força geradoras da maré. 30/06/09 Sistema Sol-Terra-Lua A razão M/r3 do Sol é cerca de 45% da razão da Lua. Se as forças geradoras variam diretamente com a massa e inversamente com o cubo da distância do corpo atraente, a maré de equilíbrio produzida pelo sol gira a oeste ao redor do globo enquanto a Terra gira pra leste. Período semidiurno de 12 hrs. INTERAÇÃO SOLAR NAS MARÉS LUNARES Quando Terra, Lua e Sol estão alinhadas (lua nova, lua cheia), os efeitos são adicionados e temos a • MARÉ DE SIZÍGIA 30/06/09 As mudanças regulares nas declinações da Lua e Sol, e suas variações cíclicas com relação a Terra, produzem vários constituintes harmônicos, que contribuem com a maré em qualquer lugar ou tempo. Maior maré astronômica: Terra no Periélio, Lua no Perigeu e ambos Sol e Lua a uma declinação 0 (de novo só daqui a uns 6000 anos...). 30/06/09 IMPORTANTE: Não esquecer que as ondas de maré “viajam” como ondas de águas rasas (ondas longas) Por que? R= comprimentos de onda = 4500 km. Onda semidiurna “viajando” em colunas d’água de 1000m R= razão profundidade/comprimento de onda = 1/4500, consequentemente sua velocidade de fase é calculada por c= sqrt(gh) A maré observada em qualquer lugar é a superposição de vários constituintes que surgem dos diversos mecanismos forçantes PRINCIPAIS CONSTITUINTES DE MARÉ η = AM 2 sin(σ M 2t + φM 2 ) + AS 2 sin(σ S 2t + φS 2 ) + AN 2 sin(σ N 2t + φN 2 ) + ... Obj104 30/06/09 CLASSIFICAÇÃO DAS MARÉS De acordo com a altura da maré (na costa) • Micro maré: H < 2m (Cassino) • Mesmo maré: 2<H<4 m (Fortaleza) •Macromaré: 4<H<6 m (São Luís) Para caracterizar as marés é usado o Fator de Forma: F = [ K1 + O1 ] / [ M2 + S2 ] •F < 0.25 : maré semidiurna •0.25 < F < 1.25 mista : predominantemente semidiurnal • 1.25 < F < 3.00 : mista - predominantemente diurnal •F > 3 : diurnal 30/06/09 Registros de Nível do Mar Immingham (UK) São Francisco (EUA) Manila (Filipinas) 30/06/09 30/06/09 MARÉS NO OCEANO REAL: COMO ASSIM?? A modelo proposto pela maré de equilíbrio apresenta algumas falhas: • A Terra não gira ao através de apenas 2 bulbos de maré. Presença dos continentes impede que os bulbos circumnaveguem o globo e a configuração deles aprisiona a direção dos fluxos de maré, além da profundidade média ser apenas aprox. 4 km. • Não explica a circulação anfidrômica, muito menos a maré diurna (Uma maré alta e outra baixa em dia de maré) em pontos de baixas latitudes. •Não explica marés semidiurnas em latitudes médias onde a desigualdade diurna é mínima. • Essa teoria falha ao prever a existência de ciclos sincronizados com o mês sideral (27,32 dias). Mais familiar ao ciclo de fases da lua (29,52 dias- mês sinódico ou mês lunar). • A taxa de rotação da Terra em torno de seu eixo é muito rápida para a inércia das massas d’água para ser superada em tempo hábil para estabelecer um equilíbrio. Assim, um atraso na resposta dos oceanos é inevitável. Ainda bem, senão cada maré alta chegaria na forma de um tsunami. • Movimentos laterais induzidos pelas forças geradoras estão sujeitas a forças de Coriolis 30/06/09 Sistema Sol-Terra-Lua Mês Sinódico = período entre sucessivas Luas Novas (T = 29.5 dias) Mês sideral = período da rotação da Lua ao redor do CM da Terra-Lua (T = 27.3 dias) 30/06/09 TEORIA DINÂMICA DAS MARÉS Nos oceanos, as profundidades e configuração das bacias oceânicas, a força de Coriolis, a inércia e as forças friccionais influenciam o comportamento do fluido, ou seja, o bulbo de água sofre com a rotação e a presença dos continentes. Princípio da análise das constituintes harmônicas. Assim, a geometria das bacias indica quais dessa componentes são amplificadas (390 componentes). ROTAÇÃO DA TERRA + CONTINENTES= SISTEMAS ANFIDRÔMICOS Cristas da onda de maré giram em torno de um ponto de maré nula: Os famosos “PONTOS ANFIDRÔMICOS” Em cada sistema, as linhas do co-fase podem ser definidas como os pontos onde as marés estao no mesmo estágio(fase) do ciclo, radiando para fora do ponto. Já as linhas de co-oscilação corta, transversalmente (aprox. 90º) as linhas de co-fase, as quais juntam os lugares de mesma variação da maré. Formam circulos aprox. concentricos, representando maiores variações na medida30/06/09 que se afasta do ponto. 30/06/09 MARÉS DE CO-OSCILAÇÃO O oceano força uma corrente de maré na conexão com mares marginais ou baías, onde a amplitude de maré não excede os valores típicos para condições de oceano aberto. •Correntes de maré oscilatórias podem produzir uma corrente média ou residual. •Fenômeno não linear • Energia é transferida de frequências de maré dominantes (ex: M2) para harmônicos maiores.(ex:M4,M6) e para fluxos zero. •Se estiver em ressonância com o mar com período de seiche, ocorre amplificação da sua amplitude. (Reentrâncias maranhenses – 10-12 m) • 30/06/09 ONDAS TRAPEADAS NA COSTA São ondas que crescem em direção a costa, ou seja, dependem dela para existir. • Principais fatores para formação de ondas na plataforma 2. Rotação da Terra 3. Inclinação na plat. Continental 4. Forçante externa variável (atuação do vento) O vento controla a água na cama de mistura (camada de Ekman) promovendo um movimento periódico em direção e para fora da costa, que produz ressurgência e subsidência e ainda, fluxos onshore e offshore abaixo da camada de Ekman. 30/06/09 Se a Hplataforma é constante, a água abaixo da camada de mistura irá simplesmente se mover para dentro e para fora como uma resposta passiva a forçante do vento. Se houver inclinação: Terra em rotação: possui momento angular, que deverá se conservar. E para conservar, a coliuna de água diminui o raio enquanto sua altura aumenta. Essa tendência de rotação e conhecida como VORTICIDADE. 30/06/09 Propagação: Equilíbrio geostrófico (FGP=Fcor) Consequência direta da geostrofia em oceano aberto: centros isolados de AP e BP formam células fechadas de •Quando se aproximam da costa, circulação: VÓRTICES correntes seguem nas linhas de mesma pressão somente em um lado dos centros de pressão e não tem onde ir quando se aproxima da costa. •Os centro de AP e BP não são rodeados por pressões uniformes e podem ser direcionados para a costa. •Resultado: transporte de água de uma lado do centro de pressão para o outro, ou descida do nível do mar num lado e descida no outro. 30/06/09 Na parte oeste, essas ondas se propagam para o equador enquanto que no leste são direcionadas para os pólos. 30/06/09 Movimentos dos centros de alta e baixa pressão ao longo da costa são chamados de ONDAS DE KELVIN Desse modo: Ondas de Kelvin – este tipo de onda não tem nenhum tipo de modo oceânico. Elas progridem em direção à costa com a velocidade de uma onda de gravidade longa, e sua amplitude decai exponencialmente conforme se distancia da costa. Elas dependem da presença da linha de costa para existir. Ondas de Plataforma – estas ondas existem porque a plataforma NÃO apresenta profundidade uniforme, mas sim profundidade que aumenta gradativamente em direção ao oceano. Logo, o principal ingrediente para sua ocorrência é a presença de um fundo inclinado. 30/06/09 ONDA DE KELVIN EXTERNA – ocorre na superfície e se manifesta como anomalias da elevação do nível do mar. Esta onda é barotrópica e não sente a estratificação de densidade dos oceanos. As marés se propagam nas plataformas continentais em forma de ondas de KELVIN (No sentido contrário ao giros de alta pressão dos oceanos) • ONDA DE KELVIN INTERNA – são baroclínicas e propagam-se na picnoclina como anomalias do campo de densidade. 30/06/09