INFORMATIVO DO CORPO CLÍNICO DO HOSPITAL MOINHOS DE VENTO ANO I / Nº 01 / março 2015 Novo modelo médico assistencial investe na formação de serviços de excelência índice 3 Novas áreas médicas na residência 3 dência do desenvolvimento médico. O Hospital também preO novo modelo médico assistencial do Hospital Moinhos de tende ser exclusivo no tratamento de doenças agudas e crônicas Vento tem como base a formação de serviços médicos de exceque envolvam alta tecnologia de investigação e de tratamento. lência com o viés de um hospital de ensino e pesquisa. De acordo Os investimentos estão sempre voltados para a aquisição de com o superintendente médico, Dr. Luiz Antonio Nasi, o que se equipamentos de ultima geração que possam oferecer à comubusca para a Instituição é a primazia de um hospital moderno nidade a facilidade do tratamento individualizado e especialie ágil que pratica medicina de ponta com o reconhecimento zado sem que haja necessidade do deslocamento para outros da população. “Doenças difíceis e complexas devem encontrar centros nacionais ou internacionais. o caminho da solução no Hospital Moinho de Vento”, destaca. Para isso, explica Dr. Nasi, os indicadores assistenciais devem ser comparáveis aos dos grandes centros do país e do exterior, aliado Desafios ao cumprimento de normas de segurança. Além disso, agentes Um dos grandes desafios do novo padrão médicofinanciadores da saúde suplementar, médicos e pacientes devem assistencial é poder sustentar um modelo que vise qualidade, se sentir confiantes ao usufruir da medicina hospitalar praticada remuneração compatível e que valorize a diferenciação dos no Hospital Moinhos, pautada também pela serviços médicos. “O modelo atual de reética e inovação. muneração aos médicos e hospitais não Segundo o médico, a adoção dos pro“Doenças difíceis e leva em conta a sofisticação e o aperfeiçoamento tecnológico bem como os investitocolos gerenciados auxilia as equipes com complexas devem mentos em recursos humanos indispensárelação ao suporte no manejo clínico dos encontrar o caveis para o exercício da melhor medicina”, pacientes e definição de objetivos, além de minho da solução explica Dr. Nasi. orientar a sequência temporal de cuidados e ações diagnósticas e terapêuticas. A partir de um trabalho conjunto seno Hospital rão reavaliados métodos e processos, nos O compromisso com a evolução e a meMoinho de Vento”. quais se identificará pontos de melhoria e lhoria contínua faz com que se busque o estabelecidos planos de ação, metas e praaperfeiçoamento em relação à qualidade e zos a serem alcançados. “Sabemos que esta segurança. A partir da adesão das áreas aos é apenas uma parte do grande desafio que protocolos, a geração de dados e o gerenciatemos pela frente, mas a adesão e o comprometimento de nosmento dos indicadores irão proporcionar melhorias e evoluir no so Corpo Clínico fará com que o Hospital tenha uma visão oferecimento de serviços de referência. completa sobre suas principais necessidades e, dessa forma, avance para manter os padrões de excelência, qualidade e seNúcleos de subespecialidades gurança”, conclui. Núcleos de subespecialidades são criados conforme a ten- Terapia IntraArterial para AVC isquêmico 4 Entrevista com o Dr. Marcos Rosa EDITORIAL A relação que buscamos e queremos! A relação que buscamos entre médicos e hospital deve ser de constante parceria. Nossa busca é essencialmente relacionada à qualidade e à segurança dos serviços oferecidos aos pacientes por meio de um modelo médico eficiente baseado em protocolos gerenciados e indicadores assistenciais. Para alcançar esse nível de excelência, o envolvimento pleno do corpo clínico é o que criará condições para o desenvolvimento do Hospital que todos querem e que, a partir de agora, construiremos juntos. Desta forma, o Hospital avança para dar condições institucionais para que os profissionais continuem exercendo a melhor medicina, respaldados não apenas pela infraestrutura avançada e a alta tecnologia disponível, mas também pelo reconhecimento de suas contribuições e desenvolvimento. Este novo canal de comunicação que você tem em mãos será trimestral e resgata o objetivo central da antiga publicação “Bisturi” em informar nossas ações e contribuições, incluindo o novo modelo de gestão na área médico assistencial e os desafios que temos pela frente. EM FOCO Microscópio Cirúrgico de alta tecnologia O setor de Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento passa a contar com mais um importante equipamento de alta tecnologia: trata-se de um novo microscópio cirúrgico denominado Zeiss Pentero, importado da Alemanha e considerado o mais moderno da categoria, por proporcionar imagens de alta resolução, maior profundidade de campo e muito mais iluminação para o cirurgião e o médico assistente, além de foco automático de alta velocidade e imagens nítidas independente da ampliação. Este microscópio possui integrado o sistema de fluorescência: inovador recurso que em tempo real efetua um vídeo de angiografia digital intraoperatória da circulação sanguínea do cérebro, o que é de grande utilidade em cirurgias de aneurisma cerebral. Simpósio Fronteiras da Medicina SIMPÓSIO2015 FRONTEIRAS MEDICINA Nos dias 26 e 27 de março, o Hospital Moinhos de Vento em parceria com o Johns Hopkins Medicine, promove o Simpósio Fronteiras da Medicina, que será realizado no Sheraton Porto Alegre Hotel. O evento vai reunir especialistas nacionais e internacionais para debater tendências e novas abordagens nas áreas de Cardiologia, Medicina de Emergência, Mastologia & Oncologia, Neurologia, Reumatologia e Urologia & Oncologia. Inscrições: www.fronteirasdamedicina.com Tecnologia PET/CT disponível para convênios Boa leitura! Dr. Gabriel Grossman e a Dra. Alice Schuch com o novo equipamento Dr. Luiz Antonio Nasi Superintendente Médico do Hospital Moinhos de Vento agenda Local: Anfiteatro Hilda Sturm Horário: 12:15 às 13:15 31 de março Tema: Vitamina: mitos e verdades 28 de abril 26 de maio O novo modelo é o mais moderno da categoria Região Sul recebe novo Centro de Terapia Hematológica O Hospital Moinhos de Vento criou o Centro de Terapia Hematológica, coordenado pela Dra. Claudia Caceres Astigarraga. A unidade é especializada no diagnóstico de doenças onco-hematológicas como Leucemia, Linfoma e Mieloma Múltiplo e reúne uma equipe multiprofissional em diversos níveis. O Centro está localizado na Unidade de Internação A1 do Hospital Moinhos de Vento e disponibiliza 18 leitos para o atendimento altamente especializado do paciente hematológico, incluindo transplante de medula óssea. O Centro é credenciado no Ministério da Saúde para realizar dois tipos de transplantes de medula óssea: autólogo (o doador de células é o próprio paciente) e alogênico aparentado (o doador é familiar do paciente). A tecnologia PET/CT (Positron Emission Tomography) adquirida pelo Serviço de Medicina Nuclear está disponível para atender pacientes do convênio IPERGS, Unimed (Intercâmbio/Estadual) e outros planos de saúde (Ajuris, Cabergs, Gama, Omint, SAS AMP, Petrobras Distribuidora e Notredame). O equipamento une os recursos diagnósticos da Medicina Nuclear (PET) e da Radiologia (CT) e apresenta um papel fundamental na avaliação do estágio da doença, no planejamento terapêutico e na avaliação da resposta dos pacientes aos tratamentos instituídos. O modelo Discovery 610 (General Eletric) apresenta alta sensibilidade e resolução, permitindo uma excelente capacidade de detecção de diferentes tipos de câncer, adequado estadiamento da doença e a escolha e acompanhamento do tratamento e planejamento radioterápico. Atualmente, as indicações clínicas do PET/CT são predominantemente na área da oncologia, especialmente para determinados tipos de câncer que têm um metabolismo maior, permitindo a localização da doença. “Como plano para o futuro, a nossa ideia é de que a inovação em diagnóstico também seja direcionada para as áreas de Neurologia e Cardiologia”, destaca o chefe do Serviço Médico de Medicina Nuclear do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Gabriel Grossman. SERVIÇO MÉDICO EM DESTAQUE Residência Médica amplia programas A Comissão de Residência Médica (COREME) em parceria com o Instituto de Educação e Pesquisa (IEP) do Hospital Moinhos de Vento, sob a coordenação do Dr. Sérgio Brodt, ampliou seu Programa de Residência Médica, aprovado pelo Ministério da Educação, para 10 especialidades médicas. As novas áreas são Clínica Médica do HRES, Pediatria, Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Cardiologia e Nefrologia. Hoje são 30 residentes em estágio regular e cerca de 20 médicos docentes de elevada qualificação ética, técnica e profissional. Segundo Dr. Brodt, o programa que se iniciou, em 2004, com a residência em terapia intensiva no Hospital, tornou-se referência no Estado. “A experiência proposta é oriunDr. Sérgio Brodt (ao centro) acompanha gerações de residentes da de um modelo norte-americano de hospitais privados, que permite que o 60 horas semanais que são desenvolvidas nas instapaciente mais diferenciado também possa ser atendilações do próprio Hospital Moinhos de Vento, o que do por residentes médicos”, destaca. proporciona a vivência da rotina de um hospital geral Um dos diferenciais é a grande proximidade do de grande porte, com avançadas tecnologias e protomédico residente e da preceptoria nas suas atividades colos de padrão internacional. Além disso, o médico programáticas. O aluno precisa cumprir uma carga de residente tem a oportunidade de estar em contato com os pacientes internados, em ambulatório e realizar estágio na emergência, no CTI, e nas especialidades (Pneumologia, Gastroenterologia, Cardiologia e Nefrologia). e, ainda, realizar as disciplinas optativas no exterior. A partir deste ano, o Programa de Residência Médica também possibilitará que os residentes do segundo e terceiro ano tenham a oportunidade de realizar estágio na Johns Hopkins Medicine International (Baltimore), em paralelo com sua residência. Pesquisa clínica A especialização também exige que o aluno se envolva com a produção de publicações baseadas em relatos de caso, revisões bibliográficas, pesquisa clínica e estudos multicêntricos coordenados pelo IEP. Para o Dr. Sérgio Brodt todas essas possibilidades fazem com que o residente não se torne mão de obra barata e tenha uma formação integral. “Nosso foco é integrar o aluno à assistência privada e à clínica médica com atividades de ensino e pesquisa no mesmo ambiente”. UP TO DATE - IEP Tratamento Intra-Arterial para Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (MR CLEAN) Berkhemer e cols. A Randomized Trial of Intraarterial Treatment for Acute Ischemic Stroke (MR CLEAN). N Engl J Med. 2015 Jan 1; 372(1):11-20 A administração de trombolíticos em até 4,5 horas a partir do início dos sintomas é efetiva na redução de morbimortalidade em pacientes com AVC isquêmico. Entretanto, a trombólise apresenta janela terapêutica estreita e é contraindicada em pacientes com alto risco para hemorragia intracraniana; além disso, sua efetividade é menor na reperfusão em artérias mais calibrosas, responsáveis por até 1/3 dos eventos. Em janeiro foi publicado no New England Journal of Medicine um ensaio clínico randomizado, que avaliou em 16 hospitais na Holanda 500 pacientes com AVC isquêmico agudo. Os pacientes foram randomizados para o tratamento intra-arterial ou para o grupo controle, tendo 89% dos participantes recebido alteplase previamente à randomização. O escore Rankin foi inferior no grupo de intervenção: 32,6% dos pacientes apresentavam Rankin ≤ 2 (equivalente a independência funcional) após 90 dias, comparado a apenas 19,1% no grupo controle (OR=1,67; IC95% 1,21 a 2,30; NNT=7,4). Este é o primeiro estudo mostrando benefício clínico com o tratamento endovascular, com tamanho amostral e qualidade metodológica adequados. COMENTÁRIO Dra. Sheila Martins Chefe do Serviço de Neurologia do Hospital Moinhos de Vento O tratamento endovascular no AVC isquêmico agudo ainda é uma questão polêmica. Estudos de braço único com comparações indiretas e estudos randomizados iniciais demonstraram que o tratamento endovascular eficaz em restaurar o fluxo sanguíneo rapidamente, com potencial de melhorar a evolução funcional. Assim, houve ampla adoção dessa técnica, mas sem evidências adequadas para comprovar sua efetividade. Três ensaios clínicos publicados em 2013 não conseguiram demonstrar benefício clínico. Diferente desses, o MR CLEAN demonstrou que a trombectomia mecânica pode melhorar a evolução funcional de pacientes com AVC grave que não recanalizaram com a trombólise endovenosa. Isto reforça a conduta já adotada nos grandes hospitais do mundo, incluindo o Hospital Moinhos de Vento, com tratamento endovascular do AVC agudo sempre realizado por neurorradiologistas intervencionistas com expertise para evitar complicações. entrevista Serviço de Obstetrícia atinge meta do milênio preconizada pela OMS Dr. Marcos Rosa, Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento. De acordo com dados de 2012 do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis no país estão relacionados à prematuridade, situação frequente em cesarianas, que ampliam em 120 vezes a probabilidade de o bebê ter síndrome da angústia respiratória e triplicam a mortalidade materna. O Hospital Moinhos de Vento apresenta índices muito baixos de morbimortalidade associados à assistência obstétrica, superando a meta do milênio de reduzir em 75% as mortes maternas conforme a Organização Mundial da Saúde. Outro objetivo a ser alcançado pela instituição, segundo o chefe do Serviço de Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Marcos Rosa, é a redução do número de cesáreas desnecessárias. O médico representou a Instituição, em fevereiro, no Rio de Janeiro, na apresentação do Projeto de Indução da Qualidade no Parto promovido pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Segundo o especialista, a iniciativa é isenta de viés ideológico e trouxe a oportunidade de discutir os novos rumos da obstetrícia no Brasil. Marcos Rosa, que é membro há 20 anos do Comitê da Morte Materna, Infantil e Fetal do Município de Porto Alegre, conta que o Hospital Moinhos de Vento é forte candidato a ser incluído no programa por conta dos índices de sucesso em sua maternidade. tre 1990 até 2014) a taxa de morte materna, passando de 140 óbitos para cada100 mil nascidos vivos em 1990 e para 35 óbitos em 2015. No Brasil, essa meta não foi atingida. O que se tem hoje no país são 52 mortes por 100 mil habitantes. No RS, também não se atingiu a meta, inclusive no ano de 2012, quando o Estado teve 65 mortes por 100 mil habitantes. Já em 2013 ocorreram menos de 30 mortes por 100 mil habitantes na Capital (atingindo a meta do milênio). Dr. Marcos Rosa chefia a equipe da Obstetrícia desde 2005 A que se deve esse sucesso de baixa mortalidade entre as gestantes no HMV? Devido à estrutura do Hospital, equipe de médicos e obstetras de plantão, profissionais de enfermagem especializada em obstetrícia, além de protocolos médicos bem definidos, estrutura interna de CTI, disponibilidade de sangue e derivados e uma rede de apoio pelo time de resposta rápida. Temos uma estrutura que reduz o risco de morte. O HMV é uma learning organization, isto é, aprende com os erros e falhas nos processos e estruturas, usa a metodologia de aná“Temos uma estrulise da causa raiz para eventos tura que reduz adversos graves. A Organização Mundial da Saúo risco de morde preconiza a redução em 75% da taxa de morte materna, como Qual é a estratégia para a rete por eventuais meta do milênio. Como se insere alização do parto humanizacomplicações”. o Hospital Moinhos em relação a do no HMV? O programa de essa meta? Nos últimos 25 anos, humanização do parto surge o Hospital Moinhos de Vento recomo opção de incentivar o alizou 100 mil partos, e teve duas parto natural. Nosso trabalho mortes (2:100.000), sendo que a última ocorreu há é humanizar a assistência e diminuir os temores e mais de 15 anos, resultado de uma complicação infantasias negativas em relação ao sofrimento para fecciosa causada por um abortamento infectado. A que as mulheres possam escolher com maior consmeta do milênio pela OMS era reduzir em 75% (enciência a via de nascimento do bebê. Acreditamos que essa é a principal estratégia para reduzir as cesáreas de modo adequado e endossamos as recomendações da OMS quanto ao manejo e a condução do parto normal. O Hospital Moinhos de Vento trabalha com um conjunto de indicadores bastante complexo e alto nível de exigência. Como são esses indicadores? Em fevereiro de 2013 instituímos uma avaliação por um escore de morbidade em que a partir de indicadores mensais conseguimos monitorar todos os processos e eventos obstétricos: morte materna e morte fetal, trauma do bebê no parto, retorno da mãe à sala de parto ou cirurgia para correção de problemas relacionados ao parto, bebês que nascem com índices baixos na escala de Apgar (menor ou igual a sete no quinto minuto), mulheres que receberam transfusão de sangue e que tiveram algum trauma grave do parto (ruptura perineal de terceiro e quarto graus), mulheres que internaram na CTI após o parto e bebês com mais do que 2.500 gramas que necessitam de internação na CTI Neonatal por mais de 24 horas. Esses índices através de uma pontuação modulam a segurança, efetividade e tempo adequado de atendimento. Os nossos resultados apesar dos 82% de nascimentos com cesariana são melhores do que a média americana. expediente Informativo do Corpo Clínico do Hospital Moinhos de Vento – Ano I /N° 01/Março 2015 – Hospital Moinhos de Vento – Rua Tiradentes, 333 – Fones (51) 3314-3434\ www.hospitalmoinhos.org.br – Coordenação: Caetano Teles e Diocélia Jungbluth – Coordenação Técnica, Projeto Gráfico e Execução: Departamento de Marketing – Jornalista Responsável, edição e Redação: Paula Oliveira de Sá (MTb 8575) – Comissão Editorial: Luiz Antonio Nasi, Carisi Anne Polanczyk, Gabriel Dalla Costa, Vanessa Martha, Rodrigo Ribeiro, Maicon Falavigna – Fotografias: Arquivo do Hospital Moinhos de Vento e Nabor Goulart.