Quanto ao Copan, inaugurado apenas em 1966

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no centro paulistano: cidade
vertical (32 andares) e
ecumênica (de quitis a três
O
CLAUS MEYER/ TYBA
FOTOS ACERVO FUNDAÇÃO OSCAR NIEMEYER
quartos), desenhada em 1951
Desenho do Plano Piloto de Brasília, em forma de avião. Acima, Niemeyer e o
urbanista Lúcio Costa conversam sobre a construção da cidade. Na outra foto,
de 1957, o presidente Juscelino Kubitschek e o arquiteto durante apresentação
da maquete da nova capital do país. À esq., o engenheiro Israel Pinheiro
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GERALDO MELO/ TYBA
scar Niemeyer é muitíssimo conhecido em todo
o mundo. Por baixo, mais de 400 projetos saíram
de sua prancheta e há quase 200 edifícios com
a sua assinatura no Exterior. A respeito dele
foram escritos muitos livros em diversos idiomas.
No Brasil, tem edificações em várias capitais e municípios do interior.
A pedra de toque para a grande popularidade data de 1956, ano em que
Juscelino Kubitschek foi eleito presidente e voltou a procurá-lo com
um projeto ambicioso: mover a capital nacional (Rio de Janeiro) para
uma região despovoada no centro do país. Niemeyer assumiu a direção
da empresa (Novacap), abriu um concurso para o projeto urbanístico
da cidade e o vencedor foi seu grande amigo e ex-patrão, Lúcio Costa.
Oscar com os prédios, Lúcio com
os planos urbanos, a árida paisagem
foi tomando forma de Brasília. Em questão
de meses, Niemeyer projetou dezenas
de edifícios residenciais, comerciais
e administrativos. Entre eles, o Palácio
da Alvorada (residência do presidente),
o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto
(sede do governo), a Catedral, os ministérios,
o Itamaraty. Prédios erguidos por pilotis,
ruas sem tráfego intenso, unidade formal
nas construções, casas próximas a escolas,
organização, integração com a natureza.
[Há poucos anos, foi inaugurado o Complexo
Cultural da República; o Eixo Monumental
continua inconcluso.]
Acima, o Eixo Monumental
de Brasília seguido do
croqui da Praça dos Três
Poderes (Congresso
Nacional). À esquerda,
desenho de coluna feito
para o Palácio da Alvorada
RICARDO STUCKERT/PR
NELSON KON
O sinuoso edifício Copan,
Quanto ao Copan, inaugurado apenas em
1966, incontáveis linhas e interjeições já foram
utilizadas para tentar definir a obra de escala
monumental e forma belíssima – em “S”, como
uma onda –, embora descaracterizada desde
a origem pela fobia especulativa dos
empreendedores. Situado na confluência
das avenidas Ipiranga, Consolação e São Luiz,
o edifício tem 32 andares de 10.572 m2 cada,
é dividido em seis blocos, conta com
20 elevadores, mais de 80 lojas e quase
1.200 habitações, que variam de quitinetes
[18m2 de janela para a cidade!] a apartamentos
com três quartos. Pela diversidade de usos
e classes sociais, pelo constante diálogo que
mantém com os vizinhos Hilton e Itália (grandes
torres, apenas) e pelo incessante desafio que
lança aos burocráticos shoppings e condomínios fechados, a cidade
vertical de Niemeyer é um oásis na metrópole destituída de encantos.
“A generosidade de sua concepção convida a uma experiência
coletiva verdadeiramente urbana, resistente à postura blasé da elite
ilustrada que pretende ‘reconquistar‘ o glamour do centro de sua cidade.
O Copan ensina a enfrentar os contrastes”, assinala o arquiteto
Guilherme Wisnik.
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