Lei zero da termodinâmica: A lei zero da termodinâmica é uma lei simples de se compreender, para entender seu princípio consideremos que num sistema isolado termicamente haja três corpos a, b e c de com temperaturas Ta Tb e Tc respectivamente. A lei zero afirma que se Ta for igual a Tb e Tb for igual a Tc , então os três corpos estão em equilíbrio térmico entre si. Mas já que falamos em temperatura..., um termo que é usualmente utilizado no nosso cotidiano, mas será que sabemos a definição de temperatura qual será sua relação com a palavra calor? Para uma compreensão mais simplificada dobre temperatura, consideremos um cilindro fechado com um gás idealizado no seu interior. Quando se aumenta ou diminui a temperatura desse sistema o que se observa é uma mudança na velocidade média das partículas do gás no seu interior. Se desconsiderarmos a força atrativa entre tais partículas, logo o sistema terá apenas energia cinética de translação. Portanto, se a temperatura do sistema a energia cinética média das articulas também aumenta e vice e versa, de modo que podemos obter a relação: T~<Ec> Se considerarmos todas as energias envolvidas num sistema, a soma dessas energias recebe o nome de energia interna U. Em outras palavras podemos definir temperatura como uma grandeza que está relacionada com a energia interna de um material ou substância. CALORIMETRIA Conceito de calor: Na calorimetria, estudaremos as transferências de energia térmica entre dois ou mais corpos, que tendem a entrar em equilíbrio térmico. No caso da haste utilizada no exemplo de dilatação linear, para aumentarmos a sua temperatura, foi necessário que a colocássemos em contato com um objeto ou um gás com temperatura relativamente elevada. O que acontece é que este objeto ou gás forneceu energia térmica para a haste e com isso ocorreu um aumento na sua temperatura. A este processo de transferência de energia entre o gás (a alta temperatura), por exemplo, e a haste (a uma temperatura menor) se dá o nome Calor. O processo de transferência de energia entre dois corpos ou entre um corpo e o ambiente em que ele se encontra ocorre apenas até que eles atinjam o equilíbrio térmico, isto é, até que eles atinjam a mesma temperatura. Na natureza esse processo de transferência se decorre normalmente do objeto de maior temperatura para o de menor temperatura. Podemos representar esse processo de transferência de energia na figura abaixo, onde um corpo A a uma temperatura TA e um corpo B a uma temperatura TB são postos em contato como TA > TB a energia fluí de A para B num processo espontâneo. corpo A corpo B Energia TA TA TB >T B Podemos agora reavaliar nossa forma de utilizar a palavra calor no nosso dia-a-dia, pois o normal é que se relacione o calor como propriedade de um corpo ou objeto, e como vimos a idéia de calor é bem diferente. Definição de caloria (cal): A caloria é definida como a energia necessária para elevar 1g de água de 14,5 para 15,5ºC. Calor sensível: A quantidade de calor é a energia térmica retirada ou fornecida de uma substância para variar sua temperatura. Sua unidade é o Joule (J) ou caloria (cal). Onde 1J~4,0 cal é conhecida como equivalente mecânico do calor. O calor sensível pode ser calculado por: Q α ∆t (1) A constante de proporcionalidade entre calor sensível e a variação da temperatura é chamada de capacidade térmica, A capacidade térmica pode ser definida como a quantidade de energia necessária para variar a de 1ºC a temperatura de uma substância. Podemos calcular a capacidade térmica de um material por: C= Q = cal /º C (2) ∆θ Calor específico: Num dia ensolarado a areia da praia atinge uma temperatura bem elevada em pouco tempo, em quanto a água do mar permanece fria. Esse fenômeno é devido a água ter um calor especifico muito alto e a areia um calor específico baixo. Essa diferença de temperatura entre a água do mar e da areia é o que gera os ventos alísios e contra alísios. A capacidade térmica de uma substância é proporcional à sua massa, ou seja, a razão entre a capacidade térmica desta substância e sua massa deve ser constante. A esta constante, se dá o nome de calor específico c. c= C = cal / g º C (3) m O calor específico é definido como a energia necessária para varia em 1ºC 1g de qualquer substância. Obs: O calor específico de um material depende da temperatura em torno da qual ele foi calculado. O calor específico da água é cágua = 1cal / g º C . Esse valor é definido entre 14,5 e 15,5ºC. A partir das equações dois e três obtemos a equação geral da calorimetria. Q = c m∆t (4) CALOR LATENTE OU CALOR DE TRANSFORMÇÃO: É quantidade de energia por unidade de massa fornecida ou retirada de uma substancia pura para mudar seu estado físico. A quantidade de calor que se deve fornecer ou retirar de uma substância pura para variar seu estado físico é dado por: QL=m L (5) onde m é a massa da substância em estudo e , L é calor latente característico da mudança de estado, ou seja, podemos ter: Lv - calor latente de vaporização. L f - calor latente de fusão. Fig. 1 – Comportamento da energia fornecida substância pura em função de sua temperatura. a uma Analisando o gráfico das mudanças de estado sofrida por uma substância pura, ela se mantém a temperatura constante durante a mudança de estado físico, ou seja, podemos encontra-la no estado sólido e liquido a 0ºC e líquida e vapor a 100ºC. CALORÍMETRO Um calorímetro é uma garrafa térmica, ou seja, um sistema que impede que uma substância que se encontra no seu interior troque calor com o meio externo. Se considerarmos um calorímetro com água e um cubo de ferro com diferentes temperaturas a energia fluirá do material de maior temperatura para o de menor e quantidade de calor no interior do calorímetro deverá ser constante, ou seja, o que um perde em energia ou outro ganha. Sendo assim, num sistema termicamente isolado a energia térmica se conserva, ou seja, ∑ Q = Q +Q 1 2 + Q3 + ... = 0 (6) Isto significa que em tais condições se dois corpos estiverem trocando energia, a energia que um perde o outro ganha. Trabalho realizado por um gás Se tivermos um cilindro com um embolo móvel e um gás no seu interior (figura 1). Se colocarmos esse recipiente sobre uma chama como em cima de um fogão, por exemplo, a chama fornece energia térmica para o gás que se expande devido o aumento na sua temperatura, em consequência disso se temos uma força resultante das moléculas do gás devido as sucessivas colisões destas com as paredes do cilindro que movimenta o êmbolo a uma distância d. Como já sabemos, o trabalho de uma força é dado pelo produto escalar entre a força na direção do deslocamento e o deslocamento. Para um deslocamento diferencial de uma partícula o trabalho é dado por: → → dW = Fx ⋅ d x (7) → F A pressão sobre a área do êmbolo é P = → F =PA A . (8) Integrando a equação 7 e substituindo em (8) temos o trabalho realizado ou sofrido por um gás da figura abaixo: Figura 1 W = P A ∆x ⇒ W = ± P ∆V (9) Onde ∆V = A d é a (variação do volume sofrida pelo gás) Quando o gás realiza trabalho (figura 2) dizemos que o trabalho foi positivo, caso o gás seja comprimido por uma força externa (figura 3) o trabalho é negativo. Figura 2 Figura 3 Na figura 2, a seta no gráfico indica que a pressão do gás está diminuindo enquanto o volume aumenta isso deve ocorrer quando o gás se expande, já na figura 1 mostra um acréscimo na pressão do gás enquanto seu volume diminui isso se deve a uma compressão do gás devido o trabalho de um agente externo. O trabalho também podes ser determinado através da área abaixo da curva gráfico. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA Dentro da primeira Lei da Termodinâmica, iremos considerar que nosso sistema termodinâmico pode receber ou ceder energia para suas vizinhanças e passar de um estado para outro. Embora a primeira Lei tenha sido estabelecida para sistemas gasosos ela pode ser aplicada em qual quer sistema em que ocorra transferência de energia entre dois sistemas. Podemos dizer então que quando um sistema recebe energia na forma de calor Q ele realiza trabalho W e consequentemente varia sua energia interna ∆U . Em outras palavras podemos escrever a primeira Lei da seguinte forma: Q = ∆U + W (10) Na primeira lei da termodinâmica não há variação de energia cinética ou potencial do sistema com um todo, porém esses sistemas não estão isolados, ou seja, é possível a transferência de energia para fora ou para dentro desse sistema por meio de trabalho ou calor. Podemos dizer então que a primeira lei obedece a lei da conservação da energia. P ⇒ P2 P1 V2 V1 V Figura – 3: (a)compressão de um gás, (b) gráfico correspondente ao processo (a). Em relação aos sinais das variáveis relacionadas na primeira lei, podemos de forma resumida obter: Q > 0 - energia térmica recebida pelo sistema; Q < 0 - energia cedida pelo sistema; W > 0 - trabalho realizado pelo gás; W < 0 - trabalho sobre o gás; ∆U > 0 - aumento na temperatura do gás (aquecimento); ∆U < 0 - redução na temperatura (resfriamento); Processos termodinâmicos Processo Isovolumétrico: Se o êmbolo do cilindro da figura 1 estiver fixo, o gás não terá variações no seu volume e com isso o gás não realizará ou receberá trabalho W = P(0) = 0 , logo se o gás irá receber energia na forma de calor, ele a converterá totalmente em energia interna, elevando a temperatura. Pelo contrário se o gás perder energia na foram de calor, ele irá reduzir sua energia interna na mesma quantidade. Q = ∆U (11) Processo isotérmico: Como já sabemos energia interna U de uma sustância está diretamente ligada a sua temperatura, ou seja, se não ocorre variação de temperatura durante um processo termodinâmico, não ocorre variação da energia interna. Então se o sistema receber energia na forma de calor, ele realizará trabalho positivo (+W) e se ele perder a pressão atmosférica realizará trabalho sobre o gás, isto é, o trabalho recebido pelo sistema será negativo. Se a energia interna não varia, a energia fornecida ou cedida pelo gás é totalmente convertida em trabalho. P1V1 = P2 V2 ∆U = 0 ⇒ Q = W (12) O gráfico 1 mostra um curva característica de um processo isotérmico. Processo adiabático: Na transformação adiabática, o gás realiza ou recebe trabalho apenas à custa da variação da energia interna, ou seja, nestas transformações a variação de energia interna, é igual ao trabalho envolvido no processo com o sinal contrário. ∆U = −W (13) A figura1 mostra os dois estados de um gás ideal confinado num cilindro. Supondo que as paredes desse cilindro sejam adiabáticas (isoladas termicamente), se transferirmos energia para o sistema na forma de trabalho a energia interna do gás deve aumentar na mesma proporção, ou se o gás realizar trabalho ele deverá perder energia e com isso reduzir sua temperatura. Expansão livre No caso de uma expansão livre, não há trocas de calor com o meio externo, ou seja, são processos adiabáticos e, ainda não há trabalho realizado pelo ou sobre o sistema. Logo para uma expansão livre Q = W = 0 , logo a primeira lei fica: ∆U = 0 (14) Fig.03 - Um gás inicialmente isolado num compartimento de um cilindro com paredes isoladas, após aberta a válvula o gás expande livremente e preenche todo recipiente sem qualquer troca de calor. Nenhum trabalho é realizado pelo gás, pois ele se expande rapidamente para a câmara vazia e, portanto não ocorre nenhuma pressão. Processo cíclico: Neste processo o gás após as trocas de calor e trabalho retorna ao seu estado inicial. Para este tipo de processo não há variação da energia interna, ou seja, ∆U = 0 . Um exemplo para este tipo de processo ocorre num refrigerador. P P w>0 w<0 V V Num processo cíclico, o trabalho é numericamente igual à área delimitada pelo gráfico e igual a quantidade de calor cedida ou perdida pelo sistema. Bibliografia: [1]-Halliday; Resnick; walker. Fundamentos de Física 6º edição vol.02; [2] -Poul A Tiple. Tipler 1/b Física vol.02 segunda edição 1984.