Ritha C. Capelato Rocha – R3 Dermatologia HRPP 2014 TUBERCULOSE CUTANEA TUBERCULOSE CUTANEA PRIMARIA – decorre da colonização da pele pelo bacilo. TUBERCULIDES – consequência do processo de hipersensibilidaade a foco de tuberculose ativo, localizado em outro ponto do organismo. Agentes: o Mycobacterium tuberculosis (mais comum – causa o quadro pulmonar) o Mycobacterium bovis o Bacilo de Camlette Gerin (BCG) – tbm pode ser causador da Tb cutânea. Costumam ser pouco virulentas e pouco infecciosas e 5 a 10% das infecções levam à doença. Como todas as doenças as respostas patológicas variadas ao bacilo leva a tipos clínicos variados. Devido aos imunodeprimidos, teve um aumento da doença. Principalmente áfrica e Ásia. A tuberculose pulmonar é a mais importante e é transmissível pelos pacientes baciliferos por TB pulmonar. A cutânea não é transmitida. Um quadro de tuberculose cutânea vai ser muito pior em um imunodeprimido do que imunocompetente. É importante para diagnostico diferencial de PLECT. Uma das formas de tuberculose é a verrucosa – faz parte do PLECT. Importante saber se o individuo teve contactante. PLECT – paracoco (blastomicose sul americana), leishmaniose, esporotricose, cromomicose, tuberculose. O quadro depende da virulência do bacilo, estado imunitário do hospedeiro – idade, nutricional, fatores genéticos. Via de infecção pode ser endógena ou exógena. TUBERCULOSE CUTANEA PRIMARIA Achamos o bacilo na lesão. o Cancro tuberculoso – Consequente à BCG – mais comum em criancas. Pode cursar com osteomielite, mas é raro. TUBERCULOSE SECUNDARIA Nem sempre achamos o bacilo. o Lúpus vulgar – PPD positivo (não tem relação com lúpus, é assim chamada pq acomete a região malar, lembra lobo). o Tuberculose verrucosa – PPD positivo o Escrofuloderma – PPD positivo, é o mais comum – nas cadeias ganglionares cervicais é o mais comum. Tbm chamada de tuberculose coliquativa pela necrose coliquativa dos gânglios. o Tuberculose orificial – PPD negativo. (oral, genital) o Tuberculose miliar aguda – PPD negativo. o Tuberculose gomosa – PPD negativo. (a doença da goma é a sífilis ou tuberculose gomosa, mas é muiro raro). Ritha C. Capelato Rocha – R3 Dermatologia HRPP 2014 PRIMARIAS CANCRO TUBERCULOSO o o o o o o o o o o o o o o o o o o o Inoculacao da micobacteria na pele ou mucosa. Indivíduos não previamente infectados. 2 a 4 semanas após a inoculação há uma papula, placa ou nódulo inflamatório, evolução crônica, há um aulceracao sem tendência a cicatrização, com linfadenopatia regional com ou sem linfangite. Pode fistulizar e formar um abscesso frio. Se a lesão não evoluir com cicatrização – temos que prestar atenção. Pode causar BCGíte que melhora com cuidados locais. Se começa a ter fistulizacao, linfadenomegalia – pensar em cancro tuberculoso. Acomete face, mãos, extremidadaes inferiores, mucosa oral e conjuntival em 1-3 dos casos. Formam ulcerações pouco dolorosas. O material drenado é extremamente rico em bacilos (bacilos vivos atenuados presentes na vacina). É o cancro tuberculoso local pela vacina + adenite – ai forma o complexo primário tuberculoso cutâneo. Tem evolução crônica e tende a cura espontânea. Tende à cura espontânea e pode permanecer ativa por muitos meses. HP – inicialmente inespecífico. Em 3-6 semanas há formação do granuloma tuberculoide e tem BAAR nas lesões. Pode curar sozinho, mas como é bebe, vamos tratar. DIAGNOSTICO – bacilos nas secreções e cortes histológicos, fazer cultura. PPD – é negativo pq é cca que nunca teve contato, e positiva-se ao longo da evolução. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL – esporotricose, doença da arranhadura do gato, sífilis, outras micobacterioses e outras formas de tuberculose. TRATAMENTO – RIPE 2 meses e depois RI 4 meses em xarope. Se tiver problemas neurológicos vira 2 meses RIPE e 7 meses RI. Vamos encaminhar para infecto para acompanhar. Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol. BCG Nível de proteção maior de 75%, reações adversas raras, curso normal: Após 2 semanas – papula infiltrada Após 6-12 semanas – 10mm e ulcera Cura lenta e cicatriz Sensibilidade tuberculínica após 5-6 semanas. COMPLICACOES NÃO ESPECIFICAS O raro é cancro tuberculoso, mas pode ter rash, eritema nodoso (mais comum nos adultos), reações eczematosas, granulomas locais, cistos epiteliais, cicatriz queloidianas. LESOES ESPECIFICAS O individuo pode fazer quadro de lúpus vulgar: Ritha C. Capelato Rocha – R3 Dermatologia HRPP 2014 Meses a 3 anos após a vacinação na área de inoculação, pode melhorar e muitos não tratam. 25% encontra-se bacilos, características clinicas do lúpus vulgar. Essas lesões alem do lúpus vulgar pode ter... Fenomeno de Koch – indivíduos previamente sensibilizados, necrose e ulceração em curto período, adenite regional e sintomas sistêmicos. Escrofuloderma – pode ocorrer com fistulizacao, pode persistir por anos na região. (aparecimento de linfonodos que fistulizam). Linfadenite regional intensa – mais comum. Abscesso subcutâneo – quando injetada profundamente (o certo é SC) Erupção tipo tuberculite – papulas palpáveis em outras partes do corpo – muito raro. Podemos ter varias formas de apresentações de Tb cutânea após aplicação de BCG. O mais comum é a BCGite com inflamação do local, induramento, mas não tem outros sintomas e sinais alem da lesão local. Há só uma inflamação na própria pele, pior do que seria a evolução normal da BCG. PRIMARIA – coloco o bacilo La dentro, pode ser por BCG localiizado. Cancro é ulcera. Pode ter em ccas mais velhas e outros que foram vacinados pq é contactante de hanseníase multibacilar – se ele tem imunodepressão, ele pode ter alteração local, dos gânglios, abscesso – é raríssimo, mas existe. Nesse caso achamos bacilos na pele. PPD pode ser positivo ou negativo. SECUNDARIA – não achamos bacilo na lesão. SECUNDARIAS LUPUS VULGAR A pessoa teve tuberculose em outro local e os bacilos chegam na pele através de lesões. Depende da imunidade e quantidade de bacilos, o mais comum é por Tb pulmonar ou pleural. Doença crônica, rara em nosso meio, PPD positivo, imunidade moderada. Se não tem imunidade ele não faz ou dissemina. Se ta no meio termo faz mais ou menos. Desenvolve a doença. A pessoa tem algum grau de imunidade ao bacilo, mas não completa. Endógena – foco pulmonar ou adenite cervical. Disseminação hematogenica, linfática ou contiguidade – depende da imunidade do paciente. Macula, papula ou nódulo vermelho-acastanhado, de consistência mole e friável, podem coalescer – formam placas infiltradas circulares (maior parte dos casos), podem ter atrofia central e ulceração. Na vitropressao a lesão fica amarelada – geleia de maçã (assim como sarcoidose). Geralmente são assintomáticas. Lesões infiltrativas assintomáticas. Pode acometer face e mento, mucosa oral, nasal e conjuntival, pode destruir cartilagem, dar deformidades no palato e estenose de laringe. Ritha C. Capelato Rocha – R3 Dermatologia HRPP 2014 Placa infiltrada, eritematosa em face – mas não vamos ao diagnostico de cara. Mas o paciente tem antecedente de tuberculose, mas o diagnostico é difícil. A disseminação para face é mais comum e por ser facial que se chama lúpus vulgar. Formas clinicas: o Planas o Hipertróficas o Ulcerosas o Cicatriciais São varias apresentações clinicas. Evolução crônica, indolor, historia previa de tuberculose. COMPLICACAO CEC em 10% dos casos com alta incidência de metástase. HISTOPATOLOGICO Muito importante. Se acharmos granuloma tuberculoide, caseoso, isso fecha o diagnostico. Tendência a necrose caseosa central, bacilos raramente são encontrados. Os bacilos foram levados ate a pele por via hematogenica, linfática e na maioria das vezes não acha bacilo. A pessoa tem foco em outro local, principalmente pulmonar, por isso que o PPD é positivo. Achar bacilo na pele é raro. DIAGNOSTICO Clinico + patológico + cultura + PPD fortemente positivo + pode ser utilizado PCR do DNA especifico da espécie da micobacteria ate achar qual micobacteria. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL o Lúpus eritematoso (lesões infiltradas que gostam do membro), o linfocitoma cútis (lesões infiltradas vermelhas), o sarcoidose (geleia de maçã na vitropressao) o hanseníase o paracoco o leishmania o sífilis terciaria TUBERCULOSE VERRUCOSA Faz diagnostico diferencial com lesoe verrucosas. Lesao infiltrada e superfície verrucosa. Indivíduos previamente sensibilizados – PPD positivo. Pode correr por solução de contiguidade – fonte exogena. Papula ou papulo-pustula no ponto de inoculação, halo inflamatório purpurico, placas verrucosas de crescimento excêntrico, pode haver atrofia central, geralmente lesão única, crescimento lento, acometendo dorso das mãos e pés, e dedos. HISTOPATOLOGIA Hiperplasia epitelial com hiperqueratose e papilomatose. Infiltrado inflamatório com células epiteliais e células gigantes, eventualmente granuloma tuberculoide com bacilos em raras ocasiões. Ritha C. Capelato Rocha – R3 Dermatologia HRPP 2014 DIAGNOSTICO Clinica + HP + PPD positivo + cultura para micobacterias e PCR DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Síndrome verrucosa PLECT Micobacterioses atípicas Queratoacantoma (lesão única) Carcinomas TRATAMENTO Longo, por muitos meses, tem que ter infecto de referencia. ESCROFULODERMA OU TUBERCULOSE COLIQUATIVA Mais comum em nosso meio, mais comum no pescoço, PPD positivo. Propagação das lesões de linfonodo, osso, articulações e epidídimo (endógena). A lesao é interna e por contiguidade ela chega ate a pele. Raramente por inoculação exógena e disseminação hematogenica. A maioria das vezes é endógena. Nódulos cutâneos eritematosos inflamatórios, fistulizam e ulceram, eliminam material caseoso e purulento. Curso lento, faz cicatriz de queloide em cordão quando não tratada. HISTOPATOLOGIA Granuloma tuberculoide na periferia e bacilos ocasionalmente. Geralmente cervical, nódulos com saída de secreção, lesões com aspecto ruim e são indolores. Tem historia crônica, arrastada, suspeita de tuberculose, algum grau de imunodepressão. DIAGNOSTICO Clinica, histopatológico, PPD positivo, cultura e PCR. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL o Paracoco – gosta muito de naso e orofaringe. o Actinomicose o Goma sifilítica (tudo que ulcera e da goma) o Esporotricose o Hidrosadenite Raríssimas – não precisamos saber muito. TUBERCULOSE ORIFICIAL Rara, acomete mucosa e pele periorificial. Autoinoculacao de tuberculose visceral e progressiva, indivíduos anergicos (PPD negativo). Ritha C. Capelato Rocha – R3 Dermatologia HRPP 2014 Não tem só tuberculose pulmonar, tem Tb visceral, intestinal, indivíduos anergicos, não tem imunidade, então é PPD negativo. Tem bacilo, mas não tem imunidade. Papulas e papulo-pustulas, mucosa tumescida, edemaciada e inflamada. Ulceras irregulares com material pseudomembranoso, dolorosas. HISTOPATOLOGIA Granulomas tuberculoides com muitos bacilos – facilmente encontrados. Mas o paciente não tem imunidade, então PPD negativo. Lesões infiltrativas, necroses coliquativas. Pode parecer queimadura por excesso de caximbo – crack. DIAGNOSTICO Clininca + HP + cultura + pesquisa de bacilos DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Sífilis, aftas, neoplasias. TUBERCULOSE MILIAR AGUDA Muito rara, geralmente em crianças, há disseminação hematogenica (forma septicemica pelo bacilo), foco pulmonar ou meningeo, indivíduos anergicos, PPD negativo. Lesões disseminadas no tronco, maculas e papulas eritematosas e purpuricas, pode haver umbilicacao, necrose central e crostas. Dramático, alta mortalidade, é como se fosse septicemia pelo bacilo. Bacilo fazendo necrose em vaso, em indivíduos anergicos. HISTOPATOLOGIA Necrose e infiltrado inflamatório inespecífico, bacilos em torno e no interior dos vasos. DIAGNOSTICO Tuberculose grave + HP (bacilos em vasos, disseminados) + baciloscopia + cultura super positiva DIAGNOSTICO DIFERENCIAL o Doença de Letterer-Siwe (histiocitose de células de Langerhans grave em crianças) o PLEVA – pitiriase liquenoide varioliforme aguda – individuo não tem mal estado geral, faz lesões papulosas com aspecto varioliforme com necrose central e deixam cicatriz, sem causa definida, tem evolução benigna e auto-limitada, pode ter origem de doenças hematopoiéticas. Na tuberculose o paciente esta mal. o Exantemas medicamentoso o Sífilis secundaria TUBERCULOSE GOMOSA OU ABSCESSO TUBERCULOSO METASTATICO Disseminacao hematogenica, PPD negativo, imunodeprimidos, imunossuprimidos ou desnutridos graves. Nódulos subcutâneos inflamatórios amolecidos, isolados ou múltiplos, ulceram e fistulizam, cabeça, tronco ou extremidades. Ritha C. Capelato Rocha – R3 Dermatologia HRPP 2014 HISTOPATOLOGIA Necrose e abscesso, bacilos em grande quantidade. Faz nódulos e abscessos necróticos. Há disseminação hematogenica. Esses 3 ultimos são os mais graves, todos anergicos, PPD negativo, raros, um dissemina e pega orifício, o outro há lesões pelo corpo necróticas. No geral - Necrose caseosa com granuloma tuberculoide – já podemos tratar. DIAGNOSTICO Clinica + HP + encontro de bacilos + cultura e PCR, PPD fracamente positivo DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Paniculite, sífilis, micoses profundas, hidrosadenite TUBERCULIDES Mais comum – tuberculite papulo-necrotico. Manifestações de hipersensibilidade à distancia. Lesões abacilares ou paucibacilares. PCR é muito importante. Patogênese pouco entendida e etiologia multifatorial. Tipos: o Tuberculite papulo-necrotica o Líquen escrofuloso o Eritema indurado de Bazin Não achamos bacilos na lesão, pq é reação de hipersensibilidade, mas esse paciente teve ou tem tuberculose. TUBERCULIDE PAPULO-NECROTICA PPD positivo, adimite-se foco tuberculoso que libera bacilos periodicamente na circulação. Reação tipo Arthus – imunocomplexo III – acompanhado da reação de hipersensibilidade tardia ao bacilo. Lesões evoluem em surtos – superfície extensora de membros – joelhos, cotovelos, dorso das mãos e pés, tronco e nadegas. Papulas e nódulos simétricos, fazem pustulizacao e necrose central e deixam crostas com cicatriz varioliforme. A pessoa tem historia de tuberculose, temos que investigar. Periodicamente faz papulas e nódulos nos MMII, ulceram, deixa cicatriz, há períodos de piora e melhora. Tubérculose ganglionar tratada que evoluiu com tuberculide. HISTOPATOLOGIA Necrose cuneiforme da derme superior, infiltrado inflamatório não especifico ou granuloma tuberculoide, lesão vascular com formação de trombos. Geralmente não se encontram bacilos. DIAGNOSTICO Clinico + PPD positivo + PCR + HP DIAGNOSTICO DIFERNCIAL Pleva, prurigos, vasculites, sífilis secundaria. Ritha C. Capelato Rocha – R3 Dermatologia HRPP 2014 TUBERCULIDE LIQUENOIDE OU LIQUEN ESCROFULOSO Erupção liquenoide, mais comum em crianças. Historia de tuberculose pulmonar, ganglionar, articular ou óssea. Pos teste tuberculínico, pos vacinação BCG, associada a infecção por M. avium-intracelulare. Pode ter reação de sensibilidade a distancia por diversas maneiras de terem entrado em contato com o bacilo. Admite-se reação de hipersensibilidade, individuo hiperergico a componentes do M. tuberculosis, disseminação hematogenica. Assintomática. Papulas liquenoides pequenas e firmes, assintomáticas, amareladas ou eritematosas, folicular ou perifolicular, formando placas no tronco, evolução lenta, involução espontânea em meses. É diagnostico diferencial de líquen. Pensar em cca com historia de TB ou que entrou em contato com micobacteria que fez reação de hipersensibilidade com lesões liquenoides com resolução espontânea. HISTOPATOLOGICO Granuloma tipo tuberculoide, pequenos focos de necrose caseosa, predominantemente perifolicular. DIAGNOSTICO Clinico + HP DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Líquen plano, nítido, sífilis secundaria, sarcoidose micropapulosa. ERITEMA INDURADO DE BAZIN Diagnostico com eritema nodoso (septal sempre). Paniculite lobular associada a tuberculose. A maioria das outras paniculites são lobulares e eritema nodoso é septal. Forma de paniculite lobular por reação de hiperssensibilidade a tuberculose. Admite-se interação entre a liberação hematogenica de bacilos e condições circulatórias do paciente – alterações eritrocianoticas das pernas, perniose, livedo reticular. Geralmente tem nódulos palpáveis e algum grau de insuficiência venosa. A maior parte do eritema nodoso há dor, mas não há insuficiência venosa, lesões cianóticas. PPD positivo, mais em mulheres, prevalência sazonal – inverno e inicio da primavera. Nódulos inflamatórios, preferencialmente na parte posterior das pernas com tendência a ulceração. Eritema nodoso é mais na parte anterior das pernas. Pode acompanhar – eritrocianose, livedo, perniose, hiperhidrose palmo-plantar. HISTOPATOLOGICO Paniculite lobular granulomatosa com vasculite. Raramente há bacilos na lesão. Não tem nada a ver com a paniculite septal do eritema nodoso. Toda tuberculite é reação de hipersensibilidade e não achamos o bacilo. Ritha C. Capelato Rocha – R3 Dermatologia HRPP 2014 DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Eritema nodoso e vasculites nodulares. DIAGNOSTICO Clinico + HP + PPD positivo + pesquisa do bacilo. TRATAMENTO GERAL 2 RIPE E 4 RI Desde 2012 mudou o tratamento. Tuberculoses que não são multiresistentes e não acometam SNC – vamos tratar da mesma maneira. 1) RIFAMPICINA 600mg-dia em jejum. Junto com isoniazida por 8-10 meses (dependendo do caso), interfere na ação do ACO (usar outro metodo de barreira), coloração alaranjada das secreções. 2) ISONIAZIDA 5-7mg-kg, Maximo de 400mg-dia. Associar com piridoxina para prevenção de neuropatia periférica – 20%. 3) PIRAZINAMIDA 15 a 30mg-kg-dia por 2 meses. 4) ETAMBUTOL 15 a 25mg-kg-dia junto com R+I 5) ESTREPTOMICINA E OUTRAS DROGAS Para casos especiais. ESQUEMA BASICO 2 MESES – RIPE Últimos 4 MESES – RI Indicação – todos os casos – crianças maiores de 10 anos, de todas as formas de tuberculose, exceto com meningoencefalite, infectados ou não pelo HIV e retratamento. QUESTOES 1) Na AIDS, a indicação de BCG pode causar tuberculose. BCG bacilo Calmett-Guerin, cepa atenuada de M. bovis que é empregado na vacinação obrigatória contra tuberculose. Eficácia relativa. Protege por bloquear a disseminação hematogenica secundaria da micobacteria, limitando a infecção ao nível subclinico. Imunoestimulante é usada em varias situações clinicas, inclusive no tratamento do câncer (por isso tbm usamos nos contactantes da hanseníase, por Ritha C. Capelato Rocha – R3 Dermatologia HRPP 2014 ser imunoestimulante). Risco de infecção generalizada, progressiva e fatal, esta não deve ser dada em indivíduos imunodeprimidos e com conhecida infecção por HIV. 2) O escrofuloderma – é a forma de tuberculose secundaria mais comum, acometendo preferencialmente região inguinal. Raramente decorre de inoculação exógena do bacilo no tecido subcutâneo. A maioria das vezes ela vem da pulmonar ou ganglionar e fistuliza. O lugar mais comum é cervical. É a forma mais comum de Tb cutânea em nosso meio, geralmente na região submandibular, cervical e supraclavicular. Propagação da lesão de um foco subjacente (linfonodo, ossos, articular, epidídimo). Raramente resulta da inoculação exógena do bacilo no TCS. São pacientes portadores da tuberculose e PPD positivo, crianças e adolescentes e idosos. Iniciam-se com nodulso que se fistulizam e ulceram, eliminando material caseoso e purulento. 3) Em relação às formas clinicas de tuberculose cutânea- o lúpus vulgar é a forma secundaria que ocorre em indivíduos sensibilizados. O cancro tuberculoso é uma forma rara primaria que ocorre em indivíduos não sensibilizados. Infeccao exógena – cancro tuberculoso, forma verrucosa e BCG. Infecção endógena – disseminação por contiguidade (escrofuloderma), disseminacao linfática (lúpus vulgar), disseminação hematogenica (lúpus vulgar, tuberculose miliar aguda da pele). 4) Tuberculose cutânea – o lupus vulgar é produto da disseminação linfática do bacilo no hospedeiro com alta resposta imune, PPD positivo. A inoculação exógena do bacilo causa o cancro tuberculoso e tuberculose verrucosa cutânea. As formas mais frequentes são o lúpus vulgar e o escrofuloderma causados por disseminação endógena. O lúpus vulgar é raro nos trópicos, nestes predominam o escrofuloderma e lesões verrucosas. LUPUS VULGAR – forma rara em nosso meio, secundaria a Tb cutânea em indivíduos previamente sensibilizados com moderada imunidade ao bacilo. Origina-se de foco tuberculoso, mais frequentemente pulmonar ou de adenite cervical. Disseminação hematogenica, linfática ou por contiguidade. 5) Tuberculites – a infecção por M. tuberculosis ode ser responsável direta ou indiretamente, sendo a PCR positiva ou negativa, respectivamente, em amostras cutâneas. O emprego do PCR tem permitido revelar DNA de M. tuberculosis em amostras de lesões de eritema indurado de Bazin-vasculite nodular e em tuberculite papulo-necrotica. A sarcoidose, embora não seja considerada uma tuberculide, pode resultar de reação imunológica a antígenos micobacterianos. Líquen escrofuloso pode involuir sozinho, mas tuberculides não involuem, precisando de tratamento. PCR – amplificação in vitro das sequencias do DNA. Instrumento valioso na detecção rápida de microorganismos de crescimento lento como o M. tuberculosis. O DNA da micobacteria foi Ritha C. Capelato Rocha – R3 Dermatologia HRPP 2014 demonstrado em todas as variantes histológicas da tuberculose cutânea e em duas tuberculides *tuberculide papulo-necrotica e eritema indurado de Bazin (terapia anti-tuberculose deve ser administrada). A forma restrita a pele geralmente responde bem ao tratamento. 6) O resultado positivo do PPD evidencia apenas a infecção por micobacterias, não caracterizando a presença de doença. No Brasil, a tuberculina usada é o PPD RT23, aplicada por via ID, no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo, na dose de 0,1ml, equivalente a 2UT (unidades tuberculínicas). Quando conservada em temperatura entre 4 e 8º C, a tuberculina mantem-se ativa por 6 meses. Não deve, ser congelada e nem exposta a luz solar direta. 0 a 4mm é não reator – individuo não infectado pelo M. tuberculosis ou por outra micobacteria, infectado pelo M. tuberculosis há menos de 2 semanas (em fase de viragem tuberculínica) ou infectados ou doentes imunodeprimidos. 5 a 9mm é reator fraco – individuo vacinado pelo BCG, infectado pelo M. tuberculosis ou por outras micobacterias Acima de 10mm – forte reator – individuo infectado pelo M. tuberculosis, que pode estar doente ou não, indivíduos recentemente vacinados pelo BCG – menos de 2 anos.