ID: 50364119 21-10-2013 | Emprego & Universidades Tiragem: 16630 Pág: 2 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 29,61 x 32,36 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 3 Cortes obrigam a despedir professores e reduzir salários As instituições de ensino superior são obrigadas a reduzir 3% da massa salarial o que vai impedir contratações e renovações de contratos. O corte para 2014 é muito maior que o inicialmente previsto. R eduzir o pagamento a cinco meses por ano. Este foi o mecanismo utilizado por alguns departamentos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa para fazer face a uma redução cada vez maior das transferências do Orçamento do Estado Os professores, que asseguram quase dois terços das disciplinas das licenciaturas do Departamento de Antropologia, um dos afectados, foram surpreendidos com a notícia de que o seu pagamento iria ser reduzido a metade quando regressaram para o 2º semestre do ano passado. Até então havia um contrato que era renovado automaticamente todos os anos. Uma situação que decorre da aplicação do regulamento da Faculdade em questão, explica o reitor da Universidade Nova de Lisboa, António Rendas. Mas este mecanismo está a ser utilizado por outras instituições, segundo os relatos que têm chegado ao departamento do ensino superior da FENPROF. E há muitos outros casos de não renovação de contratos a docentes em diversas instituições, alerta João Cunha Serra, responsável por aquele departamento. Para o ano, situações como esta deverão generalizar-se . Até porque o nº1 do artº 56 do articulado do OE 2014 obriga a reduzir em 3% a massa salarial nas instituições . O que significará, na prática, que todos os contratos de docentes que terminem não serão renovados que será impossível fazer qualquer contratação refere um elemento de uma equipa reitoral. O presidente do SNESUP acrescenta que “o recrutamento de trabalhadores ficará limitado a 97% do orçamento do ano anterior, im- pondo mais reduções nas despesas com pessoal”. Mas é cada vez mais difícil fazer as contas ao OE 2014 porque a Direcção Geral do Orçamentoestácontinuamenteaalterarosvalores que constam da aplicação informática onde as instituições inscrevem os seus orçamentos. Certo é que o relatório da proposta do OE 2014, entregue pelo Governo, prevê uma redução de 80 milhões nas verbas transferidas para as instituições. Um corte de 7,6% que, ”Este ano aconteceu um fenómeno estranho: as universidades não foram ouvidas previamente sobre a versão final do OE2014 para as instituições de ensino superior”, afirma António Rendas, presidente do CRUP. “Há três anos tínhamos um orçamento de funcionamento (excluindo salários) de 19,5 milhões, agora teremos que funcionar com 11,5 milhões. Não sei onde posso cortar mais”, confessa o reitor da Universidade de Aveiro. mesmo retirando o desconto previsto para os trabalhadores da função pública, vai muito além do valor inicialmente comunicado pela tutela. Docentes com cortes salariais aplicados a dobrar, instituições sem verba para asseguraropagamentodetodasasresponsabilidades até final do ano, que terão “graves repercussões no funcionamento”, alerta António Rendas, presidente do Conselho de Reitores. Mas o que mais surpreendeu foi o facto de, pela primeira vez, as instituições não terem conhecido a versão final do orçamento antes detersidoentreguenoparlamento. Também a equipa do reitor da Universidade de Aveiro(UA) fez as contas e conclui que vai ter um corte de 17% no orçamento de funcionamento da UA, excluindo a verba para pagar salários. Uma redução que “vai pôr em causa muitos projectos da universidade, o que penalizará directamente a capacidade de obtenção de receitas próprias (60% do orçamento)”, afirma ao Económico o reitor da Universidade de Aveiro. “Há três anos tínhamos um orçamento de despesas de funcionamento de 23,4 milhões e agora querem que funcionemos com 11, 8 milhões em 2014. Não sei onde posso cortar mais”, desabafa Manuel Assunção. Governo só descativa verba a quem não tiver dinheiro para chegar ao fim do ano Até ao final do ano há um outro problema. O Governo não deverá descativar os 2,5% do orçamento, congelados no Orçamento Rectificativo. A verba só deverá chegar às universidades que demonstrem não ter dinheiro para chegar ao final do ano. Uma estratégia do Governo que é criticada pelo presidente do CRUP : “É como salvar o náufrago de morrer afogado, mas não apoiar quem está a nadar bem”. ■ Madalena Queirós INDICADORES DO ORÇAMENTO DO ESTADO 2014 PARA ENSINO SUPERIOR E CIÊNCIA 982,3 2,2 mil milhões -80 milhões 100 milhões -7,6% -4,1% -13% 97% -7,2% As instituições de ensino superior vão receber menos 80 milhões de euros no orçamento de funcionamento e da acção social escolar. O recrutamento nas instituições de ensino superior ficará limitado a 97% do orçamento do ano anterior, refere o nº1 do art. 56 do OE 2014 A proposta de OE 2014 prevê um corte de 7,”% nas verbas destinados aos fundos autómonos que incluem as universidades e politécnicos Feitas as contas, a ciência e o superior terão um corte de 4,1%. Só o Instituto de Investigação Científica Tropical terá um corte de 40%. -3,9 milhões A Universidade de Aveiro deverá receber menos 2,5 milhões, um corte de 17% nas despesas de funcionamento, excluindo a despesa com salários. Tomás Albuquerque e João Dutschke (na foto) juntamente com Marta Gil formam a equipa da Nova SBE que venceu a edição deste ano do University Challenge da EDP. Como desenvolver e comunicar novas ofertas para o mercado energético foi o tema lançado este ano pela operadora aos estudantes. A proposta vencedora assenta em ferramentas de marketing como o agrupamento de clientes e recurso a aplicações tecnológicas para telemóvel. Os três jovens receberam dez mil euros de prémio e a possibilidade de estagiar na EDP. ID: 50364119 21-10-2013 | Emprego & Universidades Tiragem: 16630 Pág: 3 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 20,07 x 32,60 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 3 Paulo Alexandre Coelho A Galp lançou conjuntamente com cinco universidades portuguesas o EngIQ, um doutoramento em Petroquímica, Química e Refinação. O objectivo deste programa, no qual a empresa investiu 1.8 milhões de euros no último ano, é que os doutorandos desenvolvam projectos de investigação aplicados e testados no ambiente das refinarias da Galp. Por outro lado, alguns desses projectos são reconhecidos com grau académico. O doutoramento envolve as universidades do Porto, Coimbra, Lisboa, Aveiro e o Instituto Superior Técnico. DR ID: 50364119 21-10-2013 | Emprego & Universidades Tiragem: 16630 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 30,24 x 27,72 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 3 de 3 Este suplemento faz parte integrante do Diário Económico Nº 5783 não pode ser vendido separadamente | 21 Outubro 2013 Galp investe 1,8 milhões em doutoramento com cinco universidades P.2 O corte no OE 2014 para as instituições de ensino superior vai muito além do previsto, o que leva muitas universidades a questionar como é que vão funcionar em 2014. Não renovação de contratos e cortes no salários são algumas das consequências do Orçamento. P.2