Tecnologia a favor da recuperação do paciente

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B•4 •EDUCAÇÃO E SAÚDE
Macapá (AP), Quarta-feira, 20 de Abril de 2016
MODERNIDADE
Tecnologia a favor da recuperação do paciente
Especialistas argumentam sobre os benefícios de cirurgias inovadoras para a saúde
Você já passou ou conhece alguém que teve que passar por alguma cirurgia ortopédica ou neurológica? Os primeiros pensamentos que vêm à cabeça são “vou ter
que colocar tantos pinos na coluna” ou “fulano terá que parafusar o
joelho”. O fato é que esta realidade
vem mudando há algum tempo,
mas a maioria das pessoas não tem
acesso a este tipo de informação.
A tecnologia a favor da medicina já está disponível para a população, principalmente quando se
trata de cirurgias de alta complexidade. “Na maioria dos casos, o
paciente não precisa mais passar
por um procedimento cirúrgico
com medo de ficar semanas em recuperação ou ter que viver com
‘parafusos’ no corpo. A medicina
dispõe de técnicas avançadas e alternativas com tecnologia de ponta que permitem que o paciente
tenha o mínimo de invasão o possível”, explica o médico ortopedista e traumatologista, Jonas Lenzi.
Por exemplo, em caso de hérnia de disco da coluna, o procedimento padrão indicado pela maioria dos médicos seria a medicação para a conter dores e inflamações e, posteriormente, o paciente seria encaminhado para várias
sessões de fisioterapia. Quando
estes tratamentos conservadores
falham, os médicos têm a opção
de realizar a temida cirurgia de
coluna vertebral.
Quando se fala ao paciente sobre a possibilidade de cirurgia imediatamente cria-se a apreensão.
Muito disso ocorre pelo desconhecimento de alternativas à clássica
cirurgia de artrodese de coluna e o
medo dos parafusos. “A artrodese
é um procedimento realizado para
causar fusão óssea em uma articulação, causando sua imobilidade.
Quanto maior o número de discos a
serem submetidos à artrodese,
maior será a restrição de mobilidade, e isso faz com que o paciente
tenha dificuldade para realizar alguns movimentos básicos como
amarrar o tênis e abaixar para pegar
algo do chão. Hoje em dia ele não
precisa mais passar por este tipo de
frustração, isso porque a medicina
possui métodos avançados”, pontua o médico.
Uma alternativa a este procedimento seria a remoção da hérnia
de disco lombar por meio da endoscopia da coluna que utiliza tecnologias desenvolvidas para um
tratamento rápido, refletindo no
menor tempo de recuperação e no
uso de medicamentos. “Um paciente que passa pela endoscopia
lombar pode até voltar a trabalhar
no mesmo dia ou no seguinte. Ele
provavelmente não precisará de fisioterapia nem de remédios para
conter dores”, analisa o médico.
Com a cirurgia padrão, a artrodese, o paciente necessita de um
tempo hábil para se recuperar e
voltar para as atividades. O procedimento cirúrgico é financeiramente mais em conta, mas os gastos posteriores podem ser maiores. Com a utilização de equipamentos de ponta e com alto potencial tecnológico, o paciente
ganha tempo e dinheiro.
E não é só o paciente que se
beneficia, neste caso. O empresário que precisa manter o colaborador no posto de trabalho também
sai ganhando, pois consegue fazer com que o retorno do trabalhador seja mais rápido. “Isso evita gastos da empresa com cober-
pica”, diz.
O paciente não precisa mais passar por um procedimento
cirúrgico com medo de ficar semanas em recuperação
tura de sessões que, muitas vezes, o plano empresarial não cobre. Em alguns casos o plano de
saúde até cobre, mas evitar que o
colaborador se submeta a processos desnecessários é uma boa saída para ambos os lados”, orienta.
Exemplos práticos
São inúmeras as cirurgias que
podem ser realizadas com novas
tecnologias. De tumores a simples
procedimentos ortopédicos, os
equipamentos de ponta podem
ajudar a salvar vidas. Mas, por muitas vezes, o corpo médico não pode
utilizar por conta da estrutura disponibilizada ou pelo hospital ou
planos de saúde.
O médico ortopedista e traumatologista Jonas Lenzi está acostumado a lidar com esta rotina.
Cirurgião de grandes personalidades como Justin Gelband, personal trainer de modelos da marca
Victoria’s Secret e da cantora
Taylor Swift, o especialista em cirurgia de coluna vertebral defende que as novas tecnologias estão
disponíveis para contribuir direta e rapidamente com a evolução
dos pacientes. “Já realizei cirurgias dos mais variados tipos e posso garantir que essas novidades
do mercado são excelentes opções. Podem ser mais caras, mas a
recuperação é mais rápida e satisfatória em comparação aos métodos convencionais”, explica.
Lenzi explica que, neste caso,
Gelband planejou o procedimento para ser realizado em uma de
suas viagens ao Brasil, pois veio a
trabalho, realizou a cirurgia e retornou prontamente ao seu estúdio em Nova Iorque. “No caso de
Gelband, as demandas de seus
trabalhos eram incompatíveis com
o tempo necessário para a reabilitação de uma artrodese. Isso me
motivou a indicar a retirada da
hérnia de disco por via endoscó-
Estrutura
Há alguns anos, estes tipos de
cirurgias inovadoras não eram tão
difundidos no país. A Beca Medicina é uma das grandes distribuidoras nacionais de equipamentos
de ponta para a realização de procedimentos cirúrgicos. Em Curitiba (PR), por exemplo, há três
anos, apenas uma cirurgia com
equipamentos tecnológicos era
realizada por mês.
Hoje, a empresa alega que cerca de duas são realizadas por dia.
“A informação chegou à população
que está mais criteriosa e prezando por qualidade de vida, por isso
aumentamos a participação na recuperação das pessoas. “Claro que
este tipo de cirurgia tem um custo
maior em comparação ao procedimento tradicional, mas o ganho em
qualidade de vida e de tempo é
infinitamente maior”, explica Milton Bezerra Leite, diretor da Beca.
A Beca fornece materiais para
a realização de cirurgias dos mais
variados tipos, desde procedimentos simples a retirada de tumores. A empresa conta com equipamentos de fornecedores como
Linvatec, Exactech, Baide Medical e Medtronic, dentre outros.
Vale lembrar que cada caso
pede um tipo de cirurgia, por isso,
a Beca disponibiliza o material aos
médicos, realiza treinamentos internacionais e faz o acompanhamento durante os procedimentos
cirúrgicos. “O médico é o nosso
maior parceiro. Juntos, visamos à
qualidade de vida dos pacientes e
queremos que eles se reabilitem
de forma segura, saudável e o mais
rápido possível”, finaliza Leite.
Pessoas com deficiência fazem sucesso em
redes sociais ao mostrar rotina fitness
Aos 20 anos, o estudante mineiro Vítor Dourado marca presença na academia diariamente
e não descuida da alimentação.
O resultado –muitos músculos e
uma barriga "tanquinho"– é frequentemente compartilhado
com seus quase 80 mil seguidores nas redes sociais.
Ele é um dos saradões do
Instagram que têm alguma deficiência física e que, cada vez
mais, fazem sucesso mostrando a agitada rotina fitness e
inspirando outras pessoas a
praticar exercícios.
Vítor precisou amputar as
duas pernas após um acidente de
carro quando tinha 17 anos. Foi
no processo de reabilitação que
ele passou a ter contato com o
esporte. Primeiro com a natação,
modalidade pela qual chegou a
competir, e depois com o vôlei e
o jiu-jítsu.
Mas foi no fisiculturismo, há
dois anos, que ele diz ter encontrado sua paixão. Patrocinado
por uma marca de suplementos,
ele já participou de dois campeonatos e está fase de preparação
para vários outros neste ano.
A parte mais difícil, explica
Vítor, está na prática de exercícios aeróbicos, necessários para
manter seu percentual de gordura baixo.
"As minhas próteses não
são feitas para quem tem uma
vida tão ativa. Elas vivem quebrando porque eu exijo demais delas. Como eu não consigo correr, treino sempre na
bicicleta ergométrica, que me
machuca", detalha.
Apesar das dificuldades,
Vítor diz que não desanima e
que recebe bastante incentivo
nas redes sociais. Chegou a
distribuir autógrafos durante
um dos maiores eventos de fisiculturismo do Brasil, o Arnold Classic, no Rio.
A modelo Paola Antonini, 21,
também compartilha sua rotina
fitness nas redes sociais. Só no
Instagram ela tem quase 700 mil
seguidores.
Após ser atropelada em dezembro de 2014, ela teve a perna esquerda amputada acima do
joelho e agora usa uma prótese.
Além de não fazer questão
nenhuma de escondê-la, Paola
não deixou de lado as atividades físicas. Frequenta a academia, faz aulas de dança e já se
aventurou no skate.
Acompanhado por quase 170
mil pessoas nas redes sociais, o
paulistano Fernando Fernandes,
35, é outro que ostenta na internet uma intensa rotina de treinos na academia e em diferentes esportes ao ar livre.
Uma das principais apostas
de medalha do Brasil nos Jogos
Paraolímpicos no Rio, ele é tetracampeão mundial de paracanoagem.
"Acho que as redes sociais
deram mais visibilidade para a
prática de esporte pelos deficientes. Muitas vezes é preciso
adaptar os exercícios para a nossa realidade. Mas agora as pessoas veem que não é preciso
mais ter vergonha disso, de ser
diferente", conta ele.
A cada compartilhamento em
seus perfis, Fernando, Paola e
Vítor colecionam elogios e palavras de motivação.
O estudante mineiro Vítor Dourado, a deficiencia não põe
limites
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