Uma prova de amor Uma das setes palavras que Jesus proferiu na cruz foi: Uma palavra de abandono. Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo; Eli Eli lama sabactâni que quer dizer: Deus meu Deus meu, por que me desamparaste? E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Ele chama por Elias. E logo um deles correu a buscar uma esponja, e, tendo-a embebido de vinagre e colocado na ponta de um caniço, deu-lhe a beber: Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. (Mateus 27.46-49) Esse texto relata o momento mais doloroso na vida de Cristo. Pregado na cruz e impossibilitado de se mexer, estava ali pagando o preço de nossa culpa. Uma das coisas mais difíceis do ser humano lidar é a culpa. Por causa dela pessoas se fecham e não querem mais amar e serem amadas, outras fogem abandonando seu lar e vida e há aqueles que vivem uma vida inteira revoltados consigo mesmo. A dor, a agonia, e todo o sofrimento de Jesus foi causado pelo nosso pecado. Tamanha dor levou Jesus a pronunciar uma das sentenças mais intrigantes que já saiu de sua boca: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” O que podemos aprender com essa expressão de abandono do Senhor Jesus? Será que de fato Deus o abandonara? Por que Deus não pôde atender o seu clamor naquele momento? O que significa esse clamor de abandono? 1. DEUS NÃO PODE PACTUAR COM O PECADO Embora o sofrimento físico fosse terrível, na mente de Jesus não existia a menor dúvida de que estava sendo sacrificado para salvar aquilo que Ele mais amava neste mundo: o ser humano. Sendo assim, a ideia de salvar o homem sublimava o sofrimento. Portanto, a expressão de abandono não foi arrancada de seus lábios pela dor, embora a dor física estivesse bem presente na cruz. Então o que significa esse clamor de abandono? Pode Deus abandonar seus filhos no momento em que mais precisam d’Ele? Ele não abandonou e nunca abandonará o homem a não ser que esse queira. Deus promete que nunca nos abandonará, que nunca nos deixará. A Bíblia diz que uma mãe pode se esquecer do filho que deu à luz, mas Ele nunca se esquecerá de nós. Como é então que, no momento mais crítico, o Pai abandonaria Jesus? Em que sentido Deus se afastou do Filho? Para encontrar a resposta, precisamos entender que na cruz Jesus citou um texto do Antigo Testamento. E nesse texto está a resposta para o seu abandono. Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que estás afastado de mim e das palavras do meu bramido? Deus meu, eu clamo de dia, porém tu não me ouves; também de noite, mas não acho sossego. Contudo tu és santo, entronizado sobre os louvores de Israel (Salmo 22.1-3). Nosso Deus é um Deus santo, Ele jamais pode pactuar com o pecado. E naquele momento todo o pecado da humanidade repousava sobre Jesus. Aprenda algo muito sério: Deus abandonou seu Filho no momento da crucificação porque Deus é santo! Leia Habacuque 1.13, que talvez você entenda melhor: Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Agora juntemos as peças do quebra-cabeça. Antes de mais nada, é preciso saber que na cruz do Calvário o Senhor Jesus estava pagando o preço do pecado. Do pecado de quem? Do seu, do meu, do pecado de todos os seres humanos de todos os tempos; todos os pecados acontecidos ao longo da história – desde o primeiro pecado de Adão e Eva até o último pecado que neste momento está sendo cometido. Todos os pecados, os que serão cometidos amanhã e depois de amanhã; todos os pecados de todos os tempos, de todos os homens, foram depositados nos ombros do Senhor Jesus quando morreu na cruz. Meu amigo, o mais terrível do pecado é a separação que ele provoca entre o Criador e a criatura. O pecado separou Deus - o Pai - de Deus - o Filho. Jesus foi abandonado pelo Pai na cruz por causa dos nossos pecados que estavam sobre Ele. Jesus ficou separado de Deus para que você pudesse estar junto d’Ele hoje. 2. O PECADO QUEBRA A COMUNHÃO DO HOMEM COM DEUS O Profeta Isaías nos esclarece o motivo desse desamparo no capítulo 59.2: “...mas as vossas iniquidades FAZEM SEPARAÇÃO entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça”. Enquanto o pecado da humanidade não estava sobre Jesus, Ele podia perceber a presença de Deus. Ele falava com o Pai, tinha comunhão íntima com o nosso Deus. Mas quando o pecado de toda a humanidade recaiu sobre Ele, aqueles pecados o separaram do Pai. Ele não sabia o que era viver distante de Deus. Contudo, naquele momento Ele sentiu todo o desamparo e solidão que todo homem sem Deus possui. Esta é uma grande verdade: quando nos acostumamos a viver em comunhão com Deus, nunca mais nos sentimos bem em estar longe d’Ele. É muito ruim não poder sentir a presença de Deus. É muito ruim não poder ouvir a voz de Deus. Quando estamos distantes, isso gera sofrimento, dor, sentimento de perda. Jesus nasceu em plena comunhão, cresceu em plena comunhão, viveu em plena comunhão com o Pai, mas, na morte, Ele viveu a experiência mais angustiante que alguém pode viver. Ele pôde suportar as chibatadas. Ele pôde suportar os cravos. Ele pôde suportar o peso daquela cruz pesada. Mas Ele não pôde suportar a ausência de Deus. Que grande lição nós aprendemos! Nada pode ser mais importante na nossa vida do que a nossa comunhão com Deus. O pecado quebra a comunhão. Jesus sabia o porquê de estar sozinho naquela hora. Ele não estava delirando de febre alta. Ele estava dizendo: “Pai, o Senhor é santo, não pode contemplar o pecado”. Naquele momento eu penso que o amor de Jesus por nós aumentou. Era como se Ele dissesse: ”É muito ruim estar longe do Pai, eu preciso completar esta obra e trazer os meus irmãos de volta”. Pecado é isto: separação de Deus. O homem é pecador e por isso está afastado de Deus. Contudo, existem dois tipos de pecadores: a) Os pecadores com um pouco de força de vontade - aqueles que não matam, não roubam, não mentem e guardam os dez mandamentos ao pé da letra. Querem um exemplo? O jovem rico (Marcos 10:17-24). Ele é o típico exemplo do pecador que guardava os dez mandamentos e tinha uma vida moral correta, mas não reconheceu sua necessidade. b) Aquele que vive uma vida moralmente errada e quebra todos os mandamentos de Deus. Quer um exemplo? Maria Madalena (Lucas 8:2). Entretanto, se eu colocasse diante de você Maria Madalena e o jovem rico, você pensaria que o jovem rico estava salvo e que a Maria Madalena estava perdida. Só que, diante de Deus, ambos estavam perdidos porque ambos estavam separados Dele. Quando Jesus veio a este mundo, não veio somente para nos ensinar a guardar mandamentos, Ele veio para nos reconciliar com o Pai, para levar-nos de volta. Saiba de algo importante: seu problema não é o homossexualismo, nem a droga, nem o adultério, a depressão, nem mesmo o seu caráter. Isso tudo é o fruto do seu problema. O seu problema e que você está longe de Jesus. Hoje é seu dia de reconciliar-se com Ele! Volte-se agora para o Senhor e receba de graça perdão. Talvez você diga: mas eu não mereço! Isso nos introduz a segunda palavra de Jesus na cruz. Que é uma palavra de Perdão: E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes (Lucas 23.33-34). A culpa é uma das armas mais poderosas para nos afastar de Deus. Como não sentir-se culpado diante de um Deus tão santo sendo eu alguém tão pecador? Imagine comigo a cena: Três cruzes se projetam no horizonte. No meio está o Senhor Jesus, do lado direito um ladrão e do lado esquerdo outro ladrão. Jesus morreu do jeito que sempre viveu. Veio a este mundo para buscar os pecadores. Viveu entre eles para poder alcançá-los, perdoá-los e transformá-los. E quando chegou a hora de morrer, morreu crucificado entre eles. E na hora da sua morte, fala o que ninguém jamais esperava que Ele falasse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Jesus não orou pelos melhores ou para aqueles que mereciam. Ele orou pelos piores, na verdade por aqueles que eram inimigos. Ele orou por você! Nós não desistimos de você simplesmente porque Deus não desistiu. Não há coração que não possa ser quebrantado por Deus. Talvez se eu ou você estivéssemos naquela cruz, diríamos que homens cruéis como aqueles jamais reconheceriam seu pecado, jamais se voltariam para Deus. Mas 40 dias depois da crucificação, muitos deles reconheceram a Jesus como Senhor e Salvador. Jesus olhou para aquelas pessoas e viu nelas o que ninguém jamais vira. A Bíblia diz que um dia Jesus viu de longe uma multidão e se compadeceu dela, porque eram como ovelhas que não têm pastor. Hoje o mesmo olhar está colocado sobre a vida de cada um de vocês. Um dia você pode ter duvidado de que Deus lhe perdoaria por tantos pecados. Que você poderia parar de mentir, falar mal das pessoas, parar de beber, de fumar ou de frequentar as noitadas. Mas eu creio que naquela cruz Jesus intercedia por você. Ele dizia: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Essa mesma oração esta sendo feita aqui e agora na presença de Deus e eu te garanto ela está sendo ouvida. Não desista de receber o perdão de Deus! Diga para o Senhor nesta hora: “Senhor, foi por mim que entraste em agonia. Lá na cruz oraste por mim. Fui eu quem te crucificou. Lá na cruz oraste ao Pai, por mim. Hoje eu estou aqui em resposta a sua oração querido Jesus. E eu quero receber o seu perdão. (Leve os participantes a fazerem uma reflexão de suas atitudes e a reconhecer seus pecados, depois declare o perdão de Deus sobre tais pecados confessados). Lembrete final: Jesus não desistiu de amar as pessoas que o crucificavam e muito menos você. Portanto, não desista, só estamos começando este evento siga em frente. Jesus quer fazer muitas coisas em sua vida neste dia.