FACULDADES IBMEC

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FACULDADES IBMEC
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A EEM
M
ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
DISSERT AÇÃO DE MEST RADO PROFISSIONAL EM
ADMINIST RAÇÃO
“O comportamento dos consumidores de
calçados esportivos do Rio de Janeiro nas lojas
especializadas e sapatarias”
LEONARDO ALVES THOLE
Orientadora: Prof. Marie Agnes Chauvel
Rio de Janeiro, 30 de Novembro de 2004
2
FACULDADES IBMEC
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ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
Dissertação
de
Mestrado
Profi ssi onal
apresentada ao program a de pós-graduação
em
Adm inistração
e
Econom ia
das
faculdades IBM EC com o requisito para
obtenção
do
título
de
M estre
em
Adm inistração
“O comportamento dos consumidores de
calçados esportivos do Rio de Janeiro nas lojas
especializadas e sapatarias”
LEONARDO ALVES THOLE
Orientadora: Prof. Marie Agnes Chauvel
Rio de Janeiro, 30 de Novembro de 2004
3
4
AGRADECIMENTOS
A Marie Agnes Chauvel – minha orientadora, por toda a
ajuda e por apontar sempre os melhores caminhos na
condução de todo o processo de elaboração desta
dissertação.
A meus pais – pelo apoio em toda minha vida.
A meus sinceros amigos do Ibmec, Rodolfo Ribas e
Sérgio Machado – pelos trabalhos em conjunto, pelas
horas divertidas de convivência, pela amizade que surgiu
desde o início do curso e pelo incentivo dado a minha
dissertação.
A Aline Abreu – minha querida namorada, que sempre
me apoiou, incentivou e soube me escutar nas várias
horas em que ficava falando sobre o curso e esta
dissertação.
Aos amigos Paulo Oscar e Marcelo – pela amizade, pela
força que me deram no mercado de calçados e por abrir as
portas de sua empresa para minha pesquisa.
Aos lojistas que abriram suas portas para minhas
pesquisas e pelo convívio, e a Calçados Azaléia pela
oportunidade que me foi dada e a contribuição para este
estudo.
Aos professores, funcionários e demais alunos do Ibmec
com quem convivi, aprendi e troquei experiências durante
este período da minha vida.
5
SUMÁRIO:
LISTA DE GRÁFICOS................................................................................... VII
LISTA DE TABELAS.................................................................................... X
RESUMO....................................................................................................... XI
ABSTRACT................................................................................................... XII
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 13
2. PROBLEMA ............................................................................................. 16
2.1 Contextualização do problema............................................................ 16
2.2 Formulação do problema..................................................................... 19
2.3 Objetivos.............................................................................................. 19
2.3.1 Objetivo Final............................................................................... 19
2.3.3 Objetivos Intermediários.............................................................. 19
2.4 Relevância do Estudo......................................................................... 20
2.5 Delimitação do estudo......................................................................... 22
3. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................... 23
3.1 O papel do PDV no mix de marketing............................................. 24
3.2 Apresentação da loja........................................................................ 27
3.3 Localização da loja........................................................................... 30
3.4 O comportamento do consumidor no PDV.................................... 33
3.5 Processo de decisão de compra..................................................... 37
3.6 O varejo calçadista........................................................................... 39
3.7 O mercado de calçados esportivos................................................ 45
3.8 Uma pesquisa realizada nos EUA................................................... 51
3.9 Os consumidores de calçados esportivos..................................... 57
4. METODOLOGIA ..................................................................................... 60
4.1 Tipo de pesquisa e método................................................................. 60
4.2 Ponto de venda, público – alvo e procedimentos de coleta de dados 61
4.3 Questionário........................................................................................ 63
5. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO............ 64
5.1 Perfil da Amostra................................................................................. 65
6
5.2 Hábitos de compra e de consumo....................................................... 72
5.3 Preferências por produto e loja............................................................ 83
5.4 Processo de tomada de decisão e comportamento de compra.......... 98
6. CONCLUSÕES......................................................................................... 109
7. SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS........................................ 114
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 116
9. ANEXOS................................................................................................... 120
9.1 Questionário aplicado junto aos consumidores.................................. 120
9.2 Critério de Classificação Econômica Brasil........................................ 126
7
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1: Distribuição da amostra segundo sexo...................................... 66
GRÁFICO 2: Distribuição da amostra por Classe Social................................ 66
GRÁFICO 3: Distribuição da amostra por faixa etária.................................... 67
GRÁFICO 4: Distribuição da amostra por grau de instrução......................... 67
GRÁFICO 5: Distribuição da amostra segundo sexo e o tipo de loja
(Sapataria x L. Especializada)........................................................................... 68
GRÁFICO 6: Distribuição da amostra por Classe Social em relação a
apresentação da loja (Sapataria x L. Especializada)....................................... 69
GRÁFICO 7: Distribuição da amostra por Classe Social segundo a
localização da loja (Alto poder aquisitivo – Rio Sul e Barra Shopping e Menor
poder aquisitivo - Madureira e Norte Shopping)............................................ 70
GRÁFICO 8: Distribuição da amostra por faixa etária em relação ao tipo de
loja (Sapataria x L. Especializada).................................................................. 70
GRÁFICO 9: Distribuição da amostra segundo grau de instrução e tipo de
loja (Sapataria x L. Especializada)................................................................. 71
GRÁFICO 10: Pergunta – “Hoje você já saiu de casa com a intenção de
comprar ou pesquisar sobre um tênis ?”..................................................... 72
GRÁFICO 11: Pergunta – “Quantos pares de tênis você comprou nos últimos
12 meses ?”.................................................................................................... 73
GRÁFICO 12: Quantidade de pares comprados nos últimos 12 meses... 74
GRÁFICO 13: Pergunta – “Você costuma usar tênis com que freqüência ?”74
GRÁFICO 14: Pergunta – “Qual a finalidade de uso de seus tênis na maior
parte do tempo ?”.......................................................................................... 75
GRÁFICO 15: Finalidade de uso do tênis..................................................... 77
GRÁFICO 16: Pergunta – “Você pratica mesmo que ocasionalmente alguma
atividade esportiva que requer o uso de tênis ?”....................................... 77
GRÁFICO 17: Pergunta – “Qual ou Quais atividades ?............................... 78
GRÁFICO 18: Finalidade de uso do tênis segundo a localização da loja.. 79
8
GRÁFICO 19: Pergunta – “Você compra tênis específico para uso nessa(s)
atividade(s) esportiva(s) ?”............................................................................... 79
GRÁFICO 20: Pergunta – “Até quanto você já pagou por um tênis ?”......... 80
GRÁFICO 21: Preço máximo já pago por um tênis em sapatarias e lojas
especializadas segundo o sexo......................................................................... 81
GRÁFICO 22: Pergunta – “Em que tipo de loja você compra tênis com mais
freqüência ?”........................................................................................................ 83
GRÁFICO 23: Pergunta – “Qual ou quais o(s) motivo(s) da preferência por
este tipo de loja ?”............................................................................................... 84
GRÁFICO 24: Pergunta – “Você compra tênis somente neste tipo de loja ?”85
GRÁFICO 25: Compras realizadas no mesmo tipo de loja segundo a
localização........................................................................................................... 86
GRÁFICO 26: Pergunta – “Você tem preferência por tênis importado ?”..... 87
GRÁFICO 27: Pergunta – “Qual o motivo da preferência por importados ?”.88
GRÁFICO 28: Pergunta – “Como se pode ter certeza que o tênis é importado
?”.......................................................................................................................... 89
GRÁFICO 29: Pergunta – “Você tem uma marca preferida de tênis ?”......... 90
GRÁFICO 30: Marca preferida de tênis segundo a localização....................... 91
GRÁFICO 31: Pergunta – “Qual marca ?”......................................................... 91
GRÁFICO 32: Pergunta – “Qual o motivo de sua preferência ?”.................... 93
GRÁFICO 33: Pergunta – “Quando você compra tênis, você compra esta
marca: “................................................................................................................ 94
GRÁFICO 34: Pergunta – “Como tomou conhecimento da marca ?”............ 94
GRÁFICO 35: Pergunta – “Qual o quais as marcas que você comprou nos
últimos 12 meses ?”........................................................................................... 96
GRÁFICO 36: Marcas compradas nos últimos 12 meses segundo a
localização........................................................................................................... 97
GRÁFICO 37: Pergunta – “Eu tenho aqui alguns critérios que as pessoas
usam para escolher lojas para comprar tênis. Poderia por favor, me dizer
qual é o primeiro critério mais importante para você ? E o segundo ? E o
terceiro ?............................................................................................................. 98
9
GRÁFICO 38: Critérios para escolher lojas segundo a localização de lojas
especializadas................................................................................................. 100
GRÁFICO 39: Pergunta: “Você pede conselhos ou informações ao
vendedor:”........................................................................................................ 101
GRÁFICO 40: Pergunta: “Que tipo de conselhos ou informações você pede
?”....................................................................................................................... 102
GRÁFICO 41: Os tipos de conselhos ou informações solicitadas segundo a
localização....................................................................................................... 103
GRÁFICO 42: Pergunta: “Você acha que é bem aconselhado(a), informado(a)
pelo vendedor ?”............................................................................................. 104
GRÁFICO 43: Pergunta: “Em grau de importância, quais os critérios mais
importantes na escolha de um tênis para você ? Qual o primeiro ? E o
segundo ? E o terceiro ?................................................................................ 104
GRÁFICO 44: Critérios para escolha do tênis segundo a localização da loja
especializada................................................................................................... 106
GRÁFICO 45: Pergunta – “Qual os atributos você julga para escolher o
melhor modelo de tênis para esta atividade por ordem de importância ? Qual
o primeiro mais importante ? E o segundo ? E o terceiro ?....................... 107
10
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Composto varejista, os 6 P´s.......................................................... 25
TABELA 2: Perfil dos canais de distribuição de tênis no Brasil..................... 43
TABELA 3: Market share de marcas de tênis em volume de pares no Brasil.48
TABELA 4: Market share de marcas de tênis em valores faturados no
Brasil..................................................................................................................... 48
TABELA 5: Percentual de dólares gastos por segmento em 2002 nos EUA. 51
TABELA 6: Maior
influência
de
compra
dos
tênis
em
2002
nos
EUA...................................................................................................................... 53
TABELA 7: As 10 marcas preferidas pelos consumidores americanos em
2002 por sexo...................................................................................................... 53
TABELA 8: Market share por idade dos consumidores americanos.............. 54
TABELA 9: Market share por faixa de preço vendido no mercado
americano............................................................................................................. 54
TABELA 10: Fatia dos gastos em tênis por tipo de loja nos EUA.................. 54
TABELA 11: Média de preços pagos pelos tênis por consumidor de acordo
com o canal de venda nos EUA......................................................................... 55
TABELA 12: Perfil do consumidor de tênis no Brasil de acordo com as
classes sociais.................................................................................................... 57
TABELA 13: Market share por idade dos consumidores brasileiros............. 58
TABELA 14: Market share por sexo dos consumidores brasileiros.............. 58
11
RESUMO
O presente trabalho pretende investigar o comportamento do consumidor
de calçados esportivos de acordo com o tipo de loja que ele costuma freqüentar:
sapataria multimarcas e loja especializada em artigos esportivos. O mercado de
calçados esportivos brasileiro tem nesses dois tipo de loja, a sua maior
representatividade em relação a volume e faturamento deste produto sendo,
portanto, os dois principais canais de distribuição de tênis no país.
A metodologia utilizada consistiu na aplicação de questionário estruturado
com perguntas abertas e fechadas a uma amostra de cento e vinte consumidores
que usam tênis e encontravam-se comprando e/ou pesquisando o produto dentro
das lojas previamente definidas para a pesquisa.
Os resultados sugerem que o consumidor de lojas especializadas é mais
jovem do que o consumidor de sapatarias, e isso pode gerar um comportamento
diferenciado na escolha da loja onde comprar e do tipo de tênis adquirido.
Enquanto o consumidor entrevistado de loja especializada prefere este tipo de loja
principalmente pela variedade, o de sapataria escolhe a loja pelo preço dos
produtos. Já na escolha dos produtos, o consumidor entrevistado de loja
especializada é mais influenciado por aspectos ligados a moda e as marcas,
enquanto o consumidor de sapatarias é mais atento a preço e beleza dos tênis. O
estudo sugere também que os homens compram mais tênis e pagam mais caro do
que as mulheres, independentemente do tipo de loja em que compram.
O estudo mostrou também que a amostra dos consumidores entrevistados
possuem diferenças significativas na preferência por determinadas marcas,
finalidades de uso e fidelidade aos tipos de lojas pesquisadas, de acordo com a
localização da loja que costumam comprar.
12
ABSTRACT
The present work intends to investigate the consumers` behavior of athletic
footwear in accordance to the kind of store in which they are usual clients. The
Brazilian`s market of athletic footwear has in the two kind of stores object of this
study (shoe stores and sporting goods stores), its bigger representation related to
the volume and invoicing of this product, being therefore, the two main channels of
distribution of tennis across the country.
The used methodology consisted in the application of structuralized
questionnaires with open and closed questions, to a sample of 120 consumers who
wear tennis shoes. They were found buying and/or searching the product inside a
store, which was previously defined for the research.
The results sugest that the consumer of sporting goods stores is younger
than the consumer of shoe stores, and this fact creates a different behavior in the
choice of the tennis shoes and the store where he/she buys. While the consumer
of sporting goods store mainly prefers this kind of store due to the variety, the shoe
store consumer chooses this other one due to the price of the products. When it
comes to the choice of the products, the consumer of sporting goods store is more
influenced by fashion and brand aspects, while the consumer of shoe stores looks
more for the price and good appearance of the tennis shoes. The results sugest
that men buy more tennis shoes and pay more than women independently of the
kind of store in which they buy.
The study also showed that the localization of the store is a determining
factor in the consumer’s preference for specific brands, use purposes and fidelity to
the two kinds of searched stores, object of this study.
13
1. Introdução
O presente trabalho pretende descrever o comportamento do consumidor
de tênis, de acordo com o tipo de loja que ele costuma freqüentar ou pelo qual tem
preferência, focando a pesquisa em dois canais (Sapataria e Loja especializada
em artigos esportivos).
Com isso espera-se contribuir para um processo de desenvolvimento de
produtos mais adequado aos objetivos de distribuição para cada marca. E esperase também, colher dados, que viabilizem uma venda mais consultiva de seus
produtos, buscando adequar seus produtos ao tipo de loja e público freqüentador,
no qual está se inserindo. Criando assim mais chances de se obter sucesso no
giro das mercadorias, nos dois principais canais de venda de calçados esportivos
no Brasil.
O canal varejista de sapatarias multimarcas no Brasil, é representado em
geral por lojas que trabalham com calçados de várias marcas femininas e
masculinas de sapatos e tênis, e tem uma representatividade no mercado de tênis
superior a 50% da distribuição, de acordo com pesquisa referente ao ano de 2002
realizada pelo Ibope.
Já o canal de lojas especializadas em artigos esportivos, em geral trabalha
com diversas marcas esportivas de tênis e equipamentos para diversas atividades
e segmentos esportivos. O tênis possui uma representatividade que gira em torno
de 50% do faturamento de uma loja especializada, de acordo com pesquisa feita
pela Associação Brasileira das lojas de material esportivo (Abraleme) (Moreira,
2003). Já a representatividade da distribuição nas lojas especializadas em volume
de tênis no país em 2002 foi de apenas 6 % de acordo com pesquisa do Ibope.
O segmento varejista de calçados esportivos e as lojas do tipo sapataria e
especializada em artigos esportivos foram escolhidos por três motivos:
14

O perfil de distribuição de tênis no Brasil. De acordo com pesquisa
realizada pelo IBOPE (Documento 1), o varejo de tênis no Brasil é
representado em sua maioria por sapatarias e lojas especializadas em
artigos esportivos, e o peso destes canais no país para as marcas de tênis
esportivas é ainda maior que o peso para as marcas de tênis não
esportivas, já que a presença das marcas esportivas é ainda mais
concentrada nestes dois canais pesquisados, principalmente nas lojas
especializadas.

Perspectivas para o mercado esportivo no país. De acordo com estudo
feito pela FGV, apenas 1,1% da população economicamente ativa (PEA) no
Brasil pratica esporte pelo menos duas vezes por semana. A indústria
esportiva no Brasil cresce acima do PIB. Segundo dados da FGV, enquanto
o PIB nacional cresceu à taxa média de 2,25% de 1996 a 2000, esse
segmento registrou aumento médio anual de 12,34% no período. (Chiarini,
2002) Os calçados esportivos estão inseridos de forma importante neste
segmento. Além destes dados, o Rio de Janeiro foi escolhido para sediar os
próximos jogos pan-americanos de 2007, o que pode gerar um aumento do
consumo de calçados esportivos no Brasil e no Rio, sem precedentes.

Grande competitividade entre as marcas no Brasil. No Brasil existe uma
forte competição entre as marcas globais internacionais e as marcas
nacionais, que travam fortes duelos de vendas e marketing no intuito de
atender ao consumidor brasileiro.
O estudo foi feito através de uma pesquisa exploratória e de caráter
descritivo, por meio de uma pesquisa de campo realizada em lojas do tipo
sapataria multimarcas e especializada em artigos esportivos previamente
15
definidas, onde foram entrevistados consumidores imediatamente após a pesquisa
ou compra de um calçado esportivo.
O método para coleta de dados foi o de entrevista, no qual foi aplicado um
questionário estruturado (anexo 9.1) com enfoque no perfil dos consumidores de
tênis, critérios de escolha de lojas e produtos, hábitos de consumo, preferências e
comportamento de compra.
16
2. O Problema
2.1 Contextualização do problema
O varejo de calçados no Brasil possui acirrada concorrência entre os
canais, porém ainda encontra-se em uma fase de desenvolvimento, com pouca
profissionalização. Obviamente, o varejo de calçados reflete um pouco os
problemas da indústria de calçados no Brasil, que apesar de ser a terceira maior
do mundo, também está em processo de amadurecimento principalmente após a
década de 90 quando os produtos importados passaram a competir com os
calçados brasileiros com mais intensidade, criando então desde a década passada
uma busca por melhorias na produção e atendimento a esta extensa cadeia de
distribuição no país.
O mercado de calçados esportivos no Brasil é representado pelas maiores
marcas esportivas do mundo e por grandes marcas nacionais que possuem uma
grande vantagem competitiva de produção local como um trunfo de agilidade e
preços competitivos para o consumidor.
A categoria de calçados esportivos inclui não somente aqueles utilizados
em competições atléticas, mas também aqueles para uso informal, portanto é um
mercado de enorme potencial e de produtos em geral, com maior valor agregado
para o varejo de calçados.
A primeira variável a ser observada na pesquisa é a apresentação do ponto de
venda, em razão do mercado de calçados esportivos no Brasil ser distribuído em
sua maioria em 2 tipos de ponto de venda que são bem distintos para o
consumidor: a loja de calçados (Sapataria) e as lojas especializadas em artigos
esportivos.
A outra variável em estudo é a localização deste ponto de venda, tendo em
vista a freqüência do público, que sofre alterações de acordo com o local de
17
venda. A diferença pesquisada neste estudo realizou-se entre shoppings com uma
maior freqüência de pessoas nas classes mais altas da sociedade (A e B), e
shoppings com uma maior freqüência de pessoas em classes mais baixas (B,C e
D).
A idéia central é identificar perfis relacionados às variáveis de apresentação
e localização do ponto de venda que identifiquem o comportamento do
consumidor de calçados esportivos na cidade do Rio de Janeiro.
Com o resultado deste estudo, pretende-se obter subsídios para apoiar o
desenvolvimento de novos produtos no que tange a preços ou segmentos mais
adequados para se trabalhar em sapatarias e lojas especializadas, e em razão dos
locais do ponto de venda.
Esperam-se obter informações que facilitem a colocação de um produto
mais adequado a cada tipo de loja, campanhas de marketing e promoções mais
focadas no consumidor de cada tipo de loja e conseqüentemente, um melhor giro
do produto nas lojas.
O impacto da escolha do ponto de venda no comportamento do consumidor
de calçados esportivos é relevante do ponto de vista teórico, pois pode influenciar
a decisão de compra por determinados tipos de produto de acordo com a
apresentação do ponto e sua localização, e este mercado possui diferentes
características no composto varejista dos seus pontos de venda.
Do ponto de vista prático, o estudo pode ajudar o fornecedor na criação de
um mix de produtos adequado as necessidade e motivações dos consumidores,
de acordo com a quantidade e qualidade da apresentação dos pontos de venda no
qual a sua marca deseja estar visível, ou seja, segmentar os produtos, em razão
dos canais disponíveis e no qual se deseja estar presente.
18
E há ainda um benefício também para a equipe de vendas, no intuito de se
fazer uma venda mais consultiva, pois os resultados da pesquisa poderão auxiliar
o canal de distribuição a obter um melhor giro do produto que pode ser
desenvolvido de acordo com as preferências e o perfil do consumidor de cada tipo
de loja.
O problema que existe hoje, é que não se sabe muito sobre o que é
vendido e quem compra. Por isso as ações de marketing e vendas da indústria de
calçados acabam ficando restritas a um histórico de vendas que atende os
desejos de consumo atual, e até conseguem prever algumas tendências de
mercado, mas não consegue obter o melhor de seu canal de distribuição, com
erros de colocação de produtos em pontos de venda que podem prejudicar a
imagem da marca e a visão do lojista em relação a marca, em virtude de se ter
colocado produtos em desacordo com a estrutura de seu ponto de venda e assim
prejudicar toda uma estratégia de desenvolvimento de marca.
O estudo de Jacoby e Mazursk (1984) comprova que quando as imagens
da marca e do varejista de tornam associadas, a imagem menos favorável tornase melhor à custa da imagem mais favorável.
19
2.2 Formulação do problema - Pergunta de pesquisa:
A pergunta de pesquisa à qual o estudo procurará responder é a seguinte:
Como se comportam os consumidores de calçados esportivos das lojas
especializadas e das sapatarias ?
2.3 Objetivo
2.3.1 Objetivo Final
O objetivo final do trabalho é: Descrever o comportamento do consumidor de
calçados esportivos das lojas especializadas e das sapatarias.
2.3.2 Objetivos Intermediários
Para alcançar o objetivo final, foram estabelecidos os seguintes objetivos
intermediários:
- Identificar o perfil do consumidor de tênis em sapatarias e em lojas de artigos
esportivos.
- Identificar os hábitos de compra e de consumo dos consumidores de tênis.
- Identificar o comportamento de compra destes consumidores na escolha da
loja e dentro da loja.
- Identificar preferências por produto destes consumidores.
- Identificar
diferenças e/ou semelhanças
de comportamento destes
consumidores.
- Compreender o processo de tomada de decisão do consumidor de tênis.
20
2.4 Relevância do estudo
O aumento da competitividade das marcas de tênis no Brasil, com a
entrada de muitas marcas no mercado brasileiro, e o perfil de distribuição de tênis
no país, que tem seu maior volume nas sapatarias e uma importante presença nas
lojas especializadas em artigos esportivos, principalmente para as marcas
esportivas, traz a necessidade de se conhecer os diferentes padrões de
comportamento dos consumidores de acordo com o tipo de loja que freqüentam.
O estudo busca levantar dados que auxiliem a indústria calçadista na
colocação de seus produtos no mercado, a partir do conhecimento do perfil de
consumidor que freqüenta
as sapatarias e as lojas especializadas em artigos
esportivos, criando assim a oportunidade de se orientar as decisões do mix de
produtos mais adequados ao lojista de acordo com o perfil de localização e
apresentação de sua loja.
O conhecimento do impacto de escolha do canal pelo consumidor pode ajudar
não somente na orientação de vendas do mais adequado mix de produtos, de
acordo com o perfil de loja e seu público freqüentador. Pode também favorecer um
melhor giro das mercadorias, aumentando assim as chances de sucesso de um
produto no mercado, e auxiliar no desenvolvimento de novos produtos, pois
seriam desenvolvidos de acordo com o perfil do consumidor de cada tipo de loja.
O impacto do canal sobre o consumidor é bastante comentado pelas pessoas
envolvidas na indústria calçadista, porém nem tanto pesquisado, sendo muitas
vezes ignorado pelos fornecedores e lojistas, em virtude de uma necessidade de
vendas, e de um mercado que ainda encontra-se em busca de uma maior
profissionalização no país.
21
Um assunto que não é muito pesquisado é a diferença de comportamento do
consumidor de acordo com os diferentes tipos de canal existentes para um mesmo
tipo de produto, que é o foco desta pesquisa.
Entender as decisões de escolha de loja e de compra dos consumidores de
acordo com a apresentação e a localização do ponto de venda é relevante do
ponto de vista teórico, trazendo mais um estudo sobre este pesquisado assunto,
tendo este a diferença do enfoque de mercado, focado nos pontos relevantes para
a indústria de calçados, que são a apresentação e localização da loja.
22
2.5 Delimitação do Estudo
O presente trabalho não pretende investigar todos os fatores relacionados aos
pontos de venda que possam influenciar o consumidor em seu comportamento de
compra ou de escolha de loja.
O objetivo é investigar duas variáveis do composto varejista que são utilizadas
pela indústria de calçados na classificação de seus clientes, e que possuem
relevância para a imagem de seus produtos, que são a apresentação e localização
da loja.
Dentro das variáveis de apresentação e localização, só serão trabalhados
duas dimensões dentro de cada uma. Na apresentação, se restringem à loja ser
uma sapataria ou uma loja especializada em artigos esportivos. Já na localização,
as dimensões se restringem a lojas de shoppings com uma predominância de
público freqüentador nas classes mais altas, e lojas de shoppings com público
freqüentador em geral, de classes mais baixas.
As análises, portanto, limitar-se-ão ao comportamento do consumidor de
calçados esportivos e suas preferências, de acordo com as variáveis de
apresentação e localização, que fazem parte do composto varejista.
23
3. Revisão de Literatura
A revisão de literatura foi dividida em partes que abordam sucessivamente os
seguintes temas, relacionados ao problema de pesquisa proposto:

O papel do PDV no mix de marketing

Apresentação da loja

Localização da loja

O comportamento do consumidor no PDV

Processo de decisão de compra

O varejo calçadista

O mercado de calçados esportivos

Uma pesquisa realizada nos EUA

Os consumidores de calçados esportivos
24
3.1 O Papel do ponto de venda no mix de Marketing
A pulverização da mídia tornou difícil para o anunciante encontrar seu
consumidor. Por isso, o consumidor pode estar voltando ao ponto de venda. Isso é
o que atesta a pesquisa do POPAI (Point of Purchase Advertising Institute) Brasil
realizada em 1998 (apud Parente, 2000), na qual se constatou que 85% dos
consumidores brasileiros decidem a marca que irão levar para a casa no momento
da compra.
De acordo com entrevista concedida a revista HSM Management, (2003, pág
54) Blackwell diz: “as empresas estão estudando mais o que ocorre nos pontos de
venda a fim de detectar qual produto determinado segmento do mercado prefere
ou em qual segmento estão as pessoas que mais consomem.” Ainda segundo
Blackwell, estas análises evidenciam que 20% do mercado compram 80% dos
produtos e, com isso, as empresas podem focar suas campanhas de marketing e
promoções.
Segundo Underhill (1999, p 33), “o crescimento do varejo fez aparecer um
excesso de ofertas varejistas através de pontos de venda excessivos. Ao mesmo
tempo, assistimos à erosão da influência das marcas. Os consumidores estão
mais suscetíveis a impressões e informações adquiridas nas lojas”. Isso vem
fazendo com que os varejistas prestem mais atenção às primeiras etapas do
processo de decisão do consumidor, assim como os fabricantes vem assumindo
mais responsabilidade pelo que acontece no interior das lojas.
Estudos da empresa de consultoria de Paco Underhill (1999) comprovam que
quanto mais tempo um cliente permanece na loja, mais comprará. E o tempo que
um cliente passa em uma loja depende do conforto e do prazer da experiência.
Portanto, um setor como o de calçados, que possui pontos de venda com
diferenças tão significativas na sua apresentação e localização, merece um estudo
25
que identifique os diferentes padrões de comportamento de seus consumidores de
acordo com estes dois aspectos, com o objetivo de se otimizar seu
desenvolvimento e conseqüentemente, suas vendas.
De acordo com Parente (2000), o volume de vendas é provavelmente o
indicador de desempenho mais intensamente acompanhado pelos varejistas. Este
volume é influenciado por três conjuntos de variáveis: variáveis ambientais (ex.:
economia, clima, demografia), o composto varejista da loja, ou o que a loja faz
para atrair os consumidores, e o composto varejista da concorrência.
De acordo com estas três variáveis, os consumidores decidem quanto irão
gastar naquele setor varejista, e em qual loja irão fazer suas compras.
Duas das seis variáveis do composto varejista apresentado a seguir, foram
escolhidas para a pesquisa em questão, por representarem grande relevância
para a indústria de calçados. A apresentação e o ponto ou localização.
Tabela 1: Composto varejista, os 6 P´s
Variáveis do composto varejista
Exemplos de decisões
P- Mix de Produtos
Variedade de linha, Qualidade
P- Preços
Preços, Crédito
P- Promoção
Ofertas, Sinalização
P- aPresentação
Loja, Planograma
P- Pessoal
Atendimento, Serviços
P- Ponto
Localização, Acesso
Fonte: Adaptado de Parente (2000 pág. 61)
26
O desempenho de uma loja pode ser determinado pelo esforço varejista e os
demais fatores apresentados em seguida que contribuem para um resultado final,
de lucro ou prejuízo de uma loja.
Modelo dos fatores que determinam o desempenho de uma loja.
Fatores
Ambientais
Demanda de
Mercado
Venda da
Loja A
Composto
Varejista da
Concorrência
Comportamento de
Compra do
Consumidor
Lucro
da
Loja
A
Custos da
Loja A
Composto
Varejista da
Loja A
Fatia de
Mercado da
Loja A
Fonte: Parente (2000, pág. 52)
A presente pesquisa se foca nas variáveis de apresentação e localização do
composto varejista que influenciam o comportamento do consumidor, no intuito de
se obter uma maior demanda de mercado, o que geraria mais vendas de uma
marca na loja, através da utilização das informações obtidas na pesquisa.
27
3.2 Apresentação da loja
Segundo Shiffman e Kanuk (1997, pág 128, 129), “Lojas de varejo têm
imagens próprias que servem para influenciar a qualidade percebida dos produtos
que oferecem e as decisões dos consumidores acerca de onde comprar. [...] O
tipo de produto que o consumidor deseja comprar influencia a sua seleção da loja
de varejo; por outro lado, a avaliação do consumidor acerca de um produto é
freqüentemente influenciada pelo conhecimento de onde ele foi comprado.”
Há também um estudo (Baker, Grewel, Parasuraman, 1994) que, após
examinar os fatores específicos do ambiente de loja sobre as inferências de
qualidade, descobriu que as percepções do consumidor eram mais fortemente
influenciadas por fatores ambientais, ou seja, as pessoas dentro do ambiente da
loja: o número, tipo e comportamento de outros clientes e pessoal de vendas, do
que pelas características de design da loja.
Em relação à escolha da loja pelo consumidor, um estudo indica que as
características da loja, juntamente com as características do consumidor, como a
orientação de compra, que pode ser definida pelo tipo de comprador como sendo,
econômico,
personalizado,
ético,
entre
outros,
auxiliam
a
prever
que
estabelecimentos as pessoas vão preferir. (Solomon, 2002)
Um outro estudo (Jacoby, Mazursk, 1984) descobriu que quando as imagens
de marca e do varejista se tornam associadas, a imagem menos favorável tornase melhor à custa da imagem mais favorável. Ou seja, se uma loja de preços
baixos oferece uma marca com uma imagem Premium, a imagem da loja irá
melhorar, enquanto a imagem da marca é afetada adversamente.
Segundo Schiffman e Kanuk (1997, pág 281) “a classe social é também uma
variável importante para se determinar onde o consumidor compra. As pessoas
tendem a evitar lojas que têm a imagem associada a uma classe social muito
28
diferente da sua. [...] Isso implica que os lojistas devem prestar atenção à classe
social da sua base de clientes e à imagem de classe social que suas lojas
transmitem, a fim de assegurar que a sua propaganda envie a mensagem
apropriada.”
Por isso, conforme Solomon (2002), os tipos de consumidores que freqüentam
uma loja ou que usam um produto, podem influenciar as avaliações sobre os
mesmos, ou seja, o consumidor faz suas próprias avaliações sobre uma loja ou
um produto, baseado em que tipo de pessoas estão freqüentando uma loja ou
usando determinado produto.
O ambiente de uma loja transmite uma mensagem aos consumidores e Kotler
(apud Minor 2003 pág. 252) descreve o ambiente como “o esforço em projetar
ambientes de compra que produzam no consumidor efeitos emocionais
específicos e que aumentem a probabilidade de que ele realize uma compra.”
Segundo Minor (2003 pág.253) “O ambiente de uma loja de varejo pode ser
usado como uma ferramenta para diferenciar um varejista de outro e para atrair
grupos específicos de consumidores que buscam os sentimentos que derivam
dessa atmosfera.”
O estudo de Donovan e Rossiter (apud Minor 2003) demonstra no gráfico
abaixo o ambiente e o comportamento de compra, indicando que quando o
ambiente excita o consumidor e já existem emoções positivas, o consumidor tende
a passar mais tempo na loja, sendo provável que aumente as compras. Em
contrapartida, se o ambiente não for agradável, o aumento da excitação poderá
resultar em menos compras.
29
O Ambiente e o Comportamento de Compra.
Ambiente
Influencia
Componentes do
ambiente
Influenciam
Resposta
Emocional
Componentes da
resposta emocional
a. Layout
b. Sons
c. Aromas
d. Texturas
e. Estrutura do
edifício
a. Prazer /
Desprazer
b. Excitação /
Sono
Influencia
Influenciam
Comportamento
Tipos de
comportamento
a.Tempo maior /
menor gasto na
loja
b. Tendência a
relacionar-se
com as pessoas
c. Ações de
compra
Fonte: Minor (2003, pág. 253)
O ambiente da loja é importante e muitas vezes determinante fator de
influência sobre o comportamento do consumidor. Na presente pesquisa, o foco
dado à apresentação da loja como um dos fatores pesquisados, se restringe a
apenas duas variáveis que consistem na loja ser uma sapataria ou uma loja
especializada em artigos esportivos.
Ainda assim, as diferentes variáveis do composto varejista entre as
sapatarias e as lojas especializadas, que são comentadas no capítulo sobre o
varejo calçadista, contribuem de forma relevante nos resultados sobre o
comportamento do consumidor.
30
3.3 Localização da loja
De acordo com Parente (2000 pág.325) a “localização consiste em uma das
decisões mais críticas para um varejista.”. Para a indústria de calçados, este fator
também é considerado importante, pois o local onde seu produto será exposto,
pode determinar o tipo de consumidor que ela irá ou não atingir.
No presente estudo, a localização da loja é examinada em duas situações.
Shopping centers com uma localização em que a freqüência de público possui
predominância
de
consumidores
de
classes
mais
baixas,
tendo
um
posicionamento de mercado direcionado para as classes B e C. E uma localização
oposta, com apelo para o público de alto poder aquisitivo e freqüência
predominante das classes A e B.
O estudo em questão busca identificar semelhanças e/ou diferenças de perfil
entre os consumidores de tênis dos dois locais, a forma com que escolhem a loja
para suas compras e/ou pesquisas, bem como as possíveis preferências de
acordo com o local que mais freqüentam.
As preferências do consumidor podem estar ligadas ao perfil de uma loja, e de
acordo com estudo realizado (Zimmer, Golden, 1988), algumas das importantes
dimensões do perfil de uma loja são a localização, a adequação da mercadoria, e
o conhecimento e a qualidade da equipe de vendas.
A decisão pela loja segundo Parente (2000) geralmente começa com decisões
sobre a distância, mas não termina necessariamente neste ponto. É o que
demonstra o fluxograma do processo de decisão de como consumidores
selecionam lojas segundo SHETH et al (apud Parente 2000).
31
Fluxograma do processo de decisão de como consumidores selecionam
lojas.
Distância: Loja
é próxima à
casa ou possui
via de acesso
fácil ?
A distância
excedente é
pequena ?
Não
Sim
Sim
A loja
oferece
preços
baixos ?
Os preços da
loja são
baixos ?
Não
Não faz
compras
Não
Os preços da
loja são
baixos ?
Não
Não
Sim
Sim
A loja tem
diferencial no
sortimento e
serviços ?
A loja tem
diferencial no
sortimento e
serviços ?
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Usada
somente em
reposição e
emergência
Divide com
as compras
regulares
Fonte: Parente (2000, pág. 127)
Faz compras
aqui com
frequência
Viagens
ocasionais
para compras
grandes
Viagens
pouco
freqüentes
para compras
especiais
32
O fluxograma do processo de decisão de como os consumidores
selecionam lojas, podem ajudar no processo de comparação do impacto de
escolha do canal pelo consumidor, já que as variáveis do composto varejista de
uma sapataria e de uma loja especializada possuem diferenças significativas, e
que são explicitadas no capítulo sobre o varejo calçadista.
33
3.4 O Comportamento do consumidor no PDV
Em relação ao comportamento de compra dentro da loja, um estudo (Rossiter,
Donovan et al 1994) relata que a atmosfera de uma loja afeta o comportamento de
compra, demonstrando que a extensão do prazer relatado pelos compradores,
cinco minutos depois de entrarem em uma loja, era capaz de prever o tempo
passado na loja, bem como o nível de gastos feitos lá.
Outra questão importante a ser considerada é em relação às avaliações feitas
pelo consumidor sobre o ponto de venda. Estudos sobre estado de humor
(Solomon 2002) indicam que o humor do consumidor seja positivo ou negativo
influencia o julgamento de produtos e serviços. E o humor, pode ser afetado pelo
design da loja, o clima ou outros fatores específicos do consumidor.
Quanto à pesquisa pelo produto, existe uma suposição de pesquisa racional
das alternativas por parte de consumidores que é contrariada por um estudo
(Solomon 2002, pág. 213) que afirma que “a quantidade de pesquisa externa para
a maioria dos produtos é surpreendentemente pequena, mesmo quando
informações adicionais teriam mais probabilidade de beneficiar o consumidor”.
Inclusive, os consumidores de renda mais baixa, que têm mais a perder fazendo
uma má compra, na verdade pesquisam menos antes de comprar do que as
pessoas mais afluentes.(Cobb, Hoyer, 1985)
De acordo com estudo (Moore, Lehmann, 1980) alguns consumidores
normalmente visitam somente uma ou duas lojas e raramente procuram fontes de
informação não tendenciosas antes de tomarem uma decisão de compra,
especialmente quando há pouco tempo disponível para isso.
Uma outra pesquisa (Midgley, 1983) diz que essa tendência de evitar
pesquisa externa está menos presente quando os consumidores consideram a
compra de itens simbólicos, como os tênis em alguns casos. Nesses casos, não é
34
de se surpreender, as pessoas tendem a fazer muita pesquisa externa, embora
grande parte dela envolva a pesquisa de opinião entre os pares.
Segundo pesquisa recém divulgada pelo Ipsos-Marplan, (O Globo, 2003)
quando o consumidor é perguntado sobre qual veículo que utilizou ao decidir
sobre suas compras nos últimos doze meses, no item calçados, 23% dos
entrevistados responderam que foi a TV, contra 18% que citaram o jornal.
Os consumidores diferem na quantidade de pesquisa que empreendem e
segundo Solomon (2002), a pesquisa tende a ser maior entre os consumidores
que conhecem moderadamente um produto.
As pessoas com conhecimento muito limitado podem não se sentir capazes
de pesquisar extensivamente e concentram-se em um pequeno número de
características do produto (Bettman, Park, 1980), sendo também facilmente
influenciados pela opinião de outros e focam atributos como preço e nome da
marca, para distinguir entre as alternativas. Já os consumidores que tem uma
noção melhor do produto, tendem a empreender uma pesquisa mais seletiva.
No quesito sexo, as mulheres são mais inclinadas a pesquisar do que os
homens, assim como as pessoas que colocam mais valor no estilo e na imagem
que apresentam, e ainda as pessoas mais jovens, com melhor nível educacional
(Coob, Hoyer, 1985).
Outro fato interessante é que os consumidores com freqüência são
observados na atividade de mudança de marca. Pode-se inferir que as pessoas
simplesmente gostam de experimentar coisas novas, talvez como uma forma de
estímulo ou para reduzir o tédio. Mas um estudo (Solomon, pág 214) diz que “a
busca de variedade é especialmente provável de ocorrer quando as pessoas
estão de bom humor ou quando há relativamente pouco estímulo em outras partes
de seu ambiente”.
35
Assim, um estudo (Ratner, Kahn, Kahneman, 1999) afirma que os
consumidores podem mudar para opções menos desejadas em nome da
variedade, embora apreciem mais a opção conhecida. Por outro lado, quando a
decisão é ambígua ou quando há pouca informação sobre marcas concorrentes,
os consumidores tendem a optar pela escolha segura, selecionando marcas
conhecidas e mantendo o status quo.
Quanto à lealdade a marcas, em virtude da sobrecarga de informações,
com muitas alternativas para se escolher, as pessoas estão buscando alguns
sinais claros de qualidade. Mas, estudo (Solomon 2002) comprova que após a
marca existir por um longo tempo e estar fortemente anunciada, ela pode também
provocar um apego emocional, seja por associação com experiências prévias, seja
pela incorporação na auto-imagem do consumidor. No caso de marcas esportivas,
o lado emocional deve e vem sendo fortemente explorado na mídia, já que o
esporte têm todas as características ligadas a vida pessoal e profissional de um
ser humano, como vitórias, derrotas, superação, dor, alegria entre outras.
A fidelidade a marcas de tênis, músicos ou refrigerantes ajuda a definir
nosso lugar na sociedade moderna, e essas escolhas também auxiliam cada um
de nós a formar elos com outros que têm preferências semelhantes. Assim,
quando o consumidor compra um Nike, um Adidas ou alguma outra marca de tênis
muitas vezes com preços altos para o padrão brasileiro, face o custo de
importação e de tecnologia dos tênis, e no qual muitas vezes não utilizados para
as finalidades específicas, ele pode estar fazendo mais do que escolher um
calçado para ir ao shopping. Pode estar fazendo uma afirmação sobre seu estilo
de vida e sobre o tipo de pessoa que é ou gostaria de ser. (Solomon, 2002)
Existem algumas crenças de mercado comprovadas por alguns estudos
que são particularmente importantes para esta pesquisa. Uma crença (Solomon,
2002) é a suposição de uma relação preço – qualidade. Os consumidores novatos
36
podem de fato considerar o preço como único atributo relevante de um produto.
Os conhecedores também consideram essa informação, embora nesses casos o
preço tenda a ser usado por seu valor de informação.
Outra crença é de que as pessoas vêm a supor que um produto estrangeiro
é de melhor qualidade. Segundo pesquisa (Harris, Earl et al, 1994), o país de
origem de um produto, em alguns casos, é uma importante informação no
processo de tomada de decisão. Evidências (Hong, Wyer Jr, 1989) indicam que o
conhecimento do país de origem de um produto tem o efeito de aumentar o grau
de interesse do consumidor pelo produto.
No caso do tênis, e mais especificamente no Brasil, precisa-se acrescentar
que durante muitos anos, nossa economia era bastante fechada. Portanto, é de se
esperar que numerosos consumidores possuam uma demanda reprimida por
produtos importados, e que a indústria nacional de calçados esportivos também
vem buscando se aprimorar, porém ainda não atingiu determinados padrões
mundiais de fabricação. O que pode gerar uma comparação desfavorável dos
produtos nacionais em relação aos produtos importados.
37
3.5 Processo de decisão de compra
Existe uma grande variedade de literaturas sobre o processo de decisão de
compra. Como este não é o foco da dissertação, a análise se dará apenas no
modelo proposto por Engel - Kollat e Blackwell. De acordo com Engel (2000), o
processo de compra reúne cinco estágios:
1- Reconhecimento do problema
É o estímulo inicial da identificação de um problema ou a percepção da
necessidade que advém de algum desconforto, seja no plano físico, mental ou
espiritual.
2- Busca de informação
Após o reconhecimento, o consumidor percorre uma etapa de busca de
informações que depende dos custos, da importância do produto, do
conhecimento e da experiência do consumidor em relação ao produto.
3- Análise das alternativas
Nesta etapa, os consumidores comparam e avaliam diferentes alternativas,
para decidir sobre onde comprar, avaliando não somente diferentes produtos e
marcas, mas também lojas.
4- Decisão de compra
Nesta etapa, o consumidor decide-se se vai ou não comprar, e escolhe
onde e o que comprar, sendo influenciado por variáveis como, fidelidade a marcas
e
varejistas,
tempo
disponível,
características
do
produto,
funcionamento da loja e todos aspectos de mix de marketing da loja.
5- Avaliação pós compra
horário
de
38
Nessa fase, muitos consumidores avaliam se foram corretas as decisões
que tomaram sobre a escolha do produto, preço e do local de compra, gerando um
sentimento de satisfação ou insatisfação.
A proposta deste modelo parece ser capaz de explicar o processo de
escolha de loja e de aquisição de um calçado esportivo. Inicialmente, reconhecese o problema (Necessidade de ir a uma loja e de adquirir um tênis). Depois,
buscam-se informações com o propósito de resolver este problema, através de
uma análise do que se sabe e, quando necessário, de informações externas, de
conhecidos e/ou dos próprios balconistas das lojas.
Após coletar informações, o consumidor avaliará as alternativas disponíveis
para escolher a loja, seja por proximidade, variedade e outras possibilidades. E
uma marca de tênis de acordo com as possibilidades existentes, suas preferências
e diversas outras variáveis, no qual o estudo busca descobrir.
Por último os consumidores analisam se houve “a adequação da solução
escolhida com relação ao problema inicial” (Karsaklian, 2000, p.165).
39
3.6 O varejo calçadista
Segundo Parente (2000), o varejo não alimentar no Brasil não apresenta grau
de maturidade que se observa no varejo alimentar. O varejo de calçados encontrase entre os dois principais modelos de loja de não alimentos no Brasil, que são as
lojas de departamento e as lojas especializadas.
O
varejo
de
calçados
está
concentrado
principalmente
nas
lojas
especializadas que possuem um sortimento profundo de produtos direcionados
para determinados segmentos de consumidores.
De acordo com Parente (2000), os calçados esportivos são produtos de
compra comparada, no qual o consumidor realiza comparações de preço, estilo,
qualidade, e muitas outras características, durante o processo de seleção e
compra. Assim, os varejistas preferem estar localizados em centros comerciais,
como shopping center, próximo a lojas semelhantes, para facilitar o processo de
comparação.
Os calçados esportivos são também bens tangíveis que permitem ao varejista
criar vários diferenciais no momento da compra, no objetivo de aproximar o
consumidor do produto. Segundo Underhill (1999 pág 51) “O fato físico (a maioria
dos clientes tem duas mãos) é bem conhecido. Mas ninguém imagina as
implicações do fato, nem as detecta, nem as leva em conta, nem se adapta a elas,
nem as reconhece”. O fato é que a exposição dos calçados no varejo, muitas
vezes não leva em conta, as necessidades do consumidor em relação aos
produtos serem tangíveis, muitas vezes por falta de espaço no ponto de venda. O
layout da loja e a localização do produto podem ser usados para aumentar a
probabilidade de os consumidores entrarem em contato com os produtos.
No varejo de calçados esportivos, existe grande diferenciação no composto
varejista de cada ponto de venda. Na apresentação, eles podem posicionar-se nas
40
lojas especializadas em artigos esportivos, que trabalham com artigos esportivos
em geral ou somente com tênis, no varejo calçadista (sapatarias), que possui todo
o tipo de calçados, inclusive os calçados esportivos, nos grandes supermercados
que já começam a inserir pontos específicos para o segmento esportivo, em lojas
de departamento de grande porte que possuem sessão de calçados, camelôs que
vendem tênis piratas ou de marcas desconhecidas, catálogos de venda direta e
outros.
Como se pode notar, as diferenças entre as lojas não se restringem apenas a
diferentes produtos, e diferentes lojas. Mas também em diferentes padrões de
atendimento,
perfil
de
funcionários,
layout,
sonorização,
entre
outras,
principalmente quando analisamos as sapatarias e as lojas especializadas, que
são o foco desta pesquisa. Sendo que neste estudo, a análise se restringe a
apenas duas variáveis que são a apresentação restrita a loja ser uma sapataria ou
uma loja especializada em artigos esportivos, e a localização, de alto ou baixo
poder aquisitivo, cujas diferenças são consideradas pela indústria de calçados
como as que possuem maior impacto no mercado de tênis.
Portanto,
existem
diferentes
aspectos
ambientais
entre
as
lojas
especializadas e as sapatarias. Em geral, as lojas especializadas em artigos
esportivos têm um aspecto mais jovial, com balconistas mais jovens, com a
utilização de mais iluminação, com sonorização ambiental, uma melhor
organização de produtos por marca ou por segmento dos tênis, criando uma maior
identidade visual para os produtos, inclusive com maior utilização de material
promocional.
Reconhecidamente, as sapatarias em sua grande maioria atuam com um mix
de produtos de menor valor agregado, bem como as lojas especializadas situadas
em locais de menor poder aquisitivo em relação as suas filiais localizadas em
pontos mais freqüentados pelas classes de maior poder aquisitivo, fazendo assim
com que mesmo as redes de lojas que possuem pontos de venda em ambas as
41
localidades, vendam um diferente mix de produtos que buscam a adequação ao
tipo de consumidor que as freqüenta. Quanto ao crédito, principalmente as
grandes redes de sapatarias possuem muitas facilidades de pagamentos
parcelados e crediários próprios, algumas vezes, superiores aos concedidos pelas
lojas esportivas.
De uma forma geral pode-se resumir que as sapatarias no Brasil trabalham
com
produtos
de
massa,
voltados
a
um
público
numeroso
e
sem
comprometimento com a exclusividade. Já as lojas especializadas em artigos
esportivos vendem produtos de nicho, direcionados a um público seleto.
Comparação entre lojas com produtos de massa e de nicho
Massa
Nicho
Características
- Preço é fator determinante,
- Menor giro, valor
Principais
alto giro de produtos, Menor
agregado alto, menor
Valor agregado
rotatividade
- Exige menor investimento
- A competição de preços não
em equipe de atendimento
é fator determinante para se
Vantagens
manter no mercado
Desvantagens
- A competição de preços
- A marca precisa de tempo
prejudica a entrada de
para se firmar e virar um
novatos no mercado
referencial no mercado
Atendimento Ideal - Atencioso, apesar do grande
- Extremamente personalizado
fluxo de clientes
individual
Público-alvo
- Todos os nichos
- Segmentos específicos
Propaganda
- Abrangente
- Direcionada e em veículos
específicos
Fonte: Jornal do Comércio, 2/8/03
42
O tamanho das lojas também é bem variado, e vem sendo influenciado pelo
aparecimento de uma grande rede de artigos esportivos com megastores nos
principais pontos do país, que é a MG Master detentora das lojas Centauro, By
Tennis e All Max. Este formato de loja é conhecido como Category Killer, que na
tradução literal significa “matador de categoria”. É um formato muito forte nos
Estados Unidos, mas que ainda está engatinhando no Brasil que tem poucos
exemplos, como também as mega livrarias Saraiva e lojas de material de
escritório, Office Max.
Na avaliação de Sebastião Vicente Bonfim Filho (2001, Revista Shopping
Centers), proprietário do grupo MG Master - que reúne as lojas Centauro, By
Tennis e All max, o fechamento das principais lojas de departamentos abriu
espaço para o surgimento no Brasil das category killers.
"As grandes lojas de departamento encerraram suas atividades porque já não
atendiam às necessidades de um consumidor mais exigente. Não eram empresas
especializadas nisso ou naquilo. Cada departamento, então, tende a se tornar
uma loja, com uma proposta mais ampla. Antes tínhamos seção de livros nas lojas
de departamento, agora temos as megastores", diz o empresário.
Com relação ao seu ramo de negócio - o varejo de artigos esportivos - Bonfim
conta que, para lançar uma megaloja, precisou reunir-se aos fabricantes.
"O canal de distribuição de artigos esportivos no Brasil era muito pequeno e
por isso a indústria não produzia, não importava e não oferecia variedade que
justificasse a abertura de lojas de maior porte, como a Centauro. O que estamos
fazendo, no entanto, não é uma aventura - nós tomamos uma decisão junto aos
fabricantes. Num primeiro momento, eles estarão ampliando a sua capacidade de
importação e, depois, passarão a fabricar aqui mesmo com maior escala e
variedade.”
43
Para Bonfim, não há mais chance de retorno das lojas de departamento no
formato tradicional. "O futuro é a profissionalização e a especialização".
Reforçando a teoria das megalojas, de acordo com Blackwell (2003, pág 55)
“observa-se uma tendência entre os consumidores de concentrar suas compras
em poucas lojas grandes, onde esperam encontrar uma variedade de marcas que
se ajustem a seu estilo de vida.”
Segundo dados da Associação Brasileira das lojas de materiais esportivos
(Abraleme), o comércio de material esportivo movimentou no ano de 2002, R$
14,8 bilhões, nas 5500 lojas especializadas e mais 5000 pontos de venda no
Brasil. (Chiarini, 2002)
René Djekeim, presidente da Abraleme, diz que nas lojas de material
esportivo, 50% das vendas são de calçados esportivos, 20% de bolas, 18% de
confecções e 12% de acessórios. O futebol responde por 30% das vendas totais.
(Moreira, 2003)
Já nas sapatarias, segundo o depoimento de vários lojistas sediados na
cidade do Rio de Janeiro, o tênis representa cerca de 25% do faturamento de suas
lojas.
De acordo com pesquisa realizada, este é o perfil dos canais de distribuição
somente de tênis no Brasil, em percentuais do volume de pares nos anos de 2001
e 2002:
Tabela 2: Perfil dos canais de distribuição de tênis no Brasil
Total Alto Serviço
Presente
Lojas de Dpto
Feira/Camelo
2001
3%
6%
15%
3%
2002
4%
7%
15%
2%
44
Lojas Calçado/Sapataria
Porta-a-Porta
Loja Espec/Calçado Esport
Outros Locais
45%
1%
16%
9%
56%
1%
6%
9%
Fonte: Ibope (Documento 1)
A escolha dos dois tipos de canal (sapataria e loja especializada em artigos
esportivos) se deve a importância de ambas na distribuição de tênis no país. De
acordo com dados do Ibope, a sapataria representa hoje o maior volume de tênis
vendidos no país. Já a loja especializada é um local onde a marca é conceituada,
e é um ponto reconhecido pela indústria como importante na formação de opinião
para os consumidores, valorizando sua marca, e obviamente um ponto onde se
vende mais tênis proporcionalmente na comparação com as sapatarias,
especialmente quando a marca pertence ao segmento premium de mercado que
atua nos preços acima de cem reais no mercado brasileiro.
A representatividade deste dois tipos de canal na distribuição de tênis no país
ultrapassa 60% de participação no volume de pares vendidos segundo pesquisa
do Ibope, sendo que principalmente para as marcas esportivas de tênis, estes dois
canais têm normalmente uma representatividade ainda maior, já que de acordo
com o prestígio e os preços que a marca possui e pratica, sua distribuição sofre
variações.
Estas variações de distribuição dos tênis acontecem justamente em virtude do
tipo de loja e de sua localização, sendo então estas variáveis, o foco desta
pesquisa.
45
3.7 O Mercado de Calçados Esportivos
O Brasil é o terceiro produtor mundial de calçados, atrás apenas da China e
da Índia, e sexto maior exportador. (Ribeiro, 2003)
Segundo estimativa do mercado, a indústria de calçados no país é
responsável pelo faturamento anual de aproximadamente 9 bilhões de reais
somente para o mercado interno, calculados pela produção de cerca de 450
milhões de pares e o preço médio de R$ 20,00 o par. Segundo dados do site da
Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), cerca de 70
países importam calçados do Brasil, gerando divisas na ordem de US$ 1,5 bilhão.
O setor calçadista brasileiro é formado por 6 mil indústrias, que geram 240 mil
empregos diretos e produzem 640 milhões de pares anualmente, dos quais cerca
de 174 milhões são exportados.(Oliveira, 2003)
Somente no mercado americano, considerado o maior do mundo, durante o
ano de 2002, os tênis obtiveram um faturamento de $15.693 bilhões com cerca de
430 milhões de pares vendidos (SGMA International, 2003).
Em 2002 somente no Brasil, foram produzidos 78 milhões de pares de tênis
(Ibope).
Segundo o professor Istvan Kasznar que coordenou um estudo realizado pela
FGV, “apenas 1,1% da população economicamente ativa (PEA) no Brasil pratica
esporte pelo menos duas vezes por semana. Este percentual sobe para 1,5% em
São Paulo e atinge 2,3% no Rio de Janeiro, o que comparado com outros países
demonstra o potencial de crescimento do setor. Nos Estados Unidos, por exemplo,
este percentual atinge 18% só com fisiculturismo” (Chiarini, 2002).
A indústria esportiva no Brasil cresce acima do PIB. Segundo dados da FGV,
enquanto o PIB nacional cresceu à taxa média de 2,25% de 1996 a 2000, esse
segmento registrou aumento médio anual de 12,34% no período. (Chiarini, 2002)
Os calçados esportivos estão inseridos de forma importante neste segmento.
46
Disputando este competitivo mercado de tênis no Brasil, encontram-se 2
marcas nacionais de maior expressão e líderes na pesquisa de Top of Mind 2002
segundo o Datafolha (Olympikus e Rainha), grandes marcas mundiais (Nike,
Adidas, Reebok e Asics), e diversas outras que disputam o mercado em seus
diversos segmentos.
O mercado de calçados esportivos possui diversos segmentos como o
Running de produtos idealizados para corrida, o Futebol, o Adventure, Volley,
Tênis, Basquete e outros, sendo na atualidade, o segmento running, a maior fatia
das vendas de calçados esportivos no mundo.
A categoria de calçados esportivos inclui não somente aqueles utilizados em
competições atléticas, mas também aqueles para uso informal.
Ultimamente, a tendência geral é uma maior utilização de calçados esportivos
não somente para competições atléticas, mas também para atividades saudáveis,
estéticas e até para uso informal diário.
Reforçando esta tese, a professora de história da moda Kathia Castilho diz:
“Atualmente, o tênis é admitido como calçado desvinculado do traje esportivo.”
(Moherdaui, 2002)
A popularização dos calçados atléticos para uso informal, e a inclusão de
características mais avançadas nos calçados informais têm contribuído para
diminuir a diferença entre as duas categorias. Antes havia uma diferença clara
entre calçados atléticos de alto desempenho e calçados informais, agora há uma
proliferação de produtos das duas categorias que incorporam algumas das
características de ambos os produtos.
O mercado de calçados esportivos vem evoluindo com o emprego de alta
tecnologia. Durante a década de 70, o boom do exercício físico e das corridas
popularizou o uso do tênis. Na década de 80, é inventado o sistema de
47
amortecimento, o maior avanço tecnológico da indústria de calçados. Nos anos
90, os altos preços fazem os consumidores preferir tênis mais confortáveis,
coloridos e baratos. Após alguns anos de quedas no faturamento das empresas
do setor, a indústria reage com o lançamento de tênis com design futurista.
O crescimento da indústria de calçados esportivos é devido a transformação
pela extensão de produtos e pelo crescimento da segmentação de marcas para
atividades específicas. O mercado atual se caracteriza por uma extensa
quantidade de marcas, tecnologias avançadas em calçados para esportes
específicos.
Em razão da acirrada disputa entre as principais marcas esportivas, o tênis
precisa ser reinventado sem parar. Como os calçados esportivos já podem dispor
de muita tecnologia e conforto, leva vantagem quem inova no design.
Segundo Tiago Pinto, Gerente de Comunicação da Calçados Azaléia,
detentora das marcas Olympikus e Asics no Brasil, “O tênis hoje é um
equipamento para a prática de esportes, mas não tenho dúvidas de que a maioria
das pessoas compra por causa do visual, que remete à tecnologia e é sinônimo de
vanguarda.” (Bresser, 2001)
Uma das premissas fundamentais do moderno campo do comportamento do
consumidor é a de que as pessoas muitas vezes compram produtos não pelo que
eles fazem, mas sim pelo que eles significam. Um bom exemplo, é que embora a
maioria das pessoas não possa correr mais rápido ou saltar mais alto por estar
usando Nike, em vez de Reebok, muitos adeptos fiéis confiam plenamente em sua
marca preferida. (Solomon, 2002)
48
Em três anos, este foi o market share percentual em volume de pares das
marcas de tênis no Brasil:
Tabela 3: Market share de marcas de tênis em volume de pares no Brasil
OLYMPIKUS
RAINHA
TOPPER
ALL STAR
MIZUNO
NIKE
REEBOK
PENALTY
ADIDAS
DIADORA
TRY ON
OUTRAS
MARCAS
2000
2001
2002
13,2
7,3
6,6
3,6
3,9
3,6
1,8
2,2
1,9
0,8
1,3
13,8
7,1
5,5
3,8
6,1
2,9
2,4
1,8
1,9
0,8
1,5
11,6
5,2
4,8
4,7
4,4
2,8
2,3
2,3
1,6
1,3
1,2
53,4
52,2
57,9
Fonte: Ibope (Documento 1)
A tabela demonstra a força das marcas nacionais e mais populares como
Olympikus e Rainha que conseguem principalmente através de lojas do tipo
sapataria multimarcas um expressivo número.
Já em valores faturados, este foi o market share percentual das marcas de
tênis no Brasil, em dois anos pesquisados:
Tabela 4: Market share de marcas de tênis em valores faturados no Brasil
OLYMPIKUS
MIZUNO
NIKE
RAINHA
2001
2002
16,3
10,0
5,4
8,5
14,2
7,0
6,7
6,1
49
TOPPER
REEBOK
ADIDAS
ALL STAR
PENALTY
DIADORA
TRY ON
OUTRAS
MARCAS
5,7
3,7
3,5
3,1
1,7
1,3
1,4
5,0
5,0
3,8
3,7
2,3
2,3
1,4
39,0
42,4
Fonte: Ibope (Documento 1)
O mercado brasileiro é dividido entre as marcas populares de maior volume de
vendas e com preços em geral até cem reais para o consumidor, e o mercado
Premium, das grandes marcas mundiais e acima dos cem reais.
Atualmente, a Nike é a maior marca de tênis do país no segmento premium,
ou seja, dos tênis que custam mais de cem reais (Mano, 2002). Neste segmento
mais elitizado e que corresponde à cerca de 15% do mercado de tênis no Brasil de
acordo com estimativas do mercado, concorrem as grandes marcas esportivas
mundiais como Nike, Adidas, Reebok, Asics, New Balance, entre outras. A Nike é
também a maior marca mundial de material esportivo com faturamento de 9,8
bilhões de dólares em 2001, sendo cerca de 150 milhões de reais faturados no
Brasil, segundo estimativa do mercado para o período de Junho/2001 a
Junho/2002 (Mano, 2002). Seus tênis estão presentes em cerca de 2000 pontos
de venda no país.
No mercado brasileiro, principalmente após a maxidesvalorização do dólar a
partir de janeiro de 1999, a produção local é um dos maiores trunfos da marca
líder no mercado de tênis brasileiro, a Olympikus, da gaúcha Azaléia, presente em
cerca de 10.000 pontos de venda no país. Foi também produzindo localmente que
uma das maiores concorrentes da Nike no Brasil no segmento Premium conseguiu
ganhar mercado nos últimos anos. A Vulcabrás que tem os direitos de distribuição
50
da marca Reebok produz 90% do volume vendido em sua fábrica no Ceará,
enquanto que os tênis Nike têm 60% da produção nacional. (Mano, 2002)
A Adidas, segunda maior marca de artigos esportivos do mundo, que faturou
5,4 bilhões de dólares em 2001, também vem optando por aumentar a produção
local em detrimento as importações, já que os tênis produzidos no país
representam apenas 30% de suas receitas. (Mano, 2003)
Outra grande marca global que desembarcou no país no ano de 2002, foi a
Japonesa Asics, que está retornando ao mercado brasileiro através da gaúcha
Azaléia que passou a deter os direitos de produção, importação e comercialização
de seus produtos, optando por atuar no segmento Premium de mercado, assim
como a americana New Balance, que optou apenas por comercializar produtos
importados no país.
51
3.8 Uma Pesquisa realizada nos Estados Unidos
Uma pesquisa atualizada sobre o maior mercado de calçados esportivos do
mundo feita pela SGMA International (Documento 2) nos Estados Unidos aponta
diversos fatores importantes para o mercado brasileiro, já que várias tendências
surgem neste mercado.
A edição 2003 da SGMA traça um perfil do que foi o mercado norte
americano em 2002.
O volume de pares vem aumentando ano a ano, porém o preço médio pago
por um par de tênis vem caindo.
O segmento Running tem a maior fatia do mercado americano, seguido
pelo basquete, considerado o esporte mais popular nos Estados Unidos.
Tabela 5: Percentual de dólares gastos por segmento em 2002 nos
EUA
Running
Basquete
Cross Training
Caminhada
Low Performance
Montanhismo
Tennis
Sandálias
esportivas
Recreational Boots
Skate
Todos os outros
28.6%
20.7%
12.8%
7.0%
5.5%
4.2%
4.2%
2.0%
1.7%
1.6%
11.7%
Fonte: NPD Fashionworld Point of Sale and Consumer (Documento 2)
52
Os segmentos de maior crescimento em vendas em relação a 2001 no
mercado americano foram os
de Futebol, Skate, Basquete
e Tennis,
respectivamente.
Em um painel com os executivos de algumas das maiores marcas
esportivas do mundo, vários insights são citados na pesquisa da SGMA, sendo de
importância e valor para a indústria de calçados esportivos.
De acordo com os executivos, os consumidores estão muito hesitantes
antes de fazer uma compra, e as promoções do tipo compre isso e ganhe aquilo
muito usada pelos varejistas, vem criando uma solicitação por descontos cada vez
maior. Segundo um membro do painel, a indústria está seriamente desafiada a
criar e comunicar valor em um mercado de preços em queda. E as promoções tipo
“compre isso e ganhe aquilo”, não acrescentam em nada para o valor da marca,
porém se a marca vem com o produto certo, e não permite que ele seja distribuído
em demasia pelos canais, ainda se pode conseguir um bom preço pelo produto,
tanto que as lojas especializadas em performance de corrida tem os preços mais
estáveis, sem tantos mark downs.
O excesso de produtos e modelos é visto como um dos principais motivos
para o declínio dos preços pagos pelo consumidor, pois a oferta é muito grande.
Estes insights transmitem bem o que se busca com esta pesquisa no
objetivo de uma venda mais consultiva que vise ter o produto certo no ponto de
venda adequado, em razão de seu público freqüentador.
O grupo de consumidores entre 13 e 24 anos nos Estados unidos é
responsável por quase um terço dos gastos com tênis, por isso nos critérios de
maior influência de compra, eles aparecem em uma categoria à parte, para que se
possa fazer uma comparação com o mercado como um todo.
53
Tabela 6: Maior influência de compra dos tênis em 2002 nos EUA
Idade entre 13 e 24
Todos os compradores
1. Conforto
1. Conforto
2. Visual
2. Preço
3. Marca preferida
3. Visual
4. Preço
4. Marca preferida
5. Modelo específico
5. Modelo específico
A constatação é que os jovens são mais influenciados pela moda e pela
marca do que o mercado como um todo.
Tabela 7: As 10 marcas preferidas pelos consumidores americanos em
2002 por sexo
Entre os homens
Entre as mulheres
1. Nike
1. Nike
2. Adidas
2. Adidas
3. Reebok
3. Reebok
4. New Balance
4. Converse
5. Converse
5. Asics
6. Fila
6. Fila
7. Puma
7. Spalding
8. Asics
8. New Balance
9. Spalding
9. K-Swiss
10. And1
10. Cross Trekkers
O reflexo do grande mercado norte americano faz com que as três
primeiras marcas em ordem de preferência nos Estados Unidos sejam também as
três maiores marcas do mundo em vendas.
54
Tabela 8: Market share por idade dos consumidores americanos
Até 12 anos
De 13 a 17
De 18 a 24
De 25 a 34
De 35 a 44
De 45 a 54
De 55 e acima
17.9%
17.3%
14.4%
15.2%
15.7%
10.9%
8.6%
O mercado jovem tem uma força tão grande que os americanos utilizam
pesquisas de preferência diferenciando este público do público adulto.
Em relação às compras por faixas de preço, este é o volume de pares em
percentuais:
Tabela 9: Market share por faixa de preço vendido no mercado
americano
De $ 29,99 ou menos
De $ 30 até $ 39,99
De $ 40 até $ 49,99
De $ 50 até $ 59,99
De $ 60 até $ 69.99
De $ 70 até $ 99.99
De $ 100 e acima
22.2%
19.9%
20.1%
14.5%
8.6%
11.3%
3.5%
Quanto à finalidade de uso do tênis, 33.8 % dos americanos afirmam usálos para alguma atividade esportiva, enquanto que 66.2 % usam de forma casual,
para o dia a dia ou lazer.
Quanto ao perfil dos canais de distribuição, estes foram os percentuais
gastos em dólares pelos consumidores por tipo de loja no qual compraram seus
tênis:
55
Tabela 10: Fatia dos gastos em tênis por tipo de loja nos EUA
Athletic specialty
Redes nacionais
Loja de material esportivo
Outlets / Lojas de fábrica
Lojas de desconto
Sapatarias
Venda por catálogo
Independentes
Lojas de departamento
Lojas off-price
Outras
21.1%
13.7%
12.9%
9.8%
9.4%
4.4%
3.9%
3.9%
3.4%
3.3%
14.2%
Redes nacionais = Sears, J.C. Penney´s
Lojas de desconto = Wal Mart, Kmart
Lojas Off – price = Marshall´s, T.J. Maxx
Independentes = Inclui pequenas redes e lojas individuais
Outras = Inclui lojas de roupas, Internet entre outras
Em relação à média de preços pagos pelos tênis por consumidor no canal
de distribuição, esta foi à relação:
Tabela 11: Média de preços pagos pelos tênis por consumidor de
acordo com o canal de venda nos EUA
Todos os canais
Athletic specialty
Independentes
Lojas de material esportivo
Lojas de Outlet
Lojas de departamento
Redes nacionais
Off – price
Lojas de desconto
$ 36.61
$ 60.02
$ 52.58
$ 50.86
$ 46.09
$ 45.79
$ 36.99
$ 32.72
$ 14.60
56
As lojas especializadas representam nos Estados Unidos os maiores
valores médios por possuírem os modelos de mais alta tecnologia e, portanto de
maior valor agregado.
57
3.9 Os consumidores de Calçados esportivos
Em uma era bastante competitiva, no qual as exigências dos consumidores
aumenta incessantemente, buscando além de preços razoáveis, o valor e serviço,
um dos pontos chaves pregados por Blackwell (2003), é de que para os varejistas
que não fizerem parte de cadeias de fornecimento eficientes, será impossível
oferecer valor. Estando o serviço também ligado à capacitação e políticas de
recursos humanos. Blackwel entende por cadeias de fornecimento, alianças entre
fornecedores de insumos, fabricantes e canais de venda de varejo, que serão
fundamentais para competir no futuro.
No ramo de calçados esportivos de acordo com Blackwel (2003), um caso
de cadeia de fornecimento que entende a mente do consumidor é a Nike, pois não
é um fabricante, é um atacadista que assumiu a função de desenvolvimento de
uma marca, em vez de deixá-la na mão dos fabricantes.
Na questão de classes sociais, de acordo com Shiffman e Kanuk (1997) os
consumidores da classe média baixa têm forte preferência por produtos que
ofereçam um ponto externo de identificação, como nome de uma marca de valor.
Ao contrário, os consumidores de classe alta tendem a comprar sem essas
associações de apoio.
Segundo pesquisa o perfil do consumidor de tênis no Brasil de acordo com
as classes sociais nos últimos dois anos é a seguinte:
Tabela 12: Perfil do consumidor de tênis no Brasil de acordo com as
classes sociais
A/B
C
D/E
2001
33%
35%
32%
Fonte: Ibope (Documento 1)
2002
31%
38%
31%
58
Em relação à idade dos consumidores de tênis no país em dois anos, a
pesquisa revela as seguintes relações percentuais:
Tabela 13: Market share por idade dos consumidores brasileiros
2001
12%
23%
19%
12%
16%
18%
Até 10 anos
De 11 a 14 anos
De 15 a 19 anos
De 20 a 25 anos
De 26 a 36 anos
De 37 e + anos
2002
12%
23%
20%
12%
15%
19%
Fonte: Ibope (Documento 1)
O jovem e principalmente o adolescente é o maior alvo das marcas de
tênis, pois representa uma grande fatia do mercado.
Já em relação ao sexo, a pesquisa apresenta a participação dos
consumidores de tênis em dois anos, em percentuais:
Tabela 14: Market share por sexo dos consumidores brasileiros
Masculino
Feminino
2001
58%
42%
2002
54%
46%
Fonte: Ibope (Documento 1)
Os próprios lojistas investem mais na coleção masculina, tendo quase
sempre um mix de modelos masculino maior que o feminino, pois as vendas
indicam o que esta pesquisa comprova.
Devido à ênfase desta pesquisa para os consumidores dos shoppings, de
acordo com pesquisa realizada pelo IPDM no Rio de Janeiro (Parente, 2000), o
59
shopping é o canal varejista preferido para comprar calçados. Os homens gastam
em média mais do que as mulheres em cada visita. Independentemente do sexo,
os jovens de até 19 anos gastam em média mais do que os adultos entre 30 e 44
anos em cada visita. Os maiores freqüentadores são as pessoas de 20 a 29 anos
(41%), seguidos pelos adultos de 30 a 44 anos (31%), e depois os adolescentes e
adultos acima de 45 anos (ambos com 14%).
O cliente típico de shopping pertence às classes A, B ou C (92%), tem entre
20 e 44 anos (74%), sendo o automóvel o principal meio de transporte.
Segundo pesquisa (Parente, 2000), os homens são mais impulsivos,
consomem mais supérfluos, mostram-se menos preocupados com os preços e
gostam de lojas bonitas. A tendência acentua-se à medida que aumenta o poder
aquisitivo do consumidor.
De acordo com pesquisa encomendada pelo POPAI Brasil (Parente, 2000),
o hábito de compras não planejadas é essencialmente forte entre os brasileiros, e
comparado com o resultado de pesquisas semelhantes nos Estados Unidos, o
consumidor brasileiro mostra muito maior predisposição para compras por
impulso.
60
4. Metodologia
4.1 Tipo de pesquisa e Método
Trata-se de um estudo exploratório e de caráter descritivo que se utilizou de
questionários com perguntas abertas e fechadas, que visa descrever o perfil do
consumidor de tênis, seus hábitos de consumo e seu comportamento de compra
em shoppings previamente definidos e localizados na cidade do Rio de Janeiro.
É uma pesquisa de campo, que se realizou em lojas de calçados previamente
definidas, através de entrevista baseada em questionário estruturado.
Foram entrevistados consumidores de tênis, logo após uma pesquisa ou
compra de um tênis e ainda dentro da loja, com o objetivo de otimizar a precisão
das respostas adquiridas.
Foram alternados os dias da semana e horários das entrevistas nas lojas,
com o objetivo de evitar tendências.
A seguir estão detalhados os procedimentos quanto à escolha dos pontos de
venda e do público pesquisado.
61
4.2 Pontos de venda, público alvo e procedimentos de coleta de dados
Foram selecionadas quatro lojas, sendo duas sapatarias e duas lojas
especializadas em artigos esportivos. As lojas pertencem a duas redes sediadas
no Rio de Janeiro, que possuem lojas em Shoppings com público de maior e
menor poder aquisitivo, propiciando assim a realização da pesquisa de acordo
com as variáveis de apresentação da loja (Sapataria x Loja especializada em
artigos esportivos), e ponto (local de alto poder aquisitivo x local de baixo poder
aquisitivo).
Para que não ocorra distorções, foram selecionadas apenas lojas dentro de
Shoppings. Sendo uma sapataria no Barra Shopping e outra no Norte Shopping,
ambas pertencentes a uma mesma rede. E uma loja especializada em artigos
esportivos no Shopping Rio Sul e outra no Madureira Shopping, pertencentes a
uma mesma rede especializada.
Para efeito de diferenciar locais com predominâncias de frequência de alto e
baixo poder aquisitivo, representam o Madureira Shopping e o Norte Shopping,
locais de menor poder aquisitivo, e o Barra Shopping e o Shopping Rio Sul, os
locais de maior poder aquisitivo.
O público alvo são os consumidores de tênis abordados após uma pesquisa
ou compra de um tênis em um dos dois tipos de loja estudados (Sapataria e loja
especializada em artigos esportivos) que podem ou não ser freqüentadores
assíduos do tipo de loja no qual foram entrevistados.
A escolha pelo ponto como uma variável a ser analisada pela pesquisa se
deve ao fato destas lojas possuírem diferentes mix de produtos, mesmo
pertencendo a mesma rede, em uma demonstração clara de uma diferenciação do
comportamento de compra dos consumidores, reforçando assim a importância
desta pesquisa na identificação destas variáveis.
62
A escolha da apresentação como outra variável a ser analisada, se deve
também a constatação da existência de diferente mix de produtos de tênis
encontrado em sapatarias e em lojas especializadas em artigos esportivos, sendo
a sapataria em geral, bem mais conservadora em relação a produtos inovadores e
de maior valor agregado, mesmo estando em locais de maior poder aquisitivo.
Foram selecionadas trinta pessoas em cada uma das quatro lojas
previamente definidas, totalizando cento e vinte entrevistas para a amostra.
O método para coleta de dados utilizado foi o de entrevista pessoal.
Para compor a amostra foi utilizada a técnica não probabilística dos seguintes
tipos:

Intencional: Os respondentes deveriam ter acabado de pesquisar ou
comprar um tênis e não podiam pertencer ao ramo de calçados ou
ser profissionais de marketing.

Aleatória: Os entrevistados foram selecionados aleatoriamente em
visitas do pesquisador as lojas previamente definidas.
A exclusão dos profissionais do setor de calçados da amostra deveu-se ao
fato desses profissionais terem preferências tendenciosas que poderiam prejudicar
o resultado final desta pesquisa, bem como a exclusão dos profissionais de
marketing que deveu-se ao fato de possuírem conhecimentos de teorias e
variáveis que são exploradas no trabalho.
Para a definição das classes sociais dos entrevistados foi utilizado o critério de
classificação econômica Brasil (anexo 9.2).
63
4.3 Questionário
O questionário aplicado junto aos consumidores, foi estruturado com
perguntas abertas, fechadas, dicotômicas (com respostas sim ou não),
encadeadas (Exemplo: pergunta dois depende da um), perguntas com
respostas por ordem de preferência dos entrevistados (Exemplo: primeiro mais
importante, segundo mais importante e assim por diante).
O questionário enfocou os seguintes aspectos:

Perfil dos consumidores de tênis: classe social, idade, sexo e grau de
instrução.

Hábitos de compra e de consumo: finalidades de uso, compras
realizadas, freqüência de compras.

Preferências e comportamentos de compra dos consumidores:
critérios
de
escolha
de
loja
e
produtos,
preferências
por
determinados segmentos, tipos e marcas de calçado esportivo.

Processo de tomada de decisão: como é feita a escolha, informações
solicitadas a vendedores
64
5. Descrição dos resultados de campo
A descrição dos dados coletados na pesquisa de campo foi estruturada da
seguinte forma:
Em primeiro lugar, observou-se o perfil demográfico da amostra (sexo,
idade, classe social e grau de instrução).
Em seguida, foram examinados os hábitos de compra e de consumo dos
consumidores pesquisados (finalidade de uso, compras realizadas, freqüência de
compra).
Num terceiro momento, foram analisadas as preferências por produto e loja
por parte destes consumidores (critérios de escolha de loja e produtos,
preferências por determinados tipos e marcas de calçado esportivo).
Em seguida, foi feita uma análise do processo de tomada de decisão dos
consumidores e de seu comportamento de compra (como é feita a escolha,
informações solicitadas aos vendedores).
Durante cada etapa da descrição dos resultados de campo, os cruzamentos
e comparações mais relevantes para o objetivo da pesquisa foram realizados, com
o intuito de aprofundar e esclarecer determinadas questões.
65
5.1 Perfil da Amostra
Foram realizadas 120 entrevistas com consumidores imediatamente após
uma pesquisa e/ou compra de um tênis em quatro lojas previamente definidas,
sendo obrigatoriamente pessoas que usassem tênis e não trabalhassem no ramo
de calçados e pesquisa de marketing.
A seguir, a descrição das características demográficas da amostra: sexo,
idade, classe social e grau de instrução.
Resumidamente, a amostra apresentou as seguintes características:

A proporção de homens foi superior a de mulheres (70.9% contra
29.1%);

O público entrevistado tem em média 29 anos de idade, estando a
maioria dos respondentes entre 20 e 36 anos (65% do total);

No que diz respeito à classificação econômica, houve uma alta
incidência de respondentes na classe B (50.8%), provavelmente
motivada pelo fato da pesquisa ter sido realizada apenas em lojas de
shopping, cujo público situa-se 92% entre as classes A, B e C
(Parente, 2000);

Quanto ao grau de instrução dos entrevistados, quase a metade da
amostra possui colegial completo ou grau superior incompleto
(47.5% do total).
Os gráficos a seguir apresentam os dados relativos ao perfil dos
entrevistados:
66
GRÁFICO 1: Distribuição da amostra segundo sexo
29,10%
Masculino
70,90%
Feminino
O número de homens entrevistados foi bastante superior ao de mulheres.
Um fator que contribuiu para tal fato é o mix de produtos masculino infinitamente
superior ao mix feminino na loja pesquisada em Madureira. O mesmo fato ocorre
em menor escala, nas lojas do Norte e Barra shopping. Segundo os lojistas, isto
ocorre porque há uma maior procura dos tênis por parte do sexo masculino em
suas lojas. Uma percepção baseada nas vendas de suas lojas.
As pesquisas realizadas pelo Ibope e previamente citadas, à respeito das
compras por sexo em nível nacional, e em todo tipo de estabelecimento de vendas
de tênis, também apontam os homens como maiores consumidores do produto
(Documento 1).
GRÁFICO 2: Distribuição da amostra por Classe Social
23,40%
25,80%
A
B
C/D
50,80%
Verifica-se que houve um equilíbrio entre entrevistados pertencentes às
classes A e C/D. As classes C e D foram agrupadas numa única classe afim de
67
facilitar a análise dos dados. A grande maioria dos entrevistados situou-se na
classe B.
Para a identificação das classes, foi utilizado o critério de Classificação
Econômica Brasil da Associação Nacional de Empresas de Pesquisa (ANEP)
(Anexo 9.2).
GRÁFICO 3: Distribuição da amostra por faixa etária
19,20%
15,80%
13 a 19 anos
20 a 25 anos
27,50%
37,50%
26 a 36 anos
37 e + anos
Através do gráfico, observa-se que a maior parte dos entrevistados
concentra-se entre 26 e 36 anos, sendo que a média amostral é de 29 anos.
GRÁFICO 4: Distribuição da amostra por grau de instrução
0,90%
Primário completo/Ginasial incompleto
12,50%
Ginasial completo/Colegial incompleto
39,10%
Colegial completo/Superior incompleto
47,50%
Superior completo
A grande maioria dos entrevistados tem um razoável grau de instrução, já
que 86.6% possuem pelo menos colegial completo ou o grau superior incompleto.
É importante ressaltar que vários entrevistados ainda se encontram cursando o
colegial ou a faculdade.
68
As subdivisões do nível de instrução foram as mesmas utilizadas pelo
Critério de Classificação Econômica Brasil da Associação Nacional de Empresas
de Pesquisa (ANEP) para definir o nível de instrução do chefe de família (Anexo
9.2).
Os dados referentes à amostra de uma forma geral têm apenas o intuito de
apresentar o tamanho e a composição geral da amostra. Porém, para os objetivos
do presente estudo, sua relevância principal está na comparação entre os
diferentes tipos de loja freqüentados pelos entrevistados (sapataria ou loja
especializada).
Assim, compara-se em seguida o perfil dos entrevistados nas lojas
especializadas e nas sapatarias:
GRÁFICO 5: Distribuição da amostra segundo sexo e o tipo de loja
(Sapataria x L. Especializada)
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
75%
66,60%
Masculino
33,40%
25%
Sapataria
Feminino
L. Especializada
Apesar de uma maior presença feminina na sapataria, este número não
pode ser seguramente interpretado como uma inclinação maior das mulheres a
procurar esse tipo de loja, em razão da loja especializada pesquisada no
Madureira Shopping apresentar um mix de produtos masculinos muito superior ao
de femininos. Porém sabe-se que, nas sapatarias, os tênis têm um mix de
produtos com menor valor agregado médio do que nas lojas especializadas, e as
69
mulheres tendem a pagar menos por um tênis, conforme o presente estudo
detectou, sendo então essa tendência, uma possível explicação para a maior
presença feminina nas sapatarias.
Há também uma constatação empírica feita pelo autor, de que os locais de
maior poder aquisitivo apresentam um mix maior de tênis femininos. No presente
estudo os locais de mais alto poder aquisitivo têm 36.6% de freqüência feminina
contra apenas 21,6% de mulheres em locais de menor poder aquisitivo, o que
pode explicar a constatação de que os lojistas situados em locais de maior poder
aquisitivo disponibilizem maior mix de produtos femininos. Entretanto é importante
lembrar que este estudo foi realizado apenas em lojas de shopping.
GRÁFICO 6: Distribuição da amostra por Classe Social segundo tipo de loja
(Sapataria x L. Especializada)
100%
80%
21,60%
30%
A
60%
40%
58,40%
43,40%
B
C/D
20%
20%
26,60%
Sapataria
L. Especializada
0%
Com o objetivo de validar a pesquisa na busca por seus objetivos, ambos
os tipos de loja pesquisados encontravam-se em shoppings com freqüência de
público razoavelmente equivalente em relação às classes sociais, ou seja, foram
comparadas uma sapataria e uma loja especializada em shoppings com
freqüência maior das classes A e B, e uma outra sapataria e outra loja
especializada em shoppings com maior frequência das classes B e C. Portanto, as
classes sociais não apresentam diferenças tão significativas, na comparação por
tipo de loja (Sapataria x Loja especializada).
70
GRÁFICO 7: Distribuição da amostra por Classe Social segundo a
localização da loja (Alto poder aquisitivo – Rio Sul e Barra Shopping e Menor
poder aquisitivo - Madureira e Norte Shopping)
8%
100%
80%
43,40%
46,60%
60%
A
B
40%
55%
20%
45,00%
C/D
1,60%
0%
Alto Poder
Aquisitivo
Menor Poder
Aquisitivo
O gráfico demonstra uma maior concentração de consumidores das classes
A e B nas lojas pesquisadas em shoppings situados em regiões de alto poder
aquisitivo, e uma maior concentração de público das classes B, C e D nas lojas de
shoppings situados em regiões de menor poder aquisitivo.
GRÁFICO 8: Distribuição da amostra por faixa etária segundo o tipo de loja
(Sapataria x L. Especializada)
100%
80%
60%
23,30%
36,60%
38,30%
40%
20%
0%
15%
26,60%
28,30%
10%
Sapataria
21,60%
L. Especializada
37 e +
26 a 36
20 a 25
13 a 19
71
O gráfico 8 aponta que, na amostra pesquisada, o público das lojas
especializadas é mais jovem que o de sapatarias, o que também pode ser
observado quando se comparam as idades médias obtidas em cada segmento:
27.2 anos nas lojas especializadas contra 30.7 anos nas sapatarias.
GRÁFICO 9: Distribuição da amostra segundo grau de instrução e tipo de
loja (Sapataria x L. Especializada)
0,6
53,40%
0,5
41,60%
Primário completo /
Ginasial incompleto
41,70%
36,70%
0,4
0,3
20%
0,2
0,1
5%
1,60%
Ginasial completo /
Colegial incompleto
Colegial completo /
Superior incompleto
Superior completo
0
Sapataria
L. Especializada
A diferença de grau de instrução observada no gráfico 9 provavelmente
está associada à diferença de idade observada no gráfico 8: 21,6% dos
entrevistados das lojas especializadas ainda se encontram em idade de 13 a 19
anos contra apenas 10% nas sapatarias, o que pode sugerir que esta fatia de
entrevistados na loja especializada ainda esteja cursando níveis mais baixos de
escolaridade.
72
5.2 Hábitos de compra e de consumo
Os resultados apresentados a seguir referem-se às perguntas 4, 12, 13,
14, 16, 17, 18 e 20 do questionário aplicado à amostra selecionada. Os objetivos
eram conhecer a finalidade de uso do produto, as compras realizadas, sua
freqüência de compra e de utilização, e suas intenções de compra.
Seguem os resultados obtidos.
GRÁFICO 10: Pergunta – “Hoje você já saiu de casa com a intenção de
comprar ou pesquisar sobre um tênis ?”
Sapataria
L. Especializada
16,60%
25%
83,40%
Sim
Sim
Não
Não
75%
Evidencia-se que os consumidores das lojas especializadas possuem uma
maior predisposição para compras não planejadas. Isto pode ser explicado pelo
fato das lojas especializadas desenvolverem, em geral, um trabalho mais forte de
vitrinismo, com mais material promocional de ponto de venda e um visual mais
caprichado e voltado especificamente para produtos esportivos. Entretanto, o fato
da pesquisa ter sido feita apenas com consumidores que estavam nas lojas
pesquisando ou comprando tênis pode ter contribuído para um alto percentual
positivo desta resposta.
GRÁFICO 11: Pergunta – “Quantos pares de tênis você comprou nos últimos
12 meses ?”
73
Pares/Ano
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
2,8
1,91
Sapataria
L. Especializada
Os consumidores entrevistados de lojas especializadas têm uma média
superior em quase 1 par/ano se comparados com os consumidores de sapatarias.
Este fato pode ser explicado pela freqüência de uso distinta entre estes
consumidores, e pela maior fidelização ao tipo de loja, ou seja, pode-se supor que
o consumidor de loja especializada utilize mais o tênis, e compre mais este
produto somente, ou na maioria das vezes, na loja especializada. A maior
presença de um público jovem nas lojas especializadas também contribui para
estes números, já que pesquisas do Ibope previamente citadas indicam uma maior
média de compra entre consumidores mais jovens.
É importante lembrar que a pesquisa investigou consumidores que estavam
nas lojas e disseram estar pesquisando ou comprando tênis, o que explica o alto
percentual de respostas positivas a essa pergunta, que talvez não reflita o
comportamento dos consumidores como um todo.
A comparação por sexo entre os dois tipos de loja para a mesma pergunta
confirma uma realidade observada no mercado, conforme indica o gráfico 12.
GRÁFICO 12: Quantidade de pares comprados nos últimos 12 meses
74
Pares / Ano
4
3
3
2,2
2,1
Homem
1,5
2
Mulher
1
0
L. Especializada
Sapataria
Os homens compram mais tênis.
Como se viu anteriormente, isso foi
observado pelos lojistas que costumam disponibilizar um mix maior de modelos
masculinos em seus estabelecimentos. Além disso, determinados locais de menor
poder aquisitivo dentro de shoppings, têm vendas de tênis femininos ainda
menores, segundo os lojistas. Talvez o público feminino de menor poder aquisitivo
tenha mais acesso a lojas que vendem tênis fora dos shoppings.
GRÁFICO 13: Pergunta – “Você costuma usar tênis com que freqüência ?”
Sapataria
11,60%
20%
18,40%
Diária
Quase todos os dias
Só fins de semana
50%
Raramente
L. Especializada
1,60%
3,30%
21,60%
Diária
Quase todos os dias
45%
Só fins de semana
Raramente
28,40%
Outros: Só para malhar
75
Evidenciando uma das razões pela qual o consumidor de lojas
especializadas tem uma maior média de compra de pares / ano que o de
sapatarias, foi constatado que o número de respondentes que usam tênis
diariamente na loja especializada é de 45% do total pesquisado neste tipo de loja,
resultado muito superior ao do consumidor de sapataria com apenas 20%.
Também, o número de consumidores que usam raramente o tênis na loja
especializada é bem pequeno, apenas 3,30%, contra 11,60% nas sapatarias.
No que diz respeito à localização da loja, 41,6% dos entrevistados de lojas
situadas em regiões de menor poder aquisitivo revelam usar tênis diariamente,
contra somente 23,3% em regiões de alto poder aquisitivo. Possivelmente, esse
resultado está relacionado à atividade profissional, à finalidade de uso do produto,
ou até mesmo ao estilo de vida das diferentes classes pesquisadas na amostra.
GRÁFICO 14: Pergunta – “Qual a finalidade de uso de seus tênis na maior
parte do tempo ?”
Sapataria
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
50%
33,30%
15%
s
O
ut
ro
Es
co
la
Tr
ab
al
ho
/L
az
er
Ca
su
al
Fí
sic
a
1,60%
id
ad
e
At
iv
15%
76
L. Especializada
53,30%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
40%
23,30%
Es
co
la
Tr
ab
al
ho
/L
az
er
Ca
su
al
At
iv
id
ad
e
Fí
sic
a
13,30%
A finalidade casual / lazer, seguida pela atividade física, é predominante em
ambos os tipos de loja, porém o consumidor de loja especializada faz uma
utilização do tênis para atividades físicas mais acentuada. Este percentual não
demonstra uma diferença tão significativa, pelo fato de que o consumidor podia
responder até 2 opções, porém ao comparar por localização no gráfico 15,
evidencia-se que o consumidor de alto poder aquisitivo usa o tênis para atividades
físicas preferencialmente 2.3 vezes mais que o consumidor de menor poder
aquisitivo, que faz no uso casual e lazer sua maior utilização.
De uma forma geral o que se observa é que pouco mais da metade dos
consumidores de tênis pesquisados irão usar o produto predominantemente para
o lazer, e cerca de 1/3 destes compradores irão usá-lo principalmente em
atividades físicas.
GRÁFICO 15: Finalidade de uso do tênis
77
Finalidade de Uso
80,00%
60,00%
63,30%
61,60%
53,30%
40,00%
Atividade Física
26,60%
Casual / Lazer
20,00%
0,00%
Alto Poder
Aquisitivo
Menor Poder
Aquisitivo
GRÁFICO 16: Pergunta – “Você pratica mesmo que ocasionalmente alguma
atividade esportiva que requer o uso de tênis ?”
Sapataria
L. Especializada
18,40%
33,40%
Sim
66,60%
Sim
Não
Não
81,60%
O gráfico 16 evidencia que a proporção de consumidores que praticam uma
atividade física que demanda o uso de tênis é maior entre os freqüentadores de
lojas especializadas. Tal resultado era esperado já que as lojas especializadas são
voltadas para esse público e oferecem um mix mais diversificado de produtos
indicados para a prática de diferentes modalidades esportivas.
GRÁFICO 17: Pergunta – “Qual ou Quais atividades ?
78
Sapataria
50%
40,00%
27,50%
27,50%
36,70%
28,50%
28,50%
30,00%
22,50%
26,50%
20,00%
10,00%
am
in
ha
da
C
Ac
ad
em
ia
da
or
ri
C
Fu
te
bo
l
Fu
te
bo
l
C
or
ri
da
0,00%
Ac
ad
em
ia
C
am
in
ha
da
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
L. Especializada
A caminhada é a atividade preferida e disparada entre os pesquisados de
sapatarias, estando a corrida, a academia (ginástica, musculação e malhação) e o
futebol, quase empatados na disputa pelo segundo lugar. Vale lembrar que,
conforme se viu no item 5.1 deste capítulo, a idade média dos consumidores de
sapatarias é mais elevada que nas lojas especializadas, e a caminhada é uma
atividade física que tem mais adeptos entre pessoas de maior faixa etária. A
ausência de modelos específicos para determinadas atividades esportivas neste
tipo de loja é outro elemento que possivelmente contribuiu para esse resultado.
Já nas lojas especializadas, o futebol, esporte mais popular no Brasil, é o
mais praticado entre os entrevistados, gerando um bom percentual das vendas
destas lojas, conforme pesquisa previamente citada. A corrida pode ser
considerada o maior segmento do mercado também pela prática, afinal engloba de
uma forma geral, corrida e caminhada, que juntos liderariam as vendas em ambas
as lojas.
Ao comparar-se a finalidade de uso do tênis segundo a localização da loja,
importantes dados são evidenciados, conforme o gráfico 18 demonstra.
GRÁFICO 18: Finalidade de uso do tênis segundo a localização da loja
79
Finalidade de Uso
46,50%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
44,20%
34,80%
30,40%30,20%
26% 25,50%
ol
te
b
Fu
ia
ad
em
Alto Poder
Aquisitivo
Menor Poder
Aquisitivo
Ac
in
h
am
C
C
or
ri
ad
da
a
10,80%
O consumidor pesquisado nos locais freqüentados por indivíduos nas
classes mais altas tem no segmento corrida, a sua maior prática esportiva.
Enquanto isso, o segmento futebol ocupa apenas a quarta atividade mais
praticada entre estes entrevistados. O futebol é o esporte mais praticado entre os
consumidores de lojas situadas em shoppings com público de menor poder
aquisitivo.
GRÁFICO 19: Pergunta – “Você compra tênis específico para uso nessa(s)
atividade(s) esportiva(s) ?”
L. Especializada
Sapataria
42,50%
57,50%
Sim
Não
Sim
44,90%
55,10%
Não
Os consumidores de lojas especializadas estão mais propensos a comprar
tênis específicos, até pela maior utilização em atividades físicas.
80
Outro dado interessante apresentado pela pesquisa demonstra que, entre
todos os pesquisados, 36.6% afirmam comprar tênis específicos para determinada
atividade esportiva, ainda que não necessariamente os usem apenas para tal
finalidade. Este é um número considerável, o que justifica os fortes investimentos
de marcas internacionais no Brasil, e faz com que a indústria nacional busque
inserir mais tecnologia aos calçados nacionais, como um diferencial para este
público alvo.
Este público consumidor de tênis deseja acima de tudo um tênis confortável
para a prática destas atividades, conforme atesta o gráfico 43. Como o conforto é
intimamente ligado à tecnologia de amortecimento do tênis, essa passa a ter
importância significativa para estes consumidores no momento de escolha do
produto, e seguramente é a tecnologia mais solicitada, de acordo com vendedores
de diversas lojas, inclusive das lojas pesquisadas, tendo sido nesta pesquisa a
mais citada entre as tecnologias.
GRÁFICO 20: Pergunta – “Até quanto você já pagou por um tênis ?”
50,00%
43,30%
45%
40,00%
28,40%
30,00%
20,00%
36,60%
30%
5%
0,00%
Sapataria
De R$ 101 a R$ 200
De R$ 201 a R$ 300
11,70%
10,00%
Até R$ 100
L. Especializada
Acima de R$ 300
81
Média/Preço máximo
400
298,3
R$
300
200
130
100
0
Sapataria
L. Especializada
Nestes gráficos fica evidenciado a disposição em gastar, a preferência por
produtos importados e / ou da importância dada e / ou utilização feita do produto.
Nas sapatarias, 88,3% dos consumidores pagaram no máximo até R$ 200,00 por
um par de tênis, ou seja, há um claro limite a gastar com tênis por estes
consumidores, sendo este valor, o custo inicial do preço mais caro já pago por um
tênis entre 2/3 dos consumidores da loja especializada.
A diferença no preço médio máximo já pago entre homens e mulheres,
também fornece dados úteis ao comparar ambos os tipos de loja de acordo com o
gráfico 21.
GRÁFICO 21: Preço máximo já pago por um tênis em sapatarias e lojas
especializadas segundo o sexo
Média / Preço Máximo
R$ 400,00
R$ 300,00
313,5
252,7
Homem
171,9
R$ 200,00
108
R$ 100,00
R$ 0,00
L. Especializada
Sapataria
Mulher
82
O gráfico 21 fornece dados importantes para as marcas e para os varejistas
de calçado, pois estes valores fornecem uma dimensão do valor máximo já pago
por homens e mulheres por um tênis, de acordo com o tipo de loja que costumam
freqüentar. O adequado mix de produtos de tênis nestas lojas pode levar em
consideração estes valores médios para se traçar limites e otimizar o giro das
mercadorias.
Entre as lojas especializadas, os tênis masculinos acima de R$ 300,00
devem priorizar as marcas consagradas e que possuem forte apelo de marca e
visual, e entre os femininos, os produtos acima de R$ 250,00 devem seguir a
mesma linha, com restrições ainda maiores. Nas sapatarias, os limites de valor
dos produtos devem ser respeitados ainda de forma mais intensa, já que seus
consumidores em grande parte privilegiam o preço barato acima de outras
características, portanto tênis masculinos acima de R$ 170,00
deverão possuir
um giro bastante lento, enquanto os femininos acima de R$ 100,00 também não
devem apresentar giro satisfatório. É interessante ressaltar que, estes valores
representam as lojas especializadas e sapatarias dentro de shoppings de uma
forma geral, ou seja, independentemente da localização.
No que diz respeito à localização, independentemente da loja se situar em
locais de maior ou menor poder aquisitivo, os consumidores de loja especializada
não apresentam diferença significativa no preço médio máximo já pago por um
tênis, entretanto, os consumidores da sapataria situada em local de alto poder
aquisitivo pagaram em média até R$ 145,00 contra R$ 115,1 na sapataria situada
em local de menor poder aquisitivo.
83
5.3 Preferências por produto e loja
Os resultados apresentados a seguir referem-se às perguntas 6, 7, 8, 21,
22, 23, 24, 25, 26, 27, 28 e 29 do questionário aplicado junto a amostra
selecionada. Os objetivos eram descrever critérios de escolha de loja e produtos,
preferências por determinados segmentos, tipos e marcas de calçado esportivo e
lojas.
Seguem, os resultados obtidos.
GRÁFICO 22: Pergunta – “Em que tipo de loja você compra tênis com mais
freqüência ?”
Sapataria
L. Especializada
6,60%
Sapataria
3,40%
10%
80%
3,40%
1,60%
3,40%
Sapataria
L. Especializada
L. Especializada
Outros: L.
Depart.
Outros: L.
Depart.
Não Tem
91,60%
Não Tem
Este dado apenas confirma que, dentro da amostra pesquisada, a grande
maioria dos consumidores abordados e entrevistados, tinham o hábito de
freqüentar o tipo de loja no qual foram entrevistados, validando ainda mais as
comparações.
GRÁFICO 23: Pergunta – “Qual ou quais o(s) motivo(s) da preferência por
este tipo de loja ?”
84
Sapataria
50,00%
L. Especializada
46,40%
80,00%
40,00%
60,00%
26,80%
30,00%
70,70%
16%
20,00%
40,00%
20,00%
10,00%
0,00%
17,20%
15,50%
Modelos +
bonitos
Vendedores
+ informados
0,00%
Variedade
Preços +
baratos
Conveniência
Variedade
A variedade de produtos é o motivo mais citado pelos entrevistados, que
apontam a maior quantidade de modelos de calçados, de artigos esportivos, no
caso das lojas especializadas. É também a razão mais freqüentemente
mencionada pelos clientes de sapatarias, que, no caso, apontam a diversidade de
sapatos, cintos e demais artigos.
O fator conveniência, citado nas sapatarias, refere-se à conveniência de
poder comprar, junto com o tênis, os demais produtos e artigos encontrados nas
sapatarias, tais como sapatos, cintos, bolsas, carteiras, entre outros.
O fator “vendedores mais informados”, diz respeito ao fato dos vendedores
de loja especializada serem mais preparados e com mais informações sobre os
produtos. Nesta opção vale ressaltar que, a absoluta maioria de consumidores de
loja especializada que valorizam estas informações técnicas e mais detalhadas
sobre o produto, encontravam-se no local de alto poder aquisitivo, com 30%
destes consumidores contra apenas 3,3% dos consumidores no local de menor
poder aquisitivo.
Já a resposta “possuir modelos mais bonitos” engloba os lançamentos,
modelo novos e os melhores tênis, entre os aspectos citados.
Outro dado interessante foram alguns motivos menos citados, mas
importantes para a compreensão da preferência. Alguns consumidores de loja
85
especializada afirmaram preferir este tipo de loja por vaidade, pela loja ser mais
confortável e pela facilidade de encontrar o que estão procurando.
De fato, existem modelos que não chegam a ser comercializados em
sapatarias, até por uma estratégia da marca. A questão da vaidade é observada
principalmente nos jovens freqüentadores das lojas situadas em locais de menor
poder aquisitivo.
GRÁFICO 24: Pergunta – “Você compra tênis somente neste tipo de loja ?”
Sapataria
Sim, só na
sapataria
28,50%
64,40%
3,60%
3,60%
Sim, só em
outras: L. Depart.
Depende
Não
L. Especializada
44,80%
Sim, só na loja
especializada
55,20%
Não
O resultado evidencia a maior fidelidade dos consumidores de lojas
especializadas, quando comparados com os de sapataria, o que chega a ser um
resultado previsível em função do tipo de produto que se estava pesquisando, e
que, geralmente, é encontrado com maior variedade nas lojas especializadas.
86
Os consumidores de sapataria cuja opção citada foi “depende”, informaram
que depende de onde for mais barato ou de encontrar o modelo que estavam
procurando.
Um dado interessante é obtido através da comparação entre os tipos de loja
segundo a localização nesta mesma pergunta, que fornece mais dados sobre a
fidelidade do consumidor ao tipo de loja sapataria ou loja especializada. Essa
compreensão é apresentada no gráfico 25.
GRÁFICO 25: Compras realizadas no mesmo tipo de loja segundo a
localização
L. Especializada
100,00%
64,30%
80,00%
60,00%
40,00% 35,70%
20,00%
0,00%
Menor Poder
Aquisitivo
73,30%
Sim, só na loja
especializada
26,70%
Não
Maior Poder
Aquisitivo
Sapataria
100,00%
80,00%
60,00%
40,00%
20,00%
0,00%
92,30%
Sim, só na
sapataria
46,60% 40%
7,70%
Menor Poder
Aquisitivo
Não
Maior Poder
Aquisitivo
Enquanto na sapataria de shopping situado em local de maior poder
aquisitivo, a fidelidade a este tipo de loja é pequena, no local de menor poder
87
aquisitivo, a fidelidade às sapatarias é mais intensa. Já os consumidores de loja
especializada agem exatamente ao contrário. No local de alto poder aquisitivo, a
fidelidade a lojas especializadas é quase o dobro da encontrada em região de
menor poder aquisitivo.
Isso evidencia uma preferência do público de alto poder aquisitivo por lojas
que possuem produtos mais caros, como as lojas especializadas. Enquanto nos
locais de menor poder aquisitivo, o consumidor, ainda que possua preferência por
determinado tipo de loja, talvez opte muitas vezes pela loja que possui produtos
mais baratos, por razões financeiras. Nota-se que o consumidor que freqüenta os
locais de menor poder aquisitivo é mais fiel às sapatarias do que às lojas
especializadas.
GRÁFICO 26: Pergunta – “Você tem preferência por tênis importado ?”
Sapataria
L. Especializada
10%
Sim
Não
50%
50%
Sim
Não
90%
Este resultado está ligado basicamente a 2 fatores. O preço dos produtos
importados raramente está abaixo de R$ 200,00 e as sapatarias geralmente têm
poucas opções de produtos importados. Como foi evidenciado no gráfico 20,
88,3% dos consumidores de sapataria pagaram no máximo até R$ 200,00 por um
tênis, contra apenas 33,4 % dos consumidores de loja especializada que colocam
este teto para a compra de um tênis. Estes dados são interessantes para os
varejistas, que podem com base neles, trabalhar o mix de produtos de suas lojas,
adequando-o às preferências de seus consumidores.
88
Entre as sapatarias, as vendas de tênis importados devem ser utilizadas, no
caso de sapatarias que busquem uma diferenciação no mercado, e que estejam
buscando um público mais seleto e de classes sociais mais altas, além de buscar
respeitar a quantidade aproximada de apenas 10% de sua variedade de tênis. A
proximidade da sapataria a uma loja especializada que possua muitos modelos
importados também deve ser levantada, já que este fator, pode contribuir
negativamente para as vendas dos importados em uma sapataria, pois o
consumidor de importados se identifica mais com as lojas especializadas. Já nas
lojas especializadas, o tênis importado é fator importante que agrega a imagem da
loja e atrai consumidores que tem disposição de pagar caro por este produto, o
que contribui positivamente para o faturamento da loja.
GRÁFICO 27: Pergunta – “Qual o motivo da preferência por importados ?”
Sapataria
50,00%
50,00%
43,30%
40%
40,00%
33,30%
30,00%
16,60%
16,60%
16,60%
23,30%
20,00%
a
Te
cn
ol
og
i
Be
le
za
on
fo
rto
C
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li d
ad
e
a
Te
cn
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i
0,00%
Q
C
on
fi a
bi
l id
ad
e
ua
li d
ad
e
10,00%
Q
Be
le
za
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
L. Especializada
O público de sapataria que prefere os importados tem na beleza seu
principal motivo de preferência. Já o consumidor da loja especializada ressalta
mais os aspectos técnicos, tais como: qualidade, conforto e tecnologia.
Entre outros motivos citados pelos entrevistados e que possuem relevância
para a pesquisa estão: “ser da moda”, “chamar mais atenção” e “ter os modelos
89
top de linha”. Estes argumentos foram fornecidos principalmente pelos mais
jovens.
GRÁFICO 28: Pergunta – “Como se pode ter certeza que o tênis é importado
?”
Sapataria
60%
L. Especializada
25,00%
50%
50%
20,00%
40%
15,00%
30%
16,60%
20%
16,60%
16,60%
10%
23,30%
20%
16,60%
16,60%
10,00%
5,00%
0,00%
0%
Não sabe
dizer
Pela
marca
Pela loja
que vende
Pela
etiqueta
Pela
etiqueta
Pela
marca
Não sabe Pela loja
dizer
que
vende
Os entrevistados em sapatarias geralmente não sabem dizer como
identificar um produto importado, e alguns consumidores acreditam que
determinadas marcas, talvez pela fama internacional, possuem apenas produtos
importados.
Há ainda aqueles consumidores que acreditam que a loja em que o produto
é vendido é determinante. Isto demonstra a grande importância da credibilidade
que determinadas lojas possuem, sendo um fator importante para as marcas, pois
quando seu produto é exposto em lojas sem credibilidade junto aos consumidores,
poderá ser depreciado. Ao mesmo tempo, é um importante sinal para os
varejistas, já que credibilidade não é somente o aspecto da loja, mas um trabalho
forte junto ao pessoal de atendimento e na prestação de serviços. Lojas com boa
credibilidade provavelmente podem, incluir mais produtos de alto valor no seu mix.
GRÁFICO 29: Pergunta – “Você tem uma marca preferida de tênis ?”
90
L. Especializda
Sapataria
13,40%
41,60%
58,40%
Sim
Sim
Não
Não
86,60%
Os consumidores de lojas especializadas têm mais do que o dobro de
preferência por determinadas marcas do que os consumidores de sapataria. Esse
dado reduz a possibilidade de atuar com demasiado número de marcas nas lojas
especializadas, devendo haver um foco nas preferidas do consumidor. Ao mesmo
tempo abre um enorme leque de possibilidades para as sapatarias que atuam com
diversas marcas, mesmo que desconhecidas do grande público. Este fato já é
evidenciado no mercado através de muitas lojas. Em geral, as sapatarias atuam
com um grande leque de marcas inclusive as menos famosas, já que vendem
produtos com preços mais baratos. Já nas lojas especializadas, de uma forma
geral, apenas as marcas globalizadas tem seu espaço garantido nas vitrines, com
algumas exceções.
Na comparação das respostas a essa pergunta segundo a localização da
loja (gráfico 30), obtém-se mais um importante dado em relação ao poder das
marcas.
GRÁFICO 30: Marca preferida de tênis segundo a localização
91
75%
80,00%
53,30%
60,00%
46,70%
Sim
40,00%
25%
Não
20,00%
0,00%
Maior Poder
Aquisitivo
Menor poder
Aquisitivo
O consumidor que freqüenta lojas situadas em locais de menor poder
aquisitivo tem uma preferência por marcas maior do que os consumidores das
lojas situadas em locais de maior poder aquisitivo, ou seja, o valor da marca é
mais importante para o consumidor de tênis de menor poder aquisitivo. Neste
caso, uma suposição que poder ser feita é que o tênis passa a representar um
item simbólico que aproxima o consumidor de menor poder aquisitivo da classe à
qual ele aspira pertencer. O mais provável é que este consumidor talvez não
possa comprar outros produtos e bens de maior valor agregado, mas um tênis da
marca mais conhecida, e do modelo mais caro, e usado por alguém que ele
admira, talvez ele possa se esforçar e adquirir. O tênis neste caso pode
representar uma questão de status para este consumidor.
GRÁFICO 31: Pergunta – “Qual marca ?”
Sapataria
40%
L. Especializada
36%
60%
55%
50%
30%
24%
40%
20%
25%
30%
8%
10%
8%
20%
7,70%
10%
0%
0%
Nike
Olympikus
Reebok
Adidas
Nike
Adidas
Reebok
92
A marca Olympikus, líder em vendas no Brasil, de acordo com pesquisa do
Ibope previamente citada (Documento 1), consegue junto aos consumidores de
sapatarias, uma boa margem de preferência se comparada com a marca esportiva
preferida em ambas as lojas, conforme mostra o gráfico 31. Já, nas lojas
especializadas, a força da marca Nike é ainda mais acentuada. Os consumidores
deste tipo de loja tendem a concentrar suas preferências em poucas marcas,
porém focam-se em sua grande maioria apenas nas marcas internacionais e
premium que atuam no mercado brasileiro.
Evidencia-se que a marca Adidas triplica sua força junto ao público de lojas
especializadas se comparada com o que ocorre em sapatarias, o que evidencia
um forte apelo da marca nestas lojas. A Nike não chega nem a duplicar sua força
na loja especializada em comparação com as sapatarias. Já a Reebok tem sua
força reduzida na loja especializada, quando comparada com a sapataria, o que
talvez evidencie uma estratégia de preços baixos promovida aqui no Brasil. A
marca Olympikus com foco mais popular, apesar da força junto ao público de
sapataria sequer aparece na preferência da loja especializada, confirmando o tipo
de marca preferida deste público, que está entre as marcas internacionais e
premium de mercado.
Em relação à localização como variável para o cruzamento entre as marcas
preferidas, as mudanças não são tão significativas. A marca Nike tem cerca de
50%
da
preferência
independentemente
da
localização,
entre
aqueles
consumidores que possuem preferência por determinadas marcas. Porém, na
localização de menor poder aquisitivo, caso seja considerado todos os 60
entrevistados nestes locais, ou seja, consumidores que possuem ou não
preferências por determinadas marcas, a marca Nike tem 36,6% da preferência
contra apenas 26,6% do público pesquisado nas lojas que apresentam
consumidores com maior poder aquisitivo. Fato parecido ocorre também com a
marca Adidas. Considerando a amostra pesquisada, a Adidas tem 16,6% da
93
preferência entre os 60 entrevistados na localização de menor poder aquisitivo e
apenas 8,3% no público de maior poder aquisitivo.
Como estas marcas são as duas maiores marcas do mundo e de maior
espaço na mídia mundial, os consumidores de menor renda tendem a super
valorizá-las, seja por uma questão de status, moda ou apenas por usar a marca
que as pessoas que eles admiram usam.
GRÁFICO 32: Pergunta – “Qual o motivo de sua preferência ?”
L. Especializada
Sapataria
10%
Preço +
barato
Beleza
0%
Tecnologia
20%
Qualidade e
Durabilidade
32%
30%
Qualidades
subjetivas
32%
Conforto
36%
40%
Qualidade e
Durabilidade
50%
Conforto
60%
50,00% 46,10%
45,00%
40,00%
34,60% 32,70%
35,00%
28,80%
30,00%
25,00%
20,00%
13,40%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
Beleza
64%
70%
Apesar da beleza ser o mais forte motivo da preferência por determinadas
marcas em ambos os tipos de loja, o gráfico 32 sugere que o consumidor da
sapataria entrevistado busca objetivamente o tênis bonito e barato. Já o
consumidor de lojas especializadas aponta diversos motivos técnicos e várias
qualidades subjetivas, em grande parte proveniente dos mais jovens, como: “mais
maneiro”, “muito bom”, “é a melhor”, “maior destaque entre as marcas”, “tem o
meu estilo”, “descolados”, “pela fama”, “por serem mais exóticos” e inclusive “pela
mídia do produto”.
GRÁFICO 33: Pergunta – “Quando você compra tênis, você compra esta
marca: “
94
Sapataria
L. Especializada
Sempre
4%
16%
Sempre
5,80%
17,40%
A maioria
das vezes
23%
A maioria
das vezes
Às vezes
Às vezes
53,80%
80%
Raramente
A fidelidade às marcas preferidas se reflete em vendas concretas,
principalmente entre os consumidores de sapataria. Apesar de possuírem um
número bem mais reduzido de consumidores com preferência entre marcas, estes
consumidores compram, na maioria das vezes, suas marcas preferidas. Já os
consumidores de lojas especializadas não concentram tanto suas compras em
apenas determinada marca que preferem, sendo geralmente influenciados pela
beleza e a variedade também encontrada em outras marcas, desde que sejam as
marcas internacionais e premium de mercado. Isto reforça a informação de
Ratner, Kahn e Kahneman (1999) de que os consumidores podem mudar para
opções menos desejadas em nome da variedade, embora apreciem mais a opção
conhecida.
GRÁFICO 34: Pergunta – “Como tomou conhecimento da marca ?”
Sapataria
L. Especializada
Propaganda
Propaganda
8%
4%
Exp. Anterior
11,60%
Exp. Anterior
3,80%
13,50%
32%
56%
Ind. Amigo
11,50%
Através do
PDV
Ind. Amigo
59,60%
Ind.
Méd./Prof.
Através do
PDV
95
A grande maioria dos consumidores tomou conhecimento de suas marcas
preferidas através da propaganda. Porém a experiência anterior entre os
consumidores de sapataria é apontada com destaque. Evidencia-se a superior
diferença de investimentos e divulgação em mídia por parte das marcas
internacionais, em razão de um maior percentual da propaganda e do ponto de
venda como maiores influências, e que, portanto recebe mais investimentos por
parte destas marcas. Assim como o público alvo, que são os jovens e
consumidores de loja especializada, que por isso são o maior foco das marcas.
Outro dado interessante é que os consumidores de lojas especializadas
parecem consultar mais fontes além da propaganda para determinar que marca
adquirir. Isso reforça a informação de Midgley (1983), de que a tendência de evitar
pesquisa externa está menos presente quando os consumidores consideram a
compra de itens simbólicos. Para estes consumidores, muitas vezes, o tênis passa
a ser um item simbólico, sendo o produto que determinado ídolo esportivo usa, por
exemplo.
De acordo com o gráfico 34, as indicações estão mais presentes entre os
consumidores de loja especializada. Isto ocorre provavelmente devido à maior
valorização por parte destes consumidores dada ao produto em questão e
motivada também pela finalidade, muitas vezes mais específica entre os
consumidores deste tipo de loja.
GRÁFICO 35: Pergunta – “Qual ou quais as marcas que você comprou nos
últimos 12 meses ?”
96
Sapataria
30%
80%
30%
25%
70%
70%
60%
15%
13,30%
50%
38,30%
40%
30%
21,60%
Ke
ds
10%
10%
6,60%
e
ai
nh
a
Ad
id
as
ee
bo
k
R
N
R
O
ik
e
20%
ly
m
pi
ku
s
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
L. Especializada
0%
Nike
Adidas Reebok Mizuno
Asics
Em relação às vendas nas sapatarias, é provável que a marca Nike consiga
se equivaler a líder de vendas no Brasil, a marca Olympikus, segundo pesquisa
mencionada (Documento 1) , em razão da pesquisa ter sido feita somente em
lojas de shopping. Evidencia-se mais uma vez que a marca Reebok está com
maior força nas sapatarias do que nas lojas especializadas.
Enquanto nas sapatarias as vendas têm uma maior equilíbrio entre marcas,
na loja especializada, a força da marca Nike toma proporções bem grandes. Ainda
assim, a marca Adidas comprova, mais uma vez, sua força nas lojas
especializadas com vendas 2.5 vezes maiores que nas sapatarias, fato que nem a
Nike consegue, vendendo 2.3 vezes mais na especializada.
Ao comparar as respostas a essa mesma pergunta segundo a localização
da loja, no gráfico 36, podem ser detectados dados interessantes.
GRÁFICO 36: Marcas compradas nos últimos 12 meses segundo a
localização
97
Menor Poder Aquisitivo
60,00%
50,00%
Maior Poder Aquisitivo
60,00%
48,30%
40,00%
51,60%
50,00%
31,60%
30,00%
40,00%
26,60%
20,00%
20,00%
10,00%
10,00%
0,00%
30%
30,00%
21,60%
0,00%
Nike
Adidas
Olympikus
Nike
Reebok
Adidas
As marcas líderes mundiais, Nike e Adidas, confirmam nas respostas
relativas às vendas, a preferência dos consumidores nos locais de menor poder
aquisitivo. A Olympikus aparece em terceiro, provavelmente em razão da pesquisa
ter sido realizada apenas dentro de shoppings, cujo público automaticamente já é
como um todo mais selecionado. Já, nos shoppings freqüentados pelas classes
mais altas, a marca Reebok, terceira maior marca mundial, supera em volume as
vendas de Adidas, provavelmente motivada por um maior mix de produtos e maior
distribuição nas sapatarias. A marca Reebok possui um histórico de desempenho
no Brasil mais estável do que a Adidas nos últimos anos, o que pode também
contribuir para essa posição.
98
5.4 Processo de tomada de decisão e comportamento de compra
Os resultados apresentados a seguir referem-se às perguntas 5, 9, 10, 11,
15 e 19 do questionário aplicado junto a amostra selecionada. Os objetivos eram
descrever quais os critérios de escolha de loja e produto, quando e quais
informações são solicitadas aos vendedores.
Com o objetivo de facilitar a apresentação dos dados referentes aos
gráficos 37, 38, 43, 44 e 45, foram aplicados pesos variando de 1 a 3 sobre os
resultados obtidos que permitiriam chegar a uma escala variando de 0 a 1. Dessa
vez, o objetivo era identificar, por ordem de importância, os fatores considerados
na escolha da loja e do produto. Valores próximos de zero representam menor
influência sobre as escolhas dos consumidores e os números perto de 1 dizem
respeito a uma maior influência sobre a decisão dos pesquisados.
GRÁFICO 37: Pergunta – “Eu tenho aqui alguns critérios que as pessoas
usam para escolher lojas para comprar tênis. Poderia por favor, me dizer
qual é o primeiro critério mais importante para você ? E o segundo ? E o
terceiro ?
0,66
0,62 0,61
0,48
0,42
Sapataria
L. Especializada
0,25
0,19
0,15
0,14
en
Pr
to
om
oç
As
õe
pe
s
ct
o
da
lo
ja
id
a
At
en
im
di
m
e
ad
Pr
ox
rie
d
Va
Pr
eç
de
0,17 0,17
o
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0,12
99
Evidencia-se que o consumidor de sapataria coloca o preço dos produtos
como principal critério na escolha da loja onde comprar. Já o consumidor de lojas
especializadas tem uma maior identificação com os calçados esportivos, compra
mais, e paga mais caro por este produto. É portanto possível, que ele busque a
loja especializada que lhe dê mais opções dentro de suas marcas preferidas.
Como este consumidor também busca mais informações e tem em geral um
processo mais complexo de escolha do produto, ele tende a escolher lojas que lhe
propiciem um melhor atendimento, sendo este fator considerado mais importante
na escolha da loja para ele do que para o consumidor de sapataria.
A variedade é sempre muito considerada pelos consumidores de ambas as
lojas. Afinal, o tênis é um produto de compra comparada, ou seja, a escolha se dá
através da comparação entre diversos modelos, e com variáveis de preferência
bastante individuais e complexas.
Na comparação entre lojas especializadas para a mesma pergunta nos
diferentes locais, conforme demonstra o gráfico 38, pode-se fazer algumas
inferências.
GRÁFICO 38: Critérios para escolher lojas segundo a localização de lojas
especializadas
100
L. Especializada
0,72
0,62
0,5
Alto Poder Aquisitivo
0,31
Menor Poder Aquisitivo
pe
ct
o
om
oç
õe
s
en
to
As
Pr
id
ad
e
At
en
di
m
Pr
ox
im
eç
o
0,05
Lo
ja
0,23
0,15
0,14 0,11
0,2
da
0,3
Pr
0,7
Va
rie
da
de
0,8
0,6
0,4
0,2
0
Evidencia-se que, ainda que o gráfico 38 demonstre apenas lojas
especializadas, a escolha da loja obedece a critérios distintos nas regiões de alto
e baixo poder aquisitivo. Em regiões de alto poder aquisitivo, a variedade de
produtos é mais importante e a proximidade tem um peso 6 vezes maior do que no
local de menor poder aquisitivo. Já os locais de menor poder aquisitivo, tem no
preço, o maior poder de influência na escolha da loja onde comprar, sendo
portanto um consumidor mais sensível a promoções também, comprovado através
de uma maior influência desta variável.
No que diz respeito à proximidade para o consumidor de lojas
especializadas em locais de menor poder aquisitivo, é possível que este
consumidor vá a locais mais distantes de sua casa para freqüentar as lojas
especializadas, que em grande parte encontram-se em shoppings, por isso talvez,
a proximidade exerça um menor poder de influência sobre estes consumidores, já
que seus modelos favoritos são encontrados de uma forma geral, apenas nestes
locais.
GRÁFICO 39: Pergunta: “Você pede conselhos ou informações ao
vendedor:”
101
Sapataria
8,30%
23,30%
10%
L. Especializada
11,60%
Sempre
Quase sempre
30%
15%
As vezes
40%
Nunca
Quase sempre
As vezes
Raramente
18,40%
Sempre
Raramente
18,40%
25%
Nunca
O percentual de consumidores de lojas especializadas que pedem
conselhos ou informações aos vendedores sempre ou quase sempre, é maior que
o de sapatarias (26,6% nas lojas especializadas contra 18,3% nas sapatarias), o
que evidencia uma maior busca por informações por parte do consumidor de loja
especializada e maior valorização do atendimento prestado nestas lojas,
principalmente no que diz respeito a informações sobre o produto.
A vivência neste mercado e o resultado da pesquisa sugerem que as
solicitações de informações constantemente, ainda são bastante reduzidas pelo
consumidor carioca. Baseado neste resultado pode-se inferir que, grande parte
dos consumidores de tênis já entra na loja, sabendo exatamente o calçado que
deseja comprar. Afinal cerca de 45% da amostra raramente ou nunca, pedem
informações ou conselhos ao vendedor, o que pode representar também, que as
pessoas acabam decidindo o que comprar sem a ajuda do vendedor.
Em relação à localização, entre os consumidores dos locais de menor poder
aquisitivo, 40% afirmaram nunca pedir informação ou conselho aos vendedores.
Este percentual cai para 13,3% entre consumidores que freqüentam lojas situadas
em locais de alto poder aquisitivo.
Confirmando uma citação prévia (Bettman, Park, 1980), as pessoas com
conhecimento muito limitado podem não se sentir capazes de pesquisar
extensivamente e concentram-se em um pequeno número de características do
102
produto, sendo também facilmente influenciadas pela opinião de outros e focam
atributos como preço e nome da marca, para distinguir entre as alternativas. Já os
consumidores que têm uma noção melhor do produto tendem a empreender uma
pesquisa mais seletiva. Isso pode ser uma explicação para o fato de que nos
locais de menor poder aquisitivo e também menor escolaridade, os consumidores
simplesmente não questionam tanto sobre o produto. Existe também a
possibilidade destes consumidores terem mais vergonha de perguntar aos
vendedores.
No que diz respeito a sexo, as mulheres são mais inclinadas a pesquisar do
que os homens (Coob, Hoyer, 1985). Na pesquisa feita na loja especializada
situada em local com menor poder aquisitivo, apenas 3,3% pertencia ao sexo
feminino, o que pode ter contribuído para este resultado de 48,3% dos
consumidores nunca ou raramente pedir conselhos ou informações ao vendedor.
GRÁFICO 40: Pergunta: “Que tipo de conselhos ou informações você pede
?”
Sapataria
23,80%
23,80%
Qualidade e
Durabilidade
Inform.
Técnicas
Conforto
Funcionalidade
do Tênis
10,80%
23,80%
Conforto
19,50%
33,30%
Inform.
Técnicas
28,20%
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
Funcionalidade
do Tênis
37%
Qualidade e
Durabilidade
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
L. Especializada
A maior preocupação dos consumidores de sapatarias é quanto à qualidade
e durabilidade do produto, ou seja, a preocupação básica dos consumidores em
geral. Entre os consumidores de lojas especializadas, as questões são de uma
103
forma geral mais técnicas e detalhistas, como funcionalidade do tênis (“para que
serve”, “qual o modelo mais indicado para determinada atividade”) e informações
técnicas (“para que tipo de pisada se destina o tênis”, “material utilizado no
solado”, “qual o sistema de amortecimento” ou se possui).
O gráfico 41 apresenta a comparação das respostas dadas a esta pergunta
segundo a localização de maior e menor poder aquisitivo.
GRÁFICO 41: Os tipos de conselhos ou informações solicitadas segundo a
localização
40,00%
37,50%
33,30%
28,80%
30,00%
23%
16,60%
20,00%
19,40%
Alto Poder Aquisitivo
Menor Poder Aquisitivo
10,00%
0,00%
Funcionalidade do
Tênis
Qualidade e
Durabilidade
Conforto
Os consumidores dos locais de maior poder aquisitivo tendem a fazer
perguntas mais complexas sobre o produto, enquanto os consumidores de locais
de menor poder aquisitivo fazem as perguntas básicas sobre qualidade e
durabilidade do produto.
GRÁFICO 42: Pergunta: “Você acha que é bem aconselhado(a), informado(a)
pelo vendedor ?”
104
Sapataria
L. Especializada
17,40%
Sim
8,70%
35,80%
Não
Sim
54,70%
As vezes
Não
As vezes
73,90%
9,50%
Os consumidores de lojas especializadas apresentam uma maior satisfação
com o atendimento prestado, evidenciando uma maior qualidade de informações
passadas por estes vendedores, que são alvos mais constantes de treinamentos
aplicados pelas grandes marcas. Entretanto, o percentual de insatisfação de
ambos os tipos de loja é alto e a falta de informação do vendedor no momento da
venda pode gerar uma perda substancial para as vendas de uma loja e também
para determinados produtos com alto valor agregado e muita tecnologia.
GRÁFICO 43: Pergunta: “Em grau de importância, quais os critérios mais
importantes na escolha de um tênis para você ? Qual o primeiro ? E o
segundo ? E o terceiro ?
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0,68
0,55 0,56
0,47
0,46
Sapataria
L. Especializada
0,31
0,16
0,15
0,1
Se
rI
rta
do
m
po
ol
o
gi
a
ca
cn
Te
M
ar
gn
es
i
o
D
Pr
eç
or
to
0,01
on
f
C
0,5
105
O item conforto é básico, mas é também uma importante informação para
os fabricantes, pois esta característica pode se transformar em um diferencial para
uma marca de tênis, já que algumas marcas têm a sua preferência relacionada a
produtos mais confortáveis.
Para os consumidores de loja especializada, o design/visual e a marca são
fatores mais importantes, reforçando o argumento já citado, de que na loja
especializada se deve focar e limitar a quantidade de marcas entre as preferidas
deste tipo de consumidor. Este tipo de preferência também demonstra que estes
consumidores são mais influenciados pela moda e marca do produto. Já nas
sapatarias, o preço e a beleza do produto são os critérios deste consumidor,
reforçando as preferências que ele aponta entre suas marcas preferidas.
Apesar do item “ser importado” nas lojas especializadas não ficar bem
classificado na pesquisa, mesmo sabendo-se que 50% destes consumidores
preferem os produtos importados, é provável que, quando eles citam o design e a
marca como importantes fatores de influência, na frente do item preço, eles já
automaticamente classificam bem os importados, que em geral possuem visual
mais caprichado e pertencem as suas marcas favoritas e internacionais.
Na comparação entre lojas especializadas entre diferentes locais no gráfico
44, notam-se alguns dados interessantes.
GRÁFICO 44: Critérios para escolha do tênis segundo a localização da loja
especializada
106
L. Especializada
0,6
0,55 0,54
0,51
0,42
0,41
Alto Poder Aquisitivo
Menor Poder Aquisitivo
rta
do
gi
a
Se
rI
m
po
ol
o
o
cn
Te
Pr
eç
M
ar
or
to
on
f
C
ca
0,01 0,01
es
ig
D
0,36
0,26
0,14 0,15
n
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
Evidencia-se que na loja especializada situada em local de alto poder
aquisitivo, o fator design / visual, ou seja, a beleza, é o fator mais importante na
escolha do produto. É a única dos quatro tipos de loja pesquisados que demonstra
uma influência que não seja o conforto em primeiro lugar. Na loja especializada
situada em local de menor poder aquisitivo encontra-se o maior grau de influência
no atributo marca entre as quatro lojas pesquisadas, confirmando o maior desejo
deste tipo de consumidor pelas marcas premium e mais conhecidas e divulgadas
na mídia.
GRÁFICO 45: Pergunta – “Qual os atributos você julga para escolher o
melhor modelo de tênis para esta atividade por ordem de importância ? Qual
o primeiro mais importante ? E o segundo ? E o terceiro ?
107
0,84
0,7
0,41
0,29
Sapataria
L. Especializada
0,39
0,23 0,19 0,17 0,24
0,17 0,17
0,11
0,012
C
on
f
or
to
Pr
T
e
R ec ço
ec no
om l o
en gia
da
çã
D o
es
ig
n
M
Pr
a
op r c
ag a
a
Im nd
po a
rta
do
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
Evidencia-se que o conforto é considerado ainda mais importante quando
os consumidores estão comprando tênis específicos para uma atividade esportiva.
O conforto neste caso é uma característica premium que se mistura com a
tecnologia, pois o conforto é em grande parte reconhecido pelo sistema de
amortecimento dos tênis. O preço perde bastante importância, e a tecnologia
como já era de se esperar ganha mais importância.
Para os consumidores de loja especializada, após o item conforto, a marca
é decisiva na escolha do melhor produto para a atividade física específica,
favorecendo
as
marcas
que
possuem
especialização
em
determinados
segmentos, possuindo uma identificação maior com a atividade praticada. Isto
também pode indicar as fortes associações que as marcas fazem com atletas,
através de suas ações de marketing, reforçando desta forma para o consumidor, a
importância de usar determinada marca de tênis para determinadas atividades
físicas.
Uma evidência que é atestada por esta pesquisa de forma suave, mas que
vem ganhando força junto aos consumidores de loja especializada, principalmente
em locais de alto poder aquisitivo, é a recomendação profissional dos tênis.
108
Alguns
produtos
importados
específicos
possuem tanta
tecnologia,
que
especialistas especificam modelos individualmente para pessoas, de acordo com
suas necessidades e seu tipo de pisada.
109
6. Conclusões
O estudo tinha como pergunta de pesquisa identificar como se comportam
os consumidores de calçados esportivos de acordo com o tipo e a localização da
loja no qual eles efetuam suas compras deste produto, tendo em vista que estas
informações são importantes para a indústria de calçados, assim como para os
varejistas distribuidores dos produtos.
A seguir serão descritas as conclusões obtidas através da interpretação dos
resultados da pesquisa e da análise da bibliografia pertinente sobre o assunto.
Quanto ao tipo de loja, podem-se inferir os seguintes aspectos: A loja
especializada vende proporcionalmente mais pares de tênis do que as sapatarias,
pois seus consumidores fazem uma maior utilização do produto, principalmente
para a atividade física, que após o uso casual / lazer, é a atividade praticada com
mais intensidade entre estes consumidores, que tem no futebol, o esporte mais
praticado, enquanto os consumidores de sapataria utilizam preferencialmente o
tênis para caminhada.
Os consumidores de sapataria entrevistados costumam pagar menos do
que os consumidores entrevistados em lojas especializadas, que aceitam pagar
em média, mais do que o dobro dos consumidores de sapataria. Um dos fatos que
podem contribuir para este resultado é que 50% dos consumidores de loja
especializada preferem os tênis importados, em geral mais caros. Essa
preferência ocorre em razão da maior qualidade, conforto e beleza destes
modelos, segundo os consumidores entrevistados. Na loja especializada, o
consumidor é mais fiel a este tipo de loja em razão da maior variedade, modelos
mais bonitos e vendedores mais bem informados. Enquanto na sapataria, onde a
fidelidade é menor, após a variedade, os preços mais baratos e a conveniência
para se comprar demais artigos encontrados nas sapatarias, são os principais
fatores que fazem este consumidor preferir este tipo de loja.
110
O consumidor de loja especializada é mais apegado as grandes marcas,
famosas e fortemente divulgadas na mídia. A beleza e o maior conforto são
apontados como os fatores que influenciam na preferência pelas grandes marcas
esportivas, e isso tem um reflexo positivo nas vendas destas marcas neste tipo de
loja.
Os consumidores de ambos os tipos de loja pesquisados declaram que não
são muito afeitos a perguntas e solicitações de conselhos aos vendedores. É
possível que não acreditem em uma informação completa e segura, já que mais
da metade dos entrevistados, afirmaram que não são sempre bem aconselhados
ou informados pelos vendedores, principalmente nas sapatarias. A outra hipótese
é que suas decisões já sejam em grande parte, feitas antes de entrar na loja. O
fato é que a loja perde um influenciador em potencial para uma boa parcela de
consumidores.
No que diz respeito aos critérios de escolha do tênis, o conforto é o item
mais apontado na preferência dos consumidores de ambos os tipos de loja,
entretanto, evidencia-se que o consumidor de loja especializada, que em média é
mais jovem, seja mais influenciado pela moda e pela marca do produto, e o
consumidor de sapataria tem no preço, um maior apelo no momento da escolha.
Com base nos resultados obtidos em relação ao tipo de loja, sugere-se que
nas lojas especializadas, onde existe uma maior intensidade do uso do tênis para
atividades esportivas, se utilize um layout de loja que privilegie a exposição dos
produtos por segmento esportivo, e que possua um material de ponto de venda
que transmita informações detalhadas sobre o produto. Isto pode auxiliar a
abordagem dos vendedores junto aos consumidores, tornando os argumentos de
venda mais reais e endossado por informações dadas pelos fabricantes.
111
As lojas especializadas devem apresentar pelo menos cinco segmentos
distintos expostos na loja. Seria o Futebol, Corrida, Academia ou Fitness,
Caminhada e Fashion. Os quatro primeiros atendem as utilizações mais
praticadas por estes consumidores, e o segmento Fashion, aponta para a
necessidade de produtos que estejam na moda, seja por um estilo exótico, por
chamar mais atenção, ou simplesmente por ser diferente. Os consumidores mais
jovens apreciam e usam bastante os tênis por uma questão de modismo.
Ainda com base nos resultados obtidos por tipo de loja, sugere-se que as
sapatarias busquem a exposição de produtos por escala de preços, do mais
barato para os mais caros, tendo em vista o grande apelo do preço sobre estes
consumidores.
Sendo a caminhada a maior utilização feita por parte dos consumidores de
sapataria, isto pode ser um indicativo de preferência por modelos de tênis mais
discretos, já que os modelos para caminhada são geralmente mais simples em
tecnologia e design, e esta é uma atividade bastante praticada por pessoas de
meia idade e de idade mais avançada. É importante também para as sapatarias,
possuir boa variedade de artigos como: carteiras, cintos, sapatos e bolsas, que
levam estes consumidores a comprar tênis nestas lojas pela conveniência de
comprar os demais artigos.
Em relação à localização das lojas, evidenciaram-se os seguintes aspectos:
Os consumidores de lojas situadas em locais de menor poder aquisitivo utilizam
mais os tênis em seu dia a dia, porém este uso é mais voltado para uso casual,
lazer e trabalho, e muito menos para atividades físicas, que são mais praticadas
pelos consumidores de lojas situadas em locais de alto poder aquisitivo.
Quanto à atividade esportiva no qual se utiliza o tênis, os consumidores de
lojas situadas em locais de alto poder aquisitivo utilizam preferencialmente para a
112
corrida, enquanto os consumidores de lojas situadas em locais de menor poder
aquisitivo utilizam preferencialmente para o futebol.
No que diz respeito à preferência por marcas, o consumidor de lojas
situadas em locais de menor poder aquisitivo, possui um maior apego por
determinadas marcas de tênis do que o consumidor que freqüenta as lojas
situadas em shoppings com público de maior poder aquisitivo.
Em razão da localização, algumas marcas nacionais como Olympikus e
Rainha que detêm grande participação no volume de vendas de tênis no país,
apresentam resultado bem superior na preferência e nas vendas. Como são
marcas que tem no preço um forte apelo de compra, elas detém um mercado
grande nos locais de menor poder aquisitivo, que possuem alta representatividade
no Rio de Janeiro. Esta representatividade poderia ser até maior nesta pesquisa,
se fossem consideradas as lojas de rua, especialmente as sapatarias.
O consumidor de lojas situadas em locais de alto poder aquisitivo
demonstra-se muito preocupado em saber sobre a funcionalidade do tênis, já o de
lojas situadas em locais de menor poder aquisitivo prefere saber sobre qualidade e
durabilidade do produto no ato da compra. Um dado que pode ajudar na
compreensão deste fato, é que os consumidores de lojas situadas em shoppings
de alto poder aquisitivo perguntam e pedem muito mais informação do que
aqueles que freqüentam shoppings com público de menor poder aquisitivo.
Com base nos resultados obtidos em relação à localização da loja, sugerese que as lojas situadas em locais de alto poder aquisitivo privilegiem a exposição
e o mix de produtos para a corrida, enquanto as lojas situadas em locais de menor
poder aquisitivo explorem produtos e imagens associadas ao futebol como convite
de entrada para os seus consumidores.
113
Produtos e imagens de marcas famosas como Nike e Adidas devem ser
expostas com grande ênfase nas vitrines de lojas situadas em locais de menor
poder aquisitivo, pois são marcas que chamam muita atenção destes
consumidores, principalmente nas lojas especializadas, trazendo assim estes
consumidores para dentro da loja.
Ainda com relação à localização, sugere-se que as lojas situadas em locais
de alto poder aquisitivo apostem bastante em produtos com design inovador, isso
pode ajudar inclusive a diferenciar a loja dos concorrentes, ainda que
determinados produtos não tenham um giro tão satisfatório. Já nas lojas em locais
de menor poder aquisitivo deve haver uma preocupação em possuir produtos de
marcas famosas, principalmente nas lojas especializadas, e produtos mais baratos
nas sapatarias.
O presente estudo revela que as informações levantadas podem ser
utilizadas no desenvolvimento da indústria de calçados e sua distribuição,
buscando
no
estudo
do
comportamento
do
consumidor
a
base
para
implementação de diversas ações comerciais de marketing e vendas.
Sugere-se que outros estudos sejam realizados com o intuito de se
aprofundar no campo do comportamento do consumidor de tênis.
114
7. Sugestões para pesquisas futuras
Depois de descritos os resultados e tiradas as conclusões, ainda ficaram
dúvidas e pontos que podem ser aprofundados sobre o comportamento do
consumidor de tênis, por isso seguem algumas sugestões para próximas
pesquisas.
A base de dados obtida e o questionário aplicado servem de base para
pesquisas futuras que visem ampliar e aprofundar diversas questões levantadas
neste estudo.
No que diz respeito á base de dados obtida, dados podem ser cruzados
visando um aprofundamento de questões relacionadas a sexo e intenções de
compra, preferência por lojas, marcas e produtos. Quanto ao questionário, a
ampliação para lojas de rua, bairros específicos, e até mesmo para uma rede de
lojas, pode ajudar em um maior detalhamento de suas ações, de suas compras e
até mesmo de suas decisões de escolha de futuros pontos comerciais.
A aplicação deste questionário em nível nacional pode trazer para as
marcas de tênis, informações regionais que indiquem diversas ações mais
adequadas a cada tipo de consumidor. Já a inclusão dos demais tipos de loja
como as de departamento, também podem contribuir para um detalhamento da
distribuição nos locais pesquisados.
As questões 18 e 19 que tratam da compra de modelos específicos para
atividade física podem ser trabalhadas de forma mais profunda, visando o
conhecimento detalhado da atividade praticada relacionada com a forma de
escolha do produto, buscando conhecer a intensidade desta prática pelo
consumidor, o grau de importância dado ao tênis e um maior detalhamento de sua
escolha, pois as pessoas que compram tênis específicos provavelmente adquirem
115
modelos de maior valor agregado. Um estudo sobre os heavy users de tênis
também seria interessante, á partir da base deste estudo.
A questão sobre a solicitação de conselhos ao vendedor das lojas também
sugere um estudo de maior profundidade que busque identificar formas de tornar o
vendedor em um maior influenciador de compra, tendo em vista que uma boa
parcela de consumidores revelou não solicitar conselhos ou informações a estes.
116
8. Referências Bibliográficas:
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29p.
Pesquisa Documental
Documentos Consultados:
1) Relatório do Ibope 2003
2) Edição 2003 da SGMA International
Por atuar no ramo de calçados, o autor teve acesso aos dados referentes à pesquisa
encomendada ao Ibope e a pesquisa internacional da SGMA Internacional, gentilmente cedidos
pela empresa em que trabalhava, e cujos dados foram inseridos neste estudo.
120
9. Anexos
9.1 Anexo: Questionário aplicado junto aos consumidores
Tipo de loja: ( ) Sapataria
( ) Art. Esportivos
Localização: ( ) BS ( ) NS ( ) MS ( ) RS
Sexo: ( ) M ( ) F
1 - Você usa tênis ?
( ) Sim
( ) Não (ENCERRA)
2 - Você trabalha no ramo de calçados ou de pesquisa de marketing ?
( ) Sim (ENCERRA)
( ) Não
3 - Você entrou nesta loja para pesquisar ou comprar tênis para você mesmo ?
( ) Sim
( ) Não (ENCERRA)
4 - Hoje você já saiu de casa com a intenção de comprar ou pesquisar sobre um tênis ?
( ) Sim
( ) Não
5 - Eu tenho aqui alguns critérios que as pessoas usam para escolher lojas para comprar
tênis. (ENTREGAR CARTÃO) Poderia por favor, me dizer qual é o primeiro critério mais
importante para você ? E o segundo ? E o terceiro ?
( ) Proximidade, localização
( ) Variedade de produtos
( ) Atendimento
( ) Promoções, propaganda
( ) Preço dos produtos, forma de pagamento
( ) Aspecto da loja
6 – O Tênis é um produto que pode ser comercializado em diferentes tipos de loja. Pode
ser vendido em sapatarias multimarcas, lojas especializadas em artigos esportivos, lojas
121
de departamento, entre outras. Em que tipo de loja você compra tênis com mais
freqüência ?
( ) Sapataria
( ) Loja especializada em artigos esportivos
( ) outros:_________
( ) Não tem (Pula para a P.9)
7 - Qual ou quais o(s) motivo(s) da preferência por este tipo de loja ? (EXPLORAR)
(Somente para quem respondeu alternativas 1,2 ou 3 da P. anterior)
8 - Você compra tênis somente neste tipo de loja ?
( ) Sim, só na sapataria
( ) Sim, só na loja especializada
( ) Sim, só em outras:_______
( ) Depende:_________
( ) Não
9 - Você pede conselhos ou informações ao vendedor: (LER)
( ) Sempre
( ) quase sempre
( ) As vezes
( ) raramente
( ) nunca – (pula para a P.12)
10 - Que tipo de conselhos ou informações você pede ? (EXPLORAR)
11 - Você acha que é bem aconselhado(a), informado(a) pelo vendedor ?
( ) Sim
( ) Não
( ) As vezes
12 - Quantos pares de tênis você comprou nos últimos 12 meses ?
122
13 - Você costuma usar tênis com que freqüência ? (LER)
( ) Diária
( ) quase todos os dias
( ) somente nos fins de semana
( ) Raramente
( ) outros:_______
14 - Qual a finalidade de uso de seus tênis na maior parte do tempo ? (até 2 resp.)
( ) atividade física
( ) casual / lazer
( ) trabalho
( ) escola
( ) outros:__________
( ) Não sabe dizer
15 - Em grau de importância quais os critérios mais importantes na escolha de um tênis
para você? (Entregar cartão) Qual o primeiro mais importante ? E o segundo ? E o
terceiro ?
( ) Design / Visual
( ) País de origem (ser importado)
( ) Marca
( ) Conforto
( ) Preço
( ) Tecnologia
( ) Depende:_______
16 - Você pratica mesmo que ocasionalmente alguma atividade esportiva que requer o
uso de tênis?
( ) Sim
( ) Não – (pula para a P.20)
17 - Qual ou Quais ?
( ) Corrida
( ) Futebol
( ) Voley
123
( ) Basquete
( ) Trekking
( ) Tênis
( ) Caminhada
( ) outros:________
18 - Você compra tênis específico para uso nessa(s) atividade(s) esportiva(s) ?
( ) Sim
( ) Não – (pular para P.20)
19 - Neste caso, qual ou quais atributos você julga para escolher o melhor modelo de
tênis para esta(s) atividade(s) por ordem de importância ? (ENTREGAR CARTÃO).Qual o
primeiro mais importante ? E o segundo ? E o terceiro ? .
( ) Marca
( ) tecnologia:_________Qual?_______
( ) Propaganda
( ) Recomendação: De quem?________
( ) Conforto
( ) Design / Visual
( ) Preço
( ) País de origem (ser importado)
20 - Até quanto você já pagou por um tênis ?
21 - Você tem preferência por tênis importado ?
( ) Sim
( ) Não – (pula para a P.24)
22 - Qual o motivo da preferência por importados ? (EXPLORAR)
23 - Como se pode ter certeza que o tênis é importado ?
( ) Não sabe dizer
( ) outros:_________
24 - Você tem uma marca preferida de tênis ?
124
( ) Sim
( ) Não – (pula para P.29)
25 - Qual ?
( ) Rainha
( ) Asics
( ) Reebok
( ) Olympikus
( ) Nike
( ) Mizuno
( ) Adidas
( ) outras:________
26 - Qual o motivo de sua preferência ? (EXPLORAR)
27 - Quando você compra tênis, você compra esta marca: (LER)
( ) Sempre
( ) A maioria das vezes
( ) às vezes
( ) raramente
( ) Nunca
28 - Como tomou conhecimento da marca ?
( ) propaganda
( ) experiência anterior
( ) Indicação de amigo
( ) Indicação de médico, professor
( ) Indicação de vendedor
( ) através do PDV
( ) outros:________
29 - Qual ou quais as marcas que você comprou nos últimos 12 meses ?
( ) Rainha
( ) Asics
125
( ) Reebok
( ) Olympikus
( ) Nike
( ) Mizuno
( ) Adidas
( ) outras:________
30 – Qual a sua idade ?
31 – Qual o seu grau de instrução ?
Analfabeto / Primário Incompleto
Primário Completo / Ginasial Incompleto
Ginasial Completo / Colegial Incompleto
Colegial Completo / Superior Incompleto
Superior Completo
Grau de Instrução do chefe de família:
Analfabeto / Primário Incompleto
Primário Completo / Ginasial Incompleto
Ginasial Completo / Colegial Incompleto
Colegial Completo / Superior Incompleto
Superior Completo
Posse de itens:
Não
Tem
TV em cores
Rádio
Banheiro
Automóvel
Empregada Mens.
Aspirador de pó
Máquina de lavar
Videocassete
Geladeira
Freezer
TEM
1
2
3
4 ou +
126
9.2 Anexo: Critério de Classificação Econômica Brasil
O critério de classificação Brasil agrupa as classes sociais segundo pontuação
obtida de acordo com a posse de alguns bens de consumo e pelo nível de
instrução do chefe de família. As tabelas abaixo reproduzem o sistema de
pontuação adotado por este critério:
Você possui ?
Não
Tem
TV em cores
Rádio
Banheiro
Automóvel
Empregada Mensalista
Aspirador de pó
Máquina de lavar
Videocassete
Geladeira
Freezer
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
TEM
1
2
1
2
2
2
1
1
2
2
1
2
3
3
2
3
4
4
1
1
2
2
1
Grau de instrução do chefe de família
Analfabeto / Primário Incompleto
Primário Completo / Ginasial Incompleto
Ginasial Completo / Colegial Incompleto
Colegial Completo / Superior Incompleto
Superior Completo
0
1
2
3
5
TOTAL DE PONTOS: _______
Código:
Classe do
Classe
Pontos
entrevistado
A1
30-34
A2
25-29
B1
21-24
B2
17-20
C
11-16
D
6-10
E
0-5
Fonte: Associação Nacional de Empresas de Pesquisa (ANEP), 1997
4
3
4
5
4
1
1
2
2
1
4 ou +
5
4
4
5
4
1
1
2
2
1
Download