- Sociedade Brasileira de Sociologia

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As TIC e o desenvolvimento social: possibilidades da “inclusão digital”
digital” em
paí
países emergentes
Autor: Renan Cabral da Silva
Graduando em Ciências Sociais – UFPE. Bolsista PIBIC UFPE/CNPq.
(e(e-mail: [email protected])
[email protected])
CoCo-autor e orientador: Marcos Costa Lima
Professor Dr. do Programa de Pó
Pós Graduaç
Graduaç ão em Ciência Polí
Política PPGCP - UFPE
(email: [email protected])
[email protected])
1. Introduç
Introdução
A terceira Revoluç
Revolução tecnoló
tecnológica, associada à economia da
informaç
informação e depois ao computador e à internet, provocou uma
série de mudanç
mudanças econômicas, polí
políticas e sociais. Cada vez
mais, as Tecnologias de Informaç
Informação e Comunicaç
Comunicação (TIC)
tornamtornam-se cruciais para o processo de desenvolvimento dos
paí
í
ses
conformadores
da
“
economia
baseada
no conhecimento”
pa
conhecimento”
e governos de todo o mundo tem se empenhado em investir em
polí
políticas condizentes com esta “nova economia”
economia”.
Nesse contexto, as desigualdades de uso efetivo, ou mesmo
do acesso a essas tecnologias e às oportunidades para sua
apropriaç
apropriação, conferem à evoluç
evolução tecnoló
tecnológica um cará
caráter
perverso: o de excluir milhares de pessoas de desfrutarem das
vantagens oferecidas pelo progresso té
técnico. Sobre isso, é
necessá
necessário ressaltar a transferência cada vez mais freqü
freqüente de
serviç
serviços – governamentais, ou não - para internet. Do caso
brasileiro, podemos citar como exemplo: boletins de
ocorrência, votaç
votação para decidir sobre polí
políticas publicas (caso
do “Orç
Orçamento Participativo”
Participativo”), banco por internet etc,
havendo inclusive casos em que estes serviç
serviços estão disponí
disponíveis
apenas em meio digital, como no caso das declaraç
declarações de
Imposto de Renda. Ou seja, possibilidades de uso das TIC
existem aos montes e, como reconhece a Onu (2001, essas
tecnologias ajudam os paí
países a alcanç
alcançar o objetivos do milênio
ajudando no processo de desenvolvimento humano de
múltiplas formas. Por exemplo, atravé
através de um maior diá
diálogo
entre redes de conhecimento, do aumento da transparência
para a democracia, etc.
capital Hyderabad, tem sido um lí
líder em desenvolvimento de
software, indú
indústria de fá
fármacos e ITES. Embora Kerala
encontreencontre-se atrá
atrás no tocante ao desenvolvimento desse tipo
de produto, conseguiu grandes conquistas sociais em saú
saúde e
educaç
educaç ão, onde a taxa de alfabetizaç
alfabetizaç ão feminina chegou a
88% em 2001. O que possibilitou maior eficá
eficácia dos projetos
de inclusão digital implantados, pois o acesso aos
computadores necessitava de habilidades
Uruguai
Em 2001, o Uruguai se tornou o primeiro paí
país do mundo
a distribuir os laptops XO, desenvolvidos pela ONG One
Laptop Per Child (OLPC), tendo como meta levar esses
laptops a todas as crianç
crianças da 1º
1º a 6ª
6ª sé rie até
até 2009. O
projeto usa das principais vantagens das TIC: sua capacidade
de reduzir obstá
obstáculos tradicionais como tempo e distância,
para ajudar na formaç
formaç ão educacional infantil, promovendo
habilidades essenciais para a sociedade do sé
século XXI.
Brasil
O Governo Federal conta com 12 programas de inclusão
digital. Esses programas objetivam prover infrainfra-estrutura,
baratear computadores e criar e manter laborató
laboratórios de
informá
informática. Alguns desses programas tem lugar nas escolas
públicas, apontada por autores como Sorj (2005), como o
lugar ideal para implantaç
implantaç ão de polí
políticas de “inclusão
digital”
digital”, pelo fato de ser onde é possí
possível ao Estado alcanç
alcanç ar
um vasto nú
número de cidadãos.
2. Objetivos
Esse trabalho, tem como objetivo apresentar algumas das
possibilidades da inclusão digital para os paí
países emergentes,
sugerindo uma nova maneira de pensar “inclusão digital”
digital”
atravé
através da articulaç
articulação entre algumas idé
idéias sobre “inclusão
digital”
digital” e desenvolvimento - este, sobretudo a partir de
Amartya Sen -, alé
além de tentar identificar quais as condiç
condições
essenciais para o sucesso das chamadas polí
políticas de inclusão
digital, a partir da discussão das experiências de Brasil, Índia e
Uruguai sobre seus limites e possibilidades.
3. Notas sobre a digital divide
A abordagem hegemônica sobre “inclusão digital”
digital” surgiu
nos Estados Unidos, paí
país que conta com o maior nú
número de
usuá
usuários em todo o mundo. Os americanos utilizaram uma
imagem, bem didá
didática, mas també
também bastante controversa e
limitada, a de que existe uma digital divide, termo autoautoexplicativo que descreve a distância de oportunidades entre
“incluí
incluídos”
dos” e “excluí
excluídos digitalmente”
digitalmente”.
Embora seja a abordagem hegemônica, a digital divide é
bastante criticada, sobretudo, pelas suas implicaç
implicações. Para
autores como Warschauer (2006), essa abordagem tem o
problema freqü
freqüente de considerar a falta de acesso às TIC per
se, concebendo o problema da “exclusão digital”
digital” como um
simples problema de acesso tecnoló
tecnológico, de pobreza de
telecomunicaç
telecomunicações, de infrainfra-estrutura e de baixa conectividade
à internet.
4. Inclusão digital como um problema de
desenvolvimento
No nosso entendimento, a “exclusão digital”
digital” não é
meramente um problema de acesso às TIC, mas antes, um
amplo problema de desenvolvimento no qual uma vasta
parcela da populaç
população mundial está
está desprovida do uso do
potencial dessas tecnologias. O acesso e domí
domínio das TIC
podem ser uma forma de expansão das liberdades das
pessoas(Sen, 2000), atenuando obstá
obstáculos tradicionais como
tempo e distância.
5. Três experiências: Índia, Uruguai e Brasil
Índia
Costa Lima pode observar na Índia uma grande contradiç
contradição.
Foram implantados projetos de inclusão digital em duas
áreas rurais de dois estados indianos: Kerala e Andhra
Pradesh, este último, em especial sua
6. Conclusões
A bibliografia consultada evidencia que não basta pensar
em prover acesso à tecnologia, mas um conjunto de aç
aç ões se
torna indispensá
indispensável para a obtenç
obtenção de bons resultados. Uma
cultura mais democrá
democrática, mais dialó
dialógica e criativa amplia
esses resultados, bem como avanç
avanç os educacionais e de
saú
saú de, ou ainda a maior integraç
integraç ão das mulheres à vida
social plena. Outra constataç
constataç ão que fazemos, é que não
bastam computadores de última geraç
geração, se não vêm
associados a prá
práticas educacionais de trabalho e aprendizado
coletivo, com a elaboraç
elaboraç ão de programas especí
específicos
adequados às diversas faixas etá
etárias.
7. Mé
Método
O trabalho consiste predominantemente de pesquisa
textual també
também sendo utilizados dados quantitativos e
qualitativos disponibilizados por órgãos oficiais que tratam dos
indicadores de desenvolvimento econômicoeconômico-social e acesso as
TIC nos paí
países em questão.
8. Bibliografia
COSTA LIMA, Marcos. 2009, Inclusão Digital na Índia. Paper preparado para projeto CNPq/2007CNPq/2007-2008
“Consolidando uma Cooperaç
Cooperaç ão BrasilBrasil-Índia: as Tecnologias de Informaç
Informaç ão e Comunicaç
Comunicaç ão como estraté
estratégias de
desenvolvimento e para uma inserç
inserç ão soberana no Comé
Comércio Internacional”
Internacional”. • ONID: OBSERVATÓ
OBSERVATÓRIO
NACIONAL DE INCLUSÃO DIGITAL.
DIGITAL. Disponí
Disponí vel em: <www.onid.org.br>. Acesso em abril de 2009. • RUBEN,
Guilhermo; WAINER, Jacques; DWYER, Tom. 2003, Informá
Informática, organizaç
organizaç ões e sociedade no Brasil. São Paulo:
Cortez. • SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. 2000, 6ª
6ª ed. São Paulo: Companhia das Letras. •
SORJ, Bernardo; GUEDES, Luí
Luís Eduardo. Exclusão digital: Problemas conceituais, evidências emp
e mpííricas e
políí ticas pú
pol
públicas. Novos Estudos, no. 72. CEBRAP, Centro Brasileiro de Analise
Analise e Planejamento, Rio de Janeiro:
Brasil. 2005. • UNDP. Human Development Report 2001. Making new Technologies work
work for Human
Development. New York. Oxford University Press.
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