ART IG O OUTUBRO | 2014 Microalbuminúria como marcador precoce do comprometimento da função renal. Prezados Doutores, Chama-se de microalbuminúria a presença de quantidades mínimas de proteínas (albumina) na urina. Numa pessoa saudável, essa quantidade é muito pequena e não ultrapassa, em circunstâncias normais, 30 miligramas por dia ou 20 microgramas por minuto. É um indicador precoce de insuficiência renal. Mede pequenas quantidades de albumina que o corpo começa a eleminar na urina, anos antes de uma lesão renal se tornar evidente. Como a molécula de albumina é pequena, é uma das primeiras proteínas detectadas na urina quando há lesão renal. Pacientes com níveis consistentes de albumina na urina (microalbuminúria) têm um risco maior de desenvolvimento de insuficiência renal progressiva e doença cardiovascular no futuro. A creatinina, produto final do metabolismo muscular, é excretada de modo uniforme na urina. Sua quantidade na urina é relativamente estável. Como a concentração (ou diluição) da urina varia durante o dia, essa característica da creatinina permite que sua medida seja usada como fator de correção em amostras aleatórias de urina. Quando a creatinina é medida junto com a microalbuminúria em uma amostra aleatória de urina, pode ser calculada a relação microalbuminúria/creatinina, que a American Diabetes Association considera ser o exame de escolha para triagem de microalbuminúria. A microalbuminúria ou a relação microalbuminúria/creatinina em uma amostra aleatória de urina é solicitada com frequência para pacientes com problemas crônicos, como diabetes ou hipertensão arterial, que possuem risco aumentado de adquirir uma insuficiência renal. Estudos mostram que a identificação de estágios muito precoces de doença renal permite que pacientes e médicos ajustem o tratamento. Com um controle melhor da glicemia e da pressão arterial, a evolução da doença renal em diabéticos pode ser retardada ou evitada. A National Kidney Foundation, a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a Sociedade Brasileira de Diabetes e a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial recomendam que toda pessoa com diabetes entre 12 e 70 anos de idade deve pesquisar microalbuminúria pelo menos uma vez por ano. Segundo a American Diabetes Association, os diabéticos do tipo 1 devem ser testados uma vez por ano, a partir do quinto ano da doença, e os diabéticos do tipo 2, todo ano a partir do diagnóstico. Se for detectada a microalbuminúria, o exame deve ser repetido e, se for positivo em 2 a 3 exames no período de 3 a 6 meses, então o paciente deve receber tratamento adequado. *Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico. www.humbertoabrao.com.br /Laboratório Humberto Abrão ART IG O OUTUBRO | 2014 Microalbuminúria como marcador precoce do comprometimento da função renal. Pacientes com hipertensão arterial devem ser testados em intervalos regulares, com frequência determinada pelo médico. A microalbuminúria em amostra aleatória pode ser pedida como triagem alternativa. Se quantidades significativas forem encontradas na triagem, o resultado pode ser confirmado em uma amostra de urina de 24 horas. Na prática, a microalbuminúria em amostra isolada é usada como screening, enquanto a dosagem em urina de 12 ou 24 horas se presta mais à avaliação do efeito de algumas intervenções ou ao controle de tratamento. Outras condições que podem aumentar os níveis de microalbuminúria são: exercícios físicos vigorosos, hematúria, infecções urinárias, gravidez, quadros inflamatórios e infecciosos, e alguns distúrbios autoimunes. Em alguns casos, para se evitar alguns interferentes, como o exercício físico, é sugerido que a coleta de urina seja no período da noite ( urina nas 12 horas noturnas), para que ocorra em repouso. Não é necessário nenhum preparo prévio para as coletas de urina para a dosagem da microalbuminúria. A quantificação da Cistatina C também é um ótimo indicador da função renal, pois, devido ao seu baixo peso molecular e à carga positiva, é livremente filtrada pelo glomérulo, reabsorvida e metabolizada pelo túbulo proximal, não ocorrendo secreção renal ou extra renal. Portanto, níveis elevados no sangue refletem danos da função renal, e, junto com a microalbuminúria, auxilia no monitoramento da função renal de diabéticos. Dra. Lucinara Froede Bioquímica - Setor de Bioquímica Referências: www.labtestsonline.org.br www.diabetenet.com.br www.bioclin.com.br *Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico. www.humbertoabrao.com.br /Laboratório Humberto Abrão