Anatomia e Fisiologia Sistema Digestório Componentes do sistema

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Anatomia e Fisiologia
Sistema Digestório
Componentes do sistema digestório
Os órgãos do sistema digestório propiciam a ingestão e nutrição do que ingerimos, permitindo
com que seja feita a absorção de nutrientes, além da eliminação de partículas não utilizadas
pelo nosso organismo, como a celulose.
Para que haja a digestão, o alimento deve passar por modificações físicas e químicas ao longo
deste processo, iniciado na boca.
Boca
A maioria dos mamíferos mastiga o alimento antes desse atravessar a faringe. Tal ato permite
sua diminuição, umidificação e, em alguns casos, o contato com enzimas digestivas presentes
na saliva (amilase e ptialina), que são responsáveis pela transformação de glicogênio e amido
em maltose. Nessa fase da digestão, a língua tem um importante papel: além de auxiliar na
diminuição e diluição do alimento, permite a captura de sabores, estimulando a produção de
saliva. Os sais presentes nesta última neutralizam a possível acidez do alimento.
Faringe – Esôfago
Após a mastigação, o bolo alimentar passa pela faringe e é direcionado para o esôfago. Lá,
movimentos peristálticos permitem que o bolo seja direcionado ao estômago. Tal processo
mecânico permite, além desta função, misturá-lo aos sucos digestivos. Algumas aves possuem
nesse órgão uma região conhecida popularmente como papo, onde o alimento é armazenado
e amolecido.
Estômago
No estômago, o suco gástrico – rico em ácido clorídrico, pepsina, lipase e renina – fragmenta e
desnatura proteínas do bolo alimentar, atua sobre alguns lipídios, favorece a absorção de
cálcio e ferro, e mata bactérias. Este órgão, delimitado pelo esfíncter da cárdia, entre ele e o
esôfago; e pelo esfíncter pilórico, entre o intestino, permite que o bolo fique retido ali, sem
que ocorram refluxos. Durante, aproximadamente, três horas, água e sais minerais são
absorvidos nesta cavidade. O restante, agora denominado “quimo”, segue para o intestino
delgado.
Intestino delgado
No intestino delgado ocorre a maior parte da digestão e absorção do que foi ingerido. Este
órgão é compreendido pelo duodeno, jejuno e íleo, e o processo se inicia nessa primeira
porção. Lá, com auxílio do suco intestinal, proteínas se transformam em aminoácidos, e a
maltose e alguns outros dissacarídeos são digeridos, graças a enzimas como a enteroquinase,
peptidase e carboidrase.
No duodeno há, também, o suco pancreático, que é lançado do pâncreas através do canal de
Wirsung. Este possui bicarbonato de sódio, tripsina, quimiotripsina, lipase pancreática e
amilopsina em sua constituição, que permitem com que seja neutralizada a acidez do quimo,
proteínas sejam transformadas em oligopeptídios, lipídios resultem em ácidos graxos e
glicerol, carboidratos sejam reduzidos a maltose e DNA e RNA sejam digeridos. A bile,
produzida no fígado, quebra gorduras para que as lipases pancreáticas executem seu papel de
forma mais eficiente.
A digestão se encerra na segunda e terceira porção do intestino delgado, pela ação do suco
intestinal. Suas enzimas: maltase, sacarase, lactase, aminopeptidases, dipeptidases,
tripeptidases, nucleosidades e nucleotidases; permitem que moléculas se reduzam a
nutrientes e estes sejam absorvidos e lançados no sangue, com auxilio das vilosidades
presentes no intestino. O alimento passa a ter aspecto aquoso, esbranquiçado, e é chamado,
agora, de quilo.
Intestino grosso
O quilo se encaminha para o intestino grosso. Esse, dividido em apêndice, cólon e reto,
absorve água e sais minerais e direciona a parte que não foi digerida do quilo para o reto, a fim
de que seja eliminada pelas fezes. Bactérias da flora intestinal permitem a produção de
vitaminas, como as K e B12.
Sistema Circulatório
O sistema circulatório é dividido em sistema cardiovascular e sistema linfático. O sistema
cardiovascular é formado pelo coração e pelos vasos sanguíneos. O coração é a bomba
propulsora do sangue e os vasos sanguíneos são as vias de transporte. O sistema linfático é
composto de órgãos e vasos que participam da defesa do organismo contra doenças.
O sistema cardiovascular transporta elementos essenciais para o funcionamento dos tecidos,
como gás oxigênio e gás carbônico, hormônios, excretas metabólicas, células de defesa, etc.
Tipos de sistema circulatório
Muitos seres vivos não apresentam um sistema circulatório, como é o caso dos protistas,
poríferos, celenterados, platelmintos e nematelmintos.
Outros não possuem um sistema circulatório verdadeiro, como é o caso dos celenterados e
dos equinodermos. Os celenterados possuem um sistema gastrovascular e os equinodermos
possuem um sistema ambulacrário, e neste não há liquido sanguíneo.
Sistema circulatório aberto ou lacunar
É o tipo de sistema circulatório dos moluscos e artrópodes. O coração é pouco musculoso e
composto por câmaras que bombeiam a hemolinfa, que é um tipo de sangue sem pigmentos.
Esta hemolinfa é bombeada por um vaso dorsal e cai em cavidades do corpo do animal onde
realiza trocas gasosas e depois é coletado pelos vasos e lacunas, voltando ao coração. Em
artrópodes o coração é um tubo muscular longo.
Esta circulação é chamada de aberta, pois o sangue não circula totalmente dentro dos vasos.
Circulação fechada
Neste tipo de circulação todo o percurso do sangue é realizado dentro dos vasos sanguíneos. É
mais evoluída que a circulação simples, o coração é mais musculoso, há capilares, a pressão
sanguínea e velocidade do fluxo são maiores e a quantidade de alimento que pode ser
transportado por unidade de tempo também é maior. Encontramos este tipo de circulação nos
anelídeos e nos vertebrados, e nestes últimos, ela pode ser simples ou dupla.
Circulação fechada simples
Só existe um tipo de sangue, o venoso. Ocorre em vertebrados de respiração branquial – os
peixes. O sangue realiza trocas gasosas nas brânquias e retorna ao coração.
Circulação fechada dupla
Neste tipo de circulação há dois tipos de sangue: o sangue venoso e o sangue arterial, pois há
circulação pulmonar e circulação sistêmica. Esses dois tipos de sangue nuca saem da rede de
vasos sanguíneos.
Pode ser dividida em completa e incompleta. Quando há mistura dos dois tipos de sangue
porque o coração possui menos de quatro câmaras ou a separação destas é incompleta, a
circulação é dita incompleta. Se não há mistura dos dois tipos de sangue, ela é dita completa.
Sistema cardiovascular em humanos
Coração
O coração é uma bomba em forma de cone e se localiza no mediastino, entre os pulmões. Está
envolvido em uma dupla membrana chamada pericárdio. Esta membrana pode inflamar e
causar pericardite. O coração é formado por músculos e necessita de gás oxigênio para seu
funcionamento. Esse suprimento de gás através do sangue pelas artérias.
Câmaras do coração
O coração humano é composto de quatro câmaras: 2 átrios e 2 ventrículos. Os átrios estão na
região superior do coração e são menores que os ventrículos. Os átrios possuem um septo que
os separam, chamado septo interatrial, e os ventrículos são separados pelo septo
interventricular.
Vasos do coração
O sangue venoso entra no átrio direito pela veia cava inferior e veia cava superior. As quatro
veias pulmonares trazem sangue da circulação pulmonar pelo átrio esquerdo. O sangue que sai
do coração em direção ao corpo sai pela artéria aorta e o sangue que vai para os pulmões sai
pelas artérias pulmonares.
Valvas do coração (válvulas)
As valvas servem para direcionar o fluxo sanguíneo pelas câmaras do coração.
Entre os átrios e ventrículos encontramos as valvas atrioventriculares, também chamadas de
bicúspide ou mitral. Estas valvas impedem que o sangue que foi para o ventrículo retorne para
o átrio quando há contração.
As valvas que impedem que o sangue que sai do coração retorne para o ventrículo são
chamadas valvas semilunares.
Tipos de circulação
Circulação pulmonar
É a circulação no qual o sangue que sai do coração e está rico em gás carbônico é levado até o
pulmão, onde é oxigenado e retorna ao coração.
Circulação sistêmica
É o tipo de circulação na qual o sangue oxigenado sai do coração em direção ao corpo, irriga os
tecidos onde ocorrem as trocas gasosas e ele volta para o coração rico em gás carbônico.
Circulação pelo coração
O sangue rico em gás carbônico do corpo chega ao coração pelas veias cavas superior e
inferior, entrando no átrio direito, que se contrai e envia o sangue para o ventrículo direito,
que também se contrai, bombeando este sangue para o pulmão através da artéria pulmonar
até a rede de capilares do pulmão onde ocorrerá a troca gasosa. O pulmão recebe o gás
carbônico e fornece oxigênio ao sangue, que retorna ao coração pelas veias pulmonares, que
entram no átrio esquerdo. O átrio esquerdo bombeia o sangue para o ventrículo esquerdo,
que bombeia este sangue rico em oxigênio pela artéria aorta para o corpo, onde vai chegar ate
uma rede de capilares que irrigam os tecidos, onde o oxigênio é fornecido ás células e recebe
gás carbônico, retornando ao coração pelas veias cavas.
Sistema Nervoso
O sistema nervoso é responsável pela maioria das funções de controle em um organismo,
coordenando e regulando as atividades corporais. O neurônio é a unidade funcional deste
sistema.
Neurônio
O neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso. Os neurônios comunicam-se através de
sinapses; por eles propagam-se os impulsos nervosos. Anatomicamente o neurônio é formado
por: dendrito, corpo celular e axônio. A transmissão ocorre apenas no sentido do dendrito ao
axônio.
Neurônio
O sistema nervoso é divido em Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico.
Sistema Nervoso Central
Principais componentes do
Sistema Nervoso Central:
Medula espinhal
A medula espinhal é o centro dos arcos reflexos. Encontra-se organizada em segmentos (região
cervical, lombar, sacral, caudal, raiz dorsal e ventral). É uma estrutura subordinada ao cérebro,
porem pode agir independente dele.
Cérebro
O cérebro está relacionado com a maioria das funções do organismo como a recepção de
informações visuais nos vertebrados, movimentos do corpo que requerem coordenação de
grande número de partes do corpo. O cérebro encontra-se protegido pelas meninges: piamáter, dura-máter e aracnóide.
O encéfalo dos mamíferos é dividido em: telencéfalo (cérebro), diencéfalo (tálamo e
hipotálamo), mesencéfalo (teto), metencéfalo (ponte e cerebelo) e mielencéfalo (bulbo).
Bulbo ou medula oblonga
O bulbo tem a função relacionada com a respiração e é considerado um centro vital. Também
está relacionado com os reflexos cardiovasculares e transmissão de informações sensoriais e
motoras.
Cerebelo
O cerebelo é responsável pelo controle motor. A organização básica do cerebelo é
praticamente a mesma em todos os vertebrados, diferindo apenas no número de células e
grau de enrugamento. Pesquisas recentes sugerem que a principal função do cerebelo seja a
coordenação sensorial e não só o controle motor.
Ponte
A função da ponte é transmitir as informações da medula e do bulbo até o córtex cerebral. Faz
conexão com centros hierarquicamente superiores.
O córtex sensorial coordena os estímulos vindos de várias partes do sistema nervoso. O córtex
motor é responsável pelas ações voluntárias e o córtex de associação está relacionado com o
armazenamento da memória.
Principais divisões do Sistema Nervoso Periférico
O SNP pode ser divido em voluntário e autônomo.
Sistema Nervoso Voluntário
Está relacionado com os movimentos voluntários. Os neurônios levam a informação do SNC
aos músculos esqueléticos, inervando-os diretamente. Pode haver movimentos involuntários.
Sistema Nervoso Autônomo
Está relacionado com os movimentos involuntários dos músculos como não-estriado e estriado
cardíaco, sistema endócrino e respiratório.
É divido em simpático e parassimpático. Eles têm função antagônica sobre o outro. São
controlados pelo SNC, principalmente pelo hipotálamo e atuam por meio da adrenalina e da
acetilcolina. O mediador químico do SNA simpático é a acetilcolina e a adrenalina, enquanto
do parassimpático é apenas a acetilconlina.
Arco reflexo
Os atos reflexos são reações involuntárias que envolvem impulsos nervosos, percorrendo um
caminho chamado arco reflexo.
Um exemplo muito conhecido de arco reflexo é o reflexo patelar. O tendão do joelho é o órgão
receptor do estímulo. Quando recebe o estímulo (ex. uma pancada) os dendritos dos
neurônios ficam excitados. O impulso é transmitido aos neurônios associativos por meio de
sinapses, que por sua vez transmitem o impulso aos neurônios motores.
Os neurônios associativos levam a informação ao encéfalo e os neurônios motores excitam os
músculos da coxa, fazendo com que a perna se movimente.
Sistema Reprodutor
O sistema reprodutor humano, também chamado de sistema genital, é formado por órgãos
que constituem o aparelho genital masculino e feminino, caracterizados conforme abaixo:
Sistema Genital Masculino
- Pênis: órgão reprodutor e excretor do organismo masculino, contendo em seu interior um
ducto (a uretra) responsável pela eliminação da urina (excreta nitrogenada / ureia) e também
condução do sêmen que contém os espermatozoides. Esse órgão é formado por tecido
cavernoso e esponjoso, que se intumesce em razão da grande vascularização, de acordo com a
libido do indivíduo em ocasião à reprodução, proporcionando a ereção deste órgão.
- Bolsa escrotal: cavidade que aloja e protege os testículos, sendo responsável pela
manutenção da temperatura adequada à fisiologia dos mesmos;
- Testículos: são glândulas que, além de produzirem os gametas masculinos
(espermatogênese) no interior dos túbulos seminíferos a partir de células germinativas
primordiais, também possuem células intersticiais (células de Leydig) que sintetizam a
testosterona, hormônio sexual masculino;
- Epidídimo: ducto formado por um canal emaranhado que coleta, armazena e conduz os
espermatozoides. Neste local os gametas atingem a maturidade e mobilidade, tornando-os
aptos à fecundação;
- Canal deferente: canal que transporta os espermatozoides do epidídimo até um complexo de
glândulas anexas;
- Glândulas anexas: conjunto formado pela próstata, vesículas seminais e glândulas bulbo
uretrais, produzindo a secreção que compõem o sêmen, fluido que nutri e proporciona meio
de sobrevivência aos espermatozoides, por exemplo, neutralizando o pH levemente ácido da
uretra.
Estrutura do aparelho reprodutor masculino.
Sistema Genital Feminino
- Vulva ou pudendo: conjunto de estruturas que formam o aparelho reprodutor feminino
externo (lábios vaginais, orifício da uretra, abertura da vagina e clitóris).
- Lábios vaginais (Grandes e pequenos lábios): são dobras da pele formadas por tecido
adiposo, sendo responsáveis pela proteção do aparelho reprodutor feminino.
- Clitóris: órgão sensível e prazeroso do organismo feminino;
- Vagina: canal que recebe o pênis durante o ato sexual, servindo também como conduto para
eliminação do fluxo menstrual e concepção no momento do parto normal (canal que por ação
hormonal se dilata para o nascimento de um bebê);
- Útero: órgão que recepciona o ovo / zigoto, proporcionando o seu desenvolvimento durante
o período gestacional. Além de proteger o embrião contra choques mecânicos, também
impede a transposição de impurezas e contaminação contra micro-organismos patogênicos,
bem como auxilia a manutenção da nutrição (formação da placenta e cordão umbilical);
- Tubas uterinas ou tropas de falópio: são ovidutos que possuem numerosos cílios em sua
superfície interna, desempenhando a função de transportar o “óvulo” (ovócito secundário) do
ovário até o útero. Normalmente é nas trompas que ocorre a fecundação, ou seja, o encontro
do espermatozoide com o “óvulo”.
- Ovários: são glândulas responsáveis pela ovulação periódica dos “óvulos”, de acordo com o
ciclo menstrual feminino iniciado na puberdade, produzindo também os hormônios sexuais:
estrógeno e progesterona.
Estrutura do aparelho reprodutor feminino.
Animais
Poriferos
Antes da invenção das esponjas sintéticas, as esponjas naturais eram muito usadas pelas
pessoas para tomar banho e na limpeza doméstica, para esfregar panelas e copos, por
exemplo. A esponja natural é o esqueleto macio de certas espécies de animais do grupo
dos poríferos; esses esqueletos são feitos de um emaranhado de delicadas fibras de uma
proteína chamada espongina.
Esses animais não possuem tecidos bem definidos e não apresentam órgãos e nem
sistemas. São exclusivamente aquáticos, predominantemente marinhos, mas existem
algumas espécies que vivem em água doce.
Os poríferos vivem fixos a rochas ou a estruturas submersas, como conchas, onde
podem formar colônias de coloração variadas. Podem ses encontrados desde as regiões
mais rasas das praias até profundidades de aproximadamente 6 mil metros. Alimentamse de restos orgânicos ou de microorganismos que capturam filtrando a água que
penetra em seu corpo, como veremos adiante. Por sua vez, servem de alimento para
algumas espécies de animais, como certos moluscos, ouriços-do-mar, estrelas-do-mar,
peixes e tartarugas.
Organização do corpo dos poríferos
O corpo de um porífero possui células que apresentam uma certa divisão de trabalho.
Algumas dessas células são organizadas de tal maneira que formam pequenos orifícios,
denominados poros, em todo o corpo do animal. É por isso que esses seres recebem o
nome de poríferos (do latim porus: 'poro'; ferre: 'portador').
Observe no esquema abaixo que a água penetra no corpo do animal através dos vários
poros existentes em seu corpo. Ela alcança então uma cavidade central denominada
átrio. Observe também que a parede do corpo é revestida externamente por células
achatadas que formam a epiderme. Já internamente, a parede do corpo é revestida por
células denominadas coanócitos.
Cada coanócito possui um longo flagelo. O batimento dos flagelos promove um
contínuo fluxo de água do ambiente para o átrio do animal. A essa água estão
misturados restos orgânicos e microorganismos, que são capturados e digeridos pelos
coanócitos. O material digerido é então distribuído para as demais células do animal.
Como a digestão ocorre no interior de células, diz-se que os poríferos apresentam
digestão intracelular.
Os poríferos são animais filtradores, já que filtram a água que penetra em seu corpo,
retirando dela alimento e gás oxigênio. Depois disso, a água com resíduos do
metabolismo desses animais é eliminada para o ambiente por meio de uma abertura
denominada ósculo.
O esqueleto das esponjas é formado por diversos tipos de substâncias. Entre elas
destacam-se as espícolas de calcário ou de sílica, com formas variadas, e uma rede de
proteína chamada espongina.
Muitas espécies de poríferos, que ficam totalmente expostos aos predadores, apresentam
mecanismos de defesa contra a predação excessiva. O principal mecanismo é de natureza
química, e ocorre deste modo: algumas esponjas produzem uma substância tóxica e outras
produzem substâncias com atividade anti-microbiana.
No fundo do mar, corais, cnidários e poríferos entre outros competem pelos espaços em
substratos sólidos, como as rochas.
Além de atuar como defesa contra predadores e infecções microbianas, essas substâncias
tóxicas expelidas pelas esponjas, são vantajosas na competição por espaço que os poríferos
travam com outros invertebrados, como os corais, e até mesmo com outras esponjas. Isso
permite a algumas esponjas cresçam rapidamente.
Também são muito comuns relações de comensalismo. A estrutura do corpo das esponjas e as
suas defesas contra predadores tornam esses animais excelentes refúgios para invertebrados
menores e até mesmo para alguns peixes. Várias espécies dependem dessa proteção na sua
fase jovem, do contrário suas populações não ficariam estáveis.
Outras associações comuns são aquelas envolvendo esponjas, bactérias e cianobactérias.
Provavelmente, o organismo das esponjas constitui um meio rico para o crescimento das
bactérias e, ao mesmo tempo, se beneficia de um estoque de bactérias usadas na sua nutrição.
A reprodução dos poríferos
A reprodução dos poríferos pode ser assexuada ou sexuada.
Assexuada - Ocorre, por exemplo, por brotamento. Neste caso, formam-se brotos, que podem
se separar do corpo do animal e dar origem a novas esponjas. Observe o esquema abaixo.
As esponjas apresentam ainda grande capacidade de regeneração. Se uma esponja for partida
em pedaços, cada pedaço poderá dar origem a uma nova esponja.
Sexuada. Neste caso, quando os espermatozóides (gametas masculinos) estão maduros, eles
saem pelo ósculo, junto com a corrente de água, e penetram em outra esponja, onde um deles
fecunda um óvulo (gameta feminino). Após a fecundação, que é interna, forma-se uma célula
ovo ou zigoto, que se desenvolve e forma uma larva. A larva sai do corpo da esponja, nada
com a ajuda de cílios e se fixa, por exemplo, numa rocha, onde se desenvolve até originar uma
nova esponja.
Platelmintos
Os platelmintos
Os platelmintos são vermes que surgiram na Terra há provavelmente cerca de 600 milhões de
anos. Esses animais têm o corpo geralmente achatado, daí o nome do grupo: platelmintos (do
grego platy: 'achatado'; e helmin: 'verme').
Os platelmintos, que compreendem em torno de 15 mil espécies, vivem principalmente em
ambientes aquáticos, como oceanos, rios e lagos; são encontrados também em ambientes
terrestres úmidos. Alguns têm vida livre, outros parasitam animais diversos, especialmente
vertebrados.
Medindo desde alguns milímetros até metros de comprimento, os platelmintos possuem tubo
digestório incompleto, ou seja, têm apenas uma abertura - a boca-, por onde ingerem
alimentos e eliminam as fezes; portanto, não possuem ânus. Alguns nem tubo digestório têm e
vivem adaptados à vida parasitária, absorvendo, através da pele, o alimento previamente
digerido pelo organismo hospedeiro.
Entre os muitos exemplos de platelmintos vamos estudar as planárias, as tênias e os
esquistossomos.
As planárias
Medindo cerca de 1,5 cm de comprimento, esses platelmintos podem ser encontrados em
córregos, lagos e lugares úmidos. Locomovem-se com ajuda de cílios e alimentam-se de
moluscos, de outros vermes e de cadáveres de animais maiores, entre outros exemplos.
Na região anterior do corpo da planária localizam-se a cabeça e os órgãos dos sentidos: ocelos,
estruturas capazes de detectar contrastes entre claro e escuro, mas que não formam imagens;
órgãos auriculares, expansões laterais da cabeça capazes de perceber sensações gustatórias e
olfatórias, auxiliando o animal na localização do alimento.
O corpo é achatado dorsiventralmente e possui a boca localizada na região ventral do corpo. O
intestino da planária é bastante ramificado e atua digerindo os alimentos e distribuindo para
as demais partes do corpo.
A planária adulta é hermafrodita, isto é, apresenta tanto o sistema genital feminino quanto
masculino. Quando duas planárias estão sexualmente maduras e se encontram, elas podem
copular.
Após a troca de espermatozóides através dos poros genitais, os animais se separam e os ovos
são eliminados para o meio externo. No interior de cada ovo, encerrado em cápsulas,
desenvolve-se um embrião, que se transforma em uma jovem planária.
As planárias tem grande poder de regeneração. Cortando-se o animal em alguns pedaços, cada
um deles pode dar origem a uma planária inteira. Observe o esquema a baixo.
As Tenias e a Teníase
A teníase é uma doença causada pela forma adulta das tênias, Taenia solium, do porco e
Taenia saginata, do boi). Muitas vezes, o paciente nem sabe que convive com o parasita em
seu intestino delgado.
As tênias também são chamadas de "solitárias", porque, na maioria dos caso, o portador traz
apenas um verme adulto.
São altamente competitivas pelo habitat e, sendo
hermafroditas com estruturas fisiológicas para
autofecundação, não necessitam de parceiros
para a cópula e postura de ovos.
O homem portador da verminose apresenta a
tênia no estado adulto de seu intestino, sendo,
portanto, o hospedeiro definitivo. Os últimos
anéis ou proglótides são hermafroditas e aptos à
fecundação. Geralmente, os espermatozóides de
um anel fecundam os óvulos de outro segmento,
no mesmo animal.
A quantidade de ovos produzidos é muito grande
(30 a 80 mil em cada proglote), sendo uma
garantia para a perpetuação e propagação da
espécie. Os anéis grávidos se desprendem
periodicamente e caem com as fezes.
O hospedeiro intermediário é o porco, animal que, por ser coprófago (que se alimenta de
fezes), ingere os proglótides grávidos ou os ovos que foram liberados no meio. Dentro do
intestino do animal, os embriões deixam a proteção dos ovos e, por meio de seis ganchos,
perfuram a mucosa intestinal. Pela circulação sangüínea, alcançam os músculos e o fígado do
porco, transformando-se em larvas denominadas cisticercos, que apresentam o escólex
invaginado numa vesícula.
Quando o homem se alimenta de carne suína crua ou mal cozida contendo estes cisticercos, as
vesículas são digeridas, liberando o escólex que se everte e fixa-se nas paredes intestinais
através dos ganchos e ventosas.
O homem com tais características desenvolve a teníase, isto é, está com o helminte no estado
adulto, e é o seu hospedeiro definitivo.
Os cisticercos apresentam-se semelhantes a pérolas esbranquiçadas, com diâmetros variáveis,
normalmente do tamanho de uma ervilha. Na linguagem popular, são chamados de
"pipoquinhas" ou "canjiquinhas".
CICLO DA TENÍASE
1. Ao se alimentar de carnes cruas ou mal passadas, o homem pode ingerir cisticercos
(lasvas de tênia).
2. No intestino, a larva se liberta, fixa o escólex, cresce e origina a tênia adulta.
3. Proglotes maduras, contendo testículos e ovários, reproduzem-se entre si e originam
proglotes grávidas, cheias de ovos. Proglotes grávidas despremdem-se unidas em
grupos de 2 a 6 e são liberados durante ou após as evacuações.
4. No solo, rompem-se e liberam ovos. Cada ovo é esférico, mede cerca de 30 mm de
diâmetro, possui 6 pequenos ganchos e é conhecido como oncosfera. Espalha-se pelo
meio e podem ser ingeridos pelo hospedeiro intermediário.
5. No intestino do animal, os ovos penetram no revestimento intestinal e cae no sangue.
Atingem principalmente a musculatura sublingual, diafragma, sistema nervoso e
coração.
6. Cada ovo se transforma em uma larva, uma tênia em miniatura, chamada cisticerco,
cujo tamanho lembra o de um pequeno grão de canjica. Essa larva contém escólex e
um curto pescoço, tudo envolto por uma vesícula protetora.
7. Por autoinfestação, ovos passam para a corrente sangüínea e desenvolvem-se em
cisticercos (larvas) em tecidos humanos, causando uma doenças - a cisticercose que
pode ser fatal.
Sintomatologia
Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos dispépticos, tais
como: alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjôos, diarréias freqüentes,
perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia.
Profilaxia e Tratamento
A profilaxia consiste na educação sanitária, em cozinhar bem as carnes e na fiscalização da
carne e seus derivados (lingüiça, salame, chouriço,etc.)
Em relação ao tratamento, este consiste na aplicação de dose única (2g) de niclosamida.
Podem ser usadas outras drogas alternativas, como diclorofeno, mebendazol, etc.
O chá de sementes de abóbora é muito usado e indicado até hoje por muitos médicos,
especialmente para crianças e gestantes.
Esquitossomos e a Esquistossomose / barriga d'água
Infecção causada por verme parasita da classe Trematoda. Ocorre em diversas partes do
mundo de forma não controlada (endêmica). Nestes locais o número de pessoas com esta
parasitose se mantém mais ou menos constante.
Os parasitas desta
classe são cinco, e
variam como agente
causador da infecção
conforme a região do
mundo. No nosso país
a esquistossomose é
causada pelo
Schistossoma
mansoni. O principal
hospedeiro e
reservatório do
parasita é o homem
sendo a partir de suas
As fezes de pessoas infectadas
contaminam os rios e lagos com os ovos
excretas (fezes e urina) do Schistossoma mansoni.
que os ovos são
disseminados na
natureza.
Possui ainda um
hospedeiro
intermediário que são
os caramujos, caracóis
ou lesmas, onde os
ovos passam a forma
larvária (cercária). Esta
última dispersa
principalmente em
águas não tratadas,
como lagos, infecta o
homem pela pele
causando uma
inflamação da mesma.
Já no homem o
parasita se desenvolve
e se aloja nas veias do
intestino e fígado
causando obstrução
das mesmas, sendo
esta a causa da
maioria dos sintomas
da doença que pode
ser crônica e levar a
morte.
Os sexos do Schistossoma mansoni
são separados. O macho mede de 6 a
10 mm de comprimento. É robusto e
possui um sulco ventral, o canal
ginecóforo, que abriga a fêmea
durante o acasalamento. A fêmea é
mais comprida e delgada que o macho.
Ambos possuem ventosas de fixação,
localizadas na extremidade anterior do
corpo e que facilitam a adesão dos
vermes às paredes dos vasos
sanguíneos.
Como se adquire?
Os ovos eliminados pela urina e fezes dos homens contaminados evoluem para larvas na água,
estas se alojam e desenvolvem em caramujos. Estes últimos liberam a larva adulta, que ao
permanecer na água contaminam o homem. No sistema venoso humano os parasitas se
desenvolvem até atingir de 1 a 2 cm de comprimento, se reproduzem e eliminam ovos. O
desenvolvimento do parasita no homem leva aproximadamente 6 semanas (período de
incubação), quando atinge a forma adulta e reprodutora já no seu habitat final, o sistema
venoso. A liberação de ovos pelo homem pode permanecer por muitos anos. (VEJA MAIS
DETALHES DO CICLO)
O que se sente?
No momento da contaminação pode ocorrer uma reação do tipo alérgica na pele com coceira
e vermelhidão, desencadeada pela penetração do parasita. Esta reação ocorre
aproximadamente 24 horas após a contaminação. Após 4 a 8 semanas surge quadro de febre,
calafrios, dor-de-cabeça, dores abdominais, inapetência, náuseas, vômitos e tosse seca.
O médico ao examinar o portador da parasitose nesta fase pode encontrar o fígado e baço
aumentados e ínguas pelo corpo (linfonodos aumentados ou linfoadenomegalias).
Estes sinais e sintomas normalmente
desaparecerem em poucas semanas.
Dependendo da quantidade de vermes a pessoa
pode se tornar portadora do parasita sem
nenhum sintoma, ou ao longo dos meses
apresentar os sintomas da forma crônica da
doença: fadiga, dor abdominal em cólica com
diarréia intermitente ou disenteria.
Outros sintomas são decorrentes da obstrução
das veias do baço e do fígado com consequente
aumento destes órgãos e desvio do fluxo de
sangue que podem causar desde desconforto ou
dor no quadrante superior esquerdo do
abdômen até vômitos com sangue por varizes
que se formam no esôfago.
Como se faz o diagnóstico?
Para diagnosticar esquistossomose a informação de que o suspeito de estar infectado esteve
em área onde há muitos casos de doença (zona endêmica) é muito importante, além dos
sintomas e sinais descritos acima (quadro clínico). Exames de fezes e urina com ovos do
parasita ou mesmo de pequenas amostras de tecidos de alguns órgãos (biópsias da mucosa do
final do intestino) são definitivas. Mais recentemente se dispõe de exames que detectam, no
sangue, a presença de anticorpos contra o parasita que são úteis naqueles casos de infecção
leve ou sem sintomas.
Como se trata?
O tratamento de escolha com antiparasitários,
substâncias químicas que são tóxicas ao parasita.
Atualmente existem três grupos de substâncias que
eliminam o parasita, mas a medicação de escolha é o
Oxaminiquina ou Praziquantel ou, que se toma sob a
forma de comprimidos na maior parte das vezes
durante um dia.
Isto é suficiente para eliminar o parasita, o que elimina
também a disseminação dos ovos no meio ambiente.
Naqueles casos de doença crônica as complicações
requerem tratamento específico.
Os Nematelmintos
Os nematelmintos (do grego nematos: 'filamento', e helmin: 'vermes') são vermes de corpo
cilíndrico, afilado nas extremidades. Muitas espécies são de vida livre e vivem em ambiente
aquático ou terrestre; outras são parasitas de plantas e de animais, inclusive o ser humano. Há
mais de 10 mil espécies desse tipo de vermes catalogadas, mas cálculos feitos indicam a
existência de muitas outras espécies, ainda desconhecidas.
Ao contrário dos platelmintos, os nematelmintos possuem tubo digestório completo, com
boca e ânus. Geralmente têm sexos separados, e as diferenças entre o macho e a fêmea
podem ser bem nítidas, como no caso dos principais parasitas humanos. De modo geral o
macho é menor do que a fêmea da mesma idade e sua extremidade posterior possui forma de
gancho. Esses animais são envolvidos por uma fina e delicada película protetora, que é bem
lisa e resistente.
Lombriga (Ascaris lumbricoides)
Porção anterior de Ancylostoma
duodenale, mostrando boca com
dentículos dilacerantes.
Doenças causadas por Nematódeos
Ancilóstomos, lombrigas, oxiúros e filárias são alguns exemplos de nematelmintos que
parasitam os seres humanos . Vamos conhecê-los melhor.
Ascaridíase: lombriga
É uma verminose causada por um parasita chamado Ascaris lumbricoides. É a verminose
intestinal humana mais disseminada no mundo. A contaminação acontece ocorre quando há
ingestão dos ovos infectados do parasita, que podem ser encontrados no solo, água ou
alimentos contaminados por fezes humanas. O único reservatório é o homem. Se os ovos
encontram um meio favorável, podem contaminar durante vários anos.
Ascaris lumbricoides.
Ciclo da Ascaridíase
1- A ingestão de água ou alimento (frutas e verduras) contaminados pode introduzir ovos de
lombriga no tubo digestório humano.
2- No intestino delgado, cada ovo se rompe e
libera uma larva.
3- Cada larva penetra no revestimento intestinal
e cai na corrente sanguínea, atingindo fígado,
coração e pulmões, onde sofre algumas
mudanças de cutícula e aumenta de tamanho.
4- Permanece nos alvéolos pulmonares podendo
causar sintomas semelhantes ao de pneumonia.
5- Ao abandonar os alvéolos passam para os
brônquios, traquéia, laringe (onde provocam
tosse com o movimento que executam) e faringe.
6- Em seguida, são deglutidas e atingem o
intestino delgado, onde crescem e se
transformam em vermes adultos.
7- Após o acasalamento, a fêmea inicia a liberação dos ovos. Cerca de 15.000 por dia. Todo
esse ciclo que começou com a ingestão de ovos, até a formação de adultos, dura cerca de 2
meses.
8-Os ovos são eliminados com as fezes. Dentro de cada ovo, dotado de casca protetora, ocorre
o desenvolvimento de um embrião que, após algum tempo, origina uma larva.
9- Ovos contidos nas fezes contaminam a água de consumo e os alimentos utilizados pelo
homem.
Quais são os sintomas?
A maioria das infecções é assintomática. A larva se libera do ovo no intestino delgado, penetra
a mucosa e por via venosa alcança o fígado e pulmão de onde alcançam a árvore brônquica.
Junto com as secreções respiratórias são deglutidas e atingem o intestino onde crescem
chegando ao tamanho adulto.
Em várias situações podem surgir sintomas dependendo do órgão atingido. A ascaridíase pode
causar dor de barriga, diarréia, náuseas, falta de apetite ou nenhum sintoma. Quando há
grande número de vermes pode haver quadro de obstrução intestinal. A larva pode
contaminar as vias respiratórias, fazendo o indivíduo apresentar tosse, catarro com sangue ou
crise de asma. Se uma larva obstruir o colédoco pode haver icterícia obstrutiva.
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico é feito pelo exame de fezes, onde se encontram os ovos do parasita.
Como se trata?
Existem remédios específicos para erradicar a larva do organismo humano, todos por via oral.
Como se previne?
Através de medidas de saneamento básico:
É necessário, também, fazer o tratamento de todos os portadores da doença. A ascaridíase
está mais presente em países de clima tropical e subtropical. As más condições de higiene e a
utilização das fezes como adubo contribuem para a prevalência dessa verminose nos países do
terceiro mundo.
Ancilostomíase: Amarelão
A ancilostomose é uma helmintíase que pode ser
causada tanto pelo Ancylostoma duodenale como pelo
Necatur americanus. Ambos são vermes nematelmintes
(asquelmintes), de pequenas dimensões, medindo entre
1 e 1,5 cm. A doença pode também ser conhecida
popularmente como "amarelão", "doença do jeca-tatu",
"mal-da-terra", "anemia-dos-mineiros, "opilação", etc.
As pessoas portadoras desta verminose são pálidas,
com a pele amarelada, pois os vermes vivem no
intestino delgado e, com suas placas cortantes ou
dentes, rasgam as paredes intestinais, sugam o sangue e
provocam hemorragias e anemia.
Porção anterior de Ancylostoma
duodenale, mostrando boca com
dentículos dilacerantes.
A pessoa se contagia ao manter contato com o solo
contaminado por dejetos. As larvas filarióides penetram
ativamente através da pele (quando ingeridas, podem
penetrar através da mucosa). As larvas têm origem nos
ovos eliminados pelo homem.
Ciclo de Vida
Os vermes adultos vivem no intestino delgado do homem. Depois do acasalamento, os ovos
são expulsos com as fezes (a fêmea do Ancylostoma duodenale põe até 30 mil ovos por dia,
enquanto que a do Necator americanus põe 9 mil). Encontrando condições favoráveis no calor
(calor e umidade), tornam-se embrionados 24 horas depois da expulsão.
A larva assim originada denomina-se rabditóide. Abandona a casca do ovo, passando a ter vida
livre no solo. Depois de uma semana, em média, transforma-se numa larva que pode penetrar
através da pele do homem, denominada larva filarióide infestante.
Quando os indivíduos andam descalços nestas áreas, as larvas filarióides penetram na pele,
migram para os capilares linfáticos da derme e, em seguida, passam para os capilares
sanguíneos, sendo levadas pela circulação até o coração e, finalmente, aos pulmões.
Depois, perfuram os capilares pulmonares e a parede dos alvéolos, migram pelos bronquíolos
e chegam à faringe. Em seguida, descem pelo esôfago e alcançam o intestino delgado, onde se
tornam adultas.
Outra contaminação é pela larva filarióide encistada (pode ocorrer o encistamento da larva no
solo) a qual, se é ingerida oralmente, alcança o estado adulto no intestino delgado, sem
percorrer os caminhos descritos anteriormente.
Ciclo de vida detalhado
1- As larvas penetram ativamente
através da pele, atingem a circulação
e executam uma viagem semelhante
àquela realizada pelas larvas da
lombriga, migrando do coração para
os alvéolos pulmonares.
2- Dos alvéolos, seguem para os
brônquios, traquéia, laringe, faringe,
esôfago, estômago e intestino
delagado, local em que se
transformam em adultos.
3- Após acasalamento no intestino, as
fêmeas iniciam a posturas dos ovos,
que, misturados as fezes, são
eliminados paara o solo. A diferença
em relação à ascaridíase é que, neste
caso, os ovos eclodem no solo e
liberam uma larva.
4- Em solo úmidos e sombrios, as larvas permanecem vivas e se alimentam. Sofrem muda na
cutícula durante esse período.
Sintomas
No local da penetração das larvas filarióides, ocorre uma reação inflamatória (pruriginosa). No
decurso, pode ser observada tosse ou até pneumonia (passagem das larvas pelos pulmões).
Em seguida, surgem perturbações intestinais que se manifestam por cólicas, náuseas e
hemorragias decorrentes da ação espoliadora dos dentes ou placas cortantes existentes na
boca destes vermes. Estas hemorragias podem durar muito tempo, levando o indivíduo a uma
anemia intensa, o que agrava mais o quadro.
Poderão ocorrer algumas complicações, tais como: caquexia (desnutrição profunda),
amenorréia (ausência de menstruação), partos com feto morto e, em crianças, transtornos no
crescimento.
Prevenção e Tratamento
As principais medidas de prevenção consistem na construção de instalações sanitárias
adequadas, evitando assim que os ovos dos vermes contaminem o solo; uso de calçados,
impedindo a penetração das larvas pelos pés. Além do tratamento dos portadores, é
necessária uma ampla campanha de educação sanitária. Caso contrário, o homem correrá
sempre o risco de adquirir novamente a verminose.
No tratamento dos doentes, o remédio clássico é o befênio; também são eficazes o pirantel,
mebendazol e tiabendazol.
Filaríase: elefantíase
A filariose ou elefantiase é a doença causada pelos parasitas nemátodes Wuchereria bancrofti,
Brugia malayi e Brugia timori, comumente chamados filária, que se alojam nos vasos linfáticos
causando linfedema. Esta doença é também conhecida como elefantíase, devido ao aspecto de
perna de elefante do paciente com esta doença. Tem como transmissor os mosquitos dos
gêneros Culex, Anopheles, Mansonia ou Aedes, presentes nas regiões tropicais e subtropicais.
Quando o nematódeo obstrui o vaso linfático, o edema é irreversível, daí a importância da
prevenção com mosquiteiros e repelentes, além de evitar o acúmulo de águas paradas em
pneus velhos, latas, potes e outros.
As formas adultas são vermes nemátodes de secção circular e com tubo digestivo completo. As
fêmeas (alguns centímetros) são maiores que os machos e a reprodução é exclusivamente
sexual, com geração de microfilárias. Estas são pequenas larvas fusiformes com apenas 0,2
milímetros.
Ciclo de Vida
Mosca Chrysomya, varejeira
As larvas são transmitidas pela picada dos mosquitos e da
mosca Chrysomya conhecida como Mosca Varejeira. Da
corrente sanguínea elas dirigem-se para os vasos linfáticos,
onde se maturam nas formas adultas sexuais. Após cerca de
oito meses da infecção inicial, começam a produzir microfilárias
que surgem no sangue, assim como em muitos órgãos. O
mosquito é infectado quando pica um ser humano doente.
Dentro do mosquito as microfilárias modificam-se ao fim de
alguns dias em formas infectantes, que migram principalmente
para a cabeça do mosquito.
Progressão e sintomas
O período de incubação pode ser de um mês ou vários meses. A maioria dos casos é
assintomática, contudo existe produção de microfilárias e o indivíduo dissemina a infecção
através dos mosquitos que o picam.
Os episódios de transmissão de microfilárias (geralmente a noite, a depender da espécie do
vetor) pelos vasos sanguíneos podem levar a reações do sistema imunitário, como prurido,
febre, mal estar, tosse, asma, fatiga, exantemas, adenopatias (inchaço dos gânglios linfáticos) e
com inchaços nos membros, escroto ou mamas. Por vezes causa inflamação dos testículos
(orquite).
A longo prazo, a presença de vários pares de
adultos nos vasos linfáticos, com fibrosação e
obstrução dos vasos (formando nódulos
palpáveis) pode levar a acumulações de linfa a
montante das obstruções, com dilatação de vasos
linfáticos alternativos e espessamento da pele.
Esta condição, dez a quinze anos depois,
manifesta-se como aumento de volume grotesco
das regiões afetadas, principalmente pernas e
escroto, devido a retenção de linfa. Os vasos
linfáticos alargados pela linfa retida, por vezes
arrebentam, complicando a drenagem da linfa
ainda mais. Por vezes as pernas tornam-se
grossas, dando um aspecto semelhante a patas de
elefante, descrito como elefantíase.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é pela observação microscópica de microfilárias em amostras de sangue. Caso a
espécie apresente periodicidade noturna, é necessário recolher sangue de noite, de outro
modo não serão encontradas. A ecografia permite detectar as formas adultas. A serologia por
ELISA também é útil.
São usados antiparasíticos como mebendazole. É importante tratar as infecções secundárias.
Prevenção
Há um programa da OMS que procura eliminar a doença com fármacos administrados como
prevenção e inseticidas. É útil usar roupas que cubram o máximo possível da pele, repelentes
de insetos e dormir protegido com redes.
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