www.fisicaexe.com.br Uma carreta de massa M move-se sem atrito em trilhos horizontais com velocidade v 0. Na parte dianteira da carreta coloca-se um corpo de massa m com velocidade inicial zero. Para que comprimento da carreta o corpo não cairá da mesma? As dimensões do corpo em relação ao comprimento da carreta podem ser desprezadas. O coeficiente de atrito entre o corpo e a carreta é μ. Dados do problema • • • • • velocidade da carreta: massa da carreta: velocidade inicial do corpo: massa do corpo: coeficiente de atrito entre o corpo e a carreta: v 0; M; v 0B = 0; m; μ. Esquema do problema Adota-se um Nível de Referência (N.R.) na superfície da carreta, Vamos considerar que o bloco de massa m foi colocado na parte dianteira da carreta de forma bastante suave, de modo que não ocorram perturbações verticais no sistema além da força peso do corpo e da reação normal da carreta sobre o bloco. A aceleração da gravidade é igual a figura 1 g. A Energia Potencial inicial e final para o bloco e para a carreta são nulas, não há mudança na posição vertical dos corpos em relação ao Nível de Referência B C B C ( E P i = E P i = E P f = E P f = 0 ). B No início para o bloco Energia Cinética é nula ( E K i = 0 ), pois sua velocidade inicial é C nula ( v 0 B = 0 ). A carreta possui Energia Cinética ( E K i ) devido a sua velocidade inicial ( v 0 ), conforme figura 2. figura 2 A velocidade do bloco aumentará a partir do repouso e da carreta diminuirá até que as duas velocidades se igualem a v. No final o bloco e a carreta adquirem Energias Cinéticas B C ( E K f e E K f ), devido a velocidade ( v ). Observação: para a Energia Cinética foi adotada a notação E K, ao invés da notação usual E C, para não confundir o índice C da carreta. 1 www.fisicaexe.com.br Neste problema a Energia Mecânica Total não se conserva, pois existe o trabalho da força de atrito que dissipa parte da energia (E D na figura 2) durante o deslocamento do bloco sobre a carreta, Solução Pela 1.a Lei de Newton “Todo corpo tende a permanecer em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, a menos que uma força altere seu estado”, então o bloco tende a permanecer no ponto L onde foi colocado, mas como a carreta se desloca para a direita, e existe atrito entre o bloco e a carreta, ela age no bloco com uma força de atrito para a direita (figura 3). figura 3 Bloco: • • • B : peso do bloco; P B : reação normal da superfície; N f : força de atrito. at Na direção vertical o peso e a normal se anulam, não há movimento na vertical figura 4 N B −P B = 0 NB =P B como a força peso que atua no bloco é dada por P B = m g a reação normal será NB = mg (I) f at =NB (II) f at =mg (III) como a força de atrito é dada por substituindo (I) em (II), vem O trabalho da força de atrito será f at ℑ=f at dB (IV) Para que o bloco não caia da carreta o seu deslocamento deve ser no máximo igual ao comprimento da carreta ( d B = L ), substituindo este valor e a expressão (III) em (IV), temos f at ℑ =mgL (V) Como a energia total do sistema deve ser a mesma no início e no final, devemos igualar as energias cinética e potencial do bloco e da carreta e adicionar à energia final a energia dissipada pelo trabalho da força de atrito ( E D = f ℑ ) at EMi = EMf B B C C B B C C E K iE P i E K i E P i = E K f E P f E K f E P f E D 2 2 2 Mv0 mv Mv 00 0 = 0 f ℑ 2 2 2 at 2 www.fisicaexe.com.br 2 M v 0 mv 2 Mv 2 = m g L 2 2 2 2 Mv 0 mv2 Mv 2 m g L = − − 2 2 2 multiplicando toda a expressão por 2, temos 2 Mv 0 mv 2 M v 2 − − 2 2 2 2 2 2 Mv 0 mv Mv 2 mgL = 2 −2 −2 2 2 2 2 m g L = M v 20 −m v 2 −M v 2 m g L = x 2 colocando o termo – v 2 em evidência no lado direito da igualdade, obtemos 2 2 2 m g L = M v 0 −v mM (VI) A velocidade final do sistema pode ser encontrada usando a o Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento B C B C Q i Q i = Q f Q f B Inicialmente a Quantidade de Movimento do bloco é nula ( Q i = 0 ), pois sua velocidade inicial é nula ( v 0 B = 0 ). A carreta possui Quantidade de Movimento proporcional a sua velocidade inicial ( v 0 ). No final o bloco e a carreta possuem Quantidades de Movimento proporcionais a velocidade ( v ) comum aos dois corpos 0M v 0 = m vM v M v 0 = m vM v colocando o termo v em evidência no lado direito da igualdade, obtemos M v 0 = v mM Mv0 v= mM (VII) substituindo a expressão (VII) em (VI), temos 2 Mv0 2 m g L = M v − mM mM 2 2 M v0 2 2 m g L = M v 0− 2 mM mM 2 2 M v0 2 2 m g L = M v 0− mM 2 0 do lado direito da igualdade o Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C.) entre ( m + M ) e 1 é ( m + M ) 2 2 2 M v 0 mM −M v 0 mM 2 2 2 2 2 M mv 0 M v 0 −M v 0 2 m g L = mM M m v 02 2 mgL = mM 2 m g L = simplificando a massa do bloco m de ambos os lados da igualdade, temos 3 www.fisicaexe.com.br 2 v0 L= 2 g M M m este é o comprimento mínimo para que o bloco não caia da carreta, para qualquer valor maior que este o bloco obviamente não cai, então 2 L v0 2 g 4 M M m