Ai de mim se não pregar o evangelho Por conta de um "cacoete" do pensamento humano, o nosso coração, muitas vezes, é tentado pela idéia de que a vida cristã é uma vida de alternativas. É como se estivéssemos diante de várias escolhas, vários caminhos, e que qualquer um deles poderia nos levar à plenitude do que Deus estabeleceu para nós. Isso é um engano! A vida cristã é uma vida de possibilidades e de condições, mas com uma só direção. Quando Deus nos desafia nesta determinada direção, Ele estabelece um alvo. Algo totalmente possível, pois Ele nos dá, ao mesmo tempo, os critérios e as condições para que isso seja assim. Ele não só revela o alvo a ser alcançado, gerando em nós o querer alcançá-lo, como nos dá, também, as condições de alcançá-lo. Enquanto nos enchemos com a Sua Palavra, pelo Seu Espírito Santo, Ele vai revelando a nós os segredos do Seu coração, ocultos em Cristo. De modo que, nossos olhos vão sendo abertos. Assim, na medida em que seguimos o Caminho que Ele mesmo aponta para nós, em plena submissão à Sua vontade, Seus desígnios eternos vão se cumprindo em nós e através de nós. Tanto Davi, quanto Paulo, compreenderam a singularidade e a supremacia da vontade e do propósito de Deus em suas vidas. No Salmo 139, Davi suplica a Deus para que examine os vários caminhos que ele tem no coração, pois ele não quer seguí-los, mas quer ser guiado por um caminho único, o caminho eterno. Já o apóstolo Paulo, na carta aos Filipenses, diz que seu compromisso é atingir o alvo, e não "um alvo". Sua perspectiva de caminhada não considera qualquer alternativa diferente da que Deus havia estabelecido, que ele chama de vocação soberana. É segundo esse entendimento que o mesmo Paulo escreve a Timóteo: "Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina". (II Timóteo 4) Sua palavra não tem o teor de um convite que pode ser aceito ou não, dependendo do interesse ou da motivação do convidado. Pelo contrário, se trata de uma intimação, de uma direção a ser seguida. Não fosse a relação íntima e profunda que desfrutavam, e a consciência segura que Paulo tinha de seu papel na vida daquele que chamava de filho, tal palavra poderia soar agressiva ou arrogante. Contudo, são amigos, companheiros do mesmo Caminho, se esforçando para verem cumprida, na vida um do outro, a soberania da vocação de Deus para ambos, buscando atingir, com todas as forças, o mesmo alvo. Que direção é essa? Que alvo é esse? Afinal, onde está a essência de toda vontade de Deus para nós, e de que maneira podemos cumpri-la? Que preguemos a Sua Palavra de todas as formas, por todos os meios e com todas as nossas forças. Que Suas virtudes sejam manifestas através de nós, o Seu povo. Que todos O conheçam e desfrutem de Seu amor e bondade. Que toda a ignorância seja removida dos corações e mentes. Que a luz resplandeça nas trevas. Não temos que ficar nos perguntando sobre o que fazer, ou se devemos fazer. Tampouco, a quem devemos pregar e quando. A única pergunta que ainda nos cabe é como. Deus quer que preguemos, em toda e qualquer situação e a todas as pessoas em todos os lugares. Afinal, como crerão, se não há quem pregue? Os campos estão brancos para a ceifa, só faltam mais trabalhadores. Os corações estão desejosos de conhecer o verdadeiro amor, a criação geme como quem tem dores de parto. Todos à espera de que os filhos de Deus se revelem. Nosso clamor deve ser, para que Deus mande mais trabalhadores com o coração ardendo de desejo por pregar as boas novas aos pobres e perdidos. Suplicar para que sejamos sensíveis aos gemidos das pessoas, a fim de que nossa palavra seja temperada com sal, gerando graça no coração dos que a ouvem. E, que Ele nos instrua, em cada situação e lugar, quanto aos meios mais adequados e eficientes a serem usados; que as portas se abram e os recursos necessários sejam liberados. Na medida em que essa Palavra viva e eficaz, o poder de Deus para salvação de todo o que crê, vai alcançando pessoas de todos os lugares, de todos os povos, de todas as línguas e nações, vai trazendo à luz os filhos de Deus. Até que, depois de um breve período de dores, lágrimas, renúncias, sacrifícios, venha o fim. A destruição de todo domínio, poder e autoridade que subjugam a terra, para que ela seja, enfim, totalmente coberta pela glória de Deus. Portanto, diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos por Sua manifestação e Seu Reino, eu vos exorto solenemente, veementemente, vos conjuro, a que estejam preparados para pregar essa Palavra, a tempo e fora de tempo. De todo o coração, vos conclamo a que retomemos o ardor e a paixão da nossa pregação. Que cada um de nós cumpra, e bem, a obra de um evangelista, na firme convicção de que essa é a vocação que se impõe sobre nós. Maranatha, ora vem Senhor Jesus! Paulo Jr. - Conselho .