DEPARTAMENTO DE SAÚDE E SERVIÇOS CURSO TÉCNICO DE METEOROLOGIA COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROF ª ELIANE S. BARETA GONÇALVES PROF º ORIENTADOR: MICHEL MUZA Loren Alana Brito Lima Maria Eduarda Viana Thuany Alves FRENTES E CICLONES NO ÂMBITO DA OBSERVAÇÃO FLORIANÓPOLIS, JUNHO DE 2012 Aos nossos pais, pela força, paciência e apoio dedicados a nós. “A conquista é um acaso que talvez dependa mais das falhas dos vencidos do que do gênio do vencedor.” (Anne Louise Germaine Necker) RESUMO O presente trabalho tem como objetivo verificar a frequência das frentes , caracterizar o sistema pré-frontal, frontal e pós-frontal e a mudança na direção dos ventos . Estudar sobre as frentes foi essencial para entendermos o que acontece na atmosfera. Existem 5 frentes: Frente fria, Frente quente, Frente estacionária, Frente oclusa e Frente polar. Uma das frentes que atingem bastante Santa Catarina é a frente fria, pois é uma região frontogenética e ao observar a frente, podemos perceber o quanto a sua presença é sentida no sul do continente, influenciando atividades humanas no mar e na terra. A frente fria tem uma ligação à alta pressão atmosférica formada no sul da América do Sul, como Argentina, Paraguai, Uruguai e o sul do Brasil. Existe também o ciclone extratropical, ciclone subtropical e o ciclone tropical e a diferença básica entre eles é que o ciclone extratropical depende da frente fria e também circulação geral da atmosfera para ter uma estrutura e são formados fora das regiões tropicais, o ciclone subtropical tem esse nome pelo fato de ocorrer fora dos trópicos, que também pode ser confundido com o ciclone que mencionamos antes, o extratropicais e temos o ciclone tropical que tem uma estrutura própria e se forma nas águas quentes do mar. O ciclone tropical, também conhecido como furacão, depressão tropical, tempestade ciclônica, tempestade tropical ou até mesmo tufão, é raramente visto no Hemisfério Sul e muito frequente no Hemisfério Norte. Iremos explicar melhor como ocorrer e suas formações nos próximos capítulos. PALAVRAS-CHAVE: Ciclones. Frentes frias. Escala sinótica. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Formação de uma frente fria..................................................................10 FIGURA 2 - Carta Sinótica de superfície mostrando a simbologia das frentes.........12 FIGURA 3 - Passagem de uma frente fria na América do Sul...................................14 FIGURA 4 - Formação de uma frente quente............................................................15 FIGURA 5 - Formação da frente oclusa.....................................................................17 FIGURA 6 - Oclusão da frente fria.............................................................................18 FIGURA 7 - Oclusão da frente quente.......................................................................18 FIGURA 8 - Formação da frente estacionária............................................................19 FIGURA 9 - Centros de baixa e alta pressão.............................................................21 FIGURA 10 - Furacão Katrina na costa leste da Flórida............................................24 FIGURA 11 - Furacão Catarina na costa leste de SC e RS.......................................24 FIGURA 12 - Formação de um ciclone subtropical no sul do RS..............................25 FIGURA 13 - Formação de um ciclone extratropical na costa leste do dos EUA.....26 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 7 1.1 OBJETIVO GERAL ….......................................................................................... 7 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................8 2 FRENTES.................................................................................................................9 2.1 DADOS E MATERIAIS...........................................................................................9 2.2 FRENTE FRIA....................................................................................................... 9 2.2.1 Chuvas associadas à frente fria..........................................................................9 2.2.2 Frente fria na escala sinótica............................................................................ 11 2.2.3 Frente observada............................................................................................ 12 2.3 FRENTE QUENTE...............................................................................................15 2.4 FRENTE OCLUSA.............................................................................................. 17 2.4.1 Oclusão da Frente Fria......................................................................................17 2.4.2 Oclusão da Frente Quente................................................................................18 2.5 FRENTE ESTACIONÁRIA....................................................................................19 2.6 FRENTE POLAR................................................................................................. 19 3 CICLONES..............................................................................................................21 3.1 Baixa Pressão......................................................................................................21 3.2 Alta Pressão.........................................................................................................21 3.3 Como se forma um CICLONE..............................................................................22 3.4 O que é um CICLONE..........................................................................................22 3.5 Tipos de CILONE..................................................................................................23 3.5.1 Ciclones Tropicais.............................................................................................23 3.5.2 Ciclones Subtropicais........................................................................................25 3.5.3 Ciclones Extratropicais......................................................................................26 4 CONCLUSÃO........................................................................................................ 27 5 REFERÊNCIAS......................................................................…............................ 29 7 1 INTRODUÇÃO As frentes basicamente são classificadas, de acordo com as características térmicas da massa de ar que seguem, em quentes e frias. As frentes frias se deslocam na direção do polo-equador, enquanto as frentes quentes se deslocam do equador-polo. Na discussão que se segue os termos pré-frontal e pós-frontal são relativos à ocorrência de chuva antes (pré) e depois (pós) da frente. Assim, a massa de ar invasora se classifica como pós-frontal. (VAREJÃO, 2006, p. 373).________ Uma massa de ar pode ser definida, como um corpo de ar horizontal e homogêneo deslocando-se como uma entidade reconhecível, e tendo tanto origem tropical como polar. A massa de ar sofre modificações térmicas e dinâmicas depois que deixa sua área de origem._________________________________________ Quando duas ou mais massas de ar de características diferentes se encontram, elas não se misturam. Forma-se entre elas uma zona de transição, que recebe influências das massas envolvidas e que, por isso, se apresenta como uma zona de instabilidade meteorológica. Essa faixa de ar recebe o nome de frente. Durante a passagem de uma frente fria, as condições do tempo sofrem algumas modificações, como por exemplo: A pressão atmosférica antes da passagem dessa frente diminui; durante a passagem a pressão aumenta e, após a passagem da mesma ela aumenta lentamente. Já a direção do vento antes da passagem muda de direção e após a passagem da frente os ventos ficam de quadrante sudeste a quadrante leste. As nuvens antes da frente são chamadas de altocumulos, stratocumulos seguidas por cumulonimbus. (DINIZ, 2009) 1.1 Objetivo geral: Esta pesquisa tem o intuito de investigar as características observacionais da atuação de frentes frias no âmbito dos registros em estações meteorológicas. 8 1.2 Objetivos específicos São os objetivos específicos desta monografia: a) descrever as principais mudanças na atmosfera com a atuação das frentes; b) comparar os aspectos locais com as características de grande escala espacial quando da ocorrência do sistema frontal; c) definir o significado de cada frente e suas características. 9 2 FRENTES Uma frente é definida como a fronteira entre duas massas de ar de diferentes temperatura e densidade. Elas não se misturam (imediatamente) devido às suas diferentes densidades. Em vez de se misturarem, a massa de ar mais leve e com temperatura mais elevada sobe sobre a massa mais fria e mais densa; a frente é a região de transição entre elas. 2.1 DADOS E MATERIAIS Foram utilizados dados da estação meteorológica do IFSC para termos melhor nossa localização. Esta estação é uma plataforma de coleta de dados sendo sua latitude de -27,6º, longitude -48,5º, altitude de 12,3 m. Os produto a partir de imagens de satélite denominado Google Earth foi utilizado para obter a topografia da região. Também foram utilizadas diversas outras informações e produtos que estão disponibilizadas em sites institucionais e de empresas voltadas para a meteorologia. 2.2 FRENTE FRIA____________________________________________________ 2.2.1 CHUVAS ASSOCIADAS À FRENTE FRIA Quando uma massa de ar fria se desloca sobre uma região mais quente (portanto se classifica como fria) a camada atmosférica que está em contato direto com a superfície é aquecida por condução, causando instabilidade. O movimento convectivo que foi gerado transfere o ar aquecido para níveis mais elevados. A espessura da camada atingida pela convecção depende da diferença entre as temperaturas do ar e da superfície que está abaixo. A convecção será tanto mais intensa quanto maior essa mudança. O transporte vertical de calor, associado ao ar que se eleva, forçosamente provocará um aumento da temperatura da massa de ar como um todo. Essa distribuição vertical de temperatura, portanto, vai sendo aos poucos alterada e, a tendência é que haja um aquecimento progressivo com o passar do tempo. 10 O resfriamento que foi causado pela expansão do ar em movimento que tende a subir é responsável pela origem de nuvens convectivas (cúmulos e cumolonimbos) e, havendo umidade suficiente, ocorrerão precipitações intensas, do tipo aguaceiro (pancadas de chuva), muito provavelmente acompanhadas de trovoada. A condensação também contribui para o aquecimento do ar (por liberar calor latente) e, a precipitação representa uma redução da umidade (desumidificação) da massa de ar. Para entendermos melhor, segue abaixo a imagem._____________________ FONTE: DINIZ (2009)___________________________________________________________________________________ FIGURA 1 - Formação de uma Frente Fria Sob o ponto de vista de um observador que se encontra na região que foi invadida pela massa de ar fria, ocorrerá, imediatamente após sua chegada, uma grande queda na temperatura do local (isso ocorre devido à substituição do ar quente pelo ar frio), bem como o desenvolvimento de nuvens convectivas e a ocorrência de pancadas de chuva, quase sempre acompanhados de trovões e relâmpagos. A visibilidade horizontal será boa, exceto durante as pancadas. Depois de algum tempo, o ar frio invasor que chega ao local onde o observador está, à superfície já se encontra menos aquecida. Como consequência, irão se formar nuvens convectivas menos desenvolvidas e a intensidade da precipitação irá diminuir. 11 2.2.2 FRENTE FRIA NA ESCALA SINÓTICA Os sistemas de escala sinótica têm uma extensão de 1000 a 10000 km e duram de dias a semanas. No inverno as massas de ar se destacam nessa escala sinótica, são os sistemas frontais, vórtices ciclônicos, ciclones extratropicais, bloqueios atmosféricos e os sistemas associados à instabilidade do jato subtropical. As características de temperatura das massas de ar são representadas pelos termos tropical e polar, que correspondem ao ar quente e frio e, as características de umidade são representadas pelos termos continentais e marítimos, correspondendo ao ar seco e úmido. (MORAN et al, 1994).__________________________________ As massas de ar frio que possuem maior intensidade são observadas todos os anos em duas regiões preferenciais: a primeira localizada próximo aos Andes entre 20º e 30ºS e, a segunda localizada no sul do Brasil. As invasões de ar polar em baixas altitudes tendem a organizar a convecção tropical e as chuvas no verão, enquanto no inverno produzem o resfriamento e instabilidade (KAYNO e KOUSKY, 1996). Na atmosfera, as frentes frias representam zonas de forte transição entre massas de ar com característica físicas diferentes, associadas às ondas baroclínica (densidade depende da temperatura e pressão) de latitudes médias. A imagem abaixo mostra um exemplo típico de frente fria na escala sinótica. 12 FONTE: CPTEC (2012) FIGURA 2 – Carta sinótica de superfície mostrando a simbologia de frentes. 2.2.3 FRENTE OBSERVADA Durante a passagem de uma frente fria, as condições do tempo sofrem algumas modificações, como por exemplo: A pressão atmosférica antes da passagem dessa frente diminui; durante a passagem ela aumenta, e após a passagem da mesma ela aumenta lentamente. Já a direção do vento antes da passagem muda de direção e após a passagem da frente os ventos ficam de sudeste a leste. As nuvens antes da frente são chamadas de altocumulos, stratocumulos seguidas por cumulonimbus. Durante a passagem de uma frente fria, a mudança e as condições de tempo associadas são apresentadas no quadro 1. 13 QUADRO 1 – Caracterização dos elementos na passagem de uma frente fria. Parâmetros Antes da meteorológicos passagem Pressão atmosférica Diminui. Durante a passagem Após a passagem Aumenta Aumenta consideravelmente. lentamente. Direção e velocidade Muda de direção Muda bruscamente de Vento de do vento (ex: leste para direção para NW. intensidade NW). O vento Ventos fortes com moderada diminui. aumenta sua rajadas. Ventos de sudeste intensidade. Temperatura do ar Estável, começa a a leste. Diminui bruscamente. Sofre pouca diminuir ou variação com a aumentar. chuva. Umidade relativa do Aumente no ar decorrer da bruscamente após chuva. a chuva. Tipos de nuvens Mantém-se elevada. Cirrus, Cumulonimbus, altocumulos, altostratus. Diminui Cúmulos. altoestratus e cumulonimbus. Fenômeno Chuva e, por Pancada de chuva Chuva, às vezes meteorológico vezes, granizo. forte, granizo, nevoeiro. trovoada, descarga elétrica. Visibilidade Fraca. Muito fraca e reduzida. FONTE: DINIZ (2009) Fraca a boa. 14 De acordo com a imagem do satélite GOES-10, do dia 11 de fevereiro de 2009, às 15h45min do horário de Brasília, retrata-se a situação real em que a atmosfera se encontra na passagem de uma frente fria, com a faixa de nuvens que vai do Paraguai até os estados de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, em direção ao Oceano Atlântico. A frente, mostra uma grande área da massa de ar quente, com manchas brancas de nuvens esparsas, enquanto ao sul da frente fria tem-se uma grande área escura, que é o domínio da massa de ar fria e seca, de origem subantártica. Segue abaixo a imagem. FONTE: DINIZ (2009) FIGURA 3 – Passagem de uma frente fria na América do Sul 15 2.3 FRENTE QUENTE Uma frente quente é denominada quando ocorre a invasão ou a passagem de uma massa de ar quente que substitui o ar relativamente frio existente em uma determinado região. Neste caso, a superfície frontal quente se estende na mesma direção da massa de ar quente, por cima do ar pré-frontal. Esta situação das massas de ar sobreposto à superfície da terra, tendendo à estabilidade, provoca um deslocamento mais lento do sistema, menor velocidade da frente quente em relação à frente fria. À medida que a frente se aproxima, o ar quente se concentra mais próximo da superfície, e nuvens médias altostratus e altocumulos são formadas. O processo da chuva ou neve ocorre quando as nuvens altostratus atingem sua maior densidade. A intensificação da precipitação pode ocorrer com a formação das nuvens nimbostratus. (DINIZ 2009) A imagem abaixo está retratando a formação da frente quente:. FONTE: DINIZ (2009) FIGURA 4 – Formação de uma frente quente 16 Durante a passagem de uma frente quente, a mudança e as condições de tempo estão demonstradas no quadro 2. QUADRO 2 - Caracterização dos elementos na passagem da frente quente No domínio da frente Na retaguarda da frente Diminuição constante Cessa a diminuição Pequena variação Vento Recua e aumenta a velocidade Muda a direção, diminui a velocidade Constante Temperatura Constante ou aumento gradual Elevação rápida Pequena variação Umidade Aumento gradual Elevação rápida Pequena variação Nuvens Cirrus, Cirrostratus, Altostratus, Nimbostratus, em sucessão Nimbos e Stratus baixos Stratus e Stratocumulus Tempo Chuva continua A precipitação quase cessa Boas condições ou chuvas intermitentes ou chuvisco Boa, exceto nas chuvas Ruim, neblina e nuvens baixas causam má visibilidade Frequentemente ruim, com nuvens baixas e neblina ou nevoeiro Elemento Na vanguarda da frente Pressão Visibilidade FONTE: DINIZ (2009) 17 2.4 FRENTE OCLUSA_________________________________________________ De acordo com (Diniz, 2009), há dois tipos de frente oclusas. Para diferenciá-las é necessário comparar a densidade do ar pós-frontal (retaguarda) da frente fria com a do pré-frontal (vanguarda) da frente quente. O ar pós-frontal é aquele que invade a área considerada depois da passagem da frente e, o ar pré-frontal é o que tem em uma região antes da passagem de uma frente. A frente que desaparece da superfície é dita oclusa e permanece em atividade por algum tempo, se deslocando para o continente. A imagem abaixo ilustra uma frente oclusa se formando. FONTE: DINIZ (2009) FIGURA 5 – Formação da Frente Oclusa 2.4.1 Oclusão da frente fria É um sistema que se forma quando o ar que se encontra na frente (vanguarda) da frente quente e menos frio do que o ar que vem por trás (retaguarda) da frente fria. O ar que está por trás da frente fria é mais denso e faz com que a cunha se levante primeiro. A figura abaixo representa a oclusão da frente fria. 18 FONTE: DINIZ (2009) FIGURA 6 - Oclusão de Frente Fria 2.4.2 Oclusão da frente quente É o sistema que se forma quando o ar que se encontra adiante da frente quente é mais frio que o ar por trás da frente fria. Por ser mais leve, o ar que está por trás da frente subirá primeiro. Abaixo a figura representa a oclusão da frente quente. FONTE: DINIZ (2009)_______________________________________________________________________ FIGURA 7 – Oclusão de Frente Quente___________________ 19 2.5 FRENTE ESTACIONÁRIA___________________________________________ Segundo Andrade,( 2007) uma frente estacionária é quando não há nenhum ou pouco avanço das massas de ar. Em uma frente estacionária o movimento do ar não se dirige para a massa de ar quente ou frio, mas paralelo à linha da frente. A figura 8 representa uma frente estacionária formada.______________________________ FONTE: DINIZ (2009) FIGURA 8 – Formação da Frente Estacionária 2.6 FRENTE POLAR__________________________________________________ Na América do Sul, o ar quente que fica ao norte da frente polar é chamado massa de ar tropical e inclui as regiões tropical e subtropical. O ar frio que está ao sul da frente polar é chamado de massa de ar polar, de origem das regiões Antártica e subantártica.________________________________________________________ Entre as massas de ar polar e de ar tropical há uma fronteira semicontínua e semipermanente. Ela é parte integrante de uma antiga teoria meteorológica conhecida como “Teoria da frente polar”. No período de inverno as frentes polares, vindas da Região Antártica, avançam com as massas de ar frio para latitudes mais baixas que no verão, quando avançam mais para a Região Equatorial. Os avanços e retrocessos das frentes polares são as características fundamentais das latitudes médias, que por sua vez, causam a variação no tempo e no clima na região tropical._____________________________________________ 20 O forte gradiente de temperatura na frente polar, causa um forte gradiente de pressão horizontal. Ao longo da frente polar forma-se a corrente de jato, em torno dos 12 km de altitude. (ZOAR) 21 3 CICLONES________________________________________________________ Para entendermos melhor o que é um ciclone, temos que compreender o sistema que lhe sustenta, que é a baixa pressão e, raramente uma alta pressão, que foi o sistema que causou o Furacão Catarina. 3.1 BAIXA PRESSÃO (B)______________________________________________ É uma área de mínimo relativo de pressão que tem ventos convergentes (sopram em direção ao centro) e com rotação no mesmo sentido da rotação da Terra (sentido horário no Hemisfério Sul). Também chamado como ciclone, é o oposto do anticiclone.__________________________________________________ 3.2 ALTA PRESSÃO (A)_______________________________________________ É uma área de máximo relativo de pressão que tem ventos divergentes (sopram do centro para fora) e com rotação oposta à rotação da Terra (anti-horário do Hemisfério Sul). Também chamado de Anticiclone. Abaixo a formação de um ciclone e anti-ciclone devido a baixa e alta pressão. FONTE: PORTAL SÃO FRANCISCO FIGURA 9 – Centros de baixa e alta pressão 22 3.3 Como se forma um CICLONE_________________________________________ A formação dos ciclones ocorre sobre as águas quentes dos oceanos. O aquecimento de uma determinada superfície origina um centro de baixa pressão atmosférica, proporcionando condições favoráveis para o desenvolvimento dos ciclones. 3.4 O que é um CICLONE______________________________________________ Os ciclones são fenômenos naturais que provocam ventos com velocidade superior a 200 quilômetros por hora, além de fortes chuvas, causando grandes transtornos por onde passa. São vórtices atmosféricos que giram em torno de um centro de baixa pressão, atingindo as regiões equatoriais e, principalmente, as tropicais. Dependendo de sua localização e de sua intensidade, o ciclone pode receber outros tipos de nomes, tais como: Furacão, tufão, tempestade tropical, tempestade ciclônica, depressão tropical ou simplesmente ciclone. Quando esse fenômeno ocorre no oceano Atlântico, por exemplo, ele é chamado de furacão, já quando ocorre no oceano Pacífico, o ciclone recebe o nome de tufão. A movimentação das nuvens e dos ventos de um ciclone varia conforme o Hemisfério onde o fenômeno se desenvolve: no Hemisfério sul o sentido de rotação é horário e no Hemisfério norte o sentido de rotação é anti-horário. Essa característica é determinada pela aceleração da força de Coriolis. Conforme a velocidade que os ventos atingem, os ciclones se encaixam em diferentes categorias:__________________________________________________ a) Categoria 1 (intensidade mínima): ventos entre 118 Km/h e 152 Km/h; b) Categoria 2 (intensidade moderada): ventos entre 153 Km/h e 176 Km/h; c) Categoria 3 (intensidade forte): ventos entre 177 Km/h e 208 Km/h; d) Categoria 4 (intensidade extrema): ventos entre 209 Km/h e 248 Km/h; e) Categoria 5 (intensidade catastrófica): ventos com velocidade superior a 249 Km/h. 23 De alguns tempos para cá, os ciclones e os demais fenômenos climáticos estão ocorrendo em um menor período de tempo, já que as mudanças climáticas estão alterando todo o planeta.______________________________________________ 3.5 Tipos de CICLONES_______________________________________________ Existem três tipos de ciclones: os tropicais, subtropicais e os extratropicais. Iremos identificar cada um a seguir e, falar um pouco sobre eles, mostrando algumas imagens._____________________________________________________ 3.5.1 Ciclones Tropicais________________________________________________ São chamados de 'tropicais' devido a sua formação em regiões trópicas e também por se originarem de massas de ar tropicais marítimas. Estes sistemas são chamados de 'ciclones' devido a sua natureza ciclônica. Reforçando o que foi colocado anteriormente, no hemisfério norte, os ciclones tropicais giram em sentido anti-horário e no hemisfério sul giram em sentido horário. Ciclone tropical é caracterizado por um sistema de baixa pressão, por trovoadas e por um núcleo morno, que produz ventos fortes e chuvas torrenciais. Alimenta-se do calor libertado quando ar úmido sobe e o vapor de água associado se condensa. Os ciclones tropicais são alimentados por diferentes formas de libertação de calor do que outros fenômenos ciclônicos.______________________ Estes sistemas também são capazes de gerar ondas fortes e a maré ciclônica, uma elevação do nível do mar associada ao sistema. Estes fatores secundários podem ser tão devastadores quanto aos ventos e às chuvas fortes. Muitos ciclones tropicais formam-se quando as condições atmosféricas em torno de uma perturbação fraca na atmosfera são favoráveis. Outros se formam quando outros tipos de ciclones adquirem características tropicais. Estes sistemas tropicais movem-se por meio de correntes de ar na troposfera. Quando as condições atmosféricas continuam favoráveis, o ciclone tropical se intensifica e geralmente se forma no seu núcleo um olho. Por outro lado, quando as condições atmosféricas tornam-se desfavoráveis ou o sistema atinge a costa, ele começa a se enfraquecer e logo se dissipa. Abaixo na figura 10, uma foto do 24 Furacão Katrina que ocorreu no dia 25 de Agosto de 2005 no hemisfério norte (antihorário). FONTE: APOLO11 (2007) FIGURA 10 – Furacão Katrina na costa leste da Flórida E, no dia 24 de Março de 2004 no Sul do Brasil, mas precisamente no norte do Rio Grande do Sul e sul Santa Catarina, acontece o fenômeno Furacão Catarina. Abaixo a imagem de sua formação completa. FONTE: SILVEIRA (2012) FIGURA 11 - Furacão Catarina na costa leste de SC e RS 25 O Catarina pegou muitos moradores de surpresa e até profissionais da área, como meteorologistas, pois ninguém esperava que ele iria vir a se tornar um Furacão. O rastro que o Catarina deixou, segundo o Greenpeace, foi de 32.000 casas danificadas, 1.000.000.000 de reais em prejuízos, 13.000 desabrigados, 150 feridos e 11 mortes. O pesquisador do INPE Carlos Nobre falou que começou a surgir evidências e, que nós já teríamos entrado numa era em que os extremos climáticos poderiam se tornar mais intensos ou poderiam acontecer com mais frequência., com a ocorrência do Catarina. (WILMARX) 3.5.2 Ciclones Subtropicais Os ciclones subtropicais têm características tanto dos ciclones tropicais como dos extratropicais: retiram energia do ar quente e úmido sobre os mares e são comuns perto da latitude 50º N, área de variação moderada de temperatura. Podem ainda se transformar em furacões. Os subtropicais também são chamados de depressões subtropicais, quando seus ventos são menores que 60 km/h e, de tempestades subtropicais, quando seus ventos são iguais ou maiores que 60 km/h. Abaixo uma imagem do CPTEC, mostrando a formação de um ciclone subtropical. FONTE: PAULO TEMPO (2010) FIGURA 12 – Formação de um Ciclone Subtropical no Sul do RS 26 3.5.3 Ciclones Extratropicais Os ciclones extratropicais também são sistemas de ar de baixa pressão, só que, ao contrário dos ciclones tropicais, retiram sua energia das diferenças de temperatura entre as várias camadas da atmosfera. Além disso, os extratropicais têm seus ventos mais fortes próximos à tropopausa, camada da atmosfera a mais ou menos 12 km da superfície. A imagem abaixo mostra a formação de um ciclone extratropical. FONTE: WIKIGEO (2012) FIGURA 13 – Formação de um ciclone extratropical na costa leste dos EUA 27 4 CONCLUSÃO Quando observamos alguns dados de estações meteorológicas, para ajudar a realizar o trabalho, percebemos que muitas frentes frias ocorreram no sul do Brasil, aqui em Santa Catarina. _______________________________________________ Conforme o frio se aproxima (inverno) vamos perceber muitas passagens de frentes frias aqui em Florianópolis e a atuação do vento Sul, que é predominante nessa época._________________________________________________________ Vimos que o processo de formação da frente fria ocorre pelo fato do ar frio ser mais denso que o ar quente, forçando-o a subir. O sul e o sudeste são as regiões mais atingidas pelas frentes frias, cerca de 3 a 5 vezes ao mês e, com média de duração de 3 dias. O processo de formação da frente quente, ocorre quando uma massa de ar quente se sobrepõe a uma massa de ar frio. Quanto à frente oclusa, temos dois tipos, quando uma frente fria alcança a frente quente, ou, uma frente quente alcançando uma frente fria, ou seja, ficaria uma mistura de frentes. Mas, não vamos confundir frente oclusa com frente estacionária, que é quando uma frente fria encontra uma frente quente e tanto uma quanto a outra não tem avanço, causando assim uma frente parada (estacionária).___________________________________ Observamos que ocorrem três tipos de ciclones, os que se formam dentro dos trópicos (tropicais) que, é o que se tem mais densidade e força que é alimentado pelas águas quentes do Golfo e, ocorrem mais no hemisfério norte pelo fato das águas quentes. Tivemos uma formação de ciclone aqui no Brasil, o Catarina, em 2004, o que foi uma surpresa pois ninguém achava que viria a se tornar um furacão no hemisfério sul. Ocorrem também os subtropicais que podem ser considerados tropicais ou extratropicais podendo se tornar furacões, são também chamados de tempestades tropicais com vento de 60 km/h. São os que acontecem aqui no sul do Brasil com mais frequências. Os extratropicais é o inverso dos tropicais, retirando assim sua força das diferentes temperaturas da camada atmosférica, com seus ventos ocorrendo com mais intensidade na tropopausa._____________________ Sabemos a importância que as frentes e ciclones dão ao nosso planeta, querendo ou não, são eles que possibilitam um equilíbrio térmico na terra e, apesar de seus estragos, são fenômenos maravilhosos da natureza. Não podemos evitar 28 quando ocorrem, afinal quem somos nós para fazer isso. Mas, podemos prevê-los com muitos equipamentos que existem hoje em dia, podendo, assim, alertar a população para se prevenir de uma frente ou de um ciclone. 29 REFERÊNCIAS ANDRADE, Kelen Martins. 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