Eleições em que os processos de ajustamento tiveram papel principal

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SEGUNDA-FEIRA
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21 MAR 2016
|
ECONOMIA
|
19
EVOLUÇÃO NAS ÚLTIMAS LEGISLATIVAS
Eleições em que os
processos de ajustamento
tiveram papel principal
Depois de anos em que subsistiu a predominância do centro político na
Irlanda, Espanha, Portugal e Grécia, as eleições gerais pós-ajustamentos
confirmaram uma tendência de polarização dos votos.
“
Regra geral,
a austeridade erode
os sistemas político-partidários.
IRLANDA SEM GOVERNO NO HORIZONTE
ESPANHA COM NOVAS ELEIÇÕES À VISTA
Evolução das votações por partido
Evolução das votações por partido
Após pedir assistência externa em 2010, o Fianna Fáil foi castigado no ano
seguinte. O Labour superou então pela primeira vez o Fianna Fáil, e coligou-se com
o outro partido do “centrão” (Fine-Gael). Quatro anos depois e apesar da economia
a crescer 7%, as últimas eleições afundaram o Labour, dispersando votos por
forças como o Sinn Féin. O golpe no “centrão” deixou o país sem Governo provável.
O chamado 20-D concretizou o pré-anunciado fim do bipartidarismo espanhol.
Podemos e Cidadãos emergiram como forças políticas incontornáveis,
relegando PP e PSOE para uma representação de apenas cerca de metade dos
eleitores. A fragmentação parlamentar e a inexistência de coligações naturais,
deixaram Espanha sem Governo à vista. Novas eleições é um cenário provável.
50
Fianna Fáil
VIRIATO SOROMENHO-MARQUES
Professor de Filosofia Política
na Universidade de Lisboa
“
BERNARDO PIRES DE LIMA
Investigador do IPRI
políticas de austeridade (Labour na
Irlanda e Pasok na Grécia), não foi
acompanhada, em igual proporção,
pelos partidos de centro-direitaque
implementaram, sozinhos (PP em
Espanha) ou em coligação (PSD em
PortugaleNovaDemocracianaGrécia),asditasmedidas.Aaproximação
doPartidoSocialistaEuropeuaoPartidoPopularEuropeueaconcorrência no mercado eleitoral à esquerda
podemajudaraexplicaramaiorfragmentação. Como escreveu arevista
britânicaThe Economist, num artigo citado pela jornalista do Público,
TeresadeSousa,“afragmentaçãoda
políticaé o novo estilo europeu”. I
44,5%
Fine Gael
Sinn Féin
40
A dureza das medidas
impostas no quadro
dos resgates,
geraram um alargado
descontentamento
social, muitas vezes
impulsionado pela
total ausência
de bom senso
dos seus executores.
50
40
Labour
39,3%
34,2%
30
25,5%
27,9%
30
28,71%
22%
PP
PSOE
24,3%
20
Cidadãos
20
20,7%
Podemos
13,8%
Esquerda Unida
10,4%
13,9%
10
10
6,6%
2,5%
0 1997
2002
2007
2011
2016
5,4%
0
3,68%*
2000
2004
2008
Fonte: Department of the Environment, Heritage Local Government
PORTUGAL COM APOIO INÉDITO AO EXECUTIVO
Evolução das votações por partido
2011
2015
Fonte: Junta Electoral Central
GRÉCIA COM “CENTRÃO” REFORMULADO
Evolução das votações por partido
DosperiféricosPortugalfoiondeo“centrão”sofreumenorimpacto,continuandoavaler70%dosvotos,depoisdaausteridade.Seem 2011o PS,quepediraoresgatenesse
ano,nãofoimuitopenalizado,oPSD,quenasúltimaseleiçõessealiouao CDS,também
nãosofreu grandequebra.AsubidadoBEeaconsolidaçãodaCDU,aliadasàoposição
àausteridade, permitiram um Governoinéditodo PSapoiadopelaesquerda.
Desde o resgate de 2010 as eleições sucederam-se. Nos dois actos eleitorais de
2012, o Pasok caiu para pouco mais de 10%. Mas a coligação com a Nova
Democracia (ND) para aplicar a austeridade fez o partido cair para menos de
5%. Em paralelo deu-se a emergência do Syriza e de outras forças anti-sistema,
anti-austeridade e até da extrema-direita. Syriza e ND valem perto de 65%.
50
50
44,06%
38,7%
38,6%
40
40
35,5%
32,3%
30
32,32%
PaF*
Syriza
Pasok
PSD
Aurora
CDS
KKE
PS
20
20
BE
11,7%
CDU
8,99%
To Potami
7%
6,3%*
5,6%
4,1%
Anel
10,2%
10
10
8,34%
2,44%
0
28,1%
ND
30
1999
8,3%
2002
2005
2009
2011
2015
Fonte: Comissão Nacional de Eleições
3,7%
0
2004
2007
2009
2012 (Mai)
2012 (Jun)
2015 (Jan) 2015 (Set)
Fonte: Ministry of Interior and Administrative Reconstruction
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