Os Materiais Supercondutores em Sistemas Eléctricos de Potência

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Universidade Nova de Lisboa - DEE
ISEP – 29 de Novembro de 2006
Os Materiais Supercondutores em
Sistemas Eléctricos de Potência
A. Leão Rodrigues
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1 Propriedades dos Materiais Supercondutores
2 Aplicações em Sistemas de Potência
‰ Cabos Eléctricos
Electrónica
‰ Transformadores de Potência
Energia
Transportes
Industria
Medicina
‰ Limitadores de Corrente (Disjuntores)
‰ Sistemas de Armazenamento de Energia
1995
2000
‰ Motores Eléctricos de Relutância e de Histerese
‰ Chumaceiras magnéticas
‰ Parques Eólicos
‰ Levitação Electromagnética em Transportes (Maglev)
2010
2020
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• Descoberta da supercondutividade
R=
u
i
0,15 Ω
i A
V
u
Termómetro
T
0,125
0,10
Hg
0,075
Mercúrio
0,05
Hélio líquido
0,025
Experiência de Onnes
0,00
4o00
10-5 Ω
4o10
4o20
4o40
4o30
T (K)
Resultado
Heike Kammerling Onnes no seu laboratório de criogenia
na Universidade de Leiden, Holanda, em 1911
O mercúrio perde a resistência à temperatura de 4,2 graus
Kelvin, tornando-se num supercondutor.
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• Efeito do campo magnético e da corrente
Hc (kA/m)
36
Chumbo (Pb)
24
i
A
V
u
T
Mercúrio (Hg)
12
H
Selénio(Sn)
Índio(In)
Tálio (Tl)
0
Mercúrio
Hélio líquido
2
4
6
T(K)
8
Supercondutores de baixa temperatura (LTS)
ou de 1ª geração descobertos até à década de 70
H(T) Campo magnético
Hc
⎛ ⎛T
H (T ) = H c ⎜1 − ⎜⎜
⎜
T
⎝ ⎝ c
⎞
⎟⎟
⎠
Estado normal
2⎞
⎟
⎟
⎠
Estado
supercondutor
0
Tc T
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Destruição da supercondutividade
• O estado de supercondutividade de um material é destruído se um dos três
parâmetros seguintes estiver fora da superfície crítica:
• Temperatura crítica (TC)
• Campo magnético crítico (HC)
• Densidade de corrente crítica (JC)
I
S
Supercondutor
Densidade de
Corrente, J
I
J=
S
Jc
Região de
supercondutividade
Região de não
supercondutividade
(estado normal)
J(T) Densidade de corrente
Jc
Estado normal
⎛ ⎛T
J (T ) = J c ⎜1 − ⎜⎜
⎜
T
⎝ ⎝ c
Estado
supercondutor
0
⎞
⎟⎟
⎠
2⎞
⎟
⎟
⎠
0
Tc
Temperatura, T
Tc T
Campo
Hc
magnético, H
Superfície crítica
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• Efeito de Meissner
Magneto
Walter Meissner
Ferromagnético
L
τ = ≈ picosegundos
R
Magneto
Supercondutor
Io
Corrente
τ≈∞
Supercondutor
i (t ) = I o e
−
t
τ
τ=
L
≈∞
R
persistente
Metal
0
t
• Em 1933, Walter Meissner e Robert Ochsenfeld observaram que o fluxo
magnético era expelido do interior de um supercondutor.
M
Um supercondutor é um material diamagnético − χ =
H
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Levitação magnética
Clique em cima da foto para visualizar o filme
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•Supercondutores Cerâmicos de Alta Temperatura (HTS)
Bednorz e Alex Muller, nos laboratórios
da IBM, perto de Zurique, em 1986.
• Em 1986, no laboratório de
investigação da IBM, em Rüschliko
(Suíça), os investigadores Georg
Bednorz e Alex Müller descobriram
um composto cerâmico à base de
lantânio que se tornava supercondutor abaixo da temperatura de
transição de cerca de 20 K.
Curvas de transição do La2CuO4
Tc = 20 K
Estrutura cristalina do La2CuO4
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•Supercondutor YBCO (Ítrio, bário e óxido de cobre)
YBa2Cu3O7
Paul Chu no laboratório de materiais da
Universidade de Huston, em 1987
Blocos cerâmicos de YBCO
Tc = 86 K
Bolachas cerâmicas de YBCO
Estrutura cristalina do YBCO
Anéis cerâmicos de YBCO
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• Evolução dos supercondutores ao longo do tempo
140
Temperatura
crítica Tc (K)
120
100
80
Azoto líquido 77 K
60
40
20
0
Hidrogénio
líquido 23 K
1910 1930
1950
1970
Ano
1990 2010
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‰ Cabos eléctricos
Os
cabos
supercondutores
podem transmitir 3 a 5 vezes
maior energia do que os cabos
convencionais em cobre, sem
qualquer perda de energia.
Filamentos
Supercondutores
11
Prata
Devido à necessidade de refrigeração estes
cabos são subterrâneos e o azoto é utilizado como
elemento refrigerador e isolante. Não contaminam
os solos como os de óleo
Dieléctrico –
azoto líquido
Isolante
Supercondutor
Fita supercondutora em BSCCO
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‰ Transformador de potência Supercondutor
ψ1(t) (Wb)
Azoto líquido
Depósito
de azoto
líquido
1.0
77 K
298 K
0.5
i1(t) (A)
-
0.20
-0.15 -0.10 -0.05
0
0.05
0.10
0.15
0.20
Enrolamento AT
-0.5
-1.0
pH = 43 kW./m
pH = 40 kW/m
Enrolamento AT
Perdas no ferro à temperatura ambiente
(298 K) e a azoto líquido ( 77 K)
Núcleo de
ferro
Constituição da parte activa de um transformador trifásico supercondutor
Os enrolamentos são construídos de material cerãmico BSCCO (pronuncia-se 'bisko'). arrefecidos a 196 oC , usando
azoto líquido é isolante e não inflamável Os isolantes deverão no entanto resistir a esta baixa temperatura.
A vantagem do transformador supercondutor é o aumento da sua potência específica e a redução drástica de perdas.
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Características
Características de um transformador supercondutor de 500 kVA
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• Limitadores de corrente
Circuito
magnético
Cilindro
supercondutor
I
H(T) Campo magnético
Anel de
cobre de
controlo
H
Estado normal
Hc
Estado
supercondutor
Ar
líquido
Tc T
0
Primário
Ferro
(cobre)
I
Quando o secundário está no
estado supercondutor o transformador está em curto circuito e portanto a impedância
vista do primário é nula.
Se a corrente aumentar
exageradamente o campo H
aumenta
e
provoca
a
passagem ao estado normal
do secundário, aumentando a
impedância e limitando a corrente de curto circuito
Z~0
Z >> 0
LCS
LCS
Carga
Carga
LCS
Carga
Aspecto de um limitador de corrente
LimitadoresUniversidade
de Corrente
Indutivos
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Aspecto físico do limitador de corrente
Núcleo
Tubo SAT
Crióstato
Primário
Limitador de núcleo fechado
Limitador de núcleo aberto
LimitadoresUniversidade
de Corrente
Indutivos
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Operação normal (baixa impedância)
Falta (alta impedância)
Núcleo
Primário
Tubo
SAT
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LimitadoresUniversidade
de Corrente
Indutivos
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Projecto ABB (1996) de uma instalação protegida com um limitador
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‰ Sistemas para armazenamento de energia (SMES)
Transformador
Rectificador
cc
Primário
Neutro
Linha de transmissão
de energia
I
CARGA
c
I
cc
caca
I
230/400 V
Bobina
supercondutora
1
Wmag = LI 2
2
PJoule = 0
Tensão
GTO
ca
Secundário
Inversor
I
Duração da
falta ~ 0,1 s
L
R=0
CARGA
Bobina
armazenadora de
energia magnética
L=4H
I = 100 A
W =(1/2)LI2 =20 kJ
5 periodos = 0,1 s
P = 200 kW
Tempo
< 5 períodos
Sem bobina supercondutora
Tempo
Com bobina supercondutora
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‰ Princípio do binário de relutância
L (θ ) =
Eixo magnético do estator
θ
Eixo directo do rotor
L max
1
(Lmax + Lmin ) + 1 (Lmax − Lmin )cos 2θ
2
2
L (θ)
L med
L min
π/2
0
Fluxo de
dispersão
T max
0
π
3π/2
2π
θ
3π/2
2π
θ
Variação L(θ)
T (θ)
π/2
π
-T max
Variação T(θ)
Variação de L(θ) em função da posição rotórica
3 dL(θ) 3 2
T(θ) = I 2
= − Irms(Lmax− Lmin)sin2θ
2
dθ
2
II rms - Constant
Variação de L(θ) eT(θ)
2
U rms
3
T (θ ) = .
(Lmax − Lmin )sin 2θ
2 ω2 Lmax Lmin
IU rms - Constant
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• Motores supercondutores de relutância
Rotor do
tipo saliente
Pequeno fluxo de
dispersão
Rotor saliente
Veio
Rotor de Relutância Convencional
Estator
convencional
Rotor do tipo
saliente
Veio
Fluxo no Motor de Relutância Supercondutor
Bloco
HTS
Malhete
Rotor de Relutância Supercondutor
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Lmax = 673,9 mH
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Lmax = 655,2 mH
Lmax – Lmin = 331,5 mH
Lmax – Lmin = 432,2 mH
Lmin = 342,4 mH
Lmin = 223,0 mH
Lmax = 708,9 mH
Lmax – Lmin = 481,6 mH
Lmin = 227,3 mH
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Lmax = 721,4 mH
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Lmax = 669,3 mH
Lmax – Lmin = 386,1 mH
Lmax – Lmin = 550,4 mH
Lmin = 335,4 mH
Lmin = 149,0 mH
Lmax = 665,8 mH
Lmax – Lmin = 615,8 mH
Lmin = 50,0 mH
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• Motor de relutância auto pilotado
Sentido horário
Sentido anti-horário
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. Motores eléctricos de histerese
Sectores
circulares
Estator
Geração do Binário de Histerese
Campo girante
Anel
supercondutor
Topologia do Motor de Histerese
Motor de Histerese com 4 sectores
Avião criogénico (Tupolev)
Aspecto do Rotor do Motor de Histerese
Bomba para trasfegar hidrogénio (motor de histerese)
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Saída
Azoto líquido
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Entrada
Máquina síncrona com o rotor pré magnetizado (trapped flux)
Estator bifásico e bipolar supercondutor
Rotor em disco supercondutor
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‰ Chumaceiras para máquinas rotativas
Veio
a) Chumaceira horizontal
Azoto
líquido
Força de
levitação
b) Chumaceira vertical ou de impulso
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• Chumaceira horizontal
Anel de cobre
Anel supercondutor
Magneto
permanente
de NdFeB
g
Magneto permanente
Veio
Magneto permanente
Shaft
Anel supercondutor
Anel de cobre
Corte da chumaceira horizontal
Cilindro de HTS
f = 9.7 N/cm2
Distribuição da densidade de força ao
longo da chumaceira horizontal
Chumaceira magnética comercial
2
F 3 ⎛⎜ B s
≈
A 4 ⎜⎝ 2μ o
⎞⎛ D ⎞
⎟⎜ ⎟
⎟⎝ r ⎠
⎠
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• Chumaceira vertical ou de impulso
Stabilization
HTS blocks
Liquid
nitrogen
NdFeB
NdFeB
YBCO
NdFeB
YBCO
Liquid nitrogen
Fluxo na chumaceira vertical
a) Lower part (HTS)
300
NdFeB
blocks
Air gaps
b)Upper part (PM)
Chumaceira vertical comercial
Esquema da chumaceira vertical
Levitador
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• O aspecto mais importante no emprego de materiais supercondutores em
máquinas eléctricas é:
• Redução das suas dimensões;
• Redução do peso;
• Aumento da sua eficiência.
• Os motores que empreguem supercondutores podem ter apenas 30% do
tamanho de um motor convencional com a mesma potência.
É estimado que os motores
supercondutores
estejam
no mercado em 2010
Potência/volume = 1
Potência/volume = 0.5 to 0.3
a) Máquina clássica
b) Máquina supercondutora
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‰ Parques eólicos
Gerador síncrono supercondutor
em disco
Circuito de
azoto líquido
Azoto líquido
Parque eólico com geradores síncronos supercondutores
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‰ Levitação magnética em transportes (Maglev)
Bobinas de sustentação
Peso
Verdugo
Motor síncrono linear
Reacção
Sistema clássico
Sistema electromagnético
Sistema Maglev
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‰ Levitação magnética em transportes (Maglev)
Bobinas laterais
Guias
• 10 mm do solo
• 600 passageiros
• 443 km/h (TGV
257 km/h)
• 30 km – 7 min
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‰ Maglev - Exemplos
Maglev americano
Protótipo do Maglev germano chinês
Maglev Chinês
Estação do Maglev Chinês
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Maglev
Projecto NATO SfS do Maglev Russo
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