Desempenho agronômico de caracteres

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Desempenho agronômico de caracteres morfológicos de cultivares de milho de ciclo
superprecoce em Santa Maria – Rio Grande do Sul
Daniela Lixinski Silveira1 Alberto Cargnelutti Filho2 Cláudia Burin3 Fernanda Martins Simões4
Bruna Mendonça Alves5 Cleiton Antonio Wartha6 André Lavezo7
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é um dos mais importantes cereais produzidos em todo o mundo. É
uma planta gramínea da espécie Zea mays L., um cereal com altas qualidades nutritivas cultivadas
há muito tempo. O milho está como uma gramínea de alta importância na produção agrícola no
Brasil, baseado na área cultivada e na destinação, tanto para o consumo humano como animal
(SANTOS, 2002).
Os caracteres altura de planta e altura de inserção da espiga são para o melhoramento
genético caracteres agronômicos de natureza quantitativa de muita importância, que são controlados
por vários genes (ZANG et al., 2006).
O acamamento pode ser definido como um estado de modificação da posição do colmo em
relação a posição original, o que resulta em plantas recurvadas e até mesmo na quebra de colmos. O
acamamento muitas vezes causa ruptura dos tecidos, o que interrompe a vascularização do colmo
impedindo a recuperação da planta, afeta a estrutura anatômica essencial para o transporte de água e
nutrientes (ZANATTA; OERLECKE, 1991).
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi avaliar os caracteres morfológicos de cultivares de milho de
ciclo superprecoce, pertencentes à rede de ensaios de competição de cultivares do Rio Grande do
Sul, avaliados em Santa Maria.
METODOLOGIA
1
Curso de Agronomia, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil. Bolsista PIBIC/CNPq/UFSM
Departamento de Fitotecnia, Centro de Ciências Rurais (CCR), UFSM, 97105-900, Santa Maria, RS, Brasil. E-mail:
[email protected]. Professor orientador. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq
3
Programa de Pós-Graduação em Agronomia, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil. Bolsista CNPq
4
Curso de Agronomia, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil. Bolsista PIBITI/CNPq/UFSM
5
Programa de Pós-Graduação em Agronomia, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil. Bolsista Capes
6
Curso de Agronomia, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil. Bolsista BIC/CNPq
7
Programa de Pós-Graduação em Agronomia, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil. Bolsista Capes
2
O experimento com a cultura do milho (Zea mays L.) foi conduzido na safra agrícola 20132014, na Universidade Federal de Santa Maria, na área experimental do Departamento de Fitotecnia
(latitude de 29º42’S, longitude de 53º49’W e altitude 95m). Foram avaliadas onze cultivares de
milho de ciclo superprecoce, pertencentes rede de ensaios de competição de cultivares, realizados
no Estado do Rio Grande do Sul. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com
três repetições. As unidades experimentais foram compostas de duas filas de cinco metros de
comprimento, espaçadas em 0,8m entre filas e 0,20m entre plantas na fila, totalizando 62.500
plantas/ha. No dia 31 de outubro de 2013, foi realizada a semeadura manualmente e adubação de
base nas quantidades 31 kg/ha de N, 126 kg/ha de P2O5 e 126 kg/ha de K2O, na formulação
comercial 5-20-20 (N-P-K), posteriormente realizado o desbaste manual, resultando em uma
população final de 62.500 plantas/ha. A adubação de cobertura foi fracionada, em que a primeira
aplicação de 157 kg/ha de N, foi realizada no dia 21 de novembro de 2013, quando as plantas
apresentavam quatro folhas e a segunda aplicação de 157 kg/ha de N, foi realizada no dia 05 de
dezembro de 2013, quando as plantas apresentavam oito folhas expandidas, totalizando 314 kg/ha
de N em cobertura. Os tratos culturais foram realizados conforme as recomendações para a cultura
de milho (FANCELLI; DOURADO NETO, 2004). As médias das cultivares foram comparadas
pelo teste de Scott Knott, a 5% de probabilidade de erro, através do aplicativo GENES (CRUZ,
2006).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base na análise de variância, para as cultivares de ciclo superprecoce de milho, foram
verificados efeitos significativos de cultivar, a 5% de probabilidade pelo teste F, para três dos cinco
caracteres avaliados, indicando existir variabilidade genética entre as cultivares, com exceção dos
caracteres número de plantas acamadas/ha (NA) e do número de plantas quebradas/ha (NQ), que
não apresentou diferença significativa entre as cultivares (Tabela 1).
O caractere número de plantas quebradas/ha (NQ) apresentou menor escore de acurácia
seletiva (AS=0,00), seguido pelo número de plantas acamadas/ha (NA) com o escore de acurácia
seletiva (AS=0,45). Observa-se que 60% dos caracteres mensurados apresentaram acurácia seletiva
superior ou igual a 0,90, conferindo precisão experimental muito alta (RESENDE & DUARTE,
2007). O caractere altura de planta (AP) apresentou média de 207,34 cm, variando entre 193,25 cm
e 222,57 cm, para as cultivares AG9045PRO2 e 30A37PW. O coeficiente de variação (CV) foi de
3,25%, e AS foi de 0,94 indicando precisão experimental muito alta. A média de altura de inserção
da espiga (AE) foi de 121,77 cm, com valores mínimos e máximos de 107,93 e 136,76 cm,
respectivamente, para as cultivares Formula TL e 30A37PW (Tabela 2). A AS foi de 0,90
conferindo precisão experimental muito alta e CV igual a 5,42% (Tabela 1). A média do caractere
posição relativa da espiga (PRE) foi de 0,59, (Tabela 1) com valor mínimo de 0,52 para a cultivar
Formula TL e máximo de 0,62 para a cultivar SHS7915 (Tabela 2). A AS foi de 0,93 e foi o
caractere que apresentou menor CV igual a 3,22%, evidenciando elevada precisão experimental a
esse caractere (Tabela 1)..
CONCLUSÃO
Existem diferenças entre as cultivares de milho de ciclo superprecoce, em relação aos
caracteres morfológicos, no caso da altura da planta, altura de inserção de espiga e posição relativa
de espiga, já o número de plantas acamadas e o número de plantas quebradas não tiveram diferença
significativa.
REFERÊNCIAS
CRUZ, C. D. Programa genes: estatística experimental e matrizes. Viçosa: UFV, 2006. 285p.
FANCELLI, A.L.; DOURADO NETO, D. Produção de milho. Guaíba: Agropecuária, 2004. 360p.
SANTOS, A.O.; PRADO , H., Análise de interações solo-planta-clima em zonas diferenciadas de
área de cultivode milho, Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 6,n. 1, p
101-106, 2002.
ZANATTA, A.C.A; OERLECKE, D. Efeito de genes de nanismo sobre alguns caracteres
agronômicos e morfológicos de Triticum aestivum (L.) Thell. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
v.26, p.1001-1016, 1991.
ZHANG, F.; WAN, X.Q.; PAN, G.T. QTL mapping of fusarium moniliforme ear rot resistence in
maize. 1. Map construction with microssatélite and AFLP markers. Journal of Applied Genetics,
Poznan, v. 47, n.1, p.9-15, 2006.
Tabela 1. Resumo da análise de variância (número de graus de liberdade (GL) e quadrado médio
para as fontes de variação bloco, cultivar e erro), média, coeficiente de variação experimental
(CV%), valor do teste F para cultivar (Fc), acurácia seletiva (AS) e precisão experimental, para os
caracteres: altura de plantas na colheita (AP, em cm); altura de inserção de espiga na colheita (AE,
em cm); posição relativa da espiga (PRE = AE/AP); número de plantas acamadas (NA, em plantas
ha-1) e número de plantas quebradas (NQ, em plantas ha-1) de 11 cultivares de milho de ciclo
superprecoce, safra 2013/2014.
FV
GL
Bloco
2
Cultivar
10
Erro
20
Média
CV(%)
Fc
AS
Precisão(1)
------------------------------Quadrado Médio--------------------------------AP
AE
PRE
NA
NQ
414,34
653,78
0,01
6.581.439,39
47.348,48
*
*
*
ns
363,67
235,72
0,00
3.238.636,36
132.575,76ns
45,51
43,48
0,00
2.571.022,73
203.598,48
207,34
121,77
0,59
946,97
151,52
3,25
5,42
3,22
169,32
297,80
7,99
5,42
7,29
1,26
0,65
0,94
0,90
0,93
0,45
0,00
MA
MA
MA
B
B
Limites de classes estabelecidos por em RESENDE; DUARTE (2007): MA = muito alta (AS ≥ 0,90); A = alta (0,70 ≤ AS < 0,90); M
= moderada (0,50 ≤ AS < 0,70) e B = baixa (AS < 0,50). *Efeito significativo pelo teste F, a 5 % de probabilidade de erro. ns Não
significativo.
Tabela 2. Médias dos caracteres: altura de plantas na colheita (AP, em cm); altura de inserção de
espiga na colheita (AE, em cm); posição relativa da espiga (PRE = AE/AP); número de plantas
acamadas (NA, em plantas ha-1) e número de plantas quebradas (NQ, em plantas ha-1), de 11
cultivares de milho de ciclo superprecoce, safra 2013/2014.
Cultivar
DB2B339 Hx
SHS7915
BM915PRO
2B433PW
30A37PW
30A68HX
XB 9003Bt
Formula TL
Celeron TL
Velox TL
AG9045PRO2
(1)
AP
215,76a(1)
208,06a
219,04a
200,95b
222,57a
196,12b
189,47b
208,74a
215,85a
210,89a
193,25b
AE
132,25a
128,92a
128,22a
118,98b
136,76a
116,30b
115,38b
107,93b
121,07b
121,27b
112,40b
PRE
0,61a
0,62a
0,58b
0,59b
0,61a
0,59b
0,61a
0,52d
0,56c
0,57b
0,58b
NA
416,67a
1.666,67a
0,00a
416,67a
0,00a
416,67a
833,33a
0,00a
1.666,67a
3.333,33a
1.666,67a
NQ
0,00a
416,67a
0,00a
416,67a
416,67a
0,00a
0,00a
0,00a
0,00a
416,67a
0,00a
Cultivares com médias não seguidas por mesma letra diferem pelo teste Scott Knott, a 5% de probabilidade de erro.
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