Poríferos Os poríferos, também conhecidos como espongiários ou

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Poríferos
Os poríferos, também conhecidos como espongiários ou simplesmente esponjas, surgiram
provavelmente há cerca de 1 bilhão de anos. Supõe-se que eles sejam originados de seres
unicelulares e heterótrofos que se agrupam em colônias.
Esses animais não possuem tecidos bem definidos e não apresentam órgãos e nem sistemas.
São exclusivamente aquáticos, predominantemente marinhos, mas existem algumas espécies
que vivem em água doce.
Organização do corpo dos poríferos
O corpo de um porífero possui células que apresentam uma certa divisão de trabalho. Algumas
dessas células são organizadas de tal maneira que formam pequenos orifícios, denominados
poros, em todo o corpo do animal. É por isso que esses seres recebem o nome de poríferos (do
latim porus: 'poro'; ferre: 'portador').
Observe no esquema abaixo que a água penetra no corpo do animal através dos vários poros
existentes em seu corpo. Ela alcança então uma cavidade central denominada átrio. Observe
também que a parede do corpo é revestida externamente por células achatadas que formam a
epiderme. Já internamente, a parede do corpo é revestida por células denominadas
coanócitos.
Cada coanócito possui um longo flagelo. O batimento dos flagelos promove um contínuo fluxo
de água do ambiente para o átrio do animal. A essa água estão misturados restos orgânicos e
microorganismos, que são capturados e digeridos pelos coanócitos. O material digerido é
então distribuído para as demais células do animal. Como a digestão ocorre no interior de
células, diz-se que os poríferos apresentam digestão intracelular.
Os poríferos são animais filtradores, já que filtram a água que penetra em seu corpo, retirando
dela alimento e gás oxigênio. Depois disso, a água com resíduos do metabolismo desses
animais é eliminada para o ambiente por meio de uma abertura denominada ósculo.
A reprodução dos poríferos
A reprodução dos poríferos pode ser assexuada ou sexuada.
Assexuada - Ocorre, por exemplo, por brotamento. Neste caso, formam-se brotos, que podem
se separar do corpo do animal e dar origem a novas esponjas. Observe o esquema abaixo.
Sexuada. Neste caso, quando os espermatozóides (gametas masculinos) estão maduros, eles
saem pelo ósculo, junto com a corrente de água, e penetram em outra esponja, onde um deles
fecunda um óvulo (gameta feminino). Após a fecundação, que é interna, forma-se uma célula
ovo ou zigoto, que se desenvolve e forma uma larva. A larva sai do corpo da esponja, nada
com a ajuda de cílios e se fixa, por exemplo, numa rocha, onde se desenvolve até originar uma
nova esponja.
Filo Cnidaria
O filo Cnidária (cnidários) está representado pelas hidras, medusas ou água-vivas, corais e
anêmonas-do-mar.
Os cnidários são os primeiros animais a apresentarem uma cavidade digestiva no corpo, fato
que gerou o nome celenterado, destacando a importância evolutiva dessa estrutura, que foi
mantida nos demais animais. A presença de uma cavidade digestiva permitiu aos animais
ingerirem porções maiores de alimento, pois nela o alimento pode ser digerido e reduzido a
pedaços menores, antes de ser absorvido pelas células.
Com base no aspecto externo do corpo, os cnidários apresentam simetria radial. Eles são os
primeiros animais na escala evolutiva a apresentarem tecidos verdadeiros, embora ainda não
cheguem a formar órgãos.
No filo cnidária existem basicamente dois tipos morfológicos de indivíduos: as medusas, que
são natantes e os pólipos, que são sésseis. Eles podem formar colônias, como é o caso dos
corais (colônias sésseis) e das caravelas (colônias flutuantes).
Os polipos e as medusas, formas aparentemente muito diferentes entre si, possuem muitas
características em comum e que definem o filo, como veremos.
Nos cnidários existe um tipo especial de célula denominada cnidócito, que apesar de ocorrer
ao longo de toda a superfície do animal, aparece em maior quantidade nos tentáculos. Ao ser
tocado o cnidócito lança o nematocisto, estrutura penetrante que possui um longo filamento
através do qual o líquido urticante contido em seu interior é eliminado. Esse líquido pode
provocar sérias queimaduras no homem.
Essas células participam da defesa dos cnidários contra predadores e também da captura de
presas. Valendo-se das substâncias produzidas pelos cnidócitos, eles conseguem paralisar
imediatamente os pequenos animais capturados por seus tentáculos.
Foi a presença do cnidócito que deu o nemo ao filo Cnidaria (que têm cnida = urtiga)
A reprodução assexuada
A reprodução assexuada em hidras pardas ou verdes é, em geral, feita por brotamento. Brotos
laterais, em várias fases de crescimento, são comumente vistos ligados à hidra-mãe e dela logo
se destacam.
Esse processo de multiplicação, em que não ocorre variabilidade genética, é propício nos
ambientes estáveis e em épocas favoráveis do ano, em que as hidras estão bem alimentadas.
A reprodução sexuada
A hidra é hermafrodita. Alguns testículos e apenas um ovário são formados, principalmente
em épocas desfavoráveis do ano, a partir de células indiferenciadas existentes no corpo.
Os platelmintos
Os platelmintos são vermes que surgiram na Terra há provavelmente cerca de 600 milhões de
anos. Esses animais têm o corpo geralmente achatado, daí o nome do grupo: platelmintos (do
grego platy: 'achatado'; e helmin: 'verme').
Os platelmintos, que compreendem em torno de 15 mil espécies, vivem principalmente em
ambientes aquáticos, como oceanos, rios e lagos; são encontrados também em ambientes
terrestres úmidos. Alguns têm vida livre, outros parasitam animais diversos, especialmente
vertebrados.
Medindo desde alguns milímetros até metros de comprimento, os platelmintos possuem tubo
digestório incompleto, ou seja, têm apenas uma abertura - a boca-, por onde ingerem
alimentos e eliminam as fezes; portanto, não possuem ânus. Alguns nem tubo digestório têm e
vivem adaptados à vida parasitária, absorvendo, através da pele, o alimento previamente
digerido pelo organismo hospedeiro.
Entre os muitos exemplos de platelmintos vamos estudar as planárias, as tênias e os
esquistossomos.
As Tenias e a Teníase
A teníase é uma doença causada pela forma adulta das tênias, Taenia solium, do porco e
Taenia saginata, do boi). Muitas vezes, o paciente nem sabe que convive com o parasita em
seu intestino delgado.
As tênias também são chamadas de "solitárias", porque, na maioria dos caso, o portador traz
apenas um verme adulto.
São altamente competitivas pelo habitat e, sendo hermafroditas
com estruturas fisiológicas para autofecundação, não necessitam
de parceiros para a cópula e postura de ovos.
O homem portador da verminose apresenta a tênia no estado
adulto de seu intestino, sendo, portanto, o hospedeiro definitivo.
Os últimos anéis ou proglótides são hermafroditas e aptos à
fecundação. Geralmente, os espermatozóides de um anel
fecundam os óvulos de outro segmento, no mesmo animal.
A quantidade de ovos produzidos é muito grande (30 a 80 mil em
cada proglote), sendo uma garantia para a perpetuação e
propagação da espécie. Os anéis grávidos se desprendem
periodicamente e caem com as fezes.
O hospedeiro intermediário é o porco, animal que, por ser coprófago (que se alimenta de
fezes), ingere os proglótides grávidos ou os ovos que foram liberados no meio. Dentro do
intestino do animal, os embriões deixam a proteção dos ovos e, por meio de seis ganchos,
perfuram a mucosa intestinal. Pela circulação sangüínea, alcançam os músculos e o fígado do
porco, transformando-se em larvas denominadas cisticercos, que apresentam o escólex
invaginado numa vesícula.
Quando o homem se alimenta de carne suína crua ou mal cozida contendo estes cisticercos, as
vesículas são digeridas, liberando o escólex que se everte e fixa-se nas paredes intestinais
através dos ganchos e ventosas.
O homem com tais características desenvolve a teníase, isto é, está com o helminte no estado
adulto, e é o seu hospedeiro definitivo.
Os cisticercos apresentam-se semelhantes a pérolas esbranquiçadas, com diâmetros variáveis,
normalmente do tamanho de uma ervilha. Na linguagem popular, são chamados de
"pipoquinhas" ou "canjiquinhas".
Esquitossomos e a Esquistossomose / barriga d'água
Infecção causada por verme parasita da classe Trematoda. Ocorre em diversas partes do
mundo de forma não controlada (endêmica). Nestes locais o número de pessoas com esta
parasitose se mantém mais ou menos constante.
Os parasitas desta classe são cinco, e variam como agente
causador da infecção conforme a região do mundo. No nosso país
a esquistossomose é causada pelo Schistossoma mansoni. O
principal hospedeiro e reservatório do parasita é o homem
sendo a partir de suas excretas (fezes e urina) que os ovos são
disseminados na natureza.
Possui ainda um hospedeiro intermediário que são os caramujos,
caracóis ou lesmas, onde os ovos passam a forma larvária
(cercária). Esta última dispersa principalmente em águas não
tratadas, como lagos, infecta o homem pela pele causando uma
inflamação da mesma.
Já no homem o parasita se desenvolve e se aloja nas veias do
intestino e fígado causando obstrução das mesmas, sendo esta a
causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e
levar a morte.
Os Nematelmintos
Os nematelmintos (do grego nematos: 'filamento', e helmin: 'vermes') são vermes de corpo
cilíndrico, afilado nas extremidades. Muitas espécies são de vida livre e vivem em ambiente
aquático ou terrestre; outras são parasitas de plantas e de animais, inclusive o ser humano. Há
mais de 10 mil espécies desse tipo de vermes catalogadas, mas cálculos feitos indicam a
existência de muitas outras espécies, ainda desconhecidas.
Ao contrário dos platelmintos, os nematelmintos possuem tubo digestório completo, com
boca e ânus. Geralmente têm sexos separados, e as diferenças entre o macho e a fêmea
podem ser bem nítidas, como no caso dos principais parasitas humanos. De modo geral o
macho é menor do que a fêmea da mesma idade e sua extremidade posterior possui forma de
gancho. Esses animais são envolvidos por uma fina e delicada película protetora, que é bem
lisa e resistente.
Ascaridíase: lombriga
É uma verminose causada por um parasita chamado Ascaris lumbricoides. É a verminose
intestinal humana mais disseminada no mundo. A contaminação acontece ocorre quando há
ingestão dos ovos infectados do parasita, que podem ser encontrados no solo, água ou
alimentos contaminados por fezes humanas. O único reservatório é o homem. Se os ovos
encontram um meio favorável, podem contaminar durante vários anos.
Filaríase: elefantíase
A filariose ou elefantiase é a doença causada pelos parasitas nemátodes Wuchereria bancrofti,
Brugia malayi e Brugia timori, comumente chamados filária, que se alojam nos vasos linfáticos
causando linfedema. Esta doença é também conhecida como elefantíase, devido ao aspecto de
perna de elefante do paciente com esta doença. Tem como transmissor os mosquitos dos
gêneros Culex, Anopheles, Mansonia ou Aedes, presentes nas regiões tropicais e subtropicais.
Quando o nematódeo obstrui o vaso linfático, o edema é irreversível, daí a importância da
prevenção com mosquiteiros e repelentes, além de evitar o acúmulo de águas paradas em
pneus velhos, latas, potes e outros.
As formas adultas são vermes nemátodes de secção circular e com tubo digestivo completo. As
fêmeas (alguns centímetros) são maiores que os machos e a reprodução é exclusivamente
sexual, com geração de microfilárias. Estas são pequenas larvas fusiformes com apenas 0,2
milímetros.
Ciclo de Vida
As larvas são transmitidas pela picada dos mosquitos e da mosca Chrysomya conhecida como
Mosca Varejeira. Da corrente sanguínea elas dirigem-se para os vasos linfáticos, onde se
maturam nas formas adultas sexuais. Após cerca de oito meses da infecção inicial, começam a
produzir microfilárias que surgem no sangue, assim como em muitos órgãos. O mosquito é
infectado quando pica um ser humano doente. Dentro do mosquito as microfilárias
modificam-se ao fim de alguns dias em formas infectantes, que migram principalmente para a
cabeça do mosquito.
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