Prof. Renato M. Pugliese Física II - 2º semestre de 2014 Prova 1 - setembro/14 Nome: ________________________________________________________ Matr.: _____________ ATENÇÃO: Resolva apenas 4 questões, à sua escolha, das 6 sugeridas. Antes de entregar a avaliação resolvida para mim, preencha abaixo quais questões que você NÃO quis resolver. Caso você resolva as 6 questões, apenas as 4 primeiras serão corrigidas. Você NÃO quis resolver as questões: (1) (2) (3) (4) (5) (6) Dados/formulário Rotações θ(t) = θ0 + ω0t + αt²/2 ω(t) = θ'(t) α(t) = ω'(t) = θ''(t) ω² = ω0² + 2.α.Δθ I = Σmi.ri² (sistema de partículas) I =∫ r².dm (para um corpo extenso) I = ICM + Mh² (teorema dos eixos paralelos) E = ρL.VLiq.desl.g Hidrodinâmica A1.v1 = A2.v2 ρ.v2²/2 + ρ.g.h2 + p2 = ρ.v1²/2 + ρ.g.h1 + p1 Outros dados ρ(ar) = 1,20 kg/m³ ρ(água) = 1000,0 kg/m³ g = 10,0 m/s² V(esfera) = (4/3).π.R³ A(círculo) = π.R² p(atm) = 1,013.105 Pa = 1 atm Potência: P = ΔE/Δt = W/Δt 1 m³ = 1000 litros 1 rev = 2.π rad Hidrostática p = F/A Δp = FR/A ρ = m/V p2 = p1 + ρgΔh F1/A1 = F2/A2 Questões 1. (2,5) Um disco gira em torno de um eixo fixo, partindo do repouso com aceleração angular constante até alcançar a rotação de 10 rev/s. Depois disso, ele completa mais 60 revoluções até sua velocidade angular ser de 15 rev/s. Calcule: (a) (1,0) a aceleração angular (em rev/s² ou rad/s²); Na 2ªparte, em 60 rev (60.2.π rad): (com ω0 = 10 rev/s = 10.2.π rad/s): e (ω(t) = 15 rev/s = 15.2.π rad/s): Substituindo II em I: θ(t) = θ0 + ω0t + αt²/2 → 120.π = 0 + 20.π.t + αt²/2 (I) ω(t) = ω0 + αt → 30.π = 20.π + αt → 10.π/α = t (II) α = 6,55 rad/s² = 1,04 rev/s² (b) (0,5) o tempo necessário para completar as 60 revoluções (em s); Em II, com α conhecido: t = 4,8 s (c) (0,5) o tempo (em s) necessário para alcançar a velocidade angular de 10 rev/s e; Na 1ª parte: ω(t) = ω0 + αt → 20.π = 0 + 6,55.t → t = 9,6 s (d) (0,5) o número de revoluções desde o repouso até a velocidade de 10 rev/s. θ(t) = θ0 + ω0t + αt²/2 → θ(t) = 0 + 0.9,6 + 6,55.(9,6)²/2 → θ(t) = 301,8 rad = 48 rev 2. (2,5) Uma porta fina, sólida e uniforme tem altura de 2,20 m, largura de 0,870 m e massa de 23 kg. a) (1,0) Calcule o momento de inércia para a rotação em suas dobradiças (figura A); Considerando a porta como um corpo extenso com densidade superficial ds constante e adotando referenciais horizontal x com origem no eixo de rotação e ref. vertical y, com origem no ponto médio de altura, temos: ds = M/Área = M/L.h e ds = dm/h.dx Assim, temos: dm = (M/L).dx L I =∫ r².dm = I =∫ x².( 0 M ). dx = (M/L).{[L³]/3 - [0³]/3} = 5,80 kg.m² L b) (1,5) Calcule o momento de inércia para a rotação com o eixo em seu centro longitudinal (figura B). Considerando a porta como um corpo extenso com densidade superficial ds constante e adotando referenciais horizontal x com origem no eixo de rotação (ponto médio em x) e ref. vertical y, com origem no ponto médio de altura, temos: ds = M/Área = M/L.h e ds = dm/h.dx Assim, temos: dm = (M/L).dx L/ 2 I =∫ r².dm = I = ∫ x ².( − L/2 M ). dx = (M/L).{[(L/2)³]/3 - [(-L/2)³]/3} = 1,45 kg.m² L 3. (2,5) A força gravitacional exercida sobre um objeto sólido é de 5,0N, medida por um dinamômetro como na figura abaixo. Quando ele está mergulhado em água, o dinamômetro mede 3,5N. Encontre a densidade do objeto. A diferença de medição está relacionada ao empuxo sofrido pelo objeto, logo: P(aparente) = P(real) – E 3,5 = 5,0 – E E = 1,5N Podemos calcular o volume de líquido deslocado, que é igual ao volume do objeto e, após calcular sua massa a partir de seu peso real (no ar), podemos ter sua densidade: E = ρL.V.g V = E/ρL.g = 1,5.10-4m³ P(real) = m.g m = P(real)/g = 0,5kg ρ = m/V = 0,5/1,5.10-4 = 0,333.104 = 3333 kg/m³ 4. (2,5) Estime a massa total da atmosfera da Terra, considerando o raio da Terra médio como 6,37.106m. Obs.: Considere a atmosfera formada por ar em repouso, com densidade constante e pressão nula em seu topo. Se a pressão depende apenas da profundidade, e considerando que no topo da atmosfera a pressão é nula, temos: p2 = p1 + ρgh 1,013.105 = 0 + 1,20.10.(h) h = 0,084417.105 = 8441,7 m = 8,44.10³ m Considerando a Terra (e a atmosfera) uma esfera, temos que o volume da esfera é calculado com: V = (4/3).π.R³ e assim o volume da atmosfera fica sendo: V(atm) = V(atm+Terra) – V(Terra) = (4/3).π.R³(atm+Terra) – (4/3).π.R³(Terra) = (4/3).π.[R³(atm+Terra) – R³(Terra)] = (4/3).π.[(6,37.10⁶+8,44.10³)³ – (6,37.10⁶)³] = (4/3).π.(2,595.1020 - 2,585.1020) = 0,0419.1020 m³ Assim: m = ρ.V = 1,20.0,0419.1020 = 0,05.1020 = 5.1018kg 5. (2,5) O tubo de Venturi, mostrado na figura abaixo, pode ser usado como um medidor de fluxo de fluido. Suponha que o aparelho seja usado em um posto de gasolina para medir a taxa de fluxo de gasolina ( ρ = 7,0.10² kg/m³) por uma mangueira com saída de raio 1,20 cm. Se a diferença na pressão é medida como p 1-p2 = 1,20 kPa e o raio do tubo de entrada para o medidor é 2,4 cm, encontre: a) (1,5) a velocidade da gasolina quando sai da mangueira. Usando a equação da continuidade podemos obter a razão entre as velocidades de entrada e saída da gasolina: A1.v1 = A2.v2 (2,4.10-2)².π.v1 = (1,2.10-2)².π.v2 v1 = 0,25.v2 Considerando mesma altitude média (h 1 = h2) para os dois pontos e usando a equação de Bernoulli, temos: ρ.v2²/2 + ρ.g.h2 + p2 = ρ.v1²/2 + ρ.g.h1 + p1 7.10².v2²/2 + p2 = 7.10².(0,25.v2)²/2 + p1 350.v2² – 21,875.v2² = p1 – p2 328,125.v2²= 1,2.10³ v2 = 1,91 m/s b) (1,0) a taxa de fluxo (vazão) de fluido em m³/s. Como v = dx/dt, em cada 1s de tempo a gasolina percorre 1,91 m na região de saída. Assim, temos o volume de saída por segundo (fluxo): Fluxo = V(em 1s) = A.x = (1,2.10-2)².π.1,91 = 8,64.10-4 m³/s 6. (2,5) Explique sucintamente qual a diferença entre: a) (0,5) rotação e translação. Rotação é o movimento que um objeto realiza em torno de um ponto que faz parte da composição dele próprio; translação é o movimento que um corpo realiza alterando a posição de todas as suas partículas constituintes. b) (0,5) massa e momento de inércia. O conceito de massa está relacionado com a dificuldade que um objeto oferece, quando submetido a forças, à variação de sua velocidade translacional; o conceito de momento de inércia está relacionado com a dificuldade que um objeto oferece, quando submetido a torques, à variação de sua velocidade rotacional. c) (0,5) corpos rígidos (sólidos) e fluidos. Corpos rígidos tendem a manter sua forma, própria de sua construção, ao longo do tempo enquanto que os fluidos não possuem forma própria, tendem a manter a forma do recipiente onde estão inseridos. d) (0,5) a pressão em vários pontos de um fluido em repouso e em vários pontos de um fluido em movimento. Para um fluido em repouso, a pressão em diferentes pontos vai depender apenas de sua profundidade relativa, enquanto que para um fluido em movimento, a pressão dependerá da profundidade relativa e da velocidade relativa, da forma que quanto mais profundo maior a pressão e quanto mais rápido o escoamento, menor a pressão. e) (0,5) escoamento ideal e real de um fluido. O escoamento ideal é representado pelas linhas de corrente, ou seja, por um movimento linear das partículas do fluido, sem turbulência, sem atrito entre as partes, sem variação de densidade e de vazão ao longo do tempo. O escoamento real inclui essas variáveis.