Estados Unidos vs Rússia.

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Estados Unidos vs Rússia
Por Melissa Chaves
Ideologia. Eis o que impera sobre todas as leis do mundo. Possui tanto o poder de
destruição quanto o de construção. Ideais econômicos, políticos e sociais
movimentam os debates em âmbito global. O Capitalismo, a ideologia econômica
mais forte do mundo atual, consiste no crescente acúmulo de capital e na alta
circulação monetária entre os países do mundo. A teoria Comunista, defendida
assiduamente pelo célebre filósofo e economista, Karl Marx, trás um ideal que
diverge diretamente com o Capitalismo: o Comunismo. A teoria comunista consiste
na construção de uma sociedade igualitária e apartidária. Na sua obra O capital, Marx
critica a exploração sofrida pelo proletariado nas Revoluções Industriais.
Quando duas ou mais ideologias divergem, surge um conflito. De imediato,
principiam discussões pacíficas com o intuito de “trocar ideias”. Entretanto, a partir
do momento que as divergências se intensificam e se tornam inoportunas, o conflito
alcança dimensões maiores, propaga-se até o momento em que os idealizadores
partem dos debates para um conflito maior. Conflitos estes, quando alimentados pelo
orgulho humano, excedendo limites e geram debates mais intensos e agressivos.
Não se pode dizer exatamente quando a aversão entre Estados Unidos e Rússia
iniciaram, todavia seus contribuintes podem ser identificados com facilidade.
Primeiramente, a criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas expandiu
uma ideologia que confronta diretamente com a ideologia adotada pelos Estados
Unidos da América: o Comunismo.
Combateram lado-a-lado durante a I Guerra Mundial, da qual estavam entre os
países vitoriosos e, novamente, na II Guerra Mundial adquirindo mais uma vitória.
Contudo, duas grandes vitórias, mesmo nas duas maiores Guerras da histórias da
Humanidade, não foram o suficiente para impedir o retorno do antagonismo entre as
duas grandes Nações. A Ordem Bipolar de 1947 foi o ápice da oposição entre Estados
Unidos e União Soviética. A produção em larga escala de armamentos e os constantes
desacordos diplomáticos, conceituaram a Guerra Fria. De um lado, o Mundo
Capitalista, representado por Estados Unidos e países adeptos ao sistema, cuja
considerável parte destes foram consagrados como Países de Primeiro Mundo levando
Nota: Os dados contidos nestes artigo referentes a datas de acontecimentos
históricos e seus figurantes, foram retirados do livro VICENTINO, Claudio.
História Geral. Ed. Scipione.
em consideração os seus respectivos desenvolvimentos econômicos. E União
Soviética representando o outro lado do embate. País de primeiro mundo e defensor
ávido do Comunismo.
A Doutrina Truman, elaborada e posta em prática pelo presidente
estadunidense Harry Truman, consistia na contenção do comunismo no mundo.
Entretanto, a URSS não mediu esforços para contrariar a Doutrina e conquistar mais
adeptos. EUA, em resposta, lança o Plano Marshall. Um plano para reconstrução da
Europa, ainda afetada pelos danos da II Guerra Mundial, recém finalizada.
Novamente, URSS reage, desta vez, criando o Conselho para Assistência Econômica
Mútua, ou COMECON (Sigla em inglês), para auxiliar os países adeptos ao
Comunismo. Além de alianças econômicas e político-ideológicas, estabeleceram-se, as
alianças militares, alertando o mundo e induzindo especulações sobre uma possível III
Guerra mundial.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) por Estados Unidos e o
Pacto de Varsóvia pela União Soviética. O principal objetivo de tais alianças militares
era promover a proteção dos seus países-membros, ou seja, países que compartilhavam
da ideologia capitalista e socialista, respectivamente. A tensão mundial se voltou para
a produção em larga escala de armas. O ápice da Guerra Fria foi a Crise dos Misseis
em Cuba. O momento mais crítico do embate bipolar. EUA implantou, em 1961,
mísseis nucleares no território da Turquia, Itália e Grã Bretanha, além de invadir Cuba
no mesmo ano. Em 14 de Outubro de 1962, Nikita Khrushchov, líder político da então
URSS, respondeu às ofensas estadunidenses com a implantação de mísseis nucleares
em Cuba.
Em 28 de Outubro de 1962, Nikita Khrushchov e John F. Kennedy, entraram
em acordo e os mísseis foram retirados dos territórios aliados a ambos. Acordos
firmados e as divergências entre o Tio Sam e o Urso Soviético esfriaram. A Guerra
Fria terminou com a queda do Muro de Berlim, em 1989, um momento histórico e o
fim da Grande Tensão Mundial da ordem bipolar. Dois anos após o fim do conflito
ideológico, a União Soviética foi extinta, e estabelecida a Federação Russa.
A questão Estados Unidos versus antiga União Soviética e atual Rússia, repercute até a
atualidade. As revoltas sírias de 2013 trouxeram de volta os desacordos – diplomáticos
– entre Estados Unidos e Rússia. EUA e França defendendo a causa dos revoltosos,
enquanto Rússia e China defendiam o governo Al-Assad. E por fim, o atual presidente
Russo, Vladmir Putin, aspira a anexação do território da Criméia, outrora pertencente a
Ucrânia, aspiração esta, que contraria o desejo do Governo Obama.
O jornal eletrônico da BBC Brasil publicou na quinta-feira, 21 de março de
2014, a notícia da anexação da Criméia à Rússia. Putin declarou na cerimônia do
Kremlin, onde assinou os documentos legais para a anexação, “Hoje vivemos um
acontecimento sério e importante. Hoje estamos a completar os procedimentos legais
com a adição da Criméia e de Sebastopol à Rússia”.
Nota: Os dados contidos nestes artigo referentes a datas de acontecimentos
históricos e seus figurantes, foram retirados do livro VICENTINO, Claudio.
História Geral. Ed. Scipione.
A comunidade internacional não aceita a deliberação Russa, o presidente
Barack Obama divulga sanções contra Moscou, estas imediatamente retaliadas. Putin
divulgou as Sanções Russas contra a “Grande Nação Americana”, partindo assim, para
o embate econômico. De fato, Rússia possui os seus interesses “imperialistas”, no
entanto o “mundo ocidental” insiste em ser hipócrita ao se prostrar contra a divisão da
Ucrânia. Durante o seu discurso no Kremlin, disponibilizado pelo site G1, Putin
relembra 1999, quando o Ocidente foi a favor da separação de Kosovo da Sérvia.
“Nossos parceiros ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, acreditam que podem
decidir o destino do mundo, que eles são sempre os únicos certos”, afirmou o president
russo. As tensões diplomáticas voltam a se estreitar.
O cenário soa familiar. Os atritos entre Estados Unidos da América e
Federação Russa estão longe de ter um fim, e talvez, nunca o tenha. A comunidade
Internacional deve ser manter alerta a essas duas Grandes Potências. Velhas
divergências tendem a vir à tona, eventualmente, principalmente quando se tratam das
duas potencias mundiais de maior influência entre os demais países do globo e com
um turbulento histórico.
Nota: Os dados contidos nestes artigo referentes a datas de acontecimentos
históricos e seus figurantes, foram retirados do livro VICENTINO, Claudio.
História Geral. Ed. Scipione.
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