DESVENDANDO OS MISTÉRIOS DAS DROGAS Droga é toda e qualquer substância natural ou sintética que, uma vez introduzida no organismo, modifica suas funções. As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas, de animais e de alguns minerais como a cafeína (do café), a nicotina (presente no tabaco). As drogas sintéticas são fabricadas em laboratório, exigindo para isso técnicas especiais. O termo droga presta-se a várias interpretações, mas ao senso comum é uma substância proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, modificando-lhe as funções, as sensações, o humor e o comportamento. As drogas lícitas são aquelas legalizadas, produzidas e comercializadas livremente e que são aceitas pela sociedade. Os dois principais exemplos de drogas lícitas na nossa sociedade são o cigarro e o álcool. Outros exemplos de drogas lícitas: anorexígenos (moderadores de apetite), benzodiazepínicos. O termo "droga" envolve os analgésicos, estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e barbitúricos, além do álcool e substâncias voláteis. As drogas psicotrópicas são as drogas que tem tropismo e afetam o Sistema Nervoso Central, modificando as atividades psíquicas e o comportamento. QUANTO AO EFEITO Quanto ao tipo de efeito no sistema nervoso podem ser classificadas como: Depressora Diminuem a atividade do sistema nervoso atuando em receptores (neurotransmissores) específicos. Exemplos: álcool, barbitúricos, diluentes, quetamina, cloreto de etila ou lança perfume, clorofórmio, ópio, morfina, heroína, e inalantes em geral (cola de sapateiro, etc). Drogas perturbadoras/modificadoras Têm por característica principal a despersonalização ou modificação da percepção (daí o termo alucinógeno para sua designação) em maior ou menor grau. Exemplos: Algumas espécies de cogumelos, LSD, maconha, MDMA ou ecstasy e o DMT. Estimulantes Produzem aumento da atividade pulmonar (ação adrenérgica), diminuem a fadiga, aumentam a percepção ficando os demais sentidos ativados. Exemplos: cocaína, crack, cafeína, teobromina (presentes em chocolates), GHB, metanfetamina, anfetaminas (bolinha, arrebite) etc. QUANTO À FORMA DE PRODUÇÃO Quanto à forma de produção classificam-se como: Naturais - aquelas que são extraídas de plantas. Exemplo: tabaco, cannabis, ópio. Semi-sintéticas - são produzidas através de modificações em drogas naturais. Exemplo: crack, cocaína, heroína. É comum distinguir o abuso de drogas (dependência) do seu consumo experimental, ou já em fase de risco de dependência. Esta classificação refere-se à quantidade e periodicidade em que ela é usada. Os usuários podem ser classificados: Experimentador Usuário ocasional Habitual Dependente Efeitos Sob o efeito de determinadas drogas, o indivíduo parece ver além do comum em objetos, em gestos ou até mesmo no vazio, daí a utilização de termos como despersonalização, alucinação ou sintomas paranóicos e psicóticos na descrição do seu comportamento. Sob o efeito de drogas, algumas pessoas tendem a parecer mais introspectivas ou mais extrovertidas e agressivas, a depender do tipo de substância consumida, assim como do contexto de utilização e dos próprios traços de personalidade individual. A dependência de drogas está relacionada tanto ao prazer produzido, usualmente designado como euforia, sensação de bem estar, estimulação ou entorpecimento (analgesia), como à compreensão deformada de seus efeitos nocivos (tóxicos) ao organismo, além dos mecanismos químicos ou crise de abstinência induzidos pela ausência da substância após um período de uso continuado. Ademais, ao adquirir drogas no mercado negro, o indivíduo se expõe a outros riscos - agressão, roubo, consumo involuntário de outras substâncias nocivas misturadas às drogas, violência policial e prisão. Alcoolismo Do ponto de vista médico, o alcoolismo é uma doença crônica, com aspectos comportamentais e socioeconômicos, caracterizada pelo consumo compulsivo de álcool, na qual o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada. Nem todo consumo de álcool configura o alcoolismo. Define-se o alcoolismo como o consumo excessivo, duradouro e compulsivo de bebidas alcoólicas, o qual degrada a vida pessoal, familiar, profissional e social do indivíduo. Diz-se que uma pessoa é dependente do álcool quando ela não tem mais forças para interromper o consumo e, se o interrompe, apresenta sintomas desagradáveis que cedem com o retorno ao álcool. A esse fato chama-se abstinência. Antes da dependência ocorre à tolerância, que é o fato de uma pessoa precisar de doses cada vez maiores para produzir os mesmos efeitos que antes conseguia com doses menores. O álcool também pode ser consumido “socialmente” sem que a pessoa se torne alcoólatra. Na verdade, dentro do consumo “social” de álcool deve-se considerar como aspectos separados e clinicamente específicos: O abuso do álcool, que é o consumo excessivo, mas episódico. A intoxicação aguda ou embriaguez Ambas as situações podem gerar eventos desagradáveis e graves como alterações do comportamento, coma, ataque epiléptico, acidentes de vários tipos, desastres automobilísticos, etc. Quanto ao alcoolismo propriamente dito, temos que considerar a dependência ao álcool e a síndrome de abstinência do álcool, ambas com consequências muito deletérias. Segundo a revista médica “The Lancet”, dois bilhões de pessoas no mundo consomem álcool, das quais mais de 76 milhões têm problemas com esta substância. No Brasil, diversas estatísticas apontam que o alcoolismo afeta entre 3 e 6% da população, havendo uma prevalência de 5 homens para cada mulher acometida pela doença. O alcoolismo gera custos muito altos para os serviços de saúde em todo o mundo, além de outros representados pela queda de produtividade, pois os alcoólatras têm os seus rendimentos profissionais seriamente prejudicados ou ficam impedidos de trabalhar. Quais as consequências do alcoolismo? O alcoolismo continuado leva a alterações dos padrões funcionais do fígado, do aparelho digestivo, do coração, do sangue, dos músculos e das glândulas endócrinas. Em sua evolução, o alcoolismo também leva a doenças físicas e psíquicas, algumas das quais irreversíveis e que podem resultar em morte. As doenças mais comuns associadas ao alcoolismo são a cirrose hepática, as síndromes amnéstica, demências alucinatórias e delirantes, além de ansiedade, distúrbios sexuais, alterações do sono, etc. O alcoolismo também aumenta a predisposição a outras doenças, como às infecções. O consumo crônico do álcool por prazo muito longo acaba por levar a mudanças psicológicas profundas, entre as quais aquelas que incluem alterações dos padrões éticos e emocionais da pessoa, deterioração das relações familiares e sociais e descaso com as tarefas laborativas. O alcoólatra (e às vezes o mero usuário não alcoólatra) pode ter um comportamento violento e até mesmo criminal. Com é o tratamento do alcoolismo? O tratamento do alcoolismo está fadado ao fracasso se o próprio alcoólatra não engajar-se nele, o que não acontece, na maioria das vezes. Depois de instalada, a dependência pelo álcool é de muito difícil tratamento. O tratamento principal consiste em exortar o alcoolista a parar de beber, ao mesmo tempo dando-lhe apoio. As psicoterapias individuais são pouco efetivas. As de grupo oferecem melhores resultados. Um movimento leigo, denominado alcoólicos anônimos, parece oferecer resultados ainda melhores. Este grupo existe há mais de 76 anos e em vários países ao redor do mundo. ALCOOLISMO NA ADOLESCÊNCIA Alcoolismo nunca foi problema exclusivo dos adultos. Pode também acometer os adolescentes. Hoje, no Brasil, causa grande preocupação o fato de os jovens começarem a beber cada vez mais cedo e as meninas, a beber tanto ou mais que os meninos. Pior, ainda, é que certamente parte deles conviverá com a dependência do álcool no futuro. Para essa reviravolta em relação ao uso de álcool entre os adolescentes, que ocorreu bruscamente de uma geração para outra, concorreram diversos fatores de risco. O primeiro é que o consumo de bebida alcoólica é aceito e até estimulado pela sociedade. Pais que entram em pânico quando descobrem que o filho ou a filha fumou maconha ou tomou um comprimido de ecstasy numa festa, acham normal que eles bebam porque, afinal, todos bebem. Sem desprezar os fatores genéticos e emocionais que influem no consumo da bebida – o álcool reduz o nível de ansiedade e algumas pessoas estão mais propensas a desenvolver alcoolismo –, a pressão do grupo de amigos, o sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da bebida, a falta de controle na oferta e consumo dos produtos que contêm álcool, a ausência de limites sociais colaboram para que o primeiro contato com a bebida ocorra cada vez mais cedo. Não é raro o problema começar em casa, com a hesitação paterna na hora de permitir ou não que o adolescente faça uso do álcool ou com o mau exemplo que alguns pais dão vangloriando-se de serem capazes de beber uma garrafa de uísque ou dez cervejas num final de semana. Não se pode esquecer de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma substância tóxica e que o metabolismo das pessoas mais jovens faz com que seus efeitos sejam potencializados. Não se pode esquecer também de que ele é responsável pelo aumento do número de acidentes e atos de violência, muitos deles fatais, a que se expõem os usuários. Proibir apenas que os adolescentes bebam não adianta. É preciso conversar com eles, expor-lhes a preocupação com sua saúde e segurança e deixar claro que não há acordo possível quanto ao uso e abuso do álcool, dentro ou fora de casa. TABAGISMO O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres), sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam. Enquanto nos países em desenvolvimento os fumantes constituem 48% da população masculina e 7% da população feminina, nos países desenvolvidos a participação das mulheres mais do que triplica: 42% dos homens e 24% das mulheres têm o comportamento de fumar. O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia. Caso as atuais tendências de expansão do seu consumo sejam mantidas, esses números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030, sendo metade delas em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 69 anos) (WHO, 2003). O INCA desenvolve papel importante como Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Programa "Tabaco ou Saúde" na América Latina, cujo objetivo é estimular e apoiar políticas e atividades controle do tabagismo nessa região, e no apoio à elaboração da Convenção para o Controle do Tabaco, idealizada pela OMS para estabelecer padrões de controle do tabagismo em todo o mundo. TABAGISMO NO BRASIL No Brasil, estima-se que cerca de 290 mil mortes por ano são decorrentes do tabagismo. A proporção de fumantes no país é de 23,9% da população. Segundo dados da PNAD, em 2008, o Brasil tinha 24,6 milhões de fumantes habituais com idade a partir de 15 anos ou 17,2% da população de pessoas dessa faixa etária, sendo 15,1% fumantes diários. Cerca de 90% dos fumantes tornam-se dependentes da nicotina entre os 5 e os 19 anos de idade. Há 2,8 milhões de fumantes nessa faixa etária, mas a maior concentração de fumantes está na faixa etária de 20 a 49 anos. A região Sul do país é a que apresenta maior proporção de dependentes 45% dos fumantes. Em 2008, a região Sul, com 19,3%, tinha o maior porcentual de fumantes correntes. No Nordeste, os fumantes dependentes são 31%. Os moradores da zona rural também fumam mais que os das zonas urbanas. O fumo é responsável por 95% dos casos de câncer de boca; 90% das inflamações de mama; 80% da incidência de câncer no pulmão; por 97% dos casos de câncer da laringe; 50% dos casos de câncer de pele; 45% das mortes por doença coronariana (infarto do miocárdio) e também 25% das mortes por doença vascular-cerebral (derrames cerebrais). O tabagismo, incluindo o passivo, é o fator de risco mais comum para a DPOC, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. No Brasil, estima-se que a doença atinja cerca de 6 milhões de pessoas. Somente 12% dos pacientes são diagnosticados e, desses, apenas 18% recebem tratamento. Já no cenário mundial, a estimativa é de que aproximadamente 210 milhões de pessoas tenham DPOC e a previsão é que a doença se torne a terceira principal causa de morte por volta de 2020. Outros fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença são a inalação de poeiras e produtos químicos em fábricas ou ambientes profissionais similares, poluição do ar, desenvolvimento pulmonar prejudicado e fatores genéticos. Segundo uma pesquisa realizada em 20 países, o brasileiro, com 91%, é o que mais se arrepende de ter começado a fumar. Entre os fumantes brasileiros do estudo internacional, 63% apóiam campanhas e leis contra o fumo e 82% relatam que o fumo já lhes causou algum problema de saúde. O Brasil é o maior exportador e quarto maior produtor mundial de tabaco depois da China, EUA e Índia. TRATAMENTO DO TABAGISMO A pessoa que fuma fica dependente da nicotina. Considerada uma droga bastante poderosa, a nicotina atua no sistema nervoso central como a cocaína, heroína, álcool, com uma diferença: chega ao cérebro em apenas 7 a 19 segundos. É normal, portanto, que, ao parar de fumar, os primeiros dias sem cigarros sejam os mais difíceis, porém as dificuldades tendem a ser menores a cada dia. DOS SINTOMAS DA SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA Quando o fumante para de fumar, pode apresentar alguns sintomas desagradáveis, tais como: dor de cabeça, tonteira, irritabilidade, agressividade, alteração do sono, dificuldade de concentração, tosse, indisposição gástrica e outros. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência da nicotina, porém, não acontecem com todos os fumantes que param de fumar. Quando acontecem, tendem a desaparecer em uma a duas semanas (alguns casos podem chegar a 4 semanas). Alguns dos sintomas, como dor de cabeça, tonteira e tosse são sinais do restabelecimento do organismo sem as 4.720 substâncias da fumaça do cigarro. O sintoma mais intenso, e mais difícil de lidar é a chamada "fissura" (grande vontade em fumar). É importante saber que a "fissura" geralmente não dura mais que 5 minutos, e tende a ficar mais tempo que os outros sintomas. Porém, ela vai reduzindo gradativamente a sua intensidade e aumentando o intervalo entre um episódio e outro. Complicações Possíveis A presença de cerca de 4.720 substâncias presentes na fumaça dos derivados do tabaco, faz com que o tabagismo seja responsável por aproximadamente 50 doenças Muitos estudos desenvolvidos até o momento evidenciam que o consumo de derivados do tabaco causa quase 50 doenças diferentes. Está comprovado que o tabagismo é responsável por: 200 mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora) 25% das mortes causadas por doença coronariana - angina e infarto do miocárdio 45% das mortes por infarto agudo do miocárdio na faixa etária abaixo de 65 anos 85% das mortes causadas por bronquite crônica e enfisema pulmonar (doença pulmonar obstrutiva crônica) 90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos) 25% das doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral) 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia). As mais recentes estimativas mundiais sobre câncer, divulgadas pelo GLOBOCAN 2008, apontam 12,7 milhões de casos novos e 7,6 milhões de óbitos por câncer no mundo. O tipo com maior mortalidade foi o câncer de pulmão (1,3 milhões de mortes). Outras Doenças Relacionadas ao Tabagismo: Hipertensão arterial Aneurismas arteriais Úlcera do aparelho digestivo Infecções respiratórias Trombose vascular Osteoporose Catarata Impotência sexual no homem Infertilidade na mulher Menopausa precoce Complicações na gravidez. Apresento-lhes o “Cigarro” A fumaça do cigarro é uma mistura de aproximadamente 4.720 substâncias tóxicas diferentes; que se constitui de duas fases fundamentais: a fase particulada e fase gasosa. Na fase gasosa é composta, entre outros por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína. A fase particulada contém nicotina e alcatrão. Essas substâncias tóxicas atuam sobre os mais diversos sistemas e órgão contém mais de 60 substanciam cancerígenas, sendo as principais citadas abaixo: Nicotina - é a causadora do vício e cancerígena; Benzopireno - substância que facilita a combustão existente no papel que envolve o fumo; Substâncias Radioativas - polônio 210 e carbono 14; Agrotóxicos - DDT; Solvente - benzeno; Metais Pesados - chumbo e o cádmio (um cigarro contém de 1 a 2 mg, concentrando-se no fígado, rins e pulmões, tendo meia-vida de 10 a 30 anos, o que leva a perda de capacidade ventilatória dos pulmões, além de causar dispnéia, enfisema, fibrose pulmonar, hipertensão, câncer nos pulmões, próstata, rins e estômago); Níquel e Arsênico - armazenam-se no fígado e rins, coração, pulmões, ossos e dentes resultando em gangrena dos pés, causando danos ao miocárdio etc.; Adolescência e Uso de Tabaco A iniciação do tabagismo na adolescência está associada a diversas razões, tais como imitação do comportamento do grupo, amigo próximo tabagista, pais tabagistas. Contribui para esse quadro a freqüente situação de fácil acesso, apontada como um fator de iniciação e indução ao consumo. Experimentação de cigarro pelo menos uma vez na vida foi informada por 24% dos escolares; Essa proporção aumentou com a idade, passando de 16% entre os escolares de até 13 anos e 41% entre os que tinham 16 anos ou mais, mas não houve diferença entre sexos. A prevalência de fumante regular foi de 6,3% e também aumentou com a idade, chegando a 14,4% entre os que tinham 16 anos ou mais e não variou entre meninos e meninas. Entre os que fumaram cigarro pelo menos uma vez na vida, 49,3% o fizeram até os 12 anos de idade, sendo que os meninos tendem a experimentar em idade mais precoce do que as meninas. A exposição ao tabagismo na adolescência tem inúmeras e importantes implicações para bem-estar e a saúde do adolescente, a curto, médio e longo prazos. Jovens fumantes quando comparados aos não fumantes, consomem 3 vezes mais álcool, usam 8 vezes mais maconha, 22 vezes mais cocaína e ainda apresentam comportamentos de risco como sexo sem proteção e agressão física (WHO, 2011). Comportamentos de risco em saúde na adolescência predizem menor nível educacional na vida adulta, contribuindo para aumentar as desigualdades em saúde. Fatores de Risco e de Proteção A prevalência de adolescentes que relataram ter fumado nos últimos trinta dias foi mais elevada entre aqueles que experimentaram álcool, tiveram relação sexual e fizeram uso de drogas alguma vez na vida e os que consumiram pelo menos uma dose de álcool nos últimos trinta dias. Já os adolescentes que faziam atividade física na maioria dos dias da semana, ou que fariam caso tivessem oportunidade, apresentaram menores prevalências de tabagismo. Drogas Ilícitas As drogas ilícitas são substâncias proibidas de serem produzidas, comercializadas e consumidas. Em alguns países, determinadas drogas são permitidas sendo que seu uso é considerado normal e integrante da cultura. Tais Substâncias podem ser estimulantes, depressivas ou perturbadoras do sistema nervoso central, o que perceptivelmente altera em grande escala o organismo. São drogas ilícitas: maconha, cocaína, crack, ecstasy, LSD, inalantes, heroína, barbitúricos, morfina, skank, chá de cogumelo, anfetaminas, clorofórmio, ópio e outras. Por serem proibidas, as drogas ilícitas entram no país de forma ilegal através do tráfico que promove a comercialização negra, ou seja, a comercialização feita sem a autorização das autoridades. Dentre as conseqüências que as drogas ilícitas trazem pode-se dar ênfase à violência gerada por elas em todas as fases de produção até o consumidor final. As demais conseqüências são: arritmia cardíaca, trombose, AVC, necrose cerebral, insuficiência renal e cardíaca, depressão, perda de memória, disfunções no sistema reprodutor e respiratório, câncer, espinhas, convulsões, desidratação, náuseas e exaustão. É importante esclarecer que a dependência das drogas é tratável, ou seja, através do auxílio médico e familiar uma pessoa pode deixar o vício e voltar a ter uma vida normal sem que necessite depositar substâncias que criam falsas necessidades no organismo. Drogas ilícitas e efeitos na saúde Atualmente, há uma grande variedade de substâncias psicoativas ilícitas disponíveis. Elas estão presentes em todas as classes farmacológicas (sedativas, estimulantes, alucinógenas) e muitas vezes são utilizadas por populações ou subculturas específicas, como o ecstasy pelos ravers e os inalantes e o crack pelos meninos de rua, para citar apenas alguns exemplos. Há, ainda, aquelas que atingiram um uso mais disseminado e „supracultural‟, como é o caso da maconha e da cocaína. No Brasil, estima-se que um quinto da população geral e um quarto dos estudantes de ensino médio tenham experimentado drogas ilícitas ou controladas ao menos uma vez na vida. O impacto social do consumo de drogas ilícitas é bem menor do que o observado no uso indevido de álcool e tabaco. Mas se as complicações relacionadas ao consumo de drogas ilícitas são menos freqüentes, estão longe de serem incomuns. Pelo contrário, seus usuários representam cerca de 5% do público atendido nas salas de emergência, um quarto das consultas em ambulatórios gerais (incluindo álcool) e metade das vagas em centros de tratamento especializados. Além disso, tanto a incidência de complicações agudas, quanto à busca por tratamento têm aumentado. Por fim, o perfil etário jovem dos usuários, as conseqüências das complicações agudas (boa parte com risco de morte considerável), a violência do mercado ilegal e os efeitos da marginalidade tornam este um assunto de saúde pública da maior importância. Tipos de Drogas Ilícitas Crack O crack é preparado a partir da extração de uma substância alcaloide da planta Erythroxylon coca, encontrada na América Central e América do Sul. Chamada benzoilmetilecgonina, esse alcaloide é retirado das folhas da planta, dando origem a uma pasta: o sulfato de cocaína. Chamada, popularmente, de crack, tal droga é fumada em cachimbos. Cerca de cinco vezes mais potente que a cocaína, sendo também relativamente mais barata e acessível que outras drogas, o crack tem sido cada vez mais utilizado, e não somente por pessoas de baixo poder aquisitivo, e carcerários, como há alguns anos. Ele está, hoje, presente em todas as classes sociais e em diversas cidades do país. Assustadoramente, cerca de 600.000 pessoas são dependentes, somente no Brasil. Tal substância faz com que a dopamina, responsável por provocar sensações de prazer, euforia e excitação, permaneça por mais tempo no organismo. Outra faceta da dopamina é a capacidade de provocar sintomas paranóicos, quando se encontra em altas concentrações. Perseguindo esse prazer, o indivíduo tende a utilizar a droga com maior frequência. Com o passar do tempo, o organismo vai ficando tolerante à substância, fazendo com que seja necessário o uso de quantidades maiores da droga para se obter os mesmos efeitos. Apesar dos efeitos paranóicos, que podem durar de horas a poucos dias e pode causar problemas irreparáveis, e dos riscos a que está sujeito; o viciado acredita que o prazer provocado pela droga compensa tudo isso. Em pouco tempo, ele virará seu escravo e fará de tudo para tê-la sempre em mãos. A relação dessas pessoas com o crime, por tal motivo, é muito maior do que em relação às outras drogas; e o comportamento violento é um traço típico. Neurônios vão sendo destruídos, e a memória, concentração e autocontrole são nitidamente prejudicados. Cerca de 30% dos usuários perdem a vida em um prazo de cinco anos – ou pela droga em si ou em consequência de seu uso (suicídio, envolvimento em brigas, “prestação de contas” com traficantes, comportamento de risco em busca da droga – como prostituição, etc.). Quanto a este último exemplo, tal comportamento aumenta os riscos de se contrair AIDS e outras DSTs e, como o sistema imunológico dos dependentes se encontra cada vez mais debilitado, as consequências são preocupantes. Superar o vício não é fácil e requer, além de ajuda profissional, muita força de vontade por parte da pessoa, e apoio da família. Há pacientes que ficam internados por muitos meses, mas conseguem se livrar dessa situação. Cocaína A cocaína é um alcalóide estimulante e anestésico local, extraído da planta Erythroxylon coca, utilizada principalmente por via intranasal, injetável ou pulmonar (crack). A via escolhida interfere na quantidade e na qualidade dos efeitos provocados pela substância. Além disso, cada via expõem os usuários a riscos relacionados ao modo de consumo. O uso concomitante de cocaína com depressores do SNC (álcool, benzodiazepínicos, opiáceos) é freqüente e com o intuito de equilibrar os efeitos estimulantes da droga. Desse modo, a dependência de álcool e benzodiazepínicos deve ser sempre considerada entre estes indivíduos. Maconha A cânhamo (Cannabis sativa) é uma planta psicoativa encontrada em vários do mundo, inclusive no Brasil. Os brotos femininos da planta secretam uma resina espessa que contém mais de 60 canabinóides, sendo o delta-9-9-THC) o mais potente. A forma mais comum em nosso meio é o a maconha ou "fumo", combinação de brotos, folhas, caules e sementes do cânhamo, fumados em cigarros de fabricação caseira (“baseados”). A concentração de THC nos brotos é variável: 0,5 - 8%. O haxixe é a resina coletada das folhas e brotos, sendo por isso mais concentrado (30%). Atualmente a engenharia genética e o cultivo hidropônico têm produzido maconhas híbridas (p.e. skunk) com maiores teores de THC: 17 a 20%. Nos últimos tempos, receptores e neurotransmissores canabinóides endógenos foram identificados. Agudamente, o consumo de maconha causa euforia, sensação de relaxamento, ansiedade, hipotensão, taquicardia, icoordenação motora, hiperemia conjuntival, boca seca e apetite exacerbado (larica) . Além destes, a ação do THC sobre o sistema canabinóide provoca alterações cognitivas, tais como afrouxamento das associações, confusão, alterações na memória de fixação, prejuízos da atenção, além de outros. Ecstasy Também chamado de droga do amor, o ecstasy é uma droga psicoativa. O ecstasy foi produzido por uma indústria farmacêutica no ano de 1914 com o intuito de ser utilizado como supressor do apetite, mas nunca foi utilizado para essa finalidade. Nos anos 60, começou a ser utilizado por psicoterapeutas para elevar o ânimo de pacientes; e na década de 70 passou a ser consumido recreativamente, sendo disseminado principalmente entre estudantes universitários. O uso dessa droga é proibido em vários países, inclusive no Brasil. Embora esse modo de utilização não seja mais empregado, o ecstasy pode ser injetado via intravenosa. Atualmente o consumo ilegal de ecstasy tem sido realizado na forma de comprimidos via oral. O efeito do ecstasy pode durar em média oito horas, mas isso varia de acordo com o organismo. Em pessoas que possuem maiores quantidades de enzimas metabolizadoras, o efeito do ecstasy pode durar menos tempo. À medida que as enzimas do organismo metabolizam as toxinas, elas produzem também metabólitos ativos que continuam exercendo atividade psicoativa, como se fosse a própria droga, mas com efeitos não muito agradáveis, que podem durar por mais algumas horas. Os usuários dessa droga sentem aumento do estado de alerta, maior interesse sexual, sensação de bem-estar, grande capacidade física e mental, euforia e aumento da sociabilização e extroversão. Após o uso da droga ocorrem alguns efeitos indesejados, como aumento da tensão muscular e da atividade motora, aumento da temperatura corporal, enrijecimento e dores na musculatura dos membros inferiores e coluna lombar, dores de cabeça, náuseas, perda do apetite, visão borrada, boca seca, insônia, grande oscilação da pressão arterial, alucinações, agitação, ansiedade, crise de pânico e episódios breves de psicose. O aumento no estado de alerta pode levar à hiperatividade e à fuga de idéias. Nos dias seguintes ao uso da droga o usuário pode ficar deprimido, com dificuldade de concentração, ansioso e fatigado. O uso em longo prazo do ecstasy causa muitos prejuízos à saúde. O excesso de serotonina na fenda sináptica provocado pelo uso da droga causa lesões nas células nervosas irreversíveis. Essas células, quando lesionadas, têm seu funcionamento comprometido, e só se recuperam quando outros neurônios compensam a função perdida. Estudos realizados em humanos consumidores dessa droga comprovam a perda da atividade serotoninérgica, que leva seu usuário a apresentar perturbações mentais e comportamentais, como dificuldade de memória, tanto verbal como visual, dificuldade de tomar decisões, ataques de pânico, depressão profunda, paranóias, alucinações, despersonalização, impulsividade, perda do autocontrole e morte súbita por colapso cardiovascular. O uso do ecstasy pode causar lesão no fígado, que fica amolecido, além de aumentar de tamanho, com tendência a sangramentos. Dependendo do grau de toxicidade, o quadro evolui para hepatite fulminante, podendo causar a morte caso não haja um transplante de fígado. No coração, a aceleração dos ritmos cardíacos e o aumento da pressão arterial podem levar à ruptura de alguns vasos sanguíneos, causando sangramentos. O uso de ecstasy ligado à intensa atividade física (dançar por várias horas) pode causar aumento da temperatura corporal e consequente hemorragia interna, o que pode levar à morte. O aumento da temperatura corporal tem alguns sintomas como desorientação, parar de transpirar, vertigens, dores de cabeça, fadiga, câimbras e desmaio. Ainda não há estudos que comprovem que o ecstasy provoca dependência física, mas também não podemos afirmar que isso não irá acontecer. LSD O LSD, acrônimo de dietilamida ácido lisérgico, produz grandes alterações no cérebro, atuando diretamente sobre o sistema nervoso e provocando fenômenos psíquicos, como alucinações, delírios e ilusões. É uma substância sintética, produzida em laboratório, que adquiriu popularidade na década de 60, quando não era vista como algo prejudicial à saúde. Pode ser consumida por via oral, injeção ou inalação, e se apresenta em forma de barras, cápsulas, tiras de gelatina e líquida; seus efeitos duram de oito a doze horas. Os efeitos físicos dessa droga são: dilatação das pupilas, sudorese, aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial, aumento da temperatura, náuseas, vômitos. Os sintomas psíquicos são alucinações auditivas e visuais, sensibilidade sensorial, confusão, pensamento desordenado, perda do controle emocional, euforia alternada com angústia, dificuldade de concentração. É importante destacar que os efeitos do LSD dependem do ambiente, da qualidade da droga e da personalidade da pessoa. O LSD é mais usado por adolescentes e jovens, que querem experimentar visões e sensações novas e coloridas, pois as formas, cheiros, cores e situações se modificam, levando a pessoa a criar ilusões e delírios, como por exemplo, paredes que escorregam, mania de grandeza e perseguição. Pode ocorrer também um “flashback”, fenômeno no qual são sentidos os efeitos da droga após um período de semanas ou meses sem usá-la. O LSD é conhecido também com outros nomes como doce, ácido, gota, papel e microponto. Atividade Física e o Uso de Drogas Relembrando os motivos que normalmente levam alguém a provar ou a usar ocasionalmente drogas podemos citar: Sensação imediata de prazer que produzem; Aliviar dores, tensões, angústias, depressões, solidões; Sentimento de Poder e sentir-se acima dos outros; Busca por auto-conhecimento; ATIVIDADES QUÍMICA: FÍSICAS NO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA Quando falamos em atividade física para dependentes químicos é fundamental dizer que, diariamente, todos os exercícios são feitos com objetivo de trabalhar o paciente como um ser global, enfatizando que a atividade física, para eles, não é só praticar exercícios regularmente, mas sim um fator de proteção e sobrevivência na vida após internação. Os pacientes aprendem sobre aspectos fisiológicos, melhoram sua postura e, principalmente, começam a reorganizar sua própria leitura corporal. Desta forma, é possível modular sua autoestima, que na maioria dos casos está prejudicada em função de vários fatores ligados a dependência química e a doenças comportamentais. Os exercícios de resistência têm como função melhorar força muscular, fortalecer as articulações e produzir hormônios como a testosterona para os homens e Gh para as mulheres (estabilizam as reações químicas ligadas aos tecidos e estruturas musculares internas, fibras, tendões e ligamentos). Ou seja, a adaptação periférica do corpo pelos segmentos musculares e os exercícios aeróbicos melhoram as adaptações específicas cardiorespiratórias (coração e pulmão). O metabolismo funciona constantemente após os exercícios. Os hormônios mais conhecidos são a DOPAMINA e a SEROTONINA, que estão interligados na área de prazer do cérebro, desta forma, sendo estimulados, trazendo a sensação para os pacientes de bem estar que muitas vezes foi alcançada apenas com o uso abusivo de drogas. Os exercícios fazem com que o corpo receba uma carga de SEROTONINA, conhecido como hormônio do bom humor, e ENDORFINA, que auxiliam no tratamento dos dependentes químicos e contribuem de forma efetiva para que não recorram às drogas no caso de depressão ou tristeza excessiva. DOPAMINA é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. Tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central. SEROTONINA é um neurotransmissor, ter funções diversas, como o controle da liberação de alguns hormônios e a regulação do ritmo circadiano, do sono e do apetite. ENDORFINA é um neurotransmissor, e é uma substância química utilizada pelos neurônios na comunicação do sistema nervoso. Sua denominação se origina das palavras "endo" (interno) e "morfina" (analgésico). A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA PARA O DEPENDENTE: A prática da atividade física contribui no desenvolvimento da personalidade, oferecendo a seus praticantes saúde, bem-estar, autodeterminação e responsabilidade social (com o grupo e a comunidade em que se encontram, seja social, escolar ou familiar). A atividade física trabalha diretamente no treinamento de autocontrole, onde o indivíduo irá aprender a se controlar (sem ajuda externa) nas situações extremas e difíceis de tratamento e da vida, a fim de evitar reações psicofísicas exageradas (por exemplo: ansiedade e raiva) e comportamento social inadequado (por exemplo: conduta agressiva). Um exemplo é aula de yoga tem como objetivo o treinamento da concentração. A prática da atividade física contribui no desenvolvimento da personalidade, oferecendo a seus praticantes saúde, bem-estar, autodeterminação e responsabilidade social (com o grupo e a comunidade em que se encontram, seja social, escolar ou familiar). A atividade física trabalha diretamente no treinamento de autocontrole, onde o indivíduo irá aprender a se controlar (sem ajuda externa) nas situações extremas e difíceis de tratamento e da vida, a fim de evitar reações psicofísicas exageradas (por exemplo: ansiedade e raiva) e comportamento social inadequado (por exemplo: conduta agressiva). Um exemplo é aula de yoga tem como objetivo o treinamento da concentração. FONTES: http://www.colegioweb.com.br http://ctviva.com.br/blog/atividades-fisicas-no-tratamento-da-dependenciaquimica-2/ www.segs.com.br http://pt.wikipedia.org www.casadobem.org.br http://www.bloglog.globo.com/blog/blog.do?act=loadSite&id=288&postId=12577& permalink=true SAHD 3FRACASSO2MIALICK1 A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA COMO AUXÍLIO NO PROCESSO DE TRATAMENTO PARA A DEPENDÊNCIA QUÍMICA EM PESSOAS DE 18 A 35 ANOS. http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/alcoolismo/alcoolismo/ http://www.minhavida.com.br/saude/temas/tabagismo