fauna do solo como ferramenta de ensino para a

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FAUNA DO SOLO COMO FERRAMENTA DE ENSINO PARA A EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Antonio Wlisses da Silva (Monitor de Ecologia da Faculdade de Educação, Ciências e
Letras do Sertão Central (FECLESC) da Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Antonia Fátima Pinheiro (Bolsista PROVIC da Faculdade de Educação, Ciências e
Letras do Sertão Central (FECLESC) da Universidade Estadual do Ceará/ UECE)
Francisca Raquel Pinheiro (Bolsista PROEX da Faculdade de Educação, Ciências e
Letras do Sertão Central (FECLESC) da Universidade Estadual do Ceará/UECE)
Dra. Jamili Silva Fialho (Professora da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do
Sertão Central (FECLESC) da Universidade Estadual do Ceará/UECE)
INTRODUÇÃO
O Brasil apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta, abrigando de
15% a 20% de todas as espécies existentes (HENRY-SILVA, 2005). A biodiversidade é
definida pela Conservação sobre Diversidade Biológica (CDB) como a variabilidade de
organismos vivos de todas as origens e ambientes, compreendendo ainda a diversidade
de espécies, entre espécies e de ecossistemas (CDB, 1992).
A maior reserva de riqueza e biodiversidade do planeta pode ser encontrada no
solo, ele é caracterizado por apresentar uma gama de organismos que garante o
biofuncionamento e sustentação dos ecossistemas (JACOBS et al., 2007). A fauna do
solo tem grande relevância nos processos químicos, físicos e biológicos dos
ecossistemas naturais (CORREIA; OLIVEIRA, 2006), pode ser utilizada para indicar a
qualidade do solo, sendo empregada para identificar a degradação em agroecossitemas
(NUNES et al., 2012). Neste intuito se objetiva estudar a composição da comunidade da
fauna edáfica em área de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) “Fazenda
Não Me Deixes” na cidade de Quixadá - CE, e apresentar a fauna do solo aos estudantes
do 9° ano do ensino fundamental usando materiais didático-pedagógicos e
fundamentação teórico-prática para sensibilizá-los sobre a importância desses
organismos no funcionamento dos ecossistemas.
A fim de provocar uma relação harmoniosa entre homem e natureza a Educação
Ambiental deve ser voltada para o entendimento das questões ambientais e
conscientização dos cidadãos de forma crítica (REIGOTA, 2004), na busca da difusão
de informações que promovam a sustentabilidade e a conservação dos sistemas naturais
através do conhecimento adquirido na educação ambiental (SENA, 2010). Partindo
dessa discussão supõe-se que o conhecimento dos alunos sobre a importância e
funcionalidade da fauna edáfica para o ecossistema, proporcione uma maior consciência
ambiental que os conduza a práticas de conservação.
METODOLOGIA
O trabalho ocorreu em dois momentos, em primeira instância foi realizado um
levantamento da fauna do solo da RPPN Fazenda Não Me Deixes, através do projeto
científico sobre a Biodiversidade da fauna edáfica na área. Posteriormente, os resultados
da pesquisa foram usados para trabalhar a conscientização e conservação da
biodiversidade de reservas naturais com alunos do 9° ano do ensino Fundamental II da
escola Deputado Flávio Portela Marcílio, no município de Quixadá – CE. Para isso foi
organizado um questionário para identificar o conhecimento dos alunos sobre a fauna do
solo. As questões foram as seguintes: 1. O que é fauna?, 2. Quais organismos da
mesofauna você conhece?, 3. Quais organismos da macrofauna você conhece? 4. Qual a
função da fauna do solo para o ecossistema?
Na sequência, foram realizadas duas aulas na turma de 9° ano, uma para
aplicação do questionário diagnóstico e explanação teórica sobre a biodiversidaede da
fauna da Fazenda Não Me Deixes com intuito de proporcionar o conhecimento dos
alunos sobre a fauna presente na reserva e a segunda aula, a aplicação do jogo
“Agrofauna”, com objetivo de motivar os alunos a participarem espontaneamente da
aula, de modo a auxilia-los ativamente na construção do conhecimento. Por fim, os
estudantes foram submetidos à aplicação de questionário contendo as mesmas questões
anteriormente citadas para avaliar se a implementação desse método contribuiu para a
aprendizagem dos estudantes sobre os conteúdos estudados. Para um melhor
compreensão dos resultados as respostas dos questionários foram transformadas em
dados quantitativos a serem apresentadas em relação à porcentagem de representação.
RESULTADOS
Na primeira questão sobre a definição de fauna os resultados já foram bons pois
passaram de 67% para 88% de acertos. Isso mostra que o jogo é uma estratégia eficaz
para ser usada como estímulo na construção do conhecimento humano e na progressão
das diferentes habilidades (SANTO; JESUS, 2010). Assim, o ambiente em seu contexto
físico e biológico serve como uma fonte de aprendizagem, como uma forma de
concretizar as teorias na prática a partir das especificidades do meio.
Com relação à segunda questão sobre os organismos da macrofauna que os
alunos tinham conhecimento 12% acertou a questão na primeira avaliação, esse
resultado subiu para 64% no último questionário, deixando evidente o aprendizado. Para
isso, a educação deve está pautada no meio ambiente numa visão holística
proporcionando uma conectividade centrada na consciência ambiental, a escola terá que
encontrar formas de trabalhar conteúdos e metodologias adequadas a este propósito
(CAVALHEIRO, 2008).
Dos organismos da mesofauna conhecidos pelos alunos 3% responderam
corretamente no primeiro questionário, após as aulas apresentou uma elevação para 76%
nos resultados. Isso mostra que a aprendizagem foi efetiva, resultante da relação entre o
significado pessoal que o aluno tem acerca do assunto e o significado dado pelo
professor (REIS, 2010). Com a didática trabalhada é possível perceber que os alunos
sabem diferenciar a mesofauna da macrofauna, principalmente com relação ao tamanho,
e que os invertebrados e microrganismos que habitam o solo se mostram sensíveis às
práticas de manejo desse substrato (CORREIA, 2002). Como forma de conscientizar e
reverter os problemas de degradação do meio ambiente, a educação ambiental surge na
alternativa para reverter à forma de utilização dos recursos naturais pelo homem e atuar
para que o conhecimento supere a ignorância (PORTO, 1996).
Na útima questão sobre a função da fauna do solo para o ecossistema 46% dos
estudantes compreenderam essa importância, no questionário final esse indice aumentou
para 58%.
Os organismos edáficos se envolvem de maneira crucial nos diversos
processos interativos ocorrentes nesses sistemas, como exemplo: ciclagem de nutrientes,
decomposição da matéria, polinização, formação de galerias no solo, entre outros
(EDWARDS & WRATTEN, 1981). Contudo, é importante aplicar esses conceitos e
teorias para facilitação do conteúdo, fugindo um pouco do método tradicional de
ensinar, pois é preciso criar, ousar, enriquecer os conhecimentos através de novas
abordagens no ensno para melhorar os métodos do processo ensino-aprendizagem
(MIRANDA, et al., 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através das aulas teórica e prática os alunos poderam conhecer a fauna edáfica,
bem como sua importância para o ecossistema, proporcionando-lhes um novo olhar para
os seres edáficos, contribuindo para a preservação da biodiversidade local.
REFERÊNCIAS
Cavalheiro, J. S. Consciência Ambiental Entre Professores E Alunos Da Escola
Estadual Básica Dr.Paulo Devanier Lauda. Santa Maria, RS, Brasil, 2008.
CBD- Convention on biological diversity (1992) “Tex of convention” Disponivel em :
http://www.cbd.int/convention/articles.shtml?a=cbd-02 – (acesso em 01 de Dezembro
de 2012).
CORREIA, M. E. F; OLIVEIRA, L. C. M. Importância da Fauna de Solopara a
Ciclagem de Nutrientes. Miolo_Biota.pmd. Dezembro de 2006.
CORREIA M. E. F. Relações entre a diversidade da fauna de solo e o processo de
decomposição e seus reflexos sobre a estabilidade dos ecossistemas. Embrapa
Agrobiologia;
2002.
Documentos,
no.
156.
Available
from:
http://www.cnpab.embrapa.br/publicacoes/download/doc156.pdf.
EDWARDS, P . J. & WRATTEN, S. D. 1981. Ecologia de interações entre insetos e
plantas. Col. Temas de Biologia vol. 7. São Paulo: E.P .U./EDUSP .
HENRY-SILVA, G. G. A importância das unidades de conservação na preservação
da diversidade biológica. Laboratório de Ecologia Aquática, Departamento de
Ecologia, Instituto de Biociências. Revista LOGOS, n. 12, 2005.
JACOBS, L. E; ELTZ, F. L. F; ROCHA, M. R; GUTH, P. L; HICKMAN, C.
Diversidade da Fauna Edáfica em Campo Nativo, Cultura de Cobertura Milho +
Feijão de Porco sob Plantio Direto e Solo Descoberto. XXXI Congresso brasileiro de
ciência do solo. Gramado- RS, Agosto de 2007.
MIRANDA, F. H. F; MIRANDA, J. M. J; RAVAGLIA, R. Abordagem
Interdisciplinar em Educação Ambiental. REVISTA PRÁXIS, ano II, nº 4 - agosto
2010.
NUNES, L. A. P. L; FILHO, J. A. A; MENEZES, R. I. Q. Recolonização da fauna
edáfica em áreas de caatinga. Revista Caatinga (Mossoró,Brasil), v.21, n.3, p.214-220,
julho/setembro de 2008.
PORTO, M. de F. M. M. Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para os
Municípios – Educação Ambiental: Conceitos Básicos e Instrumentos de Ação.
Belo Horizonte, FEAM, 1996.
REIS, L. R. M. Estratégias De Aprendizagem Ativa Para Reduzir O Fracasso
Escolar:
Papel
Do
Psicopedagogo.
01/07/2010.
Disponível
http://proerdpmdf.files.wordpress.com/2010/07/aprendizagem-ativa1.pdf.
em:
(Último
acesso: 30 de maio de 2013).
REIGOTA, M. O que é educação ambiental. São Paulo: Brasiliense, 2004. (coleção
primeiros passos; n. 292).
SANTOS É. A. C; JESUS B. C. O Lúdico no Processo Ensino-Aprendizagem.
Universidad Tecnológica Intercontinental (UTIC) Assunción – PY – Dissertação
apresentada em 01/2010.
SENA, L. M. Educação Ambiental e o trabalho com valores: um estudo de caso.
2010. 135 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Instituto de Biociências,
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2010.
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