Introdução à Estrutura Atmosférica – Parte 2 Ionosfera e Circuito Elétrico Global Ionosfera A ionosfera é uma região ionizada pela radiação solar e cósmica e também é conhecida como o eletrodo condutor superior do circuito global. O2 e- + O A Ionosfera Terrestre foi dividida em várias regiões conhecidas como: D, E e F (F1 e F2). As ondas de rádio foram utilizadas para detectar as camadas que “refletiam” as ondas que retornavam a Terra. A camada “E” foi a primeira a ser detectada, e o seu nome se deve a reflexão do campo elétrico proveniente das ondas de rádio; Existe uma separação de regiões na ionosfera devido à: • Energia solar depositada em várias alturas devido à absorção característica na atmosfera; • Da física de recombinação que depende da densidade; • Da composição da atmosfera que muda com a altura (a secçãotransversal vertical de absorção varia com a altura) Concentração de Elétrons dN e q eff N 2 e dt Intensidade de Radiação dF v N e (z)F dz q é a taxa de produção de elétrons, eff é o coeficiente de recombinação efetiva v é a secção transversal de ionização Ne concentração, cosseno do ângulo zenital Processos de produção de Íons Foto-Ionização O2 + hv O2+ + e < 1027 Angstron Carga-Troca N2+ + O2 O2+ + N2 Corona e Raio-X Inter-troca de átomos-Ions N2+ + O NO+ + N Corona e Raio-X Processos de Recombinação Recombinação Dissociativa O + hv O2+ + e NO++ e Recombinação Radiativa O+ + e Inter-troca de átomos-Ions O+ + O2 O+ + N2 O2+ + e NO+ + e O+ + e O+O N+O O + hv (F1) < 911 Angstron (E) Processo bem devagar O2+ + O NO+ + N e depois ocorre uma recombinaçao dissociativa O+O N+O Resultados da Teoria de Chapman Propriedades Elétricas da Atmosfera abaixo da Ionosfera a)Condição de Bom Tempo – “Fair Weather” Na baixa atmosfera, ou Troposfera, temos um estado de quase equilíbrio eletrostático. As cargas se movem em regiões onde igualam o momento de carga que está sendo liberado pela região. Condições de bom tempo são definidas como condições atmosféricas sem a presença: tempestades, hidrometeoros, ventos de areias, vulcões ativos e etc. As condições de tempo bom podem existir na presença de nuvens, mas neste casa o campo elétrico tem que ser fraco, de forma a não gerar uma inversão de polaridade do campo elétrico sobre a superfície. b) Visão Simplificada da Estrutura elétrica da Terra: Coulomb (1795) – Modelo de capacitor esférico: •Parte inferior: superfície terrestre; •Parte externa: alta atmosfera altamente condutiva; •Parte interna: O Ar dentro sendo o Dielétrico; Este capacitor esférico está carregado com ~ 5 x 104 C em cada camada. Uma vez que o dielétrico é um fraco condutor (AR no nossa caso), existe um vazamento de corrente que se propaga entre as duas camadas (pratos) do capacitor. Este “vazamento de corrente” poderia neutralizar a carga da superfície terrestre e da atmosfera em ~ 10 minutos Em 1920, Wilson propôs que as “tempestades” seriam responsáveis pela produção da energia eletromagnética (EMF) e que elas alimentavam a corrente elétrica que carregava continuamente o capacitor – ou seja, carga positiva movendo-se para cima e carga negativa para baixo. Neste modelo, as correntes negativas para baixo eram os raios. Dessa maneira, assume-se que os raios mantém a carga negativa sobre a superfície da terra. Esta distribuição de cargas, mantém o campo elétrico da atmosfera, ou seja, o campo elétrico de condições de bom tempo. Em terrenos não montanhosos o Campo Elétrico tem valores de ~-100 V/m, direcionado para baixo. Sendo que o campo elétrico diminui com a altura a medida que a condutividade aumenta. De acordo com Gish (1944) o Campo Elétrico pode ser descrito como: Z(km) e E(V/m) E(z) = -{ 81.8 e-4.52z + 38.6 e –0.375z + 10.27 e –0.121z } Variações Diurnas e Sazonais das propriedade elétricas da baixa atmosfera: As expedições do barco “Carnegie” entre os anos de 1909 e 1921 realizaram medidas de campo elétrico e magnético em todos os oceanos Atlântico, e permitiu compreender as variações diurnas e sazonais de bom tempo Ao todos, esta embarcação percorreu ~ 200.000 km em 7 cruzeiros e teve a sua ultima missão em 1928-1929, antes de um incêndio que destruiu o barco. Análise Clássica do Circuito Elétrico Global Curva de Carnegie Area de Tempestades Circuíto Elétrico Global Acredita-se que a maior parte da energia elétrica das tempestades é liberada na forma de relâmpagos. Tempestades modestas produzem algumas descargas elétricas por minuto e tem uma potência equivalente à gerada por um usina nuclear. Por exemplo, para um Raios temos: I = 30 kA E = 300 kV Potência = I x E = 30 x103 x 300 x103 = 9 x 109 W (VA) em 30 seg Uma usina nuclear média produz 500 MW = 5x108 W Circuíto Elétrico Global A partir de análises de escala das Vannegut (1963) observou que a potência liberada por uma descarga elétrica era proporcional do tamanho da nuvem (e altura) a quinta potência Portanto, a duplicação das dimensões da nuvem eleva a potência liberada em 3 vezes. Tempestades elétricas enormes chegam a produzir 100 descargas atmosféricas por minuto. • Existem de 1000 a 2000 tempestades elétricas ativas em qualquer instante na Terra. • 50-100 raios por segundo Distribuição vertical da corrente